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INEFICÁCIA DA CÂMARA OBRIGA À REVOGAÇÃO DE 11 PLANOS MUNICIPAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO 29-9-2010

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COMUNICADO CÂMARA MUNICIPAL DE SINTRA DEMITE-SE DO SEU DEVER DE PLANEAR E ORDENAR O TERRITÓRIO MUNICIPAL E DESISTE DE 11 PLANOS MUNICIPAIS Na reunião de câmara de 29 de Setembro foram discutidas 11 propostas, subscritas pelo Presidente Fernando Seara, onde se solicita a revogação de anteriores deliberações de elaboração de Planos Municipais de Ordenamento do Território – Planos de Pormenor e Planos de Urbanização – para as localidades de Varge Mondar/Cabra Figa, Seixais/Aldeia dos Macacos, Lopas, Albarraque/Casal do Marmelo, Abrunheira Norte; Parque Temático, Algueirão/Pexilgais, Portas Sul Cacém, Camarões/Nª. Sª. dos Enfermos, Abrunheira Sul e Casal de Cambra. Tal revogação representa que o Presidente da Câmara, e a coligação que o acompanha, desistem destes Planos Municipais, revogação de decisões tomadas desde 1999, alegando que desde 2001, ou seja, desde que esta coligação governa Sintra, “não existem desenvolvimentos” e que essa falta de desenvolvimentos se devem, em parte, “ao silêncio dos principais interessados”. Os Vereadores do Partido Socialista, defendendo que a construção das cidades se faz por operações de planeamento integrado, recusam o abandono da política de planeamento do território, considerando que sem eles, a apreciação casuística hipotecará o futuro, abdicando-se, por via deste conjunto de revogações, de meios e instrumentos privilegiados para a construção e renovação das cidades, que só através deles se consegue a coerência do desenho, o correcto dimensionamento dos espaços públicos e a adequada dotação de equipamentos de serviço à população. O concelho de Sintra é notoriamente carente de espaço planeado, e tem vindo a crescer por um somatório sucessivo de intervenções individuais. O concelho de Sintra reclama uma actuação planeada desde que, em finais de 1999, se estabeleceu o Plano Director Municipal que enquadraria toda a actuação no território municipal, a que sucederiam os planos de maior detalhe e com carácter de operacionalizar as opções municipais. Á afirmação de que a ausência de desenvolvimentos justifica o fim do procedimento, os Vereadores do Partido Socialista questionam: mas a quem compete esse desenvolvimento? Quem deveria ter procedido ou deveria ter prosseguido a elaboração? Não será certamente o silêncio dos interessados que inibiria a câmara de planear, se assim o desejasse. Ao presidente da Câmara que detém todas as responsabilidades nesta matéria!

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Á afirmação de que por existem alvarás de loteamento emitidos e operações de loteamento em apreciação, a ocupação do território tem continuidade mediante operações de loteamento, os Vereadores do Partido Socialista questionam: Deverá a actuação da câmara reduzir-se a reagir às propostas que se lhe são apresentadas ou, ao invés, deve a câmara fazer aprovar o seu modelo de desenvolvimento e utilização do território para que os loteamentos sejam a sua “continuidade” e concretização? Mas a quem compete planear essas operações? Ao presidente da Câmara que detém todas as responsabilidades nesta matéria! Depois de 9 anos de nada fazer, não podem os Vereadores do Partido Socialista aceitar que, por mera inactividade e falta de iniciativa do governo municipal, se abandone o planeamento do território em Sintra. Vir agora revogar decisões, algumas com nove anos!!!, dizendo que nada se fez por causa do “silêncio dos interessados”, mas, simultaneamente e de forma contraditória, afirmar que “a importância da estruturação urbanística” é para Sintra um trabalho de “natureza estratégica”, é a confissão de incapacidade nesta matéria. Ao invés de propor o cancelamento dos Planos, não seria mais coerente solicitar a reformulação dos seus objectivos? O que se conclui é que, embora achando importante a estruturação urbanística, e ela é importante de facto, este governo municipal nada faz, optando apenas por uma actuação reactiva às pretensões dos particulares, de apreciação causística, em vez de se pautar por uma actuação pró-activa e de intervenção séria no futuro do território sintrense. Por que ao longo destes 9 anos, nada souberam sobre o (não) desenvolvimento destes planos, e preocupados com esta atitude passiva do executivo camarário, levou os Vereadores do Partido Socialista a formalizarem um requerimento para que informações concretas a respeito da evolução, ou fase de tramitação, em que se encontram outros Planos Municipais de Ordenamento, designadamente, entre outros, o Plano de Urbanização de Sintra (Plano de Groer), Plano de Pormenor da Praia das Maçãs, Plano de Pormenor da Praia Grande ou o Plano de Urbanização da Serra da Carregueira. Também esta demissão do Governo Municipal, e em especial do Presidente Fernando Seara, em planear o território, preferindo optar pela apreciação casuística dos pedidos dos particulares, não assegurando dessa forma o equilíbrio territorial e a adequada afectação de recursos financeiros, é patente na apreciação do pedido de loteamento designado Quinta das Flores Residence, cujo licenciamento se encontra em apreciação no Departamento de Urbanismo e sobre o qual, até ao dia de ontem, decorreu a discussão pública do Estudo de Impacto Ambiental. O que este caso representa é exactamente o que hoje não se defende: A apreciação individual de uma pretensão de um particular, que até pode ser legítima e legitimada pelos instrumentos de gestão do território em vigor, mas que hipoteca decisiva e definitivamente a coerência na construção da cidade, sobretudo por se projecta nas

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vizinhanças do que sempre se reclamou para aquela área: o Parque Urbano de Colaride. Os Vereadores do Partido Socialista desconhecem se foi alguma vez desenvolvido o estudo e projecto para tal parque, mas consideramos ser uma aspiração também legítima das populações, e legitimada pelo nosso PDM, ao conferir esse espaço como um espaço natural. Considerando que os Planos Municipais de Ordenamento do Território constituem instrumentos privilegiados, em especial os planos de pormenor, para a construção e renovação da cidade, conseguindo-se através destes a coerência do desenho, o correcto dimensionamento dos espaços públicos e a adequada dotação de equipamentos de serviço à população, os Vereadores do Partido Socialista não podem deixar de reclamar da alteração da forma de construção das cidades de Sintra . Considerando que as áreas urbanizáveis envolventes do Parque de Colaride deverão contribuir para esta construção de cidade, de que este parque faz parte, os Vereadores do Partido Socialista afirmaram que o modo mais adequado para o fazer não pode deixar de passar por um instrumento integrado de planeamento e ordenamento do território, em que o plano de pormenor, ou mesmo de urbanização, são instrumentos privilegiados para alcançar tais objectivos. Porque o procedimento de licenciamento se encontra ainda a decorrer, os Vereadores do Partido Socialista recomendaram à Câmara, e em especial ao Presidente Fernando Seara, que detém todas as responsabilidades na matéria, a determinação de elaboração de plano municipal para que os efectivos encargos desta expansão da cidade recaiam, na totalidade, nos que dela beneficiam, podendo, no final, as populações usufruir de um parque urbano, sem que para isso deva o erário público reduzir-se para esse fim. Sintra, 29 de Setembro de 2010 Os Vereadores do Partido Socialista da Câmara Municipal de Sintra