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O Festival Nordestino de Teatro, além de trazer espetáculos de todos os estados do Nordeste, não deixa de prestigiar a produção teatral realizada na própria serra. Hoje, a cidade de Guaramiranga conta com sete grupos de teatro e, desses, os grupos Sin- cronia, Artimanhas, e Cia. Fabril de Teatro puderam apresentar seus espetáculos na Mostra Guarami- ranga em Cena. Alguns deles, inclu- sive, nasceram graças à realização do FNT, há 17 anos, que motivou a for- mação dos grupos para produzir pe- ças teatrais na cidade. Em 1999, o atual diretor do grupo Artimanha, Jovanio Fernandes, jun- tou-se a alguns amigos para montar uma peça de teatro. Alguns deles, po- rém, perderam o interesse pela ativi- dade e Jovanio resolveu criar um novo grupo. Nascia aí o Artimanha. O grupo já montou várias peças retratando o universo serta- nejo, mote principal dos seus espetáculos. Quando perguntado das dificuldades de se fazer teatro na cidade, Jovanio destaca a desunião que ele acredita existir entre os grupos. “Meu sonho hoje é fazer um grupo de teatro da cidade, com todos os artistas. Já imaginou se nós conseguíssemos que to- dos os diretores dos sete grupos pegassem os melho- res de cada grupo e montasse um grupão que mon- tasse um espetáculo que representasse a cidade? Seria excelente, mas eu acho que hoje é difícil de ser realizado”, analisa Jovanio. Já a diretora do Grupo Sincronia, Marta Carnei- ro, pensa de forma diferente: “Eu acho que aqui é o berço do teatro, acho que quanto mais grupos se formarem, me- lhor, pois em Guaramiranga, se você fi- zer um drama, já atrai muito público.” Marta criou o grupo Sincronia a partir de uma apresentação com idosos da cidade. Hoje o grupo tem onze anos de existência e conta com membros de to- das as faixas etárias. Desde sua cria- ção eles se apresentaram no FNT. Apesar das opiniões divergentes, é inegável constatar o tamanho da produção cultural e o talento dos moradores de Guaramiranga quando vemos a sua participação e integração em festivais como o FNT. Podemos dizer que Guaramiranga não é apenas palco de grandes eventos artísticos, mas também um pólo de produção cultural. Guaramiranga em Cena exalta a produção local FNT fortalece a produção teatral de Guaramiranga dando oportunidade e visibilidade aos grupos que dão sua contribuição à a cultura na cidade Guaramiranga não é apenas palco de grandes eventos artísticos, mas também um pólo de produção cultural FOTO: SOL COELHO Beija-Flor XVII FNT - Nº4 I 08 de setembro de 2010 Informativo do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga

Informativo Beija-flor - 2010 - #4

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Ediçao #1 do informativo do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, publicado no dia 8 de setembro de 2010.

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Page 1: Informativo Beija-flor - 2010 - #4

O Festival Nordestino de Teatro, além de trazer espetáculos de todos os estados do Nordeste, não deixa de prestigiar a produção teatral realizada na própria serra. Hoje, a cidade de Guaramiranga conta com sete grupos de teatro e, desses, os grupos Sin-cronia, Artimanhas, e Cia. Fabril de Teatro puderam apresentar seus espetáculos na Mostra Guarami-ranga em Cena. Alguns deles, inclu-sive, nasceram graças à realização do FNT, há 17 anos, que motivou a for-mação dos grupos para produzir pe-ças teatrais na cidade.

Em 1999, o atual diretor do grupo Artimanha, Jovanio Fernandes, jun-tou-se a alguns amigos para montar uma peça de teatro. Alguns deles, po-rém, perderam o interesse pela ativi-dade e Jovanio resolveu criar um novo grupo. Nascia aí o Artimanha. O grupo já montou várias peças retratando o universo serta-nejo, mote principal dos seus espetáculos.

Quando perguntado das dificuldades de se fazer teatro na cidade, Jovanio destaca a desunião que ele acredita existir entre os grupos. “Meu sonho hoje é fazer um grupo de teatro da cidade, com todos os

artistas. Já imaginou se nós conseguíssemos que to-dos os diretores dos sete grupos pegassem os melho-res de cada grupo e montasse um grupão que mon-tasse um espetáculo que representasse a cidade? Seria excelente, mas eu acho que hoje é difícil de ser realizado”, analisa Jovanio.

Já a diretora do Grupo Sincronia, Marta Carnei-ro, pensa de forma diferente: “Eu acho que aqui é o berço do teatro, acho que quanto mais grupos se formarem, me-lhor, pois em Guaramiranga, se você fi-zer um drama, já atrai muito público.” Marta criou o grupo Sincronia a partir de uma apresentação com idosos da cidade. Hoje o grupo tem onze anos de existência e conta com membros de to-das as faixas etárias. Desde sua cria-ção eles se apresentaram no FNT.

Apesar das opiniões divergentes, é inegável constatar o tamanho da produção cultural e o talento dos moradores de Guaramiranga quando vemos a sua participação e integração em festivais como o FNT. Podemos dizer que Guaramiranga não é apenas palco de grandes eventos artísticos, mas também um pólo de produção cultural.

Guaramiranga em Cena exalta a produção localFNT fortalece a produção teatral de Guaramiranga dando oportunidade e visibilidade aos grupos que dão sua contribuição à a cultura na cidade

“Guaramiranga não é apenas

palco de grandes eventos artísticos, mas também um pólo de produção

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Beija-FlorXVII FNT - Nº4 I 08 de setembro de 2010

Informativo do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga

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Uma das atrações do XVII Festival Nordestino de Teatro é a BiblioSESC. A biblioteca volante do Sesc estará em Guaramiranga todos os dias de Festival: à noite na Praça do Teatro e pela manhã visitando diariamente as escolas da cidade. Segundo a auxiliar de biblioteca do Sesc, Ivana Barbo-sa, a BiblioSESC foi convidada para demonstrar o casamento que há entre a literatura e o tea-tro. “A gente trouxe todo o acer-vo relacionado a teatro e colocou como destaque”, contou.

Apesar de contar com um acervo grande e para todas as idades, o público-alvo principal da biblioteca em Guaramiranga são as crianças, especialmente

Diálogos em movimento

Termina hoje o Fórum do XVII FNT, que esse ano teve como tema as Pedagogias Teatrais a partir da experiência de grupos e companhias. Participaram dos três dias de Fórum os grupos Teatro Mimo, o Curso Princípios Básico de Teatro e a Escola de Dança de Paracuru, grupos diri-gidos, respectivamente, por To-maz de Aquino, Silvero Pereira e Flávio Sampaio.

Os grupos foram seleciona-dos por Izabel Gurgel, a coor-denadora do Fórum, a partir de algumas características con-sideradas centrais. A ideia era priorizar grupos de surgimento recente constituídos de maioria jovem e pensá-los “como esco-las em processo”, como explica Izabel.

O Fórum tem caráter de for-mação e surgiu ano passado com o tema Dramaturgia. “Cada ano nós procuramos trabalhar com o que chamamos de gran-des temas teatrais, que tanto possibilitem uma reflexão do fazer teatral como uma apro-priação dos códigos que os gru-pos estão trabalhando na con-temporaneidade, que permita a

partilha de conhecimentos, de saberes, de experiências novas”, explica Nilde Ferreira, uma das organizadoras do FNT.

Na primeira parte dos espa-ços, cada diretor falou de sua própria formação, e depois os grupo explicaram como surgi-ram, como trabalham e como foi a construção do espetáculo. A ideia era que se “fizesse isso não só com o discurso verbal, que fosse experimentando no cor-po das pessoas com quem eles estavam trabalhando, já que, fundamentalmente, o que vai à cena é um corpo, o que esta no mundo é um corpo”, explica Iza-bel. De acordo com ela, a idéia era “partilhar o máximo possível o que a gente compreendia por formação, (...) sobretudo os er-ros, as falhas, o que a gente não sabe, o que a gente não conhe-ce. Pra que pudesse surgir algo a partir daí.”

O espaço é um espetáculo à parte, onde as cenas são inter-rompidas por comentários e os comentários complementados por cenas, numa metodologia que surpreendeu os espectado-res desavisados.

Literatura itineranteColocar uma biblioteca em um caminhão: foi essa a solução encontrada para levar literatura às pessoas que não tem acesso. A BiblioSESC visita escolas e comunidades para dar oportunidade de leitura a crianças e adultos.

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A experiência pedagógica teatral é contada, encenada e discutida entre público, estudiosos e artistas

Excepcionalmente neste editorial não daremos enfoque às peças, tampouco falaremos dos debates sobre os espetáculos ou sobre os fóruns de pedagogia teatral. As exibições teatrais não acabaram, muito pelo contrário, estão a todo vapor. Mas resolve-mos reservar este espaço para parabenizar e agrdecer aos pro-fissionais que fazem esse evento acontecer.

Desde o motorista da van que leva os artistas até o local em que estão alojados, aos diretores e produtores das peças; desde o cozinheiro que prepara a ali-mentação de todas as pessoas da produção, que organizam e prezam para que tudo dê certo; desde os aprendizes da Escola de Comunicação da Serra aos jor-nalistas vindos de outras cidades e outros estados para cobrir o Festival.

O Festival Nordestino de Teatro só existe graças ao apoio e esforço de cada pessoa que se dispõe a trabalhar na construção de um dos maiores eventos cul-turais de Guaramiranga. O FNT, celebrando seus 17 anos, movi-menta a cidade, envolve a popu-lação local de maneira ímpar, e contribui tanto para a produção artística do local, quanto para o complemento na profissionaliza-ção dos moradores, já mestres na produção de grandes eventos. É isso que o torna um festival espe-cial. E é por isso que o FNT tem uma importância ímpar.

Informativo Beija-flor XVII FNT

Expediente: Liga Experimental de

ComunicaçãoUniversidade Federal do

Ceará

Profa. Glícia Pontes,Gleydson Moreira, Iane Lara, Joaquim Sobreira, Mariana Freire e

Ranniery Melo

[email protected] / @ligaufc

http://agua.art.br/fnt2010/ Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga

por conta das visitas às escolas. “Viemos para propiciar para as crianças esse lazer diferenciado”, disse Ivana, que completa: “à noi-te o nosso público é mais vasto”.

A biblioteca funciona normal-mente em Fortaleza e subiu a Serra a convite da organização do FNT. Na capital os livros são disponibilizados para locação por um período de 15 dias, mas como o caminhão estará em Guarami-ranga somente durante o FNT, os livros são oferecidos apenas para leitura no local. Segundo Ivana, quando há um grande número de pessoas, também é feita uma contação de histórias.

A primeira visita da biblioteca a uma escola de Guaramiranga aconteceu ontem, na EMEF Julio Holanda. Após a acolhida inicial, as crianças receberam doações de livros, participaram de sorteios e

puderam conhe-cer o interior do caminhãobiblio-teca. Antônio Wederson, de 11 anos, disse que o que mais gos-ta nos livros é a oportunidade de também fazer parte da histó-ria. “Gosto mui-to quando está voando na vas-soura”, disse so-bre sua história predileta, “Harry Potter”.

Larissa da Silva, de 10 anos, contou que gosta mais de contos de fadas, especialmente “O Cha-peuzinho Vermelho”. Ela foi uma das dez crianças da escola sor-teadas pelos vizitantes e ganhou um kit com uma bolsa e dois li-vros.

Escolas em zonas de risco te-rão um atendimento diferencia-do: quando o caminhão não pu-der ir até as crianças, elas serão levadas a ele. “Nós não queremos que as crianças sejam prejudica-das”, disse Ivana.

A BiblioSESC ficara na cidade até o fim do Festival. Até sexta-

-feira, a biblioteca volante visi-tará outras três: o Educandário Sonho de Criança, a Escola Ro-drigo Argolo Caracas e a Escola da Linha da Serra.

Um grande número de crian-ças e adultos tem ido conferir a atração, que educa, além de di-vertit: já passaram pela Biblio-SESC, segundo Ivana, cerca de 450 pessoas durante o FNT. Não há uma meta definida, mas a pro-posta é que o maior número de crianças tenha acesso a ela. “É a primeira vez que a biblioteca vem ao Festival, estamos sendo muito bem recebidos”, contou Ivana.

Editorial

Page 3: Informativo Beija-flor - 2010 - #4

FOTOS: GLEYDSON MOREIRA

@agua2010

14h

18h

20h30

Sala do Mosteiro

Praça do Artesanato

Teatro MunicipalRachel de Queiroz

Teatrinho Rachel de Queiroz

Praça do Teatro

Praça do Teatro

DIA O8/09 (QUARTA-FEIRA)

10h Ciclo de Debates sobre os espetáculosMostra Nordeste

Sala do Mosteiro

Fórum do XVII FNT - Pedagogias teatrais a partir da experiência de grupos e companhias

FNT Para Crianças: Teatro InfantilEspetáculo: Rainha de Nada

Grupo: Cia Epidemia de Bonecos (CE)Classificação: Livre

Mostra NordesteEspetáculo: Rasif - Mar que ArrebentaGrupo: Coletivo Angu de Teatro (PE)

Classificação: 12 anos

19h

Palco CearáEspetáculo: Pagador de Promessas

Grupo: Cia de Teatro Oia Nós Traz Vez – Palmácia (CE)

Classificação: 18 anos

23hCENA LEITURA de Os Mansos

Curso de Artes Cênicas ICA- UFC/CEDireção: Prof. Héctor Briones

0hParacuru Cia de Dança (CE)

Espetáculo: “Mulheres”, trecho de “Os Meninos Bailarinos de Paracuru

PATROCÍNIO APOIO CULTURAL PARCEIROS PROMOÇÃO APOIO INSTITUCIONAL REALIZAÇÃO

AGRADECIMENTO À SECRETARIA DA CULTURA DO ESTADO DA BAHIA

FNT em cena

Programe-se