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Império e mobilidade no Índico: trajectórias da pequena nobreza em Moçambique no Antigo Regime Eugénia Rodrigues Instituto de Investigação Científica Tropical Os estudos sobre o Antigo Regime têm prestado uma atenção crescente a aspectos ligados à mobilidade geográfica e social dos indivíduos, os quais interpelam a representação dessas sociedades como hierárquica e espacialmente fechadas. Se os resultados dessas investigações sugerem a interrogação das grelhas de análise das sociedades europeias, a questão torna-se ainda mais pertinente no caso dos territórios dos ultramarinos. A mobilidade geográfica, implicando a deslocação da Europa para os impérios ou a migração entre os territórios ultramarinos, esteve muito ligada à procura de trajectórias de reprodução ou ascensão social, bem ou mal sucedidas, nos espaços de além-mar, onde foram recriados os critérios de classificação social. Esta comunicação pretende reflectir sobre tópicos relacionados com as dinâmicas de mobilidade geográfica e social a partir de trajectórias individuais e familiares da pequena nobreza em Moçambique. Tenta responder a questões como: Em que medida a mobilidade geográfica estava ligada à busca de trajectórias de ascensão ou apenas de reprodução social? Quais as estratégias de inserção na sociedade local? Que recursos e que normas desenhavam os espaços sociais de mobilidade neste domínio ultramarino? Palavras-chave: mobilidade; pequena nobreza; Moçambique; império português.

Império e mobilidade no Índico: trajectórias da pequena ... estudos sobre o Antigo Regime têm prestado uma atenção crescente a aspectos ligados à mobilidade geográfica e social

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Page 1: Império e mobilidade no Índico: trajectórias da pequena ... estudos sobre o Antigo Regime têm prestado uma atenção crescente a aspectos ligados à mobilidade geográfica e social

Império e mobilidade no Índico: trajectórias da pequena

nobreza em Moçambique no Antigo Regime

Eugénia Rodrigues

Instituto de Investigação Científica Tropical

Os estudos sobre o Antigo Regime têm prestado uma atenção crescente a aspectos ligados à

mobilidade geográfica e social dos indivíduos, os quais interpelam a representação dessas sociedades

como hierárquica e espacialmente fechadas. Se os resultados dessas investigações sugerem a interrogação

das grelhas de análise das sociedades europeias, a questão torna-se ainda mais pertinente no caso dos

territórios dos ultramarinos. A mobilidade geográfica, implicando a deslocação da Europa para os

impérios ou a migração entre os territórios ultramarinos, esteve muito ligada à procura de trajectórias de

reprodução ou ascensão social, bem ou mal sucedidas, nos espaços de além-mar, onde foram recriados os

critérios de classificação social.

Esta comunicação pretende reflectir sobre tópicos relacionados com as dinâmicas de mobilidade

geográfica e social a partir de trajectórias individuais e familiares da pequena nobreza em Moçambique.

Tenta responder a questões como: Em que medida a mobilidade geográfica estava ligada à busca de

trajectórias de ascensão ou apenas de reprodução social? Quais as estratégias de inserção na sociedade

local? Que recursos e que normas desenhavam os espaços sociais de mobilidade neste domínio

ultramarino?

Palavras-chave: mobilidade; pequena nobreza; Moçambique; império português.