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INFORMATIVO DE INVESTIMENTOS JUNHO DE 2019
CONTEÚDO
01 Cenário Econômico 1
02 Renda Variável 5
03 Renda Fixa
Juros e Inflação 7
NTN-B 9
1
Economia Internacional
O cenário no mundo é de crescimento mais fraco, porém sem viés de recessão.
Temos hoje uma situação de cuidado a respeito do nível de atividade global, mas por outro
lado os núcleos de inflação seguem bastante controlados o que abre espaço para novas
rodadas de corte de juros pelos principais bancos centrais mundo a fora, na tentativa de
prolongar o ciclo de crescimento atual. Por outro lado, temos a China que vem estabilizado
seu nível de crescimento, mas ainda não se sabe os impactos que isso trará no logo prazo.
Alguns alertas acabaram surgindo, observa-se uma disparidade entre manufatura e
serviços ao redor do globo e dados do comércio mundial em queda, esses seriam os
indicadores que necessitam maior atenção à frente.
Nos EUA, na reunião do Comitê de Política Monetária deste mês, os diretores do
Fed ajustaram fortemente as expectativas para os juros no médio e longo prazos, como
podemos observar no gráfico abaixo.
Na Zona do Euro, os dados de atividade permanecem reprimidos, o que possibilitaria
a flexibilização dos limites atuais e uma possível volta do programa de compras. Nesse
sentido, o Banco Central Europeu (BCE) fez questão de mostrar comprometimento com
Cenário Econômico
2
expansão monetária para suportar crescimento econômico. Mario Draghi, presidente do
BCE, sinalizou que irá usar todos os meios necessários para este fim, como a retomada do
“quantitative easing” (QE) e, até, um eventual corte das taxas de juros.
Na China, não se espera uma trégua na guerra comercial com os EUA no curto
prazo, porém há esperança de que possa ser evitado ou ao menos postergado a imposição
de novas tarifas sobre os produtos Chineses. Caso tais tarifas sejam mesmo impostas, isso
causaria efeitos negativos adicionais sobre as atividades chinesa fazendo com que novas
políticas de suporte ao crescimento tivessem que ser tomadas.
Economia Brasileira
No Brasil, observamos nesse mês um congresso com menor ruído do que se
observava desde a CCJ.
Tivemos um avanço mais silencioso e mais eficiente, o que acabou animando o
mercado sobre a aprovação da reforma da Previdência, que de fato, acabou caminhando
melhor do que se esperava, com um impacto fiscal superior ao esperado pelo mercado e
casando com ambiente externo benigno, resultou na apreciação do Real frente ao dólar.
Com o avanço da reforma da Previdência na Câmara, espera-se que o Copom
antecipe o início do ciclo de redução de juros. A expectativa é de três cortes de 25 bps a
partir da reunião do final de julho, que levará a Selic a 5,75% ao final deste ano.
Diante da capacidade ociosa elevada e das expectativas de inflação ligeiramente
abaixo da meta, acredita-se que a Selic deva se manter nesse patamar ao longo de 2020,
ainda que a reforma não esteja completamente apreciada pelo Congresso, porém o avanço
em termos de impactos esperados com a economia dos gastos em 10 anos, é sinal
importante de que a versão final do texto deva ser positiva, deixando o Banco Central
confortável para um novo ciclo, ainda que moderado, de redução da Selic.
De acordo com a pesquisa Focus com informações atualizadas até o dia 12 de julho,
pelo lado do crescimento, a mediana do PIB para 2019 cedeu pela 20ª semana consecutiva,
de 0,82% para 0,81%, em linha com as evidências de um segundo trimestre ainda bastante
fraco para a atividade econômica.
3
Câmbio
O dólar apresentou um forte enfraquecimento frente às principais cestas de moedas
internacinais, principalmente para o real. Com isso, a moeda norte americana apresenta
uma queda de 2,75% frente ao real em junho. No acumulado do ano a variação está
negativa em 1,10%.
Segundo a pesquisa Focus com informações atualizadas até o dia 12 de julho, as
projeções para taxa de câmbio, não soufreram alterações, mantendo o câmbio estável em
R$ 3,80/US$ para o final deste e do próximo ano.
Mesmo com as expectativas positivas em torno da reforma da Previdência, tanto
prazo de aprovação da reforma quanto aos seus impactos, esse movimento de inalteração
evidencia cautela do mercado com os cenários externo e doméstico.
Máximo Mês 3,94
Média Mês 3,86
Mínimo Mês 3,82
Variação Mensal -2,75%
Acumulado no Ano -1,10%
Acumulado em 12 meses -0,61%
4
O Ibovespa apresentou um forte desempenho ao longo do mês de junho, como
podemos ver no gráfico acima. O retorno no mês foi de 4,06% e o acumulado no ano está
em 14,88%.
O cenário doméstico apresenta um ambiente de liquidez que tem dado suporte para
os ativos de risco. As curvas de juros vem se fechando constantemente ao longo dos
últimos meses, com Banco Central caminhando na direção de novos cortes de juros o que
torna o contexto muito positivo para o mercado acionário de um modo geral.
Quando se traduz esse efeito no fluxo de caixa futuro descontado das companhias,
para uma taxa de desconto menor, estamos entrando em uma nova realidade, com a
perspectiva de juros bem mais baixos, com isso há uma maior perspectiva de aumento de
lucratividade das empresas nos próximos anos. O valuation aparece bem atrativo, com o
P/L em linha com média histórica dos últimos 10 anos, percebe-se um fluxo de migração
de investidores de renda fixa para o mercado de ações por conta desse novo contexto
brasileiro.
Renda
Variável
5
No mês de junho, as principais contribuições vieram de shoppings, construtoras e
aéreas. Os papéis mais sensíveis a juros locais, foram fortemente impactados, como no
caso de shopping e construtoras. As empresas aéreas vem entragando resultados fortes
com o preço das passagens mais caras, dado ambiente de saída da avianca do mercado.
Algumas contribuições negativas vieram das ações de bancos, pelo assunto inserido
de aumento de alícota de contribuição social nesse setor e também o aumento de tributação
que apareceu no texto da reforma da previdência.
No geral as commodities performaram bem, o preço do barril de petróleo subiu 9%
nos mercados internacionais, com mix de discussões variando sobre estoques e questões
envolvendo o Irã. As commodities metálicas como o aço, cobre, níquel e minério,
apresentaram variação positiva, por conta do anúncio de corte de produção na Austrália,
afetando assim a dinâmica global e demonstrando uma oferta de minério mais incerta. Já
a celulose vem apresentando um movimento de baixa com queda de 15% no mercado
chinês, mas segundo os analistas tende a se estabilizar, porém em níveis um pouco mais
baixos.
Empresa Classe Código Partic no Índice Retorno Setor
Gol PN GOLL4 0,26% 20,83% Bens industriais
Cyrela Realt ON CYRE3 0,33% 19,27% Consumo cíclico
MRV ON MRVE3 0,34% 16,24% Consumo cíclico
Iguatemi ON IGTA3 0,24% 14,88% Financeiro e outros
Qualicorp ON QUAL3 0,33% 14,00% Saúde
Natura ON NATU3 0,58% -5,82% Consumo não cíclico
Engie Brasil ON EGIE3 0,66% -6,15% Utilidade pública
Marfrig ON MRFG3 0,15% -7,91% Consumo não cíclico
Smiles ON SMLS3 0,15% -11,86% Consumo cíclico
Braskem PNA BRKM5 0,56% -18,12% Materiais básicos
Fonte : Economática elaboração Mercer base Junho/2019
6
Juros e Inflação
No mês de junho observamos o fechamento das curvas de juros. Os dados de
atividade continuam enfraquecidos, o país está saindo da pior recessão da sua história e a
ocidade da economia brasileira continua elevada. Com isso, houve uma sinalização do
Banco Central que o balanço de riscos evoluiu favoravelmente, em um cenário que temos
uma inflação mais baixa. Nesse sentido a expectativa é de que ocorra novos cortes nas
taxas de juros adiante e por isso observamos uma redução das taxas de juros futuras,
observados pela linha azul clara do gráfico acima.
Com isso, o resultado dos títulos públicos pré-fixados foi novamente positivo, todos
os vencimentos superaram o CDI.
O IPCA de junho registrou variação de 0,01%, abaixo do observado na prévia do
mês (0,06%). Com o resultado, o indicador acumula alta de 3,37% em 12 meses.
Renda
Fixa
7
A baixa variação em junho pode ser explicada, em grande parte, pelo comportamento
dos grupos Transportes e Habitação. No primeiro caso, pode-se destacar a queda dos
preços de combustíveis, principalmente da gasolina, que contribuiu para o arrefecimento
do índice neste mês. Quanto ao grupo Habitação, o maior impacto negativo teve como
origem o item energia elétrica, com a permanência da bandeira tarifária verde durante o
mês. Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas foi responsável por evitar um
arrefecimento ainda maior do IPCA. Ainda que continue demonstrando variações negativas,
o grupo começa a retomar uma trajetória de aceleração, comportamento que deve ser
mantido nos próximos resultados.
Para julho, a estimativa é de que o índice apresente trajetória de alta. O movimento
deve ser influenciado, principalmente, pelos preços administrados. Neste caso, a mudança
de bandeira tarifária de energia elétrica para amarela deve contribuir para uma maior
pressão inflacionária em julho. Adicionalmente, o menor efeito dos reajustes negativos de
combustíveis sobre o grupo Transportes irá promover o deslocamento positivo da inflação.
A dinâmica do grupo Alimentação e bebidas também será destaque em julho, apresentando
aceleração nas próximas divulgações, de acordo com o repasse esperado dos preços do
atacado para o varejo.
8
Taxas de Juros reais e Títulos Públicos
Fonte: ANBIMA (elaboração Mercer)
Seguindo o movimento de queda das curvas de juros futuras, os títulos indexados à
inflação apresentaram novamente um rendimento expressivo comparado ao CDI. Destaque
para os vencimentos 2024, 2022 e 2023 com uma queda em torno de 60 pontos base.
Os vencimentos mais longos, representados pelo IMA-B 5+ que demonstraram uma
rentabilidade de 5,06%.
9
Quadro Resumo Principais Índices
Ranking de Índices - 2015 / 2019 YTD
dez|2018 jan|2019 fev|2019 mar|2019 abr|2019 mai|2019 jun|2019 2016 2017 2018 2019 12M 24M 36M
CDI 0,49% 0,54% 0,49% 0,47% 0,52% 0,54% 0,47% 14,00% 9,93% 6,42% 3,07% 6,35% 14,22% 28,94%
Selic Acumul 0,49% 0,54% 0,49% 0,47% 0,52% 0,54% 0,47% 14,02% 9,94% 6,43% 3,07% 6,35% 14,24% 28,98%
Ima-B 5 1,36% 1,54% 0,55% 0,78% 1,11% 1,39% 1,72% 15,48% 12,58% 9,87% 7,28% 14,79% 25,93% 40,27%
Ima-B 1,65% 4,37% 0,55% 0,58% 1,51% 3,66% 3,73% 24,81% 12,79% 13,06% 15,21% 29,05% 39,36% 56,76%
Ima-B 5+ 1,88% 6,61% 0,55% 0,43% 1,79% 5,20% 5,06% 31,04% 12,75% 15,41% 21,12% 41,23% 49,38% 69,36%
Irfm 1 0,56% 0,58% 0,47% 0,47% 0,50% 0,68% 0,58% 14,72% 11,12% 6,97% 3,32% 7,26% 15,69% 31,26%
Irfm 1,53% 1,39% 0,29% 0,59% 0,61% 1,77% 2,16% 23,37% 15,20% 10,73% 6,98% 15,93% 26,30% 47,05%
Irfm 1+ 1,92% 1,71% 0,23% 0,63% 0,65% 2,17% 2,72% 29,64% 16,67% 12,27% 8,35% 19,46% 30,51% 53,54%
Ima-S 0,49% 0,54% 0,49% 0,47% 0,52% 0,54% 0,47% 13,84% 10,16% 6,42% 3,08% 6,37% 14,32% 29,16%
Ihfa 0,03% 2,61% -0,23% -0,20% 0,52% 0,93% 1,51% 15,87% 12,41% 7,09% 5,23% 9,38% 20,68% 37,79%
Dólar 0,30% -5,75% 2,37% 4,23% 1,25% -0,12% -2,75% -16,54% 1,50% 17,13% -1,10% -0,52% 16,02% 15,20%
Euro 1,33% -5,55% 1,55% 2,78% 1,00% -0,59% -0,80% -19,10% 15,44% 11,83% -1,81% -2,33% 16,11% 18,51%
Ibovespa -1,81% 10,82% -1,86% -0,18% 0,98% 0,70% 4,06% 38,94% 26,86% 15,03% 14,88% 40,69% 62,81% 101,91%
Ibrx -1,29% 10,71% -1,76% -0,11% 1,06% 1,14% 4,10% 36,70% 27,55% 15,42% 15,59% 42,65% 63,69% 103,34%
Ibrx 50 -2,11% 10,44% -1,69% -0,18% 0,67% 0,46% 4,12% 36,82% 26,82% 14,53% 14,12% 39,01% 60,82% 98,49%
Dividendos 0,65% 12,48% -2,03% -1,79% 3,09% 3,14% 3,11% 60,49% 25,30% 15,95% 18,67% 49,63% 63,07% 128,14%
Small Caps 2,10% 9,41% -1,82% 0,10% 1,66% 1,97% 6,99% 31,75% 49,36% 8,13% 19,26% 43,00% 63,11% 121,70%
MidLarge -1,57% 10,58% -1,64% -0,19% 0,96% 1,04% 3,79% 37,31% 25,43% 16,49% 14,93% 42,38% 63,81% 101,52%
IPCA 0,15% 0,32% 0,43% 0,75% 0,57% 0,13% 0,01% 6,29% 2,95% 3,75% 2,23% 4,67% 7,66% 11,53%
IPC 0,09% 0,58% 0,54% 0,51% 0,29% -0,02% 0,15% 6,55% 2,28% 2,99% 2,07% 4,91% 6,52% 9,81%
IGPM -1,08% 0,01% 0,88% 1,26% 0,92% 0,45% 0,80% 7,17% -0,52% 7,54% 4,38% 8,50% 13,12% 14,90%
IGPDI -0,45% 0,07% 1,25% 1,07% 0,90% 0,40% 0,63% 7,18% -0,42% 7,10% 4,40% 7,60% 13,20% 14,40%
INPC 0,14% 0,36% 0,54% 0,77% 0,60% 0,15% 0,01% 6,58% 2,07% 3,43% 2,45% 4,79% 6,64% 10,21%
INCC 0,13% 0,49% 0,09% 0,31% 0,38% 0,03% 0,88% 6,13% 4,25% 3,84% 2,21% 4,87% 8,64% 14,87%
ÍNDICES DE RENDA FIXA
MOEDAS
ÍNDICES DE AÇÕES
ÍNDICES DE INFLAÇÃO
10
ANÁLISE MACROECONÔMICA
DANIELA RIBEIRO MARTINS [email protected] (+55 11) 3878-2071
VICTOR DE DIVITIIS PENTEADO [email protected] (+55 11) 3878-2277
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