70
INDÚSTRIA DO CIMENTO ADRYANNE DOS SANTOS DO MACIEL ERALDO JUNIOR FERNANDA R. TORRES DA COSTA TAIZE SOARES SANTOS

Indústria Do Cimento Power - Cópia

Embed Size (px)

Citation preview

  • INDSTRIA DO CIMENTOADRYANNE DOS SANTOS DO MACIEL

    ERALDO JUNIOR

    FERNANDA R. TORRES DA COSTA

    TAIZE SOARES SANTOS

  • HISTRICO

    No Egito Antigo era utilizada um material feito

    de gesso calcinado como aglomerante. Entre os gregos e

    romanos, eram usados solos vulcnicos das proximidades

    de Pozzuoli ou da ilha de Santorini, que endureciam

    depois de misturadas com gua.

  • HISTRICO

    Em 1786 o ingls John Smeaton criou uma mistura

    resistente atravs da calcinao de calcrios argilosos e

    moles. Esse o marco da criao do cimento artificial.

  • HISTRICO

    J em 1818, o francs Vicat obteve resultados

    semelhantes aos de Smeaton, pela mistura de componentes

    argilosos e calcrios. Tempos depois, em 1824, o construtor

    ingls Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras

    calcrias e argila, transformando-as num p fino.

  • HISTRICO

    Foi quando percebeu que obtinha uma mistura que,

    aps secar, tornava-se to dura quanto as pedras

    empregadas nas construes. A mistura no se dissolvia

    em gua.

  • HISTRICO

    Foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o

    nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por

    apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez

    semelhantes s rochas da ilha britnica de Portland.

  • DEFINIO

    O cimento (derivada do latim caementu) um

    material cermico que, em contato com a gua, produz

    reao exotrmica de cristalizao de produtos

    hidratados, ganhando assim resistncia mecnica.

  • o principal material de construo usado

    como aglomerante. uma das

    principais commodities mundiais, servindo at

    mesmo como indicador econmico.

  • Aglomerante porque tem a propriedade de unir outros

    materiais.

    Hidrulico porque reage (hidrata) ao se misturar com

    gua e depois de endurecido ganha caractersticas de rocha

    artificial, mantendo suas propriedades, principalmente se

    permanecer imerso em gua por aproximadamente sete dias.

  • A combinao do cimento com materiais de

    diferentes naturezas como areia, pedra, cal, aditivo e

    outros, origina a formao das pastas, argamassas e

    concretos.

  • FIGURA 1: JAZIDA FIGURA 2: BRITADOR

  • COMPOSIO DO CIMENTO

    O Cimento composto de clnquer e de adies que

    distinguem os diversos tipos existentes, conferindo

    diferentes propriedades mecnicas e qumicas a cada um.

    As adies tambm so ou no utilizadas em funo de

    suas distribuies geogrficas.

  • Cimento Tipo Clnquer+ Gesso(%)

    Escria

    siderrgica (%)

    Material

    pozolnico (%)

    Calcrio (%)

    CP I Comum 100 - - -

    CP I - S Comum 95-99 1-5 1-5 1-5

    CP II - E Composto 56-94 6-34 - 0-10

    CP II - Z Composto 76-94 - 6-14 0-10

    CP II - F Composto 90-94 - - 6-10

    CP III Alto-forno 25-65 35-70 - 0-5

    CP IV Pozolnico 45-85 - 15-50 0-5

    CP V - ARI Alta

    resistncia

    inicial

    95-100 - - 0-5

  • MATRIAS-PRIMAS:

    A. CLNQUER

    B. GESSO

    C. ESCRIA SIDERRGICA

    D. ARGILA POZOLNICA

    E. CALCRIO

  • A) CLNQUER

    O clnquer o principal item na composio de cimentos

    portland, sendo a fonte de silicato triclcico

    (CaO)3SiO2 e silicato diclcico (CaO)2SiO2. Estes compostos

    trazem acentuada caracterstica de ligante hidrulico e esto

    diretamente relacionados com a resistncia mecnica do

    material aps a hidratao.

  • A produo do clnquer o ncleo do processo de

    fabricao de cimento, sendo a etapa mais complexa e

    crtica em termos de qualidade e custo.

  • As matria-primas so abundantemente encontradas

    em jazidas de diversas partes do planeta, sendo de 80%

    a 95% de calcrio, 5% a 20% de argila e pequenas

    quantidades de minrio de ferro.

  • A slica, alumina, ferro e cal reagem no interior do

    forno, dando origem ao clnquer, cujos compostos

    principais so os seguintes:

    1. 3 CaO.SiO2 Silicato triclcico = (C3S) 18 a 66% no cimento

    2. 2 CaO.SiO2 Silicato diclcico = (C2S) 11 a 53% no cimento

    3. 3 CaO.Al2O3 Aluminato triclcico = (C3A) 05 a 20% no cimento

    4. 4 CaO.Fe2O3.Al2O3 Ferro aluminato tetraclcico =(C4AF) 04 a 14% no cimento

  • B) GESSO

    A gipsita, comumente chamado de gesso (CaSO4 2

    H2O) adicionado em quantidades geralmente inferiores

    a 3% da massa de clnquer, tem funo de estender

    o tempo de pega do cimento (tempo para incio do

    endurecimento).

  • Sem esta adio, o tempo de pega do cimento seria

    de poucos minutos, inviabilizando o uso. Devido a isso, o

    gesso uma adio obrigatria, presente desde os

    primeiros tipos de cimento Portland.

    Permite com que o cimento permanea trabalhvel

    por pelo menos uma hora e trinta minutos, conforme ABNT.

  • C) ESCRIA SIDERRGICA

    A escria, de aparncia semelhante a areia grossa,

    um sub-produto de alto-fornos, reatores que produzem

    o ferro gusa a partir de uma carga composta por minrio

    de ferro, fonte de Fe, e carvo vegetal ou coque, fonte

    de carbono.

  • Entre diversas impurezas como outros metais, se

    concentram na escria silicatos, que apesar de rejeitados

    no processo de metalizao, proporcionam-na

    caractersticas de ligante hidrulico.

  • Sendo um sub-produto, este material tem menor custo

    em relao ao clnquer e utilizado tambm por elevar a

    durabilidade do cimento, principalmente em ambientes

    com presena de sulfatos. Porm, a partir de certo grau

    de substituio de clnquer a resistncia mecnica passa a

    diminuir.

  • D) ARGILA POZOLNICA

    As pozolanas ativadas reagem espontaneamente com

    CaO em fase aquosa, por conterem elevado teor de slica

    ativa SiO2. Esta caracterstica levou ao uso de pozolanas como

    ligante hidrulico complementar ao clnquer, com a

    caracterstica de tornar os concretos mais impermeveis o que

    til na construo de barragens, por exemplo.

  • As pozolanas so originalmente argilas contendo

    cinzas vulcnicas, encontradas na regio

    de Pozzuoli, Italia.

    Atualmente, materiais com origens diferentes mas com

    composies semelhantes tambm so considerados

    pozolnicos.

  • Tais como as pozolanas ativadas artificialmente e

    alguns sub-produtos industriais como cinzas

    volantes provenientes da queima de carvo mineral.

  • A adio de pozolana propicia ao cimento maior

    resistncia a meios agressivos como esgotos, gua do mar,

    solos sulfurosos e a agregados reativos.

  • Diminui tambm o calor de hidratao,

    permeabilidade, segregao de agregados e

    proporciona maior trabalhabilidade e estabilidade de

    volume, tornando o cimento pozolnico adequado a

    aplicaes que exijam baixo calor de hidratao, como

    concretagens de grandes volumes.

  • O processo de ativao de argilas amplamente

    praticado pela prpria indstria de cimentos,

    geralmente realizado em fornos rotativos semelhantes

    queles utilizados na fabricao de clnquer ou mesmo em

    antigos fornos de clnquer adaptados, trabalhando a

    temperaturas mais baixas (at 900 C) e menor tempo de

    residncia.

  • Assim como a escria siderrgica, as pozolanas

    frequentemente tm menor custo comparadas ao clnquer

    e s podem substitu-lo at um determinado grau.

  • E) CALCRIO

    O calcrio composto basicamente de carbonato de clcio

    (CaCO3), encontrado abundantemente na natureza.

  • empregado como elemento de preenchimento,

    capaz de penetrar nos interstcios das demais partculas e

    agir como lubrificante, tornando o produto mais plstico e

    no prejudicando a atuao dos demais elementos.

  • O calcrio tambm um material de diluio do cimento,

    utilizado para reduzir o teor de outros componentes de maior

    custo, desde que no ultrapassando os limites de composio

    ou reduzindo a resistncia mecnica a nveis inferiores ao que

    estabelece a norma ou especificao.

  • A adio de calcrio finamente modo efetuada

    para diminuir a porcentagem de vazios, melhorar a

    trabalhabilidade, o acabamento e pode at elevar a

    resistncia inicial do cimento.

  • FABRICAO DO CIMENTO

    Sua fabricao de acordo com as especificaes da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    O cimento depende, principalmente, para sua fabricao, dos seguintes materiais: calcrio, argila, minrio de ferro e gesso.

    Durante o processo de fabricao, os materiais so analisados por diversas vezes, de forma a alcanar a composio qumica desejada.

  • FIGURA 3: CALCRIO (PEDRA) FIGURA 4: FILITO (ARGILA)

    FIGURA 5: QUARTIZITO

    (SAIBRO)

    FIGURA 6: MAGNETITA

    (MINRIO DE FERRO)

  • PROCESSOS DE PRODUO

    A) Minerao

    B) Clnquer

  • A) MINERAO

    As fbricas de cimento tipicamente se instalam ao

    lado de jazidas de calcrio e argila de modo a minimizar

    os custos de transporte. A extrao destes materiais se

    realiza em geral em lavras de superfcie, com auxlio de

    explosivos.

  • As rochas extradas so britadas at atingirem

    tamanhos de aproximadamente 200 mm ou menos e

    transportadas para a fbrica em transportadores de

    correia.

  • B) CLNQUER

    A produo de clnquer envolve uma srie de

    processos interdependentes em linha.

    H ainda processos de preparao e estocagem de

    matrias-primas, moagem de cimento e limpeza de

    gases de exausto.

  • PROCESSOS DO CLNQUER

    a. Pr-homogeneizao de matrias-primas

    b. Moagem de matrias-primas

    c. Pr-aquecimento

    d. Clinquerizao

    e. Resfriamento

  • a) Pr-homogeneizao de matrias-primas:

    As jazidas de calcrio e argila apresentam variaes

    de composio ao longo de suas extenses. Por outro lado,

    a qualidade do produto e a estabilidade do processo de

    produo requerem materiais quimicamente homogneos.

  • Para isso, so empregados sistemas de empilhamento

    e recarregamento com longas pilhas de material, de modo

    a criar camadas horizontais provenientes de diferentes

    lotes, que posteriormente so misturadas no prprio

    processo de recarregamento.

  • b) Moagem de matrias-primas:

    Os materiais provenientes das pilhas de pr-

    homogeneizao so introduzidos em um moinho (ou mais)

    para que se misturem e atinjam

    granulometria e umidade adequadas aos processos

    posteriores.

  • Este processo, tambm chamado de "moagem de

    cru", faz uso de gases quentes residuais do forno de

    clinquerizao (descrito adiante), empregados como fonte

    de calor para secagem. No jargo da indstria, o produto

    da desta moagem chamado de "farinha" e de fato se

    assemelha a farinha de trigo com tom bege.

  • A farinha armazenada em silos que tambm

    promovem homogeneizao e absorvem eventuais

    assincronias entre o forno e os moinhos de cru.

  • Os motivos para a reduo de tamanho das

    partculas so a homogeneizao e o aumento da

    superfcie exposta que intensifica reaes qumicas e

    trocas de calor entre as partculas e os gases no interior

    do forno.

  • c) Pr-aquecimento:

    Quase a totalidade dos fornos de cimento

    atualmente operantes contam com torres de pr-

    aquecimento, responsveis por remover a umidade ainda

    restante no material (inferior a 1%) e iniciar

    a descarbonatao do calcrio.

  • Os fornos de maior capacidade e mais modernos

    contam com torres maiores capazes de completar quese

    totalmente o processo de descarbonatao. Quanto mais

    eficaz o pr-aquecimento, mais curtos so fornos.

  • Os pr-aquecedores mais comuns so torres de

    ciclones. Dispostos em elevadas estruturas (que

    frequntemente ultrapassam 100 metros de altura),

    diversos separadores ciclnicos (equipamentos capazes de

    retirar partculas slidas de uma corrente de gases) so

    interligados entre si atraves de tutos de imeso utilizados

    para troca trmica que ocorre em torno de 80% entre a

    farinha alimentada e gases quentes provinientes do forno.

  • Atravs da seqncia de ciclones fluem os gases

    quentes provenientes do forno, em contra-corrente com a

    matria prima. A medida que esta se mistura com o fluxo

    de gases, ocorre transferncia de calor e transferncia de

    massa. Nos primeiros trechos do processo, elimina-se

    a umidade superficial, enquanto a temperatura

    permanece prxima temperatura de ebulio da gua.

  • A partir deste ponto, o material slido contendo

    apenas umidade intergranular passa a ser aquecido

    gradativamente. No fim do processo, o material atinge de

    700 C a 1000 C, suficiente para a gua esteja

    eliminada e para se iniciarem decomposies qumicas da

    matria-prima.

  • Na busca de maior produo e reduo de custo

    estudos deram origem a mais um estgio no pr-

    aquecedor conhecido como calcinador responsvel por

    60% a 95% da calcinao da farinha crua nos fornos

    rotativos para cimento baixando a carga tmica na zona

    de queima e como consequncia aumentando da vida til

    do revestimento refratrio.

  • d) Clinquerizao:

    Parte das reaes de descarbonatao e a

    formao de silicatos de clcio e aluminatos de clcio

    ocorrem no interior do forno de cimento. Os fornos de

    cimento so na maioria rotativos, cilindros horizontais de

    at 160 metros de comprimento.

  • Um leve ngulo de inclinao combinado ao lento

    movimento de rotao (de 0,5 a 4,0 rpm) permite que o

    material percorra o cilindro medida que desliza pelas

    paredes. Internamente, h um revestimento de

    material refratrio que protege a carcaa do forno das

    altas temperaturas e conserva o calor no seu interior.

  • A matria prima permanece no forno por um tempo

    de aproximadamente 4 horas e atinge temperaturas

    clinquerizao de 1.230 C (menor temperatura produz

    cal e maior temperatura apenas aumenta o consumo

    energtico), suficientes para torna-la incandescente e

    pastosa.

  • A capacidade de produo de um forno mdio

    3.000 a 4.000 toneladas por dia, os maiores fornos do

    mundo produzem at 10.000t.

  • e) Resfriamento:

    H dois principais tipos de resfriadores empregados

    atualmente. Os fornos mais antigos ainda operantes

    utilizam resfriadores satlites, cilindros menores solidrios

    ao movimento de rotao do forno, acoplados carcaa

    do mesmo.

  • J os fornos construdos a partir da dcada

    de 1980 geralmente so dotados de resfriadores de

    grelha, com ventilao forada, possibilitando maior taxa

    de transferncia de calor entre o clnquer e o ar entrante.

  • Desta forma, se reduz a temperatura de sada do

    material, recuperando parte da energia associada ao

    mesmo, aumentando a eficincia do sistema.

    Alm da eficincia energtica, os resfriadores tm

    suma importncia na qualidade do produto.

  • O tempo e o perfil de resfriamento do mesmo so

    essenciais para a determinao de suas propriedades

    qumicas finais. Lentos processos de resfriamento levam

    transformao de silicato triclcico, instvel alta

    temperatura, em silicato diclcico o que diminui a

    resistncia do cimento.

  • Hoje os resfriadores modernos alm de propiciarem

    uma tima troca trmica tambm possibilitam a

    recuperao de gases quentes que so reutilizados no

    processo de fabricao, que seriam o ar secundrio -

    auxiliar na combusto na zona de queima.

  • Ar tercirio - auxiliar na combusto do calcinador; e

    o ar de excesso - em algumas plantas, na troca de calor

    do moinho de matria prima. O produto (clnquer) ainda

    modo e diludo em gesso, calcrio e/ou escria

    siderrgica para se chegar ao produto final.

  • CIMENTO E O MEIO AMBIENTE

    A produo de cimento consome muito combustvel.

    Geralmente utiliza-se uma combinao de diversos produtos

    como leo, coque de petrleo e resduos industriais. Cerca de

    7% das emisses de CO2 no planeta so decorrentes da

    produo de cimento, devido combusto e ao processo

    de descarbonatao da matria-prima.

  • Aproveita-se as altas temperaturas e o tempo de

    permanncia dos gases no forno para empregar

    combustveis de difcil utilizao em queimas, como pneus

    picados. Em outras condies, este tipo de combustvel

    poderia emitir altas concentraes de substncias

    extremamente txicas, (tais como dioxinas e furanos)

    devido queima incompleta.

  • Alm disso, o calcrio e a cal contidos na mistura, tm

    a caracterstica de reagir com o enxofre proveniente dos

    combustveis, evitando maiores emisses de xidos de

    enxofre na atmosfera e prevenindo, por exemplo, a

    ocorrncia de chuva cida.

  • CURIOSIDADES SOBRE O CIMENTO

    COPROCESSAMENTO:

    O Coprocessamento uma tcnica j h muito tempo utilizada em pases da Europa, Japo e EUA, onde consiste em transformar resduos em combustveis alternativos e/ou substitutos de matria prima, desta forma reduzindo o consumo de combustvel fssil e assim sendo contribuindo com o meio ambiente.

  • O cimento a granel destina-se a consumidores de

    grande porte, normalmente consumidores industriais e

    concreteiras, onde suas instalaes so dotadas de silos

    da armazenagem. O cimento entregue ao cliente em

    caminhes, usualmente conhecidos como cebolo .

  • O cimento no poder sofrer contaminao, mesmo

    que seja com os agregados e outro material que venha a ser

    utilizado para obteno do concreto e da argamassa.

    Quando o cimento ainda ensacado entra em contato com a

    umidade, acaba se hidratando, perdendo as caractersticas

    de resistncia, comprometendo seu uso.

  • Observar o prazo de validade do cimento. Segundo

    as normas brasileiras o prazo de validade de noventa

    dias. A Itamb adota um prazo de validade de sessenta

    dias, atendendo s condies climticas da regio.