8
As exportações portuguesas para o Brasil es- tão a crescer de forma exponencial, estando a balança comercial de produtos entre os dois países a 59 milhões de euros de se tornar equilibrada. Em 2013 a exportação de produ- tos portugueses para o Brasil atingiu os 772,9 milhões de euros (mais 13,9% que em 2012), estando as importações de produtos brasilei- ros nos 831,9 milhões de euros (ver infografia da página II). Também o comércio de servi- ços entre Portugal e Brasil aumentou, mas 0,4%: mais quatro milhões de euros que em 2012. Já o Investimento Directo português no outro lado do Atlântico foi o mais baixo pelo menos desde 2009, estando agora nos 362 milhões ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5876 DE 06 DE MARÇO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Indústrias Exportadoras INVESTIR NO BRASIL Nuno de Mesquita Pires Despachante Oficial Associado Lda. Fundada em 1956, NMP, Lda. é uma empresa de Despachantes Oficiais domiciliada em Setúbal, procedendo ao despacho de navios e de qualquer tipo de mercadorias, em todas as Alfândegas do país, nomeadamente, Setúbal, Lisboa, Sines e Porto. Av. D. João II, 48 C – 2º C/D – Apt. 44 – 2901-858 SETÚBAL Tel 265 546 640 Fax 265 546 660 [email protected] www.nmesquitapires.pt Despacho de Navios e Mercadorias Importação, Exportação, Trânsitos, Entrepostos Aduaneiros Formalidades de Impostos Especiais de Consumo – IEC Legalização e Matrícula de Veículos Automóveis Tratamento de declarações p/ fins estatísticos (Intrastat) e envio ao INE Consultores de Comércio Externo PUB Bel Pedrosa / Embratur Exportações para o Brasil cresceram 13,9% em 2013 Venda de produtos e serviços cresceu em 2013. Já o investimento directo caiu. IRINA MARCELINO E RAQUEL CARVALHO [email protected] O Rio de Janeiro é um estado com mais de 43 mil quilómetros quadrados e uma população de 16 milhões de pessoas. Na imagem, a cidade do Rio de Janeiro. de euros (em 2012 foi 553 milhões e em 2010, ano de pico, foi mais de 1,7 mil milhões). Mais de metade do valor investido é do sector fi- nanceiro e de seguros. O desinvestimento das empresas portugue- sas atingiu no ano passado os 363 milhões de euros, sendo que no ano anterior tinhas sido retirados pelas empresas portuguesas mais de 1,1 mil milhões de euros. Por estar mais estável a nível económico e por ser um país com 200 milhões de consu- midores e que ainda precisa de muitas in- fraestruturas, o Brasil tem sido uma oportu- nidade de negócio para vários países, onde se inclui Portugal. Contudo, para quem investe ou exporta para o Brasil, nem sempre o tra- balho é uma tarefa fácil. As empresas contac- tadas pelo Diário Económico referem, por exemplo, a falta de infraestruturas como vias de comunicação ou transportes. Mas não só. A língua, apesar de ser a mesma, tem dife- renças que podem dificultar os negócios. A burocracia, a morosidade na emissão de li- cenças de importação e exportação e a exis- tência de barreiras alfandegárias são outros dos pontos que os empresários destacam. Tendo o Brasil 27 estados com leis e finanças diferentes entre si, as dificuldades para as empresas que não se querem ficar por um só local são ainda maiores. No entanto, as bar- reiras não têm impedido muitas empresas portuguesas de entrar neste mercado. 1 Estudar bem o país Antes de se abrir uma filial no Brasil ou decidir fazer um investimento, tem que se estudar muito bem o mercado, escolher a região mais indicada para o negócio e conhecer a legislação laborar. 2 Preparar a entrada Não é fácil entrar no país. É preciso obter um visto. Importante arranjar um parceiro local e recorrer a um bom advogado ou contabilista para acompanhar o negócio. 3 Planear o negócio Importante planear com rigor o negócio e atender à diversidade jurídica, legislativa, fiscal e cultural entre estados. 4 Ter atenção aos custos elevados A AICEP lembra que as taxas aduaneiras podem atingir os 80% do valor do produtos. Denúncia a forte burocracia, os salários elevados a pagar a técnicos especializados e lembra que contratar mão-de-obra e obter vistos é dificil, demorado e onerosa. São por isso pontos a ter em conta. 5 Registar marcas Essencial o registo de marcas e empresas, uma vez que os registos feitos no exterior não são reconhecidos pela lei brasileira. Guia para quem investe

Indústrias Exportadoras INVESTIR NO BRASIL · Por estar mais estável a nível económico e por ser um país com 200 milhões de consu- ... que são tão importantes para o crescimento

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As exportações portuguesas para o Brasil es-tão a crescer de forma exponencial, estando abalança comercial de produtos entre os doispaíses a 59 milhões de euros de se tornarequilibrada. Em 2013 a exportação de produ-tos portugueses para o Brasil atingiu os 772,9milhões de euros (mais 13,9% que em 2012),estando as importações de produtos brasilei-ros nos 831,9 milhões de euros (ver infografiada página II). Também o comércio de servi-ços entre Portugal e Brasil aumentou, mas0,4%: mais quatro milhões de euros que em2012.Já o Investimento Directo português no outrolado do Atlântico foi o mais baixo pelo menosdesde 2009, estando agora nos 362 milhões

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5876 DE 06 DE MARÇO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Indústrias Exportadoras

INVESTIR NO BRASIL

Nuno de Mesquita PiresDespachante Oficial Associado Lda.

Fundada em 1956, NMP, Lda. é uma empresa de Despachantes Oficiais domiciliadaem Setúbal, procedendo ao despacho de navios e de qualquer tipo de mercadorias, em todas as Alfândegas do país, nomeadamente, Setúbal, Lisboa, Sines e Porto.

Av. D. João II, 48 C – 2º C/D – Apt. 44 – 2901-858 SETÚBAL � Tel 265 546 640 � Fax 265 546 660 � [email protected] � www.nmesquitapires.pt

� Despacho de Navios e Mercadorias� Importação, Exportação, Trânsitos, Entrepostos Aduaneiros� Formalidades de Impostos Especiais de Consumo – IEC

� Legalização e Matrícula de Veículos Automóveis� Tratamento de declarações p/ fins estatísticos (Intrastat) e envio ao INE� Consultores de Comércio Externo

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Exportações para o Brasilcresceram 13,9% em 2013Venda de produtos e serviços cresceu em 2013. Já o investimento directo caiu.IRINA MARCELINO E RAQUEL CARVALHO

[email protected]

ORio de Janeiro é um estado com mais

de 43 mil quilómetros quadrados

e uma população de 16 milhões de pessoas.

Na imagem, a cidade do Rio de Janeiro.

de euros (em 2012 foi 553 milhões e em 2010,ano de pico, foi mais de 1,7 mil milhões). Maisde metade do valor investido é do sector fi-nanceiro e de seguros.O desinvestimento das empresas portugue-sas atingiu no ano passado os 363 milhões deeuros, sendo que no ano anterior tinhas sidoretirados pelas empresas portuguesas maisde 1,1 mil milhões de euros.Por estar mais estável a nível económico epor ser um país com 200 milhões de consu-midores e que ainda precisa de muitas in-fraestruturas, o Brasil tem sido uma oportu-nidade de negócio para vários países, onde seinclui Portugal. Contudo, para quem investeou exporta para o Brasil, nem sempre o tra-

balho é uma tarefa fácil. As empresas contac-tadas pelo Diário Económico referem, porexemplo, a falta de infraestruturas como viasde comunicação ou transportes. Mas não só.A língua, apesar de ser a mesma, tem dife-renças que podem dificultar os negócios. Aburocracia, a morosidade na emissão de li-cenças de importação e exportação e a exis-tência de barreiras alfandegárias são outrosdos pontos que os empresários destacam.Tendo o Brasil 27 estados com leis e finançasdiferentes entre si, as dificuldades para asempresas que não se querem ficar por um sólocal são ainda maiores. No entanto, as bar-reiras não têm impedido muitas empresasportuguesas de entrar neste mercado. ■

1 Estudar bem o paísAntes de se abrir umafilial no Brasil ou decidirfazer um investimento,tem que se estudarmuito bem o mercado,escolher a região maisindicada para o negócioe conhecer a legislaçãolaborar.

2 Preparar a entradaNão é fácil entrarno país. É preciso obterum visto. Importantearranjar um parceirolocal e recorrer a umbom advogado oucontabilista paraacompanhar o negócio.

3 Planear o negócioImportante planear comrigor o negócio e atenderà diversidade jurídica,legislativa, fiscal ecultural entre estados.

4 Ter atenção aoscustos elevados

A AICEP lembra que astaxas aduaneiras podematingir os 80% do valordo produtos. Denúnciaa forte burocracia, ossalários elevados a pagara técnicos especializadose lembra que contratarmão-de-obra e obtervistos é dificil, demoradoe onerosa. São por issopontos a ter em conta.

5 Registar marcasEssencial o registode marcas e empresas,uma vez que os registosfeitos no exterior nãosão reconhecidos pelalei brasileira.

Guia paraquem investe

II Diário Económico Quinta-feira 6 Março 2014

INDÚSTRIAS EXPORTADORAS - INVESTIR NO BRASIL

Infografia:MárioMalhão|[email protected]

O acordo pode criar uma zona de livre comércio de 59 milhões de euros.

A União Europeia e o Mercosul estão “maispróximos de um acordo de livre comércio,em negociação desde 1999, anunciou a sema-na passada, a presidente brasileira DilmaRousseff, à margem da 7ª Cúpula UE-Brasilque decorreu em Bruxelas.Também o presidente da Comissão Europeia,Durão Barroso, se mostrou optimista, dizendoesperar avanços nas negociações que permi-tam a conclusão de um acordo comercial“ambicioso, abrangente e equilibrado”.“A União Europeia tem todo o interesse emaprofundar as relações comerciais e de inves-timento com o Brasil, que são tão importantespara o crescimento e para a criação de empre-go em ambas as regiões”, disse, afirmando terreiterado o empenho na conclusão do acordo.Durão Barroso acrescentou terem sido dadasinstruções aos negociadores “para que na tão

importante reunião técnica de alto de nível de21 de Março, verifiquem se estão reunidas ascondições para uma troca formal de ofertasque poderá então ter lugar oportunamente”.A esperança é que se “vislumbre um hori-zonte mais claro nessa reunião”, declarou,acrescentando considerar que “a aberturacomercial é essencial para o crescimentoeconómico” e reiterando “a necessidade deevitar medidas que restrinjam o comércio e oinvestimento”.A balança comercial brasileira com o blocoeuropeu passou de um superávit de 3,3 milmilhões de euros em 2011 para déficites de 2,3mil milhões em 2012 e 7,1 mil milhões em2013, segundo o Eurostat.Bruxelas estima que o acordo venha a criaruma zona de livre comércio de 59 milhões deeuros e aumentará em 12% as exportações

brasileiras para os países da União Eutropeia.Importante referir que o Brasil responde por70% do PIB do Mercosul e a Europa é a prin-cipal parceira comercial dos brasileiros. Maisde 20% das exportações brasileiras têm a Eu-ropa como destino e 21% das importaçõesfeitas pelo Brasil vêm do bloco europeu. Da-dos da Comissão Europeia dão ainda contaque o Brasil representa 2,2% das trocas co-merciais mundiais.As negociações entre Brasil e União Europeiacomeçaram em 1999, mas foram interrompi-das em 2004. Em 2010, foram retomadas,mas sofreram reveses devido a obstáculoscriados pelas duas partes. Agora, as conver-sas entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uru-guai estão bem encaminhadas para que seformalize uma proposta única de redução detarifas. ■ R.C.

UE e Brasil perto de assinaracordo de livre comércio

Durão Barroso e Dilma Roussef

na cimeira UE Brasil

Quinta-feira 6 Março 2014 Diário Económico III

As empresas do PSI20mais expostas ao BrasilDas empresas que actualmente integramo PSI20, seis apresentam exposição relevanteao Brasil: EDP (18% do EBITDAconsolidadopara os primeiros nove meses de 2013), EDPRenováveis (1% da capacidade instalada nofinal de 2013), Mota-Engil (sendo aAméricaLatina uma das principais áreas de crescimentoda empresa), Teixeira Duarte (6% das vendasno terceiro trimestre de 2013), Portugal Telecome Galp. Contudo, é no caso da PortugalTelecom e da Galp que o Brasil aparece comomais decisivo para a evolução da cotaçãoda acção, tendo em conta a importância querepresenta na avaliação de ambos os títulos.No caso da Galp, a empresa transformou-secompletamente nos últimos anos, reflectindoum peso crescente da área da exploração,tendo o Brasil desempenhado um papelfundamental. O gradual crescimento dosvolumes de produção ao longo dos próximosanos será fundamental para o preço da acção,com a evolução da produção no Brasila assumir importância decisiva. Acotaçãodo título continuará sensível a notíciasde atrasos no crescimento dos volumesde produção vindos do Brasil e a maiorescustos de exploração no país (tendo em contaas dificuldades técnicas associadas).No caso da Portugal Telecom, a exposiçãoda empresa ao Brasil vem já da participaçãoque detinha na Vivo (entretanto alienada),a operadora brasileira de telecomunicaçõesmóveis, em parceria com a Telefonica e, desde2010, através da Oi. As oportunidadesassociadas ao sector de telecomunicaçõesbrasileiro e à economia do Brasil sãosignificativas, mas também existem riscos. APortugal Telecom tem sentido dificuldade paraconseguir recuperar os níveis de rentabilidadeda Oi. Os accionistas da Portugal Telecome da Oi deverão votar em Março a aprovaçãoda fusão entre as duas empresas. Uma vezconcluída a operação, o Brasil assumirá aindamaior importância em termos de receitase de resultados.Finalmente, no que refere à EDP, e excluindoa contribuição da EDP Renováveis, o Brasil é,além de Espanha, o mercado externo ao quala eléctrica nacional está exposta, através dasua participação de 51% na EDP Brasil. Trata--se de um negócio regulado, mas onde a EDPtem encontrado oportunidades de crescimento.Uma última referência para a questão dadesvalorização cambial, principalmente tendoem conta que o real brasileiro registou umadesvalorização superior a 30% desde meadosde 2010 face ao euro. Aexposição aosmercados internacionais, neste caso ao Brasil,também acarreta maior volatilidade nosresultados das empresas, fruto da evoluçãoda moeda. ■

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ANÁLISE ALBINO OLIVEIRA ANALISTA, FINCOR CORRETORES

ANTÓNIO MEXIA,

EDP: 18% do EBITDA consolidado

nos primeiros nove meses de 2013

vem do Brasil.

FERREIRA DE OLIVEIRA,

Galp: Brasil tem sido fundamental

na política de exploração

da empresa.

ZEINAL BAVA,

PT: Os accionistas da PT

e da Oi estão prestes a aprovar

a fusão entre as empresas.

IV Diário Económico Quinta-feira 6 Março 2014

Com previsões de crescimento para 2014abaixo dos 2%, risco de subida dainflação, desvalorização monetária eretirada dos estímulos monetários porparte do FED, a economia brasileiraenfrenta sérios desafios em 2014. Se àsprevisões económicas pouco animadorasjuntarmos as dificuldades habituais que oinvestidor enfrenta (excessivoproteccionismo, burocracia, sistematributário complexo e oneroso) e o factode se tratar ano de eleições no Brasil,compreende-se que a decisão de investirdeva ser especialmente avaliada eplaneada.Apesar do quadro negativo, o Brasil éainda uma das dez maiores economiasdo mundo, fez progressos significativos,tem uma classe média superior a 100milhões de habitantes e áreas de negócioque continuam a ser uma boa aposta(agronegócio, automóvel, energiasrenováveis, petróleo e gás,semicondutores, serviços, infraestruturae logística, sector imobiliário e hotelaria).Perante uma conjuntura menos favorávelé essencial que o investidor faça umaescolha estratégica do Estado em quepretende investir. O Brasil é um dosmaiores países do mundo, tem 27Estados com especificidades, legislaçãoprópria, benefícios e vantagens quevariam de região para região. Por isso,além dos incentivos federais aoinvestimento há que estar atento aosincentivos regionais. Muitos municípiosconcedem isenção de IPTU e ISSdoando, inclusivamente, terrenos aempresas. No Centro Oeste do Brasil,por exemplo, as empresas devem estaratentas ao Fundo Constitucional deFinanciamento e aos Apoios aoEmpreendimento Produtivo. O PRO-DF IIconcede, além de financiamento comtaxas de juros reduzidas, incentivosfiscais aos empresários que pretendamestabelecer-se na capital. Hoje a alíquotade ICMS interno praticada no DF é deapenas 12%. Paralelamente, certosmunicípios estão a praticar uma alíquotade ISS de 2% (alíquota mínimapermitida).Mas há outras formas de investir noBrasil. No momento em que Portugalbate recordes nas exportações para oBrasil, as empresas portuguesas devemaproveitar a oportunidade decorrente daperda de competitividade brasileira aliadaà manutenção dos estímulos aoconsumo, que gerou um aumento dasimportações.Também o mercado de capitais constituiuma boa aposta em 2014. ■

Investir num paíscom 27 Estados

OPINIÃOERIK BEZERRA SÓCIO FUNDADORERIK BEZERRA ADVOGADOSMÓNICA VELOSA FERREIRA, ADVOGADAERIK BEZERRA ADVOGADOS (INSCRITANA ORDEM DOS ADVOGADOS DE PORTUGALE DO BRASIL)

Há 20 anos a vender para o Brasil ameixas, maçãs, pêssegos, castanhas, cerejas e pêraportuguesa - pêra esta que representa 70% das exportações para aquele país - a LuísVicente vai abrir em Abril uma filial na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo. Oobjectivo é reforçar “a presença na vertente de comercialização, tendo em conta quejá possuímos como produção”, explica Manuel Évora, presidente da Luís Vicente, quevê no país uma “oportunidade de consolidar a capacidade de internacionalização dogrupo”, por estar em crescimento e por ser um país com “um consumo ‘per capita’elevado de hortofrutícolas”, refere. A escolha de Campinas é estratégica. “É uma ci-dade de cerca de dois milhões de pessoas muito próxima de São Paulo e muito perto deSantos, que tem um porto marítimo onde vamos ter a nossa operação logística em ar-mazém frigorífico”. Em 2013, a empresa exportou mais de duas mil toneladas de frutapara o Brasil, o que representa cerca de 10% das exportações totais. ■ R.C.

Desde 2011 que o The Lisbon MBA organiza em parceriacom o Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER) de SãoPaulo os International Labs no Brasil. Trata-se de projec-tos de consultoria nos quais os alunos do The Lisbon MBAtrabalham com os estudantes do Insper durante dois me-ses para resolverem um problema real de empresas. Apósa análise dos problemas de negócio, segue-se uma fase depreparação no Brasil e em Portugal, após a qual as equipastêm que trabalhar à distância, de forma virtual, na pes-quisa, análise dos dados e desenvolvimento das propostas.Depois de dois meses, os resultados são apresentados àsempresas. Anabela Possidónio, Diretora Executiva do TheLisbon MBA, considera que o projecto, que já incluiu em-presas como a EDP, o Grupo Pestana ou a Maksen, temsido um sucesso. ■ I.M.

1000 milhões de euros é o volume total dos projecto das empresas do Portugal Steel noBrasil. O grupo de 14 empresas do sector da construção metálica têm usado a uniãocomo factor de força e “capacidade de realização”. “Os compradores percebem quepodem adjudicar obras de grande escala aos consórcios portugueses porque estes sãocapazes de realizar os grandes trabalhos”, considera Filipe Santos, director geral daVesam, empresa que integra a Portugal Steel. Só para a Copa do Mundo foram realiza-dos três estádios. No futuro, o consórcio quer aproveitar o crescimento que se senteno sector da construção, assim como o sector petrolífero. Outra das empresas que tra-balhou para a Copa do Mundo foi a Martifer, responsável pela cobertura metálica doestádio Arena da Amazônia e também pela cobertura de painéis solares do estádio Mi-neirão, em Belo Horizonte. Outra das empresas portuguesas que trabalhou para omundial foi as Vasverde, produtora de relva natural. ■ I.M.

Metal portuguêsnos estádios brasileiros

A cobertura metálica do Arena da Amazôniaimplicou 310 viagens de camião entre Oliveirade frades e o Porto de AVeiro e quatro navios

entre este porto e o de Manaus.

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O fruto mais vendidopela empresa portuguesaé a pêra.

Pêra pesa 70% nas vendasda Luís Vicente ao Brasil

Foi em 2013 que a pro-dutora de animaçãoNutri Ventures entrouno mercado brasileiro.Até ao final do ano, aempresa estima que estemercado represente 40% da sua factura-ção. O canal SBT é ‘media partner’ e éneste canal que estreará a terceira tem-porada da série de desenhos animados.Este ano, a empresa quer ainda reforçar aequipa no Brasil, disse Pedro Crespo, Sa-les & Marketing director do Brasil.■ I.M.

Nutri Venturesvai reforçar

Empresas como a EDPjá trabalharam

nos International Labs.

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SLIDELOGA Slidelog, empresa portuguesa quese dedica ao fornecimento e integraçãode sistemas logísticos automáticos,investiu 200 mil euros na abertura, em2013, da Slidelog Brasil, com sede emSão Paulo, tendo ainda representantesem Minas Gerais e no Rio de Janeiro.Actualmente, a empresa tem clientes nasáreas da saúde, aeronáutica e defesa.

VICAIMAA fabricante de portas de interiorVicaima está desde 2011 no Brasil,quando inaugurou a sede no Paraná.Actualmente, a empresa natural de Valede Cambram Aveiro, está em mais de 14estados brasileiros, onde comercializa edistribui portas, batentes, guarnições ecomplementos. As exportações daVicaima representam 86% da suaprodução.

BETA-I NO BRASILDsde 2013 que a Beta-i, associaçãoque promove o empreendedorismo,está fisicamente no Brasil, onde játinha mentores e investidores locais.O ano passado realizou um StartupWeekend em São Paulo e em Curitiba,várias edições do Beta-Talk em SãoPaulo e o ‘roadshow’ Lisbon ChallengeSão Paulo. Actualmente, está à procurade parceiros para um novo LisbonChallenge.

The Lisbon MBA promove parcerias

INDÚSTRIAS EXPORTADORAS - INVESTIR NO BRASIL

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VI Diário Económico Quinta-feira 6 Março 2014

Aeconomia brasileira é a maior daAmérica Latina e do hemisfério Sul,a sexta maior do mundo por PIBnominal, a sétima maior por paridadedo poder de compra! País decontrastes, mas de enormepotencialidade, as terras de Vera Cruzsão um mercado de inesgotáveispotencialidades, capaz de absorvertudo o que de melhor se produzem Portugal. O Brasil deve constarna estratégia de internacionalizaçãode qualquer empresa para podermosser verdadeiramente competitivos,à escala mundial. As empresasque optem pela exportação devemna minha opinião começar por procurarparcerias locais; conseguir um parceiroidóneo e fiável pode ser uma tarefaherculeana, mas é muito importanteencontrar esse mesmo parceiro, queesteja em condições de legalmenteimportar e colocar os produtosportugueses no mercado e começar,assim, a construir um nova rota paraesses bens de consumo. No Brasil,os preços praticados são regra geralsuperiores aos que se encontramno nosso país, o que não deixade ser um bom indicador paraas empresas que querem estarnesse mercado, pois, a viabilidadedo projeto estará à partida assegurada.O Brasil consome hoje muitos produtosportugueses e por vezes a escassezda oferta interna em determinadosprodutos propicia o aumentodas nossas exportações que nãose resumem ao nível do vinho, azeitee fruta (a exportação da fruta agilizadarecentemente com a assinaturade um memorando entre Portugale Brasil), mas muitos mais produtos(queijo, peixe congelado), mastambém a nível de serviços. O anofindo foi um marco histórico paraPortugal, onde se atingiu um recordeportuguês no Brasil; segundo dadosrecolhidos, Portugal exportou 1,8 milmilhões de euros em bens e serviços.O Brasil tem regras que tratamo investimento estrangeiro,a importação, a atribuição de licençaspara operar, a entrada e saídade capitais estrangeiros, entre outras;tem, portanto, regras que têm queser cumpridas e foi a pensar nissoque recentemente escrevi um Livro,em co-autoria com Janahim DiasFigueira, subordinado ao tema,“Manual do Direito dos InvestimentosEstrangeiros no Brasil”, lançadono dia 6 de Novembro de 2013,pela Editora Lumen Juris, Livrariada Vila, em São Paulo, que retratatransversalmente o sistema jurídicobrasileiro; é um guião para oinvestimento no Brasil. ■

Um mercadode dimensãocontinental

OPINIÃOESTÊVÃO AUGUSTOBERNARDINOSÓCIO DA BERNARDINO,RESENDE E ASSOCIADOS

As empresas vinícolas nacionais estão a apostarno mercado nacional. Mas não apenas atravésdas exportações. É o caso da Global Wines. Osoito milhões de euros levados para o outro ladodo Atlântico serviram, entre outros, para adqui-rir duas fazendas e para adaptar geneticamenteas diversas castas ao clima local. As fazendas ad-quiridas pela empresa do Dão situam-se no esta-do de Pernambuco (ver imagem), a 750 quiló-metros da cidade de Recife. “Pese o investimen-to efectuado hoje o retorno é possível. As nossas fazendas são as únicas que conse-guem hoje fazer no mínimo duas vindimas por ano”, algo fora do comum numa regiãoque não é produtora de vinho por excelência. O ‘break even’ foi atingido em 2011 e ocrescimento da actividade da empresa neste país tem sido superior a 20%.Outra empresa que fez uma grande aposta no Brasil foi a Lusovini. No Brasil, entrou noano passado com a empresa de comercialização de bacalhau Rui Costa Sousa e Irmão,com a qual teve uma empresa de distribuição até há bem pouco tempo. Mas entretan-to, a estratégia mudou. “Adquirimos o restante capital da empresa porque queremoscrescer e porque a dimensão das cadeias de distribuição no Brasil é muito grande”, ex-plica Casimiro Gomes. Com 19 produtores representados, a Lusovini está hoje em maisde 1600 lojas naquele país e conta vir a estar em muitas mais durante 2014. ■ I.M.

A Unicer passou, em 2013, a produzir no Brasil, a Super Bock. É a primeira vez queacontece e “é um forte sinal da crescente internacionalização da marca e da empre-sa”, refere Rui Freire, administrador de Marketing e Comunicação. A marca, é, juta-mente com a Água das Pedras, a que mais vende naquele país. A Água das Pedras estápresente no segmento de águas de luxo no Brasil. Está em aproximadamente 900clientes, e “num ano conquistou já 10% de quota deste segmento”, diz Rui Freire. Oobjectivo de vendas para Pedras no Brasil “é de 1 milhão de litros dentro de dois a trêsanos”, diz. Em relação à cerveja Super Bock, a ambição é atingir um volume de ven-das de “10 milhões de litros em cinco anos”. ■ R.C.

O azeite português tem grande sucesso por terras brasileiras. A marca Andorinha, porexemplo, do grupo Sovena é já “a segunda marca de azeite no Brasil”, informa Jorgede Melo, vice-presidente, frisando que, “nos últimos dez anos de presença naquelemercado, o Andorinha registou um aumento de 500% do volume de vendas, preven-do alcançar os 20% de quota de mercado em 2016”. Para este ano, as previsões decrescimento “são na ordem dos dois digitos”, antecipa. Jorge Melo garante mais novi-dades no mercado, sendo que, em 2013, foi lançada uma embalagem em spray doazeite Andorinha. Outra das narcas de azeite presentes no Brasil é a Gallo, que desde1908 está em todos os Estados brasileiros. O azeite é o produto referência da Galloworldwide no país. Porém, a empresa “passou também a comercializar azeitonas evinagre”, refere Helena Bento, directora de negócios internacionais, que frisa o factodo país representar 75% da facturação do grupo. ■ R.C.

Peso na facturação da Sovenae na Gallo é cada vez maior

Azeites têm muita saídano Brasil.

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A grande apostadas empresasde vinho

A Somague está presente no Brasil atra-vés da Somague Sucursal Brasil, especia-lizada em obras ferroviárias, portuáriasou hidráulicas, e da Somague MPHConstruções, vocacionada para o merca-do de construção civil. A sucursal brasi-leira, que regista uma carteira de 112,3milhões de euros, é responsável pelaconstrução para o Metro de São Paulo-com conclusão prevista para este ano. Jáa Somague MPH tem uma carteira de38,3 milhões de euros. ■ R.C.

Somagueconstrói metro

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Tecnológicasentram em forçaA Critical Software tem sede em SãoPaulo, mas os clientes estão em todo oterritório brasileiro, dos quais se desta-cam a AES Tiete, a Unimed, a Tractebel ea Enersul. Até agora, a empresa tecnoló-gica tem tido sucesso nas áreas de ener-gia e saúde, mas Eugénio Soldá, directorgeral da empresa no Brasil, adianta quevai lançar-se este ano na área da aero-náutica, onde, aliás, já tem experiência.Para tal, ampliou a equipa.Outra empresa que está no país é a Ino-crowd, que, por ser uma empresa digital,“não necessita, para já de ter uma pre-sença física”, explica Soraya Gadit, CEO.Com um representante no país, a empre-sa oferece uma plataforma tecnológicaweb 2.0, que permite “melhorar proces-sos e optimizar recursos”.Outra tecnológica presente no país é aSaphety, que ambiciona crescer o volu-me de negócio das suas operações nopaís. ■ R.C.

Super Bock já é produzida no Brasil

INDÚSTRIAS EXPORTADORAS - INVESTIR NO BRASIL

17,9milhões de euros

Será no Rio Grandedo Sul para a GlobalLogistic Properties.

CONSTRUÇÃO DE CENTRO LOGÍSTICO

O Brasil é um dos principaismercados para os vinhosportugueses. Mas asexportações cairam em 2013.Nesse ano foram exportados11,5 milhões de euros de vinhopara o Brasil, menos 400 mileuros que em 2012.

A Quinta do Crasto acaboude abrir um escritório próprioem São Paulo. O Brasil járepresenta 15% dasexportações totais da marcado Douro, que está a trabalharnuma nova embalagem parao seu azeite.

As vendas da Esporão nomercado brasileiro subiram 5%em 2013, representando 16% nototal das suas exportações 8%no total facturação. Os vinhosEsporão e Monte Velho e osazeites Herdade do Esporão sãoas marcas com maior sucesso.

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VIII Diário Económico Quinta-feira 6 Março 2014

Vendas portuguesas aoexterior batem recordesA exportação de produtos e serviços cresceu 5,7% em 2013.

As exportações portuguesas voltaram a cres-cer em 2013, sendo este o melhor ano desempre nas vendas ao exterior. Em termos deprodutos e serviços, o valor atingido foi de68,2 mil milhões de euros, mais 5,7% que noano anterior. No que respeita à exportação deprodutos (ver infografia), o valor atingido foide 47,3 mil milhões de euros, mais 4,6% queno ano anterior, de acordo com os dados doInstituto Nacional de Estatística (INE).Ainda de acordo com os dados do INE, queapenas analisam os produtos exportados, osprodutos mais exportados por Portugal são osveículos automóveis, cujas vendas ao exte-rior cairam 4% face ao ano anterior. Os pro-dutos petrolíferos refinados vêm logo a se-guir, sendo que a exportação deste tipo deproduto cresceu 27,4% (mais 973 milhões de

euros). Os produtos alimentares estão no ter-ceirolugar da tabela (mais 16,3%). No top 10,destaque para o crescimento de 10% dos pro-dutos metálicos transformados, para os 8,9%de produtos químicos e, ainda, para o decrés-cimo de 21% nas exportações de metais debase.O resultado das exportações portuguesasterá, de acordo com Paulo Portas, excedido asprevisões e as estimativas “tanto de entidadesnacionais como de entidades internacionais”,referiu, na altura, durante uma conferênciade imprensa na sede da AICEP Portugal Glo-bal. As vendas ao exterior representaramem 2013 41% do PIB, face a 39% em 2012.No ano passado, havia 22.685 empresasexportadoras, mais cerca de 700 face a2012. ■ I.M.

Em 2013 havia22.685empresasexportadorasem Portugal,mais 700 queem 2012.

Infografia:SusanaLopes|[email protected]

O grupo Pestana vai abrir a segunda unidadeno Rio de Janeiro, sendo este o décimo hotel dacadeia no Brasil. As obras vão arrancar no pri-meiro trimestre de 2014. Presente no país des-de 1999, altura em que adquiriu o actual Pesta-na Rio Atlântica, o grupo tem nove unidadesno país, três das quais na Bahia, uma na cidadedo Rio de Janeiro, outra em Angra dos Reis, umem São Paulo, outra em São Luís, e ainda emNatal e em Curitiba. Juntas, representam14,5% do total da facturação do grupo, adiantafonte da empresa. Há três anos, o grupo inves-tiu 25 milhões de reais na remodelação do Pes-tana Rio Atlântica.Também o Grupo Tivoli Hotels & Resorts estáno Brasil. Adquiriu em 2006, o Tivoli EcoresortPraia do Forte, em Salvador. Em Fevereiro de2009 abriu o Tivoli São Paulo - Mofarrej, próxi-mo da Avenida Paulista. Filipe Santiago, Admi-nistrador de marketing e vendas diz não estarno horizonte novas aberturas no país, mas simo foco “em continuar a melhorar os resultadosdestes dois hotéis”. ■ R.C.

Pestana vai abrirnovo hotel

A partir de Junho a TAP vai ter dois novosdestinos no Brasil: Manaus e Belém, passandopara um total de 12, cobrindo todas as regiõesgeográficas e aumentando a sua oferta para 82frequências semanais. A companhia aérea,que voa para o Brasil desde 1960, viaja hojepara dez destinos no país, atingindo uma mé-dia de 74 frequências semanais no conjuntodas linhas servidas: Fortaleza, Natal, Recife,Salvador, Brasilia, Belo Horizonte Rio, SãoPaulo, Campinas e Porto Alegre. Em Julho, aTAP vai ainda reforçar a sua operação para al-gumas cidades brasileiras, passando a ter 14voos semanais de Lisboa e três do Porto paraSão Paulo e para o Rio de Janeiro, bem comosete voos semanais de Lisboa para Salvador.Em 2013, a TAP transportou, no conjunto daslinhas do Brasil, 1.541.723 passageiros, mais1,2% que em 2012. No total da sua rede global,foram mais de 10,7 milhões os passageirostransportados. ■ R.C.

TAP inaugura doisnovos destinos

EVENTS BY TLCA Events by tlc, fundada porDiogo Assis (na imagem),que se dedica àorganização de eventoscorporativos, já temescritórios no Rio deJaneiro e em São Paulo,contando com uma equipade 12 pessoas. Em 2013, 35%da facturação do grupo (total de 10 milhõesde euros), veio do Brasil. O ‘break even’ daoperação já aconteceu e, em 2014, a empresaespera facturar acima de 10 milhões de eurossó no mercado brasileiro.

INDÚSTRIAS EXPORTADORAS - INVESTIR NO BRASIL