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Índice
Introdução ......................................................................................................8
TER UM GATINHO
Responsabilidades e realidades ...................................................................12
O GATINHO CERTO PARA SI
Com pedigree, cruzado ou adotado .............................................................18
RAÇAS DE GATINHOS
Perceber os traços de caráter e necessidades específicas .........................26
ESCOLHER O SEU GATINHO
Guia para comprar ou adotar .......................................................................36
PREPARAR A CASA PARA O GATINHO
Prevenção e segurança ................................................................................44
ACESSÓRIOS PARA O GATINHO
Da transportadora aos brinquedos essenciais .............................................50
DAR AS BOAS-VINDAS AO GATINHO
Apresente a casa, os seus filhos e os outros animais de estimação ............58
REFEIÇÃO DIGNA DE UM GATINHO
Saiba quando e o que dar de comer ............................................................66
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CUIDAR DA HIGIENE DO GATINHO
Como escovar, dar banho e muito mais .......................................................72
SOCIALIZAR O GATINHO
Compreenda porquê e como .......................................................................78
O DESENVOLVIMENTO DO GATINHO
De uma semana a um ano ............................................................................86
OS SENTIDOS DO GATINHO
Veja o mundo sob a perspetiva dele ............................................................92
A COMUNICAÇÃO DO GATINHO
Traduza a linguagem oral e corporal .............................................................98
O COMPORTAMENTO DO GATINHO
Saiba porque faz o que faz .........................................................................106
ENGRAÇADO OU PROBLEMÁTICO?
Entenda os hábitos de arranhar e morder ..................................................114
ENSINAR O GATINHO
Falemos do WC e do poste arranhador .....................................................122
UM GATINHO MALCOMPORTADO
Como os seus atos encorajam ou desencorajam comportamentos ..........128
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O GATINHO NOTURNO
Diga «boa noite» e seja firme ......................................................................134
OS INSTINTOS DO GATINHO
Analise o seu amigo felino ..........................................................................142
VOCÊ E O SEU GATINHO
Crie e consolide os laços que vos unem ....................................................148
A SAÚDE DO GATINHO
Identifique os sintomas e conheça as soluções .........................................154
O GATINHO E AS IDAS AO VETERINÁRIO
Das vacinas à castração/esterilização ........................................................160
O GATINHO E A BRINCADEIRA
Faça-o exercitar a mente e o corpo ...........................................................168
O CRESCIMENTO DO GATINHO
Reconheça os sinais e saiba o que esperar ...............................................174
Glossário .....................................................................................................180
Créditos fotográficos ..................................................................................182
Bibliografia ..................................................................................................186
Índice remissivo ..........................................................................................188
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8 a linguagem secreta dos gatinhos
Introdução
Por mais que lhe possa parecer, não é assim tão difícil
observar as experiências do seu gatinho sob a perspetiva
dele. Basta apenas ter em conta o ponto de vista dele,
antes de decidir como abordar cada situação. Em muitos
aspetos, o felino tem uma perspetiva menos complicada
das coisas do que os seres humanos. Geralmente, as pes-
soas tendem a pensar demasiado nas coisas e, assim, a
dificultar muito a tarefa de treinar um gatinho.
Terá grandes decisões a tomar, a partir do momento que
quiser acrescentar à família este pequeno animal. É certo
que algumas terão maior impacto do que outras. Talvez já
esteja a pensar numa raça específica, ou queira ver se há
gatos a precisar de adoção antes de escolher um. O mais
importante é obter todos os factos de antemão e pensar
O s gatinhos não são gatos — ainda. Os donos destes animais jovens e impressionáveis não podem estar à espera que eles cheguem a casa já a saber o que significa ser um gato. Tal como não podem esperar que os jovens companheiros felinos se comportem
como uma pessoa, um bebé ou, sequer, um cão. O dono é que tem a responsabilidade de aprender a descodificar a expressão de sentimentos e as necessidades dos seus gatinhos. Só aprendendo a linguagem secreta do gatinho é que o dono lhe pode modelar o comporta-mento e estabelecer uma relação positiva com esse jovem animal tão singular.
bem no que quer fazer. Quer compre quer adote, contribua
para resolver o enorme problema que é a negligência em
relação aos animais de estimação.
Cada raça — e cada animal em si — apresenta peque-
nas diferenças. Algumas são conhecidas por
diversas caraterísticas, ao nível físico e do
temperamento. Os gatinhos também herdam
a aparência e os maneirismos dos progenitores,
que podem ou não corresponder aos padrões da raça.
Os rafeiros são uma história totalmente diferente, porque
combinam os traços físicos e de personalidade de diferen-
tes raças.
Quando procura um gatinho, não deve buscar a perfeição e
sim encontrar o animal que melhor se adeque à sua perso-
nalidade e ao seu estilo de vida. Por mais bonitos que lhe
possam parecer os persas, saiba que seria a pior escolha
se não dispuser de tempo ou vontade para os exigentes
cuidados de higiene da raça. Da mesma forma, por mais
que se divirta com o persistente miar dos siameses, pense
bem se gostaria de ter um a tagarelar assim todos os dias.
Só você pode decidir, mas é essencial que o faça com a
ponderação calma e cuidadosa que eles merecem.
Uma vez tomada a decisão, começa a diversão — e o tra-
balho. Levar um gatinho para casa pode ser um momento
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9introdução
excitante e uma recordação valiosa. Antes de esse grande
dia chegar, porém, os donos devem ter prontos determina-
dos artigos, bem como noções básicas das necessidades
do novo animal de estimação. A lista de coisas a comprar
não é grande, mas cada uma implica fazer determinadas
escolhas. Compra pratos de metal ou de plástico? Vai pôr-
-lhe coleira? Onde é que ele vai dormir? Se responder a
estas e outras perguntas antes de trazer o gatinho para
casa, fará com que esse dia corra ainda melhor para todos
os envolvidos.
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10
Ter um gatinho é um pouco como ter um bebé. É um ani-
mal vulnerável que depende de si para cuidar dele, alimen-
tá-lo e, nalguns casos, entretê-lo. Mais uma vez, terá de
fazer várias escolhas. Por exemplo, o gatinho precisa de
alimentos especialmente concebidos para felinos jovens,
mas qual será a melhor marca de ração húmida ou seca?
Os cuidados de higiene de que o seu gatinho precisa
podem depender da raça, mas é importante habituá-lo
desde logo a esses processos, tenha ele pelo curto ou
comprido. Um animal habituado a uma rotina enquanto é
jovem terá mais facilidade em aceitar que o escovem e lhe
deem banho na idade adulta.
Embora não precise de saber tudo o que há a saber sobre
gatinhos antes de trazer o seu para casa, convém adquirir
noções básicas da linguagem corporal e dos sentidos dos
felinos, para melhor se entenderem nos primeiros tempos.
Quanto mais tempo passar com ele, mais desenvolverá os
seus conhecimentos sobre a sua linguagem secreta, muito
para além do que encontra neste livro ou em
qualquer outro. Lembre-se de que o seu gatinho
é um ser individual. Com certeza que terá mui-
tas qualidades que correspondem aos padrões
da espécie e da raça, mas também ganhará
o seu próprio modo de fazer as coisas e de se
expressar. E é impressionante constatar como,
com o tempo, você entrará cada vez mais em
sintonia com a personalidade do seu animal de
estimação.
a linguagem secreta dos gatinhos
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11
Quando surge um problema de saúde, o dono é geralmente
o primeiro a reparar nele. Umas vezes, percebe o que se
está a passar por ler sobre a raça do gatinho e informar-se
acerca das maleitas a que ele é mais propenso. Noutras,
o dono não repara num sintoma específico, mas nota um
sentimento generalizado de desconforto. Os donos que
melhor conhecem os seus gatinhos sabem quando qual-
quer coisa não está bem. Mesmo que não saiba identifi-
car o problema, pelo menos percebe que deve levá-lo ao
veterinário.
Ao cuidar do seu novo animal de estimação e ensiná-lo,
pode não reparar como o tempo passa depressa. É tra-
tando das questões mais mundanas, como ensiná-lo a ir
à caixa de areia ou levá-lo às vacinas de reforço, que cria
laços com ele. É claro que as atividades mais agradáveis,
como a brincadeira e as sestas juntos no sofá, também
ajudam a aprofundar a relação com o gatinho, mas, na ver-
dade, é a combinação das tarefas divertidas com as vulga-
res que mais consolida a confiança e os laços entre os dois.
Uma das coisas que torna esta fase precoce da vida do
gato tão especial é o facto de ser tão fugaz. Quando der
por si, o seu gatinho estará a tornar-se um jovem adulto.
À semelhança dos pais humanos, os donos dos gatinhos
exclamam frequentemente com espanto: «Para onde fugiu
o tempo?» Uma vez nessa nova fase da vida, o seu jovem
gato continuará a sofrer mudanças, mas já estará mais pre-
parado para as enfrentar, porque você se dedicou a apren-
der a linguagem secreta dos gatinhos.
INTRODUção
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12 a linguagem secreta dos gatinhos
TER UM GATINHO
RESPONSABILIDADES E REALIDADES
N.º 1
B asta olhar para um gatinho recém-nascido para que muitas pessoas fiquem instan-taneamente encantadas. Em muitos casos, a decisão de comprar ou adotar um gato jovem marca o início de uma relação interespécies longa e recompensadora. Quase
de certeza que o amor que dedica ao seu novo protegido felpudo, cuidando dele, será corres-pondido em igual — ou maior — medida. Mas é importante compreender que ser dono de um gato é assumir um compromisso a longo prazo.
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13ter um gatinho
PERCEBA OS SINAIS
É melhor ter dois gatinhos do que um?Uma forma de ajudar a prevenir o tédio
e, subsequentemente, os comportamen-
tos indesejados, é ter logo dois gatinhos.
Quando criados juntos, os gatos tendem a
ser mais sociáveis e bem-adaptados. Alguns
donos receiam que ter dois gatos jovens
em casa ao mesmo tempo possa dificultar
tarefas como ensinar a ir à caixa de areia,
mas os gatinhos aprendem sobretudo pelo
exemplo. O que quer que consiga ensinar a
um, o outro provavelmente copiará. Ter dois
gatinhos pode ser muito divertido, mas é
essencial que os queira mesmo a ambos,
antes de decidir duplicar a dose. Todos os
animais merecem ser queridos e amados.
LONGEVIDADEUma das melhores caraterísticas da espécie felina é a espe-
rança de vida alargada. A maioria das raças de gatos chega
aos 20 ou mais anos, um facto que muitos donos de cães
invejam. Dada a longevidade do gato, contudo, deve ter
mesmo a certeza de que lhe convém ter um. Antes de entrar
nessa relação de longo prazo, é crucial escolher o gatinho
que seja mais compatível com o seu estilo de vida e a sua
personalidade. As diferenças de temperamento podem
depender tanto das raças e dos cruzamentos do gato como
de cada animal em si. A melhor forma é certificar-se de que
encontrou o seu par perfeito, passando algum tempo com o
gatinho antes de o levar para casa.
Além disso, é importante compreender que a sua bolinha
de pelo vai crescer e mudar muito no primeiro e segundo
anos de vida. A maioria não muda significativamente até à
idade adulta, mas deve esperar umas quantas alterações a
nível físico e de temperamento. Felizmente, as mudanças
que acompanham a maturidade tendem a ser agradáveis.
Por exemplo, é frequente um gatinho enérgico acalmar-se
um pouco aos 2 ou 3 anos de idade. Nalguns casos, toda-
via, é possível que um gatinho carente se torne um gato
adulto independente. Deve preparar-se para aceitar a per-
sonalidade do seu gato adulto, mesmo que ele demore a
revelá-la.
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14
DAR TEMPOAté as melhores relações precisam de cuidados. Passar
tempo de forma regular com o seu gatinho contribui para a
criação de laços fortes entre os dois. Alguns gatos adultos
podem ser extremamente autónomos, mas a maioria não
deixa de gostar de passar todos os dias algum tempo na
companhia dos seus humanos. Esses momentos passados
só um com o outro são especialmente importantes para os
felinos mais jovens.
Faça questão de acariciar o seu animal de estimação sem-
pre que surgir uma oportunidade. Além disso, estabeleça
um ou dois momentos de brincadeira por dia. Não inte-
ressa tanto o tempo que passa a brincar com uma cana de
pesca com uma pena pendurada — ou o que quer que o
seu gatinho mais aprecie —, mas mais que o faça. Quanto
mais for conhecendo o seu animal de estimação, melhor
perceberá quais são os seus passatempos preferidos.
Depois de tornar a casa segura e à prova de gato, já pode
deixar o seu novo gatinho sozinho por períodos de tempo
razoáveis, mas é melhor passar o máximo de tempo que
puder com ele nos primeiros dias e semanas. Se trabalha
até tarde, pondere marcar férias para a altura em que trou-
xer o gatinho para casa. Além de ter tempo para começar
a criar laços com ele, pode ensiná-lo a ir à caixa de areia,
se necessário. Os gatinhos que são ensinados de muito
pequenos tendem a cumprir essa tarefa com maior fiabili-
dade na idade adulta. Passar tempo com o seu novo animal
de estimação também é uma forma excelente de identificar
as áreas em que precisa de adaptar melhor a casa.
Se não puder tirar uns dias de férias ou evitar outras res-
ponsabilidades, pondere arranjar ajuda. Algumas raças
de gatos são famosas por criarem laços mais profundos
com uma só pessoa, mas muitas podem formar relações
positivas com dois ou mais membros da família. Um côn-
juge, filhos mais velhos ou membros da família alargada
poderão passar tempo com o gatinho, sempre que você
não puder.
a linguagem secreta dos gatinhos
PAGAR AS CONTASAntes de ser o orgulhoso dono de um gatinho, deve ponde-
rar se pode ou não assumir as responsabilidades financei-
ras que acarreta esse novo membro da família. Precisa de
alguns artigos básicos antes de o trazer para casa: muitos
só terão de ser adquiridos uma vez, como pratos e uma
cama confortável. Outros representam despesas repetidas:
uma ração nutritiva, cuidados veterinários regulares e areia
higiénica (para gatos de interior) são apenas algumas das
coisas que terá de comprar sempre, enquanto tiver o seu
animal de estimação.
Proporcionar cuidados veterinários de prevenção ao seu
gatinho é a melhor forma de o manter de boa saúde. Mas
até os gatos saudáveis adoecem de tempos a tempos.
Nesse caso, terá de fazer mais visitas ao veterinário. Deve
estar preparado para assumir as despesas adicionais das
consultas, dos medicamentos e, até, dos cuidados de
emergência, quando necessário.
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15ter um gatinho
NÃO É SÓ BRINCAR
Algumas pessoas presumem erradamente que
os gatos são animais de estimação com poucas
exigências. Embora seja verdade que, em geral,
requerem menos supervisão, ensino e cuidados de
higiene do que muitos cães, os gatos não deixam
de acarretar algumas responsabilidades diárias.
Certas raças até exigem mais cuidados do que
os cães e outros animais domésticos. Se quiser
um gatinho persa, por exemplo, prepare-se para
o escovar todos os dias, para lhe manter o pelo
limpo e desembaraçado.
Dificilmente chegará a casa e encontrará os seus
queridos Manolo Blahnik roídos pelo gatinho, mas
isso não significa que ele não faça outros dispara-
tes igualmente dispendiosos. A maioria dos gatos,
e também dos gatinhos, adora arranhar. Se o deixar
sozinho, o seu pode muito bem decidir que o sofá
da sala é perfeito para essa atividade. Felizmente,
pode ensinar o gatinho a utilizar um poste arranha-
dor sem grande dificuldade.
De notar também que alguns gatinhos roem efe-
tivamente os pertences dos donos. À semelhança
dos cachorros, os gatos passam pela fase da
dentição mais ou menos a partir dos 4 meses de
idade. Essa etapa dolorosa pode acompanhá-los
até aos 8 meses. Se o seu gatinho gostar de roer,
deve guardar os seus sapatos (e tudo o que não
queira que ele estrague) num local seguro. Se o
seu gatinho tiver uma predileção por fios elétri-
cos, deve rever as medidas que tomou para tor-
nar a casa segura e à prova de gato e protegê-los
melhor.
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16
DENTRO OU FORA?O debate sobre se os gatos devem poder andar livremente
no exterior decorre há décadas. A dado momento da sua
existência, quase todos os gatos já saíram para fazer as
necessidades, caçar e exercitar-se no exterior. Muitos ainda
o fazem. Mas um número crescente de donos apercebe-se
de que deixar o gato andar livremente acarreta alguns ris-
cos. Os piores são os carros, os animais selvagens e as
doenças propagadas pelos gatos vadios. Os efeitos das
três coisas podem ser mortíferos.
Muitas pessoas receiam que os gatos de interior se aborre-
çam. Umas julgam que mantê-los sempre em casa os leva
a assumir comportamentos destrutivos, como roer e arra-
nhar o que não devem. Outras consideram que os gatos
de interior têm mais propensão para a obesidade, por falta
de atividade física. Felizmente, a verdade é que pode evi-
tar todos esses problemas sem deixar de zelar pela segu-
rança do seu gato. Os brinquedos interativos proporcionam
estimulação física e mental. Além disso, são excelentes
para os distrair e evitar comportamentos indesejados.
Ao mesmo tempo, é verdade que alguns gatos se sentem
mais impelidos a explorar o exterior do que outros. Os mais
velhos que foram gatos de rua no passado, por exemplo,
talvez tenham dificuldade em adaptar-se à vida confinada
ao interior. Mas os gatinhos podem geralmente ser habitua-
dos a viver em casa e a tornar-se adultos satisfeitos.
Lembre-se de que os gatos de interior não têm de estar sem-
pre em casa. Apanhar ar e fazer exercício faz bem a todos
— seres humanos, felinos e não só. O segredo para oferecer
ao seu gatinho uma experiência segura no exterior é usar
uma trela ou soltá-lo numa zona exterior vedada. Muitos
gatos podem ser ensinados a passear com a trela. Os gati-
nhos tendem a ser mais abertos a essa prática. Os hábitos
que começar a incutir numa idade precoce são os que mais
probabilidades têm de ser tolerados. Algumas raças, porém,
a linguagem secreta dos gatinhos
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adaptam-se extraordinariamente bem ao passeio com a
trela. O abissínio, por exemplo, tem grande aptidão para o
treino de passeio com a trela.
Os recintos exteriores são outra opção viável se quiser pro-
porcionar ao seu gatinho algum tempo passado ao ar livre.
Desde a gaiola de arame mais básica, que encontra em
quase todas as lojas de animais, a estruturas únicas dese-
nhadas e construídas por si, o recinto exterior do seu gato
pode ser simples ou elaborado. Interessa mais que seja
seguro. O seu gatinho não deve poder afastar os arames,
nem passar entre eles.
Quer utilize trela quer utilize um recinto exterior, também é
importante que preste muita atenção ao clima. Os gatos de
exterior que estão habituados aos elementos atmosféricos
podem tolerá-los bastante bem, mas o seu gatinho é capaz
de arrefecer com facilidade. A sua principal responsabilidade
como dono de um gatinho é mantê-lo sempre em segurança.
Facto felinoSe deixar o seu gatinho deambular pelo
exterior, pendure uma chapa de identifi-
cação na coleira. Também é bom implan-
tar-lhe um microchip. Quase três quartos
dos cães e gatos perdidos com micro-
chip são devolvidos aos donos. Mesmo
que o seu gatinho seja de interior, se lhe
implantar um microchip será mais fácil
encontrá-lo se ele conseguir fugir.
ter um gatinho
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18
O GATINHO CERTO PARA SI
COM PEDIGREE, CRUZADO OU ADOTADO
N.º 2
A ntes de começar a procurar o seu gatinho, tem de decidir se quer um de raça ou um rafeiro. As duas opções apresentam benefícios. Determinar qual delas é a ideal para si já é uma questão pessoal, mas informar-se das vantagens de cada uma pode pou-
par-lhe tempo e energia — e, nalguns casos, dinheiro.
a linguagem secreta dos gatinhos
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19
O QUE IMPLICA O PEDIGREE?Os gatos com pedigree são animais de raça pura.
Os donos podem verificar a linhagem desses gatinhos
várias gerações anteriores e confirmar que todos os
antepassados pertenciam à mesma raça. Tal como acon-
tece com os cães, existem gatos de uma vasta gama
de raças. A Cat Fanciers Association (CFA) reconhece
40 raças oficiais. Algumas, como o mau egípcio, existem
há séculos. Esta raça remonta mais ou menos ao ano
1550 a. C. Outras, como o savannah — aceite pela The
International Cat Association (TICA) em 2001 e distin-
guida com a criação de um campeonato em 2012 —, são
muito mais recentes.
Cada raça tem uma aparência e um temperamento que lhe
são caraterísticos. Os clubes de criadores utilizam essa
lista singular de traços para criar padrões de raça oficiais.
Os melhores criadores escolhem cuidadosamente gatos
saudáveis que mais correspondam à descrição ideal para
os seus programas de criação. Antes de selecionar um
gatinho de raça pura seria importante, se possível, ver ou
pelo menos informar-se sobre um dos progenitores. Se vir a
mãe e o pai já pode ter uma noção de como o seu gatinho
ficará e agirá quando for adulto.
Os proponentes dos animais de raça pura insistem em que
a consistência da raça é um benefício inestimável. Se, por
exemplo, quiser um gatinho cheio de energia e de pelo
curto, facilmente reduz o campo de escolha, procurando
uma raça com essa descrição, como o oriental de pelo
curto. Em geral, contudo, os gatos de raça pura sofrem
de mais problemas de saúde do que os rafeiros. A busca
dessa tão ambicionada consistência levou à consanguini-
dade que, com o tempo, fez com que determinadas raças
fossem mais propensas do que outras a certas doenças.
O devon rex, por exemplo, tende a desenvolver displasia
da anca.
Pode reduzir as hipóteses de escolher um gatinho com
propensão para esse e muitos outros problemas de saúde
perguntando ao criador se o casal reprodutor fez testes
de despiste dos problemas de saúde mais vulgares nessa
raça. Se um gatinho desenvolver esse problema, o mais
certo é que o tenha herdado de um ou de ambos os pro-
genitores. Escolher um gatinho de progenitores que não
tenham desenvolvido o problema não lhe garante que ele
não venha a desenvolvê-lo, mas sem dúvida alguma que
faz pender a balança a seu favor.
Se quiser participar em exposições com o seu gatinho,
o melhor é limitar a escolha a gatinhos de raça pura.
A exposição é um concurso em que os gatos são avaliados
por júris, de acordo com a correspondência aos padrões
de cada raça. Um gatinho cujos pais já tenham ganhado
títulos no ringue tem maiores hipóteses de fazer sucesso.
No entanto, também pode participar nas exposições com
rafeiros. A TICA tem classes de animais de estimação em
que os gatos rafeiros são avaliados segundo a sua beleza
e presença.
o gatinho certo para si
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20
Facto felinoOs gatos sofrem de mais de 250 distúr-
bios hereditários diferentes. Muitos asse-
melham-se às doenças genéticas que
afetam as pessoas. Tanto os felinos como
os seres humanos sofrem de retinite pig-
mentosa, uma doença ocular degenera-
tiva que leva à cegueira. Nos gatinhos,
essa doença também foi associada à
deficiência do aminoácido taurina.
Os gatinhos podem começar a competir em exposições
logo aos 4 meses de idade. Os que competem na classe
de animal de estimação têm de ser castrados ou esteriliza-
dos aos 8 meses. Os de raça pura não têm esse requisito
porque, tecnicamente, a exposição é uma forma de avaliar
os animais reprodutores.
Os melhores criadores têm frequentemente um talento
extraordinário para reconhecer que gatinhos se tornarão
nos melhores gatos de exposição. Convém notar, porém,
que ninguém pode garantir que um animal específico
ganhará prémios. Tenha cuidado com criadores que lhe
façam esse tipo de promessas. Acima de tudo, escolha
um gatinho que lhe pareça fofo e simpático. Afinal, o ava-
liador mais importante dessas qualidades no seu gatinho
é você.
a linguagem secreta dos gatinhos
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21
Facto felinoUma ninhada média consiste normal-
mente em dois a cinco gatinhos.
OS CRUZAMENTOSUma das melhor formas de prevenir os problemas heredi-
tários é manter o património genético do gatinho o mais
diversificado possível. É por essa razão que muitos aman-
tes de gatos optam por gatinhos cruzados. Os cruzados
são filhos de dois gatos de raças diferentes, o que os faz
herdar uma maior variedade de caraterísticas. Muitos híbri-
dos, que é como se chama a esses gatos, não são elegí-
veis para exposições. Os registos das raças como os da
CFA e da TICA só reconhecem determinados cruzamentos
que desenvolveram consistência de aparência e tempera-
mento. Se não deseja levar o seu gato a exposições, essa
limitação não o afeta.
Os gatinhos híbridos têm dois progenitores domésticos ou
um doméstico e outro selvagem. O bengal é um dos híbri-
dos mais populares, resultando do cruzamento de raças
domésticas com uma espécie selvagem — neste caso,
o gato-leopardo asiático. O tonquinês, todavia, advém
do cruzamento de duas raças domésticas, o siamês e o
sagrado da birmânia.
Os híbridos intencionalmente criados não são a sua única
opção para ter um gatinho cruzado saudável. Pode levar
para casa um gatinho com pedigree desconhecido. Em
geral, chama-se a esses gatinhos simplesmente comum de
pelo curto (varia entre o europeu, o brasileiro, o americano
e o inglês, de acordo com a proveniência do gato), comum
de pelo longo e, nalguns casos até, comum de pelo médio.
Apesar de não serem planeados — não descendem de pro-
genitores cuidadosamente selecionados —, esses gatinhos
tendem a ser mais saudáveis do que os de raça pura.
o gatinho certo para si
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22
TOCA A ADOTAROs criadores não são o único meio de adquirir gatinhos
saudáveis e simpáticos. Se quiser mudar totalmente a
vida de um felino jovem, pondere adotar. Existem muitas
ideias erradas sobre a adoção. Uma delas é que nos gatis e
associações de ajuda animal só encontramos animais mais
velhos. No entanto, a idade média de animais entregues a
abrigos é de apenas 18 meses. Muitos chegam ainda mais
novos.
Se tiverem uma gata grávida e não conseguirem encon-
trar lares para os gatinhos, os donos entregam-nos fre-
quentemente a abrigos. Por esse motivo, encontramos
várias ninhadas — e, por vezes, mães grávidas também —
para adoção. A melhor forma de prevenir esse problema
é castrar e esterilizar a maioria dos gatos domésticos,
mas uma vez que nem todas as pessoas o fazem a
população felina continua a crescer. De 2010 a 2012, o
número de gatos entregues à Royal Society for the Pre-
vention of Cruelty to Animals (RSPCA), na Grã-Bretanha,
subiu de 29 269 para 31 556 — quase 8%. Para piorar a
situação, o número de donos adotivos caiu 10% nesse
mesmo período.
Surpreendentemente, não são só os gatinhos rafeiros que
precisam de um lar. Também encontramos muitos de raça
pura para adoção em abrigos. Em vários casos, é a exage-
rada popularidade que ganham certas raças, em determi-
nadas alturas, que leva a que isso aconteça. As pessoas
que compram gatinhos sem pensar bem no que estão a
fazer não estão preparadas para assumir a responsabili-
dade de ter um felino. Nesses casos, muitos dos gatinhos
acabam por ser entregues assim que os donos se aperce-
bem de que ter um gato é bem mais difícil do que julgavam.
a linguagem secreta dos gatinhos
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23
Facto felinoA RSPCA calcula que 85% das ninhadas
de gatos não sejam planeadas.
PERCEBA OS SINAIS
Nutrir o amor pelos animaisUma boa maneira de saber que tipo de gati-
nho é ideal para si — e de ajudar animais
abandonados ao mesmo tempo — é experi-
mentar constituir-se como Família de Acolhi-
mento Temporário, ou FAT. A melhor forma
de garantir que uma ninhada sem lar recebe
os devidos cuidados é colocar mãe e filhos
num lar de acolhimento temporário, até ao
desmame dos gatinhos. Estes têm maiores
probabilidades de se tornarem gatos amigá-
veis se lhes pegarmos frequentemente nas
primeiras sete semanas de vida.
Contacte o abrigo local para se informar
dos requisitos. Muitas associações dão
dicas aos potenciais donos temporários
sobre como lidar com a experiência. Se tiver
tempo e interesse, ser FAT pode ser uma
excelente forma de ver como é ter um gato.
Caso desenvolva uma ligação forte com um
dos animais acolhidos, talvez possa ficar
com ele.
Alguns gatos jovens, como os himalaios, são abandonados
por necessitarem de muitos cuidados de higiene. Outros,
como os siameses, quando os donos se dão conta do
quanto miam.
Se escolher adotar um gatinho em vez de comprar, pode
salvar uma vida. E é provável que ganhe uma boa com-
panhia.
Desde que o escolha bem, certificando-se de que é o
tipo ideal para si, de uma determinada raça ou rafeiro,
o seu gatinho pode tornar-se um animal de estimação
excelente, tal como qualquer outro que compre a um
criador.
o gatinho certo para si
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PERCEBA OS SINAIS
Menos do que perfeitoSe quiser marcar significativamente a vida
de um gatinho sem lar, pondere adotar um
animal que precise de cuidados especiais.
Alguns gatinhos chegam aos abrigos com
problemas desagradáveis — desde pelo
extremamente emaranhado, pulgas, a sub-
nutrição ou doenças crónicas. Com os devi-
dos cuidados veterinários e donos dedica-
dos, muitos desses gatinhos que tiveram
um início de vida difícil podem tornar-se
animais de estimação felizes e saudáveis.
Um gatinho de pelo comprido que seja todo
tosquiado não será propriamente o animal
mais bonito no abrigo e as suas hipóteses
de ser adotado são muito mais reduzidas do
que as de um gatinho com uma aparência
perfeita. A pelagem quase de certeza que
crescerá novamente. Muitos problemas de
saúde crónicos, como o Vírus da Leucose
Felina (FeLV) e o Vírus da Imunodeficiência
Felina (FIV), podem ser controlados com
medicação. Se lhes dermos uma segunda
oportunidade, muitos gatinhos com esses e
outros desafios podem tornar-se animais de
estimação maravilhosos.
a linguagem secreta dos gatinhos
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2525
PODEM OS GATOS DE RUA SER DOMESTICADOS?
Ao longo da sua vida, uma gata vadia pode dar à
luz inúmeras ninhadas. Para além de não terem lar,
todos esses gatinhos enfrentam outro perigo. Sem
interação humana, não adquirem as capacidades
sociais que fazem com que os gatinhos sejam tão
apreciados. Conhecidos como gatinhos de rua,
esses animais podem ser mais desafiantes até
para o mais experiente dono de gatos. Mas será
o gatinho de rua um caso perdido? Não necessa-
riamente, mas os especialistas também não dão
muitas esperanças a quem os adota.
Jesse Oldham é o diretor dos serviços comuni-
tários da American Society for the Prevention of
Cruelty to Animals (ASPCA). É também fundador
da Slope Street Cats, uma organização especia-
lizada no bem-estar dos gatos de rua. Apesar da
sua ampla experiência, ainda não teve muita sorte
a domesticar esses animais. «Eu, como tantas
outras pessoas que os recolhem pela primeira vez,
tentei socializar um gato de rua», conta. «Passou
mais de um ano debaixo da minha cama, antes
de eu poder, sequer, tocar-lhe. Com tantos gatos
e gatinhos domésticos adotáveis que se sentem
realmente felizes em casa, o objetivo não deve ser
domesticar um gato de rua.»
o gatinho certo para si
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26
RAÇAS DE GATINHOSPERCEBER OS TRAÇOS DE CARÁTER
E NECESSIDADES ESPECÍFICAS
N.º 3
D ecidir se quer um gatinho de raça pura ou cruzado é apenas o primeiro passo para escolher o seu novo companheiro felino. Se optar pela primeira hipótese, tem de deci-dir que raça lhe convém. Embora a Cat Fanciers Association só reconheça 40 raças
oficiais, ao todo, pode escolher entre cerca de 100 raças de gatos. Algumas são extremamente semelhantes, mas cada qual apresenta a sua própria mistura de caraterísticas ligadas à apa-rência física, ao temperamento e ao nível de atividade. Algumas raças são completamente únicas em todos os aspetos.
Não existe uma raça de gato ideal para toda a gente. Tal como as pessoas, os animais são todos diferentes. As primeiras entradas da sua lista de qualidades imprescindíveis podem ser as últimas na lista de outra pessoa qualquer. O seu objetivo é encontrar o gatinho que melhor corresponda à sua personalidade e ao seu estilo de vida. E a raça é um excelente ponto de par-tida para ir reduzindo o leque de escolhas.
a linguagem secreta dos gatinhos
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27
TIRAR AS MEDIDASEscolha a raça que escolher, o seu novo gatinho não ficará
minúsculo para sempre. Dependendo da raça que esco-
lher, contudo, o seu animal de estimação pode crescer
um pouco ou imenso, no espaço de alguns
meses. Muitas pessoas julgam que todos
os gatos ficam mais ou menos do mesmo
tamanho na idade adulta. Certamente que
não variam tanto em tamanho como os cães, por
exemplo, mas talvez se surpreenda com o quanto
algumas raças de gato podem ser grandes ou pequenas.
Algumas raças de grande porte rivalizam em tamanho com
cães pequenos. Outros gatos podem ser confundidos com
gatinhos já na idade adulta.
Pesando entre 1,8 e 3,2 kg, é o singapura que tende a
ganhar o título de raça mais pequena. Uma vez que cada
caso é um caso, um singapura pode ser maior ou mais
pequeno do que outras raças diminutas. O munchkin des-
taca-se não só pelo seu tamanho genericamente compacto
— pesa entre os 2,3 e os 4,2 kg —, mas também pelas suas
patas invulgarmente curtas. Devido a uma mutação gené-
tica, as patas desta raça de gatos têm metade do compri-
mento das patas de outras raças. No entanto, o facto de ter
as patas curtas não interfere, de modo algum, na capaci-
dade do gatinho para correr, saltar e brincar. O cornish rex,
o devon rex e o german rex também são das raças mais
pequenas que encontramos hoje em dia.
No outro extremo, encontramos várias outras raças
distintas. Tipicamente classificada como a raça felina
de maior porte, o savannah é frequentemente descrito
como sendo enorme. Esta raça pode pesar 11,3 kg.
Os savannahs mais pequenos, todavia, podem pesar uns
4,5 kg. Com patas longas, a maioria faz lembrar o serval
selvagem africano. Outros gatinhos que ficam adultos
grandes são, por exemplo, o maine coon, o bosques da
noruega e o ragdoll.
Se um gato pequeno for minúsculo e um gato grande for
enorme, um gato médio pode ser, como se costuma dizer,
«ouro sobre azul». E se procura um gatinho que, adulto,
fique de tamanho médio, tem muito por onde escolher.
Desde o american curl ao york chocolate — com 28 raças
pelo meio —, irá certamente encontrar uma raça do seu
agrado. Aliás, com tanta variedade, pode estar na altura
de começar a refletir sobre os outros elementos que distin-
guem umas raças das outras.
RAÇAS DE GATINHOS
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28 a linguagem secreta dos gatinhos
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29
A VERSÃO CURTA E A VERSÃO LONGAPara muitas das pessoas que procuram um novo gatinho,
um dos fatores mais importante é o comprimento do pelo.
Antes de decidir entre uma raça de pelo longo e uma de
pelo curto, saiba tudo o que há para saber. Muitas pes-
soas ficam surpreendidas quando descobrem que as raças
de pelo curto largam tanto pelo como as de pelo longo.
O bombaim pode largar tanto pelo no sofá como o angorá
turco. Até o esfinge, que praticamente não tem pelo,
larga algum com o tempo. O pelo novo vem substituir o
velho, forçando-o até que este caia, para dar início a um
novo ciclo.
Pode reduzir a quantidade de
pelo que o seu gato larga na roupa
e na mobília, escovando-o regu-
larmente. Se optar por uma raça
de pelo longo, contudo, essa será
certamente uma tarefa obrigatória.
As raças como o chantilly (também
conhecido como tiffany), por exemplo,
requerem escovagem diária.
As raças de pelo longo são, sem dúvida alguma,
lindas, mas não se adequam a toda a gente.
A escovagem regular remove o pelo morto, a sujidade e
outros resíduos que se agarram à pelagem do gatinho.
No caso das raças de pelo longo, a escovagem previne a
formação de nós. Se não lhe incomoda a ideia de ter de
escovar o seu gatinho todos os dias, pense se, mesmo
assim, terá tempo suficiente para dedicar aos cuidados
de higiene de um gato de pelo longo. Além de ficarem
com a pelagem baça, estas raças correm também o risco
de desenvolver bolas de pelo, se o dono descurar essa
tarefa essencial.
RAÇAS DE GATINHOS
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30
Facto felinoO selkirk rex pode ser de pelo curto ou
longo. Ambas as variedades têm o pelo
encaracolado, ainda que essa caraterís-
tica seja mais notória nos gatinhos de
pelo longo. Se deseja preservar os cara-
cóis do seu selkirk rex, não deve escová-
-lo com tanta frequência. Se o fizer, pode
esticar o pelo e deixá-lo com um aspeto
frisado.
PERCEBA OS SINAIS
Raças hipoalergénicas de gatinhosAs raças que se seguem são famosas pelas
suas propriedades hipoalergénicas, embora
algumas pessoas ainda possam sofrer rea-
ções alérgicas.
Azul Russo
Balinês
Bengal
Cornish Rex
Devon Rex
Esfinge
Javanês
LaPerm
Oriental de Pelo Curto
Siberiano
Caso alguém da sua família seja alérgico aos gatos, não jul-
gue que o problema é o pelo, pois, na realidade, a maioria
das alergias deve-se à caspa. Tal como o pelo, a pele do
gatinho está constantemente a crescer e a ser renovada.
A camada mais à superfície, que se chama epiderme, vai
escamando. À medida que a nova camada chega à super-
fície, a pele morta vai caindo. Desse modo, ter um gato de
pelo curto não é solução para quem é alérgico.
Felizmente, algumas raças de gatos são consideradas
hipoalergénicas, porque produzem uma quantidade sig-
nificativamente menor de caspa do que outras. O prefixo
hipo significa reduzido, pelo que persiste a hipótese de
uma pessoa alérgica não tolerar uma raça hipoalergénica.
A melhor forma de o saber é passar o máximo de tempo
possível com um gatinho específico, antes de tomar a deci-
são de o levar para casa.
a linguagem secreta dos gatinhos
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31RAÇAS DE GATINHOS
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32
RONRONSONALIDADEEmbora os atributos físicos dos gatinhos saltem à vista,
os seus traços de caráter são, em muitos aspetos, mais
importantes. A beleza física torna o gatinho agradável ao
olhar, mas é o temperamento que fará dele um bom animal
de estimação. O gato mais bonito pode muito bem ser o
mais barulhento e incomodativo. A maioria das crianças
gosta de gatinhos com pelo longo e macio, mas certa-
mente que poucas apreciarão arranhadelas de raças que
não toleram crianças. E uma pessoa que tem de começar
a trabalhar de manhã cedo, todos os dias, não gostará de
gatinhos que passem a noite inteira a semear o caos pela
casa — por mais fofos que eles sejam.
É evidente que muitos donos preferem gatinhos que se
expressam vocalmente a gatinhos silenciosos. Do mesmo
modo, as raças que não se relacionam bem com crianças
podem ser companheiros excelentes para adultos. E uma
pessoa ativa pode apreciar a companhia de um gatinho
igualmente enérgico. Tudo se resume efetivamente à per-
sonalidade — do ser humano e do felino.
Se quer um gatinho que goste de dormir à noite, pense no
azul russo. É uma raça que pode precisar de algum tempo
para se adaptar ao novo ambiente, mas que, uma vez
adaptado, acabará por se aninhar sempre ao seu lado, na
cama, quando for dormir. Embora muitos gatinhos sejam
curiosos, o ragdoll dificilmente faz disparates em casa, à
noite ou de dia. É uma raça que prefere seguir a pessoa
preferida para onde quer que ela vá, em vez de se lançar
sozinho em explorações.
Caso deseje um animal de estimação mais ativo, o somali
talvez seja a melhor opção. É uma raça de gatinhos ativos
e inteligentes, ideal para pessoas interessadas em fazer
coisas novas, como treino de agilidade. Sim, alguns gatos
podem ser treinados para saltar literalmente através de
aros. O somali gosta de ser o centro das atenções e dá-se
melhor se for o único gato da casa.
a linguagem secreta dos gatinhos
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33
Facto felinoO número exato de registos difere todos
os anos, mas em geral os persas e os sia-
meses mantêm-se no topo da lista das
raças mais populares.
RAÇAS DE GATINHOS
O burmês é extremamente amistoso. É do estilo de gatinho
que se aninha no colo do dono, apesar de, depois, se pôr
a «falar pelos cotovelos». Ao contrário do somali, o burmês
dá-se melhor com outros animais em casa, especialmente
se o dono passar muito tempo no emprego. Se não tiver
outro gato ou um cão para lhe fazer companhia, o mais
certo é fazer disparates quando fica sozinho.
Os gatinhos siameses são conhecidos por serem espe-
cialmente bons com crianças. A forte curiosidade leva-os
a insinuar-se em todos os tipos de atividade doméstica.
É uma raça frequentemente comparada aos cães. Muitos
gatinhos siameses gostam que os passeiem na rua com
trela.
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34 a linguagem secreta dos gatinhos
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35
Abissínio
Bobtail Americano
American Curl
Americano Comum
Americano de Pelo Curto
American Wirehair
Balinês
Bengal
Sagrado da Birmânia
Bombaim
Inglês de Pelo Curto
Burmês
Burmilla
Mosqueado da Califórnia
Chantilly/Tiffany
Chartreux
Colourpoint de Pelo Curto
Cornish Rex
Coupari
Cymric
Devon Rex
Mau Egípcio
Exótico de Pelo Curto
German Rex
Havana
Himalaio
Bobtail Japonês
Javanês
Nível elevado de energia
Cachemira
Korat
Maine Coon
Manx
Munchkin
Nebelung
Bosques da Noruega
Ocicat
Oriental de Pelo Curto
Cara de Pequinês
Persa
Ragdoll/Ragamuffin
Azul Russo
Savannah
Scottish Fold
Selkirk Rex
Siamês
Siberiano
Singapura
Snowshoe
Sokoke
Somali
Esfinge
Tonquinês
Angorá Turco
Van Turco
York Chocolate
RAÇAS DE GATINHOS
ESTA RAÇA É CONHECIDA POR…
Natureza «faladora» Boa relação com crianças
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36
ESCOLHER O SEU GATINHO
GUIA PARA COMPRAR OU ADOTAR
N.º 4
S abendo de antemão que qualidades quer que o seu gatinho tenha, será muito mais fácil encontrar o seu novo animal de estimação. Poder reduzir a procura a gatinhos extrovertidos de pelo curto, por exemplo, poupa-lhe muito tempo. Vários abrigos
permitem que os candidatos a adotantes procurem os perfis que desejam na Internet, com base nesse tipo de informação. Os criadores oferecem a vantagem de terem passado muito tempo com progenitores e crias e, por isso, serem capazes de identificar os gatinhos que melhor correspondem ao que procura.
Mas como pode escolher entre vários gatinhos diferentes que parecem todos perfeitos para si? Ajuda se dedicar um pouco mais de tempo e esforço no processo de seleção. Em primeiro lugar, se ainda não conheceu o gatinho ao vivo, arranje tempo para o fazer. Ver fotografias ou vídeos na Internet pode ser útil para encontrar gatinhos disponíveis, mas nada substitui um encontro em carne e osso. Mantenha-se bem atento durante a visita, porque há pormenores determinantes que o ajudam a perceber qual é o melhor gatinho para si.
a linguagem secreta dos gatinhos
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37
OLÁ, OLHINHOS BRILHANTESVenha o gatinho de um criador ou de um abrigo, as qua-
lidades básicas que indicam se é ou não saudável são as
mesmas. A mais notória é ter os olhos limpos e brilhan-
tes, as orelhas limpas e uma pelagem macia e sem nós.
Os olhos vermelhos são sinal de conjuntivite. Se forem
baços, podem indicar um problema da córnea ou um
distúrbio ocular interno. Da mesma forma, o corrimento
ocular ou nasal pode acusar uma infeção respiratória.
O nariz do gatinho deve estar fresco e húmido, mas não
a pingar.
Os ouvidos do gatinho devem estar limpos, sem exalar
maus odores. Um mau odor ou cera escura assinalam a
presença de parasitas e pulgas — o que não significa que
o gatinho esteja mal de saúde, mas sugere que não recebe
os melhores cuidados. A maioria dos abrigos faz questão
de tratar desses aspetos, antes de disponibilizar os gati-
nhos para adoção. Qualquer animal pode apanhar pulgas,
mas um bom criador tomará medidas para proteger os
gatinhos desses parasitas externos insidiosos.
Falta de pelo pode ser sinal de sarna ou tinha. Não há mal
nenhum em adotar um gatinho que tenha esses ou outros
problemas de saúde, mas deve estar previamente infor-
mado de todas as maleitas. A maioria das doenças pode
ser tratada ou controlada com ajuda veterinária. Uma vez
que alguns tratamentos e medicações são dispendiosos,
deve prevê-los desde logo no seu orçamento.
Muitos gatinhos de pelagem branca e olhos azuis são sur-
dos. Esse problema congénito não impede que o gatinho
seja um animal de estimação maravilhoso, mas mudará
a forma como poderá interagir com ele. Mais uma vez,
deve informar-se de todos os factos antes de tomar uma
decisão.
Se um gatinho tiver a barriga protuberante, pode ser por
dois motivos. Por um lado, pode não estar a ser bem ali-
mentado. O estômago responde à fome, inchando. Feliz-
mente, este é um problema com uma solução fácil — basta
passar a dar-lhe uma alimentação nutritiva, com intervalos
regulares. Não deixa, contudo, de ser importante levar o
gatinho ao veterinário, para despistar outros problemas.
Por outro lado, se a causa não for subnutrição, poderá ser
a presença de parasitas. Em geral, esse problema é fácil
de resolver, mas convém procurar imediatamente ajuda
veterinária.
ESCOLHER O SEU GATINHO
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38 a linguagem secreta dos gatinhos
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39
MUITO GOSTO EM CONHECER-TEOs gatinhos não tardam muito a desenvolver relações pró-
ximas com as pessoas de quem gostam. Se um criador
tiver vários gatinhos à disposição, o ideal para si poderá
muito bem ser o primeiro que vier ter consigo — especial-
mente se procura um animal de estimação muito sociável.
Nesse caso, espere um pouco para ver qual dos gatinhos
dá esse primeiro passo tão importante. Preste atenção aos
olhos dele — os animais amistosos e curiosos olharão para
si com os olhos bem abertos.
Se pretende ter um gatinho brincalhão, leve consigo uma
bola de pingue-pongue para o primeiro encontro. Um gati-
nho brincalhão não resistirá à tentação de andar atrás da
bola. Também encontra bolas desse género nas lojas de
animais, algumas até com guizos no interior para atraírem
os gatos curiosos e enérgicos. Se o gatinho que lhe agrada
não se mostrar interessado na bola quando a faz rolar no
chão, a falta de reação pode indicar um temperamento
mais passivo.
Outra forma excelente de perceber como é a personali-
dade de um gatinho é observá-lo a interagir com os irmãos.
O mais certo é agir do mesmo modo com os familiares
humanos do novo lar. Os gatinhos que ficam um pouco
afastados a observar os irmãos a brincar, em vez de se
meterem na confusão, tendem a ser mais tímidos. Não há
um tipo de gatinho melhor do que outro, mas há tipos que
se adequam melhor ou pior a si.
Se tiver filhos pequenos, a melhor opção será, sem dúvida,
ter um gatinho brincalhão. Qualquer gatinho que partilhe
o lar com crianças tem de tolerar que peguem nele com
frequência. As crianças devem ser sempre cuidadosas
com qualquer animal, mas os gatinhos também devem rea-
gir bem quando pegam neles. Espernear é perfeitamente
natural; morder, assanhar-se ou arranhar, não — isso é sinal
de mau temperamento. Nenhuma dessas reações adversas
significa que o gatinho não possa vir a tornar-se um gato
bem comportado, mas demonstra que o animal se adapta-
ria melhor a um ambiente mais tranquilo.
ESCOLHER O SEU GATINHO
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4040 a linguagem secreta dos gatinhos
OS PRIMEIROS AMIGOS
Os gatinhos aprendem muitas das suas capaci-
dades sociais a brincar com os companheiros da
ninhada. Desde compreenderem que não podem
magoar os outros, quando mordem ou arranham,
a aperceberem-se de que os outros respondem na
mesma moeda e que o tempo que passam com os
irmãos ajuda-os a tornarem-se melhores compa-
nheiros para os seus donos. É igualmente com os
irmãos que o gatinho aprende a criar laços com os
outros seres vivos. Por essa razão importante, deve
deixar o seu novo animal de estimação ficar com a
família biológica até atingir as 12 semanas de idade.
É entre as 10 e as 12 semanas que ocorre uma boa
parte dessas brincadeiras instrutivas. Os gatinhos
simplesmente não aprendem essas lições tão bem
como os membros humanos da família.
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41ESCOLHER O SEU GATINHO
Facto felinoA maioria dos gatinhos brinca ativamente
com os irmãos até às 12 semanas de
idade. Às 14, no entanto, objetos como
os brinquedos já começam a captar-lhes
mais a atenção.
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42 a linguagem secreta dos gatinhos
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Não tenha medo de fazer perguntas. Se tem receio
de se esquecer de qualquer coisa, anote tudo o que
quer saber, antes da visita. Acima de tudo, ouça aten-
tamente as respostas do criador ou dos funcionários
do abrigo.
Se vai lidar com um criador, pergunte que vacinas o
gatinho já levou. Com o contrato de venda, devem
fornecer-lhe o boletim de vacinas, o registo da
ninhada no CPF (Clube Português de Felinicultura)
e o LOP (Livro de Origens Português) do gatinho.
Os últimos dois documentos só são aplicáveis se
o gatinho for de raça pura. Talvez queira também
confirmar a idade dele, para ter a certeza de que
já tem idade suficiente para deixar a mãe. O cria-
dor poderá deixá-lo conhecer um gatinho ainda por
desmamar, mas é pouco provável que o deixe levá-
-lo antes das 12 semanas de idade. Nenhum gati-
nho deve ser afastado da mãe sem ter, pelo menos,
8 semanas.
Peça ao criador que lhe
faculte uma declaração
veterinária, atestando
a boa saúde do gati-
nho. Deve ter tudo isso
por escrito. Os bons cria-
dores certificam-se de que os
seus gatinhos não têm o Vírus da Leucose Felina
(FeLV) nem o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV).
Os melhores sugerem-lhe que leve o seu novo gati-
nho a uma consulta de check-up nos primeiros dias,
depois de o levar para casa, de modo a confirmar o
seu bom estado de saúde. Se o gatinho sofrer de um
problema de saúde grave, o criador deve estar dis-
posto a aceitá-lo de volta e a reembolsá-lo ou a dar-
-lhe outro, assim que tenha algum disponível.
Os criadores responsáveis também terão pergun-
tas a fazer-lhe. Têm o dever de se certificar que os
seus gatinhos vão para donos dispostos a cuidar
deles e com capacidade para isso. Só a vontade
de os ter não basta. Também tem de ter tempo
e recursos financeiros para lhe prover todas as
necessidades.
O criador poderá pedir-lhe que assine um acordo,
comprometendo-se a esterilizar ou castrar o gatinho
quando ele atingir uma determinada idade. Assim,
impede que o seu gato contribua para o aumento da
população animal abandonada e reduz-lhe as hipóte-
ses de vir a desenvolver certos tipos de cancro — e
elimina o risco de sofrer de outros.
Quem se dirige a um abrigo para entregar o seu ani-
mal de estimação nem sempre tem de dar satisfa-
ções, mas há quem o faça de livre vontade. Apesar
disso, muitos donos temem que os abrigos não lhes
acolham os animais se souberem que eles sofrem
de algum problema de saúde ou comportamental.
Por essa razão, há vários abrigos que fazem exames
veterinários e testes de temperamento aos animais,
antes de os colocarem num novo lar. Além disso,
esterilizam ou castram aqueles que já tenham idade
suficiente.
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43
PERCEBA OS SINAIS
Perguntas a fazer a um criador
A partir de que idade deixa os gatinhos
ir com os novos donos?
Faculta uma garantia de saúde? Nesse
caso, o que cobre?
Exige um acordo de esterilização/cas-
tração?
Que outros documentos irei receber
com o meu gatinho?
Que marca e tipo de ração consome
atualmente o meu gatinho?
Recomenda algum veterinário?
Oferece apoio aos novos donos? Pode-
rei contactá-lo se tiver dúvidas acerca dos
cuidados a ter com o meu gatinho?
ESCOLHER O SEU GATINHO
Tal como os criadores, os
abrigos querem saber um
pouco sobre si, antes de lhe
permitirem adotar um gatinho. Na maioria dos
casos, o processo de candidatura é bastante sim-
ples. Os funcionários perguntam-lhe se tem alguma
experiência com gatos, se tem outros animais e o
número e idades dos membros da família. Poderão
também pedir que lhes apresente uma declaração
escrita do seu senhorio, permitindo-lhe ter animais
de estimação na casa que arrenda, se for o seu
caso. A última coisa que querem é que os gatinhos
sejam devolvidos. A prioridade deles é encontrar um
lar permanente e acolhedor para cada animal.
Adotar um animal num abrigo não envolve os mes-
mos custos que comprar um de raça pura a um cria-
dor, mas é provável que não seja gratuito. Os abri-
gos dependem muito de donativos e a maioria cobra
uma quantia simbólica pela adoção. Esse dinheiro
reverte para a alimentação e cuidado dos animais
que têm a cargo. Se tiver meios para isso, pondere a
possibilidade de incrementar um pouco esse dona-
tivo. Estará a ajudar o abrigo a amparar outros ani-
mais que não têm tanta sorte quanto o gatinho que
decidiu levar para casa.
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44
PREPARAR A CASA PARA O GATINHO
PREVENÇÃO E SEGURANÇA
N.º 5
A ntes de levar o seu novo gatinho para casa, deve cumprir o requisito essencial de a tornar segura para ele. Analise todas as divisões da casa a que ele possa vir a ter acesso e, se necessário, adapte-as, de modo a torná-las seguras para gatos jovens.
Os gatinhos ainda são mais curiosos do que os gatos adultos. Fazem os disparates mais sur-preendentes num abrir e fechar de olhos. Desses disparates, uns são insignificantes, mas outros podem custar-lhes a vida. É melhor não correr riscos e tornar a casa segura para eles.
a linguagem secreta dos gatinhos
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45
PARA COMEÇARSe já levou o seu gatinho para casa, não desespere. Pode
começar por tornar uma divisão segura e deixá-lo aí até
acabar de preparar o resto da casa. Na verdade, faz bem
em restringir o gato a uma só divisão nas primeiras 24 a 48
horas, porque lhe permite aclimatar-se lentamente ao novo
ambiente. Com acesso a uma casa inteira, alguns gatinhos
podem sentir-se assoberbados ou, até, assustados com
tantas coisas e sons novos.
Se tiver tempo, comece pelo quarto em que o seu gati-
nho irá passar mais tempo. Se não souber muito bem
qual será, pense onde irá colocar coisas importantes,
como os pratos da comida e a caixa de areia, porque
essa será a divisão que o seu amigo de quatro patas
mais frequentará. O seu gatinho deve ter acesso perma-
nente a uma fonte de água fresca e a um local para fazer
as necessidades.
Para tornar a casa devidamente segura para o gatinho,
deve tentar pôr-se no lugar dele. Tudo que seja brilhante,
faça ruído ou forneça qualquer outro tipo de entreteni-
mento para a espécie felina é presa fácil para um gatinho
em busca de novos brinquedos. Por mais disparatado que
lhe possa parecer, talvez seja aconselhável deitar-se no
chão para ver as coisas sob a perspetiva do gatinho. Se
o fizer, poderá descobrir objetos potencialmente perigosos
que de outra forma não teria detetado.
Facto felinoVários especialistas em animais de esti-
mação consideram as coleiras perigosas
para gatos e gatinhos, mas um estudo
conduzido pela Universities Federation for
Animal Welfare, em 2013, não encontrou
dados suficientes para sustentar essa
teoria. Segundo o estudo em causa, «de
acordo com as entrevistas que fizemos
a 107 veterinários, a taxa média de feri-
mentos provocados pelo uso de coleira é
de um por cada 2,3 anos de prática vete-
rinária». Não obstante, muitos donos pre-
ferem não correr esse risco. Os que optam
pelo uso da coleira reduzem o risco de
ferimento se comprarem uma com fecho
de segurança. Esses fechos são concebi-
dos para se abrirem rapidamente, caso a
coleira fique presa a alguma coisa.
PREPARAR A CASA PARA O GATINHO
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TUDO NO DEVIDO LUGARO trabalho de tornar a casa segura para o gatinho será
muito menor se simplesmente mantiver tudo arrumado.
Manter no lugar todos os objetos, como a roupa e o
calçado, as peças de joalharia, os brinquedos e os
jogos infantis, é meio caminho andado para garantir a
segurança do seu gatinho. É importante não deixar ao
alcance do gatinho objetos pequenos que ele possa
engolir ou, até, objetos maiores que possam ser pro-
blemáticos.
Alguns gatinhos, sobretudo os que tenham sido des-
mamados demasiado depressa ou subitamente, podem
desenvolver o perigoso hábito de chupar a roupa.
O material em si varia — desde camisolas a peúgas e
atacadores. Os gatinhos sugam essas coisas, ingerindo
frequentemente pedaços. Uma vez no sistema diges-
tivo, a substância estranha pode provocar obstrução
intestinal e matar.
ESTAMOS ENCERRADOS!Quando arrumar as suas coisas, feche bem todas as portas
e gavetas dos armários. Basta deixar a porta de um armário
de cozinha aberta para que um gatinho curioso se esgueire
logo lá para dentro. Deve ter especial cuidado com os
armários onde guarda produtos de limpeza ou medicamen-
tos. Nunca presuma que, por ter uma tampa de segurança,
um frasco se torna impenetrável para um gatinho. E tenha
sempre cuidado com os medicamentos e as vitaminas.
Um só comprimido que deixe cair pode ser fatal para o seu
animalzinho.
Os donos de gatinhos não têm de se preocupar unica-
mente com os armários. Os gatos adoram trepar e enfiar-
-se nos sítios mais inusitados. Mantenha sempre as portas
das máquinas de lavar e secar a roupa fechadas e não se
esqueça de olhar lá para dentro, antes de as ligar. Certifi-
que-se igualmente de que fecha a tampa da sanita, para
evitar que o gatinho caia aí dentro, pois ele pode afogar-se
com muito pouca água. Tenha atenção a tudo o que for
lavatório, banheira e fonte decorativa.
a linguagem secreta dos gatinhos
Por outro lado, ao arrumar tudo
no seu devido lugar, protege os
bens da sua família, evitando que
o gatinho os danifique. Tal como
as crianças pequenas, os gatinhos passam pela fase
da dentição. É por volta das 11 semanas que o gatinho
começa a perder os seus 26 dentes de leite. A dentição
permanente vai nascendo ao longo do ano seguinte.
Enquanto o processo da dentição durar, o gatinho sen-
tirá a boca dorida. Alguns tentam aliviar o incómodo
mastigando ou roendo coisas. Ajudará se lhe der brin-
quedos para morder — mantendo os objetos interditos
longe da vista.
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Se não quer deixar o gatinho sair de casa, mantenha
as portas e as janelas para o exterior fechadas. Apesar
disso, nunca descure a vigilância. Os gatinhos são cria-
turas astutas e perfeitamente capazes de aprender a uti-
lizar maçanetas e trancas. Assim, fechar simplesmente
a porta de rede poderá não ser o suficiente para manter
o seu amigo em segurança. Sim, a tranca estará certa-
mente bem acima da cabeça dele, mas será que ele não a
poderá alcançar se subir para cima de um móvel ou objeto
que esteja próximo?
Janelas abertas são contraindicadas para gatinhos curio-
sos. Talvez seja suficiente instalar uma rede para que ele
não saia na sua presença, mas o melhor é mesmo fechar
as portas e janelas na sua ausência. Se o gatinho arranhar
a rede, substitua-a imediatamente, ou ele poderá conseguir
fugir por aí.
PREPARAR A CASA PARA O GATINHO
PERCEBA OS SINAIS
Acesso interdito!Em alguns casos, manter a porta fechada
pode não ser suficiente para impedir um
gatinho curioso de sair. Se lhe parecer que
o seu amigo de quatro patas é um desses
jovens felinos capazes de abrir as portas
dos armários, pondere a utilização de medi-
das de segurança para crianças. Encontra
kits com fechos de segurança, protetores
de tomada e de cantos na secção infantil
da maioria dos hipermercados. Esses dis-
positivos são tão eficazes na segurança
das crianças como na dos gatinhos. É pro-
vável que não tenha de os utilizar indefini-
damente. Com o tempo, o gato descobrirá
outras formas mais aceitáveis de se entre-
ter. Entretanto, porém, estas medidas sim-
ples vão mantendo-o em segurança.
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48 a linguagem secreta dos gatinhos
PONTAS SOLTASDada a sua natureza brincalhona, os gatinhos veem poten-
ciais brinquedos em quase tudo quanto é objeto. Não será
perigoso deixá-lo brincar com um pedaço de papel amar-
rotado, mas alguns objetos devem estar sempre fora do
alcance. Os cordões dos estores e das cortinas são fas-
cinantes para muitos gatos jovens. Mas essa brincadeira
pode sair-lhes cara — podem estrangular-se com eles.
A melhor forma de proteger o gatinho dos cordões dos
estores e cortinas é optar por sistemas sem cordões. Há
modelos de estores que se colocam entre dois vidros e que
funcionam por meio de alavancas. Se não puder substi-
tuir o sistema com cordões, ate-os em nós e ponha-os o
mais alto possível. Também convém afastar os móveis das
janelas, mas não basta. Se o gatinho chegar ao parapeito,
chega aos cordões — a não ser que os deixe atados e fora
do alcance.
Alguns gatinhos gostam de roer os fios elétricos e isso é
preocupante, porque podem ser eletrocutados. Para impe-
dir que ele roa os fios elétricos, cubra-os com um produto
que saiba mal, como molho picante. Também encontra
sprays com produtos específicos para esse fim em lojas
de animais. Enquanto não tiver a certeza de que tem tudo
controlado, desligue da tomada os eletrodomésticos que
não estiver a utilizar.
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CUIDADO COM AS BEGÓNIAS — E MUITAS OUTRAS PLANTAS
Ofereça um pouco de espinafre ao gatinho e o
mais certo é que lhe torça o nariz mais depressa
do que demora a dizer «dose diária recomen-
dada». Mas compre uma planta de interior ou
um ramo de flores e verá como o seu amigui-
nho carnívoro decide tornar-se vegano. Embora
os gatos se alimentem sobretudo de carne, a
verdade é que muitos gatinhos simplesmente
sentem uma atração irresistível pelas plan-
tas. O seu pode preferir petiscar plantas tipo
erva, ou banquetear-se com qualquer tipo de
folhagem.
Antes de levar qualquer planta para casa, cer-
tifique-se de que é segura para o gatinho. Mais
de 700 tipos diferentes de plantas já foram iden-
tificadas como tóxicas para os animais. Mesmo
que o gatinho não se mostre interessado nas
plantas, é melhor manter as espécies venenosas
o mais longe possível. Nunca se sabe se ele não
decide, de um momento para o outro, dar uma
dentada numa.
Alguns tipos de plantas causam apenas irrita-
ções, como náusea ligeira ou reações dérmicas.
Outros, se ingeridos, podem provocar sintomas
mais intensos, como vómitos ou diarreia. Algu-
mas plantas, todavia, são mortíferas. A idade
precoce e o tamanho reduzido do gato tornam-
-no mais suscetível a substâncias tóxicas do
que os gatos adultos.
Faça um inventário exaustivo das plantas
que tem em casa, antes de trazer o gatinho.
Faça uma lista das que tem e procure saber
se são seguras para os gatos. Encontra uma
lista completa de espécies tóxicas para gatos
no site da ASPCA. Não se esqueça de verificar
também as plantas exteriores do seu jardim, se
o seu gato lhes conseguir aceder. Caso cons-
trua um recinto fechado para o gatinho estar
no exterior, verifique as plantas que aí possam
estar.
Se o seu gatinho gosta de plantas e quiser agra-
dá-lo, pode comprar erva-dos-gatos. Existem
vários tipos de ervas comestíveis para gatos
que gostam de folhagem, como salsa e erva de
trigo. Proporcionar ervas comestíveis ao seu
gatinho pode ser uma forma de evitar que roa
as plantas domésticas. Apesar de ser perfeita-
mente seguro ter uma palmeira de jardim em
casa com o gatinho, é provável que não queira
que ele faça dela uma refeição.
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