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FÁBIO SAMPAIO ROSAS INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de Zootecnia Marília, SP 2013

INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E … · A Jesus Cristo, autor e consumador da minha fé, ... pelo amor e educação investidos em minha pessoa durante toda minha vida. ... Fator

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FÁBIO SAMPAIO ROSAS

INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO

PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO

BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de

Zootecnia

Marília, SP

2013

FÁBIO SAMPAIO ROSAS

INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO

PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO

BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de

Zootecnia

Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação

em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Marília, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em Ciência da

Informação.

Área: "Informação, Tecnologia e Conhecimento".

Linha de pesquisa: Produção e Organização da Informação

Orientadora: Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio

Marília, SP

2013

Rosas, Fábio Sampaio. R789i Indicadores de impacto, visibilidade e colaboração

para a produção científica da Pós-graduação brasileira: um estudo nos programas de excelência na área de Zootecnia / Fábio Sampaio Rosas. – Marília, 2013.

148 f. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, 2013.

Bibliografia: f. 116-123 Orientador: Maria Cláudia Cabrini Grácio.

1. Indicadores. 2. Produção científica. 3. Pós-

Graduação em Zootecnia. 4. Análise de domínio. 5. Bibliometria. 6. Resdes de colaboração científica. I. Autor. II. Título.

CDD 020.1

FÁBIO SAMPAIO ROSAS

INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO

PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO

BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de

Zootecnia

Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da

Informação, da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho, Campus de Marília, como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Ciência da Informação, sob a orientação da Dra. Maria Cláudia

Cabrini Grácio.

Área de concentração: Informação, Tecnologia e Conhecimento. Linha de Pesquisa:

Produção e Organização da Informação.

Aprovado em: 16 de agosto de 2013.

Membros da Banca Examinadora:

Titular 1: Orientadora: Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio (UNESP/Marília-SP).

___________________________________________________________________.

Titular 2: Profa. Dra. Ely Francina Tannuri de Oliveira (UNESP/Marília-SP).

___________________________________________________________________.

Titular 3:Prof. Dr. João de Melo Maricato (Universidade Federal de Goiás – UFG).

___________________________________________________________________.

Suplente:Prof. Dr. José Augusto Chaves Guimarães(UNESP/Marília-SP).

___________________________________________________________________.

Suplente:Prof. Dr. Leandro Innocentini Lopes de Faria (UFSCar/ São Carlos)

___________________________________________________________________.

Marília, 16 de agosto de 2013

Dedicatória

A Jesus Cristo, autor e consumador da minha fé, que tornou possível aquilo

que parecia impossível.

À minha amada esposa, Priscila, e meus amados filhos, Filipe e Luana, que

compreenderam minha ausência durante a realização da pesquisa e me apoiaram

incondicionalmente.

Aos meus pais, Irineu e Marlene, pelo amor e educação investidos em minha pessoa

durante toda minha vida. Os frutos estão sendo colhidos.

Ao meu sogro, Odail, e minha sogra, Nicinha, pelo apoio, investimento e incentivos

constantes em todos os momentos.

AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, criador de todas as coisas, que me deu forças em meio

às lutas e dificuldades, sempre me confortando por meio do Espírito Santo e me

capacitando dia após dia. À minha família, pelo amor, carinho, dedicação e paciência

expressos durante todo o processo desta pesquisa.

À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio, pela dedicação,

paciência e cordialidade, pelo comprometimento e conhecimento que me transmitiu, sem

medir esforços, sempre pronta e receptiva na orientação e condução deste estudo. Obrigado

pelo seu profissionalismo e, principalmente, pela sua amizade.

Às importantes contribuições dos pesquisadores Profa. Dra. Ely Francina Tannuri de

Oliveira, Prof. Dr. João de Melo Maricato (UFG), Prof. Dr. José Augusto Chaves Guimarães,

Prof. Dr. Joseph Tennis (University of Washington - EUA), Prof. Dr. Elias Sanz Casado

(Universidade Carlos III de Madrid - Espanha) e Prof. Dr. Adolfo Alonso Arroyo (Universidad

de Valencia – Espanha).

Aos professores e pesquisadores que me incentivaram pessoal, profissional e

academicamente: Profa. Dra. Marta Lígia Pomim Valentim, Prof. Dr. Oswaldo Francisco de

Almeida Júnior, Profa. Dra. Mariângela Spotti Lopes Fujita eProf. Dr. Walter Moreira.

Aos servidores da biblioteca, Fábio Gandolfi e Eridiane Mazano, e das demais áreas,

e aos docentes do Campus Experimental de Dracena (UNESP), em especial os professores

Dr. Mário Arrigoni e Dr. Paulo Alexandre M. de Figueiredo, pelo apoio. Ao pessoal da CGB,

em especial a Flávia Maria Bastos (Coordenadora) e a Dilnei Fátima Fogolin (minha grande

incentivadora).

A todos os membros do Grupo de Pesquisa “Estudos Métricos em Informação”,

coordenado pela Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio e pela Profa. Dra. Ely Francina

Tannuri de Oliveira, com quem encontrei companheirismo, adquiri conhecimento, formei

amigos. Juntos, pudemos participar de eventos, estudos e contribuições para o crescimento

da pesquisa em Estudos Métricos em Ciência da Informação.

À professora Élide pela revisão de português. Aos amigos que encontrei e cultivei na

pós-graduação: vocês são especiais! Aos meus irmãos em Cristo que me apoiaram com

suas orações. Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização

desta pesquisa, o meu muito obrigado!

Há tempo para todas as coisas...

"Tudo tem o seu tempo determinado, e tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;

Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz."

Eclesiastes 03:01-08 (Bíblia)

O importante é viver sabendo que para tudo na vida há um tempo e um propósito.

ROSAS, F. S. Indicadores de impacto, visibilidade e colaboração para a

produção científica da pós-graduação brasileira: um estudo nos programas de

excelência na área de Zootecnia. 2013. 148f. Dissertação (Mestrado em Ciência da

Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista,

Marília, 2013.

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é analisar os indicadores de citação e colaboração

aplicados à produção científica dos programas da área de Zootecnia, com conceito

de excelência internacional, no triênio 2007-2009, contribuindo para o

aprimoramento da avaliação da pós-graduação brasileira. Mais especificamente,

objetiva-se identificar o impacto e a visibilidade da produção científica destes

programas, por meio da análise das citações recebidas pelos artigos publicados em

periódicos Qualis A1 e A2, e investigar a contribuição de dois indicadores de citação

para a análise do impacto científico dos programas de pós-graduação: Fator de

Impacto e Índice h. Ainda, objetiva-se descrever e analisar a rede de colaboração

científica, tanto em âmbito nacional como internacional, por meio de análise de

coautoria, identificando as instituições e países que cooperaram com a produção do

conhecimento novo nestes programas, no período em estudo. A produção científica

foi coletada nos Cadernos de Indicadores da CAPES; as citações, extraídas da base

SCOPUS; e as coautorias, coletadas nas primeiras páginas dos artigos. Para

construção das redes de colaboração científica, foi utilizado o software Pajek 2.00.

Aplicou-se a correlação de Pearson entre os indicadores estudados. Como

resultado,considerou-se que o Índice h e o Fator de Impacto (FI) são indicadores

importantes na avaliação qualitativa de programas de pós-graduação brasileiros,

pois descrevem diferentes atributos da produção científica dos programas

analisados.Verificou-se que os programas se relacionam com as principais

instituições e países que produzem o conhecimento novo na área de Zootecnia. A

aplicação da correlação de Pearson entre os indicadores revelou que o FI do

periódico (sua visibilidade) pode influenciar no número de citações

(consequentemente no impacto). Observou-se, também, uma correlação positiva,

embora fraca,entre o número de citações recebidas e o número de países coautores

do artigo. Ainda, apontou-se a importância dos convênios com instituições nacionais

e internacionais, que propiciam se estabelecer cooperação científica e artigos em

coautoria, podendo assim contribuir para o impacto das pesquisas na pós-graduação

brasileira.

Palavras-chave: Produção científica; Pós-Graduação; Indicadores de citação; Fator

de Impacto; Índice h; Colaboração; Redes de Colaboração.

ABSTRACT

The aim of research is to analyze the citation and collaboration indicators applied to

the scientific production of Graduate Programs in the area of Animal Science with the

concept of international excellence in the 2007-2009 triennium, contributing to

improving the assessment of Brazilian graduate courses. More specifically, the

objective is to identify the impact and visibility of scientific production of these

programs, through the analysis of citations received by articles published in journals

with Qualis A1 and A2, and investigate the contribution of two citation indicators for

analyzing the scientific impact of graduate programs: h-index and Impact Factor (IF).

Still, the objective is to describe and analyze the scientific collaboration network, both

nationally and internationally these programs through co-authorship analysis,

identifying the institutions and countries that cooperated with the production of new

knowledge in these programs during the study period. The scientific production were

collected in books of indicators provided by CAPES, the quotations from the base

SCOPUS, and co-authorship collected in the first pages of articles. For construction

of scientific collaboration networks, was used the software Pajek 2.00. Applied the

Pearson correlation between the indicators studied. As a result, it was found that the

index h and the Impact Factor (IF) are important indicators in the qualitative

evaluation of Brazilian graduate programs, because they describe different attributes

of scientific programs analyzed. It was also observed that the programs relate with

main institutions and countries that produce new knowledge in the field of Animal

Science. The application of the Pearson correlation between the indicators revealed

that the Impact Factor of the journal (visibility) can influence the number of citations

(therefore in the impact). It was observed also a positive correlation, although weak,

between the number of citations and the number of countries co-authors of the

article. Also it was pointed out the importance of partnerships with national and

international institutions that enable to establish scientific cooperation and co-

authored in articles and may thus contribute to the impact of research on Brazilian

graduate.

Keywords: Scientific production; Graduate Programs; Citation Indicators; Impact

Factor, h-index; Interlocution; Collaboration Network.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Diagrama da inter-relação entre as quatro metodologias:

Bibliometria (A), Cientometria (B), Informetria (C) e Webometria (D).

(VANTI, 2002 apud NORONHA e MARICATO, 2008, com adaptações) 48

Figura 2. Relações entre os métodos bibliométricos. (NORONHA E

MARICATO, 2008) 49

Figura 3. Média de produção de artigos/docente publicados em periódicos

A1 e a2 no triênio 2007-2009 79

Figura 4. Estados com pesquisadores coautores da produção da

UNESP/Jab. 93

Figura 5. Estados com pesquisadores coautores da produção da UFV 98

Figura 6. Estados com pesquisadores coautores da produção da USP 101

Figura 7. Rede de Colaboração Institucional da UFV, UNESP e USP 104

Figura 8. Estados com pesquisadores com artigo em coautoria com a

UFV, UNESP e USP 105

Figura 9. Rede dos países colaboradores dos três programas 106

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Conceitos dos Programas de Pós-Graduação pela CAPES 27

Quadro 2. Quesitos de avaliação dos programas de pós-graduação

acadêmicos em Zootecnia e seus respectivos pesos 28

Quadro 3. Classificação dos periódicos da Área de Zootecnia e Recursos

Pesqueiros 31

Quadro 4. Perfil dos programas de pós-graduação de excelência em

Zootecnia 34

Quadro 5. Cálculo do Fator de Impacto 63

Quadro 6. Artigos mais citados de cada Programa 87

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Periódicos utilizados para publicação pelos PPGZ 80

Tabela 2. Fator de Impacto dos periódicos utilizados para publicação e

número de artigos por PPGZ 82

Tabela 3. Distribuição dos artigos publicados em Qualis A1 e A2, por

intervalo de FI e instituição 83

Tabela 4. Número de citações recebidas pelos artigos, por programas e

ano de publicação 85

Tabela 5. Total e média de citações recebidas pelos programas, por ano 86

Tabela 6. Impacto dos Programas de Pós-Graduação 89

Tabela 7. Indicadores dos três programas de pós-graduação (2007-2009) 91

Tabela 8. Colaboração por País, da UNESP 94

Tabela 9. Colaboração Institucional da UFV 95

Tabela 10. Países Colaboradores da UFV 98

Tabela 11. Colaboração Institucional da USP 100

Tabela 12. Colaboração por País, da USP 102

Tabela 13. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de

citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi

publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de

publicação, para o conjunto de 125 artigos (independente do PPGZ) 107

Tabela 14. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de

citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi

publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de

publicação, para o conjunto de 31 artigos do Programa de Pós-Graduação

UFV 108

Tabela 15. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de

citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi

publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de

publicação, para o conjunto de 57 artigos do Programa de Pós-Graduação

da UNESP 109

Tabela 16. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de

citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi

publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de

publicação, para o conjunto de 37 artigos do Programa de Pós-Graduação

da USP 110

Tabela 17. Indicadores dos três programas de pós-graduação (2007-

2009) 111

LISTA DE SIGLAS

AD - Análise de Domínio

ANCP - Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores

APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios

ARS - Análise de Redes Sociais

C&T - Ciência e Tecnologia

C,T&I - Ciência, Tecnologia e Inovação

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEPTA - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais

CI - Ciência da Informação

CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CTC-ES - Conselho Técnico Científico de Ensino Superior

DOI - Digital Object Identifier

EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EUA – Estados Unidos da América

FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FBN - Leibniz Institute for Farm Animal Biology

FI - Fator de Impacto

FIPERJ - Fundação Instituto da Pesca do Estado – RJ

INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

INRA - Institut National de la Recherche Agronomique

INTA-EEA - Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental Agropecuaria

IRTA - Instituto de Recerca Tecnología Agroalimentaries

ISI - Institute for Scientific Information

JCR – Journal Citation Report

PPGZ – Programas de Pós-Graduação em Zootecnia

RCB - Rationalization des Choix Budgetairies

SCI - Science Citation Index

SNPG - Sistema Nacional de Pós-Graduação

UFAM - Universidade Federal do Amazonas

UFCG- Universidade Federal de Campina Grande

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

UFSM – Universidade Federal de Santa Maria

UFV - Universidade Federal de Viçosa

UnB – Universidade de Brasília

UNCPBA - Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires

UNESP - Universidade Estadual Paulista

UniABC - Universidade do Grande ABC

Uniara - Centro Universitário de Araraquara

UNIC - Universidade de Cuiabá

UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

USDA - United States Department of Agriculture

USP - Universidade de São Paulo

15

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17

1.1 Justificativa e Problema de Pesquisa .................................................................. 20

1.2 Objetivos e Hipóteses ......................................................................................... 22

2 PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL ........................................................................... 25

2.1 Avaliação dos Programas de Pós-Graduação no Brasil: o papel da CAPES ...... 26

2.2 Avaliação dos Periódicos de Disseminação dos Programas de Pós-Graduação

Brasileiros: critério Qualis .......................................................................................... 29

2.3 A área de Zootecnia e sua Pós-Graduação no Brasil ......................................... 31

2.3.1 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFV ......................................... 35

2.3.2 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP .................................... 36

2.3.3 Programa de Pós-Graduação Ciência Animal e Pastagens - USP .................. 38

3 A ANÁLISE DE DOMÍNIO E OS ESTUDOS BIBLIOMÉTRICOS .......................... 40

3.1 Análise de Domínio ............................................................................................. 40

3.2 Produção Científica e Bibliometria ...................................................................... 43

3.3 Indicadores Bibliométricos ................................................................................... 51

3.3.1 Indicadores de citação: impacto e visibilidade da produção científica .............. 55

3.3.2 Colaboração científica ...................................................................................... 68

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 74

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................. 79

5.1 Produção e Visibilidade dos PPGZ ..................................................................... 79

5.2 Impacto das Publicações em Qualis A1 e A2 dos PPGZ .................................... 84

5.3 Fator de Impacto e Índice h dos Programas ........................................................ 88

5.4 Colaboração dos Programas ............................................................................... 90

5.4.1 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da UNESP/Jaboticabal ......... 90

5.4.2 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da UFV.................................. 95

16

5.4.3 Colaboração científica: Programa de Ciência Animal e Pastagem da USP ..... 99

5.4.4 Redes de colaboração dos PPGZ .................................................................. 103

5.5 Correlação de Pearson: Impacto, Colaboração e Visibilidade........................... 107

5.6 Síntese dos Indicadores dos Programas de Pós-Graduação em Zootecnia ..... 110

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 113

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 116

ANEXOS ................................................................................................................. 124

Anexo 1. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência Animal e Zoologia

(1996) ...................................................................................................................... 124

Anexo 2. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência Animal e Zoologia

(2010) ...................................................................................................................... 125

Anexo 3. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência Animal e Zoologia

(1996-2010) ............................................................................................................. 126

Anexo 4. Planilha Comparativa de Avaliação Trienal CAPES na área de Zootecnia /

Recursos Pesqueiros (2007-2009) .......................................................................... 127

Anexo 5. Recuperação dos indicadores de citação de cada artigo. ........................ 128

Anexo 6. Visualização da quantidade de citações recebidas pelo artigo recuperado.

................................................................................................................................ 129

Anexo 7. Recuperação do periódico para verificação do seu impacto. ................... 130

Anexo 8. Recuperação do país de origem do periódico. ......................................... 131

apêndices ................................................................................................................ 132

Apêndice A. Listagem dos artigos utilizados na pesquisa ....................................... 132

Apêndice B. Planilha de coleta de dados ................................................................ 141

Apêndice C. Planilha para Cálculo do Índice h........................................................ 142

Apêndice D. Entrevista com os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação

em Zootecnia ........................................................................................................... 143

17

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, o homem preocupou-se em registrar seu

conhecimento como forma de socializá-lo. As relações estabelecidas entre o homem

e outros indivíduos, ou mesmo com a natureza, formam e constroem o

conhecimento humano, cuja construção é um processo social, efetuado a partir das

relações sociais, por meio de trabalhos coletivos. Este conceito é compartilhado por

diversos autores, tais como: Hjørland (2003, 2008), Bourdieu (2004); Burke(2003);

Meadows (1999); Ziman (1979); Maia e Caregnato (2008), entre outros. Nesta

perspectiva, o conhecimento é fruto de relações sociais, sobre um "certo consenso

social” (GUIMARÃES, 2000),e para sua socialização é necessário que o mesmo seja

integrado àqueles já existentes, por meio de seu registro documental.

Esses registros do conhecimento, socializados em formato impresso por

meio de papiros (como eram registrados nos primórdios), livros, artigos, etc., ou

mesmo no formato eletrônico por meio de arquivos digitalizados armazenados em

bases de dados, têm sido objeto de estudo da Organização do Conhecimento, no

âmbito da Biblioteconomia e Ciência da Informação. O crescimento cada vez maior

dos registros do conhecimento humano tem estimulado cada vez mais o

mapeamento do conhecimento socializado.

Na ciência, o conhecimento socializado registrado em forma de documentos

é denominado de produção científica. Oliveira e Grácio (2009) definem produção

científica como um “conjunto de publicações gerado durante a realização e após o

término das pesquisas, por um pesquisador, grupo, instituição ou país, nas

diferentes áreas e registradas em diferentes suportes”.

Desse modo, a extensão do conhecimento científico gerado por um país

pode ser evidenciada por sua produção bibliográfica, e a análise desse conjunto de

informações é um dos papéis da Ciência da Informação (MUGNAINI, 2006), que, por

meio dos estudos bibliométricos, propicia análises objetivas do saber construído e

subsidia políticas científicas. Dentre as inúmeras formas de socializar o

conhecimento científico, Mugnaini (2006, p.23) destaca o artigo científico, publicado

em periódicos, ao afirmar que “a evolução histórica da comunicação científica

expressa a consolidação do artigo científico [...] como o principal veículo de

informação técnico-científica”.

18

O crescimento da produção científica em seus diversos formatos e áreas do

conhecimento tem gerado a necessidade de se avaliar o comportamento da ciência,

a fim de contribuir para a visualização do seu desenvolvimento, evidenciando frentes

de pesquisa, institucionais, de países ou temáticas, além de oferecer subsídios para

políticas governamentais e institucionais. Oliveira e Grácio (2009) observam a

necessidade do uso de metodologias adequadas para a análise da produção

científica de um grupo de pesquisadores, instituição, área do conhecimento ou país,

quando o seu volume passa a ser visível, a fim de se obter parâmetros que

subsidiem tomadas de decisões que viabilizem um replanejamento das estratégias

de crescimento.

Nesse contexto, Noronha, Kiyotani e Juanes (2002) destacam a importância

dos estudos bibliométricos e cienciométricos para o conhecimento do que está

sendo pesquisado e a influência dessa produção no meio científico, para tomadas

de decisões em políticas científicas e tecnológicas.

Uma forma de se estudar essa dinâmica de produção científica é por meio

dos indicadores bibliométricos e cientométricos. O interesse por esses indicadores

difundiu-se na década de 1970 em diversos países, com o objetivo de planejar,

monitorar e avaliar as atividades em Ciência e Tecnologia (VELHO, 1997). Neste

contexto, Spinak (1998) afirma que a Cientometria, “Ciência da ciência”, se esforça

na elaboração de metodologias para a formulação desses indicadores, em que a

ciência é tida como um sistema de geração e difusão de conhecimentos que possui

insumos e resultados.

A construção de indicadores tem se mostrado no cenário científico como

uma importante fonte de informação no norteamento de tomadas de decisões

(SPINAK,1998). Os indicadores podem evidenciar “os pesquisadores, temáticas, as

áreas do conhecimento, as redes de colaboração entre cientistas, grupos,

instituições ou países e as redes de citação ou cocitação” (OLIVEIRA e GRÁCIO,

2009).

Assim, considera-se que as análises bibliométricas têm se apresentado

como fontes de informações confiáveis, que, por meio dos seus indicadores, sejam

de produção, ligação ou citação, explicitam a produtividade, a relevância e o impacto

de autores, periódicos, instituições, grupos ou países, em diversas áreas do

conhecimento (OLIVEIRA; GRACIO, 2011).

19

Dentre os indicadores de produção e de citação, destacam-se o total de

publicações, o total de citações e o fator de impacto, este determinado pelo número

médio de citações recebidas pelos artigos de um pesquisador, revista ou país.

Em virtude das questões e críticas voltadas a esses indicadores,

pesquisadores têm buscado novos indicadores que melhor representem e

evidenciem a inserção e o impacto de um autor, instituição ou país, na comunidade

científica. Entre as novas propostas, destaca-se o Índice h.

Em 2005, o físico Jorge E. Hirsch, da Universidade da Califórnia, propôs um

novo indicador bibliométrico de citação, denominado Índice h, com o objetivo de

estimar simultaneamente a quantidade acumulada de produção científica de um

pesquisador e seu impacto na comunidade (HIRSCH, 2005). Desde então, este

indicador já foi utilizado para se analisar o impacto da produção científica de

pesquisadores, periódicos, grupos de pesquisa e países, entre outros, e tem se

mostrado de grande relevância.

Entre os indicadores de ligação, destacam-se aqueles de colaboração

científica, considerando que o processo de construção do conhecimento se

potencializa por meio das relações entre indivíduos, do compartilhamento de ideias,

de recursos e de objetivos, bem como do trabalho coletivo, configurado na

cooperação entre pesquisadores, instituições e países. Neste sentido, Silva (2002)

afirma que faz parte do passado a imagem do pesquisador isolado, pois o processo

de produção científica requer “associações, negociações e estratégias para interligar

o maior número de elementos possíveis”. Essa união de esforços somada à junção

de competências e compartilhamento de informações, de acordo com Balancieri et

al. (2005), estimulam e incrementam a produção científica.

A evolução tecnológica tem contribuído para o aumento do número de

pesquisas compartilhadas, por meio das redes de colaborações, seja em nível de

indivíduos, instituições ou países (GLÄNZEL, 2002; MEADOWS, 1999). Portanto,

com o crescimento das colaborações entre pesquisadores, cresce também o atrativo

em analisar esse comportamento científico. De acordo com Cronin (2005) e Lee e

Bozeman (2005), a colaboração científica proporciona o aumento da produtividade

dos pesquisadores e, conforme Glänzel (2002), os trabalhos que possuem

colaboração internacional apresentam maior impacto e maior visibilidade.

20

1.1 Justificativa e Problema de Pesquisa

Atuando, desde 2003, como bibliotecário responsável por uma biblioteca

especializada em Zootecnia, no Campus Experimental de Dracena, da Universidade

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, tem-se observado o contínuo

crescimento da Zootecnia, no âmbito das Ciências Agrárias. Trata-se de uma

importante área geradora de conhecimentos que contribuem na produção de

alimentos de origem animal para consumo interno (em âmbito nacional) e externo

(no que tange às exportações).

A produção agrícola e pecuária, num contexto geral, tem apresentado

constante crescimento nas últimas décadas, levando o Brasil ao patamar de um dos

maiores produtores e exportadores de alimentos, ficando atrás apenas dos EUA e

da União Europeia (LANDIM, 2010). Entre os elementos que contribuíram para essa

posição, destaca-se, a partir dos anos de 1950, na área agrícola, a implantação de

sistemas de informação, como o da EMBRAPA, que possibilitaram a construção de

um “ambiente adequado para a problematização das questões que motivaram as

pesquisas e criaram a demanda para a formação de uma massa crítica” (MIRANDA;

BARRETO, 1999/2000).

Nesse ambiente de crescimento, Balmant e Saldana (2013) afirmam que as

Ciências Agrárias “conquistam destaque mundial e alçam as universidades do País

a suas melhores posições em rankings internacionais”. No artigo, os autores

destacam os trabalhos da USP e UFV.

Nesse cenário de expansão, observa-se a ascensão da Zootecnia, disciplina

integrante das Ciências Agrárias, que apoia tecnicamente as “cadeias produtivas ou

negociais de produtos e serviços de origem animal” (FERREIRA, 2006). Dados

oferecidos pelo SJR-Scimago mostram que, em 1996 (Anexo 01), o Brasil ocupava a

14º colocação no ranking mundial da produção científica em Animal Science and

Zoology; em 2010 (Anexo 02), passou a ocupar o expressivo 2º lugar, o que

evidencia a importância da produção científica em Zootecnia em âmbito

internacional, colocando o Brasil em posição de destaque em relação à maioria dos

países.

Paralelamente, a partir da década de 1970, tem se observado a grande

expansão das universidades e centros de pesquisa brasileiros, com a implantação

21

de novos cursos de pós-graduação, importantes contribuintes para o crescente

desenvolvimento das pesquisas e construção do conhecimento novo, no Brasil

(NORONHA; MARICATO, 2008).

A pós-graduação, apesar da relevância para a ciência brasileira, tem obtido

pouca atenção dos estudos bibliométricos. O estudo dos indicadores da produção

científica dos programas de pós-graduação contribui no norteamento de decisões

político-científicas, uma vez que “com o passar dos anos, os programas de pós-

graduação tornaram-se o maior polo gerador da produção científica brasileira”

(POBLACIÓN; NORONHA, 2002, p.98). Segundo Araújo e Alvarenga (2011, p.51), a

bibliometria tem um papel importante na análise da produção científica de um país,

pois seus indicadores “retratam o grau de desenvolvimento de uma área do

conhecimento de um campo científico ou de saber”.

Apesar da contribuição que o conjunto de indicadores (produção, citação e

colaboração) pode oferecer para a avaliação da ciência produzida, em âmbito de

pós-graduação, somente os indicadores de produção têm tido ênfase para a análise

dos programas.

Os fatos expostos motivaram a proposição da presente pesquisa, que

apresenta como foco o uso dos indicadores de citação, especialmente o Índice h e o

Fator de Impacto, e de colaboração científica para a avaliação da produção científica

da pós-graduação brasileira, tendo como universo de aplicação a produção científica

dos Programas de Pós-Graduação da área de Zootecnia, com conceito em

excelência internacional (nota 7) pela CAPES.

Como universo de análise, consideram-se os artigos completos Qualis A dos

programas de pós-graduação em Zootecnia, com conceito de excelência, indexados

na SCOPUS. Esta é uma base de dados multidisciplinar, com aproximadamente 49

milhões de registros, contemplando mais de 20.500 títulos de 5.000 editoras de todo

o mundo. Ela tem se consolidado como a maior cobertura de resumos, citações e

textos completos da literatura científica internacional e brasileira, além de sua

atuação pioneira na implementação do Índice h como ferramenta bibliométrica do

seu banco de dados (SCOPUS, 2012, LIMA; VELHO; FARIA, 2012).

O estudo dos indicadores de citação e colaboração no âmbito dos

programas de pós-graduação em Zootecnia contribui também para o estudo da

22

produção científica da pós-graduação e seus indicadores, como um todo. É preciso

considerar que os resultados desta pesquisa podem motivar outros estudos nas

diferentes áreas da pós-graduação, evidenciando as especificidades de cada uma

delas não somente em relação aos indicadores de produção científica, mas de

colaboração e impacto científico.

Pretende-se que este estudo possa contribuir para a reflexão e consolidação

de tais indicadores para avaliação de programas de pós-graduação brasileiros, haja

vista a escassez de estudos bibliométricos que contribuam para esta finalidade. No

âmbito da Ciência da Informação, justifica-se a contribuição metodológica na

elaboração de estudos bibliométricos de indicadores em programas de pós-

graduação.

1.2 Objetivos e Hipóteses

O objetivo geral desta pesquisa é analisar os indicadores de citação e

colaboração aplicados à produção científica dos programas da área de Zootecnia,

com conceito de excelência internacional, no triênio 2007-2009, a fim identificar o

impacto, a visibilidade e a cooperação científica dos artigos científicos produzidos,

contribuindo para o aprimoramento da avaliação da pós-graduação brasileira.

De forma mais especifica, objetiva-se:

- Identificar as citações recebidas pelos artigos disseminados em periódicos

classificados como A1 e A2, bem como obter o fator de impacto dos periódicos nos

quais essa produção foi disseminada, a fim de se visualizar os periódicos mais

utilizados para socializar a informação.

- Avaliar o Fator de Impacto e o Índice h de cada programa, a fim de se

evidenciar o impacto internacional dos programas com conceito de excelência pela

CAPES.

- Descrever e analisar a rede de colaboração científica em âmbito nacional e

internacional destes programas, por meio de análise de coautoria, identificando as

instituições e países que colaboraram com os programas de pós-graduação no

período analisado.

23

- Analisar a contribuição dos indicadores de citação e colaboração,

apresentados neste estudo, como quesitos de avaliação da produção científica dos

programas de pós-graduação.

As hipóteses verificadas nesta pesquisa podem ser assim apresentadas:

H1: Os indicadores utilizados atualmente para a avaliação da produção científica são

insuficientes para se distinguir os programas de pós-graduação de excelência no

país.

H2: Indicadores de citação e colaboração científica podem contribuir para uma maior

completude da avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros.

A fim de atingir os objetivos propostos, esta dissertação se apresenta

estruturada em seis capítulos.

O Capítulo 1 apresenta uma introdução, que aborda a expansão da

produção científica nas últimas décadas e a importância dos programas de pós-

graduação na construção de novos conhecimentos, no Brasil, gerando a

necessidade de aplicação do estudo de indicadores de produção, citação e

colaboração científica, no mapeamento da ciência, no caso específico desta

pesquisa na área de Zootecnia, disciplina também em grande expansão no Brasil.

Este capítulo apresenta também a justificativa, o problema, os objetivos gerais e

específicos da pesquisa, assim como a forma como a pesquisa está organizada em

capítulos e seções.

No capítulo 2, apresenta-se a contextualização dos programas de pós-

graduação no Brasil, como também o sistema de avaliação dos programas,realizada

pela CAPES e divulgado por meio de seu portal, e a avaliação dos periódicos

nacionais e internacionais, divulgada por meio do Qualis. O capítulo também traz um

panorama nacional dos programas de Pós-Graduação em Zootecnia, suas linhas de

pesquisa e objetivos.

No capítulo 3, apresenta-se a Análise de Domínio e os Estudos

Bibliométricos, ressaltando a importância do diálogo dos dois temas. É abordada a

contribuição dos pesquisadores Hjørland e Tennis, que mostram a importância de se

conhecer o domínio analisado e o estudo dos indicadores bibliométricos, levando em

consideração o contexto em que estão inseridos. Apresenta também o referencial

24

teórico sobre os indicadores, no geral, e, mais especificamente, os indicadores de

impacto, visibilidade e de colaboração científica, que são objetos desta pesquisa.

O capítulo 4 apresenta os procedimentos metodológicos da pesquisa,

iniciados com a definição da abrangência do estudo, fontes utilizadas para coleta de

dados, softwares utilizados, até a análise contextual e discussão dos resultados

obtidos.

No capítulo 5, apresentam-se os resultados da pesquisa obtidos com a

análise dos indicadores de impacto, visibilidade e colaboração, bem como o cálculo

de correlação linear de Pearson entre os indicadores, a fim de se analisar a

associação entre os mesmos.

No último capítulo, apresentam-se as considerações finais mediante os

objetivos traçados e sobre questões associadas à incorporação de indicadores de

citação e colaboração científica na análise de programas de pós-graduação e

possibilidades para a superação dos mesmos.

25

2 PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL

No cenário brasileiro, a Pós-graduação iniciou seus primeiros passos na

década de 1930, com a proposta do Estatuto das Universidades Brasileiras, na qual

Francisco Campos sugere a implantação de uma pós-graduação seguindo os

padrões europeus (SANTOS, 2003). Esse modelo foi implantando primeiramente em

três locais: no curso de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, na Faculdade

Nacional de Filosofia e na Universidade de São Paulo.

Todavia, foi na década de 1940 que a terminologia “Pós-graduação” foi

formalmente utilizada no Artigo 71 do Estatuto da Universidade do Brasil. De acordo

com Santos (2003), na década seguinte (1950), os primeiros acordos entre Brasil e

Estados Unidos foram firmados e apresentavam vários convênios entre as

universidades e escolas dos dois países, por meio dos quais foram realizados

intercâmbios de estudantes, pesquisadores e professores.

Em 1965, com o Parecer nº 977,do Conselho Federal de Educação, ocorreu

a implantação formal dos cursos de pós-graduação brasileiros, estabelecendo

padrão norte-americano de pós-graduação para o Brasil. Nesse modelo, a pós-

graduação stricto sensu se daria em dois níveis independentes (mestrado e

doutorado) e sem relação de pré-requisitos entre eles. A primeira parte dos cursos

seria constituída por aulas e a segunda, pela elaboração do trabalho científico de

conclusão (dissertação ou tese). Os currículos eram compostos pela área de

concentração e pelas matérias conexas (SANTOS, 2003).

Desse modo, destaca-se a forte influência norte-americana durante a

implantação dos cursos de pós-graduação no Brasil, no que tange a estrutura. Mas,

os critérios de avaliação dos programas ficaram mais semelhantes aos modelos

europeus “não-anglo-saxões” (SANTOS, 2003).

Desde a implantação, os programas de pós-graduação têm contribuído

significativamente para o desenvolvimento da ciência brasileira, com grande

explosão documental nas últimas décadas, levando à necessidade da avaliação

desse novo conhecimento construído (NORONHA; MARICATO, 2008). Nesse

contexto, são necessários estudos que evidenciem as temáticas, instituições e

pesquisadores de destaque nas diversas áreas do conhecimento, bem como as

26

fragilidades e necessidades desse ambiente científico basilar brasileiro, a fim de

propiciar amplas condições para o seu desenvolvimento e contribuir para o avanço

coletivo da ciência no país.

Atualmente, os programas de pós-graduação brasileiros estão classificados

em 48 diferentes áreas, entre elas a área de Zootecnia/Recursos pesqueiros, da

qual foram coletados os dados para esta pesquisa. A CAPES recomenda, no triênio

de 2010, um total de 2658 programas de pós-graduação nas diversas áreas do

conhecimento, com conceitos variando entre 3 (mínimo recomendado) e 7 (máximo).

Destes, 116 programas possuem conceito 7, de excelência internacional, o que

equivale a, aproximadamente, 4,5% do número total de programas recomendados.

2.1 Avaliação dos Programas de Pós-Graduação no Brasil: o papel

da CAPES

A CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

- é uma agência de fomento à pesquisa, no Brasil. Uma diferença entre ela e outras

agências federais ou estaduais está na avaliação trienal que realiza em todos os

programas de pós-graduação no país. É, portanto, a única entidade que tem tradição

na determinação do credenciamento e descredenciamento dos cursos que não

apresentam um bom desempenho em suas notas.

Exerce um papel de fundamental importância para a expansão e

consolidação dos programas de pós-graduação, nos níveis de mestrado e

doutorado. Na busca de um padrão de excelência acadêmica, a CAPES utiliza um

sistema de avaliação que tem evoluído ao longo do tempo e cujos resultados têm

reflexos nas políticas científicas das universidades, bem como na distribuição de

fomentos, como bolsas e auxílios (CASTANHA; GRÁCIO, 2012).

O sistema de avaliação da pós-graduação foi implantado pela CAPES em

1976 e compreende a realização de um acompanhamento anual e a avaliação

trienal do desempenho dos programas e cursos que integram o Sistema Nacional de

Pós-Graduação (SNPG). As notas inicialmente eram dadas na escala alfabética: A,

B, C D, E, sendo os programas com nota A os melhores conceituados e aqueles

com nota E os menos conceituados.

27

Desde 1998, como resultado desse processo, atribuem-se notas na escala

de 1 a 7 aos cursos de pós-graduação, as quais fundamentam a deliberação

CNE/MEC quanto à renovação do "reconhecimento" desses cursos, a vigorar no

triênio subsequente (CAPES, 2007).

Nessa avaliação, quanto maior a nota melhor o desempenho, e cursos que

recebem nota (conceito) 1 e 2 deixam de ser recomendados pela CAPES. Assim, a

recomendação de renovação do “reconhecimento” dos programas, pela CAPES,

ocorre para cursos que obtêm a partir do conceito 3. Programas que oferecem

apenas o curso de mestrado não alcançam nota superior a 5. Já os programas que

oferecem curso de doutorado podem obter até o conceito 7. Notas 6 e 7 são

atribuídas a programas que apresentam desempenho equivalente ao dos centros

internacionais de excelência, tenham um nível de desempenho altamente

diferenciado e de liderança nacional em relação aos demais programas da área. O

Quadro 1 sintetiza a descrição dos conceitos atribuídos pela CAPES aos programas

de pós-graduação brasileiros.

Quadro 1. Conceitos dos Programas de Pós-Graduação pela CAPES.

Conceito Descrição Observação

01 e 02 Não recomendado pela CAPES

03 Regular. Em consolidação Recomendação pela CAPES a partir deste conceito.

04 Bom

05 Muito bom / Ótimo Limite de conceito aos programas que só possuem mestrado

06 Excelência Nacional Somente para programas que também possuem doutorado

07 Excelência Internacional Conceito máximo

Fonte: Adaptação de Miguel (2005) e Portal Capes

Para avaliar o desempenho dos programas, a CAPES utiliza atualmente

cinco quesitos de avaliação, que possuem pesos diferentes para a composição final

das notas. São eles: 1 - Proposta do programa; 2 - Corpo Docente; 3 – Corpo

discente, teses e dissertações; 4 – Produção intelectual; e 5 – Inserção social.

Destaca-se que a soma dos pesos de todos os quesitos deve ser igual a 100,

28

podendo, todavia, variar os pesos de cada quesito nas diferentes áreas do

conhecimento. Como se observa no Quadro 2, os maiores pesos na composição

final da nota de um programa estão nos quesitos “Corpo Discente, Teses e

Dissertações” e “Produção Intelectual”. Na área de Zootecnia, foco desta pesquisa,

esses quesitos somam 70% da nota final atribuída aos programas de pós-graduação

acadêmicos.

Cada quesito apresenta de três a cinco itens de avaliação, com pesos

diferentes dentro de cada um. O quesito 4, referente à “Produção intelectual”, é

composto por quatro itens de avaliação, sendo o de maior peso na média ponderada

das produções qualificadas em livros, capítulos e periódicos dos docentes

permanentes, bem como em trabalhos completos em anais.

Quadro 2. Quesitos de avaliação dos programas de pós-graduação acadêmicos em Zootecnia e seus respectivos pesos.

QUESITO DE AVALIAÇÃO PESO DO ITEM NA NOTA FINAL

1) Proposta do Programa 0 (Sem peso)

2) Corpo Docente 20

3) Corpo Discente, Teses e Dissertações

30

4) Produção Intelectual 40

5) Inserção Social 10

Fonte: Documento de área (CAPES) – Zootecnia e Recursos Pesqueiros – 2007-20091

No quesito 4, para a avaliação da produção intelectual, a CAPES utiliza um

conjunto de procedimentos, cujo resultado é o estabelecimento de uma

estratificação dos periódicos utilizados para a disseminação e socialização do

conhecimento científico pelos programas de pós-graduação, denominada Qualis.

1Disponível em: http://www.capes.gov.br/avaliacao/documentos-de-area-/3270

29

2.2 Avaliação dos Periódicos de Disseminação dos Programas de

Pós-Graduação Brasileiros: critério Qualis

O sistema de avaliação dos programas de pós-graduação, no Brasil, sinaliza

a produção intelectual dos docentes e discentes que os integram, como os principais

indicadores de qualidade dos programas. Com o aumento do volume da produção

científica, ocorrido nas últimas décadas, e a grande diversidade de veículos

disseminadores dessas publicações, entre eles os periódicos, a CAPES teve a

iniciativa de estabelecer padrões de qualidade nas publicações científicas, criando o

Qualis, com sua primeira aplicação no triênio 1998 a 2000 (CAMPOS, 2010).

O Qualis tem sua base no conjunto de informações fornecidas por meio do

aplicativo Coleta de Dados. Como produto final, a CAPES disponibiliza uma lista

com a classificação de todos os periódicos utilizados pelos programas de pós-

graduação "stricto sensu" para a divulgação de sua produção científica. A relevância

do artigo é medida de forma indireta, uma vez que o Qualis avalia a importância e

impacto dos periódicos científicos para cada área do conhecimento.

Em sua primeira concepção, até o ano de 2007, o Qualis considerava duas

dimensões para classificar os periódicos: abrangência e qualidade. Na dimensão

abrangência, um periódico podia ser classificado como internacional, nacional e

local; na dimensão qualidade, eram estabelecidos três estratos: A, B e C. Com a

junção desses dois critérios de classificação, os periódicos ficavam assim

categorizados: periódico internacional A, internacional B, e internacional C; nacional

A, nacional B e nacional C; periódico local A, local B e local C.

De acordo com Campos (2010),

[...] um periódico nacional, sem fator de impacto, classificado no

estrato A, estava em seu ponto máximo. No sistema, as três classes

de abrangência não eram explicitamente colocadas em uma mesma

escala de valores; contudo, mesmo considerando a independência

das três dimensões, havia uma implícita percepção de prestígio, que

era considerada nos critérios de avaliação da produção intelectual.

Cabe ressaltar que o periódico nacional com fator de impacto, nesse modelo

de classificação, poderia ser considerado como internacional.

30

Em algumas áreas no triênio 2005 a 2007, muitas revistas científicas ficaram

concentradas na classificação A, até então a melhor classificação deste modelo.

Periódicos claramente nacionais acabaram sendo classificados como internacionais.

Com esse critério, a discriminação entre a qualidade dos periódicos ficava

dificultada. Notando este problema, a CAPES reformulou a classificação do Qualis, a

fim de se obter um critério considerado mais minucioso e distintivo.

A partir do dia 16 de abril de 2008, o Conselho Técnico Científico de Ensino

Superior (CTC-ES) deliberou a reestruturação do Qualis (CAMPOS, 2010). Com a

reestruturação, a classificação Qualis dos periódicos constituiu-se em oito estratos,

em uma ordem decrescente de relevância para a área, assim estabelecida: A1, A2,

B1, B2, B3, B4, B5 e C. Ressalta-se que a CAPES recomendou maior rigor na

classificação dos estratos A1 e A2, tidos como os mais elevados. A definição dos

estratos tem utilizado o fator de impacto dos periódicos, podendo variar o valor de

referência para inclusão em cada um deles, de acordo com a área do conhecimento,

em virtude da natureza de cada uma delas.

Como consequência desse novo formato de estratificação, ficou explicitada a

relatividade dos valores entre nacional e internacional, que no modelo anterior só era

observada nos critérios de avaliação. A comunidade científica considerou que o

novo formato de estratificação sugeria um desprestígio para os periódicos nacionais,

gerando críticas ao novo formato.

Para a avaliação da produção científica dos programas de pós-graduação na

área de Zootecnia e Recursos Pesqueiros, na modalidade acadêmica, em estudo

nesta pesquisa, no triênio 2007-2009, a CAPES estabeleceu a classificação de seus

periódicos conforme os critérios apresentados no Quadro 3.

31

Quadro 3. Classificação dos periódicos da Área de Zootecnia e Recursos

Pesqueiros.

Qualis Pesos Critérios

A1 100 Fator de impacto JCR maior ou igual a 2,000

A2 85 Fator de impacto JCR entre 0,750 e 1,999

B1 70 Fator de impacto JCR entre 0,100 e 0,749

B2 55 Indexado em pelo menos quatro bases

B3 40 Indexado em pelo menos três bases

B4 25 Indexado em pelo menos duas bases

B5 10 Indexado em uma base

C 0 Não relevante para a área

Fonte: Documento de área (CAPES) – Zootecnia e Recursos Pesqueiros – 2007-2009

A partir do Quadro 3, observa-se que, na avaliação do quesito 4 dos

programas de pós-graduação pela CAPES, um artigo publicado em um periódico

com classificação Qualis A1 equivale à publicação de: 10 artigos publicados em

periódicos Qualis B5; ou 4 artigos Qualis B4; ou 2,5 artigos publicados em periódicos

Qualis B3; ou 1,8 artigo publicado em Qualis B2; ou 1,4 artigo publicado em Qualis

B1; ou aproximadamente 1,2 artigo publicado em periódicos A2 (CASTANHA;

GRÁCIO, 2012), explicitando assim o forte incentivo à política científica de

internacionalização do conhecimento científico brasileiro na área de Zootecnia.

2.3 A área de Zootecnia e sua Pós-Graduação no Brasil

Dentro do cenário brasileiro de expansão do conhecimento, impulsionado

também pelo aumento do número de programas de pós-graduação, destaca-se a

produção na área Agrícola e Pecuária, com um constante crescimento nas últimas

décadas, o que tem contribuído para que o país seja um dos maiores produtores e

exportadores de alimentos, sejam de origem agrícola ou pecuária, e ocupe o terceiro

lugar no ranking mundial, com um crescimento anual de 18%, ficando atrás apenas

dos EUA e da União Europeia (LANDIM, 2010).

Lyra e Guimarães (2007) destacam que as pesquisas em Ciências Agrárias

têm contribuído para o aumento da produção de alimentos e para o cumprimento

32

das exigências dos mercados internacionais “na inserção de produtos derivados da

agropecuária e para a garantia de emprego no campo”.

Observa-se um grande crescimento da Zootecnia, disciplina integrante da

grande área de Ciências Agrárias, que apoia tecnicamente as “cadeias produtivas ou

negociais de produtos e serviços de origem animal” (FERREIRA, 2006).

As Ciências Agrárias, incluindo a Zootecnia, surgiram formalmente na

Europa, como consequência ao impulso dado pela Revolução Industrial, e “definiram

rapidamente seu objeto de trabalho tanto como Ciências da órbita acadêmica quanto

como profissões específicas” (FERREIRA, 2006).

Com o surgimento das profissões agrárias, nomeadas de agricultura

científica, que eram bem diferentes da agricultura prática, tentava-se articular os

desenvolvimentos regidos nas ciências básicas (química, biologia, botânica, zoologia

e genética) à solução dos problemas práticos de natureza das atividades

agropecuárias. Ferreira (2006) afirma que

alguns autores têm sugerido que a consolidação das Ciências

Agrárias e de suas profissões associadas, além das novas práticas

agrícolas que surgiram a partir de seu desenvolvimento, foi possível

porque a sociedade europeia estava procurando mudanças nas

técnicas agropecuárias.

Especificamente, a Zootecnia, área de estudo desta pesquisa, nasceu em

1848, na França, com a criação de uma cadeira destinada ao estudo dos animais

domésticos, no Instituto Agronômico de Versailles, por Conde de Gasparin. Cadeira

essa composta de um corpo independente de doutrinas denominada como

Zootechnie (Zootecnia na língua portuguesa), desligando assim da Agricultura Geral,

onde estava inserida.

A expressão Zootecnia foi adotada somente pelos povos de origem latina e

alemã. Nos países de língua inglesa, o termo foi substituído por Animal Science

(FERREIRA, 2006). No Brasil, o primeiro curso de graduação surgiu em 1968, por

meio da Lei nº 5.550, de 4 de dezembro do mesmo ano.

A Zootecnia, definida, por Ferreira (2006), como a “arte e ciência da criação

dos animais úteis ao homem e da produção de seus produtos e serviços”, trabalha

33

com a produção organizada de animais para o trabalho do campo, para esporte,

lazer, alimentação em escala, e é um fator econômico que se integra com as

atividades agrícolas. Tem contribuído bastante com seus trabalhos científicos para o

crescimento da produção pecuária.

Nos últimos anos, tem-se observado significativo aumento da produção

científica na área de Zootecnia (Animal Science na língua inglesa), como também da

produção brasileira.Leite, Mugnaini e Leta (2011) afirmam que a ciência brasileira

tem aumentado rapidamente nas últimas décadas, e citam, como exemplo, o

crescimento da participação do país na publicação científica mundial dentro das

principais bases de dados internacionais.

Dados oferecidos pelo SJR-Scimago mostram que, em 1996 (Anexo 1), o

Brasil ocupava a 14º colocação no ranking mundial da produção científica em Animal

Science and Zoology. Em 2010, passou a ocupar o expressivo 2º lugar, ficando atrás

somente dos EUA (Anexo 2). No acumulado 1996-2010, a produção científica

brasileira em Animal Science and Zoology ocupou o 4º lugar no ranking mundial

(Anexo 3). Isto mostra a importância da Zootecnia em âmbito internacional,

colocando o Brasil em posição de destaque em relação à maioria dos países.

Ainda, em 2009, o INEP/MEC registrou o número de 93 cursos de

graduação em Zootecnia em todo o território nacional. A Associação Brasileira de

Zootecnia estima que, atualmente, o número de cursos de graduação em Zootecnia

já está em torno de 110 cursos.

A Zootecnia é uma área em ascensão no Brasil, que contribui

expressivamente para o desenvolvimento tecnológico do setor agropecuário por

meio de seus estudos. Estima-se que 74% dos cursos de graduação em Zootecnia

estão disponíveis em universidades públicas, podendo este fato estar relacionado ao

alto custo de implantação e manutenção deste curso.

Em nível de pós-graduação, a Zootecnia também tem crescido nas últimas

décadas, contribuindo com os resultados de seus estudos para melhorias no manejo

animal e para melhor qualidade dos produtos exportados e consumidos

internamente. De acordo com Lyra e Guimarães (2007), comparando-se programas

de pós-graduação em Ciências Agrárias com os de Zootecnia, no período de 1996 a

2007, verifica-se que o crescimento na área de Zootecnia (105,9%) foi maior que o

34

observado na área de Ciências Agrárias como um todo (91,8%). A maior

concentração de programas em Zootecnia está nas regiões Sudeste e Nordeste do

Brasil, as duas correspondendo a mais de 58% dos programas.

De acordo com o documento de área da CAPES de 2009, o Brasil conta com

48 programas de pós-graduação na área de Zootecnia e Recursos Pesqueiros,

sendo 26 de mestrado (23 acadêmicos e 3 profissionais), 21 programas de mestrado

e doutorado e um programa apenas com doutorado. Destaca-se que, nos últimos

dez anos, a área apresentou um crescimento de 10% no número de programas,

contribuindo fortemente para a produção científica na área de Ciências Agrárias.

O primeiro programa de Pós-Graduação em Zootecnia, no Brasil, foi criado

na Universidade Federal de Viçosa (UFV), com o mestrado iniciado em 1962 e o

doutorado, dez anos depois, em 1972.

Dentre os 48 programas listados pela CAPES (Anexo 4), destacam-se três

com conceito 7, de excelência internacional. São eles: Ciência Animal e Pastagens,

da USP (Universidade de São Paulo), Zootecnia da UFV (Universidade Federal de

Viçosa), e Zootecnia da UNESP (Universidade Estadual Paulista), sendo esses os

objetos de estudo desta pesquisa. No Quadro 4, apresenta-se o perfil desses

programas quanto ao ano de início dos seus cursos e número de docentes

permanentes.

Quadro 4. Perfil dos programas de pós-graduação de excelência em Zootecnia.

Sigla da instituição

Início do Mestrado

Início do Doutorado

Nº de docentes permanentes

UFV 1962 1972 29

UNESP/JAB 1976 1984 34

USP/ESALQ 1966 1997 18

Fonte: CAPES – Planilha comparativa da Avaliação Trienal 2007 e 2010 – Zootecnia e Recursos Pesqueiros

Paralelamente ao crescimento do número de programas em Zootecnia e

Recursos Pesqueiros, tem-se observado um constante crescimento da publicação

de artigos brasileiros nessas áreas em âmbito internacional, decorrente tanto da

35

internacionalização dos periódicos brasileiros como da divulgação dos artigos

brasileiros em periódicos estrangeiros da área, com alto fator de impacto.

A excelência internacional dos programas com conceito 7 na Área de

Zootecnia justifica o estudo do impacto e da visibilidade da produção científica dos

mesmos, propiciando uma visualização mais completa da contribuição deste saber

socializado para a comunidade científica.

Para melhor visualização e entendimento dos três programas brasileiros com

conceito de excelência em Zootecnia, apresenta-se nas próximas subseções uma

breve descrição de cada programa, com informações retiradas dos documentos

“Proposta do Programa – 2007” e “Linhas de Pesquisa – 2007”2.

2.3.1 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFV

O programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal de

Viçosa (UFV), teve seu início em 1962, em nível de mestrado, e em 1972, o

doutorado. O curso nesses níveis vem sendo avaliado em sua estrutura acadêmica

e sistematicamente redirecionado para atender às necessidades atuais e futuras da

ciência zootécnica, sendo credenciado e habilitado pelo Conselho Federal de

Educação (CFE). Nas avaliações da CAPES, a pós-graduação em Zootecnia obteve

nota 7 nos triênios 2004-2006 e 2007-2009, sendo reconhecida nos meios

acadêmicos e de pesquisa entre os melhores do Brasil.

O objetivo do programa é a “formação de uma massa crítica de recursos

humanos, altamente qualificada, habilitada e capaz de desenvolver projetos que

visem solucionar os problemas da área zootécnica” (CAPES, 2007).

As nove linhas de pesquisa do programa são:

- Avaliação de Alimentos para Animais:análise da composição dos

alimentos e, por meio dela, cálculo do valor energético dos mesmos (Tabela

Brasileira de Composição de Alimentos). Ainda, envolve pesquisas com o objetivo

de testar o uso de alimentos alternativos.

- Avaliação Genética Animal: estudos de variações genéticas e de ambiente

sobre o ganho genético, interações genótipo x ambiente, métodos de estimação de

2 Disponível em: http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/CadernoAvaliacaoServlet

36

componentes de variância e o uso da simulação na avaliação de métodos de

seleção.

- Avaliação, Produção e Conservação de Forragens: avaliação de

alimentos conservados (silagem e feno) e de subprodutos da agroindústria, na

alimentação de ruminantes, visando à suplementação dos rebanhos no período de

escassez de forragem.

- Bioclimatologia Animal: contempla estudos da influência do ambiente

térmico sobre os animais por meio de modificações em respostas fisiológicas e

hormonais, visando correlacionar essas respostas com índices climáticos.

- Biotecnologia Animal: estudos de genes candidatos e marcadores

moleculares com ferramentas nos programas de Melhoramento Animal. Identificação

e sequenciamento de QTLs de importância genética/econômica em animais

domésticos.

- Exigências Nutricionais dos Animais: têm sido estudadas as exigências

nutricionais de energia proteína, aminoácidos e minerais, visando obter ganhos para

gerar uma Tabela Brasileira de Exigências Nutricionais para os animais domésticos.

- Fisiologia e Reprodução Animal: estudos e avaliações dos fatores

nutricionais e seu efeito sobre os parâmetros reprodutivos e a lactação dos animais.

- Manejo dos Animais: desenvolver tecnologias para produção de ciclo curto

(intensivo) na forma de estratégias de manejo nas áreas de nutrição e reprodução,

elaborando tecnologias que documentam a eficiência bioeconômica do processo

produtivo.

- Manejo e Avaliação de Plantas Forrageiras e Pastagens: são

desenvolvidos estudos de avaliação de características morfogênicas de espécies

forrageiras em ensaios de corte e pastejo, visando à obtenção de indicadores que

possibilitem o entendimento para um manejo mais adequado das forrageiras.

2.3.2 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP

O Programa de Pós-graduação em Zootecnia (Produção Animal), da

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Campus de Jaboticabal,

37

teve início no ano de 1976, em nível de Mestrado, e no ano de 1984, em nível de

Doutorado. Contribui para a formação de profissionais qualificados para as

diferentes regiões do Brasil e países da América Latina.

O objetivo do programa é a formação de recursos humanos, especialistas

nas áreas de conhecimento que compõem suas linhas de pesquisa, para atender à

demanda de docentes e/ou pesquisadores das Universidades, Empresas de

Pesquisa e iniciativa privada, bem como ajudar na busca de novos conhecimentos,

desenvolvimento de técnicas e ajudar a solucionar os problemas encontrados pela

sociedade na área de Zootecnia (CAPES, 2007).

As nove linhas de pesquisa do programa são:

- Avaliação de Alimentos para Animais: determinação da eficiência de

utilização e da qualidade de alimentos, assim como a avaliação dos principais

aditivos utilizados na nutrição animal e seus efeitos sobre desempenho de animais.

- Biologia do Desenvolvimento Animal: estudar o crescimento e a

interação entre fatores que possibilitam a expressão do genótipo nos animais. O

ambiente atua como importante variável, pois influencia nos mecanismos

bioquímicos e hormonais responsáveis pela hiperplasia ou hipertrofia tecidual.

- Biotecnologia Animal:visa identificar os genótipos de organismos animais

e vegetais mediante o sequenciamento e a identificação dos genes que compõem o

genoma.

- Criação e Manejo de Animais e Gerenciamento da Produção: avaliação

das práticas de manejo com vistas ao aumento da produtividade, assim como

desenvolvimento e avaliação de tecnologias para o aproveitamento de resíduos de

origem animal. Também visa à comercialização de animais e produtos

agropecuários.

- Ecologia dos Animais e Etologia: engloba projetos que estudam os

efeitos do clima sobre o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Objetiva

também o estudo e a avaliação do comportamento de animais submetidos a

diversas práticas de manejo.

- Exigências Nutricionais de Animais: estimar as exigências em proteína,

energia e minerais dos animais.

38

- Genética e Melhoramento Animal: desenvolver e adaptar metodologias e

programas de avaliação genética; conhecer a população do ponto de vista genético;

e estimar parâmetros básicos para trabalhos de melhoramento genético animal.

Engloba também os projetos de cruzamento e endogamia.

- Metabolismo Animal: os processos metabólicos que determinam as vias

preferenciais do organismo são regulados em função do tipo de ambiente que é

oferecido ao animal. Assim, o estudo das vias metabólicas propicia o entendimento

do metabolismo animal.

- Plantas Forrageiras (Produção, Manejo e Conservação): estudos dos

fatores que interferem na produção e qualidade de plantas forrageiras, assim como

estudos dos métodos de conservação e práticas de manejo das pastagens.

2.3.3 Programa de Pós-Graduação Ciência Animal e Pastagens -

USP

O Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens da

USP/ESALQ é um programa antigo, cujo mestrado foi implantado em 1966 e o

doutorado em 1997. Até 1997, quando da autorização para funcionamento do curso

de doutorado, o curso de mestrado sempre recebeu avaliação máxima da CAPES,

inicialmente correspondente ao conceito A e depois 5. Com o início do curso de

doutorado, em 1998, e buscando a inserção no Programa de Excelência da CAPES

(PROEX), uma série de ações foram e vêm sendo implementadas com o intuito de

melhorar a grade de disciplinas oferecidas aos alunos, otimizar o uso da

infraestrutura disponível, reduzir o tempo médio de titulação, aumentar a qualidade

das pesquisas e dos trabalhos publicados, buscar inserção e padrão internacional e

assegurar uma coordenação tranquila e institucional do programa. O programa da

USP obteve o conceito 7 no triênio 2007-2009.

O objetivo do Programa é alcançar a excelência no ensino de pós-graduação

e na pesquisa na área de Ciência Animal e Pastagens, por meio de reconhecimento

nacional e internacional, ratificando e consolidando a posição de liderança e

vanguarda da ESALQ como geradora e difusora de conhecimento científico e

39

competência na formação de profissionais capacitados e formadores de opinião, de

conformidade e em atendimento à demanda social (CAPES, 2007).

As três linhas de pesquisa do programa são:

- Melhoramento, Bioestatística e Genética Molecular: estudo voltado ao

aprimoramento genético de animais não ruminantes, melhoramento de animais não-

ruminantes e bioestatística.

- Produção de Monogástricos e Aquicultura: estudo voltado para

avicultura, suinocultura e aquicultura.

- Produção de Ruminantes: estudo direcionado para bovinocultura de

corte, bovinocultura de leite, fisiologia de sistemas, forragicultura e pastagens,

metabolismo animal, nutrição animal, ovinocultura e caprinocultura.

40

3 A ANÁLISE DE DOMÍNIO E OS ESTUDOS BIBLIOMÉTRICOS

Os estudos bibliométricos formam uma abordagem confiável e objetiva, que

associada a análises contextuais, permitem um diagnóstico real e amplo da

produção científica, seja ela de uma área de especialidade, de instituições ou

países, de um grupo específico, ou mesmo de produtores da ciência e tecnologia

(GRÁCIO e OLIVEIRA, 2011).

Cada vez mais, os indicadores produzidos pelos estudos bibliométricos

mostram-se importantes fontes para tomadas de decisões em corporações,

instituições de pesquisa e ensino. Spinak (1998) afirma que grande parte do esforço

dos estudos métricos está centrada na elaboração de “metodologias apropriadas

para a formulação destes indicadores”. Ao conceituar Bibliometria, Cienciometria e

Informetria com base em métodos quantitativos, Macias-Chapula (1998, p.137)

afirma que a ciência é um processo social no qual ações e comportamentos estão

ligados ao contexto, e que “números não falam por si mesmos; ao contrário,

precisam ser interpretados, considerando-se as tendências reais e falsas nos dados

e no método usado para computá-los”.

Neste sentido, os estudos bibliométricos devem se sustentar também na

Análise de Domínio (AD) a fim de oferecer uma visão sócio-contextual dos

resultados obtidos, fomentando o interesse em análises não somente quantitativas,

mas qualitativas, que levem em consideração aspectos econômicos, políticos e

sociais na análise dos indicadores.

3.1 Análise de Domínio

Para se avaliar questões de produtividade científica, a AD aparece como

principal base teórica e metodológica, utilizada pela primeira vez em 1980, na área

de Ciência da Computação, por Neighbors (KERR, 2003).

A AD descreve o estudo das áreas do conhecimento como uma prática

importante para a CI a fim de contribuir para a compreensão das estruturas de

informação dentro das diferentes áreas científicas. Segundo Hjørland (2002), o

41

objetivo de um sistema de informação é "[...] identificar e comunicar o conhecimento

necessário [...]" pelos profissionais dentro de um domínio para cumprir sua tarefa.

Birger Hjørland, estudioso da Organização do Conhecimento, principalmente

na Ciência da Informação (CI), tem realizado estudos sob o ponto de vista

sociológico e tem trazido uma abordagem diferenciada, contextual e relevante para a

área. Seus trabalhos focam aspectos sócio-contextuais, de uma forma historicista e

pragmática. O autor defende uma visão analítica de domínio, no âmbito da Ciência

da Informação. Em trabalho publicado em 2002, Hjørland trouxe onze abordagens

de AD em Ciência da Informação, descritas abaixo. Dentre elas, para o contexto

desta pesquisa, destaca-se a abordagem específica dos estudos bibliométricos:

1) Produção de guias literários e portais de assuntos.

2) Produção de tesauros e classificações especializadas.

3) Pesquisa sobre indexação e recuperação especializada.

4) Estudos empíricos de usuários.

5) Estudos Bibliométricos.

6) Estudos históricos.

7) Estudos de gênero e documentais.

8) Estudos críticos e epistemológicos.

9) Estudos terminológicos e estudos de discursos.

10) Estudos de estruturas e instituições de comunicação científica.

11) Análise de domínio em cognição profissional e inteligência artificial.

Hjørland (2002) afirma que a Bibliometria pode ser usada de várias

maneiras, sugerindo-a como estudo em uma de suas abordagens de AD, e que é

eficaz porque “mostra muitos detalhes e conexões reais entre documentos

individuais”, com “forte abordagem de análise de domínio”, sendo, portanto, empírica

e baseada em análises detalhadas das conexões entre documentos individuais.

Para o autor, a melhor forma de interpretar os indicadores é associá-los aos

estudos históricos, epistemológicos e críticos,uma vez que os números por si só

nada podem dizer. Na análise de um domínio durante uma pesquisa de caráter

42

bibliométrico, Hjørland (2002) destaca a importância de se atentar a quatro fatores

que afetam os resultados desse tipo de pesquisa. São eles:

1- as bases de dados disponíveis e a seleção dos periódicos que formam

essa base são de extrema importância na construção de um mapa;

2- os mapas são dependentes do comportamento de citação dos autores;

3- muitas pesquisas podem ser realizadas usando

abordagens/metodologias escolhidas pela facilidade de utilização ou pela

conveniência de aplicação dos pesquisadores;

4- algumas teorias podem se popularizar em comparação a outras teorias,

podendo se tornar certo modismo no meio científico.

Tennis (2008), também estudioso da Organização do Conhecimento, afirma

que a construção e o desenvolvimento do domínio estão atrelados pelas formas em

que as descobertas são estruturadas em metodologias e teorias adequadas. Afirma

que deve haver uma coerência entre aspectos epistemológicos, teóricos e

metodológicos.

Considera-se que a apresentação de dois eixos, com dois parâmetros cada,

foi uma das grandes contribuições de Tennis (2003) para a organização do

conhecimento, contribuindo para uma melhor análise de um domínio. Propõe,

portanto, uma metodologia que antecede a análise de domínio e que facilita o

trabalho dos analistas de domínio.

Em discussão,o autor traz a importância do delineamento do domínio com

precisão e afirma que isto deve ser feito antes de se dar início à análise desse

mesmo domínio. Para isso, sugere o estabelecimento de critérios para a delimitação

do domínio, apresentando dois eixos: áreas de modulação e graus de

especialização. Na área de modulação, definida como a extensão do domínio (eixo

horizontal), Tennis (2003) considera dois parâmetros: a indicação do que é coberto

na análise de domínio (extensão) e o que é a nomeação (nomenclatura deste

domínio). Em relação a segundo eixo, graus de especialização (eixo vertical), o autor

afirma que só é possível defini-lo a partir da clareza da cobertura do domínio

estudado. O grau de especialização consiste da intensão (intensidade) ou da

profundidade que se dá dentro dos limites que já foram estabelecidos. Entende-se,

portanto, que quanto maior a extensão de um domínio, menor será sua intensão. E

43

de outro modo, quanto maior a intensão ou profundidade de um domínio, menor é a

extensão do mesmo.

Desse modo,para a realização de estudos bibliométricos, é preciso definir a

extensão do domínio e seu grau de especialização, e para se obter um resultado

mais fidedigno, mais próximo da realidade, é recomendável a aplicação das

abordagens propostas por Hjørland (2002).

3.2 Produção Científica e Bibliometria

A pesquisa e o desenvolvimento científico são fatores determinantes na

geração de renda e na promoção de bem-estar social do país em que estão

inseridos. Muitas nações se referem à C&T como uma questão de poder, capaz de

dividir o mundo entre os países produtores de conhecimento e aqueles que, no

máximo, conseguem reproduzi-los (PNPG, 2010).

A C&T compõe uma dimensão estruturante do desenvolvimento mundial.

Seu crescimento teve grande impulso, principalmente nos últimos 40 anos, com

consequente desenvolvimento das universidades e centros de pesquisa, começando

a consolidar-se a partir da década de 1970, época em que houve a criação dos

cursos de pós-graduação strictu sensu em diferentes áreas do conhecimento

(NORONHA E MARICATO, 2008).

O desenvolvimento da infraestrutura científica e tecnológica do Brasil e a

expansão da comunidade acadêmica nacional são eventos muito recentes. Esse

processo de crescimento e desenvolvimento deu-se a partir da fundação das

agências de fomento, no período de 1950 a 1960, que contribuíram com a

infraestrutura das instituições pesquisadoras. Em consequência, no período seguinte

(1970-1980), o país consolidou políticas públicas focadas nos recursos humanos,

que resultaram na expansão dos programas de pós-graduação. Mais recentemente,

o governo brasileiro tem investido mais significativamente na educação científica nos

cursos de graduação, com elevação do número de bolsas de iniciação científica,

como forma de melhorar a formação de cientistas e de preparar os estudantes para

obterem melhores desempenhos na pós-graduação (LETA; GLÄNZEL; THIJS,

2006).

44

Assim, a consolidação da ciência brasileira vem acontecendo,

principalmente, em função dos investimentos em cursos de pós-graduação, que

resultam em uma maior participação das publicações do país em importantes bases

de dados científicas, como o ISI (LEITE; MUGNAINI; LETA, 2011). Em 1967, a

presença de publicações científicas brasileiras na base de dados ISI, que era de

0,16%,aumentou para 2,5%, em 2010 (REGALADO, 2010 apud LEITE; MUGNAINI;

LETA, 2011). Tais dados demonstram uma internacionalização científica crescente

do Brasil.

A CAPES tem exercido importante papel na internacionalização da ciência

brasileira, por meio da avaliação periódica dos programas de pós-graduação

brasileiros, que leva os pesquisadores a terem uma rotina de publicação, em função

das exigências quantitativas de publicações em revistas internacionais (LEITE;

MUGNAINI; LETA, 2011), contribuindo para que a ciência brasileira ganhe mais

visibilidade em âmbito internacional.

Leite, Mugnaini e Leta (2011) elaboraram um indicador denominado Índice

de Publicação Internacional para verificar o peso real das publicações do Brasil em

âmbito internacional. Nessa nova abordagem de investigação científica, os

pesquisadores encontraram evidências de que o desempenho brasileiro

internacional é uma variável dependente do campo/área. Campos como a Biologia,

Engenharias e Ciências Exatas e da Terra apresentaram um número mais elevado

no Índice de Publicação Internacional de seus pesquisadores. Por outro lado,

campos que se dedicam à resolução de problemas locais e nacionais -

Humanidades, Ciências Sociais e Linguística e Artes -apresentaram valores

menores para esse índice. Observaram, ainda, que o processo de

internacionalização não é tão rápido, uma vez que os pesquisadores levam tempo

para conhecer os caminhos para publicar em revistas internacionais, assim como

para estabelecer suas redes de cooperação e obter o devido reconhecimento

(LEITE; MUGNAINI; LETA, 2011).

Ainda segundo esses autores, quase toda produção científica brasileira

advém das universidades, reiterando o importante papel dos programas de pós-

graduação na geração do conhecimento novo. Os pesquisadores apontam também

que a capacidade institucional de C&T brasileira é concentrada em um pequeno

45

número de instituições, principalmente nos estados mais ricos, e destacam os

campos da Física, Agricultura e Biológicas como os mais produtivos.

Desse modo, a evolução tecnológica, a propagação dos cursos de pós-

graduação, o incentivo do governo nas universidades e o aumento das colaborações

entre pesquisadores, instituições e/ou países potencializaram a velocidade e volume

da produção científica e consolidaram a necessidade de se mensurar e avaliar a

informação provinda de diversos campos científicos. Esse aumento da produção

científica alavancou a necessidade de se criar metodologias para a avaliação da

ciência, particularmente de instituições de pesquisas e pesquisadores, nas quais o

desenvolvimento da ciência se encontra mais diretamente relacionado ao sistema de

educação superior (PNPG, 2010).

Segundo Meadows (1999, p.161), a pesquisa científica e a divulgação de

seus resultados são atividades inseparáveis. Nesse sentido, Vessuri (1987)

considera que a pesquisa científica que não é publicada não existe, uma vez que

uma pesquisa deve ter seus resultados divulgados nos principais canais de

disseminação científica da área, a fim de se verificar o reconhecimento da relevância

atribuída pela comunidade científica ao conhecimento novo produzido. Ainda,

segundo Macias-Chapula (1998), “publicar os resultados de suas pesquisas é um

compromisso que os cientistas são compelidos a cumprir”, e

[...] a ciência necessita ser considerada como um amplo sistema

social, no qual uma de suas funções é disseminar conhecimentos.

Sua segunda função é assegurar a preservação de padrões, e a

terceira é atribuir crédito e reconhecimento para aqueles cujos

trabalhos têm contribuído para o desenvolvimento das ideias em

diferentes campos (MACIAS-CHAPULA, 1998, p.136).

A produção científica é parte essencial da comunicação científica, e uma

forma de se estudar a dinâmica da produção é por meio da análise bibliométrica,

que fornece indicadores relevantes para o seu monitoramento, possibilitando, entre

outras análises, uma estimativa de como os países contribuem com a Ciência

mainstream (VANZ e STUMPF, 2010).

Segundo Noronha e Maricato (2008), “para se entender a evolução da

ciência, como forma de expressão do conhecimento humano produzido, são

46

utilizadas técnicas de medição”.

As técnicas quantitativas de medição da produção científica têm algumas

décadas de existência, mas não estão completamente consolidadas (SPINAK,

1998).Em 1969, Pritchard descreveu a Bibliometria como sendo "[...] a aplicação de

métodos matemáticos e estatísticos a livros e outros meios de comunicação".

Para Tague-Sutcliffe (1992),a Bibliometria estuda os aspectos quantitativos

da produção, disseminação e uso da informação registrada, utilizando seus

resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisão.

Inicialmente, os estudos bibliométricos eram voltados à análise de

documentos, em que destacavam seus principais indicadores:

[...] crescimento quantitativo da literatura; obsolescência da

informação; eficiência em serviços e produtos de informação em

ciência e tecnologia e produção; eficiência de sistemas de

informação e estabelecimento de informações em geral; papel de

diferentes tipos de documentos, bem como seu significado na

comunicação científica; pertinência e relevância da informação;

ranking de publicações periódicas por vários parâmetros; papel dos

canais informais na comunicação científica; sobreposição de

assuntos contidos entre periódicos e publicações seriadas; hábitos

de citação de cientistas e crescimento do papel da análise de citação

e relações intradisciplinares e interdisciplinares como determinado

nas bases de referências bibliográficas. (MORALES GARCÍA, 1992

apud BUFREM; PRATES, 2005).

Para Price (1963), a Bibliometria é um termo genérico, que reúne uma série

de procedimentos estatísticos que visam quantificar os processos de comunicação

escrita.

Os estudos bibliométricos se aproximam e se interceptam da Cientometria,

Informetria e Patentometria, por utilizarem métodos quantitativos, mas se

diferenciam quanto aos objetos de estudo e quanto aos objetivos. Conforme Grácio

e Oliveira (2011), os estudos bibliométricos “evidenciam o referencial teórico-

epistemológico dominante na área, as relações existentes, constituindo um dos

47

instrumentos metodológicos que contribuem para a visualização do comportamento

da ciência em um dado campo”.

A Cientometria é aciência que estabelece medidas e indicadores que

permitem traçar um perfil da produção do conhecimento, tanto em âmbito local,

nacional ou internacional, de uma área, grupo ou instituição. Estuda os aspectos

quantitativos da ciência como disciplina ou atividade econômica, centrada no estudo

de diferentes atividades científicas, sendo importante para o desenvolvimento de

políticas científicas.

Broadus (1987) distingue a Cientometria da Bibliometria: o objeto de estudo

da Bibliometria é o estudo de livros ou revistas científicas que objetiva compreender

as atividades de comunicação da informação;a Cientometria tem como objeto de

estudo “os aspectos quantitativos da criação, difusão e utilização e informação

científica e técnica e por objetivo a compreensão dos mecanismos de pesquisa

como atividade social”.

Santos (2003) define a Cientometria como

[...] um dispositivo de medida, baseado em técnicas estatísticas, que

tem por objetivo identificar e tratar as informações contidas nas

publicações científicas e técnicas, disponíveis nos sistemas de

informação, essencialmente, referências bibliográficas de artigos,

livros e de patentes.

Para os autores Noronha e Maricato (2008), a cientometria, denominada

“cienciometria” pelos mesmos, tem como objeto de estudo as disciplinas, campos,

áreas e assuntos específicos.

Mugnaini (2006) afirma que a Cientometria analisa de forma abrangente o

aparato científico-tecnológico, por meio do uso de indicadores, com a preocupação

de garantir a validade desses indicadores e facilitar o entendimento desse universo.

Ainda segundo o autor, a cientometria não se prende somente às publicações, mas

também engloba o sistema de pesquisa como um todo, objetivando associar causas

e efeitos dentro do sistema.

A Informetria estuda os processos quantitativos da informação em geral,

incorporando, utilizando e ampliando as fronteiras da Bibliometria e da Cientometria.

48

Nas últimas décadas, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)

têm dado novas oportunidades para os estudos bibliométricos. A partir daí, um novo

campo surgiu, a Webometria, que visa mensurar as atividades na web,

especialmente pela análise de links. Recentemente, surgiu também a Patentometria,

que, tomando as patentes como objeto de análise, “mede o grau de tecnologia e

inovação de um país ou de um setor da indústria, além de permitir a busca de

relações entre o conhecimento científico e sua contribuição ou transformação em

conhecimento tecnológico” (NORONHA E MARICATO, 2008, p.124). As Figuras 1 e

2 sintetizam as interfaces entre as metodologias apresentadas, segundo a visão de

alguns estudiosos da área.

Figura 1. Diagrama da inter-relação entre as quatro metodologias: Bibliometria (A), Cientometria (B),

Informetria (C) e Webometria (D). (VANTI, 2002 apud NORONHA e MARICATO, 2008, com

adaptações).

49

Figura 2. Relações entre os métodos bibliométricos (NORONHA E MARICATO, 2008).

Alguns autores consideram a Informetria como a área que engloba todas as

outras: Bibliometria, Cientometria, Webometria e Patentometria. Todavia, a

Bibliometria e a Cientometria são aquelas mais estudadas e consolidadas, estando

na Bibliometria a raiz de todas elas. Assim, apesar de cada área ter seus objetos e

especificidades, os estudos são chamados usualmente de pesquisas bibliométricas,

pela comunidade científica.

A Bibliometria possui extensa aplicação, e são muito os seus procedimentos,

bem como os objetos e o objetivo da análise a ser realizada. Glänzel (2003), um dos

precursores dos estudos dos campos bibliométricos, reconhece três fins das

análises bibliométricas, segundo os quais são definidos os grupos-alvo da

Bibliometria, a saber:

1) Bibliometria para especialistas em bibliometria: grupo de estudos

voltados para a investigação bibliométrica básica, ou seja, pesquisa

destinada para a teoria e desenvolvimento metodológico da própria área.

2) Bibliometria para disciplinas científicas: grupo de pesquisas realizadas

em diferentes disciplinas científicas, visando obter conhecimento sobre a

comunidade científica.

50

3) Bibliometria para a política e gestão científica: pesquisas bibliométricas

que visam à avaliação da pesquisa, atualmente o tópico mais

importante da Bibliometria, com o fim de subsidiar tomadas de decisão

em política científica. Estudam-se estruturas institucionais da ciência.

Esta pesquisa perpassa os três grupos: Grupo-alvo 1 (Bibliometria para

especialistas em bibliometria), ao analisar a adequação do uso de indicadores de

impacto, visibilidade e colaboração para a avaliação da produção científica dos

programas de pós-graduação, quanto o Grupo 2 (Bibliometria para disciplinas

científicas), ao contribuir para uma melhor compreensão do impacto e da

colaboração das pesquisas desenvolvidas no âmbito dos programas de pós-

graduação de excelência na área de Zootecnia, no Brasil e, em relação ao Grupo 3

(Bibliometria para a política e gestão científica), ao contribuir para as tomadas de

decisão político-científicas das universidades em estudo, no âmbito do impacto da

produção dos seus programas de pós-graduação.

Hjørland (2002) reconhece a Bibliometria como uma das várias abordagens

que podem ser utilizadas dentro da AD. O uso da bibliometria para a AD ainda não

foi completamente tratado, havendo, portanto,um vasto campo de trabalho neste

sentido (HJØRLAND, 2002).

A avaliação do trabalho científico por meio de estudos bibliométricos dentro

da A.D. é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço em estudos

acadêmicos, uma vez que o estudo da atividade científica contribui para a Análise de

Domínio.

A Bibliometria tem sido reconhecida como uma ferramenta eficiente dentro

da CI, mais comumente para o estudo de publicações em diferentes áreas

científicas, e raramente tem sido utilizada como abordagem analítica de domínio, ou

seja, como uma metodologia de análise de um domínio. A abordagem analítica de

domínio é, portanto, a adoção de uma perspectiva social no estudo de práticas de

informação (HJØRLAND, 2002).

51

3.3Indicadores Bibliométricos

Um indicador pode ser definido como “um resumo satisfatório de uma noção

mais abstrata e mais ampla”, propondo uma medida dessa noção por meio da forma

pela qual se distribuem seus valores (COMBESSIE, 2004, p.115). Ainda, a uma

mesma noção podem ser associados vários indicadores (COMBESSIE, 2004).

O manual Rationalization des Choix Budgetairies (RCB) editado pelo

Governo Francês, define um indicador como

um dado relativo a uma variável significativa que caracteriza um

fenômeno e que serve de indicação para que se possa atuar sobre

tal fenômeno. Ainda segundo esse manual, para se tirar o máximo

proveito, a formulação e análise de indicadores devem ser

articuladas em níveis segundo a sua utilização: de entrada, de saída,

de estado e de gestão. Além dessas categorias, os indicadores ainda

podem ser classificados em simples e complexos (SANCHES,1997).

Liberal (2005) afirma que os indicadores, além de identificarem a natureza,

estado e evolução de um fenômeno, representam, descrevem e o caracterizam.

Os indicadores podem ser simples ou complexos. Conforme Sanches

(1997), o indicador simples é aquele que tem o seu valor obtido através de uma

medida direta, de uma enumeração física ou material. O indicador complexo tem o

seu valor obtido por meio de uma medida indireta. Por exemplo: indicadores que são

resultado de vários indicadores (Índices) ou indicadores que são fruto da relação

entre dois indicadores (Coeficientes).

Devido sua natureza,os indicadores devem apresentar uma diversidade de

fatores, pois representam especificidades de um aspecto complexo. Eles mostram

aquilo que já passou e perspectivas para o futuro. Portanto, devem ser analisados

de forma contextual e não puramente quantitativa.

Além disso, considerando a existência de vários indicadores para

caracterizar uma mesma noção, distinguem-se três formas possíveis de tratá-los:

como intercambiáveis; como complementares, necessitando-se compará-los para

precisar suas especificidades, medir suas relações e discriminar suas

52

especificidades; e pela construção de índices estatísticos globais que integrem ou

acumulem as informações de cada indicador (COMBESSIE, 2004).

Os indicadores bibliométricos emergiram na década de 1970 em diversos

países, com o objetivo de planejar, monitorar e avaliar as atividades em C&T

(VELHO, 1997). Esses indicadores constituem parâmetros utilizados no processo de

avaliação de uma atividade e, normalmente, emprega-se um conjunto deles, cada

um dos quais revelando uma faceta do objeto de avaliação (VELHO, 1997). Esses

parâmetros são empregados como medidas indiretas da atividade da pesquisa

científica e contribuem para a compreensão dos objetivos da pesquisa, das

estruturas da comunidade científica, do seu impacto social, político e econômico

(VELHO, 1997).

Santos (2005) define indicadores como

[...] dados estatísticos usados para avaliar as potencialidades da

base científica e tecnológica dos países, monitorar as oportunidades

em diferentes áreas e identificar atividades e projetos mais

promissores para o futuro, de modo a auxiliar as decisões

estratégicas dos gestores da política científica e tecnológica e

também para que a comunidade científica conheça o sistema no qual

está inserida.

Nos estudos bibliométricos, segundo Pinto e Matias (2011, p.2), os

indicadores “[...] permitem obter uma visão da produção científica e dependem de

processos adequados de organização e de representação do conhecimento”. O

autor destaca que há distinção entre as áreas, em virtude de suas particularidades e

seus modelos de produção. Recomenda que os indicadores devam ser “[...] flexíveis,

que considerem estas particularidades de cada área e que não sejam

generalizados”.

Os mesmos autores (2011, p.4) consideram que os indicadores

bibliométricos evidenciam os principais pesquisadores e temáticas científicas da

área para a comunidade, ao medir “prêmios honoríficos, citações recebidas e

inclusive índices de eficiência dos pesquisadores (índice-h e índice-g) frente às

áreas de concentração”.

53

Considerando que a atividade científica precisa ser interpretada e analisada

no contexto em que está inserida, os indicadores e as avaliações de desempenho

científico devem levar em conta o contexto social, histórico e econômico da

realidade em que estão inseridos (SPINAK, 1998).

Nesse sentido, Macias-Chapula (1998, p.136) afirma que “[...] a ciência

necessita ser considerada como um amplo sistema social”. Portanto, indicadores de

atividade científica devem levar em conta esse contexto social.

Cada comunidade científica, em suas diversas áreas ou subáreas, “utiliza

meios e veículos específicos para disseminar os resultados de pesquisa, atribuir

prioridades e crédito” (SANTOS, 2005). Desse modo, os indicadores bibliométricos

devem identificar os comportamentos diferenciados entre as áreas. Áreas como

ciências exatas e biológicas priorizam a socialização da informação em artigos

científicos, ao passo que a área de ciências sociais prioriza a socialização da

informação em livros (SPINAK, 1998; MACIAS-CHAPULA, 1998). De acordo com

Santos (2005),

Não é adequado, portanto, na produção de indicadores, universalizar

critérios de avaliação da produção científica com base em hábitos de

apenas um campo do saber. Ao contrário, deve-se reconhecer,

inicialmente, as especificidades de cada área antes de proceder à

coleta e análise de dados.

Os indicadores da produção científica socializada nos periódicos “permitem

vincular conhecimentos e suas estruturas às suas escolas de pensamento e suas

evoluções” (PRICE, 1963). Do ponto de vista da prática, segundo Price

(1963),consiste de uma síntese bibliométrica relativa a um fenômeno científico.

Na visão de Rostaing (1996), os indicadores bibliométricos contribuem para a

gestão de biblioteca, e os indicadores cientométricos, para os estudos da ciência.

Para Santos (2003), o sufixo metria possui dois sentidos: métrica e medida.

Para Rostaing (1996), o conceito de medida está relacionado à utilização de

indicadores univariáveis, em que um elemento é medido conforme uma dimensão

escolhida. O conceito de métrica está relacionado a indicadores relacionais (que

envolvem fatores influentes) e não restritos a uma só dimensão (SANTOS, 2003).

54

Dutheiul (1991) distingue métrica de medida:

A métrica aplica-se a um conjunto para o qual se aceita uma

convenção, permitindo definir as “distâncias” entre os elementos, o

que se constitui em classificar por semelhança ou dessemelhança. A

medida é a avaliação de uma grandeza criada a partir de sua relação

com outra grandeza de mesma espécie adotada para unidade e

como comparação.

A análise da produção científica de um país, de uma região ou instituição

específica envolve um conjunto expressivo de indicadores bibliométricos. Eles

podem ser agrupados em indicadores de produção, indicadores de citação e

indicadores de ligação (OKUBO, 1997; SPINAK, 1998; NARIN; OLIVASTRO;

STEVENS, 1994; COURTIAL, 1990; CALLON; COURTIAL; PENAN, 1993). Os

indicadores de produção científica são construídos a partir da contagem do número

de publicações por tipo de documento (livros, artigos, publicações científicas,

relatórios, etc.), por instituição, área de conhecimento, país, etc. (FAPESP, 2005).

Segundo Macias-Chapula (1998), a criação do Science Citation Index, em

1963, permitiu uma medição mais ampla da ciência por meio de indicadores

objetivos.

Segundo Spinak (1998), os indicadores podem ser abordados como insumos

e resultados. A medição desses insumos, ditos Input e resultados, ditos Output, são

as bases dos indicadores científicos. Insumo (Input) é uma combinação de fatores

que viabilizam a produção de determinada quantidade de resultados científicos

(Output) (POBLACIÓN e OLIVEIRA, 2006).

A fim de orientar e analisar a dinâmica científica, órgãos nacionais e

internacionais de fomento à pesquisa têm incentivado cada vez mais o

desenvolvimento de indicadores quantitativos como meio de subsidiar o

planejamento de políticas científicas e avaliar seus resultados. Os indicadores de

produção científica, juntamente aos indicadores de insumos para C&T, vêm

contribuindo de forma decisiva para a análise do desempenho e melhoria da

eficiência dos sistemas nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). Nesse

sentido, observa-se o crescente interesse de especialistas e autoridades

governamentais por indicadores quantitativos, que, além de auxiliar o entendimento

55

da dinâmica de C&T, funcionam como instrumentos para o planejamento de políticas

e tomadas de decisões no setor científico (FAPESP, 2005).

Nos estudos bibliométricos, vários indicadores são utilizados para analisar a

produção científica. Mugnaini, Carvalho e Campanatti-Ortiz (2006) reuniram um

grande conjunto de indicadores e variáveis sob a visão de diversos autores. Dentre

esses, destacam-se alguns a título de ilustração: indicadores de produtividade;

número de artigos científicos (por país, disciplina, autor); número de publicações

(inclusive em revistas indexadas); número de autores e procedência institucional

e/ou geográfica; coautoria, cooperação entre autores e índice de colaboração;

número de artigos publicados com colaboração internacional, etc.

Dentre os diversos tipos de indicadores, esta pesquisa aborda a utilização e

análise dos indicadores, impacto, visibilidade e de colaboração, apresentados a

seguir.

3.3.1 Indicadores de citação:impacto e visibilidade da produção

científica

Para se mensurar a produção científica de um pesquisador, instituição ou

país, um indicador básico utilizado é o registro do número de publicações

produzidas. Todavia, o uso isolado deste indicador nem sempre reflete o impacto e a

visibilidade do pesquisador, instituição ou país na comunidade científica. Nesse

sentido, a análise de citação é uma importante área dentro da Bibliometria que, por

meio dos seus indicadores, entre eles o total e a média de citações, objetiva

identificar o impacto e a visibilidade dos trabalhos produzidos (ARAÚJO, 2006).

A análise de citação é feita tendo como base as referências bibliográficas

arroladas no final de cada trabalho científico. Por meio da contagem dessas

referências, é possível identificar características da comunicação científica,

evidenciando as tendências de uma área do conhecimento, sua frente de pesquisa,

as principais instituições e países produtores, bem como seus periódicos nucleares

(VANZ; CAREGNATO, 2003).

Desse modo, a análise de citação constitui um procedimento objetivo para o

estudo da comunicação científica, que permite: evidenciar os pesquisadores e

56

publicações de maior impacto; identificar aqueles de “vanguarda” que constroem o

novo conhecimento de uma área;apontar seus conceitos, objetos e métodos

próprios, contribuindo para a compreensão e visualização de uma comunidade

científica (OLIVEIRA; GRACIO, 2011, VANZ; CAREGNATO, 2003).

Segundo Macias-Chapula (1998), a criação do Science Citation Index, no

ano de 1963, permitiu uma abertura de caminho para uma medição mais ampla da

ciência por meio de métodos quantitativos e objetivos.

Desta forma, os índices de citações foram criados e desenvolvidos partindo

do pressuposto que as referências citadas por um determinado autor identificam de

forma mais precisa o relacionamento entre documentos que abordam o mesmo

assunto (GARFIELD, 1955 apud STREHL, 2003). Os índices de citação passaram a

ser utilizados também pelos “responsáveis pela elaboração de políticas científicas

para avaliação da performance dos cientistas” (STREHL, 2003).

Observadas em um contexto social,as citações são úteis para se medir a

qualidade de um trabalho, considerada a partir do impacto na comunidade científica,

como reflexo de um consenso social. Neste sentido, Strehl (2003) destaca a

definição de qualidade feita por Cole e Cole (1973):

A definição social é formada a partir de um ponto de vista filosófico

pautado na premissa de que a verdade absoluta não existe, é, sim,

construída socialmente. Assim sendo, o que pode ser considerado

verdadeiro hoje, talvez não possa ser reconhecido amanhã [...].

Portanto, a qualidade de um trabalho é definida como o que está

sendo útil para a comunidade em um dado momento. Se os

cientistas encontram uma ideia particular que seja útil para o seu

trabalho, esta ideia encerra em si um valor e, por este motivo, ela

pode ser considerada de alta qualidade. Nesta concepção, a

definição da qualidade de um trabalho é feita a partir do consenso

social (COLE e COLE, 1973, apud STREHL, 2003).

O conceito de qualidade atribuído na perspectiva social está associado ao

contexto em que está inserido. Portanto, é necessário considerar que as citações

podem sofrer interferência de variáveis subjetivas e incontroláveis, como afirma

Frost (1979 apud STREHL, 2003).

57

A medição da quantidade de citações recebidas pelas publicações serve

como parâmetro para definição de qualidade dos trabalhos no atual sistema de

avaliação científico, como afirmam Aleixandre-Benavent et al. (2010). Qualidade

essa também aferida considerando o veículo de socialização em que foram

publicados, levando-se em conta seu impacto na comunidade, ou seja, sua

visibilidade.

Apesar da contribuição da análise de citação para a avaliação da

visibilidade, impacto e influência de uma publicação, autor, instituição ou país, junto

à comunidade científica, alguns pesquisadores têm apontado questões associadas

aos estudos baseados na análise de citação que atuam sobre seus resultados. Entre

elas, destacam-se: o motivo para a citação; a natureza da publicação (revisão ou

original); as barreiras linguísticas e a origem da publicação (países mainstream ou

periféricos); as questões relativas à natureza das áreas do conhecimento, com

diferentes preferências quanto à tipologia documental científica e à quantidade de

citações sustentando a proposição do conhecimento novo (VELHO, 1985, VANZ;

CAREGNATO, 2003, OLIVEIRA; GRACIO, 2011).

Nesse contexto, também são apontadas questões relativas às autocitações,

condenadas por alguns estudiosos por considerá-las uma forma de um pesquisador

reforçar sua posição na comunidade científica, na medida em que inflaciona seus

indicadores de citação, não revelando muito sobre o impacto da pesquisa na

comunidade científica. Por outro lado, há aqueles que as consideram uma parte

essencial da comunicação científica, por revelar aspectos interessantes do papel do

pesquisador, indicando uma atividade de publicação dinâmica e exitosa, desde que

a quantidade de autocitação no conjunto de citações não exceda a extensão normal.

Nesse sentido, em geral, não há razão para condenar as autocitações (GLÄNZEL,

2003).

Pierro (2013) afirma que países com grande extensão territorial e com

grande número de periódicos científicos tendem a ter maior número de autocitações,

que também estão relacionadas a contextos histórico-políticos. Cita, como exemplo,

países que ao longo da história apresentaram sistemas políticos fechados, como Irã

e Cuba. As autocitações também podem refletir o perfil de trabalhos que visam

contribuir para a resolução de problemas locais e nacionais. De acordo com o autor

citado (2013), no Brasil, as áreas agrícolas e de saúde pública são setores que se

58

voltam ao local, mas que “ao mesmo tempo, produzem artigos reconhecidos

internacionalmente”.

Outro aspecto a ser observado nas análises de citações refere-se à questão

das citações negativas, que constituem críticas a outros trabalhos. Entretanto, em

grande frequência, esse tipo de citação pode mostrar um trabalho relevante, ainda

que criticado pelos pares, pois, se o mesmo não tivesse valor ou importância, não

teria muitas citações, mesmo que negativas (VANZ; CAREGNATO, 2003).

Apesar das questões apontadas, a análise de citação tem se consolidado

em âmbito internacional como um procedimento objetivo e útil para a medição do

impacto e da influência das publicações, autores, instituições e país, oferecendo

subsídios para a avaliação da nova ciência produzida (GLÄNZEL, 2003). Além disso,

sob todas as óticas de análise, as citações são fontes importantes na elaboração de

indicadores, uma vez que refletem o processo de construção do conhecimento novo

pelo pesquisador,seu perfil e meio profissional (MACIAS-CHAPULA, 1998). Ao

permitir identificar o impacto e a visibilidade dos autores, instituições e até mesmo

de países, a análise das citações tem se mostrado uma importante ferramenta

norteadora para tomada de decisões político-científicas por instituições.

Estudos realizados por MacRoberts e MacRoberts (1989, 1996 apud

STREHL, 2003) afirmam que, até então, os críticos dos estudos de citações não

tinham conseguido demonstrar a importância e significância das variáveis subjetivas.

Por esse motivo, tem-se adotado como válidas as análises de qualidade das

publicações que usam o critério de quantidade de citações (STREHL, 2003).

Isso justifica o fato de esta pesquisa enfocar a quantidade de citações

recebidas pela produção científica dos programas de pós-graduação, por meio do

cálculo da média de citações (citações por documento), Índice h e Fator de Impacto

dos periódicos utilizados para socialização da informação, a fim de se evidenciar o

impacto e visibilidade dos programas.

Nesta pesquisa, entende-se impacto como o reconhecimento atribuído pela

comunidade científica aos artigos, evidenciado pelas citações recebidas e a

visibilidade como o impacto dos periódicos que foram utilizados para a socialização

das pesquisas científicas.

59

O termo impacto tem o significado de “Impressão causada, em alguém ou

algo” (FERREIRA, 2008). Na comunidade científica, a expressão está associada à

repercussão de uma ideia ou de um novo conhecimento socializado, disseminados

por meio das publicações científicas, e que reflete o reconhecimento da comunidade

científica.

Na avaliação de pesquisa, para Glänzel (2003), as citações tornaram-se

uma medida amplamente utilizada para se avaliar o impacto das publicações

científicas. Portanto, as citações recebidas por um artigo, pesquisador, grupo,

instituição ou país constituem um indicador de impacto.

Neste contexto, considera-se que o interesse de uma comunidade científica

por uma determinada publicação é refletido pelo seu impacto e medido pelas

citações recebidas.

Segundo Meadows (1999),

[...] uma forma de avaliar a qualidade de uma publicação consiste em

verificar o nível de interesse dos outros pela pesquisa. O método

mais simples para obter essa medida se dá por meio da quantidade

de citações dessa pesquisa na bibliografia ulterior.

A afirmação de Meadows (1999) reforça a compreensão de que a qualidade

de um artigo pode ser medida pela quantidade de citações que ele recebe.

A fim de propor um conjunto de variáveis e indicadores para avaliar com

precisão a atividade científica do sistema universitário espanhol, Lascurain-Sánchez,

García-Zorita e Sanz-Casado (2011) definem como indicador de impacto o número

total de citações recebidas pelas universidades e a média de citações por

pesquisador. Também na visão destes autores, o impacto científico está relacionado

à quantidade de citações recebidas.

Por outro lado, a visibilidade científica está associada ao veículo (periódico)

selecionado pelo pesquisador para a disseminação do conhecimento novo.

De acordo com Packer e Meneghini (2006),

A visibilidade da produção científica de um país, de uma

universidade, de uma área temática, de um grupo de pesquisa e de

um pesquisador individual está relacionada diretamente com a

60

visibilidade dos periódicos nos quais são publicados os resultados de

suas pesquisas.

Lara (2006) define a visibilidade como “a capacidade de exposição de uma

fonte de informação influenciar seu público alvo e ser acessada para responder a

uma demanda”.

Lascurain-Sánchez, García-Zorita e Sanz-Casado (2011) adotam como

indicador de visibilidade científica das universidades espanholas a porcentagem de

artigos publicados no primeiro quartil do FI do Journal Citation Report (JCR).

Evidencia-se, portanto, que os periódicos com maior FI são aqueles

considerados de maior visibilidade e que possuem artigos que mais influenciam os

pares, motivando-os a citá-los.

Desse modo, a visibilidade científica é um indicador que oferece uma

expectativa do impacto que um pesquisador, instituição ou país pode obter junto à

comunidade científica, diante do impacto que um periódico selecionado para a

disseminação do conhecimento possui nesta comunidade, medido pelas citações

que o periódico tem recebido pelos artigos publicados. Todavia, em relação ao

próprio periódico, o Fator de Impacto é uma medida de impacto quando o indivíduo

analisado é um pesquisador, instituição ou país; o Fator de Impacto do periódico é

uma medida da visibilidade que o pesquisador, instituição ou país terá, indicando,

neste caso, quão visível é o canal de comunicação escolhido para expor o

conhecimento gerado, sugerindo um impacto provável para o artigo. Constitui,

assim, um indicador indireto de citação para o pesquisador.

De acordo com Mueller (2006), um sistema de avaliação baseado em

diversos indicadores, como quantidade de publicações, índices de citações e

visibilidade (por meio do FI), tem mantido a posição de prestígio tanto dos cientistas

quanto dos periódicos.

Por fim, nos estudos de análise de citação, como forma de evidenciar

impacto e visibilidade, a comunidade científica tem utilizado duas maneiras de

investigação, abordadas no tópico a seguir.

61

3.3.1.1 Análise de citação sincrônica versus análise de citação

diacrônica

Os métodos de estudos sincrônicos e diacrônicos são duas maneiras de

investigação, nas análises de citação (STINSON; LANCASTER, 1987). Para Line e

Sandison (1974 apud STREHL, 2003), a abordagem sincrônica “consiste na análise

da idade das referências citadas (ou dos materiais usados em uma biblioteca, por

exemplo) em um dado momento”.Na abordagem diacrônica “tem-se uma

configuração diversa, pois um grupo particular de itens é estudado a partir de

sucessivas observações realizadas em diversas datas”.

Glänzel (2003) afirma que a abordagem sincrônica tem um formato

retrospectivo, do presente para o passado, enquanto os estudos com abordagem

diacrônica se preocupam com o uso de um determinado conjunto de publicações em

anos consecutivos. Para o autor, as análises sincrônicas são mais utilizadas por

serem de fácil aplicação, uma vez que não requerem a observação de citações em

uma grande janela de tempo, como 10 ou 15 anos, por exemplo.

A facilidade de uso da abordagem sincrônica, motivando sua maior

utilização, também é observada por Stinson e Lancaster (1987). Segundo esses

autores, até a década de 1960, estudos diacrônicos de grande escala não eram

viáveis, por não haver índices de citações que permitissem facilitar a aplicação desta

última abordagem, uma vez que o crescimento contínuo da literatura dificultava a

obtenção de dados sem o auxílio desses índices.

Os estudos de citação que utilizam a abordagem sincrônica são baseados

na análise das listas de referências constantes em um conjunto de publicações

selecionadas. Neste caso, segundo Glänzel (2003), a janela de citação é fixa e o

período de publicação é variável.

Embora as terminologias sincrônica e diacrônica estejam, mais usualmente,

relacionadas a estudos de obsolescência da informação, Glänzel (2003) afirma que

esses termos também são utilizados, atualmente, em um contexto mais geral de

análises de citação, não estando, portanto, diretamente relacionados ao

envelhecimento.

62

A presente pesquisa não enfoca a obsolescência dos artigos analisados e,

por esse motivo, tal abordagem não é aprofundada. O estudo do impacto e da

visibilidade dos programas de pós-graduação em Zootecnia, em uma janela

equivalente ao triênio 2007-2009,se faz com abordagem diacrônica, no contexto

mais amplo do uso do termo, em análise de citação (GLÄNZEL, 2003). O cálculo do

Índice h depende do período em que as citações foram coletadas e, por

consequência, apresenta possibilidade de mudança de valor com o passar do

tempo. Da mesma forma, Strehl (2003) afirma que o Fator de Impacto também é um

indicador diacrônico, pois sua concepção é baseada em janelas de períodos (dois

anos).

Dentre os indicadores derivados das análises de citação, listados por Spinak

(1998), o Fator de Impacto (FI) destaca-se por ser amplamente usado como uma

medida significativa da importância, da influência e da visibilidade de um periódico

na comunidade científica (SPINAK, 1996). Mais recentemente, o Índice h, criado por

Hirsch (2005) tem obtido destaque nos estudos. Tais indicadores são abordados a

seguir.

3.3.1.2 Fator de Impacto

A possibilidade de medição do impacto das investigações só foi concretizada

em virtude da criação de um método de cálculo para esse fim. Na década de 1960, o

Institute for Scientific Information (ISI) criou o Fator de Impacto - FI, que constitui

uma das estatísticas disponibilizadas por esta base de dados na compilação do

Science Citation Index (SCI) (GARFIELD; SHER, 1963) e consolidou-se no Journal

Citation Reports (JCR), depois de 1975, com a reunião dos dados do SCI e SSCI

(1994). O cálculo é determinado pelas citações recebidas anualmente pelos

periódicos.

O FI para um periódico em um determinado ano constitui uma média obtida

pelo quociente entre o número de citações recebidas, naquele ano, pelos artigos

publicados no periódico nos dois anos anteriores e o número total de artigos

publicados pelo periódico nesses dois anos (STREHL, 2005).

63

Portanto, por meio do cálculo da média de citações recebidas, por um

periódico, durante um determinado período, obtém-se o indicador FI. Para facilitar a

compreensão do cálculo do FI, apresenta-se o Quadro 5.

Quadro 5. Cálculo do Fator de Impacto

Fator de Impacto de um determinado periódico no ano de 2010

Ano Citações recebidas Artigos Publicados

2008 62 115

2009 38 115

Total 100 230

Cálculo do FI Total de citações ÷ artigos publicados = FI

100 ÷ 230 = 0,434

Fonte: elaborado pelo autor.

A força e o uso sistemático do FI, como importante indicador de citação para

os periódicos científicos, decorrem da sua independência da quantidade de artigos

publicados pela revista, de ser facilmente compreensível (como o comportamento

médio de citação de um artigo de um dado periódico em um determinado ano), da

sua robustez e estabilidade (dado que mudanças anuais no FI mostraram não serem

dramáticas), sua rápida disponibilidade e reprodutibilidade. Em decorrência dessas

características, o FI tornou-se rapidamente popular e amplamente usado (GLÄNZEL,

2003).

Desde sua proposição, os estudiosos da área têm estendido o conceito de

FI, calculando-o também para outros intervalos de tempo, como períodos de três ou

cinco anos, e aplicando-o para a avaliação de outros elementos de análise

bibliométrica, como autores e países.

Alguns estudiosos levantam questões relacionadas ao FI. Entre eles,

Mugnaini (2006) afirma que o cálculo do FI, quando realizado em uma base

específica, limita a validade desse indicador àquele universo, o que restringe a

representatividade do impacto àquela realidade e sua abrangência. O autor cita

como exemplo o próprio ISI, que apresenta um contexto com forte predominância de

revistas americanas em sua base, num percentual de quase 50%, fato esse que

64

prejudica a fidedignidade e a legitimidade da medida como indicador do real impacto

de uma revista brasileira junto à comunidade científica.

Glänzel e Moed (2002) apresentam outras limitações do FI: falta de

normalização das práticas referenciais; ausência de discriminação de artigos de

revisão (que possuem altos índices de citação); e falta de distinção da natureza e

mérito do periódico citante. Eles apontam a importância de não se utilizar um único

indicador a fim de se avaliar os padrões de citação nas revistas,e consideram que

sua utilização pode não ser suficiente para descrever os padrões de citação dos

periódicos científicos.

A área temática bem como a janela de citação são outros fatores que podem

interferir no valor do FI, como afirmam Bordons, Fernandez e Gómez (2002). Os

autores acrescentam que o grande número de artigos não citados de um periódico

prejudica o FI.

Há pesquisadores que acreditam que o impacto científico de uma

investigação não significa necessariamente que a mesma tenha qualidade

(SANCHO, 1990; MOED, 2002). Por esse motivo, Sancho (1990) afirma que o

impacto dos periódicos é uma medida útil quando calculado cuidadosamente. No

mesmo sentido,segundo Garfield (1963 apud MUGNAINI, 2006), o autor mais citado

nem sempre merece um prêmio Nobel (prêmio dado às pessoas que fizeram

pesquisas importantes, que criaram técnicas pioneiras ou que deram contribuições

destacadas à sociedade).

Apesar das limitações apontadas em relação ao FI, Vinkler (2002) considera

que este indicador ainda é a medida mais apropriada para a avaliação dos

periódicos científicos em nível internacional, porém deve haver cuidado nas

comparações. Estas devem ser feitas em conjuntos de periódicos da mesma

subárea, uma vez que a tendência dos valores do FI pode variar entre áreas e

subáreas diferentes, bem como em função de outros fatores contextuais.

O FI tem sido considerado um indicador determinante durante o processo de

geração e difusão do conhecimento científico, pois influencia diretamente o dia a dia

de autores, editores e administradores da ciência (TODOROV; GLÄNZEL, 1988,

STREHL, 2005), que o utilizam, respectivamente, para identificação de periódicos

com grande prestígio; para o acompanhamento da evolução do impacto das

65

revistas; e como parâmetro na seleção de títulos relevantes para a composição dos

acervos.

Strehl (2005) afirma que as agências de fomento, grandes responsáveis pela

elaboração de políticas científicas, consultam assiduamente o FI disponibilizado pelo

ISI, pois o utilizam na avaliação dos pesquisadores e na identificação das

instituições que melhor se ajustam às metas por elas estabelecidas. Essa posição,

adotada pelas agências fomenta, entre os autores, bibliotecários e editores, a busca

e o uso desse indicador em suas decisões pela opção de canal de disseminação do

conhecimento novo gerado, na aquisição de títulos novos, bem como nas políticas

editoriais que incrementem a visibilidade e impacto da revista, gerando um sistema

que se retroalimenta.

Lara (2006) assinala a importância de se observar a qualidade e

credibilidade e a presença dos periódicos em índices que tenham prestígio

internacional e nacional.

Packer e Meneghini (2006) consideram que o reconhecimento dos

periódicos acontece em duas dimensões: ser referência de qualidade e de

credibilidade; e estar indexado em índices de prestígio. Tais características

contribuem para um crescimento no número de citações e, como consequência, o

aumento no FI, elevando o número de acesso ao periódico e criando uma média de

leitura, aumentando o impacto do periódico.

Alcançar impacto e prestígio com qualidade e credibilidade não é uma tarefa

fácil e rápida. Parte de um longo processo, que ocorre de acordo com a evolução do

periódico (PACKER e MENEGHINI, 2006).

Em função da consolidação da utilização do FI como uma medida do

impacto das publicações científicas, considera-se que ele pode contribuir para a

avaliação dos Programas de Pós-Graduação, ampliando o conjunto de indicadores

para além dos indicadores de produção, os únicos até o momento utilizados pela

CAPES, ao abranger também indicadores de citação, e aprimorando o processo

avaliativo, ao torná-lo mais abrangente e preciso.

Outro indicador derivado da análise de citação é o Índice h. Em decorrência

das questões apontadas ao FI, os pesquisadores têm buscado propor novos

66

indicadores, que, agregados aos já existentes, possibilitem uma visualização mais

ampla, exata e completa comportamento da ciência.

3.3.1.3 Índice h

Em 2005, Jorge Hirsch propôs um novo indicador de citação, denominado

Índice h, com o objetivo de caracterizar a contribuição, o reconhecimento e o

impacto acumulado de um pesquisador por meio de um valor que estima,

simultaneamente, a extensão e o impacto da sua produção científica. O autor define

o Índice h como “a scientist has index h if h of his /her Np papers have at least h

citations each, and the other (Np-h) papers have no more than h citation each”

(HIRSCH, 2005, p. 1), sendo Np o número total de artigos do pesquisador.

O cálculo do Índice h é realizado da seguinte maneira: constrói-se uma lista

com duas colunas: numa delas atribuem-se números em ordem crescente aos

artigos publicados por um determinado autor; e na coluna paralela, o total de

citações recebidas pelos artigos em ordem decrescente. O Índice h será encontrado

onde o número de citações do artigo for maior ou igual ao número de ordem que é

ocupado pelo artigo.

Desse modo, o Índice h caracteriza a produção científica acumulada de um

pesquisador e apresenta algumas características marcantes: seu valor nunca

decresce durante a vida do pesquisador, uma vez que leva em conta a distribuição

acumulada das citações para o conjunto da obra do pesquisador durante sua

trajetória científica, porém, quanto maior o valor deste índice, maior é o esforço

científico necessário para obtê-lo; está fortemente associado ao número de citações,

embora não seja totalmente influenciado pelo número de trabalhos publicados, não

apresentando crescimento linear (OLIVEIRA; GRÁCIO, 2011). Desse modo, o Índice

h é uma medida que tende a valorar o esforço científico, uma vez que leva em conta

o percurso acadêmico de um pesquisador de forma cumulativa.

O valor do Índice h depende da área do conhecimento e que pesquisadores

de áreas que não são mainstream, “não alcançarão valores altos de índice h, como

aqueles que trabalham em áreas mais destacadas da ciência” (OLIVEIRA; GRÁCIO,

2011). Assim, o valor do Índice h pode apresentar grande variação entre as áreas,

67

refletindo características distintas entre as mesmas, e não deve ser usado para

comparar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, pois pode levar a

conclusões equivocadas relativas à superioridade científica de pesquisadores,

instituições e grupos de pesquisa (LIMA; VELHO; FARIA, 2012).

Rousseau (2008) também apresenta as vantagens e as desvantagens

relacionadas ao Índice h. Entre as primeiras, destaca que o Índice h encoraja

trabalhos de alta qualidade, dado que combina um indicador de produção (número

de publicações) e outro de impacto (número de citações). Entre as desvantagens, o

autor aponta que um maior número de coautores pode potencializar o Índice h e

que, pela natureza do índice de acúmulo do número de citações, pode aumentar,

ainda que o pesquisador nada mais produza.

Outros estudiosos apresentam pesquisas relativas ao aumento da aplicação

do Índice h para além de pesquisadores individualmente, como para periódicos

(BRAUN, GLÄNZEL e SCHUBERT, 2006), para países (CSAJBÓK et al, 2007) e

para as diferentes áreas (IGLESIAS e PECHARROMÁN, 2007). Destacam-se, ainda,

as pesquisas comparando o comportamento do Índice h com os indicadores

clássicos na descrição do desempenho científico, nas diferentes áreas do

conhecimento, entre eles: Grupo Scimago (2006), Cronin e Meho (2009), Van Raan

(2006), Kulasegarah e Fenton (2009) e Mugnaini, Packer e Meneghini (2008).

Considerando que o Índice h transfere o foco da avaliação do impacto do

periódico para o impacto do pesquisador, constituindo uma medida complexa que

leva em conta simultaneamente produção e impacto do pesquisador por meio de um

valor simples de se calcular, esse índice tem sido adotado por diversos órgãos

financiadores, tanto nacionais quanto internacionais, como subsídio em políticas

científicas e tecnológicas, bem como para alocação de recursos, benefícios e

avanço na carreira científica (LIMA; VELHO; FARIA, 2012).

Embora Hirsch (2005) aponte que, individualmente, o Índice h é preferível a

outros indicadores tradicionalmente usados para se avaliar o desempenho científico,

como o número de artigos publicados, o total e a média de citações, o autor afirma

que apenas um indicador jamais será suficiente para a descrição multifacetada de

um pesquisador, sendo necessária a utilização de mais de um indicador a fim de se

retratar plenamente o seu perfil científico.

68

Portanto, acredita-se que, para se estudar um determinado domínio, a

análise simultânea de um conjunto de indicadores pode revelar de forma mais ampla

e representativa as características do mesmo, subsidiando as políticas científicas.

Neste contexto, entende-se como importante, no estudo e avaliação de um domínio,

além dos indicadores de produção e de colaboração científica, a utilização de

indicadores de citação, mais especificamente o FI e Índice h.

3.3.2 Colaboração científica

Embora o primeiro artigo publicado em coautoria seja datado de 1665, por

Hone, Oldenburg, Cassini e Boyle (VANZ; STUMPF, 2010), os estudos relativos à

colaboração científica se destacaram na década de 1960, quando se observou que a

colaboração científica se dava em grande parte nas relações entre orientadores e

orientados, principalmente em “colégios invisíveis” (OLIVEIRA e GRÁCIO, 2009).

Desde então, existe um crescente interesse em estudar as redes de

colaboração científica (também conhecidas como redes de cooperação científica).

As redes de colaboração científica podem ser consideradas indicadores de conexão

social, sendo uma das principais manifestações a conexão entre dois ou mais

cientistas por meio de publicações de trabalhos em coautoria.

O termo “colaboração” origina-se do latim, collabore. De acordo com Ferreira

(2008), significa “Trabalho em comum com uma ou mais pessoas. Ajuda, auxílio.”

O conceito de colaboração científica é vasto na literatura. Para Vanz e

Stumpf (2010), o “pleno entendimento do seu significado está longe de ser

alcançado” e “[...] pode variar muito de acordo com a área do conhecimento e, até

mesmo, conforme a percepção pessoal do cientista”.

Katz e Martin (1997) definem colaboração como “[...] o trabalho conjunto de

pesquisadores para atingir um objetivo comum de produzir novos conhecimentos

científicos”. Afirmam que a colaboração científica ocorre quando dois pesquisadores

compartilham dados, equipamentos ou ideias em um projeto, na maioria das vezes

em experimentos e análises de pesquisa, que são publicados em forma de artigo.

Balancieri et al. (2005) afirmam que a junção de competências,

compartilhamento de informações e a união de esforços entre os pesquisadores

69

impulsionam a produção de conhecimento. Maia e Caregnato (2008) consideram

que o trabalho científico compartilhado culmina em economia de tempo, recursos

financeiros e materiais, obtendo maior estímulo das agências financiadoras de

pesquisas.

Hilário e Grácio (2011) consideram que a colaboração científica acontece “a

partir do trabalho intelectual coletivo de pesquisadores, instituições ou países,

formado pela rede de colaboradores, que ao unir esforços tende a identificar

semelhanças e traçar diferenças para que se criem novas ideias”.

Sonnenwald (2008) define colaboração como a interação entre dois ou mais

cientistas que, além de aperfeiçoar e potencializar o desenvolvimento das

atividades, favorece a compreensão das mesmas diante dos objetivos

compartilhados. Ao entender a colaboração dentro de um contexto social da ciência,

a autora elenca alguns elementos contribuintes para a colaboração, como: colégios

invisíveis, políticas científicas nacionais e internacionais, revisão por pares, e

normas presentes de forma tácita no campo disciplinar e em instituições de

pesquisa, como também em universidades.

Oliveira e Grácio (2009) consideram a colaboração científica como a

ampliação do repertório de abordagens e ferramentas, que advém do

intercâmbio de informações e da produtividade que se verifica

quando grupos, pesquisadores ou instituições distintas juntam

esforços no sentido de determinada meta, promovendo a interação

entre os pesquisadores.

Segundo Silva (2002), a imagem do pesquisador isolado faz parte do

passado e, atualmente, o processo de produção científica requer associações,

negociações e estratégias que possibilitem a interligação de um maior número de

elementos, sejam eles pessoas, instituições ou mesmo países.

Vanz e Stumpf (2010) apresentam 17 possíveis motivos que levam à

concretização da colaboração científica, a saber:

1. Aumentar a popularidade científica, a visibilidade e o reconhecimento

pessoal;

2. Aumentar a produtividade;

70

3. Tornar mais eficaz o uso da mão de obra científica e do tempo que é

dispensado à pesquisa;

4. Reduzir possibilidades de erro;

5. Obter e/ou ampliar financiamentos, recursos, equipamentos especiais,

materiais;

6. Aumentar a especialização na Ciência;

7. Permitir a possibilidade de “ataque” (grifo do autor) a grandes problemas

de pesquisa;

8. Aumentar a profissionalização da ciência;

9. Aumentar a própria experiência através da experiência de outros

cientistas;

10. Motivar o desejo de realização de pesquisa multidisciplinar;

11. Unir forças, evitando competição;

12. Treinar pesquisadores e orientandos;

13. Obter opiniões externas para confirmar ou avaliar um problema;

14. Possibilitar maior divulgação da pesquisa;

15. Manter a concentração e a disciplina na pesquisa até a entrega dos

resultados ao restante da equipe;

16. Compartilhar o entusiasmo de uma pesquisa com alguém;

17. Trabalhar fisicamente próximo a outros pesquisadores, por amizade e

desejo de estar com quem se gosta.

Oliveira e Grácio (2009) afirmam que a colaboração científica

reflete um rol possível de intercâmbios e trocas entre os

pesquisadores e constitui um procedimento significativo, sendo

medida pelo número de publicações em colaboração entre autores,

instituições ou países e empregada para identificar e mapear a

cooperação regional, nacional ou internacional.

71

Smith (1958 apud BALANCIERI et al., 2005) foi um dos primeiros

pesquisadores a observar o crescimento dos trabalhos publicados em coautoria e a

sugerir o uso da coautoria como medida de colaboração em âmbito

micro(pesquisadores), meso (instituições) ou macro (países). E aponta que autores

filiados a grandes departamentos e universidades tendem a ter maior participação

em grupos de pesquisas em relação a autores de universidades menores, fator esse

que contribui para o crescimento da coautoria (VANZ e STUMP, 2010).

Segundo Hilário e Grácio (2011), a forma mais utilizada para se medir a

colaboração científica é por meio da análise de coautorias.

Para Spinak (1996), a coautoria se dá quando em um documento, como nos

artigos científicos, dois ou mais autores assinam como responsáveis pela sua

elaboração.

Apesar de na literatura os termos coautoria e colaboração serem, muitas

vezes, tratados como sinônimos, alguns estudiosos, como Vanz e Stumpf (2010),

consideram que a coautoria é apenas uma forma de se retratar a colaboração

científica.

Segundo Katz e Martin (1997), os termos coautoria e colaboração não

devem ser usados como sinônimos, pois nem sempre os sujeitos registrados como

autores fizeram parte intelectualmente do trabalho, e assim a coautoria não reflete

fielmente a complexidade e totalidade da colaboração.

Bordons e Gómez (2000 apud VANZ e STUMP, 2010) afirmam que nem

todas as colaborações resultam em publicação de artigos em coautoria, pois alguns

colaboradores publicam separadamente seus resultados em revistas de sua área

específica.

De acordo com Luukkonen, Persson e Siverstsen (1992), em muitos casos a

“coautoria indica a íntima cooperação entre os parceiros, mais íntima e mais ativa do

que a troca de material, informação e comentários, que geralmente aparecem, por

exemplo, nos agradecimentos”.

Observa-se, desse modo, a pluralidade de entendimentos acerca do

conceito de colaboração científica. Neste sentido, Katz e Martin (1997) consideram

que as "percepções com respeito às fronteiras da colaboração variam

72

consideravelmente entre instituições, campos de pesquisa, setores e países tanto

quanto ao longo do tempo".

No entanto, pesquisadores como Glänzel (2003) afirmam que as limitações e

problemáticas apresentadas por alguns autores, entre eles Katz e Martin (1997), são

relevantes quando se leva em consideração a análise da colaboração

intrainstitucional, ou seja, dentro da própria instituição. Todavia, quando se estuda

colaboração científica em níveis mais amplos, como entre diferentes instituições ou

países, essas críticas não procedem.

Os estudos de coautoria têm sido muito utilizados por pesquisadores da área

de bibliometria e cientometria, mapeando colaboração entre pesquisadores,

determinadas disciplinas (GLÄNZEL, 2002; NEWMAN, 2004; entre outros),

instituições e países (ARROYO-ALONSO, 2005; GLÄNZEL, 2001; entre outros). Tais

estudos têm revelado o aumento das coautorias em todas as disciplinas. Mas, como

afirmam Meadows (1999), Cronin (2005) e Katz e Martin (1997), o grau de

colaboração entre as disciplinas é diferenciado e há uma incidência maior de

colaboração científica em áreas de natureza experimental,e que trabalhos teóricos

geralmente tendem a ter menos autores.

Quanto ao impacto e visibilidade dos trabalhos em colaboração científica,

Glänzel (2002) aponta que artigos publicados em coautoria internacional obtêm

maior impacto e visibilidade, observado pelo maior número de citações. Também

Persson, Glänzel e Danell (2004) constataram a influência da quantidade

autores/instituições na disseminação dos trabalhos publicados, ao observarem a

tendência de quanto maior o número de autores/instituições maior será o alcance do

trabalho e, como consequência, o aumento na possibilidade de citações.

Neste sentido, Katz e Martin (1997) afirmam que, além do impacto, a

colaboração se relaciona com a aceitação do artigo submetido, por causa do grau de

competência que é exposto na multiautoria.

Essas observações ressaltam, portanto, a importância de os

pesquisadores/instituições se relacionarem com pesquisadores/instituições de outros

países, principalmente aqueles que se destacam na área de atuação desejada, bem

como para o fato de a colaboração alavancar a produtividade dos pesquisadores

(CRONIN, 2005; LEE e BOZEMAN, 2005).

73

Nesse contexto, a coautoria pode “incrementar a produção científica e

visibilidade do país”, o que promove diversas iniciativas governamentais na direção

de um comportamento mais colaborativo entre os pesquisadores (GRÁCIO e

OLIVEIRA, 2012).

Os trabalhos realizados em coautoria formam redes sociais, sejam elas de

pesquisadores, instituições ou países, e para obter melhor entendimento dessas

redes faz-se uso de estudos de colaboração científica baseados na Análise de

Redes Sociais, uma metodologia que se fundamenta na Sociologia, na Matemática,

na Estatística e na Computação, a fim de se estudar e visualizar as relações

estabelecidas entre entidades, sejam elas pessoas, instituições, etc. (MATHEUS;

SILVA, 2009).

Estudos sobre as redes sociais de colaboração científica por meio de

coautoria, de acordo com Maia e Caregnato (2008), possibilitam “[...] uma visão

abrangente das interações entre as partes [...]” destacando “[...] relações, vínculos,

influências e interações entre [...] empresas, organizações, instituições ou nações”,

possibilitando a captação da colaboração científica.

Wasserman e Faust (1994) definem uma “rede social” como sendo um

“conjunto de atores e as ligações entre eles”. A Análise de Redes Sociais (ARS) é

focada na análise dos relacionamentos entre os atores, embora não prescinda da

análise dos atores constituintes do grupo. Esses atores podem ser indivíduos,

páginas de Web, instituições, países ou até mesmo neurônios do cérebro. Esses

relacionamentos podem acontecer por trocas materiais, que envolvem

movimentação ou proximidade, por exemplo, ou por trocas não materiais, como

informação ou sinais elétricos.

Na visão de Wasserman e Faust (1994),o ator é definido como: “[...] uma

unidade discreta que pode ser de diferentes tipos, como uma pessoa ou um conjunto

discreto de pessoas agregadas em uma unidade social coletiva, como subgrupos,

organizações e outras coletividades”.

Os indicadores de colaboração científica são importantes fontes de

informação na estruturação de políticas nas instituições, pois eles permitem

visualizar os relacionamentos científicos entre autores, instituições, grupos e países,

trazendo um cenário no contexto social em que estão inseridos.

74

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste estudo, realiza-se uma pesquisa bibliográfica3, descritiva4 e analítica,

fundamentada no referencial teórico-metodológico da Bibliometria, articulada com as

análises qualitativas. Tem por finalidade obter-se uma visualização mais ampla e

consistente dos aspectos relacionados ao impacto, visibilidade e cooperação das

publicações científicas dos programas de pós-graduação, com excelência

internacional, no triênio 2007-2009, por meio dos artigos publicados em periódicos

Qualis A1 e A2.

Inicialmente, identificaram-se os Programas de Pós-Graduação em

Zootecnia com conceito de excelência, no triênio 2007-2009, por meio das planilhas

comparativas da Avaliação trienal 2010, da CAPES (Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), na área de Zootecnia e Recursos

Pesqueiros (Anexo 4). Foram identificados três programas com conceito 7, a saber:

Ciência Animal e Pastagens da USP (Universidade de São Paulo), Zootecnia da

UFV (Universidade Federal de Viçosa) e Zootecnia da UNESP (Universidade

Estadual Paulista).

Por meio dos cadernos de indicadores de produção da avaliação de pós-

graduação, disponíveis no site da CAPES, coletou-se a produção científica (artigos

completos) publicada em periódicos com Qualis A1 e A2 dos três programas.

Recuperou-se um total de 125 artigos (Apêndice A), sendo 37 artigos da USP (20

publicados em periódicos Qualis A1 e 17 em Qualis A2), 31 artigos da UFV(10 em

Qualis A1 e 21 em Qualis A2), e 57 artigos da UNESP (23 artigos em Qualis A1 e 34

em Qualis A2).

Em 10 de junho de 2012, para cada programa de pós-graduação em estudo,

as citações recebidas pelos artigos analisados foram levantadas na base de dados

SCOPUS, por meio da ferramenta de busca “Document Search”. Cada artigo

analisado foi localizado na base, por meio da combinação de busca nos campos

“Authors” (autores), “Article Title” (título do artigo) e “Source Title” (nome da

revista/periódico), utilizando o operador booleano “and” (Anexo 5). As citações

3A pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia tornada pública em relação ao tema em estudo (MARKONI; LAKATOS, 2007). 4 A pesquisa descritiva tem por objetivo a descrição das características de uma população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 1999).

75

recebidas pelos artigos foram visualizadas na última coluna do resultado de busca,

denominada “Cited by” (Anexo 6).

Os dados levantados foram cuidadosa e criteriosamente conferidos e

organizados em planilhas no software Excel (Apêndice B).

O fator de impacto de cada programa de pós-graduação foi calculado pela

média de citações, obtida dividindo-se o número de citações recebidas pelos artigos

no triênio pelo número de artigos publicados no período.

Para o cálculo do Índice h de cada programa, foi listado em uma coluna o

número de artigos publicados em ordem crescente (do primeiro ao último) e, em

outra coluna (Apêndice C), as citações recebidas em cada artigo em ordem

decrescente, obtendo-se o valor no equilíbrio entre o número de publicações e o

número de citações (HIRSCH, 2005).

O impacto dos periódicos em que esses artigos foram publicados, foi

extraído da base SCimago Journal & Country Rank, entre os dias 11 e 17 de junho

de 2012. A busca foi realizada na ferramenta “Journal Search”, na qual foi digitado o

nome do periódico no campo “Journal Title” (Anexo 07). Foi considerado o FI do ano

de 2010, ano da divulgação do triênio estudado.

No que diz respeito ao país de origem dos periódicos utilizados para

publicação dos artigos, preferiu-se coletar os dados na base Ulrichs Web Global

Serials Directory, por ser uma ferramenta atualizada e muito utilizada nas rotinas de

biblioteca na obtenção de informações dos periódicos (Anexo 08).

Quanto à colaboração científica realizada pelos três programas de pós-

graduação,foram coletados dados em dois níveis de análise: instituição e país de

origem do colaborador. Para tanto, foram consultadas todas as primeiras páginas

dos artigos nas bases de dados em que os mesmos estavam indexados e

armazenados. Os artigos foram localizados nas seguintes bases de dados: Science

Direct, Wiley, Springer, Cambridge Journal, bem como nos próprios portais de

alguns periódicos. Os dados coletados foram armazenados em arquivos DOC

(Microsoft Word), para posterior tabulação no Excel construção das matrizes

simétricas de coautoria. Cada item coletado foi cuidadosamente analisado,

identificando os nomes dos autores, ano de publicação, título dos periódicos e

origem dos autores do artigo.

76

As instituições foram consideradas num todo, independente de seus

campi/unidade. Por exemplo, USP/Ribeirão e USP/Piracicaba foram consideradas

como USP, esse mesmo procedimento foi adotado para a EMBRAPA, e assim com

outras instituições.

Utilizou-se o software Microsoft Excel para a tabulação dos dados e o

software Pajek 2.00 para a construção das redes de colaboração científica.

Na construção da rede de instituições colaboradoras, a fim de se retirar a

sobrecarga de informação visual e permitir melhor visualização das principais

instituições que cooperam com a produção científica dos programas em estudo,

foram consideradas somente aquelas que tiveram um número igual ou superior a2

artigos em coautoria com os programas analisados, perfazendo um total de

19instituições colaboradoras.

Para a construção da rede de países colaboradores, foram considerados

aqueles que tiveram pelo menos um trabalho em coautoria, perfazendo um total de

20 países colaboradores com os 3 programas.

Para a análise da relevância dos países colaboradores dos programas

analisados (os mais produtivos na temática Animal Science), no cenário científico

internacional na área em estudo, foi utilizada a base de dados SJR SCimago Journal

& Country Rank.

Na busca para o ícone “Subject Area” foi escolhida a área “Agricultural and

Biological Sciences”, e em “Subject Category” foi selecionada “Animal Science and

Zoology”, que é a categoria onde se enquadra a Zootecnia.

Afim de verificar se há correlação entre os indicadores analisados (FI do

periódico, número de citações recebidas pelo artigo, número de países

colaboradores no artigo e ano de publicação do artigo), foi calculado o coeficiente de

correlação linear de Pearson5 entre os mesmos.A correlação de Pearson pode ser

usada em situações em que há interesse em observar a correlação entre duas

variáveis quantitativas (BARBETTA, 1999; LEVIN; 1987).

5Para uma apresentação mais detalhada deste procedimento estatístico, sugere-se consulta aos livros: BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às Ciências Sociais. Florianópolis: Ed UFSC, 1999 e LEVIN, J. Estatística aplicada a Ciências Humanas. 2.ed. São Paulo: Harbra,1987.

77

A correlação entre duas variáveis pode ser classificada como positiva ou

negativa. A correlação positiva entre duas variáveis X e Y indica que valores

pequenos observados para a variável X tendem a estar relacionados a valores

pequenos na variável Y, ao passo que valores grandes de X tendem a estar

relacionados a valores grandes de Y (BARBETTA, 1999; LEVIN; 1987). Por outro

lado, uma correlação negativa entre duas variáveis X e Y indica que valores

pequenos de X tendem a estar relacionados a valores grandes de Y e valores

grandes de X tendem a estar relacionados a valores pequenos de Y (BARBETTA,

1999; LEVIN; 1987).

Independentemente do sentido (positivo ou negativo), o coeficiente de

correlação linear de Pearson, denotado por r, varia quanto à força: partindo de uma

ausência de correlação (r = 0) até uma correlação muito forte ou até mesmo perfeita

(r = -1 ou r = 1). Se r for igual ao valor 1, pode-se dizer que as duas variáveis (X e Y)

têm correlação perfeita positiva; e se r for igual a -1, pode-se afirmar que as duas

variáveis têm correlação perfeita negativa. Quanto mais próximo o coeficiente de

correlação (r) for do valor 1, maior será a correlação entre as duas variáveis. Se r for

igual a zero, não existe correlação entre as duas variáveis, isto é, a correlação entre

elas é nula (BARBETTA, 1999; LEVIN; 1987).

A representação de Barbetta (1999, p.251), a seguir, apresenta os possíveis

valores de coeficiente (r) e a interpretação em relação ao sentido (positivo ou

negativo), como também da intensidade dessa força (iniciando em ausente e

chegando ao nível máximo denominado forte, conforme o valor).

Valor de r

←⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅→

-1 0 1

Sentido:negativa positiva

Força: forte moderada fraca ausência fraca moderada forte

Cabe destacar que a coeficiente de correlação de Pearson mostra somente a

tendência de correlação entre os valores das variáveis X e Y, não indicando,

necessariamente, que o comportamento da variável X influencia o comportamento

78

da variável Y, ou seja, não se pode afirmar uma relação de causa e efeito entre as

duas variáveis.

Finalizando os procedimentos metodológicos, foi enviado e-mail com uma

entrevista composta de nove questões,aos coordenadores de cada programa

estudado (Apêndice D),em consonância com a metodologia de Análise de Domínio

proposta por Hjørland (2002), identificadas por meio das coautorias realizadas

durante o triênio, observadas nos artigos analisados.Considerou-se de grande

relevância para a pesquisa contar com a participação de especialistas

(coordenadores dos programas) na área em estudo, a fim de melhor compreender o

domínio estudado.

Apenas o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal

e Pastagens, da USP, respondeu ao contato, através de e-mail, apesar de não ter

respondido à entrevista.

Os professores do PPG-CAP têm autonomia plena para decidir e

definir as políticas de publicação e de co-autoria que utilizam.

Discentes participam da grande maioria das publicações uma vez

que os trabalhos são frutos de programas de mestrado e de

doutorado. Assim, se quiser compreender como cada um dos

docentes se organiza em termos de publicação e de co-autoria,

sugiro que entre em contato diretamente com cada um deles (e-mail

recebido em 31/05/2013).

Como seria inviável o contato com cada docente por causa da escassez de

tempo, e dado o insucesso na resposta à solicitação das entrevistas, optou-se por

analisar as propostas dos programas enviadas à CAPES no triênio 2007-2009

(disponíveis no portal), a fim de se obter subsídios para uma melhor

contextualização das redes de colaboração, quanto às parcerias, convênios,

intercambio de pós-graduandos e docentes, entre outros.

5 ANÁLISE DOS RESULTAD

5.1 Produção e visibilidade dos PPG

No triênio 2007-

Universidade Federal de Viçosa (UFV), “Zootecnia” da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (

Animal e Pastagens” da Escola Superior de Agricultu

Universidade de São Paulo (USP), produziram um total de 125 artigos em periódicos

com Qualis A1 e A2, resultando

conjunto de artigos está assim distribuído: 31 artigos das UFV, 57 da

da USP.

Com um total de 81 docentes permanentes no triênio, sendo 29 da UFV, 34

da UNESP e 18 da USP, a Figura1apresenta a média de artigos publicados por

docente, pelos três programas, na qual se observa uma variação entre:

por docente (UFV); 1,7

(USP), em periódicos Qualis

Figura 3. Média de produção de artigos

0

0,5

1

1,5

2

2,5

UFV

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Produção e visibilidade dos PPGZ

-2009, os Programas de Pós-Graduação

Universidade Federal de Viçosa (UFV), “Zootecnia” da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) - Campus de Jaboticabal, e “Ciência

Animal e Pastagens” da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,

Universidade de São Paulo (USP), produziram um total de 125 artigos em periódicos

A1 e A2, resultando uma média de 41,7 artigos por programa.

conjunto de artigos está assim distribuído: 31 artigos das UFV, 57 da

Com um total de 81 docentes permanentes no triênio, sendo 29 da UFV, 34

e 18 da USP, a Figura1apresenta a média de artigos publicados por

docente, pelos três programas, na qual se observa uma variação entre:

1,7 artigo por docente (UNESP); e 2,1 artigos por docente

Qualis A1 e A2, no triênio estudado.

Média de produção de artigos/docente publicados em periódicos A1 e a2

no triênio 2007-2009.

UFV UNESP USP

79

raduação em Zootecnia da

Universidade Federal de Viçosa (UFV), “Zootecnia” da Universidade Estadual

Campus de Jaboticabal, e “Ciência

ra Luiz de Queiroz, da

Universidade de São Paulo (USP), produziram um total de 125 artigos em periódicos

uma média de 41,7 artigos por programa. Esse

conjunto de artigos está assim distribuído: 31 artigos das UFV, 57 da UNESP e 37

Com um total de 81 docentes permanentes no triênio, sendo 29 da UFV, 34

e 18 da USP, a Figura1apresenta a média de artigos publicados por

docente, pelos três programas, na qual se observa uma variação entre: 1,1 artigo

e 2,1 artigos por docente

publicados em periódicos A1 e a2

80

Desse modo, apesar de o programa da USP apresentar o menor número de

docentes no período, foi o que registrou a maior média de publicação por docente,

correspondente a 2,1artigos/docente no triênio.

A partir da Tabela 1, observa-se que, para a disseminação e socialização

dessa produção científica em periódicos Qualis A1 e A2, os programas de pós-

graduação utilizaram 31 periódicos, sendo 10holandeses, 10 do Reino Unido, 6 dos

EUA, 4 da Alemanha e um da Austrália, o que sugere significativa

internacionalização da pesquisa científica brasileira na área em estudo.

Ainda, 13 (42%) periódicos concentram 101 (80%) dos artigos analisados,

com pelo menos 3 artigos publicados no período analisado, cada um, o que

corresponde a uma média igual ou maior a um artigo por ano. Destaque-se, todavia,

que esses periódicos disseminaram, principalmente, artigos publicados pela UNESP

e pela USP.

Tabela 1. Periódicos utilizados para publicação pelos PPGZ.

Periódico (País) Qualis FI UFV UNESP USP Total

Journal of Animal Science (EUA) A1 2,22 7 11 6 24 Livestock Science (Holanda) A2 1,27 6 3 4 13

Aquaculture Nutrition (Reino Unido) A2 1,13 - 4 5 9

Veterinary Parasitology (Holanda) A1 2,31 - 6 3 9

Animal Feed Science and Tec. (Holanda) A2 1,73 3 4 - 7

Reprod. in Domestic Animals (Alemanha) A2 1,39 6 1 - 7

Animal Genetics (Reino Unido) A1 1,72 1 2 3 6

Animal Reproduction Science (Holanda) A2 1,7 4 2 - 6

Journal of Dairy Science (EUA) A1 2,4 - 1 4 5

Aquaculture (Holanda) A2 2,07 - 3 1 4

Aquaculture Research (Reino Unido) A2 1,13 - 3 1 4

Small Ruminant Research (Holanda) A2 1,39 - 3 1 4

BMC Genomics (Reino Unido) A1 3,96 - 2 1 3

Animal (Reino Unido) A2 1,39 - 1 1 2

Comparative Biochemistry and Physiol. Part A, Mol. & Integ. Phys. (EUA)

A2 2,04 - 2 - 2

Grass and Forage Science (Reino Unido) A2 1,01 - 1 1 2

Journal of Animal Breeding and Genetics (Alemanha)

A2 1,36 2 - - 2

Reprod. Fertil. Dev. (Austrália) A1 2,1 2 - - 2

World's Poultry Sci. Journal (Reino Unido) A2 1,67 - 1 1 2

Applied Anim. Behaviour Science (Holanda) A2 1,54 - 1 - 1

81

Biological Conservation (Holanda) A1 3,69 - - 1 1

Epidemiology and Infection (Alemanha) A2 2,34 - 1 - 1

Fish Phys. and Biochemistry (Holanda) A2 1,5 - 1 - 1

Genetics Selection Evolution (Reino Unido) A2 1,6 - - 1 1

Journal of Dairy Research (Reino Unido) A1 1,71 - - 1 1

Journal of Thermal Biology (Reino Unido) A2 1,35 - 1 - 1

Meat Science (Holanda) A1 2,57 - 1 - 1

Parasitology Research (Alemanha) A2 1,86 - 1 - 1

Physiological Genomics (EUA) A1 3,39 - - 1 1

Poultry Science (EUA) A2 1,58 - 1 - 1

Rangeland Ecology & Management (EUA) A2 1,49 - - 1 1

Total de artigos 31 57 37 125 Fonte: elaborado pelo autor.

O periódico mais utilizado pelos três programas para a disseminação da sua

produção científica foi “Journal of Animal Science”, com Qualis A1, publicado pelos

EUA, em um total de 24 (19,2%) artigos. Especificamente, em cada programa, a

publicação neste periódico foi assim distribuída: 6 (19,4%) artigos da USP, 7 (18,9%)

da UFV e 11 (19,3%) da UNESP, o que sugere que a preferência por esse periódico,

como principal canal de disseminação do conhecimento novo produzido, é similar

entre os três programas.

A Tabela 2 apresenta os periódicos em que os programas publicaram os

artigos, ordenados por suas visibilidades, medida pelo FI. Observa-se que os FIs

variaram de 1,01 a 3,96, sendo que: somente 3 (10%) periódicos apresentaram FI

acima de 3; 8 (25,5%) periódicos possuem FI entre 2 e 3; e 20 (64,5%) periódicos

possuem FI com valor entre 1 e 2.

O periódico com o maior FI identificado na pesquisa, “BMC Genomics”,

disseminou apenas três (2,4%) dos artigos publicados pelos programas, sendo dois

artigos da UNESP e um artigo da USP. Outros dois periódicos com alto FI, acima de

três, publicaram um artigo da USP, cada.

82

Tabela2. Fator de Impacto dos periódicos utilizados para publicação e número de

artigos por PPGZ.

Nº de artigos

Periódico FI UFV UNESP USP Total de artigos

BMC Genomics 3,96 - 2 1 3 Biological Conservation 3,69 - - 1 1

Physiological Genomics 3,39 - - 1 1

Meat Science 2,57 - 1 - 1

Journal of Dairy Science 2,4 - 1 4 5

Epidemiology and Infection 2,34 - 1 - 1

Veterinary Parasitology 2,31 - 6 3 9

Journal of Animal Science 2,22 7 11 6 24

Reprod. Fertility and Development 2,1 2 - - 2

Aquaculture 2,07 - 3 1 4

Comparative Bioch. and Phys. Part A, Molecular & integrative physiology

2,04 - 2 - 2

Parasitology Research 1,86 - 1 - 1

Animal Feed Science and Technology 1,73 3 4 - 7

Animal Genetics 1,72 1 2 3 6

Journal of Dairy Research 1,71 - - 1 1

Animal Reproduction Science 1,7 4 2 - 6

World's Poultry Science Journal 1,67 - 1 1 2

Genetics Selection Evolution 1,6 - - 1 1

Poultry Science 1,58 - 1 - 1

Applied Animal Behaviour Science 1,54 - 1 - 1

Fish Physiology and Biochemistry 1,5 - 1 - 1

Rangeland Ecology & Management 1,49 - - 1 1

Aquaculture Nutrition 1,46 - 4 5 9

Reproduction in Domestic Animals 1,39 6 1 - 7

Small Ruminant Research 1,39 - 3 1 4

Animal 1,39 - 1 1 2

Journal of Animal Breeding and Genetics 1,36 2 - - 2

Journal of Thermal Biology 1,35 - 1 - 1

Livestock Science 1,27 6 3 4 13

Aquaculture Research 1,13 - 3 1 4

Grass and Forage Science 1,01 - 1 1 2

Total 31 57 37 125 Fonte: elaborado pelo autor.

83

O periódico mais utilizado pelos três programas para a disseminação da sua

produção científica foi “Journal of Animal Science”, com FI igual a 2,22. Outros

periódicos mais utilizados pelos programas foram: Aquaculture Nutrition, FI=1,46

(cinco artigos da USP e quatro da UNESP); Livestock Science, FI=1,27 (seis artigos

da UFV e quatro da USP); Veterinary Parasitology, FI=2,31 (seis artigos da UNESP);

Journal of Dairy Science, FI=2,4 (quatro artigos da USP); Animal Feed Science and

Technology, FI=1,73 (quatro artigos da UNESP); Animal Reproduction Science,

FI=1,7 (quatro artigos da UFV); e Reproduction in Domestic Animals, FI=1,39 (seis

artigos da UFV).

A Tabela 3 apresenta a distribuição de frequência dos artigos publicados por

intervalos de classe dos valores dos FI dos periódicos, por universidade e geral.

Observa-se, inicialmente, que os periódicos com FI com valores entre 1 e 1,99

disseminaram a maioria (58%) do total de artigos analisados. Somente 4% dos

artigos foram publicados em periódicos com FI acima de 3.

Tabela 3. Distribuição dos artigos publicados em Qualis A1 e A2, por intervalo de FI

e instituição.

FI UFV % UNESP % USP % Total % 1 a 1,99 22 71 30 53 20 54 72 58 2 a 2,99 9 29 25 44 14 38 48 38 3 a 3,99 - - 2 4 3 8 5 4 Total 31 100 57 100 37 100 125 100

Fonte: elaborado pelo autor.

Em relação aos programas de pós-graduação, individualmente, observa-se

que a USP e a UNESP apresentaram tendência de publicação semelhante à geral,

ou seja, pouco mais da metade dos seus artigos foi publicada em periódicos com FI

entre 1 e 1,99, com porcentagem significativa (em torno de 40%) de publicações em

periódicos com FI entre 2 e 2,99, e pequena porcentagem de artigos em periódicos

com maiores FIs. O programa de pós-graduação da UFV não publicou em periódicos

com FI acima de 3 e concentrou a publicação dos seus artigos em periódicos com FI

entre 1 e 1,99. O periódico com maior Fator de Impacto utilizado por esse programa

foi o “Journal Animal Science”, que recebeu o maior número de publicações dos três

programas, como já mencionado.

84

Em função dos resultados relativos aos FIs dos periódicos, observa-se que a

produção científica dos programas tem alcançado alta visibilidade. Pelo menos

2periódicos mais utilizados pelos programas estão entre os 20 periódicos com maior

FI na categoria Animal Science, em nível mundial, no ano de 2010, de acordo com

SCImago Journal & Country Rank. São eles: o periódico Journal of Animal Science e

o Journal of Dairy Science, ambos publicados nos EUA, o país com o maior FI na

área. Com um total de 319 periódicos na categoria, a média de FI desses periódicos

é de 0,87. Portanto, os programas de pós-graduação em Zootecnia brasileiros têm

disseminado sua produção científica em veículos com alto FI. Todos os periódicos

utilizados pelos programas ultrapassaram a média de FI dos periódicos da área.

5.2 Impacto das publicações em Qualis A1 e A2 dos PPGZ

A Tabela 4 apresenta a distribuição dos artigos por número de citações

recebidas, por ano de publicação e programa, em que se observa que todos os

artigos da USP foram citados pelo menos uma vez e uma porcentagem muito pouco

significativa dos artigos da UFV e da UNESP não recebeu citação. Ainda, a maior

parte dos artigos dos três programas recebeu entre uma e cinco citações: 48,6% dos

artigos da UFV, 61,4% dos artigos da UNESP e 67,7% dos artigos da USP. Esse

desempenho está focado, principalmente, nos artigos publicados mais

recentemente, 2008 e 2009.

Durante o período analisado, apenas 2 artigos da USP/ESALQ receberam

mais de 20 citações: um publicado em 2007, em um periódico Qualis A1, com 32

citações; e outro publicado em 2009, em um periódico Qualis A1, com 29 citações.

Em relação ao Programa de Pós-Graduação da USP, observa-se a seguinte

frequência de artigos com mais de cinco citações: das publicações de 2007, seis

artigos (75%); em 2008, quatro artigos (36%); e em 2009, seis artigos (33%).

Quanto aos 57 artigos publicados pela UNESP, o artigo mais citado foi

publicado em 2008 em um periódico A1, com 19 citações, e 4 (7%) artigos ainda não

foram citados: 1 publicado em 2007, 2 em 2008 e outro em 2009. Quanto aos artigos

que receberam mais de cinco citações, por ano, observa-se: em 2007, seis (50%)

artigos; em 2008, dez (41%) artigos; e em 2009, dois (10%) artigos.

85

Tabela 4. Número de citações recebidas pelos artigos, por programas e ano de publicação.

Nº de artigos

UFV UNESP USP

Nº de citações

2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Total de artigos

Nenhuma - - 3 1 2 1 - - - 7

1 a 5 3 8 7 5 12 18 2 7 12 74

6 a 10 - 6 - 2 7 1 2 4 2 24

11 a 15 1 1 2 2 1 - 3 - 3 13

16 a 20 - - - 2 2 1 - - - 5

21 a 25 - - - - - - - - - -

26 a 30 - - - - - - - - 1 1

+ de 30 - - - - - - 1 - - 1

Total de artigos

4 15 12 12 24 21 8 11 18 125

Total de citações

24 81 44 100 130 74 94 45 109

Fonte: elaborado pelo autor.

No Programa de Pós-Graduação da UFV, 3 artigos (todos publicados em

2009) ainda não foram citados, e o artigo mais citado foi publicado em 2007, com 13

citações, em periódico Qualis A1. Em relação à distribuição dos artigos que

receberam mais de cinco citações, por ano, observa-se: das publicações de 2007,

um artigo (25%); em 2008, 7 artigos (47%); e em 2009, dois artigos (17%).

Observa-se, nos três programas, que artigos mais novos – publicados em

2009 – tenderam a ser menos citados, uma vez que a maioria desses artigos

recebeu até 5 citações: 67% dos artigos da USP, 83% dos artigos da UFV e 90%

dos artigos da UNESP, evidenciando que esses ainda estão em fase de assimilação

pela comunidade científica. Por outro lado, na USP e na UNESP, os artigos mais

antigos – publicados em 2007 – tenderam a ser mais citados (mais de 5 citações),

correspondendo a 75% e 50%, respectivamente, das publicações.

A Tabela 5 apresenta o total e a média de citações recebidas pelos

programas, por ano de publicação. Inicialmente, observa-se que, no Programa de

86

Pós-Graduação da UNESP, as citações recebidas se concentram nos artigos

publicados nos anos de 2007 e 2008, correspondendo a 76% das citações.

Tabela 5. Total e média de citações recebidas pelos programas, por ano.

2007 2008 2009

Programa Total Média Total Média Total Média Total

UNESP 100 8,3 130 5,4 74 3,5 304

USP 94 11,8 45 4,1 109 6,1 248

UFV 24 6,0 81 5,4 44 3,6 149

Fonte: elaborado pelo autor.

Em relação ao Programa de Pós-Graduação da USP, observa-se que a

maior parte das citações recebidas (44%) é referente a artigos publicados mais

recentemente, no ano de 2009. O Programa de Pós-Graduação da UFV concentra

54% das citações recebidas nos artigos publicados em 2008.

Nos programas de pós-graduação da UNESP e da UFV há uma associação

entre o ano de publicação e a média de citações recebidas: artigos publicados há

mais tempo tendem a receber, em média, maior número de citações. Na UNESP, os

artigos publicados em 2007 receberam, em média, 2,4 vezes mais citações que

aqueles publicados em 2009. Na UFV, os artigos publicados em 2007 receberam,

em média, 1,7 vezes mais citações que aqueles publicados em 2009, indicando que

nesses dois programas o tempo de assimilação do conhecimento novo pela

comunidade científica é semelhante.

A maior média de citações por artigo é observada, em 2007, para o

Programa de Pós-Graduação da USP, igual a 11,8 citações por artigo publicado.

Neste programa, diferentemente dos outros dois analisados, não há uma associação

significativa entre o ano de publicação e a média de citações recebidas, uma vez

que os artigos publicados em 2009 receberam, em média, maior número de citações

do que aqueles publicados em 2008.

O Quadro 6 traça um perfil dos três artigos mais citados de cada Programa

de Pós-Graduação, trazendo a informação em sua última coluna da condição dos

autores do artigo.

87

Quadro 6. Artigos mais citados de cada Programa.

Descrição Item6 Qualis do

Periódico

Ano de

Publicação

Total de

Citações

Houve colaboração

científica internacional?

Perfil dos

autores7

Artigo 1 – UFV 02 A1 2007 13 Sim (EUA) D, PE

Artigo 2 – UFV 16 A2 2008 11 Sim (EUA) E, PE

Artigo 3 – UFV 31 A2 2009 11 Não D, Di, PE

Artigo 1 – UNESP 10 A2 2007 18 Não D, E, PE

Artigo 2 – UNESP 13 A1 2008 19 Sim (Canadá, EUA, Índia

e Alemanha) D, PE

Artigo 3 – UNESP 15 A1 2008 18 Não D, Di, PE

Artigo 1 – USP 01 A1 2007 32 Sim (Países Baixos) D, Di, E, PE

Artigo 2 – USP 02 A1 2007 29 Não D, Di, PE Artigo 3 – USP 03 A1 2007 14 Sim (EUA) D, PE

Fonte: elaborado pelo autor.

Dentre os três artigos mais citados do PPGZ da UFV, apenas um não possui

colaboração científica internacional, como também é o único a possuir discentes

(doutorado) como autores. É interessante destacar que o segundo artigo mais citado

tem autoria de Egresso do programa e de Participante externo (de outra instituição),

não sendo observada a participação de docente.

O PPGZ da UNESP apresenta a maior variedade de países representados

na colaboração internacional (Artigo 2 - UNESP). Ainda, dentre os três artigos mais

citados do programa, dois não tiveram colaboração internacional. Assim como o

programa da UFV, dos três artigos relacionados, somente um possui a categoria

discente (doutorado) presente em sua autoria.

O Programa de Ciência Animal e Pastagens da USP, em seus três artigos

mais citados, foi o que mais apresentou a participação da categoria discente

(mestrado e doutorado), presente em dois artigos. Assim como o Programa da

UNESP, em seu artigo mais citado, teve em sua coautoria a participação da

categoria Egresso.

Dentre os 9 artigos mais citados, analisados na presente pesquisa, 67%

foram publicados em periódicos de grande visibilidade com Qualis A1. Destes, dois

6 Ver listagem dos artigos utilizados na pesquisa – Apêndice A.

7 Legenda: D = Docente; Di = Discente; E = Egresso; PE = Participante Externo

88

artigos foram publicados no periódico Journal of Animal Science (Qualis A1) e dois

no periódico Veterinary Parasitology (Qualis A1).

Em todos os artigos mais citados dos três programas,ressalta-se a

colaboração por meio de coautoria de participantes externos à instituição, tanto

nacional como internacionalmente. Os artigos com participação somente de autores

brasileiros também obtiveram valores expressivos de citação, o que pode evidenciar

o reconhecimento da comunidade científica internacional em relação à pesquisa

brasileira (BALMANT; SALDANA, 2013).

5.3 Fator de Impacto e Índice h dos Programas

A Tabela 6 apresenta o FI e o Índice h dos programas, calculados com base

nas citações recebidas pelos artigos publicados entre 2007-2009. Inicialmente,

destaca-se que o Programa de Pós-Graduação da USP apresentou o maior FI:em

média, cada artigo publicado no triênio recebeu 6,7 citações. Todavia, a diferença

em relação ao Programa da UFV, com o menor FI (4,8 citações por artigo), não foi

considerada muito significativa: em média, os artigos da USP tenderam a receber

1,9 citações a mais do que os artigos publicados pelo programa da UFV, no triênio

analisado. Em relação ao Programa da UNESP, em média, os artigos publicados

pelo programa da USP receberam 1,4 citações a mais, no período de 2007 a 2009.

Desse modo, constata-se que o FI representa um atributo distinto do total

de citações recebidas pelos programas ao se medir o impacto internacional dos

programas, uma vez que elimina a dependência/influência da quantidade de artigos

publicados, conforme já apontado por Glänzel (2003).

89

Tabela 6. Impacto dos Programas de Pós-Graduação

Programa Fator de Impacto Índice h

UNESP 5,3 10

USP 6,7 9

UFV 4,8 7

Fonte: elaborado pelo autor.

OFI dos três programas de pós-graduação está bastante acima do patamar

utilizado pela área para classificar um periódico como Qualis A1 - Fator de impacto

JCR maior ou igual a 2,000 -, indicando que os artigos publicados por esses

programas, em média, obtiveram um impacto acima do esperado para as revistas

Qualis A1 da área. Ainda: os fatores de impacto de todos os programas estão acima

do FI de todas as revistas em que os programas de pós-graduação publicaram seus

artigos, uma vez que o periódico BMC Genomics foi aquele com o maior FI (igual a

3,96). Essa observação indica que a produção científica dos programas de pós-

graduação analisados tem se apresentado, em média, acima do impacto médio dos

artigos dos periódicos em que os mesmos foram publicados, sugerindo um alto

prestígio para o conhecimento gerado pela comunidade científica internacional.

Em relação ao Índice h, que evidencia a relação entre número de

publicações e citações acumuladas ao longo do período, o programa da UNESP se

destaca com a média de dez artigos publicados no período de 2007-2009, citados

pelo menos dez vezes, o que indica um maior impacto cumulativo na comunidade

científica internacional. Todavia, esse programa tem o maior corpo docente e o

maior total de artigos publicados em periódicos Qualis A1 e A2 dentre os estudados,

evidenciando uma relativa dependência do tamanho da produção científica,

conforme já apontado por Glänzel (2006) e Oliveira e Grácio (2011).

Considera-se importante a utilização de ambos indicadores – FI e Índice h -

na análise do impacto da produção científica de programas de pós-graduação, uma

vez que cada um descreve uma característica/propriedade, contribuindo para uma

descrição e visualização mais ampla do perfil científico multifacetado dos programas

de pós-graduação, ratificando a constatação de Hirsch (2005) e mais alguns

pesquisadores.

90

5.4 Colaboração dos Programas

Quanto aos indicadores de colaboração científica dos Programas de Pós-

Graduação em Zootecnia, com conceito de excelência, na próxima seção serão

apresentadas e analisadas as colaborações ocorridas por meio de autoria dos três

programas, distribuídas em três níveis: colaboração institucional (instituições de

origem dos pesquisadores que colaboraram em coautoria nos artigos publicados

pelos programas), colaboração de estados brasileiros (origem dos pesquisadores) e

colaboração de países (origem das instituições colaboradoras).

5.4.1 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da

UNESP/Jaboticabal

O Programa de Zootecnia de Jaboticabal publicou artigos em colaboração

científica com 49 instituições, no triênio estudado. Destas, 11 (23%) instituições

realizaram 2 ou mais artigos científicos com o programa de pós-graduação da

UNESP.

Na Tabela 7, visualizam-se as instituições que colaboraram com o Programa

de Pós-Graduação em Zootecnia da UNESP, Campus de Jaboticabal, entre as quais

se destaca a USP, com 15 artigos publicados em parceria com o programa, no

triênio 2007-2009.

91

Tabela 7. Colaboração Institucional da UNESP

Instituição Número de Colaborações

USP 15

APTA 11

EMBRAPA 08

Texas A&M University (EUA) 04

UFSCar 03

UFSM 03

Instituto de Zootecnia (Sertãozinho) 02

UEM 02

UFPR 02

UnB 02

Universidade do Sudoeste da Bahia 02

Fonte: elaborado pelo autor.

Destacam-se, ainda, outras duas instituições que mais colaboraram com a

pesquisa científica do programa da UNESP: APTA (Agência Paulista de Tecnologia

dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado

de São Paulo), com 11 artigos, e a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária), com 8 artigos em coautoria.

A estreita relação do programa com a EMBRAPA e com a APTA ocorre

porque alguns pesquisadores destas instituições fazem parte do corpo permanente

de docentes do programa (ministram aula somente na pós-graduação), fato esse

que facilita e possibilita uma colaboração mais forte entre as instituições.

É importante também salientar a expressiva cooperação científica entre o

programa e a Texas A&M University, com um total de quatro artigos em colaboração,

significando uma média anual de 1,3 artigos em coautoria com esta instituição. No

ano de 2009, no relatório mundial SIR – Scimago Institutions Rankings, a Texas

A&M University ocupou o significativo 73° lugar no ranking mundial em produção

científica, com a UNESP ocupando a 210ª posição, neste mesmo relatório. Destaca-

se que a vinda de docentes da Texas A&M University (EUA) para ministrar

disciplinas condensadas no programa contribuiu para o bom relacionamento entre as

instituições e consequente desenvolvimento de pesquisas em coautoria.

92

Desse modo, as colaborações presentes na Tabela 7 evidenciam a

expressiva cooperação científica da UNESP com os principais institutos de pesquisa

na agropecuária brasileira e paulista, EMBRAPA e APTA, respectivamente. O

mesmo acontece com outras instituições de destaque internacional na área, como a

USP, com o 1° lugar em produção científica em Ciências da Vida (que inclui

Agricultura e Biologia), no ranking ibero-americano SIR, de 2010, e uma

universidade dos EUA.

Salientam-se, ainda, os três artigos em colaboração com a UFSCar –

Universidade Federal de São Carlos - e com a UFSM – Universidade Federal de

Santa Maria-, significando uma média de um artigo por ano em coautoria com essas

universidades, no período em estudo. O programa tem convênio com a Universidade

Federal de São Carlos/SP por meio de um docente na qualidade de Professor Tutor

no CESCar (Colégio Educador de São Carlos, Araraquara, Jaboticabal e região).

Ainda, em relação à UFSM, observa-se que docentes desta universidade

ministraram disciplinas no programa, durante o triênio.

O programa de Jaboticabal publicou pesquisa em colaboração científica com

outras instituições que não constam na Tabela 7 por terem um único artigo em

coautoria no período, a saber: CNPQ (DF), CEPTA (SP), Centre for Cellular and

Molecular Biology (Índia), Bayer Health Care (Alemanha), Bayer S. A. do Brasil (SP),

Aval Serviços Tecnológicos S/C, ANCP, Alta Genetics Brazil (MG), USDA (EUA),

University of Veterinary Medicine (Áustria), University of Stirling (Escócia), University

of Concepción (Chile), University of Califórnia (EUA), University of Plymouth

(Inglaterra), University of Alberta (Canadá), Université de Liège (Bélgica), Université

d’Abomey Calavi (República de Benim), Universitat Autònoma de Barcelona

(Espanha), Universidad Politécnica de Valencia (Espanha), UNIOESTE (PR),

Universidade do Algarve (Portugal), UNIC (MT), UNIARA (SP), UniABC (SP), UFRJ

(RJ), UFCG (PB), UFAM (AM), PRDTA (SP), Parco Tecnológico Padano (Itália),

National Bureau of Animal Genetic Resources (Índia), Invert do Brasil Veterinária

Ltda., IRTA (Espanha), Institute of Agro-Food Research Technology (Espanha),

Instituto Adolfo Lutz (SP), INPA (AM), Frederico II University (Itália), FIPERJ, e FBN

(Alemanha).

Em relação ao estado brasileiro de origem dos coautores da produção da pós-

graduação em Zootecnia, da UNESP de Jaboticabal, destaca-se a grande variedade

de estados com os quais o programa desenvolveu pesquisas em cooperação

científica, identificadas por

Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e

Paraíba (Campina Grande

universidades presentes

na colaboração na produção científica

ministraram disciplinas no progr

presença deste programa de pós

Centro-Oeste, indicando

as regiões do país, conforme pode ser observ

Figura 4. Estados com pesquisadores coautores da produção da

Quanto à colaboração ci

visualizar os países com os quais o P

publicou em coautoria, no triênio 2007

de estados com os quais o programa desenvolveu pesquisas em cooperação

científica, identificadas por meio das coautorias, entre eles: São Paulo, Rio de

Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e

Paraíba (Campina Grande). No triênio estudado, o programa capacitou

presentes em alguns estados identificados, o que pode ter contribuído

na colaboração na produção científica, somado aos docentes de estados que

ministraram disciplinas no programa. Esse comportamento mostra a significativa

presença deste programa de pós-graduação no Norte, Nordeste, S

Oeste, indicando a interlocução das suas pesquisas com cientistas de todas

as regiões do país, conforme pode ser observado na Figura 4.

Estados com pesquisadores coautores da produção da

Quanto à colaboração científica internacional, a partir da

lizar os países com os quais o Programa de Zootecnia da

publicou em coautoria, no triênio 2007 – 2009, em que se observam 12 países

93

de estados com os quais o programa desenvolveu pesquisas em cooperação

meio das coautorias, entre eles: São Paulo, Rio de

Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e

capacitou docentes de

dentificados, o que pode ter contribuído

, somado aos docentes de estados que

mostra a significativa

no Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e

a interlocução das suas pesquisas com cientistas de todas

Estados com pesquisadores coautores da produção da UNESP/Jab.

entífica internacional, a partir da Tabela 8, pode-se

rograma de Zootecnia da UNESP/Jaboticabal

em que se observam 12 países

94

colaboradores, sendo 6 do continente europeu, 4 da América, um da Ásia e outro da

África.

Destacam-se os Estados Unidos, com oito artigos em coautoria, e a

Espanha, com três coautorias. Os países Alemanha, Bélgica, Itália e Reino Unido

(Inglaterra e Escócia) colaboraram na produção de dois artigos científicos, cada um,

durante o triênio. Os demais países foram coautores da UNESP em apenas um

artigo publicado. No total, foram 25 colaborações internacionais, uma expressiva

média de 8,4 colaborações científicas internacionais, por ano, desenvolvidas pelo

programa da UNESP.

Tabela 8. Colaboração por País, da UNESP.

País Número de Colaborações

EUA 08

Espanha 03

Alemanha 02

Bélgica 02

Itália 02

Reino Unido 02

Áustria 01

Canadá 01

Chile 01

Índia 01

Portugal 01

República de Benim 01

Fonte: elaborado pelo autor.

Cabe destacar que, na temática Ciência Animal e Zoologia (na qual a

Zootecnia está classificada) na base de dados SJR SCimago Journal & Country

Rank, os países mais produtivos com seus respectivos Índices h, são: Estados

Unidos (Índice H=137), Reino Unido, considerando Inglaterra e Escócia, (Índice

H=107), Canadá (Índice H=86), Alemanha (Índice H=78), França (Índice H=78),

Austrália (Índice H=77), Espanha (Índice H=60), Japão (Índice H=60), Bélgica (Índice

H=57), Itália (Índice H=54), Brasil (Índice H=49) e Índia (Índice H=32). Isto mostra

que o Programa de Zootecnia, da UNESP/Jaboticabal, fez coautoria com os maiores

95

produtores científicos da área com elevados Índices H, o que explicita sua

visibilidade internacional e consolidação na área.

A presença desses países na colaboração da produção científica foi possível

com intercâmbios e convênios estabelecidos em pesquisas, por meio de: forte

incentivo ao “doutorado sanduíche”, no qual o aluno participa de disciplinas em

outras instituições internacionais (EUA, Espanha); estágios realizados pelos

discentes no exterior (como EUA, Espanha e Portugal); disciplinas ministradas

por docentes oriundos de tais países (Espanha, EUA, Reino Unido, Itália,

Portugal); participação em eventos, como simpósios, congressos, etc. (Bélgica,

Chile); e projetos de pesquisa em parceria (Canadá).

5.4.2 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da UFV

O programa de Zootecnia da UFV publicou sua produção científica em

coautoria com 17 instituições e com um profissional autônomo, totalizando 18 artigos

em colaboração científica externa ao programa. Destas, 9 (53%) instituições

cooperaram com a produção de 2 ou mais artigos. A partir da Tabela 9, destacam-se

as três instituições que mais colaboraram com a produção científica da UFV, a

saber: Eutheria Foundation e University of Wisconsin, com oito colaborações no

período, cada uma, e Texas A&M University, com cinco coautorias, sendo as três

instituições dos Estados Unidos da América– EUA, o que demonstra o estreito

relacionamento do programa com as instituições americanas.

Tabela 9.Colaboração Institucional da UFV

Instituição Número de Colaborações

Eutheria Foundation 08

University of Winsconsin 08

Texas A&M University 05

EMBRAPA 04

INRA 04

Iowa State University 03

Ajinomoto Eurolysine 02

UFPE 02

UnB 02

Fonte: elaborado pelo autor.

96

O expressivo relacionamento do programa com a universidade americana de

Wisconsin pode também ser destacado pela média anual de 2,7 coautorias entre o

programa e esta instituição. No ano de 2009, no relatório mundial SIR, a University

of Wisconsin ocupou o expressivo 26° lugar no ranking mundial de produção

científica. Durante o triênio, foi ministrado um curso por um docente da University of

Wisconsin em evento do programa.

Salienta-se a significativa colaboração científica com outra universidade

americana -Texas A&M University - que ocupou no mesmo ano o 73° lugar neste

ranking mundial. Com essa universidade,o programa da UFV apresenta um forte

relacionamento por meio de “doutorado sanduíche”.

O programa realizou, ainda, pesquisas em colaboração com um dos principais

institutos de pesquisa na agropecuária brasileira, a EMBRAPA, em um total de

quatro coautorias, como também dois artigos em cooperação científica com a Unb e

a Universidade Federal de Pernambuco. Tais instituições ocuparam os 42° e 47°

lugar, respectivamente,em quantidade de produção científica em Ciências da Vida

no ranking ibero-americano SIR, de 2010, e trabalham em parceria com o programa

em suas pesquisas.

Colaboraram também com o programa as seguintes instituições: Institut

National de la Recherche Agronomique - INRA (França), que ocupa o 81° lugar no

ranking mundial em produção científica, com quatro colaborações (destaca-se que

essa instituição enviou palestrante em evento do programa); Iowa State University

(EUA), que ocupa o 153° lugar no mesmo ranking, com três colaborações; e a

Ajinomoto Eurolysine (França), com duas colaborações, com a qual o programa

mantém convênio de fluxo contínuo e obtém recursos financeiros para pesquisas.

O programa de pós-graduação da UFV publicou, ainda, em coautoria com

outras instituições, que não constam na rede apresentada na Tabela 9 por terem

colaborado somente em um artigo, a saber: University of Califórnia (EUA),

Universidade Federal de Goiás, PIC USA (EUA), Colorado State University (EUA),

Universidade Católica de Brasília, UNESP, Universidade Federal do Vale do São

Francisco, Southern Plains Agricultural Research Centre (EUA), além do profissional

autônomo.

97

A Figura 5 apresenta a distribuição dos estados brasileiros ao quais estão

vinculados os pesquisadores colaboradores da produção científica do Programa de

Zootecnia, da UFV. Observa-se que as coautorias estão concentradas com autores

das regiões Sudeste, Nordeste e Região Centro-Oeste do Brasil, não aparecendo

cooperação científica com pesquisadores de estados das regiões Norte e Sul do

país.

No total, foram 13 colaborações com pesquisadores, segundo os estados

brasileiros. A maior cooperação científica ocorreu com pesquisadores do Distrito

Federal (DF), com cinco coautorias: duas com a EMBRAPA, Brasília; duas com a

UnB (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária); e uma com a Universidade

Católica de Brasília (Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e

Biotecnologia). O segundo estado com maior colaboração científica com o programa

da UFV foi o estado de Pernambuco(PE), com três coautorias: duas com a

Universidade Federal de Pernambuco e uma com a Universidade Federal do Vale do

São Francisco. Ainda, pesquisadores dos estados de Goiás (GO), Ceará (CE), Mato

Grosso do Sul (MS), São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG) publicaram apenas um

artigo em coautoria com o programa.

As instituições colaboradoras citadas no parágrafo anterior enviaram alguns

de seus docentes/pesquisadores para serem capacitados no programa da UFV. Fato

esse que pode ter contribuído para a formação de parcerias e, consequentemente,

colaboração na produção científica.

Figura 5. Estados com pesquisadores coautores da produção da

A Tabela 10 apre

Programa de Zootecnia,

com os EUA, país mais produtivo na temática Ciência Animal e Zoologia, conforme

dados da SJR SCimago

da UFV realizou uma expressiva cooperação científica com os EUA, com

autorias, bastante acima daquela observada entre a

Tabela 10

País

EUA

França

O programa da UFV também publicou

científica com a França, país que ocupa a 5ª

Estados com pesquisadores coautores da produção da

apresenta a colaboração científica em âmbito internacional do

, da UFV, na qual se observa um estreito relacionamento

com os EUA, país mais produtivo na temática Ciência Animal e Zoologia, conforme

SJR SCimago Journal & Country Rank, com Índice h = 137. O programa

da UFV realizou uma expressiva cooperação científica com os EUA, com

autorias, bastante acima daquela observada entre a UNESP e este país.

Tabela 10 – Países Colaboradores da UFV

Número de Colaborações

18

04

Fonte: elaborado pelo autor.

programa da UFV também publicou quatro artigos em colaboração

a França, país que ocupa a 5ª posição no ranking de produção

98

Estados com pesquisadores coautores da produção da UFV

em âmbito internacional do

da UFV, na qual se observa um estreito relacionamento

com os EUA, país mais produtivo na temática Ciência Animal e Zoologia, conforme

ndice h = 137. O programa

da UFV realizou uma expressiva cooperação científica com os EUA, com 18

e este país.

Número de Colaborações

18

04

artigos em colaboração

posição no ranking de produção

99

científica na temática Ciência Animal e Zoologia e apresenta Índice h=78.

Diferentemente do programa da UNESP, que publicou em coautoria com diversos

países, o programa da UFV apresentou cooperação internacional com apenas dois

países, concentrando-se principalmente nos EUA. Destaca-se que a França não

publicou em coautoria com a UNESP no triênio estudado.

Estima-se que o “doutorado sanduíche” tenha sido um grande contribuinte

no estreito relacionamento entre o Programa de Zootecnia, da UFV, e os EUA e

França, além da parceria de instituições financiadoras de projetos de pesquisa

oriundas desses países, como a já citada anteriormente.

5.4.3 Colaboração científica: Programa de Ciência Animal e

Pastagem da USP

O programa de Ciência Animal e Pastagem, da USP, publicou os artigos

científicos analisados em coautoria com 42 instituições. Destas, 7 (17%) instituições

colaboraram duas vezes ou mais. Observa-se que as 4instituições que mais

colaboraram com a USP foram: EMBRAPA, com 11 artigos em coautoria no período

(com quem mantém parceria formalizada e possui diversos pesquisadores egressos

da USP); UNESP, com 8 artigos(com quem possui parcerias, por meio de

oferecimento de disciplinas e projetos de estudo do clã e da genética da atividade

das enzimas dessaturases, bem como na área de Genômica de Aves), e United

States Department of Agriculture – USDA (com quem mantém parceria em projetos

nas área de genômica de bovinos e aves) e APTA (que possui egressos do

programa da USP), ambos com 3 artigos cada, conforme observa-se na Tabela 11.

É importante destacar a colaboração científica do programa da USP com o

USDA, com pelo menos uma colaboração anual. No ano de 2009, no relatório

mundial SIR – Scimago Institutions Rankings -, o USDA ocupava o expressivo 27°

lugar no ranking mundial em produção científica (a USP neste mesmo relatório

ocupou a 19ª posição). A rede de colaboração, na Figura 10, evidencia o significativo

relacionamento científico da USP com os principais institutos de pesquisa na

agropecuária brasileira, EMBRAPA, com a qual realizou o maior número de

colaborações, e APTA, com três coautorias. Ainda, realizou pesquisas em

100

colaboração com a UNESP, que ocupou o 3° lugar em produção científica em

Ciências da Vida (que inclui Agricultura e biologia) no ranking ibero-americano SIR,

de 2010.

Tabela 11. Colaboração Institucional da USP

País Número de Colaborações

EMBRAPA 11

UNESP 08

APTA 03

USDA 03

Roslin 02

US Meat Animal Research Center 02

Utrecht University 02

Fonte: elaborado pelo autor.

O programa realizou também dois artigos em colaboração com as três

seguintes instituições: Utrecht University (Países Baixos), 42° lugar em produção

científica em Ciências da Vida no ranking ibero-americano SIR, de 2010; Roslin

Institute and Royal School of Veterinary Studies (Reino Unido); e US Meat Animal

Research Center (EUA).

Outras instituições que não apareceram na rede de colaboração institucional,

com apenas um artigo: Estação Experimental Agrozootécnica Hildegard Georgina

Von Pritzelwitz, Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, Reserva Brasil,

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –IBAMA,

Iowa State University (EUA), Aviagen Limited (Reino Unido), The Hebrew University

of Jerusalem (Israel), Virginia Polytechnic Intitute and State University (EUA),

University of Arizona (EUA), University of California-Davis (EUA), University of

Guyana (Nigéria), Escuela de Medicina Veterinaria y Zootecnia (México), The Ohio

State University (EUA), Texas A&M University (EUA), Instituto de Zootecnia (Nova

Odessa), New Mexico State Univesity (México), University of Nottingham School of

Biosciences (Reino Unido), University of Helsink (Finlândia), Universidade Federal

do Amazonas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CNPq, University of

Delaware (EUA), Vita Plus Corporation (EUA), Michigan State University (EUA),

George Mason University

Federal do Rio Grande do Sul

(França), Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental

Agropecuaria - INTA-EEA

Provincia de Buenos Aires

Zelândia), e duas instituições não identificadas, sendo uma da Áustria e a outra do

México.

Figura 6. Estados

Quanto às colaborações científicas com pesquisadores, por estado da

federação brasileira (Figura

da USP se concentrou nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Destaca

o programa realizou pesquisas colaborativas com pelo menos um estado de cada

região do país. Foram 41

de seus pesquisadores, s

Paulo, com 28 colaboraçõe

por ano. Cabe destacar que o Es

rge Mason University (EUA), University of Wisconsin (EUA),

Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina

Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental

EEA (Argentina), Universidad Nacional del Centro de la

Provincia de Buenos Aires - UNCPBA (Argentina), Massey University

), e duas instituições não identificadas, sendo uma da Áustria e a outra do

Estados com pesquisadores coautores da produção da

Quanto às colaborações científicas com pesquisadores, por estado da

federação brasileira (Figura 6), a maioria das pesquisas em coautoria do programa

da USP se concentrou nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Destaca

o programa realizou pesquisas colaborativas com pelo menos um estado de cada

Foram 41 colaborações envolvendo os estados brasileiros por meio

s, sendo a maior concentração oriunda

colaborações, uma média de, aproximadamente

. Cabe destacar que o Estado de São Paulo abriga a

101

(EUA), Universidade

Universidade Federal de Santa Catarina, INRA

Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental

Universidad Nacional del Centro de la

Massey University (Nova

), e duas instituições não identificadas, sendo uma da Áustria e a outra do

s da produção da USP.

Quanto às colaborações científicas com pesquisadores, por estado da

), a maioria das pesquisas em coautoria do programa

da USP se concentrou nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Destaca-se, todavia, que

o programa realizou pesquisas colaborativas com pelo menos um estado de cada

colaborações envolvendo os estados brasileiros por meio

do Estado de São

aproximadamente, 9,4 colaborações

tado de São Paulo abriga a UNESP, algumas

102

unidades da EMBRAPA e APTA, com quem o programa tem forte relacionamento,

conforme a Tabela 11. Em seguida, registram-se: SC, com quatro colaborações, MG

com três e MS com duas colaborações.

Os demais estados - PR, AM, BA e RS - colaboraram apenas uma vez cada

um com o programa.

Tabela 12. Colaboração por País, da USP

País Número de Colaborações

EUA 12

Reino Unido 04

Holanda 02

Argentina 01

Áustria 01

Finlândia 01

França 01

Guiana 01

Israel 01

México 01

Nigéria 01

Nova Zelândia 01

Fonte: elaborado pelo autor.

Na Tabela 12, visualizam-se as colaborações internacionais do programa da

USP, na qual se observam 12 países que publicaram em coautoria com o programa

no triênio, sendo 5 deles europeus e 4 do continente americano. Destaca-se, assim

como nos outros programas, a grande proximidade com os EUA, maior produtor de

trabalhos científicos em Ciência Animal e Zoologia, com um total de 12 coautorias

com pesquisadores deste país. Em relação a esse país, o programa recebeu visitas

de docentes, enviou docentes para participação em eventos, apresentou projetos em

parceria, alunos com bolsa sanduíche e egressos que atuam em diversas

instituições.

O Reino Unido constituiu outro importante colaborador do programa da USP,

com quatro colaborações no triênio. Na temática Ciência Animal e Zoologia, esse

103

país é o segundo maior em produções científicas no ranking do JSR Scimago

Journal & Country Rank, período acumulado de 1996-2010, com um Índice h=112. A

Holanda também colaborou com duas coautorias. No ranking mencionado, a

Holanda ocupou a 13ª posição, com Índice h=84.

Com o Reino Unido, o programa da USP realizou convênios por meio de

suas pesquisas e bolsas sanduíche, enviando alunos para estudar disciplinas em

universidades do país.

5.4.4 Redes de colaboração dos PPGZ

A Figura 7 apresenta a junção das redes de colaboração científica

institucional dos três programas, na qual se observam fortes laços entre os

programas e a EMBRAPA, sendo esta a única instituição da rede conectada

diretamente a todos os programas de excelência internacional em Zootecnia do

Brasil.

A rede institucional evidencia que não há artigos em coautoria entre a UFV e

a UNESP, tendo, entre os dois programas, a EMBRAPA, UnB e Texas A&M

University (EUA) como instituições-ponte. Observa-seque, no período, também não

houve artigos em coautoria entre a UFV e a USP, tendo somente a instituição

EMBRAPA como mediadora entre esses dois programas.Percebe-se, portanto, um

isolamento da UFV em relação aos demais programas de nível de excelência em

Zootecnia, no Brasil, fato esse que se repete em relação aos países colaboradores,

como demonstrado e comentado, a seguir, na rede de colaboração por país de

origem.

A UNESP apresentou laços fortes com a EMBRAPA, APTA e USP. A rede

apresenta também dois cliques (WASSERMAN e FAUST, 1999), um formado pelas

instituições USP, EMBRAPA e UNESP, com laços fortes entre elas, e o outro

formado pelas instituições USP, UNESP e APTA, sendo que há laços fortes entre

UNESP e USP e UNESP e APTA, mas um laço fraco entre as instituições APTA e

USP.

104

Figura 7. Rede de Colaboração Institucional da UFV, UNESP e USP.

A colaboração científica dos três programas, relativa aos estados brasileiros

de origem do pesquisador, visualizada na Figura 8, mostra a colaboração de

pesquisadores de 15 estados, sendo os estados de São Paulo e de MG aqueles

com interlocução com todos os programas. São Paulo é o estado onde estão

localizados os programas analisados.

Na região Sudeste, o Espírito Santo foi o único estado que não apresentou

pesquisadores que publicaram em coautoria com os programas analisados; na

região Norte, somente o estado do Amazonas teve pesquisadores que publicaram

artigos em coautoria com os programas, com duas colaborações, sendo um artigo

com a UNESP e o outro com a USP, não tendo colaborado com a UFV, no período.

105

Figura 8. Estados com pesquisadores com artigo em coautoria com a UFV, UNESP

e USP.

Na Figura 9, apresenta-se a colaboração científica internacional dos

programas em conjunto, por meio da coautoria com os 21 países identificados na

coleta dos dados.

Observa-se, inicialmente, que o principal país colaborador dos 3programas

de excelência em Zootecnia, no Brasil, foram os EUA, em um total de 38

colaborações com os programas, sendo a maioria (48%) com o programa de

Zootecnia da UFV.

106

Figura 9. Rede dos países colaboradores dos três programas.

O Reino Unido, segundo maior em produções científicas no ranking do JSR

Scimago Journal & Country Rank, na temática Ciência Animal e Zoologia, com

Índice h=112, foi o segundo país que mais colaborou com os programas, no triênio

em estudo, com um total de seis colaborações. Cabe ressaltar que a França (quinta

colocada no mesmo ranking, Índice h=78), que colaborou com o programa da USP

e, principalmente, com o programa da UFV, não colaborou com a UNESP. Fica

evidenciado que os programas obtiveram colaboração com os principais produtores

científicos da área.Além dos EUA, Áustria e Reino Unido também desenvolveram

pesquisa colaborativa com a USP e com a UNESP.

Dos três programas analisados, a UNESP foi aquela que apresentou menos

coautoria com os EUA, mas em contrapartida, assim como a USP, pesquisou em

colaboração com grande diversidade de países (12 países), conforme pode ser

observado na Figura 9.

A UNESP apresentou uma grande presença colaborativa de países da

Europa, sendo o programa com o maior número de países europeus colaboradores,

perfazendo um total 52%.Das 74 colaborações em coautoria recebidas por todos os

programas, 34% foram com países europeus. Cabe destacar que o continente

107

Europeu foi o maior produtor científico na temática Ciência Animal e Zoologia

durante o triênio estudado, conforme dados do ranking do JSR Scimago Journal &

Country Rank. O Continente Europeu com os EUA somam juntos 72% das

colaborações com os programas.

A UFV demonstrou um comportamento isolado, anteriormente demonstrado

(Figura 7), por não ter colaboração da USP e UNESP. Tal fato se repetiu quando

foram considerados os países de origem das instituições colaboradoras, em que a

colaboração se fez apenas com EUA e França. Isso confirma o resultado já

observado por Lima, Velho e Faria (2007, p.107), em pesquisa sobre colaboração

institucional, na qual a UFV com a Universidade Federal de Lavras e a EMBRAPA

aparecem isoladas na análise. Isto ocorre em virtude da possível existência de um

viés institucional na pesquisa brasileira realizada nas áreas de Bioprospeção,

Ciências Agrárias e Veterinárias.

5.5 Correlação de Pearson: Impacto, Colaboração e Visibilidade

A Tabela 13 apresenta os resultados obtidos com a aplicação da correlação de

Pearson nos indicadores dos 125 artigos analisados, dos 3 Programas de Pós-

Graduação em Zootecnia, no triênio 2007-2009.

Tabela 13. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações

recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de

países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 125

artigos (independente do PPGZ).

Correlação de Pearson FI Nº citações Nº países Ano

FI (do periódico) 1 0,44** 0,25** -0,05

Nº citações (recebidas pelo artigo) 0,44** 1 0,17 -0,28**

Nº países colaboradores 0,25** 0,17 1 -0,02

Ano (de publicação do artigo) -0,05 -0,28** -0,02 1

** Correlação significante ao nível de 0.01.

Fonte: elaborado pelo autor.

108

Na avaliação independente do programa, pode-se afirmar que há uma

correlação positiva, moderada, estatisticamente significante entre o número de

citações recebidas pelo artigo e o fator de impacto da revista em que ele foi

publicado. Há, ainda, uma correlação positiva estatisticamente significante, todavia

fraca, entre número de países coautores no artigo e número de citações recebidas

pelo mesmo: há uma tendência, ainda que fraca, de que a medida que aumenta o

número de países coautores, mais citações o artigo tende a receber. Observa-se

também outra associação fraca estatisticamente significante, todavia negativa, entre

ano de publicação do artigo e número de citações recebidas: quanto mais recente o

artigo, menos citações ele recebe.

A Tabela 15 apresenta os resultados obtidos no cálculo de correlação dos

indicadores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal

de Viçosa.

Tabela 14. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações

recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de

países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 31

artigos do Programa de Pós-Graduação UFV.

Correlação de Pearson FI Nº Citações Nº Países Ano

F

I

FI 1 0,02 0,08 -0,20

Nº Citações 0,02 1 0,17 -0,26

Nº Países 0,08 0,17 1 -0,07

Ano -0,20 -0,26 -0,07 1

Fonte: elaborado pelo autor.

No PPGZ, da UFV, não se observa correlação estatisticamente significante

entre os indicadores analisados.

A seguir, na Tabela 16, veem-se os resultados obtidos no cálculo de

correlação dos indicadores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da

UNESP.

109

Tabela 15. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações

recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de

países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 57

artigos do Programa de Pós-Graduação da UNESP.

Correlação de Pearson FI Nº Citações Nº Países Ano

FI 1 0,25 0,51** 0,11

Nº Citações 0,25 1 0,19 -0,34**

Nº Países 0,51** 0,19 1 0,03

Ano 0,11 -0,34** 0,03 1

** Correlação significante ao nível de 0.01.

Fonte: elaborado pelo autor.

Pode-se afirmar que há uma correlação positiva, moderada (maior quando

se compara os três programas conjuntamente), estatisticamente significante entre

número de países coautores no artigo e número de número de citações recebidas

pelo mesmo: há uma tendência moderada de que a medida que aumenta o número

de países coautores, mais citações o artigo do PPGZ, da UNESP, tende a receber.

Observa-se também uma associação fraca e negativa, estatisticamente significante,

entre ano da publicação do artigo e número de citações recebidas: quanto mais

recente o artigo publicado pelo programa da UNESP, menos citações ele recebeu

(essa correlação é mais intensa quando se considera todos os programas em

conjunto).

A seguir, na Tabela 17, veem-se os resultados obtidos no cálculo de

correlação dos indicadores do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e

Pastagens, da USP.

110

Tabela 16. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações

recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de

países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 37

artigos do Programa de Pós-Graduação da USP.

Correlação FI Nº Citações Nº Países Ano

FI 1 0,69** 0,08 -0,20

Nº Citações 0,69** 1 0,15 -0,26

Nº Países 0,08 0,15 1 -0,10

Ano -0,20 -0,26 -0,1 1

** Correlação significante ao nível de 0.01.

Fonte: elaborado pelo autor.

Pode-se afirmar que há uma correlação positiva, moderada (maior que

quando se considera os três programas conjuntamente), tendendo a forte,

estatisticamente significante entre o número de citações recebidas pelo artigo da

USP e o Fator de Impacto da revista em que ele foi publicado: o número de citações

aumentou à medida que aumentou o FI da revista em que o artigo foi publicado.

5.6 Síntese dos Indicadores dos Programas de Pós-Graduação em

Zootecnia

A Tabela 13 apresenta uma síntese do desempenho científico, em termos de

alguns indicadores da produção científica Qualis A1 e A2 dos três programas, no

triênio 2007-2009, apresentados nas seções anteriores, na qual se observa que

cada programa se sobressai em indicadores distintos.

Assim, destaca-se a necessidade de se estudar diversos indicadores dos

programas de pós-graduação, a fim de se obter uma visualização mais ampla e real

do seu perfil acadêmico-científico. Considera-se que indicadores distintos e

complementares, entre eles o FI e Índice h, propiciam uma avaliação mais

111

consistente dos programas, ao contribuir significativamente na avaliação da

produção científica.

A partir da Tabela 13, verifica-se que o programa de Zootecnia da UNESP

se sobressai em alguns indicadores de produção e de citação, como número de

artigos Qualis A1 e A2, número de países colaboradores, total de citações recebidas

e Índice h. O programa da USP destaca-se quanto à média de artigos por docente

(indicador de produção), número de países colaboradores e FI do programa

(indicador de citação). O programa de pós-graduação da UFV é aquele com ano de

início mais antigo, tanto em nível de mestrado como doutorado, mostrando que essa

instituição apresenta tradição nas pesquisas em Zootecnia, no Brasil. Ainda, o

programa da UFV foi aquele que apresentou o número mais expressivo de

colaboração científica com outro país (EUA).

Tabela 17. Indicadores dos três programas de pós-graduação (2007-2009).

Descrição do Programa (triênio 2007-2009)

UFV UNESP USP

Ano de Início 1962 (M), 1972 (D) 1976 (M), 1984 (D) 1966 (M), 1997 (D)

Docentes permanentes 29 34 18

Nº de artigos A1 e A2 31 57 37

Média de artigos por docente

1,1 1,7 2,1

Periódico mais utilizado para disseminação do conhecimento

Journal of Animal Science

(7 artigos)

Journal of Animal Science

(11 artigos)

Journal of Animal Science

(6 artigos)

Periódico com maior FI utilizado pelo programa

Journal of Animal Science (FI=2,22)

BMC Genomics(FI=3,96)

BMC Genomics(FI=3,96)

Citações recebidas 149 304 248

Fator de Impacto do programa

4,8 5,3 6,7

Índice h do programa 7 10 9

Principal instituição colaboradora

Eutheria Foundation e University of Wisconsin

(8 coautorias cada)

USP

(15 coautorias)

EMBRAPA

(11 coautorias)

Nº de países colaboradores

2 12 12

112

Principal país colaborador do programa

EUA

(18 coautorias)

EUA

(8 coautorias)

EUA

(12 coautorias)

Correlação de Pearson Sem correlação estatisticamente significante entre

os indicadores

1) Quanto mais países coautores,

mais citações.

2) Quanto mais recente o artigo

publicado, menos citações.

Quanto maior o FI do periódico onde

se publicou o artigo, maior a quantidade de

citações.

Fonte: elaborado pelo autor.

Quanto ao indicador de visibilidade “Periódico com maior fator de impacto

utilizado pelo programa”, os programas da UNESP e da USP utilizaram o mesmo

periódico, com maior FI. Cabe destacar que a UNESP publicou dois artigos e a USP

publicou um artigo neste periódico.

O periódico mais utilizado para a disseminação e socialização das pesquisas

foi o mesmo em relação aos três programas de pós-graduação. Os EUA foram o

principal país colaborador destes programas. Supõe-se que eles sejam requisitados

em virtude da consolidação científica e da produção científica, inclusive na área

desta pesquisa em particular. Salienta-se que o periódico Journal of Animal Science,

apesar de não possuir o maior fator de impacto, demonstrou ser um periódico de

grande visibilidade e o principal canal formal de comunicação utilizado pelos

programas na socialização de suas pesquisas científicas.

Quanto à principal instituição coautora dos programas, evidenciou-se a

diversidade de relações colaborativas estabelecidas pelos programas, uma vez que

as principais colaboradoras do programa da UFV foram duas instituições

americanas, e as principais instituições parceiras dos programas da UNESP e da

USP são brasileiras: USP e EMBRAPA, respectivamente.

Observa-se no item “Correlação de Pearson” da Tabela 13, a correlação

entre quantidade de países coautores (colaboração), idade do artigo e o FI de

impacto dos periódicos (visibilidade) e quantidade de citações recebidas (impacto)

pelos artigos produzidos, em alguns dos programas de pós-graduação.

113

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos, observou-se que os Programas de Pós-

Graduação em Zootecnia brasileiros, com conceito de excelência da CAPES,

apresentam significativo impacto na comunidade científica internacional, uma vez

que, com poucas exceções, referentes principalmente a artigos mais recentes, os

artigos analisados já foram citados; muitos deles com um número expressivo de

citações.

O Programa de Pós-Graduação da UNESP apresentou a maior produção, o

maior número de citações, bem como o maior Índice h. Mostra-se, portanto, o

programa com reconhecimento da comunidade científica e o maior impacto

acumulado, que valoriza seu esforço científico, uma vez que o Índice h leva em

conta o percurso de forma cumulativa.

Por outro lado, o Programa da USP apresentou o maior Fator de Impacto no

triênio. Esses resultados indicam a necessidade de se analisar diversos indicadores

a fim de se descrever os diferentes atributos da produção científica dos programas

de pós-graduação brasileiros.

Considera-se que o Índice h e o Fator de Impacto são indicadores de

extrema importância na avaliação de programas de pós-graduação. Eles revelam o

esforço científico, bem como o impacto, o reconhecimento e a percepção da

comunidade quanto à relevância e contribuição da produção dos programas para o

avanço e expansão do conhecimento científico na área.

É evidente que os valores do Índice h e do Fator de impacto dos programas,

obtidos nesta pesquisa, consistem de um recorte de um único triênio. Por isso,

esses indicadores devem ser continuamente avaliados, contribuindo para o

acompanhamento diacrônico da evolução dos programas, tal como é feito com

periódicos e autores. Nesta proposição, o programa de pós-graduação é

considerado um indivíduo, isto é, um ser coletivo, e a análise dos indicadores é

baseada no programa como “um todo” e não na reunião do desempenho individual

dos seus pesquisadores.

Como ainda não há ferramentas que calculem esses indicadores de forma

automática, os cálculos de Fator de Impacto e Índice h dos programas de pós-

114

graduação nesta pesquisa foram feitos manualmente. Sabe-se que há uma imensa

quantidade de programas de pós-graduação no Brasil e que o cálculo manual seria

impraticável. Por outro lado, acredita-se que já há tecnologias suficientes que podem

utilizar os dados coletados e realizar de forma automática o cálculo desses índices,

como também o auxílio do DOI, que otimizaria a recuperação dos artigos, facilitando

a obtenção dos dados relativos às citações recebidas, tanto no triênio da publicação

como nos triênios seguintes.Para isso, sugere-se também a criação de um banco de

dados, que possa viabilizar o cálculo desses indicadores.

Quanto à colaboração científica, os resultados obtidos demonstraram que,

em nível nacional, os três programas de pós-graduação fazem coautoria com as

principais instituições de pesquisa da área, como EMBRAPA e APTA, bem como

com pesquisadores de praticamente todas as regiões do país. Em âmbito

internacional, os programas desenvolvem pesquisa em cooperação, principalmente

com países europeus e da América, publicando em coautoria com os principais

países produtores de pesquisa nesta área, como EUA, Reino Unido, Austrália,

França, entre outros.

O isolamento do programa de pós-graduação da UFV em relação aos

programas de pós-graduação da USP e UNESP, percebido nas redes de

colaboração institucional (por não colaborar em coautoria com estas instituições), e

as colaborações somente com instituições de dois países (mas com grande

intensidade) ratificam as considerações de Lima, Velho e Faria (2007, p.107). Eles

afirmam que isso pode ocorrer em virtude da possível existência de um viés

institucional na pesquisa brasileira realizada nas áreas de Bioprospeção, Ciências

Agrárias e Veterinárias.

Quanto à correlação dos indicadores, observou-se que o Fator de Impacto

do periódico, ou seja, sua visibilidade pode influenciar no número de citações

(consequentemente no impacto). Como também há uma tendência, ainda que fraca,

que à medida que aumenta o número de países coautores (colaboração), mais

citações o artigo tende a receber. Esse fato já havia sido sinalizado por Glänzel

(2003), quando afirma em sua pesquisa que os trabalhos que possuem colaboração

internacional apresentam maior impacto e maior visibilidade.

A pesquisa também pôde identificar a relevância e importância de convênios

com instituições nacionais e internacionais, a realização de doutorados sanduíche

115

com universidades de outros países, participação em eventos, oferecimento de

cursos de capacitação para docentes, parcerias com empresas, manutenção do

relacionamento com egressos, visita de alunos estrangeiros, etc., para a composição

das colaborações científicas, bem como no impacto das pesquisas na pós-

graduação brasileira.

Ainda, com base nos resultados obtidos, considera-se que os indicadores de

citação e colaboração científica podem contribuir para uma maior completude da

avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros.

Por outro lado, a fim de se obter resultados mais amplos quanto ao perfil de

impacto científico dos programas de excelência, sugere-se a extensão desta

pesquisa a um número maior de programas de pós-graduação, analisando também

cursos que obtiveram conceitos menores, para se obter uma visualização

comparativa entre o impacto e visibilidade dos programas de diferentes conceitos.

Finalizando, os dados apresentados nesta pesquisa evidenciam a

consolidação das pesquisas científicas dos programas, tanto em âmbito nacional

como internacional, expressa por meio da coautoria com os principais países na

área e com as principais instituições no país. Registre-se também o significativo

impacto dos artigos na comunidade científica, projetando a produção brasileira na

área e propulsando o Brasil como importante produtor do conhecimento em

Zootecnia.

116

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124

ANEXOS

Anexo 1. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência

Animal e Zoologia (1996)

Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank

125

Anexo 2. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência

Animal e Zoologia (2010)

Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank

126

Anexo 3. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência

Animal e Zoologia (1996-2010)

Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank

127

Anexo 4. Planilha Comparativa de Avaliação Trienal CAPES na área

de Zootecnia / Recursos Pesqueiros (2007-2009)

Fonte: Portal Capes

128

Anexo 5. Recuperação dos indicadores de citação de cada artigo.

Fonte: Base de Dados Scopus

129

Anexo 6. Visualização da quantidade de citações recebidas pelo

artigo recuperado.

Fonte: Base de Dados Scopus

130

Anexo 7. Recuperação do periódico para verificação do seu

impacto.

Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank

131

Anexo 8. Recuperação do país de origem do periódico.

Fonte: Ulrichs Web

132

APÊNDICES

Apêndice A. Listagem dos artigos utilizados na pesquisa

Item Referência Instituição Citações Recebidas

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28 RODRIGUES, A. C. O. et al. Evaluation of an on-farm test to estimate somatic cell count. J. Dairy Sci.,v.92, p.990–995, 2009.

USP 2

29 RODRIGUES, A. P. O. et al. Intestinal morphology and histology of the striped catfish. Aquaculture Nutrition, v.15, p.559-563, 2009.

USP 2

30 BIGNARDI, Annaiza Bragaet al. Random regression models to estimate test-day milk yield genetic parameters Holstein cows in Southeastern Brazil. Livestock Science, v.123,p.1–7, 2009.

USP 5

31 MELO, C. M. R. de. et al. Genetic parameters for test day milk yields of first lactationHolstein cows by random regression models. Animal,v.1, p.325–334, 2007.

USP 3

32 ARAUJO, R.C. et al. Postpartum ovarian activity of Santa Inês lactating ewes fed diets containing soybean hulls as a replacement for coastcross (Cynodon sp.) hay. Small Ruminant Research, v.81,p.126–13, 2009.

USP 2

33 SILVA, Saulo da Luz e et al. Fatty acid composition of intramuscular fat from Nellore steers fed dry or high moisture corn and calcium salts of fatty acids. Livestock Science,v.122,p.290–295, 2009.

USP 1

34 LEMAIRE, G. et al. Interactions between leaf lifespan and defoliation frequency in temperate and tropical pastures: are view. Grass and Forage Science, v.64, p.341–353, 2009.

USP 8

35 BORGUESI, R. et al. Apparent digestibility coefficients of selected feed ingredients for dourado Salminus brasilienesis. Aquaculture Nutrition, v.15, , p.453-458

USP 3

36 BICUDO, Álvaro José de Almeida; SADO,RicardoYuji; CYRINO, José Eurico Possebon. Growth and haematology of pacu, Piaractusmesopotamicus, fed diets with varying protein to energy ratio. Aquaculture Research, v.40, 486-495, 2009.

USP 1

37 BICUDO, Álvaro José de Almeida; SADO, RicardoYuji; CYRINO, José Eurico Possebon. Dietary lysine requirement of juvenile pacu Piaractusmesopotamicus (Holmberg, 1887). Aquaculture, v.297,p.151–156, 2009.

USP 3

141

Apêndice B. Planilha de coleta de dados

142

Apêndice C. Planilha para Cálculo do Índice h

143

Apêndice D. Entrevista com os coordenadores dos Programas de

Pós-Graduação em Zootecnia

Aplicou-se o modelo abaixo para cada um dos programas com seus respectivos

dados. Os dados abaixo, como exemplo, são do PPGZ da UFV.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Prezado Professor Dr. xxxxxxxx,

Sou aluno do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da

Informação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),

Campus de Marília, e minha dissertação tem por objetivo analisar os indicadores de

citação e colaboração aplicados à produção científica dos programas da área de

Zootecnia, com conceito de excelência internacional (nota 7), no triênio 2007-2009, a

fim identificar o impacto, a visibilidade e a cooperação científica dos artigos

científicos produzidos, contribuindo para o aprimoramento da avaliação da pós-

graduação brasileira.

Neste momento, estou na fase de interpretação da estrutura colaborativa

presente nas redes de coautoria construídas, a partir dos artigos publicados em

periódicos Qualis A1 e A2 pelos programas, no triênio analisado. Segundo a

metodologia de Análise de Domínio, proposta por Hjørland (2002)8, é de grande

relevância para a pesquisa contar com a participação de especialistas na área em

estudo, por meio de entrevistas, a fim de contribuir para uma melhor compreensão

do domínio estudado.

Nesse sentido, gostaria de contar com a sua colaboração para a análise

qualitativa das relações de coautoria presentes no conjunto de publicações

8 HJØRLAND, B. Domain analysis in information science: eleven approaches-traditional as well as

innovative. Journal of Documentation, v.58, n.4, p. 422-462, 2002.

144

científicas Qualis A1 e A2, triênio 2007-2009, do seu Programa de Pós-Graduação

em Zootecnia, por meio de uma entrevista.

Outrossim, embora na entrevista apresente a metodologia utilizada para a

obtenção dos dados quantitativos provenientes da coleta da pesquisa, encaminho,

desde já, as colaborações em coautoria construídas, bem como o roteiro da

entrevista que será utilizada.

Aguardando sua resposta quanto à possibilidade da realização da entrevista e

das possíveis datas de agendamento, agradeço antecipadamente sua atenção e

colaboração.

Cordialmente,

Fábio Sampaio Rosas

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação.

Maria Cláudia Cabrini Grácio

Orientadora

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação

145

Identificação:

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia: UFV

ENTREVISTA

As Tabelas 1, e 2 e a Figura 1 apresentam as colaborações em coautoria do

programa de pós-graduação em Zootecnia, geradas a partir dos artigos publicados

em periódicos Qualis A1 e A2, no triênio 2007-2009. A partir dessas considerações,

que contribuições podem ser realizadas:

Tabela 1.Colaboração em coautoria Institucional da UFV, artigos em periódicos

Qualis A1 e A2, triênio 2007-2009.

Instituição Número de Colaborações

Eutheria Foundation 08

University of Winsconsin 08

Texas A&M University 05

EMBRAPA 04

INRA 04

Iowa State University 03

Ajinomoto Eurolysine 02

UFPE 02

UnB 02

146

01 - O que o programa de pós-graduação tem de interesse em comumcom as suas

principais instituições colaboradoras?

02 - Qual a motivação das parcerias com estas instituições?

03 – Comentários adicionais sobre a rede presente na Tabela 1:

Figura 1. Estados com pesquisadores c

04 - O que o programa de pós

estados brasileiros com os quais o programa desenvolveu pesquisa em coautoria?

05 - Qual a motivação das parcerias com pesquisadores destes estados?

06– Comentários adicionais sobre a rede presente na Figura 1:

. Estados com pesquisadores coautores da produção da UFV.

O que o programa de pós-graduação tem de interesse em

estados brasileiros com os quais o programa desenvolveu pesquisa em coautoria?

Qual a motivação das parcerias com pesquisadores destes estados?

Comentários adicionais sobre a rede presente na Figura 1:

147

oautores da produção da UFV.

graduação tem de interesse em comum com os

estados brasileiros com os quais o programa desenvolveu pesquisa em coautoria?

Qual a motivação das parcerias com pesquisadores destes estados?

148

Tabela 2.Colaboração por País, da UFV

País Número de Colaborações

EUA 18

França 04

07 - O que o programa tem de interesse em comum com seus principais países colaboradores?

08 - Qual a motivação das coautorias com estes países?

09– Comentários adicionais sobre a rede presente na Tabela 2: