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Seminário apresentado à disciplina de Imunologia
do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Evangélica do Paraná.
Orientado pelo Prof.: Uriel Vinicius Cotarelli De
Andrade.
Componentes da Equipe
DANIELE MORO SANTANA
HELENA DO AMARAL DE LIMA
LETÍCIA ARAÚJO FERNANDES
LUCAS GABRIEL HUBNER MULLER
LUCIMARA STRUGAVA
Introdução Conceito Inflamação – Letícia
Células envolvidas na Inflamação – Lucimara
Mediadores Químicos da Inflamação – Lucas
Inflamação Aguda e Eventos da InflamaçãoAguda – Daniele
Inflamação Crônica e Tipos de Inflamação –Helena e Daniele
Resolução e Reparo – Lucimara
Conclusão - Letícia
Inflamação - Conceito É uma resposta complexa a estímulos nocivos,
estes estímulos podem ser mecânicos, ferimento
físico, químico ou biológico.
Barreiras Naturais
Marcos Históricos Celsius escritor romano – Sinais cardeais da
inflamação;
Virchow Século XIX acrescentou um quinto sinalclínico – perda da função da área inflamada;
John Hunter (1793) observou que a inflamaçãopoderia ser benéfica;
Julius Cohnheim (1839-1884) primeiro a visualizarvasos sanguíneos inflamados no microscópio.
Marcos Históricos O biólogo Elie Metchnikoff em 1882 descobriu o
intuito da inflamação – conduzir células
fagocitárias a região agredida para que elas
englobem os agentes invasores.
Thomas Lewis definiu que substâncias químicas
como a histamina localmente induzida pela
agressão são mediadores das alterações
vasculares da inflamação.
Imunidade
A resposta inflamatória constitui uma parte
importante das imunidades inata e adquirida;
Algumas doenças tem sua causa diretamente
ligada à reação inflamatória, e nesses casos a
reação inflamatória não traz beneficio.
ComponentesCélulas circulantes:
Neutrófilos, monócitos, eosinófilos, basófilos e
plaquetas.
Células do tecido conjuntivo:
Mastócitos, fibroblastos, macrófagos e linfócitos.
Componentes
As células que estão envolvidas na inflamação
aguda são os neutrófilos, basófilos, eosinófilos e
mastócitos;
Na inflamação crônica estão presentes
plasmócitos, linfócitos, monócitos e macrófagos.
As células na inflamação
Neutrófilos
Eosinófilos
Mastócitos
Fagócitos
Linfócitos
Plasmócitos
Plaquetas
Neutrófiloso São leucócitos, PMN granulócitos;
o Produzidos na medula óssea (3 – 6 dias);
o Meia vida - 6 horas;
o Não retorna para o sangue;
o Função: Fagocitose (enzimas digestivas);
o Neutrófilo bastão – jovem hipersegmentado – maduro.
Neutrófilo de bovino
Fonte: SAMUELSON (2007)
Neutrófilo maduro de felinoFonte: SAMUELSON (2007)
Eosinófilos Leucócitos;
Produzidos na medula óssea, baço, timo, linfonodos (2-6 dias);
Não realizam fagocitose;
Liberam proteínas de seus grânulos;
Típicas das reações mediadas por IgE;
Resposta anti-inflamatória.
Eosinófilo canino
Fonte: SAMUELSON, 2007
Eosinófilo de equino
Fonte: o autor
Mastócitos Órgãos ricos em tecido conjuntivo
Citoplasma contém grânulos esféricos
influenciam na resposta inflamatória.
Liberam: histamina, heparina
Sintetizam: prostaglandinas e leucotrienos
FagócitosMonócitos
● Formados na medula óssea;
● Permanecem de 24 a 36 horas no sangue;
● Fagocitam eritrócitos e microorganismos;
Macrófagos
● Limpeza, defesa, secreção de mediadores e
reparo;
● Fígado, baço, pulmão e linfonodos.
Monócito bovino
Fonte: SAMUELSON, 2007
Basófilo
Menos de 1% no sangue;
Participam de processos alérgicos;
Liberam mediadores: histamina, leucotrienos,
serotonina e prostaglandinas.
Basófilo de equino.
Fonte: SAMUELSON, 2007
Basófilo de réptil.
Fonte: SAMUELSON, 2007
Linfócitos Aparecem tarde em um processo inflamatório;
Estão em movimento no sangue e na linfa;
Regulam o sistema imune: Resposta imune
celular e humoral.
Linfócitos de bovino
Fonte: SAMUELSON, 2007
Plasmócitos
Derivam dos linfócitos B;
Produzem, estocam e liberam anticorpos
(imunoglobulinas).
Plaquetas
Encontram-se entre os leucócitos e eritrócitos;
Permanecem em torno de 2 semanas no sangue
periférico;
Coagulação sanguínea.
Aglomerados plaquetários.
Fonte: SAMUELSON, 2007
Mediadores Químicos A reação inflamatória se inicia e se mantém
através do intermédio dos mediadores químicos
liberados no foco da lesão.
Eles originam-se do citoplasma de células
inflamatórias sanguíneas e teciduais, e dos
tecidos lesados.
Quimiotaxia
A quimiotaxia é uma resposta direcional
(locomoção dirigida) orientada por um
gradiente químico;
Habilita os leucócitos a alcançarem o agente
agressor em maior número, num menor
período de tempo e com menor gasto de
energia.
Histamina Liberada por mastócitos, basófilos e plaquetas;
Um dos mais importantes mediadores;
Vasodilatação periférica;
Inicia as respostas vasculares e as mantém por30 a 60 minutos;
Mediador rápido da inflamação;
Serotonina
Ocorre nos mastócitos e nas plaquetas;
Efeitos semelhantes ao da histamina;
Age apenas nas vênulas.
Cininas Oligopeptídeos sintetizados no plasma e/ou
líquido intersticial.
Vasodilatação;
Aumento da permeabilidade vascular;
Modulação da dor;
Contração/relaxamento da musculatura lisa e
efeitos na proliferação celular.
Bradicinina Mantém a reação inflamatória depois de passado o
efeito da histamina;
Mediador lento;
Vasodilatação, contração da musculatura e dor.
Sistema Complemento
Atua junto ao sistema imunológico, produzindofragmentos protéicos que provocam a lisemicrobiana;
Aumento de permeabilidade venular;
A adesão de leucócitos ao endotélio;
Quimiotaxia e a opsonização.
Metabólitos do Ácido Aracdônico: Eicosanóides
Os metabólitos do ácido aracdônico (eicosanóides)são sintetizados por duas classes principais deenzimas:
1- Ciclooxigenases: leva à formação deprostaglandinas e tromboxanos.
2- Lipoxigenases: leva à formação deleucotrienos e lipoxinas.
Principais ações das prostaglandinas:
1- Vasodilatação
2- Edema
3- Febre
4- Dor
Principais Ações dos Leucotrienos:
1- Quimiotaxia;
2- Agregação de neutrófilos;
3- Vasoconstrição;
4- Broncoespasmo.
Lipoxinas Inibição do recrutamento leucocitário e dos
componentes celulares da inflamação;
Inibem a quimiotaxia dos neutrófilos e sua
adesão ao endotélio;
Reguladores endógenos negativos da ação
dos leucotrienos;
Resolução da inflamação;
Citocinas São proteínas produzidas por:
Linfócitos, macrófagos, células endoteliais, célulasepiteliais e células conjuntivas.
Atuam em células-alvo.
Funções:
ativação e proliferação celular;
Quimiotaxia de outras células;
Imunomodulação;
Liberação de outras citocinas ou mediadores inflamatórios;
Apoptose.
Principal mediador da resposta inflamatória
aguda;
A bactérias Gram-negativas e outros
microorganismos infecciosos;
Responsável por complicações sistêmicas de
infecções graves.
TNF – Fator de Necrose Tumoral
Função Fisiológica – TNF
Estímulo do recrutamento de neutrófilos e
monócitos para locais de infecção;
Ativar células para erradicar microorganismos.
Sintetizados principalmente por neutrófilos,
células epiteliais e endoteliais;
Função principal é de proteínas plasmáticas
da fase aguda pelo fígado e iniciar o desgaste
metabólico (caquexia).
Diferentemente do TNF, não induz a apoptose;
IL-1
IL-6 Citocina
Atuação: Imunidade inata e adaptativa.
Sintetizada por fagócitos mononucleares, células doendotélio vascular, fibroblastos e outras células, emresposta a microorganismos e a outras citocinas,especialmente IL-1 e TNF.
Ações biológicas da IL-6:
Aumento da síntese de proteínas de fase aguda
pelos hepatócitos, contribuindo para a resposta
aguda;
Aumento produção de neutrófilos por
progenitores da medula óssea;
Maior crescimento de linfócitos B.
Óxido Nítrico (NO)
É um gás solúvel produzido pelas célulasendoteliais, macrófagos e neurônios;
Atua nas células próximas do local onde éproduzido, uma vez que sua meia-vida é muitocurta.
Ações do NO
Vasodilatação: através do relaxamento domúsculo liso vascular;
↓ Adesão e agregação plaquetária;
Efeitos microbicidas.
Proteínas de fase aguda (APPs).
Produzidas no fígado em resposta a citocinasinflamatórias;
São importantes marcadoras de doença em atividade;
Principais ações:
Neutralização do agente inflamatório;
Limitação da destruição tecidual e da inflamação;
Reparo tecidual e cicatrização.
Entre as APPs estão Proteína C Reativa (PCR),
Soro Amilóide A (SAA).
A dosagem da Proteína C reativa (PCR), é
uma importante ferramenta de diagnóstico
precoce de doenças inflamatórias.
Proteínas de fase aguda (APPs).
PAF (Fator de Ativação das Plaquetas).
Derivado de mastócitos e células endoteliais.
Principais ações:
Agregação plaquetária;
Vasoconstrição;
Broncoconstrição;
Vasodilatação e ↑ permeabilidade vascular
(100-10.000 vezes mais potente do que a histamina);
↑ adesão leucocitária ao endotélio;
Quimiotaxia;
Inflamação Aguda É uma resposta rápida a um agente nocivo
encarregada de levar mediadores da defesa ao
hospedeiro (leucócitos e proteínas plasmáticas) ao
local da lesão.
Inflamação Aguda
Início rápido e duração curta.
Característica morfológica: Exsudação de líquidos e
proteínas plasmáticas e emigração de leucócitos
sobretudo neutrófilos.
Alterações na Permeabilidade
Transudato é um fluído com pequeno teor protéico,
sendo que a maior parte composto de albumina e
gravidade especifica menor que 1.012.
Exsudato: Fluído inflamatório extravascular que
possui alto teor de proteínas e fragmentos celulares,
gravidade específica maior que 1.020.
Estímulos para Inflamação
Infecções (bacterianas, virais, parasitárias), toxinas
microbianas.
Trauma (contuso ou penetrante);
Agentes Físico-químicos (lesão térmica).
Principais fenômenos observados na Inflamação Aguda
Expansão do leito vascular local para produzir
aumento do fluxo sanguíneo (Hiperemia).
Alteração na estrutura dos capilares para permitir a
saída de proteínas do plasma e leucócitos (edema).
Imigração de leucócitos dos capilares , seguida de
seu acúmulo no foco da agressão e sua ativação
para eliminar o agente agressor.
Representação Gráfica Resumida dos PrincipaisFenômenos Celulares que Ocorrem naInflamação Aguda
Fenômenos Celulares Inflamação Aguda (WERNER, 2011).
Exsudato Purulento
Pus, é um exsudato inflamatório rico em leucócitos
(neutrófilos em sua maioria), fragmentos de células
mortas e em muitos casos microorganismos.
Reação Inflamatória de longa duração;
Pode ocorrer de duas formas:
Como conseqüência ou evolução da inflamação
aguda – Crônica Ativa;
Sem a fase aguda aparente.
Inflamação Crônica
Na Inflamação Crônica se inicia o processo de
reparação dos danos.
Sinais sistêmicos: febre intermitente e não muito
alta, perda de peso, linfocitose e monocitose.
Inflamação Crônica
Inflamação Serosa Presente nas primeiras fases das lesões inflamatórias;
É caracterizada por possuir grande quantidade de um
líquido claro e de aspecto seroso, contendo albumina, e
poucas células inflamatórias.
Exemplos: Líquido contido em vesículas de uma
queimadura da pele;
Síndrome do “corrimento nasal”.
Inflamação Serosa
Exsudato Seroso em cólon de Equino
(WERNER, 2010).
Inflamação Fibrinosa Ocorre em superfícies serosas como pleura,
pericárdio, peritônio e em algumas mucosas como
laringe, faringe, intestino e outras;
Predomina a Fibrina – Lesão vascular acentuada;
Quando crônica pode desenvolver uma
pseudomembrana – inflamação Fibrino-
pseudomembranosa.
Inflamação Fibrinosa
Doença de Glasser, Suíno. As superfícies serosas do saco pericárdico e o peritônio estão cobertas por uma camada espessa de fibrina
(WERNER, 2011).
Inflamação Purulenta e Supurativa
Abscesso: Circundado por uma cápsula de tecido
inflamado – Membrana piogênica, onde o pus é
gerado. Ex. Actinomyces pyogenes.
Abscesso causado por Actinomyces pyogenes sendo drenado (WERNER, 2011).
Inflamação Purulenta e Supurativa
Flegmão: Ocorre quando há infiltração de pus
nos tecidos por falta de barreiras à disseminação
e infiltração de pus.
Não encapsulada e sem limites precisos.
Flegmão em esôfago, traqueia e tecidos adjacentes (WERNER, 2011).
O Empiema é a coleção de pus em uma cavidade
natural ou na luz de um órgão oco;
Ex. Piotórax, Piopericárdio, Piometra.
Inflamação Purulenta e Supurativa
Empiema em Útero Bovino ou Piometra (WERNER, 2011).
INFLAMAÇÃO ULCERATIVA OU NECRÓTICA
Encontrada em infecções bacterianas e virais das
mucosas da boca, estômago, intestinos ou TGU, na
pele em inflamações epidermais e no tecido
subcutâneo.
Caracterizada pela presença de úlcerasinflamatórias.
INFLAMAÇÃO ULCERATIVA OU NECRÓTICA
Pododermatite ulcerativa (“ulcera de sola”) (WERNER, 2011).
Inflamação Hemorrágica Ocorre em doenças como parvovirose, peste suína,
gangrena gasosa, clostridioses e pneumonia
causada por Mannheimia hemolytica (Pasteurella).
A característica da inflamação hemorrágica é a
grande quantidade de hemácias entre as células
inflamatórias.
Indica alteração severa na permeabilidade vascular
- Estímulo causador também severo.
Broncopneumonia aguda grave por Mannheimia hemolytica (Pasteurella). Pulmão. Bovino (WERNER, 2011).
Inflamação Hemorrágica
Inflamação Catarral Acomete mucosas do trato digestório e respiratório;
A característica mais evidente é a presença de
muco abundante no exsudato;
As causas mais comuns são: infecções virais; certos
produtos químicos moderadamente irritantes, como
o cloro em baixas concentrações; alimentos
irritantes e a inalação de poeiras ou alérgenos.
Inflamação Catarral
Inflamação Catarral. Obstrução de brônquio por muco. Cão. A luz do brônquio está obstruída por
exsudato mucoso espesso (WERNER, 2011).
Inflamação Proliferativa
Lesão crônica e representa a tentativa de reparação
quando há persistência do agente agressor.
Ocorre a proliferação de novo tecido (conjuntivo
fibroso) em resposta à reação inflamatória.
Ex. Hepatite crônica causada pelo consumo
prolongado de algumas plantas tóxicas que contêm
alcaloides pirrolizidínicos – Senecio brasiliensis
(“maria-mole” ou “flor das almas”).
Inflamação Proliferativa
Fibrose hepática em fígado de Bovino. O resultado é a extrema rigidez do fígado (WERNER, 2011).
Inflamação Granulomatosa
Não apresenta os sinais da inflamação aguda e se
assemelha aos processos neoplásicos;
Bactérias, fungos, parasitas aberrantes e partículas
inertes como a sílica e asbesto são os principais
iniciadores das lesões granulomatosas;
Ocorre a produção de granulomas como, por
exemplo, pode ser observado na tuberculose.
Inflamação Granulomatosa
Granulomas em Tuberculose miliar. Bovino. Superfície
pleural de uma costela e um fragmento de pleura
parietal (WERNER, 2011).Inflamação granulomatosa. Aspergilose. Sacos aéreos. Gavião.
Colônias de Aspergillus sp (setas). No detalhe histológico mostra
a lesão com evidencias de hifas fúngicas entre os macrófagos
Resolução e Reparo Regeneração e cicatrização
Fase da inflamação: plaquetas, neutrófilos e
macrófagos
Fase fibroblástica: fibroblasto colágeno
Fase de maturação e remodelagem: fase final,
colágeno e proliferação celular.
Conclusão
Para o Médico Veterinário é muito importante o
conhecimento dos diversos tipos de inflamação,
as células envolvidas e as diversas
características específicas de cada inflamação,
pois proporciona a identificação e diferenciação
dos quadros clínicos e histopatológicos das
lesões inflamatórias.
Obrigada!