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Individuação Individuação, princípio de individualização, ou "principium individuationis"(em latim , de individual, que por sua vez proveniente de "individuus": indivisível), 1 descreve a maneira pela qual uma coisa é identificado como distinguida de outras coisas. 2 . O conceito aparece em numerosos campos e é encontrado em obras Carl Jung , Gilbert Simondon , Bernard Stiegler , Friedrich Nietzsche , Arthur Schopenhauer , David Bohm , Henri Bergson , Gilles Deleuze e Manuel De Landa . Uso A palavra "individuação" é utilizado de forma diferente na filosofia em relação a psicologia junguiana . Na filosofia É expressada a ideia geral de o objeto referenciado sendo identificado como algo individual, logo "não sendo outra coisa." Isso inclui como uma pessoa una é realizada para ser diferente dos outros elementos do mundo e como ela se distingue de outras pessoas. Na psicologia junguiana Na psicologia junguiana , também chamado de psicologia analítica , se expressa o processo em que o “eu” individual se desenvolve a partir de um inconsciente indiferenciado. É um desenvolvimento do processo psíquico durante o qual elementos inatos da personalidade, os componentes da imatura psique, e as experiências da vida da pessoa se integram ao longo do tempo em um todo, onde funcione bem. Sintese A individuação, conforme descrita por Jung, é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência. Através desse processo, o indivíduo identifica-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do Si-mesmo , a totalidade (entenda-se totalidade como o conjunto das instâncias psíquicas sugeridas por Carl Jung, tais como persona , sombra , self , etc.) de sua personalidade individual. Jung entende que o atingimento da consciência dessa totalidade é a meta de desenvolvimento da psique, e que eventuais

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INDIVIDUAÇÃO

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Individuação

Individuação, princípio de individualização, ou "principium individuationis"(em latim, de individual, que por sua vez proveniente de "individuus": indivisível),1 descreve a maneira pela qual uma coisa é identificado como distinguida de outras coisas.2 . O conceito aparece em numerosos campos e é encontrado em obras Carl Jung, Gilbert Simondon, Bernard Stiegler, Friedrich Nietzsche, Arthur Schopenhauer, David Bohm, Henri Bergson, Gilles Deleuze e Manuel De Landa.

Uso

A palavra "individuação" é utilizado de forma diferente na filosofia em relação a psicologia junguiana.

Na filosofia

É expressada a ideia geral de o objeto referenciado sendo identificado como algo individual, logo "não sendo outra coisa." Isso inclui como uma pessoa una é realizada para ser diferente dos outros elementos do mundo e como ela se distingue de outras pessoas.

Na psicologia junguiana

Na psicologia junguiana , também chamado de psicologia analítica , se expressa o processo em que o “eu” individual se desenvolve a partir de um inconsciente indiferenciado. É um desenvolvimento do processo psíquico durante o qual elementos inatos da personalidade, os componentes da imatura psique, e as experiências da vida da pessoa se integram ao longo do tempo em um todo, onde funcione bem.

Sintese

A individuação, conforme descrita por Jung, é um processo através do qual o ser humano

evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que

implica uma ampliação da consciência. Através desse processo, o indivíduo identifica-se

menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as

orientações emanadas do Si-mesmo, a totalidade (entenda-se totalidade como o conjunto das

instâncias psíquicas sugeridas por Carl Jung, tais como persona, sombra, self, etc.) de sua

personalidade individual. Jung entende que o atingimento da consciência dessa totalidade é a

meta de desenvolvimento da psique, e que eventuais resistências em permitir o desenrolar

natural do processo de individuação é uma das causas do sofrimento e da doença psíquica,

uma vez que o inconsciente tenta compensar a unilateralidade do indivíduo através do

princípio da enantiodromia.

Jung ressaltou que o processo de individuação não entra em conflito com a norma coletiva do

meio no qual o indivíduo se encontra, uma vez que esse processo, no seu entendimento, tem

como condição para ocorrer que o ser humano tenha conseguido adaptar-se e inserir-se com

sucesso dentro de seu ambiente, tornando-se um membro ativo de sua comunidade. O

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psicólogo suíço afirmou que poucos indivíduos alcançavam a meta da individuação de forma

mais ampla.

Um dos passos necessários para a individuação seria a assimilação das quatro funções

(sensação, pensamento, intuição e sentimento), conceitos definidos por Jung em sua teoria

dos tipos psicológicos. Em seus estudos sobre a alquimia, Jung identificou a meta da

individuação como sendo equivalente à "Opus Magna", ou "Grande Obra" dos alquimistas. A

individuação também pode ser compreendida em termos globais como o processo que cria o

mundo e o leva a seu destino (Rocha Filho, 2007), não sendo, por isso, uma exclusividade

humana. A individuação, neste contexto, se identifica com o mecanismo de auto-realização, ou

primeiro-motor do universo.

De acordo com Samuel Mateus, e numa formulação próxima dos Estudos em Comunicação,

"Tomar o indivíduo segundo as formas de individuação significa, assim, a capacidade de incluir

a singularidade na pluralidade (e vice-versa), bem como de assimilar uma diversidade de

manifestações heterogéneas - por vezes incoerentes entre si - num todo aglutinante que molda

a auto-consciência individual. Significa também incorporar modos de interpretação do indivíduo

fundados nas relações tensionais, interdependentes e imprevísiveis operadas entre um

indivíduo que oscila entre a singularidade e a pluralidade, entre um pólo individual e um pólo

social"3 .

Esta última perpectiva trabalha o conceito de individuação a partir da Sociologia tendo uma

clara filiação nos trabalhos de Georg Simmel e Norbert Elias.

Enantiodromia

"O grande plano sobre o qual a vida inconsciente da psique é construído é tão inacessível à

nossa compreensão que nunca podemos saber o que o mal pode não ser necessário, a fim de

produzir bem por enantiodromia, e que bem pode muito possivelmente levar ao mal." 1

Enantiodromia (do grego ἐνάντιος, enantios, oposto + δρόμος, dromos, pista de corrida) é um

termo criado pelo filósofo Heráclito para o conceito de que uma grande força em uma direção

gera uma força no sentido oposto. Foi reformulado pelo psicanalista Carl Jung para ser

aplicado ao inconsciente quando em conflito com os desejos da mente consciente. 2 Platão,

também defende o mesmo princípio em sua obra Phaedo ao escrever que: "Tudo surge desse

modo, opostos criando opostos".3

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Conceito original

Heráclito exemplifica com um arco e flecha, em que ao puxar a corda do arco em uma direção lançamos a flecha na direção oposta e com um objeto que quanto mais forte é atirado para cima, mais forte é o impacto que causa ao retornar. Assim, o retorno do oposto da força seria uma lei natural do mundo.4

Conceito Jungiano

Um exemplo de enantiodromia é a identificação dos gêneros como feminino e masculino. Só é possível entender o conceito de feminilidade caso haja o masculino como seu oposto. Dessa forma, segundo Jung, conforme um indivíduo se identifica conscientemente com o masculino, um conceito de feminino se forma em seu inconsciente, por compensação.

Exemplos

Outros opostos relacionados na psicologia de Jung são5 :

Anima /Animus;

Ego /Sombra;

Eros /Tânato;

Extroversão /Introversão;

Instinto /Arquétipo;

Amor /Desejo pelo poder,

Matéria /Psique;

Sociedade /Personalidade;

Espírito /Alma;

Progressividade inconsciente/Regressividade consciente.

Carl Jung usou casos de reviravoltas na vida de pessoas famosas da história ocidental como

exemplo de enantiodromia: São Paulo, inicialmente um perseguidor de cristãos, teve um surto

e tornou-se um dos porta-vozes mais importantes para a nova religião; Friedrich Nietzsche,

que inicialmente amava a música de Wagner, passou a odiar sua música; e Swedenborg, que

era um estudioso erudito e se tornou um vidente e religioso. 5

Para Jung: "A única pessoa que escapa da lei implacável de enantiodromia é o homem que

sabe separar-se do inconsciente, não reprimindo-o, pois assim ele simplesmente o ataca por

trás, mas colocando-se claramente diante dele como aquilo que ele é."5 .

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