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9912263550 INSS 2178-5781 Ano XIII # 199 | Janeiro 2012 Aumenta número de produtores que antecipam comercialização da safra para segurar preços Safra negociada Novas regras para venda de galinha caipira Avicultura Sistema Faeg/Senar mobiliza 350 mil alunos Agrinho Goiás se torna destino de grandes eventos internacionais Eventos

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INSS

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Ano XIII # 199 | Janeiro 2012

Aumenta número de produtores que antecipam

comercialização da safra para segurar preços

Safra negociada

Novas regras para venda

de galinha caipira

Avicultura

Sistema Faeg/Senar

mobiliza 350 mil alunos

Agrinho

Goiás se torna destino

de grandes eventos

internacionais

Eventos

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Rua 87 nº 662 Setor Sul Goiânia/Goiás - CEP 74.093-300Fones: (62) 3096-2200Fax: (62) 3096-2222

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-

cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com

distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados

são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa

Editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e

Leydiane Alves

Fotografi a: Jana Tomazelli Techio,

Mendel Cortizo e Raphaela Boghi

Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Talento Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

DIRETORIA FAEG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz

Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros:

Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:

Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel

Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de

Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues

da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini

Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro

da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-

sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro

Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafi m, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,

José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

Superintendente: Marcelo Martins

FAEG - SENAR

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

Site: www.faeg.com.br

E-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

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A crise na Europa é preocupante, pois o Brasil não está res-guardado de seus efeitos. Os europeus são consumidores de produtos agrícolas brasileiros, se a crise se agravar ainda mais

por lá, perderemos escala em consumo e isso afetará diretamente os preços de nossas commodities. Por isso, é preciso que o produtor fique atento às evoluções do mercado, que muda rapidamente ao gosto dos acontecimentos econômicos mundiais. Os produtores goianos já inici-aram a colheita da safra nas principais regiões produtoras do Estado.

O aumento do porcentual da safra brasileira de soja comerciali-zada antecipadamente revela uma realidade que já vem acontecendo na produção agrícola goiana – a tentativa do produtor em conseguir preços mais remuneradores por meio de contratos futuros. Preços atraentes no momento de se fechar o contrato e projeções de incerteza para o período de colheita são fatores que influenciaram o maior núme-ro de vendas antecipadas.

É indicado ao produtor travar o preço de seu produto se o mercado está bom, analisar se os custos já foram cobertos e qual seu desem-penho financeiro para saber em qual margem de operação trabalhar. Mas é melhor travar o preço antes que a grande oferta da colheita chegue ao mercado. A tendência é de estabilidade, mas qualquer fato de maior relevância pode mudar todo o cenário. Este será um ano de prudência e de muitos desafios, não só em termos econômicos, mas também político-sociais.

Vendas antecipadas

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PAINEL CENTRAL

Prosa Rural

Agrinho 2012 irá atender quase a metade dos alunos goianos

O consultor de mercado e

presidente da PHDerivativos,

empresa de consultoria de

Chicago (EUA), Pedro Dejneka,

acredita que para esta safra a

expectativa do setor agrícola

brasileiro é de estabilidade

nos preços das commodities

nacionais.Programa Agrinho distribuiu mais de R$ 82 mil em prêmios ano passado. A

meta para 2012 é alcançar 40% das escolas da rede pública.

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Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Cartão Produtor 12

Delícias do Campo

Campo Aberto

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Palco para o agronegócioGoiás se torna destino para grandes eventos do agrobusiness.

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Novidade na granjaMudam regras para comercialização de frangos caipiras.

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Campo Responde 32

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4 | CAMPO Janeiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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Produtores de

grãos negociam

antecipadamente

sua safra. Foto

produzida por

Jana Tomazelli.

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Mosca do estábuloNovos surtos de mosca preocupam produtores. Prejuízos podem ser de até 60% na produção de leite.

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Produtores antecipam vendas da safra para segurar preços. Faeg realiza Seminários de Comercialização Agrícola.

Comercialização da safra

Janeiro/2012 CAMPO | 5www.senargo.org.br

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SEMINÁRIO REGIONAL DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL

no Centro Administrativo, em Anápolis (GO)Informações: (62) 3096-2200

Fevereiro 2012as informações com os organizadores.

AGENDA RURAL

06 a 10/02 13/02 16/02 22 a 24/02

Formação Inicial de Mobilizadores, no Augustu’s Hotel, em Goiânia (GO)

Informações: (62) 3096-2200

Lançamento da Pedra Fundamental do Projeto Fazenda Esperança, no Palácio

das Esmeraldas, em Goiânia (GO)Informações: (62) 3096-2200

Treinamento Mídia Training para diri-gentes sindicais, no Plaza Inn Hotel, em

Goiânia (GO)Informações: (62) 3096-2200

Treinamento de novos dirigentes, no Augustu’s Hotel, em GoiâniaInformações: (62) 3096-2200

6 | CAMPO Janeiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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FIQUE SABENDO

Encontro de Dirigentes

ARMAZÉM

REGISTRO

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Cerca de 500 pessoas entre dirigentes de Sindicatos Rurais goianos e lideranças rurais participaram, em dezembro, do Encontro de Dirigentes Sindicais 2011 - 7° Encontro Estadual do Programa Empreendedor Rural, em Caldas Novas. O evento tratou das metas para 2012 das entidades que compõem o sistema sindical rural em Goiás e divulgou as ações das entidades do setor. Durante o evento promovido pelo Sistema Faeg/Senar os produtores acompanharam um balanço das atividades do Senar em Goiás, em 2011. O Ministro dos Esportes e deputado

Federal, Aldo Rebelo, também esteve no encontro para receber uma homenagem, a Comenda do Mérito Agropecuário categoria “Personalidade Política”. O parlamentar teve participação crucial na elaboração do novo texto do Código Florestal. Outras personalidades públicas, autoridades civis, produtores e técnicos que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da agropecuária goiana naquele ano também foram reconhecidas com o recebimento da Comenda do Mérito Agropecuário 2011. O Sebrae recebeu a Comenda na categoria “Entidade Parceira”.

PESQUISA

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), empresa que realiza pesquisas sucroenergéticas, apresentou recentemente duas novas variedades de cana-de-açúcar, a CTC21 e CTC22. São espécies que favorecem o plantio e colheita mecanizados. Tratam-se de variedades denominadas precoces, porque são ideais para o começo de safra.

Outro dado relevante quanto às novas variedades é a alta resistência às ferrugens marrom e alaranjada, doenças que atacam a cana em forma de fungos. A CTC 21 possui alto teor de sacarose, o que significa um acúmulo de açúcar antes da colheita. Tem aptidão ao sistema de plantio mecanizado e não floresce. A CTC 22 também não floresce em condição climática alguma. Esta variedade tem tanto alto teor de sacarose como de fibra e é recomendada para a colheita até julho.

Cana nova no mercado

Contribuição Sindical

Rural 2012

Já está disponível o manual para o pagamento da contribuição Sindical Rural 2012, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O manual traz todas as informações para que o produtor rural, pessoa física e ou jurídica, realiaze o pagamento da contribuição anual. Os recursos arrecadados pela contribuição sindical são distribuídos conforme estabelece o artigo 589 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Sua obrigatoriedade está prevista no artigo 149 da Constituição Federal, que determina o caráter tributário da contribuição. A publicação é de fundamental importância para os resultados obtidos em favor do crescimento da atividade agropecuária. Os avanços registrados no ano passado revelam todo o esforço desenvolvido pela CNA, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Instituto CNA em benefício dos produtores rurais e da sociedade brasileira. A publicação está disponível gratuitamente para o produtor na sede da CNA, Faeg e nos Sindicatos Rurais.

Janeiro/2012 CAMPO | 7www.senargo.org.br

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PEDRO DEJNEKApresidenta da PHDerivativos

PROSA RURAL

Rhudy Crysthian | [email protected]

Preços estáveis para 2012

Para esta safra a expectativa do setor agrícola brasileiro é de estabilidade nos preços das commodities nacionais.

A estimativa é do consultor de mercado e presidente da PHDerivativos, empresa de consultoria de Chicago (EUA), Pedro Dejneka. Ele esteve em Goiás, em janeiro, para participar dos Seminários Regionais de Comercialização Agrícola 2012 em vários municípios goianos. Formado em administração e finanças pela Ohio Valley University, ele possui experiência em finanças, economia, investimentos e comércio exterior. O especialista domina ainda competência na área de investimentos internacionais, incluindo ações, debêntures, investimentos alternativos, Forex e commodities. Ele reside nos Estados Unidos desde 1995.

Revista Campo: O que os produtores rurais podem esperar da próxima safra agrícola americana?Pedro Dejneka : Ainda é cedo para especular sobre estes dados, mas uma coisa pode-se ter certeza - o mercado precisa de uma excelente safra norte americana em 2012 para ajudar a aliviar a pressão de disponibilidade mundial de grãos. A safra americana sendo boa, poderemos esperar uma

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pressão nos preços a partir de meados de julho ou agosto deste ano. Não sendo boa e sofrendo pressões climáticas, poderemos ter uma nova alta nos preços, considerando, é claro, um cenário macroeconômico relativamente ameno e sem maiores choques.

Revista Campo: Quais poderão ser os efeitos desta safra no mercado brasileiro?

Pedro Dejneka : A safra nos Estados Unidos, sendo boa, poderá trazer pressão nos preços do próprio mercado interno brasileiro, pois o país fará de tudo para escoar o seu excesso de produto, causando assim a possibilidade de aumento na disponibilidade de grãos no Brasil. Os EUA têm uma infraestrutura invejável, já o Brasil, conta com uma das piores do mundo. Ou seja, havendo excesso de oferta, os EUA

têm enorme vantagem na corrida de exportação.

Revista Campo: A China continuará a apresentar crescimento constante na demanda por grãos?Pedro Dejneka : Difícil de responder com convicção. Mas a população total e classe média na China continuam crescendo. A disponibilidade de terras aráveis

Janeiro/2012 CAMPO | 9www.senargo.org.br

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não é o suficiente para suprir a demanda interna na China. Sendo assim, minha expectativa é que a demanda chinesa ainda persista por um bom tempo. Já o ritmo do crescimento da demanda depende muito de vários outros fatores como níveis de estoques chineses, dados macroeconômicos, disponibilidade de grãos no mundo, entre outros, fazendo assim, qualquer previsão de ritmo de crescimento anual muito difícil.

Revista Campo: O que realmente os produtores brasileiros devem observar para realizar uma boa negociação da safra?Pedro Dejneka : Os Custos. No momento que o produtor coloca as sementes no solo ele deve ter o custo total de produção na ponta do lápis. O sucesso na comercialização depende de vários fatores, mas o mais importante é saber separar a emoção da decisão. Isso apenas é possível com objetividade e disciplina. Não é suficiente apenas “ter-se uma ideia” dos custos, pois isso traz subjetividade às decisões e é quando o produtor entra em risco. O auxílio de um profissional, seja autônomo ou de uma cooperativa, é muito importante para trazer objetividade na hora da comercialização

Revista Campo: Como os investidores em Chicago enxergam o mercado de commodities agrícolas?Pedro Dejneka : O mercado de commodities hoje é muito mais um mercado financeiro do que simplesmente um mercado agrícola. Com isso, a imprevisibilidade e volatilidade do mercado aumentam, pois a quantidade de capital disponível para investimento em commodities agrícolas hoje é quase dez vezes maior que o valor agregado de todos os contratos operados em Chicago. Em relação à tendência de preços,

o mercado de grãos vem sofrendo desde agosto do ano passado. O choque nos dados de oferta que levou o mercado a grandes altas em 2011 foi amenizado pelos últimos dados do Departamento de Agricultura Norte Americano, o USDA. Com isso, investidores foram procurar outras opções para aumentar a performance de suas carteiras, e assim, tivemos uma forte baixa na última metade de 2011 nos preços.

Revista Campo: O que chama a atenção desses investidores?Pedro Dejneka : Mais recentemente, a possibilidade de quebra de safra aqui na América do Sul e boatos sobre a China cancelando carregamentos de soja brasileira em fevereiro, para os EUA, vêm ajudando o mercado agrícola a chamar novamente a atenção destes investidores. O mercado agrícola hoje é parte do radar de investidores como qualquer outro setor de investimento, e assim sendo, é extremamente suscetível a grandes e imprevisíveis variações de preços.

Revista Campo: Qual é a importância da produção brasileira de grãos para a formulação de estratégias em Chicago?Pedro Dejneka : Dados da produção brasileira são extremamente importantes para a formação de preços e estratégias em Chicago. O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja no mundo e cresce cada vez mais suas exportações de milho. O mercado em Chicago presta extrema atenção aos dados de oferta e demanda do Brasil. Mas todo o cuidado é pouco. É perigoso fazer uma formulação de estratégias baseada somente em produção na América do Sul. Pois muitos outros fatores hoje afetam o mercado, assim como a macroeconomia global. Dados de produção da América do Sul são importantes, mas fazem parte de uma gama maior de dados que afetam e formam tendências de preços.

Revista Campo: Do lado da demanda, como você vê os efeitos da crise mundial neste fundamento de mercado?Pedro Dejneka : O Brasil não está isolado de um agravamento na crise mundial. O mercado agrícola é extremamente sensível a condições macroeconômicas. A demanda mundial continuará firme, mesmo com a crise, mas ela talvez não crescerá no ritmo que muitos esperam e, assim sendo, poderá pressionar os preços, caso a crise realmente se instale. O fator mais predominante de uma crise global, não é somente como afetará a demanda mundial por produtos agrícolas, mas sim a crise de confiança do investidor, que em momentos de crise, diminuam o risco de suas carteiras de investimento vendendo ativos, como commodities agrícolas. É muito importante entender essa dinâmica do mercado.

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O mercado agrícola hoje é parte do radar de investidores como qualquer outro setor. É extremamente suscetível a grandes e imprevisíveis variações de preços

10 | CAMPO Janeiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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MERCADO E PRODUTO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 06 de dezembro o Produto Interno Bruto (PIB) a preço de mercado do terceiro trimestre do Brasil. De acordo com o IBGE, o índice apresentou variação nula quando compa-rado ao trimestre passado. Apesar de o resultado ser de certa forma decepcionante, poderia ter sido muito pior se o setor agropecuário não tivesse re-gistrado um aumento de 3,2% no mesmo período, enquanto indústrias e serviços apresentaram varia-ção negativa de -0,9% e 0,3%, respectivamente.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2010 o ganho agropecuário é ainda mais expressi-vo, chegando a 6,9%, enquanto indústria e comér-cio apresentaram variações positivas de 1% e 2%, respectivamente. Estes dados demonstram que, se não fosse o desempenho do setor agropecuário, o PIB brasileiro teria sido negativo no terceiro tri-mestre, gerando um resultado pífio em 2011.

É inegável que o agronegócio é o setor de maior importância na economia do Brasil e de Goiás, conforme demonstrado pelos números do PIB. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é outro exemplo de indicador da impor-tância do agronegócio no desenvolvimento dos municípios brasileiros. De acordo com o IDH-M, calculado a partir dos índices de longevidade, edu-cação e renda dos municípios brasileiros, dos dez maiores IDH-M de Goiás, sete são municípios que têm sua economia baseada no setor agropecuário.

O estado de Goiás, assim como a região Centro--Oeste, foi uma das principais molas propulsoras destes resultados. De acordo com cálculos da Fede-ração da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária goia-na, alcançou em 2011, mais de R$ 24 bilhões, resul-tado 26% maior que no ano anterior, sendo o VBP, base do cálculo para a formação do PIB.

Tais resultados demonstram que mesmo em um ambiente macroeconômico conturbado e desfavorá-vel, onde a crise econômica mundial tem causado retração nas principais economias do mundo, o setor

agropecuário brasileiro consegue crescer e sustentar a economia do País, apesar de todas as adversidades.

Outro dado que demonstra a importância do setor agropecuário e do agronegócio na economia brasileira diz respeito ao resultado na balança co-mercial. As exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a novembro de 2011 foi de US$ 87,5 bi-lhões, 24% maior do que no mesmo período do ano passado, contra US$ 15,7 bilhões de importa-ções. Um novo recorde para o País. O agronegócio teve um superávit de US$ 71,9 bilhões na balança comercial do setor.

Comparando com as exportações totais do Brasil, o agronegócio representou 37,4% de tudo que o País exportou de janeiro a novembro de 2011. Não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira ficaria deficitária em US$ 45,9 bilhões. Mas graças a esse segmento, a balança comercial brasileira foi positiva em US$ 25,9 bilhões. Apesar dos números positivos apresentados, o setor agropecuário e o agronegócio ainda podem contribuir muito para o crescimento e desenvolvimento brasileiro e mundial.

Podemos avançar muito mais. Há ainda espaço para crescer e contribuir com a redução da fome, miséria e a pobreza no Brasil, gerando renda e me-lhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros. Para atingir essas metas, basta que os setores pú-blico e privado busquem as soluções dos grandes gargalos, como os de infraestrutura, política agrí-cola, carga tributária, dentre outros, cada um fa-zendo sua parte, de forma atender as necessidades do setor e da sociedade.

Se observarmos as crises vividas recente-mente, como a de 2008, o agronegócio sempre se mostrou como âncora decisiva para que elas não afetassem de forma mais dura nosso País. Acre-ditamos que a soma dos esforços, aliados à capa-cidade empreendedora do produtor rural, podem garantir mais competitividade e elevar o Brasil a uma posição cada vez maior no cenário mundial. Portanto, este setor, quando olhado com carinho, dá respostas rápidas e consistentes.

O PIB Brasileiro e o Agronegócio

José Mário Schreiner

é presidente da

Federação da

Agricultura e Pecuária

de Goiás (FAEG)

e vice-presidente

de fi nanças da

Confederação da

Agricultura e Pecuária

do Brasil (CNA).

José Mário Schreiner | [email protected]

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Janeiro/2012 CAMPO | 11www.senargo.org.br

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MINEIROS

SÃO JOÃO D’ALIANÇA

CRISTALINA

CAIAPÔNIA

ITAPACI

Para encerrar o ciclo de atividades 2011 do estudo Municípios Canavieiros, foi realizado, no dia 16 de janeiro, na cidade de Mineiros, uma oficina que teve por objetivo analisar de que forma o material didático contribuiu para as atividades praticadas em sala de aula. Segundo Adhemar Altierir, diretor de Comunicação da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), entidade integrante do Projeto Agora, essas oficinas contribuem para enriquecer o acervo de trabalhos sobre o assunto, já que cada região tem sua forma peculiar de abordar os temas sugeridos. (Colaborou: Andrea Benedetti)

O Sindicato Rural de São João da D’Aliança realizou no dia 02 de fevereiro o lançamento do Curso Negócio Certo Rural. Segundo o presidente, Justino Felício Perius, o evento foi às 14 horas, na sede da Associação do Projeto de Assentamento de Santa Maria, no município.

O Sindicato Rural de Cristalina realizou, no dia 09 de dezembro de 2011, um café da manhã de confraternização. Na ocasião, crianças da Associação Pais e Amigos do Excepcional (Apae) fizeram apresentações natalinas. Ao final do evento, o aluno João Victor da Apae entregou ao representante do Sindicato, Daniel Sabino Vaz, um cartão de agradecimento por todo o apoio recebido ao longo do ano passado. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)

No dia 22 de janeiro, o Sindicato Rural de Caiapônia realizou o Mega Leilão de Corte. O evento foi as 15 horas, no Tatersal do Parque de Exposição do município.

O Sindicato Rural de Itapaci realizou no dia 21 de janeiro uma solenidade de posse dos membros titulares e suplentes dos cargos de direção e representação da nova gestão administrativa do Sindicato constituída pela diretoria, conselho fiscal e delegados representantes junto à Faeg eleitos para o triênio 2012/2014. A eleição foi no dia 25 de novembro de 2011. Silvestre Rodrigues de Oliveira, foi reeleito juntamente com o vice João Batista dos Santos, o secretario Waldimar Manoel Carrijo e o tesoureiro Ezilton Pereira de Melo. O evento foi realizado no salão do Sindicato Rural de Porangatu. (Colaborou: Danila Luíza da Rocha)

Estudo sobre municípios

canavieiros Sindicato lança curso

Confraternização

PORANGATU

Cerca de 80 pessoas compareceram a uma reunião no Sindicato Rural de Porangatu para a exposição do Relatório de Atividades da Gestão da entidade. O evento foi realizado no dia 07 de dezembro de 2011. Na ocasião foi feita uma apresentação com ênfase nas ações e programas alcançados junto aos demais sindicatos.

Prestação de contas

Leilão

Nova diretoria

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AÇÃO SINDICAL

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AGRINHO

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Educação premiada

O Sistema Faeg/Senar premiou em dezembro estudantes e professores da rede pública do

Estado que venceram a edição 2011 do Concurso Agrinho. Foram distribuídos mais de R$ 82 mil em prêmios para 122 pessoas. Uma cerimônia, em Goi-ânia, reuniu presidentes de Sindicatos Rurais, autoridades políticas, empre-sários e parceiros do Programa Agri-nho. A grande vencedora foi a profes-sora Maria do Disterro dos Santos, do Colégio Estadual Alfredo Nasser, em Britânia. Ela levou para casa um car-ro modelo Uno, zero quilômetro, com o projeto pedagógico “Anjos do Lago - Proteger o meio ambiente é respon-sabilidade de todos” sob a ótica do tema: “Alimentação Saudável e Meio Ambiente”.

Centenas de crianças, adolescentes, pais e professores de várias regiões do Estado estiveram em Goiânia em de-zembro para participar da cerimônia de premiação do Agrinho. A entrega dos prêmios foi o ponto alto de um tra-balho que começou no início do ano, com a capacitação dos professores das escolas da rede pública que aderiram ao Programa. Inseridos nesse contex-to, os alunos foram convidados a de-senvolverem os trabalhos que concor-reram ao Programa Agrinho deste ano.

A grande vencedora do Agrinho 2011, a professora Maria do Disterro, garante que irá dar continuidade ao trabalho de recuperação do lago da cidade neste ano. “Defender o meio ambiente e a sustentabilidade é re-conhecer que todos podem compre-

Concurso Agrinho entrega mais de R$ 82 mil em prêmios para alunos, professores e escolas da rede públicaRhudy Crysthian | [email protected]

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ender a necessidade de vivermos em harmonia com a natureza, buscando sempre a felicidade sem causar danos a ninguém”, argumenta. Ela conta que pretende doar parte do prêmio para a escola para finalizar a construção de uma sala de vídeo.

De acordo com a professora, o pro-jeto “Anjos do Lago” surgiu mediante observações e relatos de pescadores e da comunidade sobre a degradação do Lago dos Tigres e Tigrinho no municí-pio, ocorrida ao longo dos anos, por meio do desmatamento descontrolado e da pesca predatória. No projeto, ela conseguiu envolver alunos, o poder público e a comunidade em geral.

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, disse que está muito satisfeito com os resultados al-cançados com o Programa Agrinho, que hoje é o maior programa de res-ponsabilidade social do Sistema na área da educação. “Essa iniciativa nos permite uma interação entre os agen-tes envolvidos para alcançar um bem maior na defesa do meio ambiente e promoção de um estilo de alimentação saudável para as crianças”, comenta.

Ele conta que todos os esforços e trabalhos dos professores e alunos im-pressionaram pela qualidade dos pro-jetos inscritos. “É muito gratificante valorizar essas crianças e seus profes-sores. Eles são o presente e o futuro do nosso Estado”, comemora José Mário.

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Uma grande carreata com auto-ridades políticas, representantes do Sistema Faeg/Senar, professo-res, alunos e comunidade percor-reu as ruas de Britânia, em de-zembro, para festejar a entrega do carro para a professora. Ao final do evento, o presidente do Sindi-cato Rural de Britânia e Aruanã, Wagner Marchesi, distribuiu 250 cestas de alimentação para pesso-as carentes previamente cadastra-das pelo Sindicato.

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner anun-ciou que pretende ampliar em 2012 para 170 municípios participantes do Programa Agrinho. A meta do

Sistema Faeg/Senar é envolver 600 mil crianças em 2012, mais de 40% dos alunos das escolas da rede pú-blica de ensino em Goiás.

Durante a cerimônia de entrega do carro um grupo de alunos can-tou o Hino do Agrinho, uma letra criada pelo estudante do terceiro ano do Colégio Alfredo Nasser, Márcio Júnior. Os ganhadores do Concurso também receberam me-dalhas das mãos do presidente do Sistema, José Mário Schreiner. Autoridades parceiras do progra-ma receberam um troféu “Amigo Agrinho”. A prefeita de Britânia, Cleuza Luiz de Assunção e o dire-tor da Escola Alfredo Nasser, Clé-

sio Martins Silva foram alguns dos homenageados com o troféu.

Em Goiás, o Agrinho nasceu em 2008 como uma ação de respon-sabilidade social que visa levar informações sobre cidadania e meio ambiente, principalmente, às crianças do meio rural. O progra-ma tem o objetivo de atender pro-fessores e alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental das redes públicas municipal e estadual de ensino. A cerimônia de premia-ção do Concurso Agrinho, em sua quarta edição, entregou prêmios entre computadores, bicicletas, TVs 29 polegadas, aparelhos de DVD e uma moto.

Carreata para a entrega do carro em Britânia

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Praga causa prejuízos que variam de 40% a 60% na produção do leite.

Gado de corte chega a perder 20% do peso Leydiane Alves | [email protected]

Surtos da mosca do estábulo já chegam

à Goiás

Os produtores rurais devem es-tar atentos ao aparecimento das Stomoxys calcitrans, po-

pularmente conhecidas como mos-cas dos estábulos. No Estado foram confirmados surtos em 2010 e 2011. O mais recente aconteceu em outubro do ano passado, no município de Ca-beceiras, Entorno do Distrito Federal. Há indícios de outros surtos ocorri-dos em Gouvelândia, Piracanjuba e Morrinhos, região Sul. A engenheira Agrônoma, Fernanda Mara Cunha Freitas, da Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, explica que o aparecimen-to das moscas, geralmente, acontece após as primeiras chuvas.

Ela relata que durante o período da seca, nas propriedades rurais que possuem bovinos, principalmente de leite, existe o costume de dar rações aos animais, devido à estacionalida-de na produção dos pastos. Os restos de silagem, cana-de-açúcar ou qual-quer outro volumoso que sobra no cocho, são jogados fora, misturando ao esterco dos animais. “Com as chu-

vas e a temperatura adequada, este material começa a fermentar, atrain-do insetos para efetuar a postura”, explica. Ela comenta também que o surgimento das moscas também está ligado às usinas sucroalcooleira.

Segundo Fernanda, a mosca adulta executa sua postura em resíduo vege-tal associado ao esterco de animais e em fermentação ou decomposição, porém, a sobrevivência na fase jovem somente ocorrerá se a temperatura e a umidade forem adequadas. “O in-seto tem um ciclo rápido de reprodu-ção. São duas ou três semanas para se reproduzir, podendo gerar de 500 a 1000 ovos durante toda a vida.”

Os insetos preferem equinos e bo-vinos, mas podem atacar animais do-mésticos e até o homem. “A mosca adulta, além de sugar o sangue dos animais, é capaz de transmitir doen-ças”, fala Fernanda.

De acordo com a engenheira, a pi-cada do inseto é dolorida e pode fa-zer com que os animais se acumulem. “No caso de bovinos, a concentração pode gerar estresse calórico, que

PERIGO DE SURTOS

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pode causar danos aos animais que chegam a perder de 15% a 20% no peso”. Na produção de leite esse pre-juízo varia entre 40% a 60%. Além da transmissão de doenças, os insetos são capazes também de transmitir alguns patógenos.

CombateO combate dos insetos é pouco

eficiente porque, segundo Fernanda, eles sugam os animais por três mi-nutos e depois vão para o descanso. A engenheira alerta que a utilização de brincos repelentes e aplicações de inseticidas indiscriminadas, poderão causar danos muito piores. “Existe a possibilidade de contaminação do

leite e carne, além de causar resis-tência aos princípios ativos dos pro-dutos e, principalmente, intoxicar o animal”, diz.

Ela acrescenta que por ser uma praga primária nova e de surtos es-porádicos, a pesquisa realizada pela Embrapa ainda é recente. “Porém, es-tudos estão sendo feitos para chegar-mos a um controle deste inseto”, diz.

CabeceirasA fazenda do engenheiro agrôno-

mo, Fernando de Oliveira Maciel, de 3,2 mil hectares, foi uma das atingi-das com o surto que aconteceu em Cabeceiras (GO). De acordo com ele, o caso causou prejuízos à criação.

“Bovinos e equinos foram atacados, o que prejudicou a produtividade dos animais”, conta.

Ele conta que essa não foi a pri-meira vez que aconteceu o surto, que atingiu todas as fazendas da região. “Não sabemos ao certo onde come-çou, mas tivemos que optar por cada fazendeiro se responsabilizar por sua propriedade, para tentar controlar a situação”, explica.

O engenheiro lembra que simples ações são capazes de prevenir o apa-recimento das moscas. “É funda-mental a limpeza dos locais onde as larvas se desenvolvem. Bem como os locais onde acumulam matéria orgâ-nica e outros” diz.

A mosca do estábulo pode causar prejuízos de até 60% no rebanho leiteiro

• Manter a higiene das instalações;• Remover e dar destino adequado aos resíduos

alimentares de animais;• Revolver o material de compostagem duas vezes

por semana; • Drenar a água da chuva; • Realizar o controle químico, quando necessário;• Realizar a incorporação da palha de cana ao solo

após a primeira aplicação de vinhaça; • Procurar a assistência técnica.

Alternativas de Controle

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Leite

Fonte: Embrapa

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Vendas antecipadas da produção de grãos crescem em todo o País. Para o produtor, negociação ajuda a fi nanciar

a safra e reduzir riscos com oscilações de preço Carla Guimarães | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Dada a largada para a comercialização da

lavoura

Aumentou o porcentual da safra brasileira de soja comercializada antecipada-

mente. De acordo com levantamen-to da consultoria Safras & Mercado, em dezembro já havia sido negociada 33% da produção, estimada de 75,3 milhões de toneladas. O índice supe-ra a média de 29% registrada para a transação nos últimos cinco anos. Preços remuneradores no momento de se fechar o contrato e projeções de incerteza para o período de colheita são apontados por consultores como fatores que influenciaram o maior número de vendas futuras. A práti-

ca também é utilizada por produto-res de outras culturas, como as de milho e algodão. Para o produtor de feijão, que ainda tem a venda restrita ao mercado físico, a expectativa de preço é superar o mínimo estipulado pelo governo federal, R$ 72.

No fim de novembro, o analista e diretor de produto da Safras & Mer-cado, economista Flávio Roberto de França Júnior, avaliava que o mo-mento “era meio tumultuado”. Com o mercado financeiro na Europa em crise, a menor demanda pela soja norte-americana e a safra de soja sul--americana andando bem, o mercado

da commodity sofria quedas. “Acre-dito que esse mercado pode estar melhor que o atual na colheita, mas dificilmente tão bom quanto no fim de setembro”. Em novembro a cota-ção do grão em Chicago se aproxi-mou de US$ 11 dólares o bushel, ante US$ 14,5 dólares o bushel no período de pico. A princípio ele diz não ter dú-vida de que foi um bom negócio para o produtor a venda antecipada, mas destaca ter ainda muito o que aconte-cer, como alguma questão climática.

O analista acredita que a comercia-lização da safra 2011/12 de soja será feita com preços médios interessan-

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COMERCIALIZACÃO

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tes. “Ainda não dá para saber se vai ficar acima do que foi pago em 2011, mas acredito que os produtores terão resultados positivos”. O especialista recomenda que o produtor fique na defensiva e espere. Segundo França Júnior, até certo ponto, o mercado internacional de milho, soja e tri-go estão mais ou menos no mesmo embalo, considerando os fatores de

mercado financeiro e demanda. Em relação à soja, o analista aponta que os produtores brasileiros têm uma tendência de guardar a commodity em função de sua liquidez.

Ele sugere ao produtor que acom-panhe o mercado diariamente e es-tabeleça um preço pelo qual, a par-tir dele, a venda seria remuneradora. Ao atingir esse valor determinado, o

produtor poderia começar a negociar a safra e aproveitar os picos. França Júnior acrescenta não ser indicado se vender tudo de uma só vez. Segundo o analista, diluir as vendas é uma es-tratégia recomendada para diminuir os riscos de oscilações. Para a co-mercialização antecipada ele diz não haver nenhuma obrigatoriedade de quantidade a ser feita.

O economista e sócio da Agrose-curity, uma empresa de consulto-ria, Felipe Prince, aponta que esse perfil de transação é predominan-temente maior no Centro-Oeste porque na região, grande parte dos produtores não consegue financiar a safra inteira com os recursos do crédito rural.

Em Goiás, considerando os municí-pios do sudoeste, Rio Verde, Jataí e Mineiros, um levantamento da Agro-security estima que 40% da safra de soja tenha sido comercializada até dezembro e, desse montante, 16% foi por troca e o restante, contrato futuro. Nos três municípios, a ope-ração de troca foi maior entre abril e junho. Na safra anterior, no mesmo período, a comercialização antecipa-da de soja havia sido de 28%.

O economista destaca que do f im de setembro até f im de no-vembro, todas as culturas regis-t ravam queda do preço de venda. O indicado pelo economista era que até 15 de dezembro o produ-tor t ivesse com até 40% da safra comercializada para não depender apenas da colheita. Ele avalia que o produtor que fez a t roca e os contratos futuros até o f im de no-vembro, muito possivelmente, co-mercializou melhor do que aquele que entrou no mês de dezembro com a maior parte da produção sem vender.

Auxílio O assessor técnico da Federa-

ção da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para cereais, f ibras e

oleaginosas, Leonardo Machado avalia que o ano é de cautela. “É notório que as questões polít icas e socioeconômicas têm afetado os preços das commodit ies.” Além disso, há o fator climático, que até novembro ainda não havia in-ter ferido nas previsões da safra e nem na expectat iva de plantio da safrinha.

Para oferecer melhor subsídio ao produtor na tomada das decisões quanto à venda de sua safra, Macha-do informa que a Faeg, realiza anu-almente uma rodada de seminários de comercialização nas principais cidades produtoras do Estado, pre-visto para ocorrer ent re as últ imas semanas de janeiro e início de feve-reiro, num per íodo anterior a fase de colheita.

Aumenta vendas antecipadas

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Produtor em Cristalina, Mauro Donisete Silvério Rodrigues Júnior, plantou 130 hectares de feijão se-queiro nessa safra, quantidade que aproximadamente costuma desti-nar a cultura. Em média a lavoura apresenta produtividade entre 40 a 50 sacas. O plantio do grão é divi-dido em duas etapas para facilitar a colheita. “Se tiver chovendo não corre o risco de perder tudo”, expli-ca. A primeira etapa começou em 11 de outubro e a segunda, em 25 de outubro.

Rodrigues Júnior explica que a comercialização do feijão ocorre só após a colheita e quase 100% dela é por meio de corretoras. “Ninguém faz contrato futuro porque não tem mecanismo nenhum. Para o feijão, só tem mercado físico”, pondera. O produtor aponta como uma ex-pectativa realista para a época da colheita valores entre R$ 80 e R$ 100 pela saca do feijão tipo cario-ca. A classificação do grão, diz ele,

depende de como será de chuva, geralmente consegue nota entre 8 e 8,5.

Em 2010, Rodrigues Júnior plan-tou feijão irrigado e obteve R$ 65 no mercado, valor que o fez de-sanimar de plantar a safra de se-queiro. Em 2011 retomou a lavou-ra motivado por preços um pouco maiores e pelo fato da cultura ser de ciclo curto, o que lhe permitirá usar a área para cultivar sorgo na safrinha.

O agricultor informa que no mês de novembro choveu apenas 40 mi-límetros na região da lavoura, o que já havia prejudicado principalmen-te as plantações de milho e feijão. “Não sei o quanto porque nunca tivemos uma experiência dessas, foi a pior época chuva nos dez anos que planto em Cristalina”. De de-zembro em diante a expectativa era de que a situação climática se nor-malizasse, fato que nao aconteceu.

Feijão: mercado físico predomina

O produtor de Cristalina, Mauro Rodrigues, conta que a comercialização do feijão é feita após a colheita do produto

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Produtor de soja no município de Goiatuba, Thyago Henrique Neves da Silva, recorre à venda antecipa-da há dez anos. Da safra atual, 75% foi comercializada antecipadamen-te para tradings. Os contratos co-meçaram a ser firmados no fim de junho e no período, conseguiu em média R$ 43 por saca, valor que em novembro não eram sinalizados para a época da colheita.

Ano passado, no fim de novem-bro, estava com cerca de 40% de sua safra vendida. O incremento neste ano é motivado pelos melho-res preços do mercado. “Se o valor estiver bom, garante uma margem de lucro. O mercado futuro é uma

segurança a mais”. Silva afirma nunca ter quebrado um contra-to, mesmo entregando com preço abaixo do valor praticado na época da colheita. “Nada melhor do que um ano após o outro. A grande vantagem dessa parceria é manter uma certa confiança.”

Ao todo ele destina 700 hectares para o plantio da oleaginosa, que começará a ser colhida na segunda quinzena de fevereiro, com previsão de término na primeira quinzena de abril. A soja não comercializada antecipadamente é armazenada ge-ralmente de quatro a cinco meses a espera de uma sinalização de preços melhores.

Soja: campeã em comercialização antecipada

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oThyago Henrique, produtor de soja, já comercializou 75% de sua safra

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Com lavoura de algodão em Mon-tividiu e Doverlândia, o engenheiro agrônomo Charles Peeters divide a plantação da cultura em safra e se-gunda safra. A primeira começa em dezembro e a segunda, em janeiro. A colheita inicia em junho e ter-mina em agosto. Habituado a tra-balhar com a venda antecipada do produto, para a safra 2011/12 travou até novembro em torno de 70% da produção esperada com contratos futuros, a maioria deles, 80%, com tradings, sendo a maior parte des-tinada à exportação e a outra, para o mercado interno. O restante dos contratos antecipados foi fechado com indústrias nacionais.

O produtor aponta que o mer-cado de algodão é muito exigente e o externo, ainda mais. “Tem que cumprir a risca todas as caracterís-ticas do contrato”, explica. As es-pecificações referentes à qualidade de fibra são exigidas pelo mercado com base nos resultados obtidos no campo sob condições ideais de pro-dução. “Em relação à qualidade vi-sual de fibra temos conseguido de

igual a melhor que o desejado pelo mercado nos últimos quatro anos. Às vezes, o que tem complicado é a análise HVI”. Essa avaliação é feita em laboratório e observa diversas características intrínsecas da fibra, dentre elas, micronaire (finura e maturidade), resistência e compri-mento. Peeters explica que a falta de chuva ou o frio em determinada época da lavoura pode implicar em alterações desses indicadores.

O cotonicultor informa que na sa-fra passada comercializaram entre 80% a 90% da produção de forma antecipada. Até novembro do ano passado cumpriam os contratos para entrega do produto. Segundo ele, por ter fechado os contratos para a safra 2010/11 ainda no final de 2009 e primeiro semestre de 2010, perderam os grandes picos de preço do algodão. Para a safra 2011/12 ele tomou precauções. Tra-vou um pouco dos contratos, 20%, ano passado, quando os preços ainda não estavam tão altos, mas o restante dos contratos futuros, cerca de 50%, foi firmado a partir

de fevereiro. “Temos contratos para 2012 que estão pagando até 15% mais do que o preço atual (novem-bro)”. Mas ele diz que também há contratos com preços ruins. “Mas, para a safra 2011/12, a média nossa de preço de comercialização está melhor do que a safra passada, considerando os contratos.”

Algodão: ciclo dividido

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A grande maioria dos contratos travados pelo produtor de algodão Charles Peeters foram para tradings

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O economista, Felipe Prince aponta que, para o milho, produ-to predominantemente voltado para o mercado interno, há menos agentes para fixar preços, mas diz perceber aumento no sistema de troca. Felipe informa que até 20 de novembro 6% da safra verão e 11% da safrinha da cultura ha-via sido comercializada de forma antecipada nos municípios de Rio Verde, Jataí e Mineiros.

O assessor técnico da Federa-ção da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para cereais, fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, informa que no Estado a venda antecipada do milho safra e sa-frinha chegou a 10% da produção esperada. “Isso é uma tendência que está acontecendo agora de-vido ao mercado aquecido.” Ele pontua que a China, de grande produtor passou a exportador e os Estados Unidos, usando o grão para produzir etanol, abriu mais espaço para o milho brasileiro.

Para a safrinha a expectativa da Faeg é que o aumento de área cultivada com milho no Estado possa chegar a 2% devido ao grande crescimento experimen-tado na primeira safra. De acor-do com o segundo levantamento de intenção de plantio da safra 2011/12 da Companhia Nacio-nal de Abastecimento (Conab), na primeira safra da cultura,o incremento será de 35%, com a ocupação de 5.327 mil hectares ante 394,6 mil hectares na safra 2010/11.

Renato Zoboli e o irmão, Arno Zoboli, mantiveram nesta safra a área destinada ao plantio do milho sequeiro, 500 hectares, sendo 200 deles em uma proprie-dade em Cristalina e o restante,

em Ipameri. O plantio iniciou em 15 de outubro e a colheita está prevista para fim de fevereiro e início de março. A expectativa de Renato é alcançar uma produtivi-dade entre 180 sacas a 190 sacas por hectare, ante 160 sacas na sa-fra 2010/11, em função do maior investimento em adubação.

Renato diz ter sempre o costu-me de fazer a venda antecipada do milho, quando o mercado dá oportunidade, o que, segundo ele, vem ocorrendo nos últimos anos. Da safra que está perto de ser colhida, cerca de 20% havia

sido comercializada até novem-bro. Os contratos com tradings foram fechados em junho a R$ 20 a saca. Na safra anterior, 50% foi vendido antecipadamente. “Esta-va aguardando melhores preços, mas isso não aconteceu”, explica sobre a redução. O produtor, no entanto, não descarta novas ne-gociações antes da colheita.

Na avaliação do agricultor, o preço de comercialização des-ta safra deve ser semelhante ao da última, que segundo ele, teve bons valores. Ele conseguiu em média R$ 23 por saca.

Milho: poucas ferramentas para segurar preços

O produtor de milho de Cristalina, Renato Zoboli, sempre faz a venda antecipada do produto

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Novas regras mudam a forma de criar frango caipira para comercialização.

Criadores reclamam de excessos Leydiane Alves | [email protected]

Novidade na granja

Com o objetivo de estabelecer regras mínimas de biossegu-rança dos criatórios de aves de

reprodução e comerciais, passou a vi-gorar em janeiro a Instrução Norma-tiva que prevê a adequação de avicul-tores que comercializam os animais. Segundo a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), os esta-belecimentos de criação comercial de aves ornamentais, silvestres, de pos-tura e de corte, tiveram um prazo, até o dia 30 de dezembro de 2011, para se registrar. Apenas os estabeleci-mentos registrados poderão solicitar a Guia de Trânsito Animal (GTA).

O fiscal da Superintendência Fede-

ral de Agricultura em Goiás, Cléver-son Santos Acypreste, explica que outra Instrução Normativa, criada pelo Ministério da Agricultura, es-tabeleceu o tempo determinado de adequação de dois anos para que os estabelecimentos se enquadrassem. “Quando venceu este prazo em de-zembro de 2009, foi publicada uma prorrogação por mais três anos. Des-ta forma, os estabelecimentos de-vem estar ajustados até dezembro de 2012”, conta.

Segundo o fiscal, o que passou a ser implementado a partir de 2006 foi o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e o Controle e Pre-

venção da Doença de Newcastle. Clé-verson explica que as legislações de registro, além de solicitar a documen-tação para comprovar a existência le-gal dos estabelecimentos comerciais, têm como objetivo estabelecer as re-gras de biossegurança.

Entre as medidas adicionais de pro-teção, podem ser criadas regras para a avicultura de subsistência. Porém, o fiscal destaca que não existem, até o momento, regras na Legislação Fe-deral que normatize os criatórios de aves caipiras com essa finalidade. “O que não significa que os estados que tenham uma avicultura comercial importante para as suas economias e

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GALINHA CAIPIRA

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com a preocupação de entrada de do-enças em seus planteis, não possam criar legislação para protegê-las.”

Alguns dos critérios adotados seriam as criações mantidas fecha-das com telas para não ter contato com aves silvestres e a obrigato-riedade de vacinação para a doen-ça de Newcastle. Para o f iscal, os produtores não comerciais podem e devem adotar tecnologias para melhorar a produção, sejam elas nutricionais ou sanitárias. “Aos Serviços de Saúde Animal nos Es-tados compete gerenciar o risco da presença destas aves, próximo aos criatórios comerciais, cadastrando e promovendo campanhas de vaci-nação dos criatórios de subsistên-cia”, diz.

Cléverson explica que os órgãos estaduais de Defesa nos Estados têm legislações específ icas que prevêem multas quando os produ-tores não atenderem as normativas

sanitárias e existe ainda a restri-ção ao trânsito das aves. “O não cumprimento da legislação pode acarretar na proibição de trânsito das aves nas granjas, impedindo assim o alojamento dos pintinhos ou o envio de aves aos abatedou-ros.”

As regras sobre a biossegurança das granjas são antigas. O f iscal conta que a legislação brasileira anterior é de 1998, mas foi refor-mulada e readequada a partir do aparecimento dos casos de In-fluenza aviária de alta patogeni-cidade (H5N1) que tem afetado seriamente a Ásia desde 2003, acarretando prejuízos à economia dos países afetados e com risco para a saúde pública. “Em 2006 foi criado o Plano Nacional de Preven-ção da Influenza Aviária e da Do-ença de Newcastle e em 2007 foi reformulada a legislação de regis-tro e f iscalização”, explica.

A preocupação da defesa sanitá-ria animal está focada na prevenção ao aparecimento e à disseminação de doenças nos planteis avícolas e o risco que estas doenças re-presentam para a saúde pública e para a economia do País. “A legis-lação está em constante revisão e se forem apresentadas propostas de criação destas aves caipiras de forma comercial com um risco mí-nimo de introdução de doenças, a legislação poderá ser reavaliada para contemplar estes criatórios”, ressalta Cléverson.

Segundo ele, cabe aos produto-res, centros de pesquisa e extensão e as universidades encararem estas restrições como uma oportunida-de para o desenvolvimento tecno-lógico que permitam a criação de aves com acesso ao pasto sem o risco de contato, principalmente com outras aves domésticas e aves silvestres.

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As exigências têm levantado discussão entre os criadores de aves caipiras que contestam por não conseguirem se adequar à normativa.

O presidente da Associação dos Criadores de Aves Caipiras do Estado de Goiás (Acriaves), Antonio Carlos de Andrade, avalia que a normativa des-caracteriza as aves caipiras. “Como, por exemplo, a cobran-ça de que os frangos devem ser criados dentro de um galpão. Se for criado nesse espaço não é caipira”. Outra questão, segun-do ele, é distância da matriz com os frangos. “A maioria desses produtores é de propriedades pequenas, que não conseguirão cumprir com a distância ideal.”

Ele explica que os membros da Associação têm se unido para buscarem soluções para o produtor de frango caipira. “Fi-zemos reuniões com a Agrode-fesa e o Ministério da Agricul-tura, onde foram discutidas as mudanças que deveremos fazer para estarmos aptos à comercia-lização do animal”, disse.

Andrade conta que está sen-do elaborado um documento que será enviado à Agrodefesa com alternativas para o produ-tor. “Não fugimos das exigências sanitárias, mas tudo deve estar dentro das nossas condições.” Ele acrescenta ainda que a Asso-ciação sugere que fosse desquali-ficado o produtor de frango cai-pira como granjeiro. “Devemos ser considerado apenas como produtor, já que essa produção já está presente em diversos esta-dos do Brasil.”

O presidente salienta que a questão será resolvida o mais rá-

pido possível. “Estamos unidos, mas não sabemos por onde co-meçar. Se tiver interesse do Go-verno, vamos conseguir chegar a uma solução ainda nesse semes-tre.” Andrade Para o médico vete-rinário, Christian Grandsire, que é produtor de frango caipira há 24 anos, em Guapó, a Instrução Normativa, que estabelece proce-dimentos sanitários para fiscali-zação e controle de aves criadas com a finalidade de subsistên-cia, não atentou ao fato que estas aves, não têm como única fina-lidade a subsistência do peque-no produtor rural, sendo muitas vezes a principal fonte de renda de sua propriedade. “O produto é comercializado vivo ou abati-do e consumido, principalmente,

como prato especial e tradicio-nal”, lembra.

Quanto aos cuidados sanitários, Christian defende que vacinações contra doenças do momento de-vem ser monitorados e fiscaliza-dos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e exigidos tanto do produtor indus-trial quanto do produtor de caipi-ras. Ele destaca também que não vê o motivo de dificultar a produção do caipira que pode ajudar muito a permanência confortável do pe-queno agricultor no campo. “A comercialização do frango caipira não afeta absolutamente a venda do frango industrial; são dois pro-dutos muito diferentes e de volu-mes de produção incomparáveis”, avalia.

Produtores de frango caipira ameaçados

Produtor Christian Grandsire de Guapó defende uma melhor discussão das mudanças nas normas para comercialização de frango caipira

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Estado ganha visibilidade e se torna palco de congressos agropecuários

internacionaisHelenira Araújo | [email protected]

Especial para Revista Campo

Goiás é destino de grandes eventos em

agronegócio

Goiás é destaque no agronegócio e tem a maior parte de sua economia voltada para essa área. Em 2011 o Va-lor Bruto da Produção (VBP) goiana alcançou mais de 24 bilhões, 26% a mais que o ano anterior, sendo o VBP base para a formação do Produto In-terno Bruto (PIB). Isso significa que mesmo com a crise mundial causando retrações nas principais economias do mundo, o País consegue crescer tendo como filão o agronegócio, apesar de todas as adversidades. Goiás está en-

tre os estados que sustentam a econo-mia do Brasil com o agronegócio.

Goiás se desenvolve economica-mente no agrobusiness dando vazão aos olhares internacionais. Países de grande importância econômica no cenário mundial como a China e Alemanha já fazem negócios com o Brasil. Esse ano, a China assinou acordo de cooperação Goiás-China para a produção de seis milhões de toneladas de soja no Estado, nas re-giões norte e nordeste, por exemplo.

Dessa forma, Goiás se torna desta-que na realização de grandes eventos em agronegócio. Em 2011, foi realizado em Goiânia o 5° Congresso Brasileiro de Tomate Industrial, considerado um dos mais importantes do País, agregando segmentos da produção, pesquisa e co-mércio. A Bienal dos Negócios da Agri-cultura Brasil Central foi outros exemplo. Consequentemente, esses encontros trazem oportunidades de aprendizado e negócios, gerando expectativa econômi-ca ao Estado e ao próprio produtor.

EVENTOS

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LeitePara os próximos anos já estão agenda-

dos alguns eventos de grande porte para o setor: o Congresso Internacional de Leite e a 18° Feira Internacional da Cadeia Produ-tiva de Carne (Feicorte), são alguns exem-plos. Para 2013, o Congresso Internacional de Carne também já está marcado. Goiás é a quarta maior bacia leiteira do País, com produção de 3,1 bilhões de litros por ano. A atividade rende aos produtores R$ 1,34 bilhão em recursos.

A 11° edição do Congresso Internacional do Leite é realizada pela Embrapa Gado de Leite em parceria com o Sistema Faeg/Senar e outras instituições. Palestras e workshops com temas voltados para a sustentabilidade do leite, políticas públicas, cooperativismo e agricultura familiar irão ajudar o pequeno, médio e o grande produtor a desenvolver práticas que poderão aumentar seu negó-cio através do conhecimento adquirido. As palestras agem também como incentivo, mostrando as alternativas de renda do se-tor.

Antes da realização do Congresso a Faeg promove uma série de seminários regionais nas principais bacias leiteiras do Estado de Goiás (veja quadro) Eurípedes Bassamurfo, Coordenador Geral do evento e 1° vice-pre-sidente administrativo da Faeg, diz que o principal objetivo é levar motivação ao pro-dutor. “O papel da Faeg e do Senar é levar motivação e mobilização ao produtor e ze-lar pelo potencial da agropecuária goiana,” comenta o coordenador.

No encontro será discutido ainda a parte comportamental do produtor rural, qua-lidade de vida, qualidade do produto e a gestão da propriedade. O evento espera re-ceber cerca de 2 mil produtores e a maioria deles é de pequenos proprietários, já que são eles os 70% responsáveis pela econo-mia leiteira que rende lucros ao Estado e ao País.

Eurípedes explica que é possível em uma pequena propriedade ser um grande produtor. “É possível sim que um peque-no proprietário seja um grande produtor, é preciso buscar o tripé para que a prática se consolide, que significa: busca pelo co-nhecimento, busca pelas habilidades e ter atitude”.

“É possível que um pequeno proprietário seja um grande produtor”, Eurípedes Bassamurfo, coordenador geral do 11° Congresso Internacional do Leite.

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A pecuária de corte em Goiás movimenta R$ 1,32 bilhão. Das 936 toneladas de carne bovina que se produz no Estado, grande parte vai para o mercado externo. A carne liderou a pauta de expor-tação nos três últimos meses e tem 35% de participação no mon-tante do ano passado. Devido ao desenvolvimento da atividade, hoje, Goiás tem reconhecimento internacional e se deslancha no setor, dando também mais opor-tunidade ao turismo de negócio como já é conhecida a capital do Estado.

A Feicorte é um evento original de São Paulo, mas em 2012 passa-rá pelos Estados do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Bahia. Em Goiás, a feira terá temas de interes-ses nacionais e regionais, como pa-lestras que discutirão o padrão da carne e pecuária de qualidade com custos mais baixos. A feira traz co-nhecimentos ao produtor, com isso o negócio se expande e o Estado ganha visibilidade.

Carne Dada a importância do agrone-

gócio goiano, em 2013, Goiânia será sede também do Congresso Inter-nacional da Carne, um encontro de repercussão mundial. O Sistema FAEG/SENAR organizador do even-to, estima receber cerca de 1,5 mil produtores e se empenham para re-alizar um evento de qualidade com informações que tragam benefícios ao público presente. O objetivo do evento é discutir pecuária sustentável com qualidade e a busca do padrão de exportação. As palestras serão minis-tradas por profissionais de vários pa-íses. Além disso, pretende-se mostrar

ao pecuarista goiano que há condições de produzir com qualidade dentro do padrão de exportação seguindo todos os trâmites legais.

José Manoel Caixeta, integrante da comissão de pecuária de corte e 2° vice-presidente da Faeg, diz que um evento como esse projeta uma representatividade para o Estado em âmbito mundial. “A vantagem desse encontro é mostrar ao mundo como

é nossa carne, nossa produção. Mostrar que temos qualidade para atender todo o mercado mundial”.

O congresso trará novidades ao pro-dutor e conhecimento que lhe dará a possibilidade de produzir mais gas-tando menos. “Qualquer novidade é interessante e traz benefícios ao ho-mem do campo, gastar menos e obter lucros é o que todos nos produtores queremos”, completa José Manoel.

Boiada lucrativa

“Queremos divulgar ao mundo a qualidade da nossa carne bovina. Mostrar que temos condições para atender todo o mercado internacional”, José Manoel Caixeta, presidente da comissão de pecuária de corte

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Fonte: Feicort

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CAMPO RESPONDE

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Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.

Eu gostaria de receber mais informações sobre o cultivo da Pimenta Jalapeña como o tipo de clima mais adequado. Sou do interior de São Paulo.Hamilton Trigo Rollo

A época ideal para o plantio da Pimenta Jalapeña é após o mês de fe-vereiro. O solo deve ser muito bem preparado, inclusive com aduba-ção verde. A técnica de plantio escolhida é o plantio direto. Portanto, é preciso que o produtor prepare o solo com antecedência para que na época da semeadura da pimenta, ela encontre um solo favorável ao seu desenvolvimento. Em clima adequado, sem muita umidade e frio, a produtividade pode chegar a 45 toneladas por hectare e são pelo menos cinco meses do plantio a colheita. Os tratos culturais para combate a pragas são normais como em outras olerícolas.

Gostaria de saber se comodatário pode adquirir o Cartão Produtor e quais são os documentos necessários para adquiri-lo.Antônio Jacinto Quirino

O Cartão Produtor é um benefício da Faeg concedido ao produtor que está adimplente com a contribuição sindical rural. O benefício pode ser estendi-do a arrendatário ou comodatário, desde que esteja em dia com sua contri-buição sindical e filiado ao Sindicato Rural de seu município. Em caso de não existir Sindicato Rural, procurar no município vizinho que tenha esta represen-tação. Em seguida, o pedido para confecção do Cartão poderá ser feito via Sindicato Rural à Faeg, na Gerência Sindical, apresentando a cópia do contrato de comodato ou arrendamento, juntamente com o número do CPF.

Sou presidente de um grupo de pro-dutores rurais orgânicos de Ibiúna e Cotia (SP). Gostaria de alguma orien-tação em como conseguir a outorga de água, uma vez que alguns agrônomos estão pedindo um valor muito alto para fazer o processo todo.Gisele Costa

O primeiro passo é saber se a outorga é de água superficial ou subterrânea. Posteriormente, é importante observar se o curso da água em questão é de domínio estadual ou federal. Se estiver presente em vários estados a outorga deverá ser solicitada a Agência Nacio-nal das Águas (ANA), caso esteja em apenas um estado a outorga deverá ser solicitada a Secretaria de meio ambien-te do estado em questão. Em caso de outorga federal, você pode encontrar os documentos necessários por meio do link: http://www2.ana.gov.br/Pa-ginas/servicos/outrogaefiscalizacao/agili-ze.aspx. No processo de outorga estadu-al, as regras variam muito de estado para o estado. É recomendável a contratação de consultoria especializada, já que é um processo demorado e muito técnico.

CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para a área de olericultura.

CONSULTOR: ANTELMO TEIXEIRA, gerente sindical da Faeg

CONSULTOR: LEONARDO MACHADO, assessor técnico da Faeg para a área de irrigação.

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DELÍCIAS DO CAMPO

Receita elaborada por Cristiano Ferreira, instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

Escondidinho de Suã

PURÊ DE MANDIOCA

1 kg de mandioca 2 colheres (sopa) de margarina1 cebola raladaSal à gostoLeite até o ponto desejado

PREPARO: Cozinhe a mandioca até ficar bem mole. Amasse com um garfo. Leve a massa a panela, sue a cebola na margarina, acres-cente o leite aos poucos até obter a consistência desejada. Se quiser, finalize o purê com uma lata de creme de leite ou um pote de re-queijão cremoso. É possível fazer purê de qualquer vegetal que dê massa (batata, abóbora cabutiá, cenoura, beterraba, etc.)

SUÃ

2 kg de SUÃ 1 cebola grande cortada cubos2 tomates sem pele e sem sementes cortados em cubos3 colheres de sopa de margarina5 dentes de alho amassados Suco de 2 limões Sal a gosto1 e ½ copo de óleo3 colheres de sopa de farinha de trigoÁgua 1 copo de queijo minas ralado

PREPARO: Tempere a suã com sal e suco de limão 20 minutos antes do preparo. Na panela de pressão forre o fundo com óleo e frite todos os pedaços até dourar. Retire o excesso de óleo da panela e refogue as 3 colheres de sopa de margarina com a cebola, os tomates e os dentes de alho amassados, coloque os pedaços da suã fritos, cubra com água e depois que der pressão, marque 20 minutos. Depois dos pedaços cozidos, retire a carne do osso e desfie a suã, refogue os pedaços desfiados com cinco colheres de sopa de óleo e a farinha de trigo e vá colocando o caldo do cozimento até virar um molho grosso.

MONTAGEM: Em uma vasilha que dê para ir ao forno colocar: 1 camada de purê de man-dioca; 1 camada de suã; 1 camada de purê de mandioca e para finalizar queijo minas ralado.

Leve ao forno para gratinar (derreter o queijo).

Cris ano Ferreira

Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

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CASO DE SUCESSO

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Propriedade opta por investir em capacitação de todos os seus colaboradores para motivar a equipe e reduzir custos com terceirizaçãoFrancila Calica | [email protected]

Capacitação em massa

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Economizar com os serviços terceirados era a meta do encarregado das fazendas Jamanta e Santa Genoveva, no município de Britânia, Daniel Oliveira Cavalcante (na foto sobre o cavalo), 27, quando começou a enviar aos treina-mentos e cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) - oferecidos pelo Sindicato Rural de Britânia e Aruanã - os funcionários das propriedades. A ideia era permitir que todos os funcionários tivessem ca-pacidade de realizar os serviços necessários ao dia a dia das propriedades sem que terceirizados tivessem de ser contratados.

A equipe passou a receber mais treinamentos e a se es-pecializar. O resultado foi imediato, tanto na redução dos custos quanto no rendimento do grupo. “A capacitação abre a mente da turma. A pessoa fica mais atenta a deta-lhes. Diminuímos o número de acidentes de trabalho e o pessoal ficou mais motivado”, conta Daniel empolgado. O encarregado também cumpriu seu objetivo. Os custos com serviços terceirizados caíram em média 40% ao ano.

As reformas no madeiramento ou ampliações dos cur-rais, por exemplo, passaram a ser feitas pelo carpinteiro Valdomiro Pereira Dourado, 48. Ele participou do trei-namento em operação e manutenção de motosserra e a propriedade teve dois ganhos, reduziu o custo com as re-formas e com a manutenção das motosserras danificadas pelo manuseio incorreto. O mesmo aconteceu no setor de máquinas onde o colaborador Narciso Soares, 38, foi destacado para participar do treinamento em operação e manutenção de tratores agrícolas

Capacitação para todos“Ao conhecer os detalhes da operação de uma máquina

e as necessidades de manutenção, o colaborador passa a ficar mais cuidadoso com o equipamento”, explica o encar-regado Daniel Oliveira. Os animais das propriedades tam-bém passaram a ser domados pelos próprios funcionários.

Ivan Rodrigues Martins, 26, e Hallan Cardoso, 18, acom-panharam o treinamento em doma racional e, hoje, são res-ponsáveis pela doma dos equinos e bovinos que chegam para integrar o plantel. São eles que também preparam os animais que representam as propriedades na tradicional ca-valgada organizada pelo Sindicato Rural no município.

Os benefícios da capacitação também foram estendidos à área de irrigação das propriedades. Daniel conta que os colaboradores que trabalham nas pastagens irrigadas, após treinamento, já conseguem dar manutenção nos pivôs e re-solver os problemas diários. É o caso de José Gilson Xavier, 38, que é responsável por uma das áreas de pastagem irri-gada que abriga 1/3 do rebanho bovino de corte na época da seca.

Os interessados em participar nos cursos e treinamentos do Senar na região de Britânia e Aruanã podem entrar em contato com o Sindi-caro Rural pelo número: (62) 3383-1244.

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CURSOS E TREINAMENTOS

EM DEZEMBRO, O SENAR PROMOVEU

209 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

18

Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

61

Na área de

silvicultura

10

Na área de

agroindústria

1

Na área de

aquicultura

6

Na área de

pecuária

82

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

31

Cristiano Ferreira da Silveira | [email protected]*

Melancia conquista

território

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53 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

29

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

0

Saúde e

Alimentação

6

Prevenção

de acidentes

0

Artesanato

18

PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

2877

O cultivo de melancia em Goiás tem se expan-dido de forma considerável para regiões que não tinham tradição nesta cultura, como

o município de São Miguel do Araguaia, Noroes-te goiano, que hoje já é um forte produtor. Com a incorporação de áreas dos projetos, novas regiões serão incorporadas ao processo. Hoje existe um contingente muito grande de pequenos produtores que aderem ao cultivo da melancia, em virtude do treinamento em olericolas de fruticultura/melancia promovido pelo Senar, em Goiás.

Mas é importante o produtor bom o produtor ficar atento às exigências fitossanitárias objeto de atenção por parte dos técnicos do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como o sistema de Mitigação de Risco para mosca das fru-tas. O interessado em participar do treinamento em fruticultura/melancia deve ter idade mínima de 18 anos. O treinamento tem duração de 14 horas com 16 vagas em cada turma.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

Hélio Antônio Silva Rodrigues | [email protected]

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CAMPO ABERTO

Por influência de uma economia globalizada e muito competitiva que coloca os produtores rurais em xeque, o produtor que não profissionalizar sua gestão poderá amargar prejuízos e, dessa forma, inviabilizar a continuidade de sua produção. O consumidor exige, de empresas processadoras de alimentos, produtos de melhor qualidade, fazendo com que cobrem dos produtores, um cultivo mais criterioso e sustentável, com a utilização de produtos específicos e biodegradáveis, por exemplo.

A grande concorrência força os produtores a reduzirem seus custos e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade. O principal gargalo é que, nós produtores, estamos andando devagar na profissionalização de nossas propriedades, deixando escapar pelo ralo dinheiro que poderia ajudar a introduzir novas tecnologia disponíveis no mercado. Existem ferramentas para identificar problemas que causam prejuízos diários dentro da propriedade.

Essas ferramentas são disponibilizadas nos cursos fornecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, por instituições

educacionais específicas para o agronegócio, espalhadas por todo País e inúmeros profissionais capacitados para orientar e ajudar na gestão das propriedades.

Temos que acreditar que essa profissionalização não é somente para os grandes produtores, que na verdade já estão bem adiantados, mas, principalmente, para os médios, pequenos e produtores familiares. Profissionalizar é também ter responsabilidade ambiental que, em muitos momentos, nos faz pensar em uma maneira cada vez mais sustentável de produção.

Os produtores terão que transformar suas propriedades em verdadeiras empresas, onde os funcionários acompanharão esta evolução e se tornarão fundamentais para o sucesso futuro dos empreendimentos rurais. Talvez não tenhamos muito tempo para implantarmos um sistema de gestão dentro de nossas empresas (fazendas), antes que os prejuízos decorrentes da má gestão, ou o desconhecimento dela, nos obrigue a deixarmos o negócio que sempre sonhamos: a produção de alimentos.

Muito se fala em mudanças em nosso País. E realmente elas têm acontecido, seja no

aumento da empregabilidade, da industrialização ou da produção de alimentos. Mas a grande mudança que irá impulsionar realmente o desenvolvimento do Brasil é a educação.

Esta mudança para o País, que reduziria a desigualdade social e prepararia crianças e adolescentes para serem cidadãos conscientes em um mundo globalizado e cada dia mais competitivo, passa primeiro pela valorização do professor. Valorização que mostre para a sociedade como um todo, que o professor é um agente transformador e que essa é uma profissão das mais nobres que temos.

Os investimentos na educação colocaria o aluno com mais interesse e com um aproveitamento muito maior do que vemos hoje. Muito está sendo feito, mas podemos fazer mais e em um tempo menor. Com o desenvolvimento da educação, podemos criar cidadãos mais preparados e capacitar melhores profissionais tanto para atuarem no campo quanto na zona urbana. A educação é um desafio para todos nos brasileiros. Vamos fazer nossa parte.

Profi ssionalização do campo, educação é o caminho para avançar

Tiago Mendonça

é engenheiro agrô-

nomo e presidente

do Sindicato Rural de

Morrinhos.

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Tiago Mendonça | [email protected]

38 | CAMPO Janeiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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