12
Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 Informativo comentado: Informativo 926-STF Márcio André Lopes Cavalcante Processos que não foram concluídos em virtude de pedidos de vista. Serão comentados assim que chegarem ao fim: RE 1054110/SP; ADPF 449/DF; ACO 3134/DF; HC 163.814 ED/MG. ÍNDICE DIREITO CONSTITUCIONAL CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO Não viola a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados no concurso em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS É inconstitucional lei estadual que obrigue a concessionária a fornecer um carro reserva ao cliente que está aguardando o conserto do seu veículo. Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem divisórias individuais nos caixas de atendimento. É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia e de TV por assinatura a manterem escritórios regionais e representantes para atendimento presencial de consumidores. É inconstitucional lei do Distrito Federal que trate sobre a estrutura e o regime jurídico da Polícia Civil do Distrito Federal (a competência para isso é da União). DIREITO INTERNACIONAL EXTRADIÇÃO Cabe pedido de extensão da extradição caso se descubra outro delito que tenha sido praticado pelo extraditando antes da extradição e que não tenha sido mencionado no requerimento original. DIREITO CONSTITUCIONAL CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO Não viola a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados no concurso em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95 Sociedade de economia mista realizou concurso público para advogado da empresa. Mesmo havendo aprovados no certame, que ainda estava dentro do prazo de vigência, a empresa decidiu contratar um escritório de advocacia para realizar os serviços jurídicos. Diante disso, uma das Turmas do TRT reconheceu que houve preterição dos aprovados e determinou a nomeação. Ao assim decidir, a Turma do TRT disse que não se aplicava, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95. Essa decisão da Turma do TRT (órgão fracionário do Tribunal) não viola a SV 10. Isso porque o enfoque do acórdão do TRT não era a terceirização dos serviços, mas sim a preterição arbitrária praticada pela Administração Pública. STF. 1ª Turma. Rcl 29307 AgR/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 4/12/2018 (Info 926).

Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1

Informativo comentado: Informativo 926-STF

Márcio André Lopes Cavalcante

Processos que não foram concluídos em virtude de pedidos de vista. Serão comentados assim que chegarem ao fim: RE 1054110/SP; ADPF 449/DF; ACO 3134/DF; HC 163.814 ED/MG.

ÍNDICE

DIREITO CONSTITUCIONAL

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO Não viola a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados no concurso em razão de

preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS É inconstitucional lei estadual que obrigue a concessionária a fornecer um carro reserva ao cliente que está

aguardando o conserto do seu veículo. Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem divisórias individuais nos caixas de atendimento. É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia e de TV por assinatura a manterem escritórios

regionais e representantes para atendimento presencial de consumidores. É inconstitucional lei do Distrito Federal que trate sobre a estrutura e o regime jurídico da Polícia Civil do Distrito

Federal (a competência para isso é da União).

DIREITO INTERNACIONAL

EXTRADIÇÃO Cabe pedido de extensão da extradição caso se descubra outro delito que tenha sido praticado pelo extraditando

antes da extradição e que não tenha sido mencionado no requerimento original.

DIREITO CONSTITUCIONAL

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO Não viola a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados no

concurso em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95

Sociedade de economia mista realizou concurso público para advogado da empresa.

Mesmo havendo aprovados no certame, que ainda estava dentro do prazo de vigência, a empresa decidiu contratar um escritório de advocacia para realizar os serviços jurídicos.

Diante disso, uma das Turmas do TRT reconheceu que houve preterição dos aprovados e determinou a nomeação.

Ao assim decidir, a Turma do TRT disse que não se aplicava, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95.

Essa decisão da Turma do TRT (órgão fracionário do Tribunal) não viola a SV 10. Isso porque o enfoque do acórdão do TRT não era a terceirização dos serviços, mas sim a preterição arbitrária praticada pela Administração Pública.

STF. 1ª Turma. Rcl 29307 AgR/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 4/12/2018 (Info 926).

Page 2: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2

Imagine a seguinte situação hipotética: A Companhia Paraibana de Gás (PBGÁS) é uma sociedade de economia mista concessionária de serviço público. A PBGÁS realizou concurso público para advogado desta empresa estatal. O concurso não ofereceu vagas de provimento imediato, mas apenas para formação de cadastro de reserva. A PBGÁS não chamou nenhum dos aprovados. Pior: durante o prazo de vigência do certame contratou um escritório de advocacia para desempenhar os serviços jurídicos da empresa. Diante disso, os aprovados no concurso ingressaram com ação contra a PBGÁS, na Justiça do Trabalho, afirmando que houve preterição e que, portanto, eles teriam direito subjetivo de serem chamados. A concessionária se defendeu, alegando que há autorização legal para isso, prevista no art. 25, § 1º da Lei nº 8.987/95:

Art. 25 (...) § 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados.

O juiz trabalhista julgou o pedido procedente. Houve recurso por parte da empresa invocando, mais uma vez, o art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95. Uma das Turmas do TRT desproveu o recurso, afastando a aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95. Reclamação A concessionária não se conformou com a decisão do órgão fracionário do TRT e ingressou com reclamação no STF alegando que a turma, ao afastar a aplicação do § 1º do art. 25 da Lei nº 8.987/95 sem que isso tenha sido submetido ao Plenário, violou a Súmula Vinculante 10:

Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.

Veja o que diz o art. 97 da CF/88, no qual está prevista a cláusula de reserva de plenário:

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

O STF concordou com a reclamação proposta? NÃO. O STF, por maioria, julgou improcedente a reclamação. Os Ministros entenderam que o acórdão do TRT não tratou sobre terceirização dos serviços (que é prevista neste art. 25, § 1º da Lei nº 8.987/95) nem declarou esse dispositivo inconstitucional. O que o TRT fez foi dizer que, no caso concreto, houve preterição arbitrária dos candidatos aprovados pela empresa estatal. A contratação do escritório de advocacia ocorreu em detrimento dos advogados aprovados no concurso público para idêntica função jurídica e, sobretudo, quando ainda vigente o período de validade do certame. Assim, a conduta administrativa da empresa ofendeu o disposto no art. 37, II, da CF/88. Em razão disso, os candidatos aprovados no concurso têm direito subjetivo à nomeação ao cargo efetivo do quadro da sociedade de economia mista. Repare que, ao contrário de outros casos julgados pela Justiça do Trabalho, nesta situação, o TRT não disse que a terceirização seria uma prática vedada. Isso porque a questão não envolvia discussão sobre legalidade ou não de terceirização.

Page 3: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3

Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos, não analisou a validade ou não do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, considerando que este dispositivo trata sobre terceirização e a questão julgada pela Justiça do Trabalho envolvia direito subjetivo de aprovados em concurso público. Vale ressaltar, por fim, que o STF não admite reclamação como sucedâneo recursal, ou seja, como substituto do recurso cabível. Resumindo:

Sociedade de economia mista realizou concurso público para advogado da empresa. Mesmo havendo aprovados no certame, que ainda estava dentro do prazo de vigência, a empresa decidiu contratar um escritório de advocacia para realizar os serviços jurídicos. Diante disso, uma das Turmas do TRT reconheceu que houve preterição dos aprovados e determinou a nomeação. Ao assim decidir, a Turma do TRT disse que não se aplicava, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95. Essa decisão da Turma do TRT (órgão fracionário do Tribunal) não viola a SV 10. Isso porque o enfoque do acórdão do TRT não era a terceirização dos serviços, mas sim a preterição arbitrária praticada pela Administração Pública. STF. 1ª Turma. Rcl 29307 AgR/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 4/12/2018 (Info 926).

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS É inconstitucional lei estadual que obrigue a concessionária a fornecer

um carro reserva ao cliente que está aguardando o conserto do seu veículo

Importante!!!

É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização do serviço, durante o período de garantia contratual.

STF. Plenário. ADI 5158/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/12/2018 (Info 926).

Lei estadual determina o fornecimento de carro reserva para o cliente O Estado de Pernambuco editou a Lei nº 15.304/2014 obrigando montadoras, concessionárias e importadoras de veículos, durante o período de garantia contratual, a fornecer veículo-reserva a clientes cujo automóvel fique sem condições de uso por mais de 15 dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização de serviços. Veja a íntegra da Lei:

Art. 1º Ficam as montadoras de veículos, por intermédio de suas concessionárias ou importadoras, obrigadas a fornecerem carro reserva similar ao do cliente, no caso do automóvel ficar parado por mais de 15 (cinco) dias por falta de peças originais ou qualquer outra impossibilidade de realização do serviço. Parágrafo único. A obrigação disposta no caput somente é válida durante o prazo de garantia contratada para o veículo.

Art. 2º O descumprimento do disposto nesta lei sujeita o infrator às penalidades dispostas no art. 56 da Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis de acordo com a legislação em vigor.

Page 4: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 4

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis pelo descumprimento afirmado no caput deste artigo as montadoras, concessionárias e importadoras de veículos.

Essa Lei é constitucional? NÃO.

É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização do serviço, durante o período de garantia contratual. STF. Plenário. ADI 5158/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/12/2018 (Info 926).

O STF entendeu que há uma inconstitucionalidade orgânica na lei. Vamos entender o que isso significa:

Quanto à NATUREZA do vício, existem duas espécies de inconstitucionalidade

1) MATERIAL (NOMOESTÁTICA)

Ocorre quando o conteúdo da lei ou ato normativo está em desacordo com o conteúdo de uma regra ou princípio constitucional. Ex: é inconstitucional lei que estabeleça diferença de tratamento para filhos havidos fora do casamento. O conteúdo desta lei viola o conteúdo do art. 227, § 6º da CF/88.

2) FORMAL (NOMODINÂMICA) Dica para guardar o nome: dinâmica = relacionada com o processo (movimento) legislativo

Ocorre quando é desrespeitada alguma regra do processo legislativo. Há uma violação no processo de produção da norma. Descumprimento dos requisitos formais. A inconstitucionalidade formal pode ser subdividida em três espécies:

2.1) Inconstitucionalidade orgânica: Ocorre quando há inobservância das regras de competência para a edição do ato. Ex: uma lei estadual que trate sobre direito penal ou sobre direito civil.

2.2) Inconstitucionalidade formal propriamente dita: Ocorre quando é descumprido o devido processo legislativo previsto na CF/88. Esse descumprimento pode ser: a) Subjetivo: se houve um vício de iniciativa (vício no “sujeito” que iniciou o processo legislativo). Ex: lei de iniciativa parlamentar sobre um assunto do art. 61, § 1º (que são de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo). b) Objetiva: quando são violados outros aspectos do procedimento legislativo. Ex: uma lei complementar que é aprovada por maioria simples e não maioria absoluta (art. 69).

2.2) Inconstitucionalidade por violação aos pressupostos objetivos do ato: A CF/88 prevê pressupostos objetivos para a edição de determinados atos. Ex: o art. 62 exige que a medida provisória somente seja editada em caso de “relevância e urgência”.

Inconstitucionalidade orgânica Desse modo, repetindo, houve, no presente caso, uma inconstitucionalidade formal orgânica, considerando que foi violada a regra de competência para a edição desta lei. Por quê? O Min. Roberto Barroso explicou que esta Lei do Estado de Pernambuco trata sobre direito do consumidor.

Page 5: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 5

Em princípio, os Estados-membros podem legislar sobre “direito do consumidor”, considerando que se trata matéria de competência concorrente, prevista no art. 24, V, da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V - produção e consumo;

A competência da União será para estabelecer normas gerais sobre os assuntos do art. 24. Ex: o Congresso Nacional editou o Código de Defesa do Consumidor, sendo estas as normas gerais. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. Isso significa que os Estados-membros podem complementar a legislação federal editada pela União. Obviamente, as normas estaduais não podem contrariar as normas gerais elaboradas pela União. O Ministro Relator entendeu que, neste caso, o Estado de Pernambuco extrapolou a competência concorrente e não apenas complementou a legislação federal. Para o STF, foram ultrapassadas as balizas impostas ao legislador estadual para a elaboração de normas consumeristas. O Min. Ricardo Lewandowski acompanhou o entendimento pela inconstitucionalidade formal e salientou que o Estado-membro estaria também, neste caso, legislando sobre “contratos”, ou seja, sobre Direito Civil, de modo que invadiu a esfera privativa da União. Assim, o STF julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar, por vício formal, a inconstitucionalidade da Lei nº 15.304/2014, do Estado de Pernambuco, em sua integralidade.

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem

divisórias individuais nos caixas de atendimento

É constitucional lei estadual ou municipal que imponha sanções às agências bancárias que não instalarem divisórias individuais nos caixas de atendimento. Trata-se de matéria relativa a relação de consumo, o que garante ao Estado competência concorrente para legislar sobre o tema (art. 24, V, da CF/88).

STF. Plenário. ADI 4633/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site).

STF. 1ª Turma. ARE 756593 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/12/2014.

Lei estadual e divisórias individuais nos caixas de atendimento O Estado de São Paulo editou a Lei nº 14.364/2011, obrigando que as agências bancárias instalem divisórias individuais nos caixas de atendimento:

Artigo 1º - Ficam as agências e os postos de serviços bancários obrigados a instalar divisórias individuais entre os caixas e o espaço reservado para clientes que aguardam atendimento, proporcionando privacidade às operações financeiras. Parágrafo único - As divisórias a que se refere o “caput” deste artigo deverão ter a altura mínima de 1,80m (um metro e oitenta centímetros) e ser confeccionadas em material opaco que impeça a visibilidade. Artigo 2º - O não cumprimento das disposições desta lei sujeitará o infrator a multa diária de 500 (quinhentas) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP). (...)

Page 6: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 6

Essa lei é constitucional? SIM.

É constitucional lei estadual ou municipal que imponha sanções às agências bancárias que não instalarem divisórias individuais nos caixas de atendimento. STF. Plenário. ADI 4633/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (não divulgado em Info).

Trata-se de matéria relativa a relação de consumo, o que garante ao Estado competência concorrente para legislar sobre o tema, nos termos do art. 24, V, da CF/88. O STF já possuía um precedente em sentido semelhante, no entanto, relacionado com uma lei municipal: STF. 1ª Turma. ARE 756593 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/12/2014.

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia e de TV por assinatura a

manterem escritórios regionais e representantes para atendimento presencial de consumidores

É inconstitucional lei estadual que obriga as empresas concessionárias de serviços de telecomunicações a manterem escritórios regionais e representantes legais para atendimento presencial de consumidores em cidades com população superior a 100 mil habitantes, bem como a divulgarem os correspondentes endereços físicos no site, no contrato de prestação de serviços e nas faturas enviadas aos usuários. Trata-se de matéria relativa a “serviços públicos de telecomunicações”, cuja competência é privativa da União (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88).

STF. Plenário. ADI 4633/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site).

Imagine a seguinte situação: O Estado do Paraná editou lei estadual obrigando as operadoras de telefonia fixa e móvel e as operadoras de TV por assinatura a manterem estabelecimentos físicos nas cidades com população superior a 100 mil habitantes, visando ao atendimento presencial ao consumidor na localidade de prestação de serviços. Além disso, as empresas seriam obrigadas a divulgar os endereços desses estabelecimentos no site, no contrato e nas faturas enviadas aos clientes. Essa lei é constitucional? NÃO. A União detém competência privativa para legislar sobre “telecomunicações” (art. 22, IV). Além disso, compete à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações (art. 21, XI). Portanto, os Estados-membros não detêm competência para legislar sobre normas aplicáveis aos prestadores de serviços de telecomunicações, ainda que a pretexto de proteger o consumidor ou a saúde dos usuários, pois tal atribuição é privativa da União. Mas não se poderia interpretar essa lei como sendo de “direito do consumidor” (o que seria de competência concorrente)? NÃO. Para o STF, se fosse adotada essa interpretação, isso acabaria tolhendo (impedindo) a União de exercer a sua competência de regulamentar este setor (telecomunicações), frustrando a teleologia dos arts. 21, XI, e 22, IV, da CF/88. Existem outros precedentes do STF no mesmo sentido:

Page 7: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 7

É inconstitucional lei estadual que obriga as operadoras de telefonia celular e os fabricantes de aparelhos celulares a incluírem em sua propaganda advertência de que o uso excessivo de aparelhos de telefonia celular pode gerar câncer. Essa lei viola a competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações e sobre propaganda comercial (art. 22, IV e XXIX, CF/88). STF. Plenário. ADI 4761, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/08/2016.

É inconstitucional lei estadual que possibilita que o cliente da empresa de telefonia utilize, no mês subsequente, os minutos da franquia não utilizados no mês anterior. Essa lei viola a competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações e sobre propaganda comercial (art. 22, IV, CF/88). STF. Plenário. ADI 4649, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 01/07/2016.

Em suma:

É inconstitucional lei estadual que obriga as empresas concessionárias de serviços de telecomunicações a manterem escritórios regionais e representantes legais para atendimento presencial de consumidores em cidades com população superior a 100 mil habitantes, bem como a divulgarem os correspondentes endereços físicos no site, no contrato de prestação de serviços e nas faturas enviadas aos usuários. Trata-se de matéria relativa a “serviços públicos de telecomunicações”, cuja competência é privativa da União (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4633/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site).

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS É inconstitucional lei do Distrito Federal que trate sobre a estrutura e o regime jurídico

da Polícia Civil do Distrito Federal (a competência para isso é da União)

Importante!!!

É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme órgãos internos da Polícia Civil do Distrito Federal.

Essa lei viola o art. 21, XIV, da CF/88, que fixa a competência da União para manter e organizar a Polícia Civil do Distrito Federal.

Deve-se reconhecer que o art. 21, XIV, CF/88 trata tanto de competência administrativa quanto legislativa, sendo a matéria, portanto, atribuída, prioritariamente, à União.

As leis distritais impugnadas, ao criarem cargos em comissão e novos órgãos, também instituíram novas obrigações pecuniárias a serem suportadas pela União. Ocorre que é vedado ao Distrito Federal valer-se de leis distritais para instituir encargos financeiros a serem arcados pela União.

Como as leis distritais declaradas inconstitucionais eram muito antigas (2001, 2002 e 2005), o STF decidiu modular os efeitos da decisão.

STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06/12/2018 (notícia do site).

Imagine a seguinte situação: O Distrito Federal editou três leis que promoveram a reestruturação da Polícia Civil do DF. Tais leis instituíram, extinguiram e transformaram órgãos internos da Polícia, bem como criaram novos cargos comissionados, dentre outras alterações substanciais.

Page 8: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 8

Versaram, assim, sobre a estrutura administrativa do Polícia Civil/DF e o regime jurídico dos respectivos servidores. Tais leis são constitucionais? NÃO.

É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme órgãos internos da Polícia Civil do Distrito Federal. Essa lei viola o art. 21, XIV, da CF/88, que fixa a competência da União para manter e organizar a Polícia Civil do Distrito Federal. STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06/12/2018 (notícia do site).

Veja o que diz o art. 21, XIV, da CF/88:

Art. 21. Compete à União: (...) XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

Deve-se reconhecer que o art. 21, XIV, da CF/88, trata tanto de competência administrativa quanto legislativa, sendo a matéria, portanto, atribuída, prioritariamente, à União. As três leis distritais impugnadas, ao criarem cargos em comissão e novos órgãos, também instituíram novas obrigações pecuniárias a serem suportadas pela União. Ocorre que é vedado ao Distrito Federal valer-se de leis distritais para instituir encargos financeiros a serem arcados pela União. Isso reforça a ideia de que a competência para legislar sobre a Polícia Civil do Distrito Federal não se enquadra na competência concorrente do art. 24, XVI, da CF/88, sendo, na verdade, competência privativa da União, com base no art. 21, XIV. Vale ressaltar que a União não tem competência absoluta para legislar sobre todas as questões relacionadas com a Polícia Civil do Distrito Federal. Em outras palavras, não há dúvidas de que existe a possibilidade de o Distrito Federal legislar pontualmente sobre sua própria Polícia Civil. No entanto, o DF não pode legislar sobre a “estrutura e o regime jurídico” da PC/DF. Se isso fosse permitido, o DF acabaria invadindo a competência da União prevista no art. 21, XIV, da CF/88. Modulação dos efeitos As leis do DF declaradas inconstitucionais eram de 2001, 2002 e 2005, ou seja, vigoravam há mais de uma década. Diante disso, o STF entendeu que não se poderia declarar a inconstitucionalidade de tais diplomas com efeitos ex tunc (retroativos). Assim, o STF, em nome da segurança jurídica, do excepcional interesse social e da boa-fé, decidiu modular os efeitos da decisão, fixando as seguintes regras: 1) os atos já praticados ficam preservados; 2) a decisão deverá produzir efeitos somente a partir de 24 meses, contados da data da sessão de julgamento; e 3) o presente acórdão não incide, exclusivamente para efeitos de aposentadoria, para os servidores que já estejam aposentados e aqueles que implementaram os requisitos para aposentação até a data da publicação da ata de julgamento.

Page 9: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 9

DIREITO INTERNACIONAL

EXTRADIÇÃO Cabe pedido de extensão da extradição caso se descubra outro delito que tenha sido praticado

pelo extraditando antes da extradição e que não tenha sido mencionado no pedido original

O estrangeiro que estava no Brasil e foi extraditado para outro país somente pode ser julgado ou cumprir pena no estrangeiro pelo crime contido no pedido de extradição.

Se o extraditando havia cometido outro crime antes do pedido de extradição, não poderá, em regra, responder por tais delitos se não constou expressamente no pedido de extradição. A isso se dá o nome de “princípio da especialidade”.

Ex.: a Alemanha pediu ao Brasil a extradição do alemão mencionando o crime 1; logo, em regra, o réu somente poderá responder por este delito; se havia um crime 2, praticado antes do pedido de extradição, o governo brasileiro deveria ter mencionado expressamente não apenas o crime 1, como também o 2.

Para que o réu responda pelo crime 2, o governo alemão deverá formular ao Estado estrangeiro um pedido de extensão da autorização da extradição. Isso é chamado de “extradição supletiva”.

No caso concreto, o STF autorizou o pedido de extensão.

É possível o pedido de extensão ou de ampliação nas hipóteses em que já deferida a extradição, desde que observadas as formalidades em respeito ao direito do súdito estrangeiro (dupla tipicidade, inexistência de prescrição e demais requisitos).

STF. 1ª Turma. Ext 1363 Extn/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 4/12/2018 (Info 926).

Imagine a seguinte situação hipotética: Alfred, cidadão alemão, morava em Frankfurt. Em 2012, Alfred praticou o crime de sonegação fiscal. Em 2014, as autoridades alemãs descobriram o delito e Alfred, com medo de ser preso, fugiu para o Brasil, passando a morar em Porto Alegre. O Governo da Alemanha descobriu seu paradeiro e pediu ao Brasil a extradição de Alfred. Em março de 2015, o STF deferiu o pedido de extradição e Alfred seguiu para a Alemanha em junho do mesmo ano. Chegando lá, foi julgado pelo Tribunal de Frankfurt, tendo sido condenado e, inclusive, já cumpre pena. Descoberta de novo crime Ocorre que, em 2017, ou seja, após o deferimento da extradição e a retirada do extraditando do território nacional, as autoridades alemãs descobriram que Alfred havia praticado outro crime de sonegação fiscal no ano de 2013. Diante disso, o Governo da Alemanha formulou pedido de extensão para ampliar a quantidade de delitos pelos quais ele poderia ser julgado naquele país. Em outras palavras, o Governo da Alemanha afirmou o seguinte: Brasil, em 2015, você autorizou a extradição de Alfred para ele ser julgado por sonegação fiscal cometida em 2012 (crime 1). Ocorre que, posteriormente, descobrirmos que ele também praticou sonegação fiscal no ano de 2013. Com a revelação deste novo delito, eu quero ampliar a autorização que você havia dado para poder julgá-lo também pela infração cometida em 2013 (crime 2).

Page 10: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 10

Por que foi necessário que a Alemanha fizesse esse pedido de extensão? Alfred, nacional alemão, já estava lá... Era só a Alemanha julgá-lo sem pedir nada ao Brasil... Não é bem assim que funciona. Se o extraditando havia cometido outros crimes antes do pedido de extradição, em regra, ele não poderá responder por tais delitos se não constaram expressamente no pedido de extradição. A isso se dá o nome de “princípio da especialidade”. Conforme explica a Min. Rosa Weber:

“A extradição é concedida sempre tendo presente determinados crimes que constituíram o seu objeto. Pelo princípio da especialidade, não pode o Extraditado no País Requerente ser processado por fato diverso daquele que motivou a extradição. Não obstante, esta Corte tem admitido a apresentação de pedidos de extensão em extradições, condicionando o seu deferimento ao devido processo legal.” (STF. 1ª Turma. Ext 1139 Extn, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/12/2012).

Ex: a Alemanha pediu a extradição narrando o crime 1; o Brasil autorizou a extradição analisando o crime 1; logo, em regra, o réu somente poderá responder por este delito; como o crime 2 tinha sido praticado antes do pedido de extradição, o governo brasileiro deveria ter mencionado expressamente não apenas o crime 1, como também o 2. Havendo uma situação assim, o Estado que pediu a extradição deverá formular ao Estado que concedeu a medida um pedido de extensão da autorização da extradição para que o réu seja julgado pelo crime 2. Isso é chamado de “extradição supletiva”. Segundo entende o STF, o pedido de extradição supletiva ou suplementar não viola o princípio da especialidade, sendo juridicamente possível (STF. Ext 1.052 extensão - Reino dos Países Baixos, DJe 5/12/2008). Regras de direito internacional Assim, esse pedido de extensão do Estado alemão foi formulado para que sejam cumpridas as regras de direito internacional sobre extradição. Quando o Estado autoriza a extradição, ele precisa saber exatamente por quais crimes a pessoa responderá no Estado de destino. Isso porque o Estado poderá recusar a extradição se o delito pelo qual o acusado irá responder não for também previsto como crime no Estado de origem (requisito da dupla tipicidade). Dessa forma, não se pode omitir no pedido de extradição a existência de crimes que serão apurados no Estado requerente a respeito do mesmo réu porque isso seria uma forma de burlar a inteira análise do pedido pelo Estado requerido. E se o crime for posterior ao pedido de extradição? Neste caso, não há necessidade de nenhuma solicitação ou providência adicional junto ao país que autorizou a extradição. Ex: imagine que Alfred, após ser extraditado para a Alemanha, matou um colega de cela na penitenciária. Poderá responder normalmente por esse crime na Justiça alemã, sem necessidade de qualquer autorização do Brasil. A necessidade da “extradição supletiva” é apenas para os fatos anteriores ao pedido de extradição e que não constaram neste requerimento. Onde está previsto o princípio da especialidade? Normalmente, este princípio está expressamente consignado nos tratados de extradição envolvendo os países. Além disso, encontra-se também previsto no art. 96, I, da Lei de Migração:

Page 11: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 11

Art. 96. Não será efetivada a entrega do extraditando sem que o Estado requerente assuma o compromisso de: I - não submeter o extraditando a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição;

Resumindo:

O estrangeiro que estava no Brasil e foi extraditado para outro país somente pode ser julgado ou cumprir pena no estrangeiro pelo crime contido no pedido de extradição. Se o extraditando havia cometido outro crime antes do pedido de extradição, não poderá, em regra, responder por tais delitos, se não constou expressamente no pedido de extradição. A isso se dá o nome de “princípio da especialidade”. Ex.: a Alemanha pediu ao Brasil a extradição do alemão mencionando o crime 1; logo, em regra, o réu somente poderá responder por este delito; se havia um crime 2, praticado antes do pedido de extradição, o governo brasileiro deveria ter mencionado expressamente não apenas o crime 1, como também o 2. Para que o réu responda pelo crime 2, o governo alemão deverá formular ao Estado estrangeiro um pedido de extensão da autorização da extradição. Isso é chamado de “extradição supletiva”. No caso concreto, o STF autorizou o pedido de extensão. É possível o pedido de extensão ou de ampliação nas hipóteses em que já deferida a extradição, desde que observadas as formalidades em respeito ao direito do súdito estrangeiro (dupla tipicidade, dupla punibilidade e demais requisitos). STF. 1ª Turma. Ext 1363 Extn/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 4/12/2018 (Info 926).

Duas observações finais: • o pedido de extensão é possível mesmo que o processo de extradição já esteja arquivado no STF. • a decisão do STF é autorizativa, cabendo ao Presidente da República determinar a extensão da extradição.

EXERCÍCIOS

Julgue os itens a seguir: 1) É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de veículos a obrigação

de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização do serviço, durante o período de garantia contratual. ( )

2) É inconstitucional lei estadual ou municipal que imponha sanções às agências bancárias que não instalarem divisórias individuais nos caixas de atendimento. ( )

3) É inconstitucional lei estadual que obriga as empresas concessionárias de serviços de telecomunicações a manterem escritórios regionais e representantes legais para atendimento presencial de consumidores em cidades com população superior a 100 mil habitantes, bem como a divulgar os correspondentes endereços físicos no site, no contrato de prestação de serviços e nas faturas enviadas aos usuários. ( )

4) É constitucional lei estadual que obriga as operadoras de telefonia celular e os fabricantes de aparelhos celulares a incluir em sua propaganda advertência de que o uso excessivo de aparelhos de telefonia celular pode gerar câncer. ( )

5) É inconstitucional lei estadual que possibilita que o cliente da empresa de telefonia utilize, no mês subsequente, os minutos da franquia não utilizados no mês anterior. ( )

6) É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme órgãos internos da Polícia Civil do Distrito Federal. ( )

7) O estrangeiro que estava no Brasil e foi extraditado para outro país somente pode ser julgado ou cumprir pena no estrangeiro pelo crime contido no pedido de extradição. ( )

Gabarito

1. C 2. E 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C

Page 12: Informativo comentado: Informativo 926-STF · 2018. 12. 30. · Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Assim, o TRT, para decidir em favor dos candidatos,

Informativo comentado

Informativo 926-STF (13/12/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 12

OUTRAS INFORMAÇÕES

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos Julgamentos por meio

eletrônico*

Em curso Finalizados

Pleno 5.12.2018 6.12.2018 8 17 42

1ª Turma 4.12.2018 — 3 79 82

2ª Turma 4.12.2018 — 2 0 60

* Emenda Regimental 51/2016-STF. Sessão virtual de 30 de novembro a 06 de dezembro 2018.

CLIPPING DA R E P E R C U S S Ã O G E R A L DJe de 3 a 7 de dezembro de 2018

REPERCUSSÃO GERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.072.485

RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO

Ementa: FÉRIAS – ACRÉSCIMO – NATUREZA – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO

GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia alusiva à natureza jurídica do terço de férias para fins de incidência de contribuição

social.

Decisão Publicada: 1

Supremo Tribunal Federal - STF

Secretaria de Documentação – SDO