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Influencia do sombreamentos por araucária em plantas daninhas

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Iniciação cientifica sobre influencia do sombreamentos por araucaria sobre plantas daninhas em cafeeiro

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INFLUÊNCIA DO SOMBREAMENTO COM ARAUCÁRIA (Araucaria angustifolia L.)

NA INCIDÊNCIA DE PLANTAS “DANINHAS” EM LAVOURA CAFEEIRA

RESUMO

A sociedade cada vez mais preocupada com manutenção da qualidade de vida e do

meio ambiente, critica o atual modelo de produção agrícola. Assim é necessário substituir o

conceito de agricultura moderna, que simplifica o ambiente substituindo a diversidade da

natureza por um pequeno número de espécies cultivadas, pela agricultura orgânica, que

suprime as necessidades da lavoura através de técnicas sustentáveis, como a prática de

adubação verde. Em cafezais, está prática é adotada através da manutenção da vegetação

espontânea nas entrelinhas, roçando-as periodicamente no intuito de diminuir a competição

com o cafeeiro (Santos, et. al., 2002); pois sabe-se que quando bem manejadas, as plantas

espontâneas trazem beneficios físicos ao solo, promovem e ciclagem de nutrientes, protegem

o solo da erosão e insolação e servem de abrigo para predadores de possíveis pragas do

cafeeiro (Baruqui & Fernandes, 1985).

Minas Gerais é o maior produtor de café do país, sendo responsável por 48,8 % da

produção nacional (Revista Café Cultura), e o mercado para o café orgânico tem crescido

sensivelmente, principalmente no exterior, oferecendo boa demanda pelo produto e preços

mais altos que os pagos pelo produto convencional. Além disso, o cultivo de café orgânico

livra quem trabalha na lavoura do contato com produtos tóxicos e reduz os custos resultantes

da compra dos mesmos.

A influência do sombreamento na abundância e diversidade de plantas espontâneas

tem sido objeto de estudo, assim o presente trabalho visa aprofundar-se nesse assunto a fim de

obter o melhor manejo dessas plantas tidas como ““daninhas”” para uma produção mais

efetiva das lavouras de café.

PALAVRAS-CHAVE:

Cafeeiro, plantas-”daninhas”, sombreamento, agricultura sustentável

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SUMÁRIO

1. Introdução ....................................................................................................................... 4

2. Objetivos ........................................................................................................................ 5

3. Revisão da literatura ...................................................................................................... 5

3.1. O cultivo do cafeeiro ......................................................................................... 5

3.2. Cultivo orgânico do cafeeiro ............................................................................. 5

3.3. Espécies ““daninhas”” ........................................................................................ 6

3.4. Influência sombreamentos na incidência de plantas ““daninhas”” .................... 7

4. Metodologia ................................................................................................................... 8

4.1. Descrição do ensaio em campo .......................................................................... 8

4.2. Descrição do ensaio em laboratório .................................................................. 10

5. Resultados e discussão ................................................................................................. 10

6. Conclusões e sugestões para trabalhos futuros ............................................................ 15

7. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 16

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LISTA DE FIGURAS:

Figura 1: Esquema da distribuição da araucária na lavoura de café. ......................................... 8

Figura 2a: Café com sombreamento mediano. ........................................................................... 9

Figura 2b: Café com sombreamento intenso. ............................................................................. 9

Figura 2c: Café com sol pleno .................................................................................................... 9

Figura 2d: Perfil de Argissolo Vermelho. .................................................................................. 9

Figura 3a: Delimitador metálico. ............................................................................................... 9

Figura 3b: Saco plástico para acondicionamento das plantas. ................................................... 9

Figura 4a: Asplenium Sp.. ......................................................................................................... 12

Figura 4b: Eupatorium “a”. ..................................................................................................... 12

Figura 4c: Eupatorium “b”. ..................................................................................................... 12

Figura 4d: Drymaria cordata. .................................................................................................. 12

Figura 4e: Ipomea “a”. ............................................................................................................ 13

Figura 4f: Ipomea “b”. ............................................................................................................. 13

Figura 4g: Cyperus rotundus L................................................................................................. 13

Figura 4h: Banisteriopsis. ........................................................................................................ 13

Figura 4i: Sida rhombifolia. ..................................................................................................... 13

Figura 4j: Brachiaria sp. .......................................................................................................... 14

Figura 4k: Talinum paniculatum. ............................................................................................. 14

Figura 4l: Turnera “a”. ............................................................................................................ 14

Figura 4m: Turnera “b”. .......................................................................................................... 14

Figura 4n: Bohemeria. .............................................................................................................. 15

Figura 4o: Phenax vulgaris. ..................................................................................................... 15

LISTA DE TABELAS:

Tabela 1: Quantificação das espécies por glebas. ........................................................................... 8

Tabela 2: Espécies identificadas da área de estudo ......................................................................... 8

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1. INTRODUÇÃO

O elevado custo de produção, nos sistemas tradicionais de cultivo de lavoura cafeeira,

para obtenção de altas produtividades, provoca desestímulo nos produtores nas épocas em que

os preços de mercado são baixos. Nessas situações, as lavouras são tratadas de maneira

ineficiente, provocando seu desgaste e conseqüente queda na produtividade, além da queda na

qualidade da bebida, o que diminui ainda mais o lucro obtido. Considerando que nas Terras

Altas da Mantiqueira do sul de Minas Gerais, a araucária (Aracauria angustifólia L.), ocorre

como espécie remanescente, esta torna-se um objeto interessante de estudo quanto a

influencia do sombreamento em plantas espontâneas ou ““daninhas”” em lavouras de café da

região.

Sabe-se que plantas espontâneas quando bem manejadas, protegem o solo da erosão e

insolação, promovem a descompactação do solo, aumentam a aeração e as retenção de água

nos solos, produzem biomassa, reciclam nutrientes das camadas mais profundas do solo para

a superfície, disponibilizando-os novamente ao cafeeiro, e servem de abrigo para predadores

de possíveis pragas do cafeeiro (Baruqui & Fernandes, 1985; Mesquita et al, 1992;

Vasconcelhos & Pacheco, 1987). Além disso, a comunidade cientifica e a sociedade em geral

têm questionado o atual modelo de produção agrícola, que utiliza insumos que contaminam o

meio ambiente, os trabalhadores rurais e os consumidores. Dessa forma, técnicas sustentáveis,

como a adubação verde é uma estratégia interessante, e no caso de lavouras de café, essa

prática pode ser adotada através da manutenção da vegetação espontânea nas entrelinhas,

roçando-as periodicamente no intuito de diminuir a competição com o cafeeiro (Santos, et,al.,

2002).

O presente trabalho busca então avaliar a influência do sombreamento na incidência de

plantas espontâneas e o efeito dessa adubação verde na produção do cafeeiro.

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2. OBJETIVOS

Avaliar a incidência de plantas “daninhas”, nas diferentes densidades de

sombreamento do café com araucária.

Caracterizar qualitativamente e quantitativamente a ocorrência de plantas

“daninhas” visando a determinação da sua biodiversidade.

Estabelecer uma relação entre a biodiversidade e as diferentes densidades de

sombreamento do café com araucária

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1.O cultivo do cafeeiro

O café (Coffea sp) é o principal gênero da família das Rubiáceas, e possui mais de

6000 espécies. Atualmente, duas espécies deste gênero tem importância econômica: Coffea

arabica (aproximadamente 70% da produção mundial) e Coffea canephora

(aproximadamente 30% da produção mundial (Conselho Internacional do Café, 1997; Clarke

& Macrae, 1985; Matiello et al, 2002; Rena et al.,1986).

O cafeeiro da espécie arábica é uma planta tropical de atitude, adaptada a climas

úmidos com temperaturas amenas. A faixa de temperatura ideal vai de 16º a 23º e as melhores

regiões são aquelas com pluviosidade acima de 1200 mm/ano (Clarke & Macrae, 1985). No

sul de Minas Gerais e no estado de São Paulo essa cultura encontrou condições favoráveis

para seu cultivo (Graner,1967).

3.2.Cultivo orgânico do cafeeiro

Os sistemas de produção ecologicamente simplificados, ditos convencionais não

consideram a complexidade do ecossistema natural. Eles simplificam o ambiente, utilizando-

se de áreas de monoculturas muito extensas e grandes quantidades de diversos tipos de

insumos. Esta simplificação do sistema causa um grande impacto no ambiente e,

conseqüentemente, um desequilíbrio. O aparecimento de muitas pragas e doenças é também

resultado desta simplificação do ambiente (Moreira,2003).

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O consumo de cafés especiais, como os orgânicos, tem aumentado à medida que a

sociedade contesta a sustentabilidade do modelo agrícola atual. Utilizando-se de grandes

quantidades de insumos, agricultura brasileira é responsável por uma série de intoxicações a

seres humanos (direta ou indiretamente), animais e ao meio ambiente (Coelho, 2002).

3.3.Espécies ““daninhas””

As espécies vegetais espontâneas vêm sendo tratadas como plantas “daninhas” ou

ervas invasoras, devido à queda na produtividade, quer pela competição direta por fatores de

produção, quer pelos compostos alelopáticos liberados no meio (Almeida,1988; Martins &

Pitelli, 1994). Contudo, podem promover efeitos benéficos de proteção de solo, acúmulo de

matéria orgânica e ciclagem de nutrientes (Faveiro et al.,2000).

De acordo com Price et al. (1980) a presença de plantas “daninhas” afeta

indiretamente a produção das culturas, por meio de efeitos positivos ou negativos sobre

insetos herbívoros e também sobre seus inimigos naturais. Tais fatos induzem a reflexão de

que a interação entre os componentes de um sistema agrícola pode ser mais harmoniosa

quando houver uma adequação de manejo (Primavesi, 1992).

No caso de lavouras de café, uma alternativa simples e barata para reduzir ou até

eliminar o uso de insumos externos é a manutenção da vegetação espontânea nas entrelinhas,

roçando-as periodicamente no intuito de diminuir a competição com o cafeeiro (Santos, et,al.,

2002) e não de eliminar completamente essa vegetação, pois sabe-se que quando bem

manejadas, as plantas espontâneas protegem o solo da erosão e insolação, promovem a

descompactação do solo, aumentam a aeração e as retenção de água nos solos, produzem

biomassa, reciclam nutrientes das camadas mais profundas do solo para a superfície,

disponibilizando-os novamente ao cafeeiro, e servem de abrigo para predadores de possíveis

pragas do cafeeiro (Baruqui & Fernandes, 1985; Mesquita et al, 1992; Vasconcelhos &

Pacheco, 1987).

De acordo com Pitelli (1985), quando se estuda a capacidade das plantas invasoras em

competir por nutrientes com culturas agrícolas, a produção de biomassa seca pela vegetação

espontânea tem mais importância do que os teores acumulados. Segundo o autor uma

determinada espécie invasora pode acumular maiores teores de nutrientes, no entanto, devido

a sua baixa produção de biomassa seca, interfere menos na cultura agrícola.

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3.4.Influência sombreamentos na incidência de plantas “daninhas” em lavouras

de café

A ocorrência das plantas espontâneas varia conforme o período do ano. No período

chuvoso (outubro/novembro a março/abril), meses onde a temperatura e a disponibilidade de

água são maiores, estas espécies tornam-se mais abundantes, predominando as gramíneas.

Nos meses mais secos (maio a setembro), predominam as espécies de folhas largas, por

possuírem um sistema radicular pivotante, capaz de retirar água de camadas mais profundas.

Neste período é muito importante controlar essas populações porque coincide com a época de

florescimento e de frutificação do cafeeiro (Fernandes, 1986; Alcântara et al., 1989), a fim de

diminuir a competição.

O grau de competição exercido pelas plantas espontâneas varia com a composição

florística e com o tipo e a intensidade de manejo utilizado na área, tais como roçadas, capinas,

aplicação de herbicidas, adubações, irrigação, entre outros fatores (Erasmo et al., 2004). Neste

sentido, um importante benefício do sombreamento sobre os cafezais consiste na diminuição

da competição exercida pelas espécies invasoras, ao se reduzir sua freqüência e alterar sua

composição (Nestel & Altieri, 1992; Beer et al.,1998). Além disso o sombreamento altera a

dinâmica de produção do cafeeiro. O cultivo a pleno sol tem apresentado problemas de

superprodução e conseqüente esgotamento das plantas, durante os primeiros anos, até que o

auto-sombreamento diminua esse efeito (Souza & Oliveira, 2000). Pesquisas recentes

demonstram uma relação positiva entre níveis de sombreamento e produção de frutos (Soto-

Pinto et al., 2000). Segundo Fernandes (1986), a arborização com espécies e espaçamentos

adequados pode apresentar resultados positivos, quando comparado ao cultivo a pleno sol.

Alguns trabalhos têm relatado a influência do sombreamento e do tipo de manejo

sobre a freqüência e composição das espécies invasoras em cafezais. Nestel & Altieri (1992)

avaliaram sistemas agroflorestais com café no México e observaram que espécies da família

Commelinaceae, que competem pouco com o café e são de fácil controle, predominaram nos

sistemas arborizados, enquanto no cultivo a pleno sol predominaram famílias de espécies

mais agressivas das famílias Poacea e Compositae. Silva et al. (2006) observaram que a

arborização de cafezais com Grevillea robusta reduziu a freqüência e aumentou a diversidade

de espécies invasoras.Em estudo anterior, Aguilar et al. (1995) concluíram que o manejo

convencional, com herbicidas e capina não seletiva, promoveu aumento na freqüência de

gramíneas, quando comparado ao controle feito por meio de capinas seletivas

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4. METODOLOGIA

4.1.Descrição do ensaio de campo

O ensaio foi instalado na propriedade do Sr. Luiz Francisco Rosa Macedo, no

município de Pedralva, sul de Minas Gerais, distante 35 km de Itajubá. Foi implantado

em lavoura de café Catuaí Vermelho plantado em 1976 no espaçamento de 4,0

(quatro) metros entre linhas por 1,0 (hum) metro entre plantas. Por ocasião do

estabelecimento da lavoura, constatou-se a ocorrência de geadas, optando-se pelo

plantio das araucárias que foram plantadas em 1979 no espaçamento 4,0 x 4,0 (quatro

metros entre linhas e 4,0 metros entre plantas). Posteriormente, com o

desenvolvimento das árvores, a produção dos cafeeiros ficou prejudicada pelo excesso

de sombreamento, optando-se pelo desbaste das araucárias. Atualmente, pode-se

separar a área em três glebas distintas: café com sombreamento mediano (CSM)

representado na figura 2a, café com sombreamento intenso (CSI) representado na

figura 2b, e café a sol pleno (CSP) representado na figura 2c, sendo cada gleba

dividida em três blocos, para coleta de dados, conforme apresentado na Figura 1, e

cada bloco deste terá as amostras coletadas em replicatas “A” e “B”. Este relatório

trata dos resultados referentes ao período seco.

Figura 1: Esquema da distribuição da araucária na lavoura de café: CSP, café a sol pleno; CSI, café

com sombreamento intenso; CSM, café com sombreamento médio.

O substrato do ensaio é um Argissolo Vermelho Distrófico, representado na Figura 2d,

fase cascalhenta, sendo o relevo local ondulado. Cada gleba a ser avaliada corresponde a 0,4

ha sendo a área total de 1,5 ha. As glebas estão entre dois terraços, optando-se por instalar o

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ensaio no delineamento de blocos ao acaso e coletar as amostras para avaliação com duas

repetições no sentido do declive.

Figura 2a: Café com sombreamento mediano Figura 2b: Café com sombreamento intenso

Figura 2c: Café com sol pleno Figura 2d: Perfil de Argissolo Vermelho

O ensaio deu-se da seguinte forma: lançou-se o delimitador metálico, ilustrado da

Figura 3a, aleatoriamente no bloco de interesse. Em seguida coletou-se toda a vegetação

existente no interior deste delimitador e acondicionou-se esta em sacos plásticos devidamente

etiquetados, ilustrado na Figura 3b, para posterior contagem.

Figura 3a: Delimitador metálico Figura 3b: Saco plástico para

acondicionamento das plantas

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4.2.Descrição do ensaio em laboratório

Foram reconhecidas as diferentes espécies e selecionadas exemplares destas para

confecção de excicatas, sendo estas nomeadas por números para posterior

identificação.

Em seguida foram contabilizadas cada espécie de cada saco plástico etiquetado, e

os resultados foram dispostos em tabela para melhor visualização dos resultados.

Uma vez feitas as excicatas, iniciou-se o processo de identificação das espécies,

sendo o hábito da planta e as características das folhas os caracteres pertinentes, haja

visto que no momento da coleta, nenhuma planta possui frutos e somente duas

espécies possuíam flores.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A quantificação de cada espécie por cada bloco e réplica segue na Tabela 1:

Tabela 1: Quantificação das espécies por glebas

Espécies

ÉPOCA 1 (SECA) ou ÉPOCA 2 (ÚMIDA)

C.S.I. C.S.M. C.S.P.

I II III I II III I II III

“1” A 1

B

“2” A

B 109 1

“3” A

B 1

“4” A 2 2 2 1 3

B 4 1

“5” A 1 12 8

B

“6” A 7

B 4

“7” A 12 18 17 4 5 104 99 68

B 6 130 53 110 41 23 31

“8” A 5 1

B 1

“9” A 79

B 21 1 1

“10” A 1

B 2 2

“11” A 9 33 2 17

B 1 2 2 31

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“12” A

B 1

“13” A 1 8 1 1

B

“14” A 1 1 5 1 1 7 16 9

B 1 3 4 24 16 16

“15” A

B 2

De uma maneira geral os tratamentos com sol pleno (C.S.P) e sombreamento

moderado (C.S.M) apresentaram maior incidência de plantas “daninhas”, destacando a

espécie “7” que apresentou os maiores valores. As espécies “7” e “14” predominaram em

todas as glebas.

O tratamento com sol pleno apresentou também a maior variedade de plantas

espontâneas, sendo identificadas 11 espécies diferentes nessa gleba, enquanto que os

tratamentos a sombreamento intenso e sombreamento moderado apresentaram 8 e 9 espécies

respectivamente.

A maior quantidade e variedade de plantas espontâneas a sol pleno pode ser explicado

pelo fato de que uma grande parcela de plantas “daninhas” são espécies pioneiras e rústicas,

necessitando de incidência solar para romper o período de dormência da semente e

desenvolvimento, sendo que o maior sombreamento não proporciona um ambiente adequado

ao desenvolvimento de algumas destas.

Após a contagem e confecção das excicatas, iniciou-se o processo de identificação das

espécies. Os principais caracteres analisados foram o hábito da planta e características das

folhas, haja visto que nenhuma delas possuíam frutos e somente duas espécies possuíam flor

no momento da coleta. A tabela 2 lista os gêneros encontrados bem como as famílias as quais

pertencem:

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Tabela 2: Espécies identificadas da área de estudo

FAMÍLIA GENÊRO /

ESPÉCIES

NÚMERO DE

IDENTIFICAÇÃO FOTO

Aspleniaceae Asplenium Sp. “4”

Figura 4a: Asplenium Sp.

Asteraceae

Eupatorium “a” “13”

Figura 4b: Eupatorium “a”

Eupatorium “b” “6”

Figura 4c: Eupatorium “b”

Caryophyllaceae Drymaria

cordata “9”

Figura 4d: Drymaria cordata

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Convolvulaceae

Ipomea “a” “2”

Figura 4e: Ipomea “a”

Ipomea “b” “8”

Figura 4f: Ipomea “b”

Cyperaceae Cyperus

rotundus L. “11”

Figura 4g: Cyperus rotundus L.

Malpighiaceae Banisteriopsis “1”

Figura 4h: Banisteriopsis

Malvaceae Sida

rhombifolia “10”

Figura 4i: Sida rhombifolia

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Poaceae Brachiaria sp. “7”

Figura 4j: Brachiaria sp

Portulacaceae Talinum

paniculatum “14”

Figura 4k: Talinum paniculatum

Turneraceae

Turnera “a” “15”

Figura 4l: Turnera “a”

Turnera “b” “5”

Figura 4m: Turnera “b”

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Urticaceae

Bohemeria “12”

Figura 4n: Bohemeria

Phenax vulgaris “3”

Figura 4o: Phenax vulgaris

Obs.: As denominações “a” e “b” foram utilizadas para os casos que as amostras pertenciam

ao mesmo gênero, mas eram espécies diferentes que não puderam ser identificadas.

Uma vez identificadas, inferiu-se que as espécies “7” e “14”, as mais representadas no

experimento são a Brachiaria sp, do gênero Poaceae e a Talinum paniculatum do gênero

Portulacaceae. A primeira é uma forrageira muito resistente e competitiva, enquanto que a

segunda é uma hortaliça tenra que pode ser utilizada para consumo e tem propriedades

medicinais.

6. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como citado na revisão bibliográfica, a coexistência de plantas espontâneas

com culturas de interesse econômico pode ser uma alternativa eficaz e

economicamente viável para redução da dependência de insumos externos. No entanto

o excesso das plantas espontâneas pode interferir negativamente na cultura de

interesse devido à competição por nutrientes e radiação. Assim o sombreamento de

culturas apresenta-se como uma alternativa interessante, pois diminui a repetibilidade

das carpinas. Além disso, algumas espécies “daninhas” podem ter outros préstimos,

como é o caso da Talinum paniculatum que pode ser utilizada na alimentação.

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Como sugestão para o próximo trabalho similar a este é levar para campo o

material para confeccionar as excicatas, pois o calor excessivo no dia da coleta

desidratou excessivamente as amostras comprometendo a qualidade das excicatas.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Crescimento e acúmulo de nutrientes por plantas espontâneas e por

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7.11. MATIELLO, J.B.; SANTIONATO, R;GARCIA, A.W.R.; ALMEIDA,S.R.;

FERNANDES,D.R. Cultura do café do Brasil: novo manual de

recomendações. Rio de Janeiro: MAPA/PROCAFÉ, 2002. 387p.

7.12. MOREIRA,C.F.: Caracterização de sistemas de café orgânico sombreado e

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7.13. PRIMAVESI,A. Manejo ecológico do solo. A agricultura em regiões tropicais.

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7.15. SANTOS,I.C. dos; LIMA, P.C.; ALCÂNTARA, E.N. de; MATTOS, R.N.;

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