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INFLUÊNCIA DA INJEÇÃO DE VAPOR NAS EMISSÕES DE ÓXIDOS DE NITROGÊNIO DE UMA TURBINA A GÁS OPERANDO EM UM CICLO COMBINADO Matheus de Abreu Monteiro Campos Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Mecânico. Orientador: Marcelo José Colaço Rio de Janeiro Outubro de 2018

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INFLUÊNCIA DA INJEÇÃO DE VAPOR NAS EMISSÕES DE ÓXIDOS DE

NITROGÊNIO DE UMA TURBINA A GÁS OPERANDO EM UM CICLO

COMBINADO

Matheus de Abreu Monteiro Campos

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro Mecânico.

Orientador:

Marcelo José Colaço

Rio de Janeiro Outubro de 2018

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Campos, Matheus de Abreu Monteiro Campos

Análise dos efeitos do método de injeção de vapor na

câmara de combustão na redução das emissões de óxidos de

nitrogênio por uma turbina a gás operando em ciclo

combinado – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.

Orientador: Marcelo José Colaço

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia Mecânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 74 - 76.

1. Máquinas Térmicas 2. Ciclo combinado 3. Turbinas

a gás 4. Injeção de vapor 5. Emissões de poluentes

I. Colaço, Marcelo José. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Engenharia Mecânica. III.

Análise dos efeitos do método de injeção de vapor na câmara

de combustão na redução das emissões de óxidos de

nitrogênio por uma turbina a gás operando em ciclo

combinado.

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i

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus e a minha família e amigos, em especial meus pais,

Desirée e Luis Antônio, e meu irmão, Pedro.

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ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de concluir esta etapa.

A meu pai, Luis Antônio, meu irmão, Pedro, minha mãe, Desirée, e a toda a

minha família pelo apoio e dedicação ao longo de toda a minha vida, dedicando-se ao

meu desenvolvimento e dando suporte para que alcançasse meus objetivos.

Aos meus colegas da empresa GT2 Tecnologia, em especial na figura de Sandro

Barros, Gustavo Pinto, Tairo Teixeira e Tomás Quirino, por todas as oportunidades,

conhecimento e orientação proporcionados ao longo dos dois últimos anos.

À Marcelo Colaço pela oportunidade de realizar este projeto sob sua orientação

e por sua toda a sua dedicação e auxilio dado ao meu desenvolvimento e conclusão

desse trabalho.

Ao corpo docente do departamento de engenharia mecânica por todo o

conhecimento e dedicação proporcionados durante aos meus anos de graduação.

Aos funcionários da Universidade Federal do Rio de Janeiro por todo o trabalho

desempenhado durante meus anos nessa instituição.

Aos meus colegas de graduação Rodrigo Machado, Lucas Braga, Vitor Galdeano

e Marceu Artur por todo o companheirismo e apoio ao longo de todo o curso de

graduação.

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iii

RESUMO

Influência da Injeção de Vapor nas Emissões de Óxidos de Nitrogênio de uma

Turbina a Gás Operando em um Ciclo Combinado

Matheus de Abreu Monteiro Campos

Outubro/2018

Orientador: Marcelo José Colaço

Curso: Engenharia Mecânica

Este projeto final de graduação tem como objetivo analisar os efeitos provocados

pela injeção de vapor na câmara de combustão de uma turbina a gás operando em ciclo

combinado. O principal efeito avaliado é a influência da quantidade de vapor injetado

sobre as emissões de óxidos de nitrogênio pelo mecanismo térmico. Uma apresentação

breve sobre ciclos de potência é realizada e modelos termodinâmicos para cada um dos

componentes de um ciclo combinado são desenvolvidos. A emissão de poluentes, em

especial óxidos de nitrogênio, por turbinas a gás é estudada, assim como métodos

aplicados para sua redução, dando-se destaque aos métodos de injeção de vapor. Um

modelo computacional em Fortran foi desenvolvido e por meio deste foram obtidos os

resultados apresentados de algumas grandezas relevantes à operação de ciclos de

térmicos de potência.

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iv

ABSTRACT

Influences of Steam Injection on Nitrogen Oxides Emissions of a Gas Turbine

Operating in a Combined Cycle

Matheus de Abreu Monteiro Campos

October/2018

Advisor: Marcelo José Colaço

Course: Mechanical Engineering

This undergraduate project attempts to present an analysis of the effects caused

by the steam injection in the combustion chamber of a gas turbine operating in a

combined cycle. The main effect evaluated is the injected steam flow influence in the

nitrogen oxide emissions caused by the thermal mechanism. A brief presentation about

power cycles is made and a thermodynamic model for each component of a combined

cycle is developed. Gas turbine pollutant emissions, especially nitrogen oxides, were

studied, as well as the emissions reduction methods applied to gas turbines, highlighting

the steam injection method. A computational model was created in Fortran and was used

to obtain the presented results for some of the relevant quantities in thermal cycles

operation.

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v

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................ i

AGRADECIMENTOS ............................................................................................ ii

RESUMO ................................................................................................................ iii

ABSTRACT ............................................................................................................ iv

LISTA DE FIGURAS............................................................................................. vi

LISTA DE TABELAS ........................................................................................... vii

NOMENCLATURA .............................................................................................. viii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

2. CICLOS TÉRMICOS DE POTÊNCIA....................................................... 5

3. EMISSÕES DE POLUENTES POR TURBINAS A GÁS .................... 11

4. REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES EM TURBINAS A GÁS 24

5. INJEÇÃO DE ÁGUA E VAPOR............................................................... 27

6. MODELAGEM DO CICLO COMBINADO COM INJEÇÃO DE VAPOR NA CÂMARA DE COMBUSTÃO ....................................................................... 30

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 40

8. CONCLUSÕES .......................................................................................... 71

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 74

APÊNDICE ............................................................................................................ 77

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vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema representativo do ciclo Rankine. ..................................................... 6

Figura 2 - Esquema representativo do ciclo Brayton aberto. .......................................... 7

Figura 3 - Esquema representativo do ciclo Brayton fechado......................................... 7

Figura 4 - Esquema representativo do ciclo combinado Brayton/Rankine. .................... 9

Figura 5 – Esquema representativo do ciclo combinado com injeção de vapor na

câmara de combustão. ................................................................................................... 30

Figura 6 – Comportamento da temperatura adiabática de chama em função da razão

de equivalência. .............................................................................................................. 44

Figura 7 - Comportamento da temperatura adiabática de chama em função da fração

de vapor. ......................................................................................................................... 45

Figura 8 – Ciclo combinado sem modificações. ............................................................ 52

Figura 9 - Ciclo combinado com extração de vapor na admissão da turbina e injeção

na câmara de combustão. .............................................................................................. 55

Figura 10 – Razão Combustível-Ar. ............................................................................... 56

Figura 11 – Potência gerada pela turbina a gás. ........................................................... 57

Figura 12 – Quantidade de calor gerada no processo de combustão. ......................... 58

Figura 13 – Eficiência do ciclo a gás. ............................................................................ 59

Figura 14 – Emissão de óxidos de nitrogênio. ............................................................... 60

Figura 15 – Quantidade de calor retirado do vapor ao passar pelo condensador........ 61

Figura 16 – Potência e eficiência do ciclo a vapor. ....................................................... 62

Figura 17 – Eficiência do ciclo combinado..................................................................... 63

Figura 18 – Valores de eficiência dos ciclos a gás, vapor e combinado para uma

variação da fração de vapor extraído de 0% a 5%. ....................................................... 64

Figura 19 - Comparação das emissões de óxidos de nitrogênio para as correlações de

Becker e Perkavec e do Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica. .................... 65

Figura 20 – Emissão de óxidos de nitrogênio com a injeção de 2,5 % de vapor. ........ 66

Figura 21 – Emissão de NOx pela turbina a gás e T3. .................................................. 67

Figura 22 – Desempenho do ciclo a gás. ...................................................................... 68

Figura 23 – Desempenho do ciclo a vapor. ................................................................... 69

Figura 24 – Desempenhos dos ciclos a gás, a vapor e combinado.............................. 69

Figura 25 - Comparação das emissões de óxidos de nitrogênio para as correlações de

Becker e Perkavec e do Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica. .................... 70

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vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Regime de operação da turbina a gás modelo G3142 em condições ISO. 23

Tabela 2 – Comparação entre os valores de temperatura adiabática de chama

calculados e de referência. ............................................................................................ 41

Tabela 3 – Espécies químicas dos produtos da combustão de ar e propano à pressão

de 101,325 kPa (GLASSMAN e YETTER, 2008). ......................................................... 42

Tabela 4 – Cenário de verificação do modelo do compressor. ..................................... 46

Tabela 5 – Verificação do modelo do compressor. ....................................................... 46

Tabela 6 - Cenário de verificação do modelo da turbina a gás. .................................... 46

Tabela 7 – Vazões no combustor. ................................................................................. 47

Tabela 8 – Verificação do modelo da turbina a gás. ..................................................... 47

Tabela 9 – Verificação do modelo da turbina de potência. ........................................... 47

Tabela 10 – Valores de entropia na turbina. .................................................................. 48

Tabela 11 - Cenário de verificação do modelo da caldeira. .......................................... 49

Tabela 12 – Comparação dos resultados da caldeira. .................................................. 49

Tabela 13 - Cenário de verificação do modelo da turbina a vapor. .............................. 50

Tabela 14 – Verificação do modelo da turbina a vapor. ................................................ 50

Tabela 15 - Cenário de verificação do modelo do condensador. .................................. 50

Tabela 16 – Verificação do modelo do condensador. ................................................... 51

Tabela 17 - Cenário de verificação do modelo da bomba. ............................................ 51

Tabela 18 – Verificação do modelo da bomba. ............................................................. 51

Tabela 19 – Grandezas conhecidas nas simulações. ................................................... 53

Tabela 20 – Parâmetros dos componentes. .................................................................. 53

Tabela 21 – Parâmetros dos combustíveis. .................................................................. 54

Tabela 22 – Resultados do teste com metano. ............................................................. 54

Tabela 23 – Razão de equivalência para o ciclo da seção 7.3. .................................... 66

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viii

NOMENCLATURA

𝑓 – Fator de correção

(F/A) – Razão mássica combustível/ar

ℎ – Entalpia

�̇� – Vazão mássica

𝑀𝑊 – Massa molar

𝑃 – Pressão

∆𝑃 – Perda de carga

𝑝 – Pressão parcial

�̇� – Taxa de calor

𝑅 – Constante dos gases perfeitos

𝑟 – Razão

𝑠 – Entropia

𝑇 – Temperatura

𝑉 – Volume

𝑤 – Trabalho específico

�̇� – Potência

𝜂 – Eficiência/Rendimento

𝜏 – Intervalo de tempo

𝜙 – Razão de equivalência

𝜔 – Umidade específica do ar

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Subscritos

1 – Entrada do compressor

2 – Saída do compressor

3 – Saída da câmara de combustão

4 – Saída da Turbina a Gás

5 – Saída da caldeira de recuperação de calor no lado do gás

6 – Saída da bomba

7 – Saída da caldeira de recuperação de calor do lado do vapor

8 – Saída da turbina a vapor

9 – Saída do condensador

𝑎𝑑𝑏 – Adiabática/adiabática de chama

𝐴𝑟 – Ar/de ar

𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 – Bomba

𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 – Combustão

𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 - Compressão

𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 – Compressor

𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 – Condensador

𝑑𝑟𝑦 - Seco

𝐸𝑖𝑥𝑜 – De eixo

𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞 – Estequiométrica

𝑒𝑣𝑎𝑝 - Evaporação

𝑒𝑥ℎ𝑎𝑢𝑠𝑡 – Exaustão

𝐹𝑖𝑟 – De queima

𝑓𝑢𝑒𝑙 - Combustível

𝑔á𝑠 – gás/ a gás

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x

𝐻𝑅𝑆𝐺 – Caldeira de recuperação de calor

𝑖 - Isentrópico

𝐼𝑆𝑂 – Condições ISO

𝑙𝑖𝑞 – Líquido

𝑝𝑙 – Carga parcial

𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 – De potência

𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 – De pressão

𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 - Produtos

𝑝𝑧 – Zona primária

𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 - Reagentes

𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑒 – Residência

𝑇𝐿 – Para características geométricas

𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 - Turbina

𝑣, 𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 - Vapor

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Motivação

O aumento do consumo de energia elétrica é uma tendência observada nas últimas

décadas e um reflexo disso é o aumento da quantidade de plantas de geração instaladas

em todo o mundo. Apesar das diversas modalidades e formas de geração disponíveis,

as centrais de geração termelétrica ainda são de altíssima relevância e umas das mais

amplas fontes de geração utilizadas.

De acordo com o Banco de Informações de Geração da Agência Nacional de

Energia Elétrica (BIG - ANEEL, 2018), estão instaladas atualmente no Brasil 3.007

usinas de geração termelétrica que representam juntas um total de 43 GW de potência

outorgada, o que representa 26,02% da potência total gerada por todos os

empreendimentos em operação. Há ainda a perspectiva de instalação de 5.765.129 kW

em unidades de geração termelétrica com construção iniciadas ou não (BIG - ANEEL,

2018).

Esses dados confirmam a tendência de ampliar a utilização de plantas dessa

natureza, e lembrando que a fonte principal da matriz energética nacional é a geração

hidrelétrica. Pode-se supor que em países cuja hidrografia não é favorável à exploração,

e em que outras fontes alternativas de energia também não estejam disponíveis, a

tendência de crescimento seja ainda maior.

As principais máquinas geradoras de potência nas unidades de geração

termelétricas são as turbinas a gás e a vapor. Essas máquinas podem ser aplicadas em

diversas configurações de ciclos térmicos de potência que, em sua maioria, requerem a

utilização de combustíveis fósseis como fonte de energia, principalmente na forma de

hidrocarbonetos. A limitada e finita disponibilidade desses combustíveis é reconhecida

e os efeitos nocivos ao ambiente e aos seres humanos provocados pela queima desse

tipo de combustível também os são (CARCASCI, COSI, et al., 2017).

Desse modo, torna-se cada vez mais interessante a busca por alternativas na

utilização dessas máquinas que permitam uma maior eficiência nos processos que as

utilizam, bem como um maior aproveitamento das fontes de energia e redução dos

danos causados pela combustão de tais combustíveis. Uma das formas de melhorar a

performance de máquinas desse tipo é o reaproveitamento do calor dos gases de

exaustão.

Nesse contexto, os ciclos combinados de potência parecem ser uma alternativa

interessante. Esse tipo de ciclo permite reaproveitar o calor rejeitado nos gases de

exaustão da turbina a gás para aquecer a água necessária a ser aplicada em ciclos a

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vapor. Esses ciclos permitem um aumento na eficiência global do processo, além de

outros ganhos.

Apesar disso, alguns efeitos negativos dos ciclos de potência não podem ser

excluídos ao se utilizar os ciclos combinados de potência. Um fator de alta relevância

que não é extinto por essa aplicação é a emissão de poluentes pelas turbinas a gás,

essenciais na operação desses ciclos. Dá-se destaque, entre os poluentes emitidos, aos

óxidos de nitrogênio, que são os principais poluentes emitidos por turbinas a gás e que

são altamente nocivos ao ambiente e ao homem. Há ainda de se considerar o crescente

aumento das regulações nacionais e internacionais sobre a emissão de poluentes pela

combustão de combustíveis fósseis assinados (LEFEBVRE, 1998) (SCHORR e

CHALFIN, 1999) (HONEGGER, 2007) (SANTOS, SOUZA e MACÊDO) (FICHET,

KANNICHE, et al., 2010)., o que faz com que se necessite uma atenção especial sobre

esse fator.

Um método largamente aplicado e reconhecido pelos efeitos positivos na mitigação

das emissões de óxidos de nitrogênio é a injeção de vapor na câmara de combustão da

turbina a gás. Além da redução das emissões desse poluente, há ainda o ganho de

performance no ciclo a gás.

Considerada a relevância da aplicação dos ciclos combinados e a crescente e válida

preocupação com a emissão de óxidos de nitrogênio, é de grande motivação o estudo

da associação de técnicas que permitam obter resultados positivos nessas duas frentes.

Portanto, no contexto desse trabalho, estuda-se a aplicação do método de injeção de

vapor na câmara de combustão de uma turbina a gás quando operando em ciclo

combinado, dando-se destaque especial aos efeitos sobre as emissões de óxidos de

nitrogênio.

1.2. Objetivo

O objetivo do presente trabalho é promover uma análise termodinâmica e avaliar os

parâmetros de performance relevantes à operação dos componentes de um ciclo

combinado, em especial as emissões de óxidos de nitrogênio pela turbina a gás. Essa

análise é realizada em um modelo de ciclo térmico de potência que aplica o método de

injeção de vapor na câmara de combustão da turbina a gás. O vapor injetado na câmara

é extraído da parte de vapor do ciclo combinado e deste modo interfere na performance

global do ciclo.

Para que a contribuição desse trabalho seja efetiva, é requerido que um estudo seja

realizado. Assim, é realizada uma revisão sobre ciclos térmicos de potência, as

emissões de poluentes por turbinas a gás e sobre as técnicas aplicadas na redução

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3

dessas emissões. Durante esse estudo dá-se destaque às emissões de óxidos de

nitrogênio e ao método de injeção de vapor aplicado na intenção de reduzir tais

emissões e as demais consequências sobre a performance do ciclo.

Concluído o estudo, são elaborados modelos termodinâmicos que representem os

fenômenos estudados, obedecendo aos seus requisitos, os quais são implementados

computacionalmente, permitindo que sejam gerados os resultados para análise.

1.3. Organização do Trabalho

O capítulo 2 deste trabalho apresenta uma breve revisão sobre as configurações

clássicas dos ciclos Rankine e Brayton. Trata-se também nesse capítulo sobre a

associação destes em um ciclo combinado, ressaltando os benefícios trazidos por tal

arranjo, bem com a crescente utilização desse ciclo em centrais de geração termelétrica.

No capítulo 3 é tratada a emissão de poluentes por turbinas a gás, componente

essencial para o ciclo combinado a ser analisado. Dentre os poluentes avaliados

destacam-se os óxidos de nitrogênio que são o enfoque deste trabalho. São analisados

os mecanismos de formação de NOx e apresentadas as modelagens empregadas para

a análise das emissões desses poluentes, dando-se atenção especial às correlações

com base empírica e semi-empírica.

O capitulo 4 apresenta uma revisão das técnicas empregadas em ciclos operando

com turbina a gás para a redução de emissões, principalmente no que se refere às

emissões de óxidos de nitrogênio. As técnicas são divididas entre aquelas aplicadas

antes e após o processo de combustão.

Das técnicas avaliadas no capítulo 4, destaca-se a técnica de injeção de vapor, que

faz parte do conjunto de técnicas de injeção de água e vapor. Essa técnica é a

empregada na modelagem do ciclo combinado a ser analisado no presente trabalho e

a ela dedica-se o capítulo 5. Nesse capítulo é desenvolvida a aplicabilidade da técnica,

bem como são apresentadas as consequências de sua aplicação, tanto benéficas

quanto maléficas.

No capítulo 6 é representado o ciclo térmico que será avaliado nesse trabalho. Após

a apresentação do ciclo, são tratados os modelos físico-matemáticos de cada

equipamento componente e de cada processo que ocorre ao longo do ciclo, discutindo

as considerações que cabem a cada ponto do ciclo.

O capítulo 7 traz análises e discussões acerca dos resultados. De início cada

componente modelado é avaliado, dando-se destaque especial ao modelo de

combustão. A seguir, são apresentados e discutidos os resultados obtidos nas

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simulações, avaliando os efeitos da injeção de vapor sobre a performance do ciclo

combinado e as emissões de NOx pela turbina a gás.

O capítulo 8 apresenta a conclusão de toda a revisão apresentada ao longo do

trabalho e dos resultados obtidos nas simulações e análises realizadas. Nesse capitulo,

são também levantadas as contribuições do presente trabalho e propostas evoluções e

sofisticações às análises aqui conduzidas.

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2. CICLOS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

O número de plantas de geração térmica de potência aumentou consideravelmente

em todo o mundo (ALOBAID, POSTLER, et al., 2008), sendo uma das fontes mais

comuns de geração de potência e que tem como função primordial a geração de

eletricidade (GANJEHKAVIRI, JAAFAR, et al., 2014).

A grande maioria das máquinas motrizes de geradores elétrica a partir de energia

térmica são as turbinas a vapor e as turbinas a gás (MAZURENKO, SOUZA e LORA,

2013). Geralmente, em centrais termelétricas, as máquinas motrizes mais utilizadas são

as turbinas a vapor, porém, ultimamente as turbinas a gás são usadas com bastante

frequência, tanto de forma isolada quanto combinada com ciclos a vapor

(MAZURENKO, SOUZA e LORA, 2013).

As turbinas a vapor e a gás são bastante semelhantes quanto aos processos físicos

envolvidos, às soluções técnicas empregadas e aos métodos de cálculo utilizados

(MAZURENKO, SOUZA e LORA, 2013). A grande diferença é o fluido de trabalho de

cada uma delas. No caso das turbinas a vapor, o fluido de trabalho é o vapor d’água

gerado, por exemplo, em caldeiras com queima de carvão natural ou biomassa, ou em

centrais nucleares. Já as turbinas a gás, são caracterizadas por terem como fluido de

trabalho os gases de exaustão do processo de combustão.

Apesar de suas semelhanças, são notáveis as diferenças entre as turbinas a vapor

e a gás. Essas diferenças se estendem aos ciclos térmicos nos quais essas máquinas

são inseridas como geradoras de potência, sendo o ciclo característico de aplicação das

turbinas a vapor conhecido como Rankine e o de turbinas a gás, Brayton.

2.1. Ciclo Rankine

O ciclo Rankine básico é um modelo de planta de potência simples a vapor

(BORGNAKKE e SONNTAG, 2013). A Figura 1 apresenta um esquema representativo

da configuração do ciclo.

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Figura 1 - Esquema representativo do ciclo Rankine.

O ciclo Rankine é composto por uma caldeira, uma turbina a vapor, um condensador

e uma bomba. Na caldeira acontece um processo de transferência de calor a pressão

constante, em que a água no estado de líquido saturado ou comprimido é transformada

em vapor saturado ou superaquecido. O vapor produzido pela caldeira é direcionado

para a turbina a vapor, na qual irá passar por um processo de expansão. No

condensador o vapor passa por um processo de transferência de calor a pressão

constante, cedendo calor até atingir o estado de líquido saturado. A água no estado de

líquido saturado é bombeada de volta à caldeira e, assim, o ciclo é reiniciado. Esse ciclo,

no melhor dos casos, alcança um rendimento em centrais termelétricas de 45%

(MAZURENKO, SOUZA e LORA, 2013).

2.2. Ciclo Brayton

O ciclo Brayton, diferentemente do ciclo Rankine, não apresenta mudança de fase

do fluido de trabalho, permanecendo este no estado gasoso durante todo o ciclo

(BORGNAKKE e SONNTAG, 2013). O ciclo padrão a ar Brayton é o ciclo ideal para a

turbina a gás simples que pode operar em duas formas – ciclo aberto e ciclo fechado

(BORGNAKKE e SONNTAG, 2013). A Figura 2 representa um esquema para a turbina

a gás operando em um ciclo Brayton aberto.

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Figura 2 - Esquema representativo do ciclo Brayton aberto.

No ciclo Brayton aberto, o ar é admitido pelo compressor onde tem sua pressão

elevada. O ar comprimido entra na câmara, onde é misturado com um combustível e

ocorre um processo de combustão que concede energia ao gás. Os gases de exaustão

do processo de combustão são encaminhados para a turbina e nela sofrem um processo

de expansão. Esse processo de expansão é responsável por gerar, na turbina a gás,

potência.

Enquanto o ciclo Brayton aberto apresenta um processo de combustão interna,

o ciclo fechado, Figura 3,apresenta dois processos de transferência de calor com meios

externos (BORGNAKKE e SONNTAG, 2013).

Figura 3 - Esquema representativo do ciclo Brayton fechado.

Os processos de expansão na turbina a gás e compressão no compressor são

no ciclo fechado os mesmos que no aberto. A câmara de combustão dá lugar no ciclo

fechado a um trocador de calor (Quente) no qual calor será cedido ao gás em um

processo de transferência de calor a pressão constante. Esse calor é cedido após o

fluido de trabalho passar pelo compressor e antes de adentrar a turbina a gás. Após

passar pela turbina a gás, o fluido de trabalho passa por um outro trocado de calor (Frio),

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no qual, por meio de um processo de transferência de calor a pressão constante, calor

é retirado do gás, resfriando-o até as condições de entrada no compressor.

2.3. Ciclo Combinado

Com o esgotamento dos combustíveis fosseis junto às restrições às emissões de

gases responsáveis pelo efeito estufa, há uma condução para o reaproveitamento do

calor desperdiçado por plantas de geração, no intuito de aumentar a eficiência global

dos processos (CARCASCI, COSI, et al., 2017). Plantas de geração de energia por ciclo

combinado parecem ser a alternativa mais importante para a produção de eletricidade

usando combustíveis fósseis (KILANI, KHIR e BRAHIM, 2017).

Mais da metade da demanda de energia elétrica do mundo é atendida por usinas de

geração termelétrica convencional, cuja eficiência é significativamente menor que as de

ciclo combinado (TICA, GUÉGUEN, et al., 2012). Nesse contexto, a aplicabilidade de

plantas de ciclo combinado ganha destaque.

As configurações do ciclo combinado podem ser diversas (SHIN, JEON, et al., 2002),

porém sua composição é essencialmente a associação entre turbina a gás, caldeira de

recuperação de calor e turbina a vapor. Ou seja, um ciclo combinado consiste

basicamente da operação conjunta entre um ciclo a gás aberto (Brayton) e um ciclo a

vapor (Rankine).

Uma representação esquemática de um ciclo combinado é apresentada na Figura

4. A grande vantagem desse ciclo é a utilização efetiva da energia ao recuperar o calor

rejeitado pela turbina a gás (KIM, PARK e RO, 2001) através da caldeira de recuperação

de calor e utilizar o vapor gerado como fluido de trabalho da turbina a vapor.

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Figura 4 - Esquema representativo do ciclo combinado Brayton/Rankine.

Os benefícios proporcionados por esse ciclo incluem a alta eficiência na utilização

das fontes de energia, as baixas emissões de poluentes, o curto prazo de construção,

o baixo custo de investimento inicial, baixo custo de operação e manutenção e a

flexibilidade na seleção de combustíveis (SHIN, JEON, et al., 2002). Associando a

relativa alta eficiência e o baixo custo, o uso de plantas de ciclo combinado de turbinas

a gás e vapor é cada vez mais difundido (KIM, PARK e RO, 2001).

Nas últimas quatro décadas, muitos esforços foram feitos em diferentes

componentes do ciclo combinado para aumentar seu desempenho (AL-DOORI, 2011).

Umas das aplicações mais comuns é a dos ciclos combinados de gás e vapor que são

compostos de um ciclo de turbina a gás (Ciclo Brayton) e um ciclo de turbina a vapor

(Ciclo Rankine) acoplados através de uma caldeira de recuperação de calor (HRSG)

(TIWARI, ISLAM, et al., 2010) apud (AL-DOORI, 2011).

Atualmente, um ciclo combinado de grande porte pode alcançar eficiências entre 50

e 60% (KAUSHIKA, REDDYA e TYAGI, 2011) apud (AL-DOORI, 2011). Essas

eficiências são alcançadas com a alta temperatura de entrada do gás na turbina (TIT),

na faixa de 1500-1800 K, que leva ao aumento da temperatura de exaustão da turbina

a gás (AL-DOORI, 2011). Como resultado, uma maior quantidade de vapor é gerada na

caldeira de recuperação de vapor (YADAV, 2003) (DEEHARNPS, 1998) apud (AL-

DOORI, 2011).

É reconhecido que existem formas de aumentar a eficiência dos ciclos combinados

de geração de energia através da melhora do desempenho dos ciclos de turbinas a gás

e a vapor (AL-DOORI, 2011). Sendo o método de injeção de vapor uma das técnicas de

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aumento de potência gerada pelas turbinas a gás, é interessante o estudo da aplicação

dessa técnica em ciclos combinados. O vapor pode ser injetado no ciclo em diversas

posições, como antes do combustor através de bocais de combustíveis pré-misturado

com o gás natural, após a turbina de baixa pressão e depois da turbina de potência

(POULLIKKAS, 2005) apud (AL-DOORI, 2011).

Apesar do ganho de desempenho proporcionado pela técnica, ela também se

destaca pela redução que promove na emissão de óxidos de nitrogênio. Os benefícios

proporcionados pela aplicação dos ciclos combinados de turbinas a gás e a vapor não

exclui os efeitos negativos como a emissão dos poluentes. A conciliação da técnica de

injeção de vapor e do ciclo combinado de potência é, portanto, relevante e é de interesse

o estudo dos efeitos da aplicação conjunta dessas teorias nas emissões de óxidos de

nitrogênio, bem como avaliar as consequências sobre o desempenho geral do ciclo

combinado.

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3. EMISSÕES DE POLUENTES POR TURBINAS A GÁS

A emissão de poluentes pelo processo de combustão tornou-se uma das maiores

preocupações do grande público devido aos impactos causados à saúde humana e ao

ambiente (HONEGGER, 2007) (ROKKE, HUSTAD e BERG, 1993). Nos últimos anos,

diversas regulamentações quanto as emissões foram elaboradas por diversos países e

alguns tratados foram assinados (LEFEBVRE, 1998) (SCHORR e CHALFIN, 1999)

(HONEGGER, 2007) (SANTOS, SOUZA e MACÊDO) (FICHET, KANNICHE, et al.,

2010). Associando essas limitações legais à preocupação ambiental e humana, reduzir

as emissões se tornou de grande importância. Tornam-se relevantes estudos do tema

que propiciem o melhor entendimento de como ocorrem as formações de poluentes e

com isso possam elaborar modelos de emissão e ferramentas que as permitam reduzir,

impactando minimamente a performance das máquinas de combustão.

A combustão em turbinas a gás é um processo no qual os principais produtos de

exaustão são dióxido de carbono, vapor d’água, oxigênio atmosférico em excesso e

nitrogênio (HONEGGER, 2007). Além desses produtos, outros podem ser formados

como CO, SO2, NO, NO2 e hidrocarbonetos não queimados. (ROKKE, HUSTAD e

BERG, 1993).

Dióxido de carbono e vapor d’água são produtos da combustão completa dos

hidrocarbonetos e, por isso, nem sempre são considerados como poluentes

(KAYADELEN e UST, 2014). Entretanto, suas contribuições para as alterações

climáticas são reconhecidas, pois são gases potencializadores do efeito estufa

(QUARESMA, 2010). Dentre os produtos da combustão em turbina a gás, são

considerados potenciais poluentes os óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono,

hidrocarbonetos não queimados, óxidos de enxofre (formados apenas na queima de

combustíveis que contém enxofre em sua composição) e particulados (SCHORR e

CHALFIN, 1999). Os óxidos de nitrogênio são considerados os principais poluentes

devido as quantidades emitidas e aos efeitos ambientas e à saúde humana.

O presente trabalho tem entre os seus objetivos a análise das emissões de óxidos

de nitrogênio e a aplicação do método de injeção de vapor na redução destas. Portanto,

na subseção a seguir, é dado destaque à formação dos óxidos de nitrogênio e sua

emissão por turbinas a gás.

3.1. Óxidos de Nitrogênio

Os óxidos de nitrogênio, NOx, são assim chamados por serem um agrupamento de

dois compostos, o óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2). A maior parte do

óxido nítrico formado nas reações combustão se oxida formando o dióxido de nitrogênio

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e, por isso, convém que se agregue estes dois compostos em um termo único

(LEFEBVRE, 1998).

Os óxidos de nitrogênio são os óxidos mais abundantes em áreas urbanas

(COELHO, 2014) e dentre os efeitos que causam à saúde humana, está uma variedade

de problemas respiratórios, dermatológicos e oftalmológicos (TEIXEIRA, CALDEIRA e

COLAÇO, 2013). Quanto aos efeitos ambientais provocados pelo NOx destaca-se a

chuva ácida e o smog (ROKKE, HUSTAD e BERG, 1993). Além disso, por serem

extremamente reativos, os óxidos de nitrogênio podem passar por outros processos

gerando uma maior quantidade de NO2 que, por sua vez, podem reagir com oxigênio e

hidrocarbonetos formando ozônio (O3) (COELHO, 2014), que fora da camada de ozônio

é considerado um poluente.

Nos combustores de turbinas a gás, os principais fatores que influenciam a produção

de óxidos de nitrogênio são a razão ar-combustível, a pressão de combustão, a

temperatura do ar na câmara de combustão e a duração do processo de combustão.

Dentre esses, considera-se a temperatura de combustão o mais relevante (LIU, SUN,

et al., 2017). A formação de NOx se dá apenas a altas temperaturas e fatores como a

razão ar-combustível e a temperatura do ar na câmara, portanto, tem influência direta

sobre a temperatura da chama na combustão, sendo de grande relevância para a

análise das emissões desses compostos.

No presente trabalho são apresentados os mecanismos de formação de NOx e

correlações retiradas da literatura para prever as emissões desses compostos por

turbinas a gás. Dentre as correlações estudadas, foi escolhida a que melhor se adequa

a proposta do trabalho, a qual foi acoplada ao modelo de ciclo combinado empregado

para a simulação das emissões.

3.1.1. Mecanismos de Formação de NOx

A formação dos óxidos de nitrogênio pode ocorrer tanto na combustão de

combustíveis que contêm nitrogênio em sua composição, como dos que não o contém.

Nesse último caso, o nitrogênio envolvido na reação de formação provém do ar.

Lefebvre (1998) apresenta três mecanismos químicos de formação de NOx que

envolvem o nitrogênio do ar: os mecanismos térmico, imediato e o de dióxido de

nitrogênio. Turns (2013) trata em sua obra desses três mesmos mecanismos e

acrescenta um quarto, o mecanismo NNH. Quanto aos mecanismos de formação de

NOx envolvendo combustíveis que contém nitrogênio em sua composição, Lefebvre

(1998) e Turns (2013) apresentam o mecanismo de óxido nítrico combustível.

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O mecanismo térmico, também conhecido como mecanismo de Zeldovich, é

caracterizado pela oxidação do nitrogênio atmosférico em altas temperaturas que tem

como produto o óxido nítrico. Esse é o principal mecanismo de formação em turbinas a

gás e ocorre na zona de maior temperatura da chama (EPA, 2000) apud (COELHO,

2014). As reações que ocorrem no mecanismo térmico são apresentadas nas equações

(1) e (2).

𝑂 + 𝑁2 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑁 (1)

𝑁 + 𝑂2 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑂 (2)

O mecanismo imediato recebe o nome de mecanismo de Fenimore e está

relacionado à combustão de hidrocarbonetos. O nome imediato é dado devido à rápida

formação de NO na zona de chamas laminares pré-misturadas, antes de haver tempo

suficiente para a formação de NO pelo mecanismo térmico. Este mecanismo é

especialmente importante nas reações de combustão ricas em combustível (TURNS,

2013). De forma resumida, as reações presentes no mecanismo de Fenimore são

apresentadas nas equações (3) a (7).

𝐶𝐻 + 𝑁2 ⇔ 𝐻𝐶𝑁 + 𝑁 (3)

𝐻𝐶𝑁 + 𝑂 ⇔ 𝑁𝐶𝑂 + 𝐻 (4)

𝑁𝐶𝑂 + 𝐻 ⇔ 𝑁𝐻 + 𝐶𝑂 (5)

𝑁𝐻 +𝐻 ⇔ 𝑁 + 𝐻2 (6)

𝑁 + 𝑂𝐻 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝐻 (7)

O mecanismo de dióxido de nitrogênio, ou intermediado por dióxido de nitrogênio,

provém pela formação inicial de NO2 que é posteriormente oxidado e transforma-se em

óxido nítrico. Sua importância é maior nas reações pobres em combustível em baixa

temperatura (TURNS, 2013). A equação (8) descreve a reação de formação do dióxido

de nitrogênio e as equações (9) e (10) descrevem as reações de destruição.

𝑁𝑂 +𝐻𝑂2 ⇔ 𝑁𝑂2 + 𝑂𝐻 (8)

𝑁𝑂2 +𝐻 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑂𝐻 (9)

𝑁𝑂2 + 𝑂 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑂2 (10)

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O mecanismo NNH é um dos descobertos mais recentemente (TURNS, 2013). Sua

formação se dá por meio da reação do nitrogênio atmosférico com o hidrogênio,

formando o composto NNH que reage com um átomo de oxigênio que se quebra em

NO e NH. Esse mecanismo é particularmente importante na combustão de hidrogênio

e hidrocarbonetos (TURNS, 2013). Esse mecanismo é descrito pelas reações

apresentadas nas equações (11) e (12).

𝑁2 + 𝐻 ⇔ 𝑁𝑁𝐻 (11)

𝑁𝑁𝐻 + 𝑂2 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑁𝐻 (12)

O mecanismo de óxido nítrico combustível, diferentemente dos demais citados,

ocorre devido a disponibilidade de nitrogênio no próprio combustível que é rapidamente

convertido em cianeto de hidrogênio, HCN, ou amônia, NH3 (TURNS, 2013). Dessas

reações, dá-se sequência ao mecanismo imediato e, portanto, a formação de NO.

Nota-se dos mecanismos citados que o principal composto formado é o NO. A

formação de NO2 ocorre em processos de combustão, antes da exaustão, pela reação

do óxido nítrico com o radical HO2 formado em regiões de temperatura relativamente

baixa (TURNS, 2013). Em regiões de temperaturas altas, o dióxido de nitrogênio tem

sua formação impedida, pois reações de destruição são ativadas e este se dissocia

formando NO, como pode ser visto nas equações (13) e (14). A formação de NO2 pode

ainda ocorrer após a exaustão, quando óxido nítrico na atmosfera sofre uma reação de

oxidação (TURNS, 2013).

𝑁𝑂2 + 𝐻 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑂𝐻 (13)

𝑁𝑂2 + 𝑂 ⇔ 𝑁𝑂 + 𝑂2 (14)

3.1.2. Modelagem das Emissões de NOx

Dada a importância da análise das emissões dos gases de exaustão, diferentes

modelos de emissão de NOx e outros poluentes foram desenvolvidos nas últimas

décadas (ZILHÃO, 2014). Muitos modelos empíricos e semi-empíricos são usados de

maneira generalizada para correlacionar dados experimentais de emissões de

poluentes com parâmetros relevantes a operação da turbina a gás (LEFEBVRE, 1998).

Os modelos mais simples consideram apenas alguns parâmetros de operação, como a

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temperatura e a pressão de admissão no combustor. Os resultados desses modelos

podem ser melhorados introduzindo-se ao modelo outros parâmetros como as vazões

de ar e combustível, bem como as dimensões do combustor (ZILHÃO, 2014).

Apesar do bom ajuste destes modelos aos resultados experimentais, eles podem

ser limitados para a avaliação de uma grande variedade de efeitos (ZILHÃO, 2014). As

modelagens mais elaboradas de emissões podem requerer a implementação de

métodos de CFD e ainda o estudo da cinética química das reações de formação dos

poluentes. Entretanto, os modelos empíricos servem para reduzir os problemas

complexos associados com as emissões para formas que são mais significativas e

tratáveis (LEFEBVRE, 1998).

A implementação de modelos mais complexos foge ao escopo deste trabalho e para

a análise a ser realizada, a implementação dos modelos empíricos e semi-empíricos é

suficiente. Alguns modelos de previsão de emissão NOx formulados por meio de

correlações são apresentados a seguir.

3.1.2.1. Correlações para Emissão de NOx

A seguir são apresentadas algumas correlações elaboradas para a emissão de

poluentes.

3.1.2.1.1. Lefebvre (1998)

Lefebvre propôs uma correlação baseada em parâmetros que caracterizam o

processo de combustão decorrente. Os valores das constantes e dos expoentes nesta

equação foram obtidos por meio da análise de dados experimentais de emissões de

óxidos de nitrogênio por diferentes combustores de motores aeronáuticos (LEFEBVRE,

1998). A correlação proposta por Lefebvre é apresentada na equação (13) e as

emissões de NOx são expressas em g/kg de combustível,

𝑁𝑂𝑥 =9. 10−8. 𝑃1,25 . 𝑉𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 . 𝑒

(0,01.𝑇𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞)

�̇�𝐴𝑟 . 𝑇𝑝𝑧 (13)

onde 𝑃[kPa] é a pressão na câmara de combustão, 𝑉𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜[m³] é o volume em que

ocorre a combustão, 𝑇𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞[K] é a temperatura estequiométrica de chama, �̇�𝐴𝑟 [kg/s] é a

vazão de ar pelo combustor e 𝑇𝑝𝑧[K] é a temperatura média na zona primária.

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Essa correlação considera o fato que a formação de óxidos de nitrogênio na

combustão de misturas homogêneas de ar e combustível não é determinada pela

temperatura média de combustão, mas sim pela temperatura estequiométrica.

3.1.2.1.2. Odgers e Kretschmer (1985)

Odgers e Kretschemer propuseram duas correlações diferentes para emissões de

óxidos de nitrogênio: uma puramente empírica e outra com bases teóricas. Essas

correlações foram elaboradas após avaliarem correlações prévias e levantarem

algumas limitações por essas dependerem exclusivamente de parâmetros de entrada

da turbina. Os modelos avaliados não consideram os efeitos do uso de diferentes

combustíveis líquidos ou de gases de baixo poder calorífico, especialmente se o

combustível contiver gases inertes. Os efeitos provocados pela injeção de água também

são desprezados, a não ser pelos efeitos provocados na diminuição da temperatura de

admissão (ODGERS e KRETSCHEMER, 1985).

Além desses fatores, Odgers e Kretschemer ainda identificaramm que os expoentes

da pressão e da temperatura de admissão são muito variados entre cada correlação,

possivelmente devido a características particulares dos combustores dos quais os

dados utilizados foram aferidos.

Consideradas tais diferenças, com base em um trabalho prévio (KRETSCHER e

ODGERS, 1973) e buscando um modelo mais geral, Odgers e Kretschemer chegaram

a uma nova correlação empírica, (14).

𝑁𝑂𝑥 = 29. 𝑒−21670/𝑇 . 𝑃0,66. (1 − 𝑒−250.𝜏) (14)

onde 𝑃[Pa] é a pressão a entrada do combustor, 𝑇[K] é a temperatura da combustão e

𝜏[𝑠] é o tempo de formação de NOx.

Segundo Odgers e Kretschemer, bons resultados podem ser alcançados pela

correlação desde que o tempo de formação de NOx possa ser determinado com base

em dados de operação da turbina real. Caso não seja possível, ainda propuseram que

para combustores aeronáuticos se utilize o período de 1,0 ou 0,8 ms e que para

combustores industriais seja utilizado o intervalo entre 1,5 e 2,0 ms (LEFEBVRE, 1998).

A nova correlação proposta por Odgers e Kretschemer considera alguns fatores: (i)

A temperatura é predominante na formação de NOx: (ii) A água líquida ou o vapor é tem

influência apenas na redução na temperatura; (iii) Para a difusão das chamas a

temperatura relevante é aquela correspondente à de equilíbrio máximo possível

correspondente às condições de entrada e (iv) Para gases pré-misturados a temperatura

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relevante é a temperatura de dissociação de chama correspondente à razão de

equivalência e às condições de entrada (ODGERS e KRETSCHEMER, 1985).

A correlação com base teórica considera a teoria simplificada de taxa de reação

buscando assim agregar ao modelo a influência do fator temporal. A correlação teórica

tem suas constantes e expoentes calibrados a partir de dados experimentais e a

avalição primária dessa correlação chegou à conclusão de que os resultados obtidos

são ainda mais satisfatórios que os da correlação puramente empírica desenvolvida

(ODGERS e KRETSCHEMER, 1985). A correlação teórica proposta é apresentada na

equação (15).

𝑁𝑂𝑥 = 𝑒10,5 −

17752𝑇 . 𝑡𝑎𝑛ℎ (9,081. 10−14. 𝑃3

0,8687. 𝑇33,96. 𝜙−0,7038. 𝜏) (15)

onde 𝑃[Pa] é a pressão a entrada do combustor, 𝑇[K] é a temperatura da chama, 𝑇3[K]

é a temperatura de entrada na entrada do combustor, 𝜙 é a razão de equivalência e 𝜏[s]

é o intervalo de tempo em que ocorre a combustão.

Ambas as correlações propostas por Odgers e Kretschemer expressam as

emissões de óxidos de nitrogênio em g/kg de combustível.

3.1.2.1.3. Rokke et al. (1993)

Ao elaborar sua correlação, Rokke et al. avaliaram que uma correlação deve se

basear nos parâmetros específicos da máquina avaliada, pois fatores externos à

operação são comumente mais difíceis de mensurar (ROKKE, HUSTAD e BERG, 1993).

Assim, a correlação proposta por Rokke et al. calcula a emissão de NOx em ppmv,

utilizando como variáveis a pressão em que ocorre a combustão, a vazão de ar pela

câmara e a razão mássica combustível-ar, conforme a equação (16),

𝑁𝑂𝑥 = 18,1. 𝑃1,42. �̇�𝐴𝑟

0,3. (F/A)0,72 (16)

onde 𝑃[atm] é a pressão a entrada do combustor, �̇�𝐴𝑟[kg/s] é a vazão de ar pelo

combustor e (F/A) é a razão mássica combustível/ar.

Rokke afirma que essa equação aparece como uma medida correlativa muito

satisfatória para a emissão de NOx para cinco diferentes máquinas industriais que

queimam gás natural em uma faixa de potência de 1,5 a 34,0 MW (LEFEBVRE, 1998).

3.1.2.1.4. Rizk e Mongia (1994)

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Rizk e Mongia propuseram um modelo no qual os efeitos de evaporação do

combustível são considerados. A consideração desse fenômeno é feita pela introdução

de um termo referente ao tempo de evaporação, como pode ser visto na equação (17),

que expressa as emissões de NOx em g/kg de combustível.

𝑁𝑂𝑥 = 1,5. 1015(𝜏 − 0,5. 𝜏𝑒𝑣𝑎𝑝)

0,5. 𝑒(−71100𝑇𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞

). 𝑃3−0,5. (

∆𝑃3𝑃3)−0,5 (17)

onde 𝜏[s] é o tempo de residência na zona de combustão, 𝜏𝑒𝑣𝑎𝑝[s] é o tempo de

evaporação do combustível, 𝑇𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞[K] é a temperatura estequiométrica da chama,

𝑃3[kPa] é a pressão na câmara de combustão e ∆𝑃3

𝑃3 é o termo que representa a perda

de carga adimensional sofrida pelo fluxo de gás ao passar pela câmara de combustão.

De acordo com esse modelo, devido ao termo 𝜏𝑒𝑣𝑎𝑝, a redução no tamanho médio

da gota deve aumentar as emissões de óxidos de nitrogênio por reduzir o tempo

necessário para a evaporação do combustível (LEFEBVRE, 1998). Entretanto, como

observado por Rink e Lefebvre (1989) apud (LEFEBVRE, 1998), uma redução das

emissões de NOx pode ocorrer com a redução do tamanho médio das gotas de

combustível se a combustão ocorrer nos casos em que o tempo de evaporação seja

negligenciável diante o tempo total de residência no combustor.

3.1.2.1.5. Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica (Committe on Aeronautical Technologies) (1992)

O Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica elaborou uma correlação para

emissões de óxidos de nitrogênio com base no que chamaram de fator de severidade

(ZILHÃO, 2014). O fator de severidade pode ser calculado pela equação (18),

𝑆𝑁𝑂𝑥 = (𝑃42965

)0,4. 𝑒(𝑇4−826194 +

6,29−100.𝜔53,2 )

(18)

onde 𝑆𝑁𝑂𝑥[g/kgcombustível] é o fator de severidade das emissões de NOx, 𝑃4[kPa] é a

pressão na entrada da câmara de combustão, 𝑇4[K] é a temperatura na entrada da

câmara de combustão e 𝜔 é umidade específica do ar.

A equação, além de considerar os efeitos da temperatura e da pressão na entrada

do combustor, ainda considera os valores de umidade do ar por meio do termo 𝜔, que

representa a razão mássica entre água e ar. Considerando a Lei de Dalton para

pressões parciais, Pires (2017) desenvolveu esse termo e chegou à relação entre as

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pressões parciais de vapor d’água e ar. A relação obtida por Pires (2017), com base nas

propriedades dos gases ideias, é apresentada na equação (19),

𝜔 =𝑝𝑣 . 𝑅𝑣𝑝𝑎𝑟. 𝑅𝑎𝑟

(19)

onde 𝑝𝑣[kPa] é a pressão parcial do vapor d’água, 𝑅𝑣 [J/kg.K] é a constante de gases

ideais para o vapor d’água quando este é aproximado pelo modelo de gases perfeitos,

𝑝𝑎𝑟[kPa] é a pressão parcial do ar e 𝑅𝑎𝑟[J/kg.K] é a constante dos gases perfeitos para

o ar.

Ao fator de severidade foi acrescentado um multiplicador para então se obter o valor

da emissão de NOx em g/kg de combustível. Dois fatores são apresentados por Zilhão

(2014): um para câmaras de combustão convencionais, dada pela equação (20); e outro

para câmaras de anular duplo, dada pela equação (21) (PIRES, 2017).

𝑁𝑂𝑥 = 32. 𝑆𝑁𝑂𝑥 (20)

𝑁𝑂𝑥 = 24. 𝑆𝑁𝑂𝑥 (21)

3.1.2.1.6. Bakken e Skogly (1995)

Bakken e Skogly propuseram um modelo no intuito de avaliar as emissões de NOx

diante da degradação do desempenho das turbinas, voltado para as emissões no

ambiente off-shore (PIRES, 2017). A correlação de Bakken e Skogly, apresentada na

equação (22) em ppmv, considera a pressão na descarga do compressor, razão de

combustível e ar e a temperatura de descarga da câmara de combustão.

𝑁𝑂𝑥 = 62. 𝑃30,5. (F/A)1,4. 𝑒

(− 635𝑇4) (22)

onde 𝑃3 [Pa] é a pressão na entrada da câmara de combustão, 𝑞 é a razão mássica

combustível/ar e 𝑇4[oC] é a temperatura de saída da câmara de combustão.

Pires (2017) ainda complementa que Bakken e Skogly obtiveram um desvio entre

os valores calculados pelo modelo e os valores reais medidos de 2%, indicando que o

modelo apresenta bons resultados para os casos analisados.

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20

3.1.2.1.7. Becker e Perkavec (1994)

Becker e Perkavec fizeram a análise de uma série de correlações em seu trabalho,

entre elas a de Odgers e Kretschemer (1985). Dessa análise, atestaram que as

correlações se baseiam principalmente em algumas grandezas – as condições

ambientais, temperatura e pressão na entrada do combustor, a composição do

combustível, a carga da turbina a gás e os métodos de redução de emissão, como

injeção de água e vapor e combustão pré misturada (BECKER e PERKAVEC, 1994).

As correlações estudadas por Becker e Perkavec apresentam bons resultados para

as turbinas a gás das quais as correlações foram desenvolvidas e as constantes das

equações definidas, e quando a operação da turbina não se distancia daquela para qual

a correlação foi calibrada. Dessa forma, para o cálculo das emissões por turbinas a gás

diferentes e operando em condições e com combustíveis diferentes daquelas para as

quais as correlações foram desenvolvidas, torna-se necessária uma revisão na

correlação e nas constantes (BECKER e PERKAVEC, 1994).

A partir de suas conclusões, Becker e Perkavec elaboraram uma correlação que

embarca os fenômenos e grandezas influenciadores das emissões e que são

observados nas demais correlações. A base da correlação apresentada na equação

(23), é que a temperatura de chama é o principal fator de influência das emissões de

NOx. A temperatura considerada na correlação é a adiabática de chama que, apesar de

ser maior que a temperatura real dos produtos de combustão, é uma boa aproximação

(BECKER e PERKAVEC, 1994). O valor das emissões é obtido em mg/Nm³ de ar seco,

𝑁𝑂𝑥 = 𝑠𝑁𝑂𝑥 . 𝑒(𝑇𝑎𝑑𝑏.−2208247,7 )

.�̇�𝑓𝑢𝑒𝑙

�̇�𝑒𝑥ℎ𝑎𝑢𝑠𝑡,𝑑𝑟𝑦 (23)

onde 𝑇𝑎𝑑𝑏[oC] é a temperatura adiabática de chama, �̇�𝑓𝑢𝑒𝑙[kg/s] é a vazão mássica de

combustível e �̇�𝑒𝑥ℎ𝑎𝑢𝑠𝑡,𝑑𝑟𝑦[Nm³/s] é a vazão volumétrica seca de exaustão.

O termo 𝑠𝑁𝑂𝑥 é o índice de emissão de 𝑁𝑂𝑥 determinado a uma temperatura

adiabática de chama de referência de 2208,0 °C, correspondente a uma turbina em

particular que tenha gás natural como combustível (BECKER e PERKAVEC, 1994).

Para as turbinas avaliadas, os valores obtidos para 𝑠𝑁𝑂𝑥 são muito próximos devido às

semelhanças construtivas. Becker e Perkavec apresentam alguns valores deste

coeficiente para diferentes modelos de turbina da General Electric operando em plena

carga.

Outros efeitos foram incluídos progressivamente por Becker e Perkavec, como o da

pressão de combustão – cuja mudança afeta a temperatura de chama -, o do tempo de

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21

residência da combustão na câmara, o das características geométricas do combustor -

que afeta a distribuição de temperatura ao longo do combustor – e o da injeção de vapor

na câmara. Considerados tais fatores obtém-se a correlação final, (24),

𝑁𝑂𝑥 = 𝑠𝑁𝑂𝑥∗. 𝑒(

𝑇𝑎𝑑𝑏..(1+

𝑝0,8−𝑝𝐼𝑆𝑂0,8

100 )−2208

247,7

)

.�̇�𝑓𝑢𝑒𝑙

�̇�𝑒𝑥ℎ𝑎𝑢𝑠𝑡,𝑑𝑟𝑦. 𝑓𝑡𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑒 . 𝑓𝑇𝐿

(24)

onde 𝑝 é a pressão na câmara de combustão e 𝑝𝐼𝑆𝑂 é a pressão na câmara de

combustão nas condições ISO. As condições ambiente ISO são temperatura ambiente

de 15 oC, umidade relativa de 60% e pressão ambiente de 1,013 bar.

A pressão da combustão aparece diretamente na equação (24), enquanto o tempo

de residência e a característica geométrica são introduzidos por meio dos fatores

𝑓𝑡𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑒 e 𝑓𝑇𝐿, apresentados nas equações (25) e (26), respectivamente.

𝑓𝑡𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑒 =𝑚𝑝𝑧,𝐼𝑆𝑂. 𝑝𝑝𝑧. 𝑇𝑅,𝐼𝑆𝑂

𝑚𝑝𝑧 . 𝑝𝑅,𝑖𝑠𝑜 . 𝑇𝑝𝑧 (25)

𝑓𝑇𝐿 =(𝑇𝑎𝑑𝑏 − 𝑇𝐹𝑖𝑟.,𝐼𝑆𝑂,0)

(𝑇𝑎𝑑𝑏 − 𝑇𝐹𝑖𝑟.,𝑝𝑙) (26)

onde 𝑝, 𝑇 e 𝑚 são respectivamente a pressão, temperatura e vazão de gases pela

câmara de combustão. O subscrito 𝑝𝑧 se refere à zona primária de chama na câmara

de combustão, 𝑎𝑑𝑏 à temperatura adiabática de chama, 𝐹𝑖𝑟. à temperatura de queima,

𝐼𝑆𝑂 às condições ISO e 𝑝𝑙 ao carregamento parcial.

Apesar da queda de temperatura gerada pela injeção do vapor já estar incluída no

cálculo da temperatura adiabática de chama, faz-se necessário o acréscimo de um fator

de correção. Esse fator é introduzido como um ajuste ao valor de 𝑠𝑁𝑂𝑥, conforme

apresentado na equação (27). Nessa equação, a razão �̇�𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟

�̇�𝐹𝑢𝑒𝑙 representa a razão entre

as vazões mássicas de vapor injetado, �̇�𝑆, e combustível, �̇�𝐹.

𝑠𝑁𝑂𝑥∗ = 𝑠𝑁𝑂𝑥 . (1 − 0,3571.

�̇�𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟

�̇�𝐹𝑢𝑒𝑙) (27)

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22

Nota-se, ao fim do equacionamento, que o objetivo de Becker e Perkovec foi

alcançado, sendo o índice de emissão o único coeficiente a ser determinado na

correlação.

A correlação apresenta bons resultados mesmo para outras turbinas a gás similares

às avaliadas e para condições de operações diferentes (BECKER e PERKAVEC, 1994).

Para a aplicação em turbinas com características diferentes das avaliadas, os

coeficientes precisariam ser reavaliados, porém ainda assim a correlação é bastante

útil.

3.2. Correlação Considerada

A correlação elaborada por Becker e Perkavec foi selecionada para ser

implementada, acoplada ao modelo de ciclo combinado para o cálculo das emissões de

óxidos de nitrogênio pela turbina a gás. Esta correlação é interessante por englobar os

efeitos do vapor injetado diretamente, através do fator de correção 𝑠𝑁𝑂𝑥∗, e por seu

reflexo sobre a temperatura adiabática de chama. Os resultados apresentados na

referência foram obtidos em operações com combustíveis passíveis de serem simulados

no presente trabalho e em ciclos de configuração compatíveis com a aqui considerada.

A formulação da correlação escolhida é aquela apesentada primeiramente por

Becker e Perkavec na equação (23). Os fatores de correção para a pressão de

combustão, tempo de residência e características geométricas, incrementados

progressivamente até obter-se a equação (24), são desconsiderados por limitações das

análises aqui conduzidas. Tais valores são características específicas de uma

determinada turbina e não são conhecidos neste caso. Para a análise conduzida, a

omissão de tais termos não é prejudicial, pois a equação continua a englobar o principal

efeito avaliado que é o da injeção de vapor sobre as emissões. Além disso, as análises

neste trabalho são, principalmente, de caráter qualitativo, visto que não há dados de

referência para a análise conduzida.

Portanto, o único fator de correção que permanece na correlação final é 𝑠𝑁𝑂𝑥∗. O

valor do índice de emissão, 𝑠𝑁𝑂𝑥, pode ser obtido no trabalho de Becker e Perkavec

para alguns modelos de turbina a gás da General Electric, como já citado. Escolhe-se

para este trabalho o valor de 11.850 mgNOx/kg de combustível. Esse valor é o médio

obtido para a operação da turbina a gás modelo G3142, operado em carga plena com

gás natural (BECKER e PERKAVEC, 1994). Essa turbina tem o regime de operação

apresentado na Tabela 1, onde tais valores são apenas apresentados como referência

para os dados obtidos.

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23

Tabela 1 - Regime de operação da turbina a gás modelo G3142 em condições

ISO.

Modelo Temperatura

de Entrada [K]

Temperatura

de Queima [K]

Razão de

pressão [-]

Vazão

de Ar

[kg/s]

Saída do

Gerador

[MW]

G3142 543 1216 7,1 52,2 10,5

Para que os resultados sejam obtidos em mg de NOx por kg de combustível, é

necessário omitir o último termo da equação (23). Dadas essa e demais considerações

realizadas, a equação final para a correlação que será utilizada nesse trabalho é

apresentada na equação (28). Os significados das variáveis já apresentadas são

preservados.

𝑁𝑂𝑥 = 11850. (1 − 0,3571.�̇�𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟

�̇�𝐹𝑢𝑒𝑙) . 𝑒

(𝑇𝑎𝑑𝑏.−2208247,7 )

(28)

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24

4. REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES EM TURBINAS A GÁS

Simultaneamente ao aumento da preocupação ambiental associada com as

emissões contínuas dos poluentes na atmosfera, também aumentou a necessidade

para desenvolver novas técnicas que permitam reduções significativas dessas emissões

(ZILHÃO, 2014).

Monóxido de carbono e hidrocarbonetos não queimados são resultados da

combustão incompleta e a redução de suas emissões é comumente baseada na filosofia

do aumento da eficiência da combustão (LEFEBVRE, 1998). Já a redução da emissão

de particulados é baseada na prevenção da formação de regiões ricas em combustível

na chama (LEFEBVRE, 1998).

O principal fator de influência na formação dos óxidos de nitrogênio, como já citado,

é a temperatura em que ocorre a combustão e, portanto, a maior parte das técnicas

desenvolvidas para a redução das emissões desses compostos é voltada para a

redução dessa temperatura. Essas técnicas de controle das emissões de NOx podem

ser divididas em duas categorias: alterações no processo de combustão e métodos pós

combustão (QUARESMA, 2010).

4.1. Técnicas de Alteração no Processo de Combustão

As técnicas de alteração no processo de combustão atuam como soluções

preventivas, controlando os fenômenos físico-químicos que estão na origem da

formação de NO (COELHO e COSTA, 2007) apud (QUARESMA, 2010). As alterações

no processo de combustão visam essencialmente o controle de temperatura e/ou da

concentração de oxigênio disponível na zona de chama para minimizar a formação de

NO pelo mecanismo térmico (QUARESMA, 2010).

Destacam-se os métodos de recirculação dos produtos de combustão, estagiamento

do ar de combustão, estagiamento de combustível, pré-misturas pobres e injeção de

água ou vapor.

O método de recirculação dos produtos de combustão tem como princípio a redução

da temperatura pela recirculação dos produtos de combustão resfriados de volta para a

zona primária (LEFEBVRE, 1998). A recirculação dos produtos, além de permitir baixar

a temperatura de combustão, diminui a disponibilidade de oxigênio na zona de reação

(QUARESMA, 2010). Esse método é bastante útil para a inibição da produção de NOx

pelo mecanismo térmico, porém não é eficaz para a limitação de outros mecanismos. A

principal vantagem desse método é que esse requer pouco ou nenhum desenvolvimento

de combustores, de modo que os combustores padrão podem ser usados (LEFEBVRE,

1998).

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25

O método de estagiamento do ar de combustão é um processo no qual o ar de

combustão é inserido na câmara em dois estágios (QUARESMA, 2010). Da forma que

é feita a distribuição da combustão de dois estágios, na primeira região ocorre uma

combustão rica com menor disponibilidade de oxigênio e a uma temperatura mais baixa

do que em estágio único (QUARESMA, 2010). No segundo estágio, a combustão é

complementada em uma mistura pobre e, por consequência, a temperaturas mais

baixas (QUARESMA, 2010).

O método de estagiamento do combustível divide o processo de combustão em três

zonas. Na primeira zona parte do combustível é queimado em uma mistura pobre; na

segunda zona é apenas introduzido combustível; e na terceira zona é adicionado o ar

para permitir a queima dos fragmentos restantes de combustível (QUARESMA, 2010).

O método de reburning é semelhante ao método de estagiamento de combustível,

sendo que nesse método o combustível injetado no segundo estágio pode ser diferente

do principal, enquanto no estagiamento de combustível ele é o mesmo em todas as

zonas (QUARESMA, 2010).

Os métodos de pré-misturas pobres permitem suprimir a formação de NOx através

do mecanismo térmico, reduzindo os valores máximos de temperatura na câmara de

combustão de alguns sistemas de queima (QUARESMA, 2010). Esses métodos,

entretanto, são limitados pela instabilidade que podem gerar no processo de combustão,

provocando flutuações de pressão, as quais podem provocar danos na turbina, extinção

de chama e emissões de CO (QUARESMA, 2010).

Os métodos de injeção de vapor ou água atuam reduzindo a temperatura da

combustão, que tem papel crucial na formação de NOx. Essa redução ocorre pela

introdução do vapor ou da água na câmara de combustão ou misturado com o ar que,

consequentemente, entrará na zona de combustão (LEFEBVRE, 1998). Esse é o

método empregado no presente trabalho e que tem seus efeitos sobre um ciclo

combinado avaliados. Portanto, a este método dedica-se uma atenção especial, sendo

abordado mais profundamente na seção 5.

4.2. Técnicas Pós Processo de Combustão

As técnicas de pós tratamento de combustão agem como soluções corretivas,

atuando sobre os óxidos de nitrogênio já produzidos, mitigando suas emissões. As

técnicas são divididas em redução não-catalítica seletiva e catalítica seletiva.

Os métodos de redução não-catalítica seletiva consistem na injeção de aditivos

químicos que contenham nitrogênio em sua composição, como amônia, ureia e ácido

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26

cianúrico. Quando misturados com os produtos da combustão, os aditivos geram uma

série de reações que levam à redução da formação de NOx (QUARESMA, 2010).

O método de redução catalítica seletiva consiste na conversão de NOx em nitrogênio

molecular e vapor d’água através da injeção de amônia junto a um catalisador

(LEFEBVRE, 1998). Antes de passar pelo catalisador de redução seletiva, os gases de

exaustão passam por um catalisador de oxidação, que remove o monóxido de carbono

e os resíduos de hidrocarbonetos que são oxidados em dióxido de carbono e água

(LEFEBVRE, 1998).

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5. INJEÇÃO DE ÁGUA E VAPOR

Dentre as tecnologias de redução de emissões de NOx, destacam-se as técnicas de

injeção de água e vapor. Água e vapor podem ser injetados diretamente na câmara de

combustão para baixar localmente a temperatura de combustão e, como vantagem,

reduzir a formação térmica de NOx no processo de combustão (RENZI, PATUZZI e

BARATIERI, 2017). A escolha da localização em que é injetado o vapor tem uma

influência sobre a performance geral da máquina, assim como nas suas emissões

(RENZI, PATUZZI e BARATIERI, 2017).

A técnica de umidificação, ou injeção de água ou vapor, pode trazer outros

benefícios além da redução de emissão de NOx. Dentre os benefícios proporcionados

pela técnica estão a melhoria da eficiência, o aumento da potência, redução do efeito

de degradação da potência de saída devido à alta temperatura ambiente ou à baixa

pressão ambiente e melhor desempenho em carga parcial, se comparados com ciclos

combinados (PIRES, AYAD, et al., 2013) apud (PIRES, 2017). Ao se injetar água ou

vapor, há um aumento na vazão mássica no ciclo a gás e, desse modo, se mantida a

temperatura de entrada da turbina, há um aumento na potência gerada e na eficiência

térmica (PIRES, 2017).

A injeção de água e vapor, apesar de seus benefícios, traz uma série de ônus.

Lefebvre (1998) e Schorr e Chalfin (1999) citam algumas contrapartidas da

implementação destes métodos, como o alto custo de implementação, o aumento do

consumo de combustível, o alto custo no tratamento da água, o aumento da chance de

corrosão dos componentes da turbina, o alto custo de manutenção, o aumento nas

emissões de CO e de resíduos de hidrocarbonetos e a flutuação da pressão de

combustão. O aumento da emissão desses poluentes ocorre devido a perda de

performance no processo de combustão gerado devido à injeção de água ou vapor.

Essa técnica tem sido implementada e explorada há décadas. Injeção de água e

vapor foram usadas nas primeiras turbinas a gás construídas no início do século XX

para resfriar a câmara de combustão, já que os materiais disponíveis não eram capazes

de suportar altas temperaturas (JOHNSON e YAN, 2005). Os primeiros métodos de

injeção de água e vapor desenvolvidos tinham a atenção voltada às limitações técnicas

da época, porém, nas últimas décadas, foi dada uma maior atenção aos efeitos desses

métodos nos ganhos de desempenho e eficiência (JOHNSON e YAN, 2005), além do

aumento da preocupação com o controle de emissões. Diversos estudos documentaram

os efeitos desses métodos na redução significativa de emissões de CO2 e NOx (IDRISSA

e BOULAMA, 2017).

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28

Dado o efeito que a injeção de água e vapor tem sobre a redução da emissão de

óxidos de nitrogênio e no ganho de desempenho dos ciclos a gás, muitos trabalhos

foram desenvolvidos, sendo este o método de maior interesse nos últimos 30 anos e

objeto de pesquisa de cientistas até os dias atuais (KAYADELEN e UST, 2014). As

técnicas de injeção de água ou vapor tem se tornado populares inclusive para a redução

de emissões durante as condições de decolagem em motores aeronáuticos, devido aos

baixos riscos e custos dessa tecnologia (XUE, HU, et al., 2016).

Johnson e Yan (2005) fazem uma análise histórica das turbinas a gás com injeção

de água e vapor, apresentando algumas das contribuições a essa tecnologia ao longo

do século XX. Em sua apresentação histórica, citam alguns fatos relevantes como as

menções às primeiras instalações de turbinas com injeção de vapor nos anos 50 e 60 e

o crescente interesse das reduções de emissões de NOx já na década de 70. Na década

de 80 a técnica de injeção de vapor se tornou mais comum, levando à grande quantidade

de equipamentos desse tipo instaladas nos dias atuais.

Nishida et al. (2004) fizeram em seu trabalho uma revisão sobre diferentes tipos de

ciclos de turbina a gás com injeção de água ou vapor. Entre os apresentados por eles,

estão os ciclos úmidos turbina-ar, turbina a gás evaporativo, água injetada recuperada,

de turbina de ar úmido, duplo fluido parcialmente regenerativo, de dupla recuperação

pós-resfriado com injeção de vapor e o sistema de turbina a gás com injeção de vapor

(STIG). O objetivo do trabalho de Nishida et al. (2004) foi realizar uma análise

comparativa entre o desempenho do ciclo regenerativo com injeção de vapor e de ciclos

simples, regenerativos, com injeção de água e com injeção de vapor.

Idrissa e Boulama (2017) consideraram a injeção de água e vapor um dos métodos

mais recentes e promissores na melhora do desempenho dos ciclos de turbina a gás.

Uma série de trabalhos foram apresentados por eles demonstrando a importância da

mistura ar e água para a operação de turbinas a gás em ciclo aberto, observando efeitos

como o aumento da potência gerada de acordo com o aumento da umidade, entre

outros. Destaca-se a publicação de Omar, Saghafifar e Gadalla (2016) que adaptaramm

um ciclo a vapor para uma turbina a gás umedecida (IDRISSA e BOULAMA, 2017).

Como resultado, obtêm que com tal configuração há uma redução significativa no

consumo de combustível e na quantidade de ar necessária, que resultam em um

aumento de desempenho e em um menor valor no investimento se comparado a ciclos

combinados tradicionais (IDRISSA e BOULAMA, 2017).

Kilani, Khir e Brahim (2017) fizeram uma análise do desempenho de duas plantas

de geração de ciclo combinado com diferentes configurações de sistemas de injeção de

vapor na câmara de combustão. A diferença das duas configurações é a posição do

ciclo combinado em que o vapor injetado é produzido. Na primeira, o vapor é produzido

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na caldeira de recuperação e, na segunda, um sistema de recuperação é instalado entre

o compressor e a câmara de combustão. Da análise são retiradas algumas conclusões:

se o vapor for gerado fora da caldeira de recuperação, a eficiência geral do ciclo

combinado pode ser aumentada e, independentemente de onde gera-se o vapor, a

eficiência do ciclo a vapor é afetada pela temperatura ambiente.

Nota-se que, os efeitos da técnica de injeção de vapor na câmara de combustão são

estudados tanto no emprego de turbinas a gás em ciclos isolados quanto combinados.

Entretanto, a maior parte desses estudos concentra-se principalmente na análise de

desempenho das turbinas a gás e em ciclos simples, sendo menor a quantidade de

trabalhos voltados à análise dos efeitos da técnica quanto as emissões de NOx e sua

implementação em ciclos combinados.

O histórico de implementação da injeção de água e vapor e a quantidade e

relevância dos trabalhos e pesquisas desenvolvidos diante a aplicação dessas técnicas,

corroboram para a importância e efetividade delas e, portanto, a análise dos seus efeitos

sobre as emissões de NOx pelas turbinas a gás operando em ciclo combinado é de

grande importância, bem como as consequências sobre o desempenho do ciclo.

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30

6. MODELAGEM DO CICLO COMBINADO COM INJEÇÃO DE VAPOR NA CÂMARA DE COMBUSTÃO

A análise do ciclo combinado requer a definição da modelagem a ser adotada. Cada

componente do ciclo é modelado individualmente por meio das formulações

termodinâmicas que atendem aos princípios dos fenômenos físicos que os regem.

Como apresentado no capítulo 2, o ciclo combinado é formado pela associação dos

componentes de um ciclo a gás e um ciclo a vapor. Na Figura 5 o ciclo modelado é

representado, nomeando cada componente e enumerando os pontos de início e fim de

cada processo aos quais os fluidos são submetidos.

Figura 5 – Esquema representativo do ciclo combinado com injeção de vapor na

câmara de combustão.

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31

Ar é admitido sob condições ambientais no ponto 1 do ciclo e este é o fluido de

trabalho da parte referente do ciclo a gás. A modelagem do processo de compressão

pelo qual o ar é submetido é descrita a seguir.

O compressor apresenta como parâmetros a razão de compressão e a eficiência

do processo de compressão. Considera-se de início que o ar é submetido a um processo

de compressão isentrópica, conforme a equação (34).

𝑠1 = 𝑠2i (34)

A pressão de saída do compressor pode ser obtida por meio da equação (35), já que

é conhecida a razão de pressão.

𝑃2 = 𝑃1. 𝑟𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (35)

O estado termodinâmico do ponto 2 ainda não está determinado, pois não está

considerada a eficiência de compressão do equipamento real. Portanto, para determinar

tal estado faz-se necessária a aplicação da equação (36).

ℎ2 =(ℎ2i − ℎ1)

𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜+ ℎ1 (36)

Determinado o valor de entalpia e pressão do ponto 2 está determinado o estado

termodinâmico de saída do compressor e assim pode ser determinado o trabalho

específico de compressão e a potência necessária, como nas equações (37) e (38).

𝑤𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = ℎ2 − ℎ1 (37)

�̇�𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = �̇�𝑎𝑟 . 𝑤𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (38)

Após comprimido, o ar é admitido na câmara de combustão. O ar admitido é

misturado ao combustível e ao vapor d`água e sofre o processo de combustão. O

modelo elaborado considera como combustível hidrocarbonetos, a possibilidade de

haver excesso de ar e que o processo de combustão é completo. A reação de

combustão é modelada de acordo com a equação (39). Os coeficientes da equação são

definidos em seguida, da equação (40) a (46).

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32

𝑛. 𝐶𝑥𝐻𝑦 + 𝑎. (𝑂2 + 3,76𝑁2) + 𝑏.𝐻2𝑂 → 𝑐. 𝐶𝑂2 + 𝑑.𝐻2𝑂 + 𝑒. 𝑂2 + 𝑓. 3,76𝑁2 (39)

𝑛 =�̇�𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙𝑀𝑊𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙

(40)

𝑎 =�̇�𝑎𝑟

𝑀𝑊𝑎𝑟 . 4,76 (41)

𝑏 =�̇�𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟

𝑀𝑊𝐻2𝑂 (42)

𝑐 = 𝑛. 𝑥 (43)

𝑑 =𝑛. 𝑦

2+ 𝑏 (44)

𝑒 =2. 𝑎 + 𝑏 − 2. 𝑐 − 𝑑

2 (45)

𝑓 = 𝑎 (46)

O modelo de combustão considera conhecidos os estados termodinâmicos do ar

admitido, do combustível e do vapor d`água. A partir disso, é possível determinar

entalpia dos reagentes como o somatório do produto dos coeficientes estequiométricos

de cada componente por sua entalpia na entrada. A equação (47) representa tal

somatório e na equação (48) como é realizado o cálculo de entalpia para cada reagente.

𝐻𝑅 =∑𝑛𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 . ℎ𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒′ (47)

ℎ𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒′ = ℎ𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒

𝑜 + ℎ𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 (48)

Um conceito largamente utilizado ao longo deste trabalho é o de razão de

equivalência, Φ, que para Turns (2013) é definido como a razão da fração

combustível/ar real pela fração de combustível/ar estequiométrica, de acordo com a

equação (49).

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33

Φ =(F/A)

(𝐹/𝐴)𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞 (49)

onde 𝐹 e 𝐴 são, respectivamente, as quantidades mássicas de combustível e ar.

Dessa forma, para valores de Φ iguais a 1, tem-se que a mistura ar combustível é

estequiométrica. Quando Φ é maior que 1, a mistura é rica em combustível e quando

menor, pobre. Assim, é possível determinar o percentual de excesso de ar pela equação

(50).

% excesso de ar =(1 − Φ)

Φ. 100% (50)

Como prática para que a reação de combustão real se aproxime ao máximo de uma

combustão completa, utiliza-se excesso de ar nas reações. Objetivando-se obter tal

efeito no presente trabalho, preza-se que nas análises realizadas Φ seja sempre inferior

a 1.

O objetivo da elaboração do modelo de combustão, realizada pela câmara de

combustão, é determinar a temperatura dos produtos da reação. A temperatura máxima

que os produtos da combustão podem atingir é a temperatura adiabática de chama,

𝑇𝑎𝑑𝑏. A temperatura adiabática de chama é calculada considerando a combustão como

um processo adiabático desprezando as perdas de energia ao longo do processo. Ao

considerar o processo de combustão como adiabático, chega-se à conclusão de que,

neste caso, a entalpia dos produtos é igual à dos reagentes, conforme mostrado na

equação (51).

𝐻𝑅 = 𝐻𝑃 (51)

O cálculo da entalpia dos produtos pode ser realizado da mesma forma que para os

reagentes, obedecendo às equações (47) e (48), mas para isso é necessário que se

aplique um método iterativo que determine a temperatura dos produtos que satisfaça a

equação (51), ou seja, que encontre o valor da temperatura adiabática de chama.

A temperatura adiabática de chama é de grande utilidade no projeto de câmaras de

combustão e caldeiras, pois é a temperatura máxima que os produtos podem atingir em

um processo de combustão. É conhecido que a temperatura real de combustão é inferior

a adiabática devido ao fato de no processo real existirem perdas e a alguns produtos

intermediários das reações aparecerem como resíduos, o que implica na

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impossibilidade de se obter uma reação de combustão completa mesmo que utilizando

de excesso de ar.

Neste trabalho, para se calcular a temperatura real dos produtos, utiliza-se a

temperatura adiabática de chama como aproximação, porém para que os fatores que

afastam o processo do ideal possam ser considerados, assuma-se que há uma

eficiência no processo. Essas perdas podem ser calculadas através da equação (52).

𝐻𝑅,𝑅𝑒𝑎𝑙 = 𝐻𝑅,𝑎𝑑𝑏. 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 (52)

O mesmo método iterativo utilizado para obtenção da temperatura de chama

adiabática pode ser utilizado para cálculo da temperatura real de exaustão, 𝑇𝑟𝑒𝑎𝑙. Cabe

ressaltar que para fins de modelagem, mesmo sendo introduzida a eficiência no

processo de combustão, os produtos ao longo de todo esse trabalho serão considerados

como os da combustão completa desprezando-se nas relações estequiométricas os

produtos que são característicos de reações de combustão incompletas.

Após obtida a temperatura dos produtos, está determinado o estado de saída dos

gases de exaustão da câmara de combustão, considerado que a pressão de saída dos

gases é igual à de entrada. O estado de exaustão, ponto 3, fica determinado a partir do

cálculo da pressão pela equação (53) e do cálculo da temperatura dos produtos

considerada a eficiência no processo de combustão.

𝑃3 = 𝑃2 (53)

Os gases de exaustão são então admitidos pela turbina a gás, que é dividida em

duas partes: turbina de eixo e turbina de potência. Nesses dois componentes o gás

sofrerá um processo de expansão.

Antes de detalhar o modelo da turbina, cabe ressaltar que o gás de exaustão é

considerado como uma mistura de gases ideais, sendo eles o vapor d ‘água a alta

temperatura, gás carbônico, oxigênio e nitrogênio. Deste modo, é necessário determinar

as propriedades termodinâmicas da mistura de gases. A equação (55) demonstra o

cálculo da entalpia da mistura e que pode ser estendido também para a entropia. Esse

cálculo requer o conhecimento da fração molar de cada espécie química presente na

mistura, conforme apresenta a equação (56), na qual o índice 𝑘 representa cada espécie

química presente na mistura de gases.

ℎ̅ = 𝑦𝑂2 . ℎ̅𝑂2 + 𝑦𝑁2 . ℎ̅𝑁2 + 𝑦𝐶𝑂2 . ℎ̅𝐶𝑂2 + 𝑦𝐻2𝑂. ℎ̅𝐻2𝑂 (55)

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35

𝑦𝑘 =𝑛𝑘𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

(56)

O modelo da turbina de eixo considera que o equipamento deve gerar a mesma

potência que a consumida pelo compressor. Esse valor pode ser obtido através da

equação (57) que supõe uma eficiência pelo próprio processo realizado pela turbina de

eixo.

�̇�𝑎𝑟 .�̇�𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟

𝜂𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝐸𝑖𝑥𝑜= ∑�̇�𝑘. (ℎ𝑘,𝑇3 − ℎ𝑘,𝑇4,𝐸𝑖𝑥𝑜) (57)

A equação pode ser solucionada por um método iterativo e assim determina-se a

temperatura dos gases após a expansão. Conhecida a temperatura dos produtos a

entropia pode ser calculada por equação análoga à (55) e por meio da equação (58)

obtém-se a pressão dos gases à saída da turbina de eixo.

�̅�4,𝐸𝑖𝑥𝑜 = �̅�3 + �̅�. 𝑙𝑛 (𝑃4,𝐸𝑖𝑥𝑜𝑃3

) (58)

O estado da mistura de gases após a expansão na turbina de eixo é utilizado

como a condição de entrada na turbina de potência. O processo de expansão na turbina

de potência também é considerado isentrópico e pode ser calculado por meio da

equação (59), sendo determinada previamente a pressão de exaustão da turbina de

potência.

�̅�4,𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = �̅�4,𝐸𝑖𝑥𝑜 + �̅�. 𝑙𝑛 (𝑃4,𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑃4,𝐸𝑖𝑥𝑜

) (59)

De posse desse resultado, um método iterativo é novamente aplicado e assim é

possível determinar a temperatura da mistura após a expansão na turbina de potência.

Conhecidos então o estado da mistura de gases na entrada e saída da turbina, por meio

da equação (60) é obtido o valor de potência gerado pela turbina de potência.

�̇�𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =(�̇�4,𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 − �̇�4,𝐸𝑖𝑥𝑜)

𝜂𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (65)

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A potência total gerada pela turbina a gás equivale a soma da potência gerada pela

turbina de eixo e da turbina de potência. A mistura de gases que sai da turbina é

direcionada para a caldeira de recuperação.

A caldeira de recuperação de calor é o componente que realiza a interface entre os

ciclos a gás e vapor. Neste componente o calor do gás de exaustão é transferido à água

bombeada, fazendo com que esta evapore. Considera-se que quantidade de calor

transferido é aquela necessária para que a água em estado de liquido comprimido atinja

o estado de vapor superaquecido dada uma certa taxa de eficiência na transferência.

Desse modo, a taxa de calor absorvida pela água do ciclo vapor é calculada conforme

a equação (60) e a partir do valor obtido, considerando a eficiência da transferência de

calor, calcula-se o calor cedido pelo gás através da equação (61).

�̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 = �̇�𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟(ℎ7 − ℎ6) (60)

�̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝐺á𝑠 =�̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟

𝜂𝐻𝑅𝑆𝐺 (61)

Por meio da equação (62), define-se o estado de saída do gás após passar pela

caldeira, ponto 5, já que a transferência de calor é realizada a pressão constante. O

mesmo é considerado para a definição do estado de saída do vapor da caldeira, ponto

7, ou seja, a pressão é a mesma do ponto 6, a pressão de descarga da bomba. Além

disso, o modelo adotado considera a temperatura de saída do vapor da caldeira como

conhecida, para que assim se possa definir o estado do fluido.

ℎ5 = ℎ4 − �̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝐺á𝑠�̇�𝐺á𝑠

(62)

O vapor gerado, que tem seu estado termodinâmico definido pela caldeira, é

dirigido à turbina a vapor, onde passa por um processo de expansão. O modelo de

cálculo aplicado para a obtenção do estado do vapor após a expansão é semelhante ao

utilizado para o cálculo da turbina a gás. A pressão da saída da turbina, ponto 8, é

definida como conhecida e o processo é calculado incialmente como isentrópico. Sendo

assim, considerando a equação (63) e a pressão à saída da turbina, está definido o

estado termodinâmico do ponto 8.

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𝑠8i = 𝑠7 (63)

Determinados os estados na entrada e saída da turbina a vapor, e considerando

a eficiência do processo, é possível determinar o trabalho específico e a potência gerada

através das equações (64) e (65).

𝑤𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 = ℎ8 − ℎ7 (64)

�̇�𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 = �̇�𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 . 𝑤𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 (65)

Ao sair da turbina, o vapor segue para um condensador onde cederá calor,

retornando ao estado líquido. É definido que a mudança de fase ocorre a pressão

constante e que, por questões de modelagem o fluido ao sair do condensador está no

estado de liquido saturado. A quantidade de calor retirada do vapor é calculada de

acordo com a equação (66).

�̇�𝐶𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 = �̇�𝐿𝑖𝑞 . (ℎ9 − ℎ8) (66)

O ciclo é complementado com o bombeamento do líquido para a caldeira onde é

novamente transformado em vapor. A bomba apresenta como parâmetros a razão de

compressão e a eficiência do processo. De início, considera-se que a bomba realiza um

processo isentrópico e desse modo obtêm-se a equação (67).

𝑠6i = 𝑠9 (67)

De posse de tal informação, conhecida a pressão na descarga da bomba e a

eficiência do processo é possível calcular a potência consumida pela bomba, a partir da

equação (68).

�̇�𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎 =�̇�𝐿𝑖𝑞. (ℎ6 − ℎ9`)

𝜂𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎 (68)

Concluído o cálculo dos componentes do ciclo, pode-se obter os valores de

eficiência dos ciclos a gás, a vapor e combinado. As equações (69), (70) e (71) fornecem

os cálculos destes valores.

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𝜂𝐺á𝑠 =�̇�𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

�̇�𝐶𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 (69)

𝜂𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 =�̇�𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 − �̇�𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎

�̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝐺á𝑠 (70)

𝜂𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 =�̇�𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 − �̇�𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎 + �̇�𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

�̇�𝐶𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 (71)

6.1. Extração de Vapor

O vapor injetado na câmara de combustão do ciclo a gás no modelo aqui elaborado

provém do ciclo a vapor. A extração pode ocorrer tanto na admissão quanto na

expansão da turbina, pontos 7 e 8, estados em que o fluido se encontra no estado de

vapor.

A extração de vapor influenciará o ciclo a vapor devido à redução na quantidade de

fluido de trabalho na parte do ciclo em que a água está no estado de vapor. Duas

analises são conduzidas no presente trabalho, sendo o vapor extraído uma vez em cada

ponto citado.

O fluido extraído deve ser reposto no ciclo e isto é feito após o condensador, na

sucção da bomba. Considera-se que o fluido reposto está no mesmo estado do líquido

já condensado e que a vazão que é inserida é a mesma vazão que a extraída.

Dessa forma, a potência gerada pela turbina, a potência consumida pela bomba e

as quantidades de calor transferidas na caldeira e no condensador estão sujeitas às

influências dessa variação mássica. Tais influências são avaliadas no presente trabalho,

bem como os efeitos que o vapor inserido tem sobre o ciclo a gás e a eficiência dos

ciclos.

6.2. Modelo Computacional

O modelo do ciclo acima desenvolvido é implementado computacionalmente no

intuito de realizar simulações das diferentes condições e analisar as variáveis

necessárias do ciclo. A implementação das equações é realizada no software Microsoft

Visual Studio e os códigos são elaborados na linguagem FORTRAN 90.

O código é estruturado em diferentes sub-rotinas, uma para cada componente do

ciclo e que tem seus parâmetros e variáveis de entrada em um programa principal. Por

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meio dessas variáveis cada componente é também interligado, formando o ciclo

combinado. Os códigos são anexados ao presente trabalho.

Para solução do ciclo também se faz necessário o cálculo das propriedades

termodinâmicas das diferentes substâncias aqui utilizadas. Utiliza-se como apoio a este

trabalho o módulo Thermodynamic Properties Calculator desenvolvido por Sami M.

Ayad do departamento de engenharia mecânica da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, sob orientação dos professores Marcelo Colaço e Manuel Cruz. Esse módulo

permite obter os valores das propriedades termodinâmicas para ar, água, oxigênio,

nitrogênio e gás carbônico por meio da interpolação de tabelas termodinâmicas ou por

ajustes de curvas.

Uma ferramenta de captura de dados e interpolação de dados por imagem chamada

Web Plot Digitalizer é utilizada para a obtenção de dados nas referências utilizadas.

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40

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos no

desenvolvimento deste projeto. Antes disso é realizada a verificação do modelo e do

código implementado para cada componente. Essa verificação é realizada por meio da

avaliação dos dados calculados pelos modelos e, sempre que possível, com a

comparação desses com dados de referência.

Na discussão dos resultados em si, são realizadas análises de performance do

ciclo combinado operando em duas configurações distintas: ciclo combinado sem

modificações e com extração de vapor antes da turbina a vapor. As análises são

conduzidas utilizando o gás metano como combustível, e, em alguns casos, percentuais

de excesso de ar distintos para as duas configurações. Nos casos em que há extração

de vapor do ciclo Rankine e, portanto, injeção na câmara de combustão, são realizadas

variações na quantidade de vapor extraído. As emissões de óxidos de nitrogênio são

avaliadas em todas situações apresentadas sob a ótica da correlação de Becker e

Perkavec.

7.1. Verificação dos Modelos

Nas subseções a seguir, são apresentadas as verificações de cada componente,

individualmente.

7.1.1. Câmara de Combustão

O modelo de câmara de combustão não abrange fenômenos hidráulicos, apenas

térmicos e qualquer perda de energia por questões de troca térmica com o ambiente ou

equipamentos adjacentes à câmara são embarcados pelo parâmetro de eficiência.

Desse modo, a grandeza que conduzirá o modelo de câmara de combustão é a

temperatura adiabática de chama.

A temperatura adiabática de chama é uma excelente aproximação para a

temperatura dos produtos de combustão e, portanto, é de alta relevância para a

performance do ciclo a gás e, por consequência, do ciclo combinado, devendo ser

dedicada grande atenção a ela. Neste modelo, a temperatura dos produtos de

combustão é obtida por meio da temperatura adiabática de chama, porém considerando

que há perdas de energia no processo real e, portanto, há uma eficiência a ser

considerada. Além de sua importância para o cálculo de temperatura de produtos, a

temperatura adiabática de chama é um dos parâmetros necessários para os cálculos

das emissões de óxidos de nitrogênio, a depender da correlação escolhida.

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Dada sua importância, é relevante a verificação da função de cálculo da temperatura

adiabática de chama. Depois de verificada a função, são avaliados os efeitos da

variação do excesso de ar e da quantidade de vapor injetado na câmara de combustão

sobre essa temperatura. Por fim, são verificados os efeitos da eficiência do processo de

combustão para um determinado caso.

7.1.2. Temperatura adiabática de chama

Nesta seção serão analisados os efeitos que a variação do excesso de ar na reação

de combustão, as diferentes temperaturas dos reagentes e quantidade de vapor injetado

têm sobre a temperatura adiabática de chama. Antes disso, para ganho de confiança

nos resultados obtidos, a função computacional para cálculo da temperatura adiabática

de chama é verificada.

A verificação é realizada pela comparação e cálculo do desvio absoluto e relativo

entre os valores obtidos na função programada e alguns de referência, apresentados na

Tabela 2. Os valores utilizados como referência são considerados às mesmas condições

de entrada: pressão de 101,325 kPa e temperatura de 298 K. A combustão é ainda

considerada como estequiométrica com ar padrão (79% de 𝑁2 e 21% de 𝑂2, em volume).

Tabela 2 – Comparação entre os valores de temperatura adiabática de chama

calculados e de referência.

Combustível Temperatura

Calculada [K]

Temperatura de

Referência [K]

(TURNS, 2013)

Desvio

Absoluto [K]

Desvio

Relativo [%]

Metano (𝐶𝐻4) 2327 2226 101 4,5

Etano (𝐶2𝐻6) 2381 2259 122 5,4

Propano (𝐶3𝐻8) 2394 2267 127 5,6

Heptano (𝐶7𝐻16) 2408 2274 134 5,9

Octano (𝐶8𝐻18) 2409 2275 134 5,9

A comparação entre os valores calculados pelo modelo e utilizados como

referência apresenta um desvio absoluto máximo de 134 K. Ressalta-se que o modelo

elaborado neste trabalho se utiliza de algumas aproximações, como por exemplo ao

considerar a combustão como completa, ou seja, a mistura de produtos formada por

𝐶𝑂2, 𝑁2 e 𝐻2𝑂, podendo ainda, quando houver excesso de ar, existir 𝑂2.

Ao aplicar-se essa hipótese, os efeitos de dissociação nos produtos estão sendo

negligenciados e, portanto, é observada a diferença entre os resultados. A dissociação

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leva a uma redução na temperatura adiabática de chama, pois uma maior quantidade

de energia é armazenada nas ligações químicas (representada pela entalpia de

formação das espécies químicas) e, logo, menor quantidade está disponível como a

forma de calor sensível (TURNS, 2013) .

Constata-se então que os valores calculados são superestimados. Entretanto, dadas

as hipóteses assumidas, são considerados satisfatórios e boas aproximações para o

valor real. Uma possível solução para que tais desvios sejam reduzidos nas simulações

a serem realizadas é a utilização do termo de eficiência da combustão apresentado na

equação (52). Esse termo pode ser calibrado para corrigir os desvios de forma a reduzir

a temperatura adiabática de chama. Entretanto, opta-se por manter a eficiência da

combustão em 100 % durante todas as simulações, preservando o modelo de cálculo

para a temperatura adiabática de chama.

7.1.2.1. Efeitos da variação do excesso de ar

Nesta seção serão avaliados os efeitos que a variação na quantidade de ar

disponível tem sobre a temperatura adiabática de chama. A variação da quantidade de

ar é feita por meio da alteração da razão de equivalência na reação. O limite inferior

para o intervalo da razão de equivalência é Φ = 0,2 e o superior, Φ = 1,0.

O limite inferior é definido como tal, pois ao longo dos testes realizados para a

análise dos dados aqui apresentados constatou-se que o modelo numérico atinge limites

das funções de cálculo das propriedades termodinâmicas que impedem a obtenção da

solução. O limite superior é definido devido a limitações do próprio modelo. Quanto

menor a quantidade de excesso de ar disponível na reação, mais esta se aproxima de

uma reação incompleta. Ressalta-se novamente que modelo desenvolvido considera

uma quantidade de espécies pré-definidas e que contemplam apenas aquelas

presentes em reações completas com excesso de ar. Quanto mais o processo real se

afasta das hipóteses assumidas, menos confiáveis se tornam os resultados obtidos na

função para cálculo da temperatura adiabática de chama. A Tabela 3 apresenta a

composição de equilíbrio dos produtos de uma reação de combustão ar-propano para

diferentes razões de equivalência.

Tabela 3 – Espécies químicas dos produtos da combustão de ar e propano à pressão de 101,325 kPa (GLASSMAN e YETTER, 2008).

Espécies [% vol] Φ = 0,6 Φ = 1,0 Φ = 1,5

𝐶𝑂 0 0,0125 0,14041

𝐶𝑂2 0,072 0,1027 0,0494

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𝐻 0 0,0004 0,0001

𝐻2 0 0,0019 0,0664

𝐻2𝑂 0,096 0,1483 0,1383

𝑁𝑂 0,002 0,0023 0

𝑁2 0,751 0,7208 0,6416

𝑂 0 0,0003 0

𝑂𝐻 0,0003 0,0033 0

𝑂2 0,079 0,0059 0

𝑇𝑎𝑑𝑏 1701 2267 1974

Através da análise dos resultados apresentados na tabela, nota-se que, de fato, para

razões de equivalência mais altas, outros produtos que não 𝐶𝑂2, 𝑁2, 𝑂2 e 𝐻2𝑂

aparecem em quantidades relevantes. Portanto, o modelo torna-se limitado para

reações em que há excesso de combustível. Este fator não se torna um impedimento

para a aplicação do modelo no presente trabalho, visto que a prática comum em turbinas

a gás é optar por excesso de ar nas reações, buscando tornar a reação a mais próxima

possível de uma reação completa.

Definidas as limitações do modelo desenvolvido, avalia-se a influência da

quantidade de excesso de ar na reação de combustão de dois combustíveis, propano e

octano. Estes combustíveis são os que apresentam a menor e maior temperatura

adiabática de chama, de acordo com a Tabela 2. A Figura 6 apresenta os resultados de

temperatura adiabática de chama para a combustão de propano e octano, considerando

o intervalo escolhido para a relação de equivalência.

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44

Figura 6 – Comportamento da temperatura adiabática de chama em função da razão

de equivalência.

De acordo com os dados obtidos, é constatado que quanto menor a quantidade de

ar disponível, maior é a temperatura dos produtos. Esse fator pode ser explicado pelo

fato de quanto maior a quantidade de ar disponível nos reagentes, dada que a

quantidade de ar consumido é limitada, maior será a quantidade de 𝑁2 e 𝑂2 nos

produtos. O comportamento obtido nos resultados é o esperado como observado nas

Tabela 3.

7.1.2.2. Efeitos da injeção de vapor na temperatura adiabática de chama

Nesta seção são verificados os efeitos da injeção de vapor sobre a temperatura

adiabática de chama na combustão de hidrocarbonetos. Os resultados aqui não serão

verificados de forma quantitativa, porém espera-se que o comportamento da função

obedeça ao encontrado na literatura. Na Figura 7 é avaliado o comportamento da

temperatura adiabática de chama da combustão de dois hidrocarbonetos, metano e

octano, em uma combustão com 100% de excesso de ar, conforme varia-se a razão de

vapor injetado por massa de ar. A faixa de variação é de 2 a 5%.

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45

Figura 7 - Comportamento da temperatura adiabática de chama em função da fração

de vapor.

De acordo com a literatura, um dos efeitos pretendidos pela injeção de vapor, ou

água, na câmara de combustão é a redução da temperatura de combustão. No presente

trabalho essa temperatura é aproximada pela adiabática de chama e como observado

nos resultados, o efeito pretendido é correspondido pelo modelo. Nota-se que a

temperatura varia em faixas diferentes para cada combustível, devido as diferenças dos

poderes caloríficos entre eles. Esse comportamento é observado também nas

validações realizadas previamente e condiz com o pretendido na teoria.

Dados os resultados obtidos nesta e demais validações, considera-se o modelo

do combustor verificado, apresentando resultados satisfatórios e condizentes com a

teoria revisada na literatura.

7.1.3. Compressor

O modelo de compressor é verificado contra dados de referência para o cenário

apresentado na Tabela 4.

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Tabela 4 – Cenário de verificação do modelo do compressor.

Fluido Temperatura de

Entrada [K]

Pressão de

Entrada [kPa]

Pressão de

Saída [kPa]

Eficiência do

Compressor

[%]

Ar Padrão 288 101,3 1611,68 87

De acordo com os dados, a razão de compressão é de aproximadamente 15,91.

Esse e os demais valores são inseridos no modelo elaborado computacionalmente e os

resultados obtidos para o trabalho específico, entalpia e temperatura do fluido na saída

do compressor são comparados na Tabela 5. Os valores de referência são obtidos por

meio de cálculos manuais.

Tabela 5 – Verificação do modelo do compressor.

Grandezas Temperatura de

Saída [K]

Entalpia de Saída

[kJ/kg]

Trabalho Específico

[kJ/kg]

Calculado 675,43 384,76 399,06

Referência 675,39 384,71 399,01

Desvio Absoluto 0,04 0,05 0,05

Os resultados obtidos pelo modelo são satisfatórios e os desvios calculados são

baixos.

7.1.4. Turbina a Gás

A verificação do modelo da turbina a gás é feita por comparação dos resultados

calculados pelos modelos da turbina e da turbina a vapor operando em conjunto. A

condição do gás na entrada da turbina, a pressão na exaustão da turbina de potência e

a eficiência dos equipamentos são apresentados na Tabela 6. A Tabela 7 apresenta as

vazões de ar, vapor e combustível utilizados no combustor que fornece o gás de

exaustão para a turbina.

Tabela 6 - Cenário de verificação do modelo da turbina a gás.

Fluido

Temperatura

de Entrada

[K]

Pressão de

Entrada

[kPa]

Pressão

de Saída

[kPa]

Eficiência da

Turbina a Gás

e de Potência

[%]

Trabalho

Específico

do

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47

Compressor

[kJ/kg]

Gás de

Exaustão 1400 1611,68 101,325 89 399,01

Tabela 7 – Vazões no combustor.

Fluido Ar Vapor Octano

Vazão

[kg/s] 0,45 0,0125 0,0095

Os resultados calculados pelos modelos são verificados diante dados obtidos em

cálculos manuais. A comparação para a turbina a gás é apresentada na Tabela 8 e para

a turbina de potência na Tabela 9.

Tabela 8 – Verificação do modelo da turbina a gás.

Grandezas Temperatura de

Saída [K]

Pressão de Saída

[kPa]

Potência da Turbina a

Gás [kW]

Calculado 1060,33 487,42 201,75

Referência 1045,00 503,68 201,75

Desvio Absoluto 15,33 16,26 0,00

Desvio Relativo 1,47 % 3,23 % 0,00

Tabela 9 – Verificação do modelo da turbina de potência.

Grandezas Temperatura de Saída [K] Potência da Turbina de

Potência [kW]

Calculado 760,58 168,77

Referência 720,00 174,47

Desvio Absoluto 40,58 5,70

Desvio Relativo 5,64 % 3,27 %

O desvio mais elevado no cálculo de pressão na saída da turbina se deve aos

desvios dos valores de entropia calculados na entrada e na saída da turbina. Essa

diferença pode ser observada na Tabela 10.

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48

Tabela 10 – Valores de entropia na turbina.

Grandezas Entropia na Entrada [kJ/kmol.K] Entropia na Saída [kJ/kmol.K]

Calculado 234,19 221,23

Referência 242,49 232,82

Desvio Absoluto 8,30 11,59

Desvio Relativo 3,42 % 4,98 %

A diferença entre os valores de entropia é resultante da diferença dos valores de

temperatura na exaustão da turbina. Os valores de entropia apresentam desvios baixos.

Entretanto, como a pressão é calculada com base na equação (72), cuja solução resulta

no resultado de uma função exponencial, as pequenas diferenças no expoente levam a

diferenças mais elevadas nos resultados.

𝑠𝑠𝑎𝑖 = 𝑠𝑒𝑛𝑡 + 𝑅. 𝑙𝑛 (𝑃𝑒𝑛𝑡𝑃𝑠𝑎𝑖

) (72)

Outro fator a ser considerado é o fato de que no cálculo computacional as tolerâncias

utilizadas nos métodos iterativos são inferiores às dos cálculos manuais, o que resulta

em diferenças nas respostas obtidas. Considerados esses fatores e que os desvios

encontrados são considerados satisfatórios, mesmo que para os cálculos de pressão na

saída da turbina, admite-se que o modelo da turbina está verificado para os fins deste

projeto de fim de curso.

7.1.5. Caldeira

O modelo da caldeira necessita de verificação para os dois fluidos, o gás de

exaustão e o vapor d’água. Do lado do vapor é interessante a verificação da quantidade

de calor específico necessário para a vaporização da água e do estado do vapor na

saída da caldeira. Da parte do gás de exaustão, é interessante saber a quantidade de

calor despendida pelo gás para a vaporização da água dada a eficiência considerada

para o processo e do estado do gás que sai da caldeira. A verificação do efeito da

eficiência na transferência de calor entre os fluidos é relevante, pois este parâmetro terá

reflexos sobre o cálculo da eficiência do ciclo aberto e do ciclo combinado.

A verificação é realizada contra dados de referência obtidos por meio de cálculos

manuais. As condições de entrada do gás e do vapor na caldeira para o caso estudado

na verificação são apresentadas na Tabela 11. A eficiência considerada no processo de

transferência de calor é de 90%.

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49

Tabela 11 - Cenário de verificação do modelo da caldeira.

Fluido Temperatura de

Entrada [K]

Temperatura de

Saída [K]

Pressão de Entrada

[kPa]

Água 319,3 488,2 2000

Gás de

Exaustão 1017,8 - 101,325

O modelo de caldeira desenvolvido é utilizado para se calcular a quantidade de

calor necessária para que a mudança de estado da água de líquido comprimido para

vapor superaquecido. A Tabela 12 apresenta o resultado da comparação entre os dados

calculados computacionalmente e por meio de cálculos manuais.

Tabela 12 – Comparação dos resultados da caldeira.

Grandeza Calculado Referência Desvio

Absoluto

Desvio Relativo

[%]

Quantidade

de calor

[MW]

130,60 130,58 0,02 0,00

Temperatura

do gás de

exaustão na

saída [K]

554,53 554,58 0,05 0,00

Como notado, os desvios apresentados, tanto relativo quanto absoluto, são

baixos para a quantidade de calor absorvida pela água e a temperatura de saída dos

gases de exaustão pela caldeira. Avaliada a comparação, consta-se que o modelo de

caldeira está devidamente verificado.

7.1.6. Turbina a Vapor

O modelo da turbina a vapor é verificado contra dados de referência para o cenário

apresentado na Tabela 13. Considera-se que o fluido que na entrada da turbina a vapor

está no estado de vapor superaquecido. Os valores de referência são obtidos por meio

de cálculos manuais.

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50

Tabela 13 - Cenário de verificação do modelo da turbina a vapor.

Fluido Temperatura de

Entrada [K]

Pressão de

Entrada [kPa]

Pressão de

Saída [kPa]

Eficiência da

Turbina a

Vapor [%]

Água 500,53 2000 10 0,95

Esse e os demais valores são inseridos no modelo e os resultados obtidos para

o trabalho específico, temperatura do fluido na saída do compressor e título da mistura

são comparados na Tabela 14.

Tabela 14 – Verificação do modelo da turbina a vapor.

Grandezas Temperatura de

Saída [K]

Trabalho Específico

[kJ/kg] Título [-]

Calculado 318,96 767,00 0,7876

Referência 318,96 766,65 0,7872

Desvio

Absoluto 0,00 0,35 0,0004

Os resultados obtidos pelo modelo são satisfatórios e os desvios calculados são

baixos.

7.1.7. Condensador

O modelo do condensador é verificado contra dados de referência para o cenário

apresentado na Tabela 15. O modelo do condensador admite que a água entre na forma

de mistura saturada e saia como liquido saturado.

Tabela 15 - Cenário de verificação do modelo do condensador.

Fluido Temperatura

de Entrada [K]

Pressão de

Entrada

[kPa]

Eficiência do

Condensador

[%]

Título [-]

Água 318,96 10 0,85 0,7752

Esse e os demais valores são inseridos no modelo e os resultados obtidos para

o calor específico transferido, entalpia e temperatura do fluido na saída do condensador

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são comparados na Tabela 16. Nesse caso, os dados de referência utilizados são

obtidos por meio de cálculos manuais para um caso de exemplo.

Tabela 16 – Verificação do modelo do condensador.

Grandezas Temperatura de Saída [K] Quantidade de Calor Específica

[kJ/kg]

Calculado 318,96 2181,66

Referência 318,96 2182,18

Desvio Absoluto 0,00 0,52

Os resultados obtidos pelo modelo são satisfatórios e os desvios calculados são

baixos.

7.1.8. Bomba

O modelo de bomba é verificado contra dados de referência para o cenário

apresentado na Tabela 17. O modelo da bomba que a água na sucção está no estado

de líquido saturado e é descarregado como líquido comprimido.

Tabela 17 - Cenário de verificação do modelo da bomba.

Fluido Temperatura de

Entrada [K]

Pressão de

Entrada [kPa]

Pressão de

Saída [kPa]

Eficiência da

Bomba [%]

Água 318,85 10 4000 0,9

De acordo com os dados, a razão de compressão da bomba é de

aproximadamente 400. Esse e os dados da Tabela 17 são inseridos no modelo e os

resultados obtidos para o trabalho específico, entalpia e temperatura do fluido na saída

do compressor são comparados na Tabela 18. Os valores de referência são obtidos por

meio de cálculos manuais.

Tabela 18 – Verificação do modelo da bomba.

Grandezas Temperatura de

Saída [K]

Entalpia de Saída

[kJ/kg]

Trabalho Específico

[kJ/kg]

Calculado 319,09 195,86 4,05

Referência 319,08 195,80 4,00

Desvio Absoluto 0,01 0,06 0,05

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52

Os resultados obtidos pelo modelo são satisfatórios e os desvios calculados são

baixos.

7.2. Ciclo combinado

A primeira configuração de ciclo combinado avaliada é a apresentada na Figura 8.

As análises conduzidas com essa configuração de ciclo têm por objetivo criar um cenário

de referência para as análises a serem conduzidas com o ciclo modificado com extração

de vapor na saída da caldeira e injeção de vapor na câmara de combustão.

Figura 8 – Ciclo combinado sem modificações.

Conforme é notado no esquema apresentado, a turbina a gás é considerada um

componente único que inclui tanto a turbina como a turbina de potência. O ponto

intermediário de conexão entre as duas partes da turbina não é avaliado, visto que o

interesse maior se dá sobre os dos extremos dão equipamento, admissão e exaustão.

A seguir, são apresentados os valores das grandezas e parâmetros

considerados nas análises conduzidas. A Tabela 19 apresenta os dados que são

considerados conhecidos e na Tabela 20 os parâmetros característicos dos

componentes do ciclo. Na Tabela 21 são apresentados os parâmetros do combustível

utilizado nas simulações.

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Tabela 19 – Grandezas conhecidas nas simulações.

Grandeza Valor

�̇�𝑎𝑟 0,45 kg/s

�̇�𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 0,00945 kg/s

𝑇𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 298 K

�̇�á𝑔𝑢𝑎 0,05 kg/s

𝑇1 288 K

𝑃1 101,325 kPa

𝑃2 1611,68 kPa

𝑃3 1611,68 kPa

𝑃4 101,325 kPa

𝑃5 101,325 kPa

𝑇6 488,15 K

𝑃6 2.000 kPa

𝑇6` 479,46 K

𝑃6` 1611,68 kPa

𝑇7 318,96 K

𝑃7 10 kPa

𝑇8 318,96 K

𝑃8 10 kPa

𝑥8 0

𝑃9 2000 kPa

Tabela 20 – Parâmetros dos componentes.

Parâmetro Valor

𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 87%

𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡𝑜𝑟 100%

𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 89%

𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 89%

𝜂𝑐𝑎𝑙𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 90%

𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 𝑎 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 89%

𝜂𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 100%

𝜂𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 100%

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54

Tabela 21 – Parâmetros dos combustíveis.

Combustível Entalpia de Formação

[kJ/kmol] PCI [kJ/kg]

𝐶𝐻4 -74831 50016

Utilizando os parâmetros e grandezas expostos é realizada a análise do ciclo

utilizando como combustível o gás metano. Os resultados são apresentados na Tabela

22.

Tabela 22 – Resultados do teste com metano.

Grandeza Valor

𝑇2 697,78 K

𝑇3 1516, 08 K

𝑇4 826,98 K

𝑇5 531,75 K

𝑇9 319,03 K

�̇�𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 185,74 kW

�̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 224,00 kW

�̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 145,14 kW

�̇�𝐻𝑅𝑆𝐺,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 130,63 kW

�̇�𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 472,65 kW

�̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 𝑎 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 39,72 kW

�̇�𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 0,10 kW

𝜂𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 39,01%

𝜂𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 27,30%

𝜂𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 47,39%

𝑁𝑂𝑥 725,39 mgNOx/kg combustível

Obtidos os valores das grandezas de interesse, parte-se para a análise do ciclo

combinado modificado, tomando como referência para comparação os resultados da

análise conduzida para o ciclo combinado padrão.

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55

7.3. Ciclo combinado com extração de vapor

O ciclo combinado é modificado introduzindo-se uma extração de vapor na saída da

caldeira e a vazão extraída é então injetada na câmara de combustão. O ciclo

modificado é apresentado na Figura 9.

Figura 9 - Ciclo combinado com extração de vapor na admissão da turbina e injeção na câmara de combustão.

Nota-se que a vazão de vapor injetada na câmara de combustão provém do ciclo

a vapor e, devido as diferenças de pressão entre a caldeira e a câmara de combustão,

faz-se necessária a inclusão de uma válvula isentálpica no modelo do ciclo combinado.

A quantidade de vapor extraída é reposta na sucção da bomba, como água no mesmo

estado termodinâmico que aquela que sai do condensador. A fração de vapor extraída

nos testes é de 0 % a 5 %, destacando que no caso em que a fração é nula o ciclo se

iguala ao sem modificação.

Nessa seção, é avaliada a operação do ciclo combinado com a temperatura

fixada na saída do combustor em três valores distintos – 1450 K, 1550 K e 1650 K. Os

demais parâmetros, apresentados na Tabela 19 e na Tabela 20, são mantidos os

mesmos, com exceção da já citada vazão de vapor extraído e da vazão de combustível.

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Essa variação da vazão de combustível é necessária para compensar o efeito de

resfriamento dos produtos provocados pela injeção de vapor.

Como não há variação na vazão de ar, nem dos parâmetros referentes ao

processo de compressão, a temperatura na entrada do combustor, bem como a potência

consumida pelo compressor, são as mesmas apresentadas na seção anterior, 697,78 K

e 185,74 kW, respectivamente.

Conforme há o aumento na fração de vapor injetada na câmara de combustão,

a quantidade de combustível necessária para que a temperatura seja mantida fixa

também se eleva. A Figura 10 apresenta essa variação na razão de combustível-ar em

função da fração de vapor injetado.

Figura 10 – Razão Combustível-Ar.

O aumento das vazões de combustível e de vapor injetado tem como consequência

uma maior vazão mássica dos produtos que saem do combustor e que tem como destino

a turbina a gás. Esse aumento de vazão mássica pela turbina a gás leva ao aumento da

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57

potência gerada. A potência líquida produzida pela turbina a gás é apresentada na

Figura 11.

Figura 11 – Potência gerada pela turbina a gás.

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58

O aumento da vazão de combustível faz com a quantidade de calor produzido pela

combustão também se eleve, como pode ser visto na Figura 12.

Figura 12 – Quantidade de calor gerada no processo de combustão.

A maior potência gerada supera a maior quantidade de calor, de modo que há um

aumento gradual na eficiência do ciclo a gás conforme se aumenta a quantidade de

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vapor injetado. As eficiências do ciclo calculadas para o envelope de operação avaliado

são apresentadas na Figura 13.

Figura 13 – Eficiência do ciclo a gás.

O aumento da injeção de vapor também tem como consequência a menor emissão

de 𝑁𝑂𝑥. As emissões estão sujeitas a três fatores – temperatura adiabática de chama,

quantidade de vapor injetado e quantidade de combustível consumido. Nas avaliações

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realizadas a temperatura é fixada e, portanto, apenas as vazões de vapor e combustível

afetam as emissões.

Figura 14 – Emissão de óxidos de nitrogênio.

Nota-se na Figura 14 que o aumento da vazão de vapor supera o de combustível e

tem como consequência a redução das emissões. Cabe ressaltar que dada a falta de

um cenário de referência para a comparação das emissões de NOx, não há uma forma

de se fazer uma validação quantitativa dos resultados obtidos. Desse modo, destaca-se

que tanto para essa análise como para as feitas adiante, todas as análises serão feitas

de forma apenas qualitativa. Ressalta-se apenas que, ao se estudar os resultados

apresentados por Becker e Perkavec (1994), a correlação apresenta boa aproximação

dos dados reais apenas para faixas específicas de potência e próximas à calibração

realizada na sua elaboração. Esse desvio entre valores reais de emissão e os obtidos

pela correlação são maiores quanto menor for a potência em que a turbina opera.

Outro ponto de atenção quanto a utilização da correlação, e que é utilizado na

análise do resultado apresentado na Figura 14, se dá na quantidade de vapor injetado.

Para frações de vapor injetados muito altas, pode-se obter valores de emissão nulos ou

negativos devido ao termo da correlação que corrige os efeitos de injeção de vapor

sobre as emissões. Destaca-se que tanto no resultado acima apresentado quanto nos

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mais à frente demonstrados, cuida-se para que a fração de vapor injetado não seja

elevada a ponto de comprometer os cálculos de emissões.

Finalizada a análise dos componentes do ciclo a gás, parte-se para os componentes

do ciclo a vapor. A vazão de água na bomba é constante, visto que sempre há a

reposição do vapor extraído na sua sucção, e como os estados termodinâmicos da água

na sucção e descarga da bomba são fixados, a potência consumida por ela não se

altera. O valor de potência consumida pela bomba é de 0,10 kW.

O mesmo acontece para a quantidade de calor consumido pela água para que esta

saia do estado termodinâmico em que se encontra na descarga da bomba para aquele

em que deve estar na saída da caldeira, já que a vazão de água é constante pela

caldeira. A quantidade de calor consumido pela água é de 130,63 kW, e o cedido pelo

gás, considerada a eficiência do processo, é de 145,14 kW.

O calor cedido pelo vapor ao passar pelo condensador, ao contrário da caldeira,

varia, pois apesar de os estados na entrada e saída serem também fixos, a vazão de

fluido não é. A variação do calor retirado do vapor para que se transforme em líquido

saturado é apresentado na Figura 15 e é o mesmo independente da temperatura de

exaustão dos produtos de combustão.

Figura 15 – Quantidade de calor retirado do vapor ao passar pelo condensador.

O estado do vapor na entrada e na saída da turbina a vapor são pré-definidos e, por

isso, constantes em toda a simulação, porém a vazão de vapor que passa pela turbina

reduz conforme a fração de vapor extraído aumenta. Por consequência, a potência

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gerada diminui, independentemente da temperatura fixada na saída da câmara de

combustão. A menor potência gerada para uma quantidade de calor consumida fixa,

leva à diminuição da eficiência do ciclo a vapor, como pode ser visto na Figura 16.

Figura 16 – Potência e eficiência do ciclo a vapor.

O aumento da eficiência do ciclo a gás e diminuição da eficiência do ciclo a vapor,

afetam o desempenho do ciclo combinado.

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63

Figura 17 – Eficiência do ciclo combinado.

Como é notado na Figura 17, os ganhos em eficiência e potência obtidos com o ciclo

a gás não são suficientes para superar as perdas no ciclo a vapor, e, dessa forma, o

desempenho do ciclo combinado decai com o aumento da fração de vapor injetado.

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Apesar das perdas em desempenho, há o ganho com a redução das emissões de óxidos

de nitrogênio.

A unir-se em um mesmo gráfico os valores obtidos no presente trabalho para a

eficiência do ciclo a gás, a vapor e combinado para o caso em que 𝑇3 vale 1450 K, gera-

se a Figura 18.

Figura 18 – Valores de eficiência dos ciclos a gás, vapor e combinado para uma

variação da fração de vapor extraído de 0% a 5%.

Ao se avaliar a Figura 18, nota-se mais claramente que os ganhos obtidos no

desempenho do ciclo a gás não são suficientes para superar as perdas no ciclo a vapor,

de modo que a eficiência do ciclo combinado decai.

Avaliados os resultados, atesta-se que esses correspondem ao previsto pela teoria

e obedecem aos comportamentos levantados nas referências. De fato, a injeção de

vapor promove a queda das emissões de óxidos de nitrogênio pela turbina a gás e o

aumento da eficiência do ciclo a gás, apresentando como contrapartida a queda de

eficiência do ciclo a vapor e ciclo combinado para a configuração estudada.

A tendência observada quanto a redução das emissões de óxidos de nitrogênio deve

ser o mesmo independente da correlação utilizada, desde que sejam capazes de

abarcar os mesmos efeitos. A Figura 19 demonstra que a tendência da redução das

emissões pode ser também observada ao se utilizar outra correlação.

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Figura 19 - Comparação das emissões de óxidos de nitrogênio para as correlações de Becker e Perkavec e do Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica.

A comparação é realizada para o caso em que 𝑇3 vale 1450 K. Nota-se que tanto

para a correlação utilizada previamente, como para a correlação do Comitê Americano

de Tecnologia, a tendência de redução é obedecida. Os valores obtidos são

normalizados para que a comparação possa ser realizada, uma vez que o

desenvolvimento das correlações e suas calibrações ocorrem em diferentes contextos

e propósitos.

7.4. Variação da Razão de Equivalência

Assim como verificado anteriormente, a variação da razão de equivalência afeta a

temperatura adiabática de chama. Desse modo, espera-se que a emissão de NOx

também seja influenciada.

Para avaliar tal efeito, a vazão de ar é variada de modo a que razão de equivalência

da reação transite na faixa de 0,2 a 0,5, enquanto a fração de injeção de vapor é mantida

em 2,5%. Essa faixa escolhida tem o objetivo de manter excesso de ar na combustão

para todos os pontos avaliados, incluindo a razão de equivalência utilizada na avaliação

do ciclo sem modificação, apresentado na Tabela 23.

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66

Tabela 23 – Razão de equivalência para o ciclo da seção 7.3.

Combustível Φ

𝐶𝐻4 0,360

Com o aumento da razão de equivalência, há um aumento da temperatura

adiabática de chama, o que reflete sobre a temperatura de exaustão da turbina a gás.

Como no caso estudado a fração de vapor é fixa, a emissão dos óxidos de nitrogênio é

afetada unicamente devido à variação da temperatura adiabática e tende, portanto, a

acompanha-la. A Figura 20 apresenta a variação da temperatura adiabática de chama

e da quantidade de NOx emitida em função da razão de equivalência.

Figura 20 – Emissão de óxidos de nitrogênio com a injeção de 2,5 % de vapor.

Já que conforme o aumento da razão de equivalência há o aumento da

temperatura adiabática de chama, há também a elevação das emissões.

7.5. Ciclo combinado com extração de vapor e operação livre

Uma última análise das emissões de óxidos de nitrogênio e da performance dos

ciclos a gás, a vapor e combinados com o ciclo modificada é realizada. Nesta análise, a

vazões de ar e combustível são mantidas fixas, enquanto a fração de vapor injetado na

câmara de combustão é variada na faixa de 0 % a 5 %. As demais condições de

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67

operação e os parâmetros de cada componente utilizados na análise são os mesmos

utilizados nas seções anteriores.

O aumento da injeção de vapor na câmara de combustão, mantendo-se a

quantidade de combustível e ar fixas, leva a uma diminuição da temperatura dos

produtos. Essa diminuição da temperatura dos produtos, e da temperatura adiabática

de chama, tem como consequência a redução das emissões de NOx.

Figura 21 – Emissão de NOx pela turbina a gás e T3.

Como pode ser notado na Figura 21, o aumento da injeção de vapor leva a uma

queda no valor de 𝑇3 e à diminuição da quantidade de NOx produzida. Nesses

resultados nota-se a limitação da correlação usada para o cálculo das emissões no

presente trabalho para valores de fração de vapor injetado mais elevadas. A tendência

da curva de emissão conforme se aumenta a injeção de vapor é que se reduza cada

vez mais até atingir o ponto de ser nula ou negativa. Isso se deve ao termo de correção

dos efeitos provocados pela injeção de vapor que aparecem na correlação de Becker e

Perkavec. Deste modo, toma-se um cuidado para que os valores de injeção não sejam

suficientemente grandes ao ponto de obter-se resultados de emissão inconsistentes

com a realidade.

O aumento da quantidade de vapor injetado leva também ao aumento da vazão

mássica de gás de exaustão pela turbina a gás. Esse aumento de vazão mássica supera

o efeito da injeção de vapor sobre a temperatura adiabática de chama, tendo como

consequência o aumento da potência gerada pela turbina a gás.

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A quantidade de calor gerada pelo processo de combustão se mantém constante,

uma vez que a quantidade de combustível consumida não se altera. Desse modo, há

um ganho na eficiência do ciclo a gás conforme a quantidade de vapor injetado aumenta.

A potência líquida produzida pela turbina a gás e a eficiência do ciclo são apresentados

na Figura 22.

Figura 22 – Desempenho do ciclo a gás.

A quantidade de vapor que é então extraída do ciclo a vapor leva a uma queda na

potência gerada pela turbina a vapor. A quantidade de calor requerido para a geração

de vapor na qualidade requisitada pela turbina a vapor é constante como nos demais

casos avaliados, já que a vazão de água pela caldeira e seus estados na entrada e

saída são constantes, o que leva a queda da eficiência do ciclo a vapor. A potência e a

eficiência do ciclo a vapor podem ser vistas na Figura 23.

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Figura 23 – Desempenho do ciclo a vapor.

Figura 24 – Desempenhos dos ciclos a gás, a vapor e combinado.

A Figura 24 mostra que a queda de desempenho nos ciclos a gás e a vapor tem

como consequência a diminuição da eficiência do ciclo combinado.

Essa análise demonstra a necessidade de controle da temperatura do gás de

exaustão para que o desempenho do ciclo a gás se eleve com a injeção de vapor e,

assim, diminuir as perdas de desempenho no ciclo combinado. Como contrapartida,

para que a temperatura seja regulada, há o aumento no consumo de combustível, porém

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os ganhos no aumento da potência gerada tendem a superar os custos mais elevados

com o com o combustível.

Desta análise, também se conclui que, quando a quantidade de combustível é

mantida fixa, a vazão de vapor injetado é aumentada e a temperatura adiabática de

chama é reduzida, as emissões de óxidos de nitrogênio reduzem-se em maior grau. E,

dado que, nesse caso específico, o aumento na injeção de vapor leva à diminuição da

temperatura adiabática de chama, os feitos sobre a redução das emissões são

somados.

Uma última avaliação a ser realizada é se a tendência de queda das emissões nas

condições desse teste se repete para outra correlação além da de Becker e Perkavec.

Utiliza-se a correlação do Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica para realizar a

comparação entre as correlações. O resultado da comparação é apresentado na Figura

25.

Figura 25 - Comparação das emissões de óxidos de nitrogênio para as correlações de

Becker e Perkavec e do Comitê Americano de Tecnologia Aeronáutica.

A normalização dos valores permite comparar os resultados e concluir que

independente da correlação utilizada a tendência de redução nas emissões em função

da quantidade de vapor injetado é obedecida. O comportamento das correlações é

diferente devido a diferença de calibração e desenvolvimento de cada uma delas, mas

os efeitos da injeção de vapor são observados em ambas.

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8. CONCLUSÕES

No presente trabalho foram estudados os efeitos de injeção de vapor na câmara de

combustão de uma turbina a gás operando em ciclo combinado. Foram avaliados os

efeitos do vapor sobre as emissões de NOx pela turbina a gás e demais parâmetros de

desempenho dos componentes do ciclo combinado.

A importância que os ciclos combinados de potência desempenham no setor de

geração de energia atual e a crescente preocupação ambiental foram apresentados. A

partir desses fatores demonstrou-se a relevância de se estudar métodos na redução da

emissão de poluentes pela turbina a gás que compõe esse tipo de ciclo.

Em seguida, foram descritos brevemente os ciclos de potência a gás, Brayton, e a

vapor, Rankine, bem como a sua associação em ciclo combinado, como foi estudado

nesse trabalho. Nesse estudo foram apresentadas as principais características desses

ciclos e os componentes que os compõem.

Na sequência foi apresentado o estudo realizado sobre as emissões de poluentes

por turbinas a gás, destacando os efeitos nocivos de cada um e levantando aquelas cuja

emissão tem maior importância. Desse estudo concluiu-se que o principal poluente

emitidos por turbinas a gás são os óxidos de nitrogênio.

Um estudo mais aprofundado quanto aos óxidos de nitrogênio foi realizado. Foram

apresentados os mecanismos de formação das espécies químicas que constituem o

NOx e modelos empíricos e semi-empíricos para o estudo das emissões desses

componentes por turbinas a gás.

Uma série de correlações foram apresentadas e escolheu-se aquela que melhor

atende à análise que foi conduzida no presente trabalho. Dentre as correlações,

escolheu-se a de Becker e Perkavec (1994) para ser utilizada. Essa escolha se deve ao

fato de a correlação embarcar tanto os efeitos térmicos quanto da injeção de vapor sobre

a emissão de NOx.

Em sequência foram estudadas as técnicas que são aplicados em turbinas a gás

para redução das emissões de poluentes por turbina a gás. Dá-se destaque à técnica

de injeção de vapor que é aplicada no presente trabalho. Foram levantadas as

aplicações dessa técnica, bem como seus efeitos sobre a redução das emissões de

óxidos de nitrogênio e no aumento da potência produzida pela turbina a gás e na

eficiência do ciclo a gás.

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Os modelos matemático e computacional dos ciclos, descrevendo cada

equipamento individualmente foram desenvolvidos na sequência. As alterações

demandadas pela implementação da injeção de vapor foram então apresentadas.

Na seção de resultados e discussões foram apresentadas de início as validações de

cada componente, dando-se destaque ao modelo da câmara de combustão e ao modelo

de cálculo da temperatura adiabática de chama. Após essa verificação foram realizadas

as análises com o ciclo em três situações diferentes com variação da fração de vapor

injetada na câmara de combustão – temperaturas de saída dos produtos da câmara de

combustão fixas; variação na razão equivalência; e vazão de combustível e ar fixadas.

Da análise com as temperaturas fixadas na saída do combustor – 1450 K, 1550 K e

1650 K –, conclui-se que, de fato, a injeção de vapor leva à redução da emissão de NOx,

independentemente da temperatura de saída dos produtos. Nesse caso, o efeito de

redução gerado pela injeção de vapor supera o aumento necessário da demanda de

combustível para que se mantenha a temperatura dos produtos dada uma vazão

mássica de ar fixada.

Os ganhos de desempenho no ciclo a gás foram refletidos no aumento da eficiência

do ciclo e da potência líquida produzida pela turbina a gás. Em contrapartida, a extração

de vapor do ciclo a vapor, levou a uma queda na eficiência desse ciclo e da potência

gerada pela turbina a vapor. O balanço desses fatores teve como consequência uma

queda da eficiência do ciclo combinado.

Ao variar a razão de equivalência, por meio do aumento da vazão mássica de ar, as

emissões de NOx se alteraram unicamente devido às mudanças na temperatura

adiabática de chama. Um aumento na razão de equivalência levou a um aumento na

temperatura adiabática de chama e, por consequência, da emissão de óxidos de

nitrogênio.

A última análise avaliou o desempenho do ciclo e as emissões de NOx pela turbina

a gás, quando a vazão de combustível e de ar são mantidas fixas, enquanto variou-se

a fração de vapor injetado. Quanto ao desempenho do ciclo a gás, observou-se que,

apesar de haver a queda da temperatura desse produtos, devido aos efeitos da injeção

de vapor, o aumento da vazão mássica de produtos pela turbina a gás se sobressaiu,

de modo a haver um ganho na eficiência do ciclo a gás e da potência líquida produzida

pela turbina a gás conforme aumentou-se a fração de vapor injetada.

Do ponto de vista do ciclo a vapor, as mesmas perdas já citadas foram observadas,

havendo diminuição da eficiência do ciclo e da potência gerada pela turbina a vapor.

Essas perdas também se refletem na perda de eficiência do ciclo combinado.

Quanto às emissões de NOx, constatou-se que, ao somar-se os efeitos da injeção

de vapor e da queda de temperatura dos produtos, há uma redução maior. Esses

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ganhos na redução de emissões podem ser interessantes, apesar das perdas em

desempenho.

Como conclusão geral desse trabalho, observou-se que de fato o método de injeção

de vapor levou à redução das emissões de NOx por uma turbina a gás e que levou a

ganhos de desempenho em um ciclo a gás. Em contrapartida, ao se extrair o vapor de

um ciclo a vapor operando em ciclo combinado com o ciclo a gás, foram observadas

perdas de desempenho, tanto no ciclo a vapor quanto no ciclo combinado.

Sugere-se para trabalhos futuros uma análise econômica sobre as perdas em

desempenho e ganhos na redução de emissão de óxidos de nitrogênio. Esta análise

torna-se interessante tendo em vista as multas ambientais resultantes de elevadas

emissões de poluentes e os custos do combustível, já que, a depender da operação da

turbina a gás, pode ser haver um aumento de consumo de combustível.

Sugere-se também a sofisticação do modelo da caldeira, separando-a em módulos

para os economizadores, evaporadores e superaquecedores, além de introduzir-se

correlações para a troca de calor entre o gás de exaustão e a água circulante.

Diferentes vazões mássicas de água no ciclo a vapor e temperaturas do vapor na

saída da caldeira afetam o desempenho do ciclo combinado, sendo interessante

análises futuras.

Pontos diferentes de extração no ciclo a vapor podem ser avaliados, o que gerará

reflexos no desempenho ciclo combinado. Dá-se como sugestão a extração em ponto

intermediário da turbina a vapor, dividindo-a em seções de expansão distintas.

Quanto as emissões de NOx, sugere-se elaborar em trabalhos futuros modelos de

emissão mais sofisticados, refinando o modelo de combustão incluindo as teorias de

cinética química e tapas da combustão de hidrocarbonetos. Como complemento ao

estudo das emissões de poluentes, sugere-se a análise das emissões de outras

espécies como o monóxido de carbono.

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APÊNDICE

CÓDIGO DO CICLO COMBINADO

A. Compressor subroutine Compressor(Air,Tin, Pin, r, eta, Tout, Pout, w) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo do compressor, considerando ! uma compressão isentrópica. ! Variáveis de entrada: ! Tin: temperatura à entrada do compressor; Pin: pressão à entrada do compressor; r: razão de compressão; ! eta: eficiência do compressor. ! Variáveis de saída: ! w: potência específica; Tout: temperatura à saída do compressor; Pout: pressão à saída do compressor. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent(in) :: Air(5,489) real(8), intent(in) :: Tin, Pin, r, eta real(8), intent(inout) :: w, Tout, Pout real(8) :: hIn, sIn, Pr, hOut !hIn: entalpia específica à entrada; sIn: entropia específica à entrada; hOut: entalpia específica à saída. !Cálculo da pressão isentrópica relativa dada a condição de entrada e considerando a razão de compressão Pr = PrAir(Tin, Air, 1) Pr = Pr*r !Cálculo das propriedades do fluido à entrada hIn = hAir(Tin, Air, 1) !Cálculo da pressão de saída Pout = Pin*r !Cálculo do processo isentrópico hOut = hAir(Pr, Air, 5) !Cálculo do processo "real" hOut = (hOut - hIn)/eta + hIn Tout = TAir(hOut, Air, 3) !Cálculo da potência específica consumida pelo compressor w = hOut - hIn end subroutine

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B. Câmara de Combustão module Combustion use FluidProperties use ThermCoeffProp use Thermo_Prop_Calc implicit none contains subroutine Adiabatic_Temperature (x, y, a, b, c, d, e, f, CxHy_Entalphy_Ref, CxHy_Entalphy, CxHy_Entalphy_Form, O2Prop, N2Prop, IGH2OProp, CO2Prop, m_fuel_dot, msteam_dot, mar_dot, MWfuel, Tin_ar, Tin_w, eta_combustion, Tadb) real(8), intent(in) :: msteam_dot, mar_dot, eta_combustion, m_fuel_dot, a, b, c, d, e, f, x, y, MWfuel real(8), intent(in) :: O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46), CxHy_Entalphy, CxHy_Entalphy_Form, CxHy_Entalphy_Ref real(8), intent(inout) :: Tadb real(8) :: Hp, Hr, Hr_O2, Hr_N2, Hr_H2O, Hr_CxHy real(8) :: H_o_CO2, H_o_H2O, H_o_O2, H_o_N2, H_o_CxHy real(8) :: H_rref_CO2, H_ref_H2O, H_ref_O2, H_ref_N2, H_ref_CxHy real(8) :: H_in_CxHy, H_in_O2, H_in_N2, H_in_H2O real(8) :: Tin_ar, Tin_fuel, Tin_w, T_ref , ratio real(8) :: chute1, chute2, error1, error2, error, delta_Tadb integer :: counter, counter_max ratio = m_fuel_dot/MWfuel !Calcular aqui os valores de entalpia de formação e dos reagentes à temperatura de entrada. !Temperatura de referência T_ref = 298.5 ![K] !Cálculo da entalpia dos reagentes H_o_CxHy = CxHy_Entalphy_Form H_o_O2 = 0 H_o_N2 = 0 H_o_H2O = -241830 H_ref_CxHy = CxHy_Entalphy_ref H_ref_O2 = hO2(T_ref,O2Prop) H_ref_N2 = hN2(T_ref,N2Prop) H_ref_H2O = hH2O(T_ref,IGH2OProp) H_in_CxHy = CxHy_Entalphy H_in_O2 = hO2(Tin_ar,O2Prop) H_in_N2 = hN2(Tin_ar,N2Prop) H_in_H2O = hH2O(Tin_w,IGH2OProp) Hr_CxHy = H_o_CxHy + H_in_CxHy - H_ref_CxHy Hr_H2O = H_o_H2O + H_in_H2O - H_ref_H2O Hr_O2 = H_o_O2 + H_in_O2 - H_ref_O2 Hr_N2 = H_o_N2 + H_in_N2 - H_ref_N2 Hr = ratio*Hr_CxHy + a*Hr_O2 + a*3.76*Hr_N2 + b*Hr_H2O

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Hr = Hr*eta_combustion !Implementação do método da secante counter = 0 error = 10.0 chute1 = Tadb chute2 = Tadb*0.9 counter_max = 100 do while ((error.gt. 1E-3).and.(counter.lt.counter_max)) call Error_Tadb(chute1, c, d, e, f, O2Prop, N2Prop, IGH2OProp, CO2Prop, Hr, error1) call Error_Tadb(chute2, c, d, e, f, O2Prop, N2Prop, IGH2OProp, CO2Prop, Hr, error2) delta_Tadb = (chute2 - chute1)/(error2 - error1) chute1 = chute2 chute2 = chute2 - error2*delta_Tadb if (chute2 .lt. 298.5) then chute2 = 298.5 else if (chute2.gt. 2500.0) then chute2 = 2499 end if error = error2 end do Tadb = chute2 end subroutine !Coeficientes da reação de combustão subroutine Stoichiometric(x, y, a, b, c, d, e, f, mar_dot, MWar, msteam_dot, MWsteam, mfuel_dot, MWfuel) real(8), intent(in) :: mar_dot, MWar, msteam_dot, MWsteam, mfuel_dot, MWfuel real(8), intent(inout) :: x, y, a, b, c, d, e, f a = mar_dot/(MWar*4.76) b = msteam_dot/MWsteam x = x*mfuel_dot/MWfuel y = y*mfuel_dot/MWfuel c = x d = y/2 + b e = (2*a + b - 2*c - d)/2 f = a end subroutine subroutine VazaoAr_Excesso (x, y, mfuel_dot, epsolon, mar_dot_real) real(8), intent(in) :: epsolon, mfuel_dot real(8), intent(inout) :: x, y, mar_dot_real real(8) :: MWar, a MWar = 28.85

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a = y/4 + x mar_dot_real = mfuel_dot*(4.76*a*MWar/(x*12 + y))/epsolon end subroutine subroutine Epsolon_Calc (x, y, mfuel_dot, mar_dot_real, epsolon) real(8), intent(in) :: mar_dot_real, mfuel_dot real(8), intent(inout) :: x, y, epsolon real(8) :: MWar, a MWar = 28.85 a = y/4 + x epsolon = mfuel_dot*(4.76*a*MWar/(x*12 + y))/mar_dot_real end subroutine subroutine Error_Tadb (chute, c, d, e, f, O2Prop, N2Prop, IGH2OProp, CO2Prop, Hr, error) real(8), intent(in) :: chute, c, d, e, f, Hr real(8), intent(in) :: O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46) real(8), intent(inout) :: error real(8) :: Hp_CO2, Hp_H2O, Hp_O2, Hp_N2 real(8) :: H_o_CO2, H_o_H2O, H_o_O2, H_o_N2 real(8) :: H_ref_CO2, H_ref_H2O, H_ref_O2, H_ref_N2 real(8) :: H_Tadb_CO2, H_Tadb_H2O, H_Tadb_O2, H_Tadb_N2, Hp_Tadb real(8) :: T_ref T_ref = 298.5![K] !Calcular aqui as entalpias dos produtos dada a temperatura de chute !H_o_O2 = 0.0 !H_o_N2 = 0.0 !Cálculo da entalpia dos reagentes H_o_O2 = 0.0 H_o_N2 = 0.0 H_o_H2O = -241830 H_o_CO2 = -393520 H_ref_O2 = hO2(T_ref,O2Prop) H_ref_N2 = hN2(T_ref,N2Prop) H_ref_H2O = hH2O(T_ref,IGH2OProp) H_ref_CO2 = hCO2(T_ref,CO2Prop) H_Tadb_O2 = hO2(chute,O2Prop) H_Tadb_N2 = hN2(chute,N2Prop) H_Tadb_H2O = hH2O(chute,IGH2OProp) H_Tadb_CO2 = hCO2(chute,CO2Prop) Hp_CO2 = H_o_CO2 + H_Tadb_CO2 - H_ref_CO2 Hp_H2O = H_o_H2O + H_Tadb_H2O - H_ref_H2O Hp_O2 = H_o_O2 + H_Tadb_O2 - H_ref_O2 Hp_N2 = H_o_N2 + H_Tadb_N2 - H_ref_O2

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Hp_Tadb = c*Hp_CO2 + d*Hp_H2O + e*Hp_O2 + f*3.76*Hp_N2 error = abs(Hr - Hp_Tadb) end subroutine end module subroutine Combustor(x, y, a, b, c, d, e, f, m_fuel_dot, mar_dot, m_steam_dot, MWar, MWfuel, MWsteam, Tin_ar, Pin_ar, CxHy_Entalphy_Ref, CxHy_Entalphy, CxHy_Entalphy_Form, Tin_w, eta_combustion, Tadb, Tout, Pout) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo do combustor, considerando uma ! combustão com injeção de água e excesso de ar. ! Variáveis de entrada: ! Tin_ar: temperatura do ar à entrada do combustor; Pin_ar: pressão do ar à entrada do combustor; ! Tin_fuel: temperatura do combustível à entrada do combustor; Tin_w: temperatura do vapor injetado ! x: número de átomos de carbono no combustível; y: número de átomos hidrogênio no combustível; ! epsolon: razão de excesso de ar; ! eta: eficiência do processo de combustão. ! Variáveis de saída: ! Tadb: temperatura adiabática de chama; Pout: pressão à saída do combustor. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent(in) :: Tin_ar, Pin_ar, Tin_w, CxHy_Entalphy_Ref, CxHy_Entalphy, CxHy_Entalphy_Form, m_steam_dot, m_fuel_dot, MWar, MWfuel, MWsteam real(8), intent (inout) :: x, y, a, b, c, d, e, f, mar_dot, Tout, Tadb, Pout, eta_combustion real(8) :: O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46), Air(5,489), epsolon, F_Ar !Formação das tabelas de propriedades call O2_prop(O2Prop) call N2_prop(N2Prop) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call CO2_prop(CO2Prop) !Cálculo Estequimétrico call Stoichiometric(x, y, a, b, c, d, e, f, mar_dot, MWar, m_steam_dot, MWsteam, m_fuel_dot, MWfuel) !Cálculo da Temperatura Adiabática de Chama call Adiabatic_Temperature(x, y, a, b, c, d, e, f, CxHy_Entalphy_Ref, CxHy_Entalphy, CxHy_Entalphy_Form, O2Prop, N2Prop, IGH2OProp, CO2Prop, m_fuel_dot, m_steam_dot, mar_dot, MWfuel, Tin_ar, Tin_w, eta_combustion, Tadb) Tout = tadb eta_combustion = 1.0 !Cálculo da Temperatura Adiabática de Chama call Adiabatic_Temperature(x, y, a, b, c, d, e, f, CxHy_Entalphy_Ref, CxHy_Entalphy, CxHy_Entalphy_Form, O2Prop, N2Prop, IGH2OProp, CO2Prop, m_fuel_dot, m_steam_dot, mar_dot, MWfuel, Tin_ar, Tin_w, eta_combustion, Tadb)

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Pout = Pin_ar end subroutine

module Emissions implicit none contains subroutine NOxEmission(S, F, Tadb, emission) real(8), intent(in) :: S, F, Tadb real(8), intent(inout) :: emission emission = 11850*(1-0.3571*S/F)*exp((Tadb-2208)/247.7) end subroutine end module

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C. Turbina a Gás

subroutine Turbina_Real(m_ar, x, y, c, d, e, f, eta, w_comp, Tin, Pin, Tout, Pout, W) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo da turbina a gás, considerando ! uma expansão isentrópica. ! Variáveis de entrada: ! m_ar: vazão de ar; m_steam: vazão de vapor injetado na câmara de combustão; m_fuel: vazão de combustível; ! eta: eficiência do equipamento; Tin: temperatura de entrada do gás na turbina; Pin: pressão do gás na ! entrada da turbina; Pout: pressão do gás na exautão da turbina ! Variáveis de saída: ! Tout: temperatura à saída do gás após a expansão; W: potência produzida pela turbina. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent(in) :: m_ar, x, y, c, d, e, f, eta, Tin, Pin real(8), intent(inout) :: Tout, w, w_comp, Pout real(8) :: s_in, s_out, sIn_O2, sIn_CO2, sIn_N2, sIn_H2O, y_O2, y_N2, y_CO2, y_H2O, O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46), R, s_out_iso, delta_Tout, error, error1, error2, chute1, chute2, hIn_O2, hIn_N2, hIn_CO2 real(8) :: hIn_H2O, h_In, hOut_O2, hOut_N2, hOut_CO2, hOut_H2O, h_Out, sum, sOut_O2, sOut_CO2, sOut_N2, sOut_H2O, MWfuel integer :: counter, counter_max sum = c + d + e + f*3.76 y_O2 = e/sum y_H2O = d/sum y_CO2 = c/sum y_N2 = f*3.76/sum R = 8.314 MWfuel = x*12 + y call O2_prop(O2Prop) call N2_prop(N2Prop) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call CO2_prop(CO2Prop) hIn_O2 = hO2(Tin,O2Prop) hIn_N2 = hN2(Tin,N2Prop) hIn_CO2 = hCO2(Tin,CO2Prop) hIn_H2O = hH2O(Tin,IGH2OProp) !Implementação do método da secante counter = 0 error = 10.0 chute1 = Tin chute2 = Tin*0.9 counter_max = 100 w_comp = w_comp/(eta) do while ((error.gt. 1E-3).and.(counter.lt.counter_max))

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call Error_Tout_TurbinaComp_Real(chute1, m_ar, w_comp, sum, y_O2, y_N2, y_CO2, y_H2O, hIn_O2, hIn_N2, hIn_CO2, hIn_H2O, error1) call Error_Tout_TurbinaComp_Real(chute2, m_ar, w_comp, sum, y_O2, y_N2, y_CO2, y_H2O, hIn_O2, hIn_N2, hIn_CO2, hIn_H2O, error2) delta_Tout = (chute2 - chute1)/(error2 - error1) chute1 = chute2 chute2 = chute2 - error2*delta_Tout if (chute2 .lt. 298.5) then chute2 = 298.5 else if (chute2.gt. 2500.0) then chute2 = 2499 end if error = error2 counter = counter + 1 end do Tout = chute2 w_comp = w_comp*eta !Cálculo das propriedades do fluido à entrada h_In = y_O2*(hIn_O2) + y_H2O*(hIn_H2O) + y_N2*(hIn_N2) + y_CO2*(hIn_CO2) !Cálculo do processo isentrópico hOut_O2 = hO2(Tout,O2Prop) hOut_N2 = hN2(Tout,N2Prop) hOut_CO2 = hCO2(Tout,CO2Prop) hOut_H2O = hH2O(Tout,IGH2OProp) h_out = y_O2*(hOut_O2) + y_H2O*(hOut_H2O) + y_N2*(hOut_N2) + y_CO2*(hOut_CO2) !Cálculo da potência específica gerada pela turbina W = m_ar*(h_In - h_Out)*sum/28.85 /(f*4.76) sIn_O2 = sO2(Tin,O2Prop) sIn_N2 = sN2(Tin,N2Prop) sIn_CO2 = sCO2(Tin,CO2Prop) sIn_H2O = sH2O(Tin,IGH2OProp) s_In = y_O2*(sIn_O2) + y_H2O*(sIn_H2O) + y_N2*(sIn_N2) + y_CO2*(sIn_CO2) sOut_O2 = sO2(Tout,O2Prop) sOut_N2 = sN2(Tout,N2Prop) sOut_CO2 = sCO2(Tout,CO2Prop) sOut_H2O = sH2O(Tout,IGH2OProp) s_out = y_O2*(sOut_O2) + y_H2O*(sOut_H2O) + y_N2*(sOut_N2) + y_CO2*(sOut_CO2) Pout = Pin/exp((s_in - s_out)/R) end subroutine

subroutine Turbina_Potencia_Real(m_ar, m_fuel, x, y, c, d, e, f, eta, Tin, Pin, Tout, Pout, W) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo da turbina a gás, considerando ! uma expansão isentrópica.

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! Variáveis de entrada: ! m_ar: vazão de ar; m_steam: vazão de vapor injetado na câmara de combustão; m_fuel: vazão de combustível; ! eta: eficiência do equipamento; Tin: temperatura de entrada do gás na turbina; Pin: pressão do gás na ! entrada da turbina; Pout: pressão do gás na exautão da turbina ! Variáveis de saída: ! Tout: temperatura à saída do gás após a expansão; W: potência produzida pela turbina. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent(in) :: m_ar, m_fuel, x, y, c, d, e, f, eta, Tin, Pin, Pout real(8), intent(inout) :: Tout, w real(8) :: s_in, s_out, sIn_O2, sIn_CO2, sIn_N2, sIn_H2O, y_O2, y_N2, y_CO2, y_H2O, O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46), R, s_out_iso, delta_Tout, error, error1, error2, chute1, chute2, hIn_O2, hIn_N2, hIn_CO2 real(8) :: hIn_dummy, hOut_dummy, w_dummy, hIn_H2O, h_In, hOut_O2, hOut_N2, hOut_CO2, hOut_H2O, h_Out, sum, sOut_O2, sOut_CO2, sOut_N2, sOut_H2O, MWfuel integer :: counter, counter_max sum = c + d + e + f*3.76 y_O2 = e/sum y_H2O = d/sum y_CO2 = c/sum y_N2 = f*3.76/sum R = 8.314 MWfuel = x*12 + y call O2_prop(O2Prop) call N2_prop(N2Prop) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call CO2_prop(CO2Prop) sIn_O2 = sO2(Tin,O2Prop) sIn_N2 = sN2(Tin,N2Prop) sIn_CO2 = sCO2(Tin,CO2Prop) sIn_H2O = sH2O(Tin,IGH2OProp) s_in = y_O2*sIn_O2 + y_N2*sIn_N2 + y_H2O*sIn_H2O + y_CO2*sIn_CO2 s_out_iso = s_in - R*log(Pin/Pout) !Implementação do método da secante counter = 0 error = 10.0 chute1 = Tin chute2 = Tin*0.9 counter_max = 100 do while ((error.gt. 1E-3).and.(counter.lt.counter_max)) call Error_Tout_Turbina_Real(chute1, y_O2, y_N2, y_H2O, y_CO2, s_out_iso, error1) call Error_Tout_Turbina_Real(chute2, y_O2, y_N2, y_H2O, y_CO2, s_out_iso, error2) delta_Tout = (chute2 - chute1)/(error2 - error1) chute1 = chute2

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chute2 = chute2 - error2*delta_Tout if (chute2 .lt. 298.5) then chute2 = 298.5 else if (chute2.gt. 2500.0) then chute2 = 2499 end if error = error2 counter = counter + 1 end do Tout = chute2 !Cálculo da entalpia de entrada hIn_O2 = hO2(Tin,O2Prop) hIn_N2 = hN2(Tin,N2Prop) hIn_CO2 = hCO2(Tin,CO2Prop) hIn_H2O = hH2O(Tin,IGH2OProp) !h_In = y_O2*(hIn_O2) + y_H2O*(hIn_H2O) + y_N2*(hIn_N2) + y_CO2*(hIn_CO2) h_In = e*(hIn_O2) + d*(hIn_H2O) + f*3.76*(hIn_N2) + c*(hIn_CO2) !Cálculo da entalpia de saída hOut_O2 = hO2(Tout,O2Prop) hOut_N2 = hN2(Tout,N2Prop) hOut_CO2 = hCO2(Tout,CO2Prop) hOut_H2O = hH2O(Tout,IGH2OProp) !hOut_dummy = y_O2*(hOut_O2) + y_H2O*(hOut_H2O) + y_N2*(hOut_N2) + y_CO2*(hOut_CO2) hOut_dummy = e*(hOut_O2) + d*(hOut_H2O) + f*3.76*(hOut_N2) + c*(hOut_CO2) !Cálculo do processo "real" !Cálculo da potência específica gerada pela turbina W = (h_In - hOut_dummy)*m_ar/28.85*eta/(f*4.76) !W = m_fuel/MWfuel*(h_In - hOut_dummy)*eta counter = 0 error = 10.0 chute1 = Tout*1.1 chute2 = Tout*0.9 counter_max = 100 h_Out = (hOut_dummy - h_In)*eta + h_In do while ((error.gt. 1E-3).and.(counter.lt.counter_max)) call Error_Tout_Turbina_Real_H(chute1, sum, y_O2, y_N2, y_H2O, y_CO2, h_Out, error1) call Error_Tout_Turbina_Real_H(chute2, sum, y_O2, y_N2, y_H2O, y_CO2, h_Out, error2) delta_Tout = (chute2 - chute1)/(error2 - error1) chute1 = chute2 chute2 = chute2 - error2*delta_Tout if (chute2 .lt. 298.5) then chute2 = 298.5 else if (chute2.gt. 2500.0) then chute2 = 2499 end if

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if (chute2 .eq. chute1) then chute2 = chute2*1.2 end if if (error1 .eq. 0) then chute1 = chute2*1.1 error1 = 10 end if if (error2 .eq. 0) then chute2 = chute1 *1.1 error2 = 10 end if error = error2 counter = counter + 1 end do Tout = chute2 end subroutine

subroutine Error_Tout_Turbina_Real_H(chute, sum, y_O2, y_N2, y_H2O, y_CO2, h_out_real, error) !Função erro do método secante real(8), intent(in) :: chute, y_O2, y_N2, y_H2O, y_CO2, h_out_real, sum real(8), intent(inout) :: error real(8) :: h_out, hOut_O2, hOut_N2, hOut_H2O, hOut_CO2, O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46) call O2_prop(O2Prop) call N2_prop(N2Prop) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call CO2_prop(CO2Prop) hOut_O2 = hO2(chute,O2Prop) hOut_N2 = hN2(chute,N2Prop) hOut_CO2 = hCO2(chute,CO2Prop) hOut_H2O = hH2O(chute,IGH2OProp) h_out = sum*y_O2*hOut_O2 + sum*y_N2*hOut_N2 + sum*y_H2O*hOut_H2O + sum*y_CO2*hOut_CO2 error = abs(h_out_real - h_out) end subroutine subroutine Error_Tout_TurbinaComp_Real(chute, m_ar, w_comp, sum, y_O2, y_N2, y_CO2, y_H2O, hIn_O2, hIn_N2, hIn_CO2, hIn_H2O, error) !Função erro do método secante real(8), intent(in) :: chute, m_ar, w_comp, sum, y_O2, y_N2, y_CO2, y_H2O, hIn_O2, hIn_N2, hIn_CO2, hIn_H2O real(8), intent(inout) :: error real(8) :: O2Prop(6,46), N2Prop(6,46), IGH2OProp(6,46), CO2Prop(6,46), hOut_O2, hOut_N2, hOut_CO2, hOut_H2O, h_out

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call O2_prop(O2Prop) call N2_prop(N2Prop) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call CO2_prop(CO2Prop) hOut_O2 = hO2(chute,O2Prop) hOut_N2 = hN2(chute,N2Prop) hOut_CO2 = hCO2(chute,CO2Prop) hOut_H2O = hH2O(chute,IGH2OProp) h_out = y_O2*(hIn_O2 - hOut_O2) + y_H2O*(hIn_H2O - hOut_H2O) + y_N2*(hIn_N2 - hOut_N2) + y_CO2*(hIn_CO2 - hOut_CO2) error = abs(m_ar*w_comp - sum*h_out*m_ar/28.85/(y_N2*sum*4.76/3.76)) end subroutine subroutine Error_Tout_TurbinaComp(chute, w_comp, a, b, hIn_Ar, hIn_H2O, error) !Função erro do método secante real(8), intent(in) :: chute, w_comp, hIn_Ar, hIn_H2O, a, b real(8), intent(inout) :: error real(8) :: IGH2OProp(6,46), Air(5,489), h_out_Ar, h_Out_H2O, h_out call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call Air_Prop(Air) h_out_Ar = hAir(chute,Air,1) h_Out_H2O = hH2O(chute,IGH2OProp) h_out = a*(hIn_Ar - h_out_Ar) + b*(hIn_H2O - h_Out_H2O)/18.14 error = abs(w_comp - h_out) end subroutine

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D. Caldeira de Recuperação de Calor subroutine HRSG(Thot_in, Phot_in, Thot_out, Phot_out, Tcold_in, Pcold_in, eta_HRSG, mcold_dot, mhot_ar_dot, mhot_fuel_dot, mhot_steam_dot, Tcold_out, Pcold_out, Q_real) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo da caldeira, considerando um ! processo isobárico. ! Variáveis de entrada: ! Thot_in: temperatura do gás de exaustão à entrada da caldeira; Phot_in: pressão do gás de exaustão à entrada ! da caldeira; Thot_out: temperatura do gás de exaustão à saída da caldeira; Phot_out: pressão do gás de ! exaustão à saída da cadeira; Tcold_in: temperatura de entrada da água na caldeira; Pcold_in: pressão de ! entrada da água na caldeira. ! eta_HRSG: eficiência do processo de transferência de calor. ! Variáveis de saída: ! Tcold_out: temperatura do vapor à saída da caldeira; Pcold_out: pressão do vapor à saída da caldeira. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent (in) :: Thot_in, Phot_in, Tcold_in, Pcold_in, eta_HRSG, mcold_dot, mhot_ar_dot, mhot_fuel_dot, mhot_steam_dot, Tcold_out real(8), intent (inout) :: Pcold_out, Thot_out, Phot_out, Q_real real(8) :: Q, h_hot_out, h_hot_in, h_cold_out, h_cold_in, a, b, y_Ar, y_H2O, h_in_Ar, h_in_H2O real(8) :: h2OCLSH(4,105), H2OSH(4,105), H2OSatTE(12, 375), H2OSatPE(12, 272), IGH2OProp(6,46), Air(5,489), error, error1, error2, chute1, chute2, delta_Tout integer :: counter, counter_max !Cálculo da pressão de saída dos fluidos frio e quente Pcold_out = Pcold_in Phot_out = Phot_in call H2OCLSH_prop(Pcold_in,H2OCLSH) call H2OCLSH_prop(Pcold_out,H2OSH) call Sat_H2O_TE_Prop(H2OSatTE) call Sat_H2O_PE_Prop(H2OSatPE) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call Air_Prop(Air) !Condições de entrada do fluido frio h_cold_in = hH2OCL(Tcold_in,H2OCLSH) !Condições de saída do fluido frio h_cold_out = hH2OSH(Tcold_out,H2OSH) !Cálculo da quantidade de calor consumida Q = mcold_dot*(h_cold_out - h_cold_in) Q_real = Q/eta_HRSG !Cálculo das condições do gás de exaustão na entrada da caldeira a = (mhot_ar_dot + mhot_fuel_dot)/28.85 b = mhot_steam_dot/18.14 y_Ar = a/(a+b)

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y_H2O = b/(a+b) h_in_Ar = hAir(Thot_in,Air,1) h_in_H2O = hH2O(Thot_in,IGH2OProp) h_hot_in = (mhot_ar_dot + mhot_fuel_dot)*h_in_Ar + mhot_steam_dot*h_in_H2O/18.14 !Cálculo das condições do gás de exaustão na saída da caldeira h_hot_out = h_hot_in - Q_real !Implementação do método da secante counter = 0 error = 10.0 chute1 = Thot_in chute2 = Thot_in*0.9 counter_max = 100 do while ((error.gt. 1E-3).and.(counter.lt.counter_max)) call Error_Tout_HRSG(mhot_ar_dot, mhot_fuel_dot, mhot_steam_dot, chute1, h_hot_out, error1) call Error_Tout_HRSG(mhot_ar_dot, mhot_fuel_dot, mhot_steam_dot, chute2, h_hot_out, error2) delta_Tout = (chute2 - chute1)/(error2 - error1) chute1 = chute2 chute2 = chute2 - error2*delta_Tout if (chute2 .lt. 298.5) then chute2 = 298.5 else if (chute2.gt. 2500.0) then chute2 = 2499 end if if (chute2 .eq. chute1) then chute2 = chute2*1.2 end if error = error2 end do Thot_out = chute2 end subroutine subroutine Error_Tout_HRSG(m_ar, m_fuel, m_steam, chute, h_hot_out, error) !Função erro do método secante real(8), intent(in) :: chute, h_hot_out, m_ar, m_fuel, m_steam real(8), intent(inout) :: error real(8) :: Air(5,489), IGH2OProp(6,46), h_H2O, h_Ar, h_hot call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call Air_Prop(Air) h_Ar = hAir(chute,Air,1) h_H2O = hH2O(chute,IGH2OProp)

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h_hot = (m_ar + m_fuel)*h_Ar + m_steam*h_H2O/18.14 error = abs(h_hot - h_hot_out) end subroutine

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E. Turbina a Vapor

subroutine SteamTurbine(Tin, Pin, eta, Tout, Pout, x, w) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo da turbina a vapor, considerando ! uma expansão isentrópico. ! Variáveis de entrada: ! Tin: temperatura à entrada da turbina; Pin: pressão à entrada da turbina; r: razão de expansão; ! eta: eficiência da turbina. ! Variáveis de saída: ! w: potência específica; Tout: temperatura à saída da tubina; Pout: pressão à saída da turbina. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent(in) :: Tin, Pin, eta, Pout real(8), intent(inout) :: x, w, Tout real(8) :: H2OCLSH(4,105), H2OSatTE(12, 375), H2OSatPE(12, 272), Tref, Pref, h_liq, h_vap, s_liq, s_vap, Tsat, hIn, s_In, Pr, hOut, s_out_iso, s_out_real, delta_Tout, error, error1, error2, chute1, chute2 integer :: counter, counter_max !hIn: entalpia específica à entrada; sIn: entropia específica à entrada; hOut: entalpia específica à saída. call H2OCLSH_prop(Pin,H2OCLSH) call Sat_H2O_TE_Prop(H2OSatTE) call Sat_H2O_PE_Prop(H2OSatPE) Tref = 298.5 ![K] !Cálculo do estado termodinâmico à entrada da turbina s_In = sH2OSH(Tin,H2OCLSH) !s_In = sgH2OSat(Pin,H2OSatPE) hIn = hH2OSH(Tin,H2OCLSH) !hIn = hgH2OSat(Pin,H2OSatPE) !Cálculo da expansão isentrópica s_out_iso = s_in !cálculo do título da mistura saturada Tsat = TH2OSat(Pout,H2OSatPE) Pref = PH2OSat(Tref,H2OSatTE) s_liq = sfH2OSat(Pout,H2OSatPE) s_vap = sgH2OSat(Pout,H2OSatPE) x = (s_out_iso - s_liq)/(s_vap - s_liq) !Cálculo do estado termodinâmico à saída da turbina h_liq = hfH2OSat(Pout,H2OSatPE) h_vap = hgH2OSat(Pout,H2OSatPE) hOut = h_liq + x*(h_vap - h_liq) Tout = Tsat

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w = (hIn - hOut)*eta hOut = hIn - (hIn - hOut)*eta x = (hOut - h_liq)/(h_vap - h_liq) end subroutine

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F. Condensador subroutine Condenser(xhot_in, Thot_in, Phot_in, eta_condenser, Thot_out, Phot_out, q, q_real) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo do condensador, considerando um ! processo isobárico. ! Variáveis de entrada: ! Tcold_in: temperatura do fluido de resfriamento à entrada do condensador; Pcold_in: pressão do fluido de ! resfriamento à entrada do condensador; Tcold_out: temperatura do fluido de resfriamento à saída do ! condensador; Pcold_out: pressão do fluido de resfriamento à saída do condensador; Thot_in: temperatura de ! entrada do vapor à entrada do condensador; Phot_in: pressão de entrada do vapor à entrada do condensador. ! eta_condensador: eficiência do processo de transferência de calor. ! Variáveis de saída: ! Tcold_out: temperatura da água à saída do condensador; Pcold_out: pressão da água à saída do condensador. !------------------------------------------------------------------------------------------------------------ real(8), intent (in) :: Thot_in, Phot_in, eta_condenser, xhot_in real(8), intent (inout) :: Thot_out, Phot_out, q, q_real real(8) :: H2OSatTE(12, 375), H2OSatPE(12, 272), h_hot_in, h_hot_out, h_liq, h_vap call Sat_H2O_TE_Prop(H2OSatTE) call Sat_H2O_PE_Prop(H2OSatPE) !Cálculo do estado termodinâmico à entrada do condensador h_liq = hfH2OSat(Phot_in,H2OSatPE) h_vap = hgH2OSat(Phot_in,H2OSatPE) h_hot_in = h_liq + xhot_in*(h_vap - h_liq) !Cálculo do estado termodinâmico à saída do condensador h_liq = hfH2OSat(Phot_in,H2OSatPE) h_hot_out = h_liq Phot_out = Phot_in Thot_out = TH2OSat(Phot_out,H2OSatPE) !Cálculo da quantidade de calor requerida para condensar o vapor q = (h_hot_in - h_hot_out) q_real = q/eta_condenser end subroutine

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G. Bomba subroutine Pump(Tin, Pin, r, eta, Tout, Pout, w) !------------------------------------------------- Descrição------------------------------------------------- ! Esta subrotina tem como função realizar os cálculos do modelo representativo da bomba, considerando um ! bombeamento isentrópico. ! Variáveis de entrada: ! Tin: temperatura à entrada da bomba; Pin: pressão à entrada da bomba; r: razão de bombeamento; ! eta: eficiência da bomba. ! Variáveis de saída: ! w: potência específica; Tout: temperatura à saída da bomba; Pout: pressão à saída da bomba. !---------------------------------------------------------------------------- real(8), intent(in) :: Tin, Pin, r, eta real(8), intent(inout) :: w, Tout, Pout real(8) :: h2oCLSH(4,105), H2OSatTE(12, 375), H2OSatPE(12, 272), s_out, Tref, Pref, x, h_liq, s_liq, Tsat, hIn, s_In, Pr, hOut, s_out_iso, s_out_real, delta_Tout, error, error1, error2, chute1, chute2 integer :: counter, counter_max call Sat_H2O_TE_Prop(H2OSatTE) call Sat_H2O_PE_Prop(H2OSatPE) Tref = 298.5 ![K] Pout = Pin*r call H2OCLSH_prop(Pout,H2OCLSH) !Cálculo do estado termodinâmico à entrada da bomba s_liq = sfH2OSat(Pin,H2OSatPE) h_liq = hfH2OSat(Pin,H2OSatPE) hIn = h_liq !Cálculo da compressão isentrópica s_out_iso = s_liq !Cálculo do estado termodinâmico à saída da bomba Tout = T_sH2OCL(s_out_iso,H2OCLSH) hOut = hH2OCL(Tout,H2OCLSH) !Cálculo da potência específica consumida pela bomba w = (hOut - hIn)/eta hOut = w + hIn Tout = T_hH2OCL(hOut,H2OCLSH) end subroutine

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Preenchido o último requisito para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico

MATHEUS DE ABREU MONTEIRO CAMPOS

(DRE: 112024930)

defenderá seu projeto final, com o título

" INFLUÊNCIA DA INJEÇÃO DE VAPOR NAS EMISSÕES DE ÓXIDOS DE

NITROGÊNIO DE UMA TURBINA A GÁS OPERANDO EM UM CICLO

COMBINADO"

perante Banca, assim constituída:

Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc.

Prof. Albino José Kalab Leiróz, Ph.D.

Prof. Hélcio Rangel Barreto Orlande, Ph.D.

Dia: 31/10/2018

Hora: 13:00 h

Local: _______ Bloco __ sala ____ Centro de Tecnologia – Cid.

Universitária

Aprovado para defesa em __/__/20__

________________________________ Comissão de Projeto Final