57
Pró-Reitoria de Graduação Escola de Negócios Curso de Comunicação Social - Jornalismo Trabalho de Conclusão de Curso INCLUSÃO E CIDADANIA: BOLETIM INFORMATIVO DO INSTITUTO INCLUSÃO DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO SOCIAL Autor: Simone Sampaio de Carvalho Orientador: Dr.ª Rafiza Luziani Varão Ribeiro Carvalho Brasília - DF 2014

Inclusão e Cidadania: Boletim Informativo do Instituto Inclusão de Desenvolvimento e Promoção Social

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Memorial que apresenta as bases teóricas e o processo de produção do boletim informativo.

Citation preview

  • Pr-Reitoria de Graduao

    Escola de Negcios

    Curso de Comunicao Social - Jornalismo

    Trabalho de Concluso de Curso

    INCLUSO E CIDADANIA: BOLETIM INFORMATIVO DO

    INSTITUTO INCLUSO DE DESENVOLVIMENTO E

    PROMOO SOCIAL

    Autor: Simone Sampaio de Carvalho

    Orientador: Dr. Rafiza Luziani Varo Ribeiro Carvalho

    Braslia - DF

    2014

  • SIMONE SAMPAIO DE CARVALHO

    INCLUSO E CIDADANIA: BOLETIM INFORMATIVO DO INSTITUTO

    INCLUSO DE DESENVOLVIMENTO E PROMOO SOCIAL

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    ao curso de graduao de Comunicao Social

    Jornalismo da Universidade Catlica de

    Braslia, como requisito parcial para a

    obteno do ttulo de (Bacharel) em

    Comunicao Social-Jornalismo.

    Orientador: Profa. Dr. Rafiza Luziani Varo

    Ribeiro Carvalho

    Braslia-DF

    2014

  • Projeto de autoria de Simone Sampaio de Carvalho, intitulado INCLUSO E CIDADANIA:

    BOLETIM INFORMATIVO DO INSTITUTO DE INCLUSO DE DESENVOLVIMENTO E

    PROMOO SOCIAL, apresentado como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel

    em Comunicao Social com habilitao em Jornalismo da Universidade Catlica de Braslia,

    em 18 de junho de 2014, defendida e aprovada pela banca abaixo assinada:

    ____________________________________

    Orientadora: Prof. Dr. Rafiza Luziani Varo Ribeiro Carvalho

    Universidade Catlica de Braslia UCB

    _____________________________________

    Examinadora: Prof. MSc. Fernanda Vasques Ferreira

    Universidade Catlica de Braslia- UCB

    _________________________________________

    Examinadora: Prof. Dr. Florence Marie Dravet

    Universidade Catlica de Braslia- UCB

  • A Deus, dono da minha vida, que me

    proporcionou a realizao desse sonho e

    cumpriu mais uma de suas promessas. Sempre

    fiel, me deu coragem para ultrapassar os meus

    limites e obter conquistas imaginveis. Aos

    meus pais, que mesmo com dificuldades

    trabalharam muito para me oferecer educao

    e dignidade.

  • AGRADECIMENTO

    Agradeo primeiro a Deus por ter me dado sade e fora para superar todas as

    dificuldades at chegar aqui. A minha me, Carmelita Alves, a minha herona, que me deu

    apoio e suporte cuidando do meu filho. Ao meu pai, Jos Sampaio, por sempre acreditar em

    mim. Ao meu querido esposo Diego Alves, pelo incentivo nas horas difceis de cansao e

    desanimo.

    Ao meu filho, lef Davi, que, mesmo sendo uma criana, inconscientemente

    compreendeu que os momentos da minha ausncia, dedicados trabalho e ao estudo, eram

    s por um tempo, pois o nosso futuro feito com a dedicao do presente.

    Aos meus irmos, Cicero e Hailton, que mesmo distantes sempre estiveram torcendo

    por mim.

    Agradeo a todos os meus professores, em especial a minha orientadora Dr. Rafiza

    Luziani pelo suporte, pacincia e empenho dedicado na realizao deste trabalho. Aos amigos

    e companheiros de caminhada, pelo carinho e apoio constante.

    A minha amiga, Flvia Simone, uma companheira que dividiu comigo todos os

    momentos de alegrias e dificuldades, aprendemos muito juntas durante esse perodo na

    universidade.

    Aos profissionais do Instituto Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social,

    fontes, personagens, colaboradores, em geral a todos que contriburam direta ou indiretamente

    para a produo do contedo deste produto.

    Aos meus pastores, meus incentivadores, por abrir os meus olhos e mostrar que eu

    poderia chegar a lugares mais altos.

    Enfim, a todos os meus amigos e familiares q, direta u indiretamente, fizeram parte

    d minha formao, meu muito obrigado.

  • RESUMO

    CARVALHO, Simone Sampaio. Incluso e Cidadania: Boletim Informativo do Instituto de

    Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social. 2014. 57 f. TCC. (Comunicao Social-

    Jornalismo) - Universidade Catlica de Braslia, Braslia, 2014.

    Este memorial apresenta as bases tericas e o processo de produo do boletim informativo

    Incluso a Cidadania, que tem o objetivo de apresentar as atividades desenvolvidas pelo

    Instituto Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social da cidade satlite de Ceilndia aos

    moradores do Setor QNQ, QNR, Sol Nascente e das proximidades. O boletim composto

    pelos projetos grfico e editorial, e buscar ampliar a comunicao da instituio com o seu

    pblico alvo, por meio de sees que abordem assuntos relacionados s aes sociais de

    interesse dos leitores. Para isso, foram realizados estudos sobre o processo de comunicao

    dentro das organizaes no governamentais e nas reas de comunicao organizacional,

    comunicao interna, comunicao externa e comunicao comunitria o que possibilitou a criao de um veiculo organizacional de cunho comunitrio que visa participao ativa da

    comunidade na luta pela cidadania.

    Palavras-chave: Comunicao Comunitria. Comunicao Organizacional. ONGs. Boletim

    Informativo.

  • ABSTRACT

    This memorial presents the theoretical basis and the process of producing the newsletter

    Inclusion Citizenship, which aims to present the activities of the Office for Inclusion and

    Social Development Promotion satellite city of Ceilndia the residents of Sector QNQ, QNR,

    and Rising Sun nearby. The report is composed of graphic and editorial projects, and seek to

    expand communication institution with its target audience through sections that address issues

    related to social activities of interest to the readers. For this study of the communication

    process within the non-governmental organizations and the areas of organizational

    communication, internal communication, external communication and community

    communication which allowed the creation of an organizational vehicle for community nature

    that seeks the active participation of the community were carried out in struggle for

    citizenship.

    Keywords: Community Communication. Organizational Communication. NGOs Newsletter.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Logomarca do boletim informativo. Pgina 46.

    Figura 2 Conceito da logomarca Cidadania. Pagina 47.

    Figura 3 Conceitos da marca Raa de todas as naes. Pgina 48.

    Figura 4 Design formas de expresso. Pgina 48.

    Figura 5 Design juntos formam um s. Pgina 49.

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Meio de Comunicao das ONGs. Pgina16.

    Quadro 2 Classificao do Pblico de uma organizao. Pgina 30.

    Quadro 3 Classificao de pblico ONGs. Pgina 31.

  • SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................................................................... 11

    1. O BOLETIM INFORMATIVO ..................................................................................................................... 15

    2. COMUNICAO ORGANIZACIONAL .................................................................................................... 17

    3. COMUNICAO COMUNITRIA ............................................................................................................ 25

    4. PROJETO EDITORIAL ................................................................................................................................ 30

    4.1 NOME DO BOLETIM ............................................................................................................................... 30

    4.2 PBLICO ALVO ....................................................................................................................................... 30

    4.3 POLTICA EDITORIAL ............................................................................................................................ 32

    4.3.1 Pautas para 1 edio do Boletim .............................................................................................................. 33 4.3.2 Distribuio das matrias .......................................................................................................................... 36 4.3.3 Matrias ....................................................................................................................................................... 36

    4.3.3.1 Editorial ..................................................................................................................................................... 36 4.3.3.2 Opinio ...................................................................................................................................................... 36 4.3.3.3 Esporte ....................................................................................................................................................... 37 4.3.3.4 Novidades .................................................................................................................................................. 38 4.3.3.5 Poltica ....................................................................................................................................................... 39 4.3.3.6 Trabalho..................................................................................................................................................... 40

    4.4 LINGUAGEM ............................................................................................................................................ 41

    4.5 PERIODICIDADE, TIRAGEM E CIRCULAO ................................................................................... 41

    4.6 CARACTERSTICAS DO BOLETIM ....................................................................................................... 42

    5. PROJETO GRFICO .................................................................................................................................... 43

    5.1 FORMATO ................................................................................................................................................. 44

    5.2 DIAGRAMAO ...................................................................................................................................... 44

    5.3 ALINHAMENTO ....................................................................................................................................... 44

    5.4 AS FONTES ............................................................................................................................................... 44

    5.5 AS CORES ................................................................................................................................................. 45

    5.6 A LOGOMARCA ....................................................................................................................................... 46

    5.6.1 Conceito ....................................................................................................................................................... 47 5.6.2 Design .......................................................................................................................................................... 48

    CONCLUSO ..................................................................................................................................................... 50

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA ................................................................................................................... 52

    APNDICE A ...................................................................................................................................................... 55

    DIRIO DE BORDO ....................................................................................................................................... 55

  • 11

    INTRODUO

    O terceiro setor cresce progressivamente no Brasil e a cada dia conquista seu espao

    poltico, econmico e social, composto por um conjunto de sociedades privadas e

    organizaes sem fins lucrativos e no governamentais que atuam na execuo de atividades

    de posicionamento pblico.

    Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsticas (IBGE)1, em 2010 existiam

    no pas, 290,7 mil Fundaes Privadas e Associaes Sem Fins Lucrativos (Fasfil). Essas

    instituies representavam 5,2% do total de 5,6 milhes de entidades pblicas e privadas,

    lucrativas e no lucrativas, do Cadastro Central de Empresas (Cempre).

    Dentre essas instituies que compem o terceiro setor vamos destacar as ONGs

    (Organizaes no Governamentais) que desenvolvem um trabalho importante para a

    sociedade, visando promover mobilidade social, visto que seus servios chegam a lugares e

    situaes onde o Estado pouco presente.

    Scherrer-Warren (apud WENDHAUSEN, 2003, p.21) define ONG:

    Do ponto de vista formal, ONGs so agrupamentos coletivos com alguma

    institucionalidade, que se define como entidade privadas com fins pblicos e sem

    fins lucrativos e contando com alguma participao voluntaria (engajamento no

    remunerado pelo menos do conselho-diretor). Portanto distingue-se do

    Estado/governo, do mercado/empresas e se identificam com a sociedade civil/

    associativismo. Neste universo incluem-se tanto associaes meramente recreativas

    ou de assistncia social como as participantes ou atuantes nas politicas pblicas e na

    politizao do social.

    Para Torquato (2010), as organizaes trabalham como parte integrante da

    comunidade, e como seres sociais, que precisam ter voz democrtica. A forma que essas

    organizaes encontraram para informar o pblico e se relacionar com a sociedade, dando as

    respostas exigidas pelos cidados aos seus anseios, a comunicao (BARROS, 2010, p.35).

    Apesar do grande nmero de instituies, apenas uma minoria se torna conhecida pela

    populao brasileira. A maior parte das iniciativas permanece em oculto, sem alcanar

    reconhecimento o que dificulta qualquer tipo de apoio, parcerias e captao de recursos,

    justamente por no desenvolverem instrumentos e capacitao na rea de comunicao para

    1 Pesquisa realizada em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsticas (IBGE) e o Instituto de

    Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), em parceria com a Associao Brasileira de Organizaes No

    Governamentais (ABONG) sobre as organizaes da sociedade civil organizada no Brasil, com base nos dados

    do Cadastro Central de Empresas (Cempre)

  • 12

    divulgao das aes promovidas por essas organizaes de forma massiva, a fim de

    contribuir para o fortalecimento e aumento da visibilidade.

    As organizaes no governamentais possuem uma clara importncia para a

    sociedade, mas muitas ainda no se atentaram para a necessidade da comunicao no seu

    planejamento administrativo, mesmo sabendo que a comunicao imprescindvel para

    qualquer organizao social. O sistema organizacional se viabiliza graas ao sistema de

    comunicao nele existente, que permitir sua realimentao e sua sobrevivncia. Caso

    contrrio ele entrar num processo de entropia e morte (KUNSCH apud COSTA, 2008,

    p.14).

    Paula Barros defende que os servios de comunicao nas organizaes precisam ser

    estratgicos para trazer melhorias imagem da instituio, buscar solues e bons

    desempenhos financeiros, mas para que isso ocorra preciso ser desenvolvidos de forma

    integral, para que atinja no s o publico externo, mas tambm alcance o interno.

    A comunicao isolada, fragmentada e gerenciada por diversos tipos de

    departamentos no funciona de forma eficaz no ambiente contemporneo. A soluo

    a comunicao integrada, que traz coerncia entre os objetivos institucionais e

    mercadolgicos das organizaes, tornando mais fcil, dessa forma, atingir os

    objetivos propostos. (BARROS, 2010, p.15).

    O desenvolvimento de projetos comunicacionais que consolide o trabalho das

    organizaes fundamental. Construir uma boa imagem das instituies papel da

    comunicao, seja com aes dirigidas ao pblico interno, seja com a divulgao para a

    opinio pblica, seja com a construo de relaes frutferas com o pblico estratgico de

    uma empresa (DUARTE, 2003, p. 193).

    As ONGs surgem com o objetivo de assegurar uma melhor qualidade de vida e

    defender os direitos da sociedade. A divulgao dos trabalhos desenvolvidos por essas

    organizaes contribuem para o seu crescimento institucional e at mesmo para o seu

    desenvolvimento financeiro. Barros explica as principais dificuldades encontradas:

    De acordo com a ABONG - Associao Brasileira de Organizaes no

    Governamentais, a maioria das 300 mil ONGs carente de capacitao gerencial e,

    diferentemente de outros pases, no Brasil, o terceiro setor se desenvolveu a partir do

    trabalho voluntrio e pouco no aspecto profissional. Por isso, hoje as ONGs se veem

    diante dos desafios gerenciais e de uma prtica de comunicao eficaz. (BARROS,

    2010, p.14).

    Os instrumentos de comunicao so empregados por essas organizaes com vrios

    objetivos, entre eles, encontrar novos parceiros e doadores, reunir voluntrios, informar sobre

  • 13

    a direo das atividades, envolverem os beneficirios e de suas famlias, nas aes da

    organizao e prestar contas sociedade sobre como esto sendo aplicados os recursos ali

    investidos.

    Esse projeto tem o objetivo de lanar um boletim informativo mensal para difundir os

    temas de atuao do Instituto Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social. O material a

    ser produzido tem como finalidade alcanar no s o pblico alvo, mas tambm despertar a

    imprensa local para as aes desenvolvidas por essa instituio em uma regio que apresenta

    graves problemas sociais.

    Optamos pela produo deste produto por se tratar de um veculo importante para

    contribuir como canal de comunicao entre a instituio e os seus pblicos, trazendo

    informaes de forma clara, precisa e prxima da realidade da comunidade onde a

    organizao est instalada.

    O Instituto Incluso est localizado na cidade satlite de Ceilndia que de acordo com

    a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN)2, est subdividida em vrios

    setores: Ceilndia Centro, Ceilndia Sul, Ceilndia Norte, P Sul, P Norte, Setor O, Expanso

    do Setor O, QNQ, QNR, Setores de Indstria e de Materiais de Construo e parte do INCRA

    (rea rural da Regio Administrativa), Setor Priv, e condomnios que esto em fase de

    legalizao como o Pr do Sol e Sol Nascente.

    Ceilndia a regio mais populosa do DF, com uma populao estimada em 449.592

    habitantes, desse total 30,13% tm de 0 a 18 anos, o que equivale a 135.467 pessoas. S nos

    Setores Pr do Sol e Sol Nascente reside 78.912 pessoas, dessas 30.723 tm entre 0 e 18 anos.

    Desse total de habitantes de Ceilndia, destacam-se o elevado percentual daqueles que

    no estudam 70,66%. Desses, apenas 1,8 % frequentam algum tipo de atividade

    extracurricular, como afirma a Pesquisa Distrital por Amostra de Domiclios (PDAD/2013).

    As atividades extracurriculares desenvolvem a socializao, aumentam a autoestima

    e enriquecem a vida acadmica e profissional das pessoas. Na Ceilndia, essas

    atividades so pouco observadas, pois 98,52% da populao declararam no

    frequentar nenhum tipo de atividade extracurricular. Dos que fazem cursos de

    idiomas, o de ingls o mais procurado, mas apenas com 0,56%. (PDAD, 2013,

    p.37).

    2 Companhia responsvel em apoiar o Governo do Distrito Federal nas atividades de Planejamento Estratgico,

    Desenvolvimento Econmico, Social e Urbano, coletando informaes por meio da Pesquisa Distrital por

    Amostra de Domiclios (PDAD). http://www.codeplan.df.gov.br/component/content/article/261-pesquisas-

    socioeconomicas/294-pdad-2013.html

  • 14

    O esporte outro ponto pouco explorado na regio, 82,90% declararam no praticar

    nenhum tipo de esporte, dos 17,08% que desenvolvem alguma prtica esportiva, 8,74% optam

    pela caminhada. Tambm se observou pequena frequncia a espaos esportivos.

    Os moradores de Ceilndia tambm no costumam frequentar eventos culturais, de

    acordo com o PDAD/2013, raramente frequentam museu, teatro e biblioteca, mas mostraram-

    se mais participativos no cinema.

    A IX Regio Administrativa do Distrito Federal no a maior somente no nvel

    populacional, a cidade tambm considerada a mais violenta do DF. Dados da Secretaria de

    Estado de Segurana Publica (SSP)3 indicam que a regio teve o maior nmero de homicdios

    no DF, de janeiro a maio deste ano. A falta de condies acessveis de esporte e lazer para as

    crianas e adolescentes ocuparem seu tempo no horrio contrrio escola podem ser fatores

    que determinam essa violncia.

    O Instituto Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social nasceu da

    inconformidade dos seus participantes com a realidade social da comunidade compreendida

    pelos bairros QNQ, QNR e Sol Nascente. A instituio busca desenvolver um trabalho que

    possa diminuir a evaso e a reprovao no ensino fundamental e mdio, aumentar a renda

    mdia mensal per capta e familiar dos moradores, alm de proporcionar maior acesso

    cultura e ao esporte.

    O Instituto foi criado em 11 de novembro de 2002 e est localizado na QNQ 03

    Conjunto 05 Lotes 15/17 - Ceilndia Norte. Voltado principalmente para atividades de

    associaes de defesa de direitos sociais, com ao direta para atender crianas e adolescentes

    em situao de vulnerabilidade e risco social, o instituto procura proporcionar oportunidades

    para uma trajetria de vida melhor a essas pessoas.

    A instituio atua principalmente no que tange ao fortalecimento de vnculos

    familiares e sociais, atendendo desde crianas a idosos, ministrando cursos de informtica e

    corte e costura, envolvendo os jovens em atividades esportivas como jiu-jtsu e futebol e ainda

    atividades culturais como percusso.

    Auxilia a comunidade com ligao direta junto ao Centro de Referncia e Assistncia

    Social (CRAS) Ceilndia Norte, para auxlios emergenciais, como cestas bsicas, para as

    famlias carentes assistidas pela instituio, alcanadas por meio de atendimento e visitas

    tcnicas realizadas por alunos do curso de Servio Social de Faculdade Projeo de Ceilndia.

    3 Dados de Estatsticas Especificas de Homicdios por Regio Administrativa (RA) de Janeiro a Maio de 2013.

    http://www.ssp.df.gov.br/images/Estatistica%20SSPDF/Especificas/Homicidio/Homicidio-

    RA_jan%20a%20maio131.pdf

  • 15

    A escolha do Instituto se justifica por ser a instituio mais prxima ao Sol Nascente,

    considerada a maior favela da Amrica Latina, que atende a crianas e adolescentes e se

    preocupa com o bem estar da famlia. A produo do boletim mensal uma oportunidade de

    apresentar o instituto comunidade, de forma mais completa, bem como demonstrar a

    importncia do trabalho desenvolvido pela instituio no resgate social de jovens da

    Ceilndia.

    Como jornalista, esse estudo visa ampliar meus conhecimentos relacionados a

    Comunicao Organizacional. Essa rea est em crescimento e nela que pretendo seguir

    carreira profissional e por meio da assessoria de imprensa auxiliar as organizaes em suas

    aes estratgicas. Alm de trabalhar voluntariamente nesta instituio do terceiro setor, com

    o objetivo de ajudar a comunidade onde cresci.

    1. O BOLETIM INFORMATIVO

    O boletim informativo um veculo que pode ser transportado para qualquer lugar, o

    que possibilita, por exemplo, a leitura no trajeto feito no transporte pblico, durante a ida ao

    trabalho ou no posto de sade, enquanto aguarda atendimento.

    Jorge Duarte (2003) apresenta o boletim como um dos principais veculos jornalsticos

    empresariais que possui caractersticas que devem ser observadas na hora de definir a melhor

    opo para divulgao das informaes.

    Informativo/boletins: privilegia a informao imediata, na forma de notas e noticias

    curtas. Tem poucas pginas (em geral, uma folha frente e verso) e visual simples.

    Circula em intervalos curtos (dirio, semanal) e deve ser distribudo com agilidade,

    para garantir a atualidade. Geralmente usado dentro da empresa, para comunicar-se

    com empregados. Contudo tambm pode ser utilizado, por exemplo, para informar

    os moradores de uma rea afetada por uma obra pblica da data uma exploso ou de

    uma mudana no transito. (DUARTE, 2003, p. 272).

    Sua estrutura simples traz notcias curtas e objetivas que atinge desde os jovens que

    geralmente se informam por meio das mdias digitais, como o Facebook, Twitter e blog, at

    pessoas mais velhas que geralmente so menos instrudas e no possuem contato com a

    tecnologia dos computadores, da internet, da comunicao digitalizada.

    Paula Barros (2010) apresenta uma avaliao feita, em 2004, pela Associao

    Brasileira das Organizaes No Governamentais (ABONG) que relata a estrutura de

    comunicao utilizada pelas ONGS, 96% usam a internet em suas atividades dirias. Quanto

  • 16

    assessoria de comunicao, 45% delas contam com o apoio de profissionais especializados,

    ao passo que 49% no possuem nenhum tipo de assessoria (BARROS, 2010, p.45.).

    A autora apresenta no quadro abaixo, as formas de comunicaes utilizadas pela

    ONGs para atenderem tanto a populao em geral como os seus beneficirios:

    Quadro 1 Meio de Comunicao das ONGs

    Meios de Comunicao Populao Geral Beneficirios

    Pginas eletrnicas 64% 42%

    Informes/boletins impressos 46% 55%

    Informes/ boletins informatizados 41% 41%

    Rdio 39% 21%

    Televiso 38% 14%

    Jornal Comercial 33% 10%

    Jornal Prprio 18% 20%

    Revista Comercial 6% 4%

    Revista Prpria 11% 13% Fonte: BARROS (2010, p.45)

    Diante do nmero expressivo de boletins produzidos pelas prprias organizaes,

    tanto para atender a comunidade em geral, como o seu pblico interno, bem como as

    caractersticas prprias do veiculo impresso justifica a produo desse produto jornalstico.

    Ainda de acordo com dados divulgados pela ABONG, de que apenas 45% das

    organizaes contam com uma equipe de profissionais de comunicao. E como a afirmao

    de Peruzzo (apud BONNA 2010, p.19-20), que:

    Historicamente, as atividades de comunicao se desenvolvem de forma amadora e

    so feitas basicamente por membros ativistas dos prprios movimentos e ONGs.

    Aos poucos, porm, introduz-se a ideia da necessidade de profissionalizao das organizaes, tendo em vista a complexidade do fenmeno e a importncia do uso

    competente de instrumentos e tcnicas de comunicao para a conquista de

    resultados mais eficientes.

    importante observar como as organizaes tm desenvolvido esse trabalho de

    informar os seus pblicos e se relacionar com a mdia. Alm de apresentar aos profissionais

    da comunicao uma nova possibilidade de mercado, que a cada dia cresce mais, na busca de

    um profissional multiuso.

    Um novo campo de trabalho est sendo oferecido por organizaes de todo tipo:

    ONGs, entidades de classe, associaes, empresas, escolas, rgos pblicos,

    agncias de comunicao, relaes pblicas e de publicidade. E ao mesmo tempo as

    exigncias so maiores. Haver, sempre, espao para atividades tcnicas e

    especializadas como produo de releases, de jornais empresariais, edio de

    contedo em sites na Internet, assessorias de polticos, profissionais liberais,

    esportistas e artistas. Entretanto, ao optar por tornar-se estrategista, gestor dos

  • 17

    fluxos de comunicao, as oportunidades so maiores. [...] No mercado que se

    consolida, passam a existir trs tipos de campos de atuao para algum com

    formao em jornalismo. H o tradicional, nas redaes. Os outros dois so no

    grande campo da comunicao institucional: o especialista, que realiza

    assessoramento de imprensa, produo de publicaes ou contedo na Internet, por

    exemplo, e o gestor, com atuao mais poltica e estratgica, que utiliza a

    comunicao como insumo na tomada de decises, ajudando a organizao ou o

    assessorado a definir rumos e aes. (DUARTE apud BONNA, 2010, p.16).

    2. COMUNICAO ORGANIZACIONAL

    A comunicao ainda um grande desafio para as organizaes no governamentais,

    que, apesar de desenvolverem um trabalho fundamental na garantia dos direitos do cidado,

    precisam aprender a divulgar suas aes. Ningum investe, promove ou apoia o que no

    conhece o que nunca ouviu falar, o que no tem referncias ou indicao. Pessoas e empresas

    s se mobilizam em torno do que conhecem e confiam, em torno do que tem credibilidade.

    (SAPONARA, 2005, p.10). para isso, sobretudo, que serve a comunicao nas organizaes.

    A comunicao organizacional no Brasil surgiu no final dos anos 1960, no decorrer da

    industrializao do sudeste e do desenvolvimento econmico, social e poltico do pas, pela

    fresta mencionada por Kunsch (2009), como jornalismo empresarial. poca em que as

    empresas despertavam para a necessidade de um relacionamento com os seus clientes e assim

    adquirirem confiana e boa reputao. Ao mesmo tempo em que se preocupavam com a

    satisfao no mbito interno, para que seus funcionrios tivessem orgulho do local que

    trabalhavam e assim desse o melhor de si a organizao.

    Com o passar dos anos, esse universo se desenvolveu e se fortaleceu, a sociedade

    comeou a se organizar em grupos, setores e categorias produtivas, nem todas eram empresas,

    mas ambas integram o campo das organizaes, Da, surge permuta do termo comunicao

    empresarial para comunicao organizacional. Tratava-se, afinal, de reconhecer a irrefutvel

    realidade: a comunicao resvalava para outros terrenos e espaos, ampliando o escopo e

    adicionado novos campos ao territrio empresarial. (KUNSCH, 2009, p. 26).

    Para Margarida Kunsch a comunicao organizacional a disciplina que estuda como

    se processa o fenmeno comunicacional dentro das organizaes do mbito da sociedade

    global. Ela analisa o sistema, o funcionamento e o processo de comunicao entre a

    organizao seus diversos pblicos (KUNSCH, 2009, p.55).

    A comunicao est presente em todas as atividades de qualquer organizao e implica

    diretamente no desempenho das equipes de trabalho. Ela estabelece relacionamentos entre a

  • 18

    organizao e seus diversos pblicos; constri objetivo; coordena e gerencia recursos. E como

    explica (DEETZ apud KUNSCH, 2009, p. 53):

    um conjunto de variveis que afetam as organizaes ou que so afetadas por ela,

    visto que as relaes humanas so matria-chave para o desenvolvimento das aes

    de comunicao nas organizaes. Ela pode ser utilizada para explicar a produo de

    estruturas sociais, estados psicolgicos, hierarquias, conhecimento e tantos outros

    fenmenos que ocorrem nas organizaes.

    A comunicao organizacional usada de vrias formas e compreende todos os meios

    utilizados pelas organizaes, sejam elas pblicas ou privadas, para se relacionar com seus

    pblicos tanto no mbito interno como externo. A mensagem veiculada por um meio

    indireto, unilateralmente por uma fonte, para uma massa, uma coleo de indivduos

    heterogneos e especialmente difusos. (TORQUATO, 2010, p. 36).

    Para Torquato (2010) existem quatro formas de comunicao nas organizaes, que

    normalmente no so percebidas, estudadas e trabalhadas pelos profissionais. A primeira a

    rea de comunicao cultural que se refere ao clima interno da organizao, o que as pessoas

    esto falando uma com as outras. Se um gerente ou um diretor quer saber o que est se

    passando ao seu redor deve medir a temperatura organizacional, aferida a partir da cultura

    interna, que o arcabouo dos costumes, das ideias e dos valores da comunidade.

    (TORQUATO, 2010, p.36).

    Outra rea que passa despercebida a comunicao administrativa, que diz respeito a

    comunicao oficial da organizao, que muitas vezes apresenta problemas como o excesso

    de informao e o planejamento inadequado do consumo informativo, entre outros. Uma

    pesquisa que realizamos para uma instituio financeira de grande porte, conclumos que 85%

    dos materiais impressos produzidos no eram consumidos de maneira eficaz pelo corpo

    funcional. (TORQUATO, 2010, p.36).

    A comunicao administrativa abrange todos os contedos relativos ao cotidiano da

    administrao, atendendo as reas centrais de planejamento e as estruturas tcnico-

    normativas, com a finalidade de orientar, atualizar, ordenar e reordenar o fluxo das

    atividades funcionais. Trata-se do suporte informacional-normativo da organizao.

    E, por se constituir no eixo principal de locomoo do trabalho rotineiro normas, instrues, portarias, memorandos, cartas tcnicas, ndices, taxas, acervos tcnicos o que demanda maior complexidade, transformando-se, por conseguinte, em uma

    das maiores fontes de problemas e rudos das organizaes (TORQUATO, 2010, p.37).

    A terceira maneira de comunicao existentes nas organizaes a social, que abrange

    as reas de jornalismo, relaes pblicas, publicidade, editorao e marketing. Ou seja, as

  • 19

    aes da comunicao coletiva ou de massa, por meio de jornais, revistas, rdio e televiso. A

    irradiao das mensagens se volta tanto para os circuitos internos quanto para os circuitos

    externos. (TORQUATO, 2010, p.53). A quarta considerada a mais desenvolvida, no ponto

    de vista conceitual, operacional e tecnolgico, por integrar todas as informaes registradas

    em banco de dados, conhecida como sistema de informaes.

    O autor defende ainda que todas as formas de comunicao apresentadas sejam

    estratgicas.

    Porque a comunicao em todas as suas formas cultural, administrativa, social e de sistema de informao -, deve funcionar como uma orquestra, na qual metais, cordas

    e percusses, para tocar uma melodia harmnica, ho de estar em completa afinao.

    Uma forma influi na outra. Um clima organizacional mal trabalhado, mal

    administrado, gerar rudos na comunicao social; um jornalzinho bem-feito,

    programa de relaes pblicas bem elaboradas no vo resolver questes de clima

    que dependem de salrios, do entrosamento interdeparmental. As quatro formas de

    comunicao se afetam (TORQUATO, 2010, p.53).

    Ainda trabalhando com o conceito de orquestra, dentro das quatro modalidades de

    comunicao organizacional apresentadas por Torquato (2010), existe um conjunto de

    funes de orientao, que funciona como uma consultoria estratgica, para cada uma delas.

    A de lao que visa criar sentimento de unidade entre os funcionrios das organizaes. O

    clarim, no sentido de propagar e anunciar aos pblicos externos a imagem e os trabalhos

    desenvolvidos pela empresa.

    A funo de diapaso o mesmo que afinar ou criar uma linguagem homognea entre

    os funcionrios. O apito uma funo para convocar os participantes a atuar nos jogos

    organizacionais da empresa. E a boca que representa a comunicao por meio de cochichos e

    aconselhamentos.

    Margarida Kunsch e Gaudncio Torquato defendem que a comunicao deve ser

    pensada de forma estratgica e integrada, como resultado da atuao simultnea entre as

    varias reas de atuao da comunicao.

    Ela pressupe uma juno da comunicao institucional, da comunicao

    mercadolgica e da comunicao interna, que formam o composto da comunicao

    organizacional. Este deve formar um conjunto harmonioso, apesar das diferenas e

    das especificidades de casa setor e dos respectivos subsetores. A soma de todas as

    atividades redundar na eficcia da comunicao nas organizaes. (KUNSCH apud

    DUARTE, 2003, p. 122).

    A Comunicao interna se desenvolve paralela administrativa ambas prioriza o

    pblico interno, mas no podem ser confundidas, pois apesar de se apoiar em ideais

  • 20

    administrativos, a comunicao interna, visa proporcionar meios de promover maior

    integrao dentro da organizao mediante o dilogo, a troca de informaes, experincias e a

    participao de todos os nveis (SCROFERNEKER, 2006, p. 47).

    Para Torquato (2010), a comunicao interna tem a misso bsica de contribuir para

    o desenvolvimento e a manuteno de um clima positivo, propcio ao cumprimento de metas

    estratgicas da organizao, ao crescimento continuado de suas atividades e servios e a

    expanso de suas linhas de produto (TORQUATO, 2010, p.55)

    O autor destaca ainda que, para essa misso ser atingida, as organizaes precisam se

    preocupar primeiramente com a construo de uma comunicao interna eficaz, a partir da

    realizao de diversos objetivos, entre eles:

    1. Motivar e inteirar os funcionrios das mudanas organizacionais;

    2. Criar climas favorveis no ambiente de trabalho e ao participativa dos

    colaboradores;

    3. Se preocupar com a forma que as mensagens so transmitidas. A comunicao

    deve ser clara, objetiva e, sobretudo transparente;

    4. Apresentar a linha de produo de forma que todos os funcionrios conheam os

    produtos da organizao;

    5. Ser transparente quanto aos objetivos e metas da organizao para facilitar a

    compreenso da abordagem e promover maior engajamento de todos os setores.

    As publicaes organizacionais so ferramentas importantes para combater a falta de

    comunicao na empresa e facilitar a integrao entre os pblicos a ela relacionados. Segundo

    Torquato, a publicao interna o nico veiculo de comunicao que traz mensagens cujas

    fontes podem ser os prprios funcionrios. Mensagens que interessam tambm as famlias

    (TORQUATO, 2010, p.59).

    So muitos os veculos de comunicao utilizados pelas organizaes, os principais

    canais so: intranet, newsletter, jornal mural, comunicao face a face, boletins, jornais e

    revistas, rdio e TV de circuito interno, vdeos peridicos, caixa de sugesto, campanhas

    internas de comunicao e outros.

    O produto proposto utiliza algumas funes de orientaes estratgicas citadas no

    texto, com o objetivo de criar unidade entre os funcionrios da organizao e apresentar para

    o publico externo o seu trabalho.

    O boletim, jornal ou revista organizacional, chamado de house organ (rgo da casa)

    um dos mais antigos meios de comunicao interna. De acordo com a pesquisa sobre

    comunicao interna realizada pela Associao Brasileira de Comunicao Empresarial

  • 21

    (ABERJE), em 2007, o jornal impresso apontado como o principal veculo de comunicao

    disponibilizado pelas empresas, com 26% de utilizao, recuperando sua posio tradicional,

    aps o boom da intranet, percebido na pesquisa de 2005, que atualmente ocupa o segundo

    lugar no ranking dos mais importantes meios. Estudos qualitativos do DATABERJE indicam

    que os funcionrios tm preferncia pelos meios impressos, principalmente nas indstrias,

    cujo acesso aos meios digitais menor (DATABERJE, 2007, p. 31).

    Segundo Carlos Alberto Rabaa e Gustavo Barbosa no Dicionrio de Comunicao.

    House organ (rp) Do ing., house organ, literalmente, rgo da casa. Veiculo impresso ou eletrnico, peridico, de comunicao institucional, dirigido ao pblico

    interno (funcionrios e seus familiares) e, menos comumente, a determinados

    segmentos do pblico externo diretamente ligado a organizao. So tambm

    bastante usadas as expresses jornal de empresa e revista de empresa, mas o

    conceito de house organ abrange essas duas formas. Sua periodicidade (geralmente

    quinzenal, mensal ou bimestral) e suas caractersticas de produto custeado pela

    direo da empresa (e elaborado em funo dos seus objetivos) so fatores que

    conferem a esse tipo de jornalismo um estilo peculiar: prximo do gnero

    interpretativo, com matrias e entrevistas de interesse humano ou administrativo etc.

    Suas principais funes so as seguintes: informao (divulgao das atividades da

    instituio e de outros assuntos de interesse interno), integrao (incentivo ao

    esprito de grupo e sintonia com os objetivos da instituio), educao

    (atualizao, aprimoramento de RH, preveno de acidentes etc.) e motivao

    (valorizao dos funcionrios e estmulo maior eficincia e produtividade).

    (RABAA, BARBOSA, 2001, p. 371)

    Santos (2009) em sua monografia Caractersticas do House Organ e a Funo na

    Comunicao Interna de trs Empresas Lderes, concluiu que as organizaes valorizam

    os house organs porque eles cumprem o papel de informar os funcionrios, alm de ser um

    veiculo que pode ser levado para a casa do colaborador, ser lido pelos seus familiares sem

    depender de nenhum equipamento para sua leitura. O house organ corretamente posicionado

    fala a lngua do seu pblico e tambm abre espao para suas colocaes, tem uma boa

    apresentao visual e cumpre sua periodicidade, retrata a realidade e mostra os caminhos do

    futuro da organizao (SANTOS, 2009, p.42).

    Logo, a publicao organizacional proposta, deve se organizar de maneira estratgica,

    agregando valores e facilitando os processos interativos, por meio da comunicao, da

    organizao com os seus diversos pblicos, a opinio pblica e a comunidade em geral. Com

    o objetivo de causar aes e reaes positivas por parte dos vrios pblicos da organizao,

    criar ou estreitar relacionamentos, propor mudanas, alm de produzir informao que gere

    conhecimento, para que a organizao possa atender melhor seus pblicos e oferecer melhores

    servios.

  • 22

    Outra vertente importante da comunicao organizacional a comunicao externa

    responsvel pelo posicionamento e pela imagem da organizao na sociedade. Seu foco

    principal a opinio publica. A imagem, ou seja, a percepo pblica da organizao (dos

    seus colaboradores, produtos, servios, marcas, etc.), depende, necessariamente, da

    comunicao que a organizao estabelece com o exterior (SOUZA, 2006, p.50).

    Torquato (2010) defende que a comunicao externa precisa reunir ideias que

    traduzam o conceito da organizao, adequado como os novos modelos e valores da

    sociedade, e apresenta alguns parmetros que podem direcionar os programas de

    comunicao, como: verdade, qualidade, adequao, confiana/credibilidade, clareza,

    equilbrio, rapidez, oportunidade, preveno, cordialidade e respeito, impessoalidade,

    uniformidade e coerncia, direcionalidade e responsabilidade social (TORQUATO, 2010,

    p.75).

    Para o autor os principais objetivos da comunicao externa so:

    1. Divulgar a misso da organizao, estabelecendo correto e adequado posicionamento, assegurando uma identidade tcnica que possa conferir a

    organizao o respeito e o reconhecimento da sociedade.

    2. Criar atitudes favorveis s atividades da organizao, melhorando sua posio e ampliando bases de consentimento sobre a meta de modernizao.

    3. Despertar nos pblicos externos sentimentos de que a modernizao da organizao fundamental.

    4. Propiciar viso clara de aspectos, programas e atividades da organizao junto aos poderes constitudos, estreitando o relacionamento com o poder legislativo.

    5. Assessorar as reas da organizao nas tarefas de implantao de mudanas e inovaes relevantes.

    6. Valorizar os recursos e potenciais humanos da organizao, enaltecendo seu trabalho e reconhecendo, quando for o caso, sua efetiva contribuio para o

    aperfeioamento e engrandecimento da organizao. (TORQUATO, 2010, p.

    76).

    De acordo com Torquato (2010) os programas de comunicao externa se dividem nas

    modalidades do jornalismo; relaes pblicas; propaganda, marketing social; cultural e

    esportivo; editorao, identidade visual e assessoria de imprensa.

    O jornalismo organizacional se desenvolve a partir de aes do jornalismo aplicadas

    na comunicao organizacional, seja no relacionamento com a mdia ou na elaborao de

    veculos prprios. As principais publicaes que conduzem as notcias aos pblicos externos

    so os jornais, revistas, boletins, rdio e TV. Elas precisam ter atualidade, periodicidade,

    universalidade e difuso coletiva.

    Precisam investir-se dos fatos da atualidade, que formam o presente da empresa (o

    presente na empresa no o presente no jornalismo dirio). Para assumir seu

  • 23

    atributo de universalidade, as publicaes podem apresentar informaes sobre

    quaisquer reas ou programas de interesse da empresa e de seus pblicos. Por ultimo

    necessitam chegar ao publico ao qual se destinam, devendo para isso ser difundidas.

    (TORQUATO, 2010, p.77).

    As organizaes utilizam alguns critrios para determinarem o que noticia, definidos

    a partir da poltica editorial, sua prpria filosofia, com a divulgao de informaes que no

    cause prejuzos aos seus interesses e de seus colaboradores. Essa poltica procura evitar toda

    espcie de mensagem jornalstica sensacionalista, escandalosa ou informaes que possa

    provocar dvida quanto integridade da empresa ou das pessoas (TORQUATO, 2010, p.77).

    A atualidade das publicaes organizacionais diferente dos veculos jornalstico que

    precisam ser rpidos e geis. Os fatos atuais da empresa podem ser os j acontecidos no

    intervalo de trs meses anteriores ao aparecimento de uma edio podem ser os

    acontecimentos que ocorreram no ms vigente ou nos meses seguintes (TORQUATO, 2010,

    p. 77).

    De acordo com Torquato (2010) o trabalho de comunicao externa est entre as

    ferramentas mais indicadas para estreitar as relaes da organizao com o seu pblico, mas o

    sucesso depende da forma como as informaes so passadas ao ambiente externo. Por essa

    razo importante estar atento a alguns problemas que podem gerar resultados negativos,

    como a indefinio dos objetivos e responsabilidade, a escolha da linguagem que atenda a

    todos e a seleo dos meios de comunicao que melhor se adapta a organizao.

    A Assessoria de Imprensa outro campo importante do sistema de comunicao

    externa, responsvel por se relacionar diretamente com a mdia. Ela funciona como uma

    ferramenta de suporte estratgico para a administrao das informaes que podem ser

    trabalhadas com os seus pblicos e com os meios de comunicao. So servios prestados as

    instituies pblicas e privadas, que se concentra no envio frequente de informaes

    jornalsticas, dessas organizaes, para os veculos de comunicao em geral (FENAJ, 2007,

    p.7).

    Segundo o Manual de Assessoria de Imprensa da Federao Nacional dos Jornalistas

    (FENAJ), as atividades de uma assessoria de imprensa podem ser descritas, como:

    1. Elaborao de press-releases, sugestes de pauta e press-kits; 2. Relacionamento forma e informal com os pauteiros, reprteres e editores da mdia;

    3. Acompanhamento de entrevista das suas fontes; 4. Organizao de coletivas; 5. Edio de jornais, revistas, sites de noticias e material jornalstico para vdeo; 6. Preparao de textos de apoio, sinopse, smulas, e artigos; 7. Organizao de mailing de jornalistas; 8. Clipping de notcias (impressos, internet e eletrnicos);

  • 24

    9. Arquivo do material jornalstico; 10. Participao na definio de estratgias de comunicao. (FENAJ, 2007, p. 10,11)

    Torquato (2010) justifica a assessoria de imprensa na comunicao organizacional, a

    partir de dois pontos de vista: o interno, para ajustar o discurso, criar uma linguagem

    solidria, sistmica, harmnica e integrada ao objetivo de efetuar a aproximao entre os

    objetivos da empresa e dos seus participantes (TORQUATO, 2010, p. 88). E do externo

    como necessrio para torna a organizao mais conhecida. Quem no comunica no tem

    condies de abrir nichos negociais (TORQUATO, 2010, p. 89).

    O artigo A importncia da comunicao integrada Comunicao externa e

    interna para o sucesso da organizao de Elias Gonalves e Luiz Carlos de Almeida

    apresenta o que se acredita ser o melhor instrumento de comunicao para o trabalho

    proposto. Eles avaliam a importncia da comunicao integrada, que integre tanto a interna

    como a externa, para o sucesso das organizaes. Assim como a publicao do publico

    externo importante para organizao e trabalhada pela comunicao externa, a opinio do

    publico interno tem grande influncia nas opinies e perspectivas do publico externo, do

    consumidor em geral. (GONALVES, ALMEIDA, 2011, p.1).

    Por meio deste estudo, os autores concluram que a comunicao Integrada a melhor

    estratgia que as organizaes podem e devem investir para alcanar seus objetivos.

    Como resultado podemos afirmar que, alm de um ambiente de maior motivao e

    consequentemente comprometimento de todos os colaboradores e pblicos

    envolvidos, isto ir firmar a imagem positiva da organizao, elevando e valorizando seus membros, os pblicos com os quais a empresa se relaciona e at

    mesmo a sociedade em que est inserida. Enfim, atravs da comunicao Integrada

    que uma empresa constri sua cultura e sua identidade. (GONALVES, ALMEIDA, 2011, p.8).

    Diante do estudo apresentando, este trabalho pretende desenvolver um veiculo de

    comunicao organizacional adequado para atender todos os seus pblicos. A comunicao

    integrada a melhor estratgia encontrada para investir, direcionando seu alvo para a

    comunicao interna e externa, de maneira que informe e oriente os seus funcionrios com os

    assuntos publicados, mas tambm chame a ateno dos familiares, amigos e grupos sociais a

    que ele pertena. A fim de torna-se um grande informativo que envolva todas as reas e

    pblicos com os quais se relaciona.

    Para Kunsh (2004) a comunicao excelente aquela:

  • 25

    [...] pensada e discutida, que se vale dos estudos da anlise externa e interna, que

    pesquisa, que se baseia em diagnsticos e que determina resultados a alcanar,

    levando em conta no s os interesses da organizao, mas tambm dos pblicos

    envolvidos. aquela que planejada, que ouve o outro lado e atenta para a

    comunicao simtrica. (KUNSH apud BOSTELMAM, FARAH, 2006, p. 8)

    A consequncia do trabalho da comunicao integrada a participao interna, com a

    motivao e colaborao dos funcionrios; e a imagem da organizao bem posicionada para

    a sociedade, o que faz dela no s uma prestadora de servios, mas uma pea fundamental

    para sua comunidade.

    A comunicao organizacional precisa desenvolver um bom trabalho de

    relacionamento com a comunidade, que vai alm dos vizinhos da organizao, mas com a

    localidade no todo. No basta oferecer bons servios, preciso integrar o xito da organizao

    comunidade, para que ela no seja apenas expectadora, mas sim pertencente do processo.

    Diante desta exposio, o envolvimento da comunidade neste trabalho se desenvolve

    com a participao dos moradores, na produo das prximas edies do veculo

    organizacional, discutidos no capitulo a seguir, por meio da comunicao comunitria.

    3. COMUNICAO COMUNITRIA

    A produo de notcias feita por meio da participao e do compromisso com a

    comunidade chamada de comunicao comunitria. Ela uma das formas que a sociedade

    tem de identificar suas necessidades e transmitir os interesses comuns, dando voz s pessoas

    que no encontram espao na grande mdia. um instrumento poltico das classes

    subalternas para externar sua concepo de mundo, seu anseio e compromisso na construo

    de uma sociedade igualitria e socialmente justa (PERUZZO, 2009, p. 49-50).

    Esse modelo de comunicao surgiu nos anos 1990, como instrumento de mobilizao

    e necessidade de expresso dos movimentos sociais, mas aos poucos vem sendo utilizados

    como um direito de cidadania. Com o objetivo de valorizar a cultura e as tradies da

    comunidade, informar a populao sobre questes de sade, emprego, educao, esporte,

    acontecimentos que seja importante ao dia a dia do cidado, alm de ser um espao para

    opinar e dizer o que acha importante ser divulgado.

    A comunicao comunitria precisa envolver o receptor, neste caso a comunidade, dar

    oportunidade aos moradores para contarem sua histria, recitarem uma poesia ou uma crnica

    criada por eles mesmos, ensinar uma receita diferente, anunciar campeonatos de jogos

    esportivos da comunidade ou informar notcias importantes. O comunicador comunitrio tem

  • 26

    um papel fundamental na mobilizao social, ou seja, incentivar a participao dos moradores

    na soluo dos problemas (CAMPOS, BARROS, 2010, p.8)

    Uma das principais publicaes comunitrias o jornal comunitrio, onde geralmente

    so divulgadas informaes de maneira simples e direta. As noticias so curtas e escritas por

    reprteres que so moradores da comunidade. importante que a comunidade veja o jornal

    como um canal aberto e pertencente a todos e, por isso, sentir-se a vontade para sugerir as

    pautas a serem divulgadas.

    As pautas do jornalismo comunitrio diferem-se das pautas dos grandes veculos de

    comunicao, pois no jornalismo comunitrio as questes so discutidas no micro e

    no no macro. Temas que muitas vezes s interessam aquela comunidade e no

    teriam espao em outro tipo de veiculo de comunicao que tenham por principio a

    comunidade. Isso se deve ao fato que o jornalismo comunitrio geralmente est

    ligado a uma zona geogrfica delimitada e na maioria dos casos no muito grande,

    portanto, a cobertura, gera em cima de acontecimentos da regio e faz com que a

    populao se veja refletida nos acontecimentos locais. (FREITAS, 2006, p. 26).

    Segundo Ceclia Peruzzo, os principais exemplos de comunicao comunitria:

    [...] podem ser encontrados em jornais e rdios comunitrios, nas associaes de

    usurios dos canais comunitrios, na televiso a cabo, em Organizaes no

    governamentais que desenvolvem projetos coletivos de desenvolvimento social por

    meio da comunicao, muitos dos quais com propsitos similares queles antes

    encabeados por movimentos populares. Esses projetos em geral envolvem bairros,

    entidades sem fins lucrativos, e s vezes se destinam especificamente a adolescentes

    e jovens. Podem assumir um misto de mdia comunitria e alternativa, numa

    dinmica em que se descobre que a confeco de meios de comunicao pode

    mediar favoravelmente melhoria da autoestima, despertar uma perspectiva

    profissional e a construo da cidadania em reas carentes. (PERUZZO, 2009, p.51).

    A comunicao comunitria apresenta a comunidade como protagonista principal, e

    permite uma formao educacional e comunicativa que favorece o crescimento mais rpido

    do exerccio da cidadania, por meio da oportunidade de aprendizado adquirida no s nas

    mensagens divulgadas, mais pelo envolvimento direto na produo e difuso de notcias

    relacionadas comunidade.

    Segundo Peruzzo, os processos de comunicao popular e comunitria tm maior

    visibilidade em duas situaes:

    Quando os desafios esto, por exemplo, na apropriao de instrumentos de

    comunicao dirigida, como pequenos jornais, panfletos, cartazes, faixas, troas

    carnavalescas, peas de teatro, slides, alto-falantes, TV de rua etc. Oportuno lembrar

    que os meios artesanais foram os que se mostraram viveis no perodo inicial da

    ao dos movimentos populares. J em outra situao, quando h o empoderamento

    social das tecnologias de comunicao, que passa pelo videocassete, alto-falante,

    rdio em frequncia modulada, televiso comunitria no sistema cabo, e mais

  • 27

    adiante, sites, blogs, fotologs e listas de discusso na internet. Empoderamento, de

    empowerment, em ingls, quer dizer participao popular ativa com poder de

    controle e de deciso nos processos sociais (polticas pblicas relacionadas

    educao, sade, comunicao, transporte, questes de gnero, gerao de renda), e

    como tal, tambm, a apropriao de meios de comunicao. O desafio atual

    justamente avanar no empoderamento qualitativo e amplo das novas tecnologias de

    comunicao, ao mesmo tempo em que as antigas modalidades comunicativas

    continuam tendo seu lugar. (PERUZZO, 2009, p. 56).

    Assim, a comunicao comunitria possui uma identidade prpria com caractersticas

    especificas como: no possuir finalidades lucrativas, e estabelecer relaes horizontais entre

    emissores e receptores com vistas ao empoderamento social progressivo da mdia e ampliao

    da cidadania (PERUZZO, 2009, p. 58).

    Para a autora, existem algumas mudanas que intervm na definio de comunidade e

    que tem tudo a ver com a comunicao comunitria, qual seja a mstica em torno da justia

    social.

    Esta construda na prxis dos movimentos populares, associaes comunitrias,

    sindicatos, setores progressistas de igrejas, ONGs de base social e demais

    organizaes do terceiro setor. Mesmo que no seja possvel identific-los como

    comunidades especficas, estes atores buscam a transformao das condies de

    opresso e sofrimento de segmentos da populao brasileira com vistas efetivao

    de um mundo em que todos possam ter dignidade e seus direitos de cidadania

    respeitados. Tm algo em comum, a partir do qual se poderia vislumbrar a

    constituio de uma comunidade de ideias. neste nvel que a comunicao comunitria vai se cruzando com outras formas de expresso e com os prprios

    fazeres sociais, afinal ela no algo que acontece parte, mas, imbricada nos

    processos associativos mais amplos. (PERUZZO, 2009, p.58).

    A participao da comunidade nos meios comunitrios uma estratgia para ampliar o

    desenvolvimento da educao para a cidadania, pois possui um alcance facilitado por se

    localizarem em ambiente em que os cidados vivem e geralmente serem realizados por

    organizaes nas quais as pessoas participaram diretamente ou so alcanadas por suas aes.

    Existem vrias formas comuns de participar dos meios de comunicao nas mdias

    tradicionais, seja ao dar uma entrevista para um jornal ou ligar em uma rdio para pedir uma

    msica. Porm, quando se trata de comunicao comunitria existem outras maneiras

    possveis. Peruzzo (2004) menciona o exemplo da participao nos meios de comunicao

    popular na Amrica Latina, que pode ser realizada:

    a) Como receptores dos contedos, o que ajuda a dar audincia, muitas vezes

    tomada como por parmetro para dizer se o meio de comunicao popular. uma participao passiva que interfere nos contedos apenas indiretamente.

  • 28

    b) Participao nas mensagens: nvel elementar de participao, no qual a pessoa d

    entrevista, pede msica etc., mas no tem poder de deciso sobre a edio e

    transmisso.

    c) Participao na produo e difuso de mensagens, materiais e programas: consiste

    na elaborao, edio e transmisso de contedos.

    d) Participao no planejamento: consiste no envolvimento das pessoas no

    estabelecimento da poltica do meio comunicativo, na elaborao dos planos de

    formatos do meio e de programas, na elaborao dos objetivos e princpios de gesto

    etc.

    e) Participao na gesto: consiste no envolvimento no processo de administrao e

    controle de um meio de comunicao comunitria. (PERUZZO, 2004, p. 140-147).

    A autora defende ainda que para se concretizar o envolvimento direto da comunidade

    na produo dos meios comunitrios exista espao principalmente nas grandes cidades para a

    criao de comits locais de comunicao com o objetivo de servir de polo motivador,

    aglutinador e facilitador das atividades de comunicao relacionadas as desenvolvimento

    comunitrio (PERUZZO, 2004, p.20).

    As principais responsabilidades de um comit local de comunicao so:

    a) Fazer um levantamento (diagnstico) dos meios de comunicao existentes na

    localidade e dentre eles quais seriam os mais adequados para servir como

    instrumento de comunicao local.

    b) Diagnosticar quais so as necessidades locais em matria de comunicao.

    c) Contribuir para a formao de equipes de comunicao visando implementar

    sistemas de informao e comunicao comunitrios, como, por exemplo, um

    boletim informativo, rdio comunitria, sistema de alto-falantes, um programa de

    rdio para ser exibido em emissoras comerciais ou comunitrias existentes etc.

    d) Contribuir para a melhoria da performance de meios comunitrios j constitudos.

    e) Desenvolver mecanismos de mobilizao e de incentivo organizao local para

    uso dos meios de comunicao popular e comunitria.

    f) Organizar cursos e oficinas de capacitao para o uso da comunicao (exemplo:

    jornal, expresso verbal, rdio, vdeo, cartaz, Internet etc.).

    g) Organizar treinamentos para elaborao de projetos de captao recursos.

    h) Ocupar espaos nos meios de comunicao locais (no s os comunitrios)

    atravs de entrevistas, depoimentos, sugestes e at com programas prprios

    produzidos por alguma entidade popular ou equipes de comunicao da prpria

    populao;

    i) Divulgar as atividades das organizaes comunitrias e contribuir para motivar as

    pessoas participao na comunicao. So proposies gerais arroladas como

    forma de contribuir para o debate, pressupondo que cada comit constitudo seja

    ajustado s condies e necessidades de cada lugar. (PERUZZO, 2004, 20-21).

    Essas responsabilidades so propostas gerais que podem ser ajustadas de acordo com a

    necessidade e as condies de cada localidade. um tipo de trabalho que valoriza a

    comunidade, amplia seu poder de comunicar e comprova a busca pelo exerccio da cidadania.

    Quando esse protagonismo desenvolvido pelas organizaes de interesse social, ocorre

    uma possibilidade maior de se colocar os meios de comunicao a servio do

  • 29

    desenvolvimento comunitrio e, desse modo, ampliar os direitos a liberdade de expresso a

    todos os cidados (PERUZZO, 2004, p.21).

    Partindo desse pressuposto, pretende-se, ento, criar um veculo organizacional de

    comunicao interna e externa, voltado aos funcionrios do Instituto Incluso de

    Desenvolvimento e Promoo Social e aos moradores da QNQ, QNR e Sol Nascente, visando

    promover maior integrao com os voluntrios da organizao e com os interesses dos

    moradores, com a participao direta da comunidade, sugerindo pautas, criticando, e at

    mesmo escrevendo textos. Assim, os prprios cidados, muitos voluntrios da organizao,

    determinam o rumo deste novo veculo por meio das diversas etapas do processo de produo

    jornalstica.

    Logo, a comunicao comunitria integra esse trabalho, como uma ferramenta de

    insero da comunidade, como agente vivo, no processo de valorizao e resgate da

    cidadania, por meio das atividades desenvolvidas, as quais permitem que novas relaes de

    sociabilidade sejam construdas.

    Assim, o Instituto Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social se insere na vida

    da comunidade e estabelece um relacionamento de interesse mtuo, de confiana e de

    pertencimento da realidade social, no local em que est inserido. Dessa forma, alm de tratar

    de assuntos locais, divulga aes que servem para conscientizar a populao na luta pelos seus

    direitos.

    A participao da comunidade no produto proposto se d por meio da criao de um

    comit editorial local, como delimitado por Ceclia Peruzzo, para as prximas edies deste

    produto, a partir da prxima edio, em julho de 2014, com o objetivo de contribuir para a

    elaborao de um veiculo de informao e comunicao. Assim o boletim informativo se

    tornar um espao de real expresso tanto da organizao, como da comunidade, contribuindo

    para motivao e integrao da populao na comunicao da sua cidade.

  • 30

    4. PROJETO EDITORIAL

    4.1 NOME DO BOLETIM

    O boletim informativo foi batizado como Incluso e Cidadania, um nome que revela

    claramente os objetivos da instituio para com a comunidade onde est localizada. No

    dicionrio a palavra Incluso o mesmo que incluir, inserir, fazer pertencer. Esse o

    propsito do instituto, incluir os mais necessitados em projetos sociais como uma

    oportunidade de acesso a servios que beneficie a todos.

    A Cidadania diz respeito aos direitos e deveres do cidado para com o estado. O

    boletim um espao para preparar a comunidade para o exerccio da cidadania,

    conscientizando-a de seus direitos e obrigaes e incentivando na luta de coloc-la em prtica.

    Alm de informar a comunidade sobre as aes que realiza, para complementar o trabalho do

    governo, a sua principal funo como organizao no governamental, na busca de melhorar

    as mais diversas reas da sociedade.

    4.2 PBLICO ALVO

    As ONGs trabalham com pblicos diversos, so aqueles que influenciam ou so

    influenciados pela organizao, mas para iniciar a classificao desses pblicos, necessrio

    verificar e definir quais so as principais pessoas que precisam ser alcanadas, ou seja,

    aquelas de fundamental importncia para o desenvolvimento da instituio. Tambm

    importante dentro do pblico alvo, identificar aqueles que exercem poder de influncia sobre

    os outros. Depois disso preciso que o instituto classifique os seus pblicos.

    Paula Barros (2010) apresenta a classificao de Cndido Teobaldo (1989), como a

    que parece ser mais equilibrada, e divide os pblicos de uma organizao em pblico interno,

    externo e misto, uma maneira aproximada do que queremos indicar para o produto proposto:

    Quadro 2 Classificao do Pblico de uma organizao

    Pblico Interno Pblico Externo Pblico Misto

    Funcionrios Imprensa Revendedores

    Servios Terceirizados Comunidade Distribuidores

    Temporrios Concorrentes Acionistas

    Familiares dos colaboradores Governo Fornecedores Fonte: BARROS (2010, p.31)

  • 31

    Paula Barros (2010) tambm apresenta a classificao de Fabio Frana (2004) como

    um exemplo para o levantamento do pblico de uma organizao no governamental.

    Quadro 3 Classificao de pblico ONGs

    Tipo de

    Pblico

    Tipo de

    Relao

    Nvel de

    Envolvimento

    Nvel de

    Dependncia

    Objetivos da ONG Expectativa

    da ONG

    - Assemblia

    geral

    -Diretoria

    executiva

    - Conselhos

    - Scios

    Operacional Permanente Essencial

    Constitutivo

    - Conseguir

    voluntrios

    e parceiros

    - Aumentar o

    volume de

    Fornecedor

    Doadores Negcio

    Parceria

    total

    Freqente

    Essencial de

    sustentao

    primria

    Fornecer a

    ONG material

    reciclvel

    Criar parcerias

    para conseguir

    doaes

    constantes

    Coletores Negcios

    parceria

    total

    Freqente Essencial de

    sustentao

    primria

    Responsabilizar

    coletores pela

    tiragem e envio

    do material

    para empresas

    recicladoras ou

    compradoras

    Estreitar o

    relacionamento

    com para a

    manuteno

    financeira e

    defesa do meio

    ambiente

    Patrocinador

    es

    Mantenedore

    s

    Negcio

    Social

    Ocasional

    Essencial de

    sustentao

    primria

    Manter

    financeiramente

    a ONG

    Manter a

    colaborao

    dessas

    empresas

    Beneficiados

    Social

    Institucional

    Freqente No

    Essencial

    Comunitrios

    Receber

    vendas para a

    entidade pela

    venda do

    material

    reciclado

    Participao

    constante dos

    fornecedores

    Aumentar

    ajuda as

    instituies

    Colaborador

    es

    Parceria Parcial No

    essencial de

    setores

    associativos

    Manter suas

    sedes como

    postos de

    arrecadao

    Contar com

    apoio dos

    colaboradores

    Recicladores Inexistente Inexistente Essencial de

    sustentao

    primrio

    Fazer com que

    reciclem o

    material

    coletado

    Ajudar

    financeiramente

    instituies de

    caridade

    Funcionrios

    e

    Voluntrios

    Total Total Essencial de

    sustentao

    primrio

    Manter

    programas

    individualizados

    de coletas de

    material

    Gerar recursos

    para as

    entidades

    beneficiadas

    Busca de novos

    colaboradores

    Competncia

    no trabalho

    Fidelidade

    Fonte: FRANA (apud BARROS, 2010, p.32-33).

  • 32

    Com base nos itens apresentados na tabela, vale ressaltar uma sugesto apresentada

    pela autora no que se refere ao nvel de envolvimento dos beneficiados.

    Considerando que, para o sucesso das atividades de uma organizao todos os

    pblicos de relacionamento so de alguma maneira estratgicos os beneficiados,

    portanto, deveriam ser enquadrados na categoria redes de interferncia, j que, uma

    ONG precisa da simpatia e participao da comunidade para atuar, caso contrrio,

    fica invivel at sua existncia (BARROS, 2010, p.34).

    Fundamentados nas classificaes de pblicos mencionadas neste memorial,

    utilizaremos a proposta apresentada por Fabio Frana (2004) por conseguir identificar mais

    facilmente os pblicos do Instituto Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social.

    Logo, os pblicos fixos que o boletim informativo pretende alcanar so estratgicos,

    e compreendem tanto o grupo interno (funcionrios, voluntrios, colaboradores e seus

    familiares), como o externo (beneficiados, seus familiares, a comunidade dos Setores QNQ,

    QNR e Sol Nascente, o governo e a imprensa).

    4.3 POLTICA EDITORIAL

    Depois de definido o pblico alvo hora de definir os temas que devero ser tratados

    neste boletim, que apesar de se tratar de um veculo organizacional ao mesmo tempo,

    jornalstico e institucional, e precisa garantir as caractersticas do bom jornalismo, por meio

    de apurao precisa, boas fontes, checagem de dados, textos bem escritos, sempre respeitando

    a periodicidade determinada.

    Os critrios para escolha das notcias a serem publicadas neste veculo esto

    diretamente relacionadas aos valores notcias apresentado por Mario Erbolato (2003), como:

    proximidade (a divulgao dos fatos que acontecem perto do leitor e a ele relacionados);

    interesse pessoal (que interessam pessoalmente cada um dos que leem) e utilidade (que no

    demonstram muito valor, mas so muito procurados pelos leitores), todos selecionados, com o

    intuito de quando publicados, atraiam o leitor.

    Os gneros jornalsticos e as pautas adequadas para abordar as informaes, devem ser

    ajustados s expectativas do leitor, para assim garantir o interesse e a credibilidade do

    produto. Se possvel aconselhvel perguntar ao pblico alvo sobre as suas reas de interesse.

    Jorge Duarte apresenta os assuntos gerais das publicaes jornalsticas empresariais.

    Existem temas considerados quase que universais: informaes sobre futuro e

    polticas da empresa, sobre benefcios, avaliao e outros procedimentos de

    Recursos Humanos. Contudo preciso verificar os interesses concretos de seu

  • 33

    pblico para atender a suas necessidades de informao e transformar o veiculo da

    empresa em um informativo til e lido (DUARTE, 2003, p.278).

    O autor destaca que a participao do pblico na definio das pautas e na avaliao

    do veculo um grande diferencial do jornalismo organizacional, para isso importante

    definir um comit editorial, organizado por um profissional de comunicao que cheque as

    informaes apresentadas e a convenincia da publicao. O comit pode ser formado por

    empregados do cho de fbrica que vo levar ao responsvel pela rea de comunicao,

    coordenador do comit, as dvidas e sugestes dos leitores comuns (DUARTE, 2003, p.280).

    O informativo mensal tratar de assuntos relacionados s atividades desenvolvidas

    pelo Instituto, devendo conter informaes simples e objetivas, alm de fotos e eventuais

    ilustraes que auxiliem na comunicao das informaes. O boletim contar com oito

    editorias flutuantes para informar o pblico de todos os acontecimentos da instituio. So

    elas: Educao, Esporte, Cultura, Trabalho, Poltica, Novidades, Parceiros do instituto, A voz

    da comunidade, alm de textos de opinio que podem ser artigos ou crnicas.

    As pautas desta primeira edio do boletim foram definidas numa reunio, realizada

    no dia 18 de maio de 2014, com o presidente do Instituto, Luciano da Macena, a coordenadora

    administrativa, Taisa Oliveira, e com os educadores sociais, Breno Luiz Costa e Bartolomeu

    Soares, voluntrios da organizao, tambm moradores da comunidade local. O primeiro

    boletim servir como um modelo de incentivo para apresentar aos seus pblicos, a fim de que

    estes se interessem em participar do processo de produo das prximas edies.

    Para as prximas edies, a partir de julho de 2014, ser formado um comit editorial

    local, coordenado pela jornalista responsvel e formado pela coordenadora pedaggica do

    Instituto, a coordenadora administrativa, trs educadores sociais e trs pessoas da

    comunidade, de preferncia familiares dos assistidos.

    O comit se reunir uma vez por ms, a cada edio do boletim ser feita uma reunio

    de pauta, onde os participantes apresentaro sugestes de informaes para as prximas

    matrias, definiro as prioridades e os espaos estimados para cada matria.

    Como as editorias so flutuantes, nesta edio, privilegiamos quatro abordagens:

    Poltica, Emprego, Esporte e Novidades.

    4.3.1 Pautas para 1 edio do Boletim

    PAUTA: Frum discute polticas pblicas para juventude

    REPRTER: Simone Sampaio

  • 34

    DATA DE RECEBIMENTO: 18/05

    DEADLINE: 26/05

    DETALHAMENTO DO ASSUNTO: De acordo com a Lei N 5.142, de 31 de julho de 2013.

    So diretrizes da Poltica Distrital de Ateno ao Jovem: integrao dos programas, projetos e

    aes voltados para os jovens; aproveitamento dos equipamentos pblicos voltados aos

    jovens; descentralizao dos servios com vista universalizao de acesso; participao dos

    jovens na formulao e gesto da respectiva poltica. A matria tem como objetivo mostrar

    comunidade a preocupao do Instituto em alertar e conscientizar os jovens sobre a

    importncia de se inteirar e participar das polticas pblicas para sua comunidade, alm de

    faz-los conhecer aes importantes nas quais podem ser beneficiados.

    FONTES: Um jovem da comunidade que participou no frum e o coordenador de Juventude

    do GDF, Carlos Odas.

    FOTOS: Do Frum.

    BOX: Com a definio das aes.

    PAUTA: 230 pessoas se formaram nos cursos de Informtica bsica e corte e costura

    oferecidos pelo Instituto.

    REPRTER: Simone Sampaio

    DATA DE RECEBIMENTO: 18/05

    DEADLINE: 26/05

    DETALHAMENTO DO ASSUNTO: A matria tem o objetivo de apresentar os cursos

    profissionalizantes oferecidos pelo Instituto. Mostrar que possvel se profissionalizar dentro

    da comunidade e melhorar o currculo para conquistar uma boa posio no mercado de

    trabalho, alm de informar o perodo dos cursos e quem pode participar.

    FONTES: Um dos professores do curso e um dos alunos que j tenha se formado.

    FOTOS: Do aluno que recebeu o diploma com o seu professor.

  • 35

    PAUTA: A Escolinha de Futebol Reino campe do Futebol Society da 3 Olimpada de

    Ceilndia.

    REPRTER: Simone Sampaio

    DATA DE RECEBIMENTO: 18/05

    DEADLINE: 26/05

    DETALHAMENTO DO ASSUNTO: A Olimpadas de Ceilndia foi criada pela

    Administrao Regional de Ceilndia em parceria com a Coordenao Regional de Ceilndia,

    Servio Social do Comrcio (SESC) da cidade, Federaes Esportivas, Instituies Esportivas

    e Agentes da comunidade, com o intuito de atender a comunidade local. Os jogos tm como

    objetivo promover a incluso social a partir do esporte, detectar novos talentos e oferecer aos

    jovens uma programao intensa de atividades culturais, educativas e sociais. A Matria

    apresenta uma das modalidades esportivas oferecidas pelo instituto, como incentivo para que

    outros jovens e crianas se inscrevam no projeto, alm de buscar parceiros para ajudar com os

    materiais esportivos necessrios.

    FONTES: Um dos atletas, que participou do campeonato, a me de um dos atletas que sempre

    acompanha os jogos, Natlia Mendes e o treinador da escolinha, Breno Luiz Costa.

    FOTOS: Dos jogadores com as medalhas

    PAUTA: O Instituto Incluso est em reforma

    REPRTER: Simone Sampaio

    DATA DE RECEBIMENTO: 18/05

    DEADLINE: 26/05

    DETALHAMENTO DO ASSUNTO: A Matria tem o objetivo de informar a comunidade

    sobre a reforma e as melhorias que viram a partir dela. Informar quanto tempo vai durar a

    reforma e os futuros projetos sociais para a comunidade.

    FONTES: A coordenadora administrativa, Taisa Oliveira.

    FOTOS: Do local da reforma.

  • 36

    4.3.2 Distribuio das matrias

    Pgina 01: Capa Chamada para matria principal e trs tpicos com o titulo das outras

    matrias da edio;

    Pgina 02: Editorial, opinio e expediente;

    Pgina 03: Matria das editorias de Esporte e Novidades;

    Pgina 04: Matria de Poltica e Trabalho.

    4.3.3 Matrias

    4.3.3.1 Editorial

    O boletim Incluso a Cidadania nasceu para divulgar as informaes do Instituto

    Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social e a nossa comunidade, localizada nos

    setores QNQ, QNR e Sol Nascente. A instituio busca desenvolver um trabalho social, que

    possa diminuir a evaso e a reprovao escolar, aumentar a renda per capta das famlias, por

    meio de cursos profissionalizantes, alm de proporcionar maior acesso cultura e ao esporte.

    Em nossas matrias sero abordados as polticas pblicas para a juventude, os cursos

    profissionalizantes, a vitria dos nossos meninos da Escolinha de Futebol Reino na 3

    olimpada de Ceilndia, a reforma do instituto e os futuros projetos sociais que sero

    oferecidos a nossa comunidade.

    A proposta do boletim se tornar um espao de comunicao tanto do instituto como

    da comunidade e estabelecer um relacionamento de confiana e de pertencimento da realidade

    social. Tratar de assuntos locais e divulgar aes que sirvam para conscientizar a populao

    na luta pelos seus direitos.

    4.3.3.2 Opinio

    Educao gera cidadania

    Voc sabe o que quer dizer cidadania? Essa pergunta deixa muita gente confusa,

    inclusive eu. Para esclarecer fui atrs do dicionrio, o famoso pai dos burros, que meu deu a

    seguinte resposta: qualidade de cidado. Mas o que cidado? Indivduo no gozo dos direitos

  • 37

    civis e polticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres. Simplificando o cidado

    exerce a cidadania quando cumpre seus deveres com o estado e usufrui de seus direitos.

    Sendo assim os nossos direitos e deveres deveriam andar sempre juntos, mas a verdade

    que as coisas no funcionam bem assim. Temos direito a vida, a liberdade, segurana,

    educao, sade, moradia, trabalho e lazer. Porm a realidade outra, temos medo de andar

    nas ruas por causa da violncia, dormimos nos bancos dos hospitais para conseguir

    atendimento e muitas vezes nas filas das escolas para conseguir uma vaga para os nossos

    filhos.

    Estamos cheios de direitos para reivindicar e, com certeza cobertos de razo quanto ao

    descaso do governo. Mas esse no um convite para ir s ruas e manifestar contra os gastos

    com a copa do mundo de 2014. Falo de coisas mais simples, pequenas atitudes, que passam

    despercebidas no nosso dia a dia. Deveres que so como passinhos minsculos, mas que

    fazem toda a diferena na hora de exercer a cidadania.

    nosso dever tratar as pessoas com respeito e solidariedade. Quer um exemplo? Voc

    fica indignado quando est na rodoviria aguardando o nibus e algum fura a fila, at

    comenta com a pessoa ao lado: isso uma falta de respeito. Dali a algumas horas, voc vai a

    lotrica pagar um boleto, a fila est enorme e o calor imenso. L no inicio da fila encontra um

    amigo, voc sai do ltimo lugar e pede para que ele pague a sua conta. Esse o famoso

    jeitinho brasileiro.

    Enfim, falamos muito dos nossos direitos, mas deixamos de exercer a cidadania

    quando no cumprimos com os nossos deveres. Todos ns temos direito a educao, mas

    tambm nosso dever como cidado educar os nossos filhos. E esquea o ditado faa o que

    eu digo, mas no faa o que eu fao.

    4.3.3.3 Esporte

    RFC vence 3 Olimpadas de Ceilndia

    Escolinha Reino Futebol Clube a campe da modalidade Futebol-7 Society

    Depois de cinco partidas disputadas, a Escolinha Reino Futebol Clube (RFC) a

    vencedora na modalidade Futebol-7 Society da 3 Olimpadas de Ceilndia. O evento teve

    como objetivo promover a incluso social a partir do esporte, descobrir novos talentos e criar

    um ambiente favorvel continuidade da prtica esportiva na nossa cidade. As competies

    ocorreram do dia 27 de maro a 15 de abril.

  • 38

    Para o treinador do time, Breno Luiz Costa, trazer a primeira medalha das Olmpiadas

    para o Instituto motivo de orgulho. Essa conquista serve para levantar a moral dos meninos

    como atletas e como cidado, motivando-os a lutar por conquistas maiores, afirmou.

    As olimpadas so competies esportivas em 15 modalidades, que surgiram em 2010,

    com a iniciativa da Administrao Regional de Ceilndia em parceria com a Coordenao

    Regional de Ceilndia, Servio Social do Comrcio (SESC) da cidade, Federaes Esportivas,

    Instituies Esportivas e Agentes da comunidade.

    O atleta, Sandro Passos, 17 anos, explica que participar do time que ganhou o primeiro

    ttulo do Instituto nas olimpadas, uma experincia nica e especial. Ele afirma que o

    Instituto uma porta aberta para ajudar quem precisa. aqui que realizei o meu sonho de

    jogar futebol, a famlia toda participa dos projetos, minha me fez o curso de corte e costura e

    o meu irmo tambm treina na escolinha, afirmou.

    O treinador apontou ainda, as principais dificuldades que a equipe enfrenta como a

    falta de materiais esportivos, do campo para treino e de transporte para locomoo dos atletas,

    mais a principal delas falta de acompanhamento dos pais, que so muito distantes.

    A dona de casa, Natalia Mendes, 41 anos, me de um dos atletas da escolinha, a

    nica que acompanha de perto todas as competies e treinos do filho, para ela o trabalho

    desenvolvido pela instituio muito importante, eles tiram os jovens da nossa comunidade

    das ruas e ocupa o seu tempo com esporte, alm de incentiv-los a continuar centrados nos

    estudos, concluiu.

    Para ajudar o projeto com doao de materiais esportivos, entre em contato com o

    treinador, Breno Luiz Costa, no telefone (61) 8472-4296 ou envie um e-mail para o

    [email protected].

    4.3.3.4 Novidades

    Desculpe o transtorno, estamos em reforma

    H aproximadamente dois meses, nossa instituio est passando por uma srie de

    mudanas que visa proporcionar melhor comodidade aos seus funcionrios e a nossa

    comunidade, com previso de concluso at 1 agosto deste ano.

    Na ocasio ser realizada a recuperao dos banheiros, que sero adaptados a Lei de

    Acessibilidade, para portadores de necessidades especiais, a restaurao do teto e pintura da

  • 39

    edificao. Todas as instalaes, hidrulicas e eltricas sero reparadas para preveno e

    combate a incndio.

    Com a estrutura reformada, o Instituto Incluso em parceria com o Conselho dos

    Direitos da Criana e do adolescente do Distrito Federal (CDCA), inicia um projeto social que

    vai atender cerca de 200 crianas e adolescentes, em horrio contrario ao da escola.

    Segundo a coordenadora administrativa, Taisa Oliveira, sero desenvolvidas atividades

    esportivas, culturais e de reforo escolar, alm de oferecer uma alimentao saudvel com

    cardpio estabelecido por uma nutricionista. O projeto visa melhorar qualidade de vida, a

    convivncia familiar e integrao social, trazendo tranquilidade para os pais que podero

    trabalhar na certeza de que os filhos estaro seguros.

    4.3.3.5 Poltica

    Frum debate Polticas Pblicas para Juventude

    O Instituto de Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social realizou no dia 19 de

    abril, o Frum de Polticas Pblicas para a Juventude, na sede da instituio, em

    Ceilndia/DF. O objetivo do evento foi conscientizar os jovens da comunidade sobre a

    importncia do espao de participao e de controle social da poltica pblica do Distrito

    Federal (DF).

    Na ocasio o coordenador de Juventude da Secretaria do Governo Federal, Carlos

    Odas, apresentou as Polticas Distritais de Ateno aos jovens instituda pela Lei n 5.142, de

    31 de junho de 2013 e destacou alguns dos principais programas que visam beneficiar os

    jovens das regies administrativas do DF, como os Centros de Juventude e o Programa Renda

    Jovem de Cidadania.

    Segundo Carlos Odas os centros de juventude devem funcionar como fast-food de

    conhecimento. o lugar aonde o jovem pode combinar, por exemplo, o cardpio da rea de

    qualificao profissional com o das oficinas culturais. A primeira unidade do Centro de

    Juventude foi entregue a cidade Estrutural. A construo de outras oito unidades j foi

    liberada e beneficiar as cidades satlites de Samambaia, Ceilndia, Gama, So Sebastio,

    Sobradinho, Gama, Planaltina, Santa Maria e Brazlndia.

    Para o estudante, Igor Caque, 20 anos, muito importante discutir esse tema. Os

    jovens de Ceilndia no esto sintonizados com o que acontece na poltica e poucos se

    interessam por esse assunto. interessante que esse tema seja inserido entre a juventude para

  • 40

    que todos possam saber quais so seus deveres e direitos. Se no aprendermos a discutir

    poltica ento no saberemos como lutar para garantir nossos direitos, afirmou.

    Box:

    Centro de juventude: so espaos destinados ao atendimento especializado ao jovem entre

    15 e 29 anos e prioriza as famlias inscritas no Cadastro nico dos Programas Sociais do

    Governo Federal e aqueles em situao de vulnerabilidade ou risco social.

    Renda Jovem de Cidadania: um auxilio financeiro destinado a conceder bolsa aos jovens

    da rede pblica de ensino, com 15 a 19 anos, no valor de 300 reais mensais, sendo 200 reais

    pagos direto ao beneficirio e 100 reais depositados em poupana, com saque autorizado

    mediante a comprovao de aprovao no ano anterior.

    4.3.3.6 Trabalho

    230 pessoas concluem curso profissionalizante

    Com o objetivo de preparar a comunidade para o mercado de trabalho, o Instituto

    Incluso de Desenvolvimento e Promoo Social, em parceria com a Fundao Banco do

    Brasil, j formou 230 pessoas nos cursos de informtica bsica e corte e costura.

    Segundo o presidente do Instituto, Luciano da Macena, estes cursos representam uma

    grande oportunidade para a comunidade se profissionalizar, prximo de casa, se prepara