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Informativo do GEEC Novembro de 2009 - 9ª Edição Imperativos para um mundo novo sem discriminação - Página 2 Discriminação nas relações do trabalho - Página 3 Tudo é Jazz Página- 4 Racismo de estado - Página 5 Entrevista: Maria Cristina dos Santos - Página 6 MUNDI - Página 7 Consciência Negra - Páginas 8 e 9 Alimentação no verão - Página 10 O segundo mandamento - Página 13 Explosão de violência - Página 15

Informativo do GEEC bambu como agente na contenção de encostas ameaçadas de erosão, com uma distribuição subterrânea de rizo-mas em forma de malha resistente, a qual reforça

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Informativo do GEECNovembro de 2009 - 9ª Edição

Imperativos para um mundo novo sem discriminação - Página 2Discriminação nas relações do trabalho - Página 3Tudo é Jazz Página- 4Racismo de estado - Página 5 Entrevista: Maria Cristina dos Santos - Página 6

MUNDI - Página 7

Consciência Negra - Páginas 8 e 9

Alimentação no verão - Página 10

O segundo mandamento - Página 13

Explosão de violência - Página 15

Página 2 Novembro de 2009

Neste começo de um novo milênio, as forças globais emergentes concorrem para moldar o futuro. Algumas forças ameaçam dividir, empobrecer e criar “vencedores” e “perdedores”, enquanto outras aceitam com possibilidades de um futuro em que a inclusão se torne uma necessidade econômica e prática para servir ao bem comum.

O mundo está mudando, vai se tornar ainda “menor” e os cidadãos e as nações serão mais interdependentes no século XXI. Racismo, sexismo e outras formas de desumanidade e discriminação não vão desaparecer até que os indivíduos e as nações resolvam mudar e se com-prometam com essas transformações de todas as maneiras e em todas as esferas possíveis.

Gostemos ou não da economia glo-bal emergente, do triunfo do capitalis-mo global ou dos avanços tecnológicos, as mudanças que estão transformando o mundo são um fato. Não temos outra alternativa senão combater os efeitos negativos e tirar proveito dos aspectos positivos.

Na economia global, a pobreza, a falta de saúde, o desemprego e a falta de acesso à escola para os afro-descenden-tes são obstáculos que atrasam a realiza-ção das metas do desenvolvimento na-cional. Não há uma solução única para o problema do racismo. Há apenas muitas soluções. Isso significa que existem coi-sas que cada um de nós pode fazer para combater o racismo. A história nos en-sina que a mudança ocorre mediante os esforços acumulados de muitas pessoas, de todas as áreas da vida, que compre-endam que a liberdade e os direitos hu-manos são indivisíveis.

Certa vez Nelson Mandela escreveu:

“Ninguém nasce odiando outra pessoa devido à cor da pele ou devido à ori-

gem ou à religião dela. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e se elas

podem aprender a odiar, podem ser en-sinadas a amar, porque o amor chega

mais naturalmente ao coração humano do que o respectivo oposto. A bondade

humana é uma chama que pode ser ocultada, mas jamais extinta”.

Recentemente, o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Polí-ticas de Promoção da Igualdade Racial, participou de uma audiência pública, na qual ele defendeu a proposta de estabe-lecimento de um sistema de cotas nas universidades brasileiras. O ministro sustentou que estudos demostram que

a adoção das cotas como critério de seleção de alunos não deve acirrar os conflitos raciais no país. A proposta, em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, determina que 50% das vagas sejam destinadas aos es-tudantes das escolas públicas. As vagas vão obedecer à proporção de negros, ín-dios e pardos em cada estado. Desse to-tal, metade dos alunos deve ter renda fa-miliar de até um salário mínimo e meio por pessoa. De acordo com o ministro, o desempenho dos alunos cotistas re-força os argumentos a favor da fixação das cotas. “Temos pesquisas feitas por instituições sérias, como a Universida-de de Brasília, que demostram que o desempenho escolar dos alunos cotistas é igual ou superior aos dos demais alu-nos”.

O texto divide os parlamentares, os quais defendem uma discussão mais ampla a cerca do assunto.

Não vivemos em uma sociedade jus-ta, que permite a mesma oportunidade para todos. Nós temos discriminação e precisamos encontrar alternativas para resolver essa questão.

Podemos trabalhar agora para criar um futuro compartilhado e viável ou, então, continuar no conflito sem senti-do, que tem minado tantas vidas. A con-juntura atual pode se tornar um momen-to de definição do bem se recordarmos nosso passado com honestidade, ima-ginarmos nosso futuro com coragem e deixarmos os anjos da nossa natureza trabalharem como verdadeiros arquite-tos do mundo.

Governo, organizações não-gover-namentais, empresas e outros setores da sociedade têm um papel e uma obrigação no sentido de pressionar para aumentar as respostas contra a discriminação so-frida pelos afro-descendentes, índios e marginalizados. Promover o progresso dos negros é bom para os negócios, bom para o crescimento nacional, bom para os negros e bom para todos os povos das nações às quais pertencem.

A esperança de um futuro além do racismo depende daquilo que cada um de nós estiver disposto a fazer com nos-sas vidas, nossas instituições, nossos países e nosso mundo. Vivemos em so-ciedades diferentes, mas cada vez mais no mesmo mundo.

Paulo César Pereira Economista (UIT), especialista em Gestão Estratégica em Finanças e

professor na FUNEDI/UEMG [email protected]

– No Brasil não há preconceito! Como somos uma mistura de “raças”, não temos preconceitos contra o negro, como na Europa ou nos E.U.A..

Quantas vezes ouvimos frases e argumentos como esses. Mas será que eles correspondem realmente à reali-dade?

O Essencial deste mês, aproveitan-do o dia que se se comemora “a cons-ciência negra”, investiga essa questão.

Pergunta-se ao leitor:– Quantos professores universitá-

rios negros você conhece?– Quantos juízes, médicos, enge-

nheiros negros você conhece?Em 2006, a população branca era

de 49,7% e a de negros era de 49,5%. Se estes representam quase 50% da po-pulação, seria justo que a metade dos juizes, médicos, vereadores, prefeitos etc. fossem negros. Isso acontece?

Os negros representam, ainda, 60% dos pobres do país e 70% dos indigen-tes. Na contagem geral, 50% dos brasi-leiros negros ou pardos são pobres, en-quanto apenas 25% dos brancos estão nessa condição.

Um menino negro, nascido em 2000, deve viver, em média, 5,3 anos a menos que um branco. Meninas bran-cas vivem, em média, 4,3 anos a mais que as negras.

A mesma desproporção é encontra-da quando se compara a mortalidade infantil. Uma criança negra tem 66% mais chances de morrer durante o pri-meiro ano de vida do que uma branca.

Todos esses dados estão no Atlas Racial Brasileiro, apresentado recen-temente pelo Programa de Desenvol-vimento das Nações Unidas (Pnud) e pela a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e estão disponí-veis no “site” http://www.midiainde-pendente.org/pt/blue/2004/12/296297.shtml.

Para que serve o Dia da Consciên-cia Negra? Para que todos os brasilei-ros se conscientizem da dívida que o Brasil tem para com esse povo sofrido e explorado, que tanto colaborou eco-nômica e culturalmente para a forma-ção da Nação, de forma a nos comover, para que mudemos a realidade.

Expediente:O informativo O Essencial é instrumento de divulgação do GEEG - Grupo Educação, Ética e Cidadania, cuja sede está localizada na Rua coronel João Notini, número 800, sendo voltado para uma sociedade solidária e fraterna. O conteúdo dos artigos é de responsa-

bilidade dos respectivos autores. Projeto gráfico: Alexandre Carlos e Marol Lopes. Tiragem: 2000 exemplares - Distribuição gratuita - Contato: [email protected]

EditorialOpinião

Imperativos para um mundo novo sem discriminação

Página 3Novembro de 2009

Utilidade Pública

DISCRIMINAÇÃO NAS RELAÇÕES DO TRABALHO

Para Ana Maria Luchesi Mourão,zelosa guardiã desses gigantes

verdes,ilhas de paz e de abundância.

Tratamos, aqui, de uma planta, cuja gama de aplicações variadas e eficien-tes poderia, se observássemos as quali-dades dela, favorecer uma substancial economia, não só de divisas, mas, so-bretudo, de recursos naturais, visto ser esse material renovável e abundante em todas as regiões do Brasil.

Existem, no mundo, cerca de 1100 espécies de bambu, as quais estão dis-tribuídas em 90 gêneros. O bambu é en-contrado em altitudes de zero até 4800 metros. O colorido dele varia do preto (Phyllostachys Nigra), passando pelo vermelho, azul e violeta e chegando ao verde (Phyllostachys Nigra “Boryana”, que apresenta manchas marrons e ama-relas, sendo comumente encontrada em nossa região). As espécies mais raras e coloridas são usadas, geralmente, em paisagismo e decoração.

No Brasil existem muitas espécies nativas e exógenas ou exóticas. O bam-bu da espécie Bambusa Vulgaris, por exemplo, é muito espalhado pelo país, porém é originário da China, possuin-do colmos grossos de cor verde. Tam-bém há uma variação dessa espécie, a Bambusa Vulgaris “Vittata”, também chamada de “bambu brasileiro”, “bam-bu imperial” e “bambu verde-amarelo”, que possui grande apelo estético. Resis-tente a extremos de temperatura (abai-xo de zero grau, os leptomorfos ou “run-ners”, e tropicais, os paquimorfos ou “clumpers”), ela é encontrada em vários países e nas mais diversas regiões. Com variegada apresentação, cresce como pequenas gramíneas ou chega a colmos de 40 metros de altura, abrindo o leque de utilização dela.

Na culinária, os brotos de bambu são muito apreciados pelos asiáticos, espe-cialmente pelos chineses, japoneses e indianos. Eles fazem parte de uma va-riedade incrível de pratos tradicionais, fritos, assados, fervidos ou secos. O co-mércio e a produção de brotos de bambu em todas as formas é fonte de riqueza para nações como a China, o Vietnã e outros países da Ásia, sendo importan-te item de exportação, contribuindo, substancialmente, para o equilíbrio da balança comercial. A China exporta, anualmente, cerca de 90 mil toneladas de brotos de bambu, o que é equivalen-te a, aproximadamente, 90 milhões de dólares.

O uso medicinal do broto de bambu nas culturas milenares da Ásia, princi-palmente na China, vem dos primór-dios e está se difundindo no Ocidente. Rico em proteína vegetal, fibras, ami-noácidos, cálcio, fósforo, vitaminas B1, B2 e C, o broto de bambu, quan-do consumido regularmente, ajuda na digestão, estimulando os movimentos peristálticos do estômago e do intestino, previne e cura doenças cardiovasculares e cânceres e abaixa os níveis de gordura e a pressão sanguínea. Aqui, no Brasil, a medicina popular prescreve o chá de folhas de bambu contra a tosse.

Também é reconhecida a utilidade do bambu como agente na contenção de encostas ameaçadas de erosão, com uma distribuição subterrânea de rizo-mas em forma de malha resistente, a qual reforça a estrutura natural do solo.

Utilizado como combustível e para a produção de papel, o bambu substitui a madeira, ajudando, dessa forma, a pre-servar florestas, porque o rápido cres-cimento do bambu equilibra a relação entre o gás de carbono emitido e o gás de carbono absorvido. O bambu ofe-rece seis vezes mais celulose do que o pinheiro e o papel de bambu tem a mes-ma qualidade que o papel de madeira. O Brasil é o único país das américas a pos-suir uma indústria de papel de bambu, com uma grande plantação no estado do Maranhão.

Estudos sobre o assunto afirmam que o álcool etanol também pode ser extraí-do dessa planta pródiga, que, por todas essas razões e ainda por muitas outras, deve ser, além de cultivada, respeitada pelas propriedades dela já conhecidas e pelas propriedades ainda desconheci-das, por escaparem ao olhar superficial de uma sociedade desatenta.

A meditação sob a fronde de um bambuzal oferece momentos ímpares, porquanto a frequência vibratória dele nos coloca em plenas condições de sin-tonia, quando estamos preparados para a interiorização.

O bambu é uma planta muito resis-tente, podendo se recuperar com incrí-vel facilidade de um ano para outro ou de uma estação ruim. Após a destruição de Hiroshima pela bomba atômica, os bambus resistiram e foram as primeiras plantas a renascer no árido cenário pós-guerra.

Lázaro BuenoAtivista do meio ambiente e diretor do

Instituto Ambiental Águas [email protected]

Meio AmbienteÀ sombra dos bambuzais

Discriminação no emprego ou na ocupação consiste no tratamen-to distinto em decorrência da raça, da cor, do sexo ou de outras razões que não atinentes às capacidades ou habilidades necessárias para o traba-lho.

Devido à discriminação pelas ca-racterísticas físicas ou étnicas, pelo sexo, pelo estado civil ou pela opi-nião política, uma pessoa é excluída ou colocada em situações desvanta-josas.

Exemplo: anúncios de empre-go que apresentam exigências de compleição ou aspecto físico (ex-pressões como “boa aparência”) são desestimulantes e tendem a excluir pessoas além de uma certa idade, de determinada cor, raça ou condição social.Preconceito é a forma de visão e in-terpretação sobre atos e fatos.

Igualdade no trabalho é uma pre-ocupação constante na OIT. A De-claração sobre Princípios e Direitos no Trabalho reafirmou o princípio constitucional de eliminação da dis-criminação no emprego e na ocupa-ção, confirmando a universal deter-minação de suprimi-la do mundo do trabalho pela promoção da igualda-de de tratamento e de oportunidade.

No Brasil, a proibição de discri-minação no trabalho decorre do di-reito de igualdade formalmente es-tabelecido nos termos do artigo 5.º, inciso I, da Constituição Federal de 1988, complementado pelos incisos XLI e XLII. De forma específica, a proibição de discriminação no traba-lho é encontrada nos termos do arti-go 7.º da Constituição, incisos XXX, XXXI e XXXII.

A não discriminação no trabalho implica em imparcialidade, com-petência, eficiência e igualdade de oportunidades, sendo a chave para o “trabalho decente”.

Gilmar Alves BarbosaAdvogado e assessor júrídico do GEEC

[email protected]

Página 4

Estive em Ouro Preto, no “Festival Tudo é Jazz” – ano 8, mais precisamen-te no dia 19 de setembro, quando pude assistir, das 18 horas daquele Sábado à 1 hora do dia subsequente, a muito jazz, mas muito jazz mesmo.

Eu, particularmente, não toco jazz, mas conheço alguma coisa do jazz mais tradicional e de outras expressões mais atuais, sobre as quais pretendo mencio-nar nas próximas edições do Falando de Música.

Neste ano, o “Tudo é Jazz” home-nageou uma das maiores intérpretes de jazz, Billie Holiday, falecida há 50 anos. Para homenageá-la foi convida-da Madeleine Peyroux, que convidou Mart’Nália, ambas sendo acompanha-das por uma banda de primeira grande-za, integrada pelo pianista que acompa-nhou a própria Billie Holiday, Mulgrew Miller. Como se já não bastasse, no baixo acústico, uma lenda, Ron Carter, com uma digitação tão elegante e preci-sa, sem malabarismos, que me roubou a atenção durante todo o tempo. Uma aula de talento e humildade. Ainda, na bate-ria, um dos maiores do mundo, Antonio Sanchez, que também participa da ban-da de um dos melhores instrumentistas do jazz contemporâneo, Pat Metheny. Na guitarra, outra lenda do jazz clássi-co, Buchy Pizzarelli (pai de John Pizza-relli), com 83 anos de idade, mostrando que a música não privilegia nenhuma idade. Ainda no palco, um naipe de sopros maravilhoso, com Marcus Stri-ckland (sax), Ingrid Jansen (trompete) e Anat Cohen (sax e clarineta).

TUDO É JAZZ

Descrever musicalmente esses sho-ws e participações não é uma tarefa fácil. Portanto, não farei isto. A progra-mação foi extensa e muito mais coisas aconteceram. Fica apenas o convite para o ano que vem: NÃO PERCAM!

Bem, como ainda não estamos no céu, houve lá uns probleminhas, que para uns, se transformaram em proble-mões, como acolher tanta gente com uma infra-estrutura de banheiros que comportem a todos comodamente. Para quem tem bala na agulha, primeiramen-te é bom reservar hotéis, e para quem não tem, o jeito é encarar o que vier. Afinal, não é todo dia que temos a opor-tunidade de assistir a shows daquela

magnitude..............Quero agradecer pelo e-mail de An-

dréia Souza e dizer que lutamos para que Divinópolis não seja uma cidade alheia a bons ventos e eventos. Que-remos ver esta cidade repleta de boas opções culturais, para que possamos ter escolhas. Temos que ter ouvidos para ouvir e olhos para ver.

Um abraço.

Gê Lara Cantor, compositor e coordenador do

Uirapuru Canto [email protected]

Falando de música

Pois é...

Novembro de 2009

ao processo de colonização, já iniciado no período imperial.

Tal politica de Estado, relega, ou me-lhor, expatria a população negra, e aca-ba por abandona-la a sua própria sorte, provocando êxodo das mesmas, para as cidades, criando abismo social, e ex-cluindo-a por décadas, de qualquer pos-sibilidade de acesso a políticas públicas, contribuindo para surgimento de falsas teorias da incapacidade dos negros, ge-rando indiferença a causa, e incorpora-ção de uma cultura preconceituosa em relação a esta etnia.

A partir daí, creio eu, e também relembrando Mannheim, tem-se que localizar o tema, quer seja pela linha histórica ou conceitual, pois devido sua dimensão não se pode permitir distor-ções e comentários fundamentados em senso comum, muito distante de uma abordagem acadêmica, exemplificando pode-se citar o próprio conceito de em-branquecimento.

O referido conceito, é constantemen-te confundido com a questão da misci-genação, o primeiro foi uma politica de Estado que privilegiava a colonização por europeus, como fora falado, e entre muitas das peculiaridades, a respeito do embranquecimento, é oportuno citar ,que durante o governo Getulista, foi proibido a vinda de imigrantes asiático, latinos e africanos, sendo apenas permi-tido os povos do norte da Europa, este é apenas um exemplo clássico de racismo de Estado.

O outro, a miscigenação, isto é, as relações inter-raciais, que é espontânea e passou a ser uma caracterista de nossa cultura, assunto que passara a ser abor-dado com muita propriedade pela socio-logia.

Finalizando, ainda é muito comum críticas e olhares voltados ao compor-tamento de um individuo ou grupos de negros, principalmente os que se so-bressaem na mídia, geralmente partem de situações ligadas as relações inter-raciais ou a questão da falta de auto-estima e entre outros, da-se tanta rele-vância a isso, que me causa uma certa interrogação, pois, novamente são fatos isolados, que se pretendem generalizar, o que se tem aqui são exemplos de com-portamentos psicológicos inconstantes, nada mais.

Entretanto, aí o que se pretende, é provar mais uma vez, que as diferen-ças sociais são determinadas por fatores biológicos, mais preconceituoso que isto não dá.

Anselmo MouraServidor Público e

estudante de [email protected]

Sofrimento e esperança Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

Eis aqui um pequeno livro com uma história que carrega em si séculos da luta de um povo. O romance, que nar-ra a história de Ponciá (“Vicêncio” é o nome herdado do senhor dono dos ancestrais dela e que, segundo Ponciá, “era como lâmina afiada a torturar-lhe o corpo”), é também uma analogia para a história dos negros brasileiros, os quais, roubados da vida na África, vie-ram ser escravizados no Brasil, assim como Ponciá, a quem as dificuldades da existência roubaram da vida no campo e condenaram à miséria nas favelas das grandes cidades.

Apesar das marcas que a história do povo dela deixou, Ponciá luta sem nun-ca perder a esperança. Ela busca, a todo preço, a própria cidadania e a conquista da dignidade.

Narrado com a força bruta da reali-dade, Ponciá é, mesmo assim, um hino de liberdade e amor, um relato sensível do quanto sofre uma pessoa margina-lizada, injustiçada e desassistida num país desigual e preconceituoso como é o nosso.

Um livro para refletirmos sobre o quanto ainda temos que caminhar para construir o país que de fato sonhamos.

Daniel BicalhoLivreiro e proprietário da

Boutique do [email protected]

Página 5

Para ler em voz altaLiteratura Um pensar sobre

Novembro de 2009

RACISMO DE ESTADOO século passado, definitivamente

foi o da identidade, ou melhor, da afir-mação das mesmas, as quais atrelavam-se em doutrinas, ideologias e utopias, que não deixaram de obedecer uma de-terminada dinâmica sócio-psicológica, como bem evidenciou Mannheim.

O filosofo húngaro, ainda acrescen-tou que através da sociologia do conhe-cimento, pode-se constatar claramente que tanto grupos, isto é, classes, como as idéias têm localização social, não apenas isso, deflagou também que “a consciência burguesa tem um interesse social e vital a esconder de si mesma, os limites de sua própria racionalidade, isto é, a burguesia não só tem a necessi-dade de esconder do proletariado a situ-ação real, mas como de si mesma”.

Dentro desta concepção, tanto Man-nheim como “Weber”, foram enfáticos enquanto a importância da sociologia do conhecimento, pois desmascara as demais teorias e ideologias, e essa mes-ma postura, se faz necessária para que atualmente se compreendam as ideolo-gias e teorias raciais, além do comporta-mento racista da sociedade e sobretudo do “Estado” brasileira, do início do se-culo passado, até então.

E para se compreender o mesmo pa-norama, conhecer pelo menos alguns aspectos do contexto da época, será im-prescindível. Do ponto de vista históri-co, o pais vivenciava os primeiros anos da república, os barões do café, ainda davam as cartas, e faziam de suas pero-las negras a moeda nacional, isto ao sul do equador, mais ao norte e nordeste os coronéis do açúcar, do cacau e da bor-racha, ao poder do mando, chefiavam suas imensas propriedades, bem como a política local.

Não obstante, os ventos da Belle Époque, também pairavam pelos trópi-cos, e para sustentar e dar legitimidade tanta opulência, e a tanta concentração de fortunas, o pensamento dominante, flertava com o positivismo que acabou se tornando o modelo oficial de todas as demais ideologias, tais como a teoria eugenista, que postulava a supremacia européia e a do embranquecimento, as quais se estabeleceram como politica de Estado.

Não é que eu seja pessimista, mas, o que poderia fazer um cidadão comum diante deste ambiente ?...

O governo da república, ainda im-buído destes princípios, e com a “boa vontade” - se é que me faço compreen-dido - de resolver parte de seus proble-mas de conflito entre senhores endinhei-rados e o mal-estar causado pelo grande número de negros libertos, prioriza o embranquecimento, e da continuidade

Página 6

O Essencial: O que significa o Dia da Consciência Negra para você? Qual a importância de se comemorar o Dia da Consciência Negra?MCS: Simplesmente, mais um dia ape-nas, porque, no meu entendimento, de-veríamos ter essa consciência todos os dias. Mas foi preciso instituir o dia 20 de novembro para chamar a atenção so-bre a questão, sobre as temáticas afro-brasileira e africana e sobre a luta do povo negro por uma relação de igual-dade racial.

O Essencial: Como você enxerga, hoje, estética, econômica e socialmen-te, a situação do negro em Divinópo-lis?MCS: Hoje eu faço uma análise do ne-gro nacionalmente e traço um perfil do negro em Divinópolis. Não existe uma diferença específica, existe, sim, um clareamento das idéias. A situação do negro em Divinópolis não é diferente da situação do negro no resto do país. Ela tem melhorado muito. Temos nos mos-trado mais, buscando, cada dia mais, respeito e nos impondo como formado-res de opinião. Mas a luta está apenas começando.

O Essencial: Como você vê o real benefício da Lei Federal número 10.639/03, que determina a obriga-toriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira nos estabele-cimentos públicos e particulares de ensino fundamental e/ou de ensino médio?

MCS: Concordo plenamente com ela, porque os jovens precisam conhecer e reconhecer a verdadeira história dos ne-gros africanos que vieram para o Brasil. Somos assolados, desde muito jovens, com a cultura européia e outras. Por que não estudarmos sobre as nossas origens africanas?

O Essencial: Como a cultura pode ser um caminho para a inclusão social do negro na sociedade brasileira?MCS: Se você quer conhecer um país, estude a cultura dele, porque ela é a base de todo o desenvolvimento social de um povo. As culturas africana e afro-brasileira são riquíssimas e falam da origem desse povo, das lutas, das resis-tências e dos enfrentamentos dele. Tudo é cultural. E o povo negro sabe muito bem disso.

O Essencial: O que você acha do sis-tema de cotas para negros nas univer-sidades brasileiras?MCS: Quando começou a se falar de co-tas, eu fui extremamente contrária. Mas, depois de quatro anos de estudos e de muitas leituras, acho, sim, que as cotas são necessárias para devolver ao povo negro o que lhe foi tirado. Libertaram, abriram as portas das senzalas e disse-ram: “podem ir”. Mas não deram a esse povo a condição social e humana de subsistência. Faço um gancho, também, com a questão social. O governo deve se voltar para o povo financeiramente desassistido, porque, nas escolas, nos deparamos com alunos com um gran-de potencial e que, com certeza, ficarão sem ingressar na universidade.

O Essencial: Como você vê a partici-pação da juventude negra em nossa sociedade?MCS: Estou muito feliz, porque en-contrei, principalmente no MUNDI (Movimento Unificado Negro de Divi-nópolis), uma quantidade de jovens ne-gros com ideais, com garra e, o que é mais importante, se reconhecendo como membros partícipes de um processo de evolução de uma cultura. Eles estão se mostrando mais e se reconhecendo den-tro do processo de igualdade racial. É um grande avanço.

O Essencial: Como você analisa a fo-mentação dos movimentos negros?MCS: Eu sempre dizia que nunca me percebia inserida em nenhum movimen-to. Sempre considerei as pessoas muito radicais, sem propostas de crescimento. Porém, em 2008, fui convidada pelo MUNDI para coordenar o “1.º Seminá-rio de Educação Afro-brasileira de Di-

vinópolis”. Aceitei e passei a conviver com os membros do MUNDI e reconhe-ci neles um grupo coeso, com propostas claras e objetivas. Eles me convidaram para compor a Assessoria de Educação e os avanços estão acontecendo; e muito teremos pela frente. Mas, com certeza, alcançaremos os nossos objetivos. E aproveito esta oportunidade para convi-dar todos negros e não negros para com-porem conosco um movimento em prol da temática das relações etnicorraciais em Divinópolis e região.

O Essencial: Como você percebe que a mídia retrata a cultura afro?MCS: Não podemos nos esquecer de que o Brasil, apesar dos avanços, ainda é um país muito preconceituoso e isso não afasta a mídia. Mas estamos mu-dando e nossa postura firme é que fará a diferença. O MUNDI tem um programa na Rádio Candidés e, mesmo sendo um programa editado e dirigido por negros, é aberto a todos que tiverem propostas de crescimento para o benefício públi-co.

O Essencial: Qual o tipo de discrimi-nação mais comum entre os negros?MCS: Não tem como nominar. São tan-tos. Ainda acontecem situações absur-das, como, por exemplo, em Belo Hori-zonte, na Savassi, um homem espancou uma menina, porque ela era negra e o cachorro dela teria avançado no cachor-ro dele. São inúmeras as situações: nas lojas, quando uma pessoa negra entra e as atendentes nem chegam perto, e nas escolas, por falta de orientação dos pro-fessores e família, dentre outras.

O Essencial: Deixe uma mensagem para os leitores de “O Essencial”.MCS: Convido a todos e todas para se juntarem a nós, aqui, em Divinópolis, para que possamos fazer um belo traba-lho. Coordeno o “Fórum Municipal de Educação das Relações Etnicorraciais e Diversidade de Divinópolis e Região”, o qual será empossado pelo prefeito no dia 19 de novembro e no qual nos reuni-remos para discutirmos as “Políticas de Promoção da Igualdade Racial”. Tam-bém convido para a “Festa da Consci-ência Negra”, que será realizada no dia 22 de novembro, quando poderemos nos confraternizar devido a todos esses avanços.

Contato:[email protected]

Entrevista do mês

Maria Cristina dos Santos

Professora especialista em Educação. Com 47 anos, mãe de dois filhos ela é um exemplo de mulher com determinação. Atu-almente, assume a assessoria de Educação do MUNDI e é coordenadora do Fórum Mu-nicipal de Educação das Relações Étnicorra-ciais e Diversidade de Divinópolis e região.

Novembro de 2009

Página 7

Projetos Sociais

EcologiaNós, do grupo do Pró-adolescente,

estivemos reunidos no “Parque da Ilha”, no dia 25 de setembro, e participamos de uma excelente palestra sobre o meio ambiente, dada pelo professor Cunha.Aprendemos inúmeras matérias, como a interferência e a adaptação dos seres vivos no meio ambiente, o egoísmo do homem com a natureza e o desmata-mento provocado pelo capitalismo sel-vagem.

Conforme o que aprendemos, a principal causa do desmatamento, hoje em dia, é a ambição desenfreada e in-saciável do homem, que pensa exclu-sivamente no lucro. E não nos danos à natureza. Esse lado inumano acarretou

muitas tragédias e prejudicou a vida de milhões de pessoas.

Diante de um cenário terrível de destruição no “Parque da Ilha”, nós re-solvemos, juntamente com o professor, desenvolver um projeto de grande im-portância.

Esse nosso projeto visa plantar, aproximadamente, cem mil mudas de árvores para restaurar o verde em nos-sa cidade. Plantando árvores nós esta-remos fazendo um gesto de gratidão à natureza e pensando num futuro melhor.

Recuperar uma área desmatada é

muito mais caro do que investir na preservação. Torna-se inviável acabar com a natureza por causa de dinhei-ro, pois, para recuperá-la, gastar-se-á muito mais verba. É necessário um desenvolvimento sustentável. Não podemos ser egoístas com o meio ambiente. Sem consciência, não tem progresso!

Helon Guimarães CordeiroTem 17 anos e

integra o projeto Pró[email protected]

O Movimento Unificado Negro de Divinópolis é uma entidade sem fins lucrativos, com o objetivo de difundir a cultura afro-descendente por meio da arte e da educação, além de realizar pro-gramas de qualificação profissional e de inclusão no mercado de trabalho, me-diante a educação, o resgate de conhe-cimentos tradicionais, o saber científico e a democratização das tecnologias da informação.

Principais realizações nos últimos três anos:

1) “Festa da Consciência Negra”, realizada em Divinópolis nos anos de 2006 e 2007, com apresentações de Rei-nado, capoeira, hip hop, teatro, desfile, pagode, exposições, poesias e Banda da Polícia Militar.

2) Visita ao quilombo dos Carra-patos, no município de Bom Despacho (MG), durante a Semana da Consciên-cia Negra em 2007.

3) “Campanha HemoConsciên-cia”, em parceria com a Fundação He-mominas, Unidade Divinópolis.

4) “Festa da Abolição da Escrava-tura”, realizada na “Praça do Santuário”

no mês de maio de 2008, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, apresentando o espetáculo musical do cantor e compositor Maurício Tizumba, dança afro, capoeira, samba, pagode e desfile de moda afro, dentre outras atra-ções culturais.

5) “Festa da Consciência Negra 2008”, em que o MUNDI participou da “Missa Conga”, realizou o “Seminário de Educação e Cultura Afro-brasileira”, com um encontro estudantil, palestras, oficinas, exibições de vídeos etc..

Em 2009, dentre várias ações, des-tacamos:

1) Participação no “Seminário Cultural Afro-descendente”, na cidade de Carmo do Cajuru (MG), apresentan-do um desfile de moda afro, dança do ventre e hip hop.

2) Realização do “Fórum Munici-pal de Educação das Relações Étnico-raciais e Diversidade em Divinópolis e Região”.

3) Oficina de modelos e fundação da agência “MUNDI MODELS”, a qual

vem realizando vários desfiles na cidade e região.

4) Programa televisivo “Raça Mundi”, apresentado pela TV Candi-dés, de Divinópolis (vinculada à Rede Cultura de Televisão), com caracterís-ticas afro-descendente, que privilegia o resgate histórico e valoriza os costumes e as idéias da raça negra, discutindo te-mas sobre educação, arte e cultura em geral e propiciando oportunidades para que todos possam expressar as próprias idéias e os próprios valores. Há um ano o programa “Raça mundi” é apresenta-do aos sábados, às 18h30min, e reprisa-do às sextas-feiras, às 22h45min.

Para saber mais sobre o Movimento Unificado Negro de Divinópolis, par-ticipe das nossas reuniões na Estação Ferroviária de Divinópolis, atrás do Pronto-socorro Regional.

Nossos telefones são (37) 8806 3964 e (37) 8414 6993.

Também mantemos uma comuni-dade no “Orkut”: [email protected]; e o nosso endereço eletrônico é [email protected].

MUNDI- Movimento Unificado Negro de Divinópolis

Novembro de 2009

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Entre tantas disfunções vivificadas no nosso cotidiano, é perceptível a an-siedade em se obter respostas para ques-tões que, quando lembradas e trans-portadas do velho para o novo mundo – coisas do tipo “liberdade” e “amor” –, promovem espantos por não só serem da ordem do imaginário, mas, também, porque correspondem a aspectos socio-lógicos, geográficos, e filosóficos. Em se tratando da consciência, também não é diferente, pois as indagações postu-ladas historicamente têm um caráter angustiante, tanto que todas as civiliza-ções buscaram o entendimento para um “bel-conforto”, um bel-prazer.

Quando se fala sobre consciência, o pensamento discorre sobre o impensá-vel, a consciência de si, a consciência dos filósofos, dos homens comuns e dos grandes heróis. É uma predisposição humana discursar sobre esse assunto. A investigação sobre os diferentes es-tágios de consciência requer uma certa prudência reflexiva, que, além de ir à di-mensão teórica, pressupõe uma entrega

matrimonial às práticas presentificadas, quando acontecidas fenomenologica-mente com um determinado povo, com uma determinada raça ou cultura.

No histórico humano percebe-se que as atitudes tomadas pelos homens são sempre conscienciosas, sendo que algumas a partir de desejos individu-ais e outras, por conseguinte, são de cunho sócio-político. Ter a consciência somente no âmbito social não determi-na a consciência em plenitude, pois se poderia correr o risco de minimizar os vários veios em que a consciência em si pode ou não pode fluir. Por sua vez a consciência do sujeito enquanto ser que representa e age no meio, está intrinse-camente ligada ao tamanho do respec-tivo conhecimento sobre ela, porque a “larguitude” dos atos será tal qual a for-ma com que ela se apresenta.

Pensando assim, nesse contexto, a individualidade e a objetividade esta-belecem no sujeito a extensão e a com-preensão dele sobre a parte e o todo, situando-o como um ser potencialmente

dotado de possibilidades e de responsa-bilidades.

Miraculosamente, em se tratando, anteriormente, do ser de si e, posterior-mente, do ser para outrem, a análise a respeito de qualquer ponto de vista so-bre a consciência individual e sobre a consciência social,perpassa pelos mo-dos de ser de um povo, ou seja, pela cultura de um povo em pleno estado de representatividade.

A consciência negra, por exemplo, poderia ser uma amostragem dos mo-dos estruturantes do funcionamento or-gânico, quando avivado culturalmente pelos próprios membros nas respectivas sociedades. É sabido que os ritos e os movimentos culturais são representa-ções que emanam de forma simplória e despojada, logo, natural, quando estão em conformidade com um entendimen-to pactuado. Na base dessa cultura, duas são as características principais que a santificam e a diferenciam das demais culturas: a alegria e a aceitação.

Do ponto de vista histórico parece

Consciência negraNovembro de 2009

mentações diferentes, que ocuparão o espaço devido nesse fabuloso espaço humano.

Todavia, o termo “apartheid” seria muito melhor utilizado não com o sen-tido etimológico do dialeto africano, de separação ou de segregação de povos, mas no sentido da separação do que não é de direito nesse mundo terrestre, da “infrutificação” natural do humano, da vida em estado justo e pleno, da disse-minação do caráter ruim, dos maus juí-zos e dos preconceitos, da mutilação da eficácia da submissão pela existência do Eu e do Eu de todos, sem utopia.

É preciso entender o assunto consci-ência do negro não como a consciência de uma qualidade de homem, mas, sim, as estruturas internas e externas que produzem os movimentos conscien-tes no meio de convívio. Dessa forma, apropriar-se da consciência do negro é fechar mais uma lacuna de erros na his-tória humana.

“No paraíso dos homens, a flor flo-resce, a água molha, a terra é dadivosa

e, mais além, as cores são iguais, o volume é o ideal, e a cor Negra é forte, dissipa luz e torna a vida mais clara.”

Sandro DavidMúsico e doutorando em Filosofia.

[email protected]

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paradoxal associar essas duas caracte-rísticas enquanto objetos de análise, tor-nando-as coirmãs. Pode existir alegria perante um caos milenar de sofrimento pela aceitação da dor? Havendo a dor, como ela pode proporcionar a alegria? Mas não é isso o que importa aqui ago-ra, e, sim, enxergar com outros olhos o que são, tacitamente, a aceitação e a ale-gria para essa cultura.

No “apartheid”, os negros, enquan-to se rebelavam contra os dominadores, traziam dentro de si uma negação ao sis-tema e, pela aceitação da convicção do dever a ser comprido, se alegravam por agir assim. As atitudes eram tão legíti-mas que a possibilidade de inexistência exauria o medo, a incerteza, e a falta de esperança. O brilho nos olhos refletia algo muito além da ação prática, pois da dança até o choque real, emanavam forças extraordinárias. Isso nada mais é que a consciência de si para si e para ou-trem, construída a partir de volições in-ternas, em que os desejos particulares se casam com os universais, efetivando-se, assim, a consciência existencial de um sujeito existencialmente harmonioso.

No Brasil, essa atitude tem outra co-notação, mesmo porque os ataques são silenciosos e interpessoais. A negação dos negros perante o sistema não se dá pela luta, mas pela cultura artística pelas modelações “entreteriantes”, por motivos tais como terem sido “destri-bados” com requinte maior, conjunta-

mente com a heterogeneidade racial e uma ideologia de submissão (prescritas por algumas instituições formadoras de opinião), sugerindo que a Terra não seja um lugar para uma consciência de ne-gação, ou melhor, para a aceitação e a alegria, para as quais esteja reservado um outro lugar, fora daqui, muito além das nuvens. Dessa forma, analisando do ponto de vista existencial do negro brasileiro, partir para os caminhos aci-ma anunciados foi uma condição, mas entendido, posteriormente, que isso não quer dizer justiça, e, sim, a perdição do veio, do sentido.

A consciência de um povo está forte-mente acachapada ao entendimento e ao sentimento que ele possui das coisas do mundo. Perceber-se no mundo enquan-to sujeito de si e, também, como partici-pante de uma construção com os outros sujeitos, o que o faz sentir-se valoriza-do, coerente, isto é, sujeito consciente.

O negro brasileiro precisa resga-tar essa africanidade sem rodeios, sem medo, com identidade e autoridade. A fuga de questões vitais, que estão re-lacionadas com valores, sobrevivência e aceitação e que tomam um sentido pejorativo e tendencioso aos olhos dos desiguais, fará com que se deixe para as gerações futuras uma herança terrível e genocida. A dança, então, não terá que ser só para o entreter-se, o esquecer-se, mas para dar um aviso de que existem seres de formas iguais, porém com pig-

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Cuidados com a alimentação no verãoPágina 10

Hoje vou falar dos cuidados que de-vemos ter com a saúde no verão.

No verão, procure ingerir refeições mais leves e naturais.

Isso, porque refeições mais pesadas geram dificuldade na digestão, o que provoca mal-estar, sonolência; quem vai dirigir após as refeições deve se pre-venir, prestando mais atenção, porque a vida vale muito, a sua vida e a de sua família.

Considerando que os alimentos gor-durosos são mais calóricos, geralmen-te possuindo, também, um alto teor de açúcar, eles exigem uma atenção espe-cial das pessoas que desejam manter o corpo saudável e com “aquelas curvas perfeitas”. Então, as pessoas que pos-suem colesterol alto e/ou diabetes de-vem evitá-los ao máximo ou até mesmo restringir o consumo deles.

Principalmente no verão, deve-se alimentar em pequenas quantidades.

Agora, cabe, aqui, diferenciar o que é dividir as refeições do que é o famoso “beliscar”: não é comer “a toda hora”, mas se alimentar nos horários corretos. Em relação a estabelecer o número de refeições e os horários em que a pes-soa deve se alimentar, é necessário que um nutricionista faça uma avaliação, porque tudo depende do ritmo de vida de cada pessoa, das atividades e dos ho-rários em que cada pessoa gasta mais

se alimente bem com qualidade e sem “passar fome” durante o ano inteiro, não precisando nem podendo fazer ne-nhuma mudança radical quando chega o verão. Manter-se bem e saudável duran-te o ano inteiro, afinal, é o ideal, é estar bem consigo mesmo e com as pessoas interessantes ao nosso lado em todas as estações do ano.

Sempre que precisar, procure a orientação de um nutricionista, para se esclarecer sobre a melhor forma de você conseguir o seu objetivo, seja o de ema-grecer, o de ganhar massa muscular ou o de se alimentar de maneira saudável. O mais importante é manter os resultados obtidos.

OU

Reeducação alimentar – Você aprenderá como um hábito alimentar saudável influencia tanto na redução de peso como na qualidade de vida e que se pode emagrecer comendo do que se gosta e evitando o “efeito sanfona”, que é o reduzir peso e, depois, engordar no-vamente.

Júnior Valadares Nutricionista e terapeuta especializado em

Tratamentos [email protected]

energia.Uma outra questão fundamental é a

conservação dos alimentos.Quanto à conservação dos alimen-

tos, é importante que eles sejam man-tidos refrigerados e bem acondiciona-dos em recipientes adequados, já que as temperaturas mais altas favorecem o desenvolvimento de bactérias e fungos e, consequentemente, aceleram a de-gradação, podendo causar intoxicação alimentar.

Porque a ingestão de líquidos é de extrema importância, qual a quantidade ideal de água a ser ingerida?

No verão é importante aumentar a quantidade de ingestão de água, sempre observando a coloração da urina. Se a coloração estiver clara, é um bom indi-cador de que a ingestão está suficiente; mas se tiver com uma coloração mais amarelada e com um cheiro mais forte, deve-se aumentar a ingestão de água, sendo que a água deve ser ingerida em pequenas quantidades ao longo do dia. Uma referência média para um adulto é de dois a três litros por dia.

A proximidade do verão leva muitas pessoas a aderirem a “dietas milagro-sas”, que prometem resultados quase imediatos.

Resultados duradouros são con-seguidos com reeducação alimentar bem feita, a qual permite que a pessoa

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Dia da Consciência Negra: 20 de novembro foi escolhido devido à data de falecimento de Zumbi dos Palmares, líder negro, um dos protagonistas das fugas de escravos no Brasil, os quais se organizavam em quilombos, onde pu-diam viver a liberdade em comunidade.

A homenagem a Zumbi foi justa, pois esse personagem histórico, que re-presenta a luta do negro contra a escra-vidão, morreu em combate, defendendo o povo e a comunidade dele.

Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e tam-bém uma forma coletiva de manutenção da cultura africana no Brasil.

A criação dessa data foi relevante, porque ela serve como um momento de conscientização e de reflexão sobre a importância da cultura e do povo afri-canos na formação da cultura brasileira. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos po-líticos, sociais, gastronômicos e religio-sos do Brasil.

O Dia da Consciência Negra repre-senta a valorização das contribuições da cultura africana, pois não podemos pen-sar em cultura brasileira sem os elemen-

tos ricos da cultura africana, os quais permeiam nos mais diferentes aspectos.

Mais do que uma data comemorati-va, devemos estabelecer a conscienti-zação e sustentar a luta pelo direito de igualdade e de respeito a todo cidadão brasileiro, independente de raça, cultura ou religião.

A consciência negra deve ser estimu-lada e trabalhada desde a infância, em todas as relações estabelecidas, consti-tuindo o alicerce para valores que, ne-cessariamente, devem ser construídos, possibilitando o combate ao preconcei-to e uma sociedade mais justa.

A conscientização precisa ser refle-tida em atitudes constantes na nossa vida, não sendo apenas representada por um dia, mas por um conjunto de ações concretas, que, realmente, possam con-tribuir para a transformação da menta-lidade dos indivíduos, introduzindo o respeito como base para as interações.

Maria Aparecida Reis CarvalhoPsicóloga do Instituto

Transdisciplinar de Saúde [email protected]

Consciência negra e a ressignificação de atitudes Clube da

FraternidadeO GEEC é uma ONG sem fins lucrativos que visa contribuir em benefício de um mundo

melhor.

Vários projetos sociais são oferecidos à comunidade como forma de melhorar a sociedade em que vivemos. No entanto, a

dificuldade financeira é um fator que inibe nossa ação.

Para não encerrar as atividades por falta de recursos foi criado o

Clube da Fraternidade.

As pessoas que contribuem com qualquer quantia são cadastra-das e recebem uma carteirinha de sócio, com a qual podem

usufruir de descontos em vários estabelecimentos comerciais.

Economia e Solidariedade jun-tas para o bem de todos.

Seja sócio doClube da Fraternidade!

(37) 3222-7644

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Para entendermos os significados das palavras de Jesus, analisemos os ele-mentos presentes nesta parábola.

a) OBJETOS

Semente: A semente é pequena, mas contém tudo que é necessário para a formação de uma grande árvore. Ela re-presenta o potencial que todos nós pos-suímos para sermos felizes, para a per-feição. Segundo a explicação do próprio Jesus, é “a palavra de Deus”, represen-tando as palavras, os pensamentos e os sentimentos, que podem nos fazer cres-cer, e a verdade e as leis divinas.

Beira do caminho: O caminho é o lu-gar por onde seguimos, indica o sentido em que trafegamos. A beira do caminho significa a margem do caminho, o limite entre o caminho e o não-caminho. “Se-mentes lançadas à beira do caminho” significa que elas estão no limite entre os nossos valores e os nossos interesses.

Pedra / umidade: Jesus adverte sobre a dureza dos nossos corações. A pedra é o símbolo mais perfeito dessa dureza, dessa inflexibilidade, geralmente causa-da pelo orgulho e pelo egoísmo. A umi-dade necessária para a semente brotar representa a humildade, o contraponto do orgulho. A água é fluida e flexível, exatamente o contrário da pedra.

Espinhos: Os espinhos, assim como o joio, são os erros, as imperfeições e as ilusões da matéria. Enquanto o joio nos engana, se disfarçando de trigo, os es-pinhos nos ferem e demonstram clara-mente a natureza maligna. São os nos-sos vícios e as nossas tendências ruins, que trazemos desta e de outras vidas.

Boa terra: É o coração e a mente que es-tão abertos para receber a boa semente; é a consciência madura e aberta à ver-dade.

Fruto: Toda semente gera frutos. Se as sementes são as palavras, pensamen-tos e sentimentos, o fruto é o resultado. Se a semente é o nosso potencial para a perfeição, fruto é a realização desse potencial.

b) AÇÕES

Saiu: Sair é deixar um lugar para ir a

outro. Trasladamo-nos do plano espiri-tual para o plano matérico, objetivando aprender e crescer espiritualmente.

Semear: É espalhar a semente para que ela cresça e frutifique. Nós devemos es-palhar o bem em nós mesmos, nas nos-sas famílias e nos nossos próximos. São os atos de estudar, escutar, falar, pensar, refletir, divulgar, ensinar e exemplificar.

Caiu: Quando a semente cai, ela flui para o solo, influi em nossas mentes. Cair é a influência da semente em nossa vida.

Foi pisada: Ser pisada é ser ignorada, ser rejeitada. As sementes à beira do ca-minho foram rejeitadas por aqueles que estavam caminhando.

Comeram: Comer é se alimentar, é aproveitar. É a maravilhosa economia divina. Embora rejeitada por aqueles que estavam no caminho, as sementes foram aproveitadas pelas aves do céu.

Secaram: As sementes sem umidade se-caram. Secar é morrer por falta de água e de outros elementos. Sem humildade, nosso potencial não consegue desenvol-ver os próprios frutos.

Sufocaram-na: Os espinhos sufocaram as sementes. Sufocar é matar impedido que se respire, ou, no caso, que tenha acesso ao Sol. Os valores ilusórios, os erros e os vícios impedem o crescimen-to da semente.

Cresceu e deu fruto a cento por um: É a expressão da maravilhosa lei da evolu-ção. No decorrer do tempo, crescemos e damos frutos. No reino humano cres-

Parábola do Semeador

cer e dar fruto é compreender e praticar. Cento por um mostra a proporção geo-métrica do nosso crescimento espiritual.

c) SUJEITOS

Semeador: Nós. Eu e você.

Aves do céu: Aves são seres livres, que já estão livres da prisão do solo. Repre-sentam os espíritos desencarnados que, libertos da matéria, se encontram em outra realidade, o “céu”, mas que ainda mantêm relações, por meio da mediuni-dade e da lei de sintonia de pensamen-tos, com os seres ainda enraizados na terra.

Resumindo, a parábola pode ficar as-sim:

O Reino dos Céus é semelhante ao re-encarne, que objetiva estudar, escutar, falar, pensar, refletir, divulgar, ensinar, exemplificar e espalhar o bem em nós mesmos, nas nossas famílias e nos nos-sos próximos. Porém, quando a influ-ência da matéria nos faz ignorar esses objetivos que alimentam o espírito, a in-fluência dos nossos erros passados, dos nossos vícios, da vaidade, do egoísmo e do orgulho destrói as nossas intenções, porque não fomos humildes e virtuosos para sustentá-las. Porém, também rece-bemos a influência do bem, da lei divina escrita em nossa consciência, que per-mitirá o nosso verdadeiro crescimento espiritual, para alcançarmos, realmente, a felicidade esperada.

Jomar Teodoro GontijoMestre em Educação e

diretor de ensino do [email protected]

Parábola Comentada

“Saiu o semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou porque não havia

umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um.”

Jesus, Mateus XIII, 3-8 – Marcos IV. 3-9 – Lucas, VIII, 5-15

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O Espiritismo não ensina o que pen-sar, mas a pensar. Aquele que leva a sério esta afirmativa compreende a ne-cessidade do estudo e da pesquisa den-tro do Movimento Espírita (aqui com-preendido no sentido amplo, individual e social), refletindo que a Doutrina dos Espíritos é um processo dinâmico e per-manente de aprendizagem, promovendo e buscando o conhecimento, sempre atualizando-o de acordo com a evolução humana.

A Doutrina Espírita é reconhecida por todos como aquela que se sobressai pela prática da caridade, consolação e socorro aos que sofrem. Urge, entretan-to, que seja também evidenciada pela prática do estudo sério, questionador, buscando sempre o conhecimento mais verdadeiro, que é aquele mais coerente com a realidade. Assim, ao lado da vi-vência e da prática do amor ensinadas pelo Mestre Jesus, cabe aos espíritas exercitar, mediante o estudo, o saber e, consequentemente, aprender o saber fa-zer. Dessa forma estarão, simplesmente realizando a admoestação que se encon-tra no Evangelho Segundo o Espiritis-mo, capítulo VI: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instrui-vos, eis o segundo”. (Espírito da Verdade)

Cabe, aqui, uma reflexão de muita importância, que é a correlação do co-nhecimento com a prática do amor; que é, em essência, a compreensão do ser humano integral, sendo este estruturado pela razão e pelo sentimento; é a instru-ção que afasta a ignorância, capacitando

a pessoa para um discernimento da me-lhor maneira de agir.

Ora, não são poucos os que, se dei-xando levar por sentimentalismos pue-ris e “achismos” doutrinários (por ouvir falar, sem jamais ter lido uma página sequer da Codificação) e com a melhor das boas intenções, desvirtuam comple-tamente os ensinamentos da Doutrina dos Espíritos. E, muito embora queiram ajudar, geram a maior confusão na ca-beça dos ouvintes.

Para viver a força da própria con-vicção, o espírita consciente busca co-nhecer os fundamentos da Doutrina Espírita, estudando os princípios funda-mentais dela, contidos nas obras bási-cas, e as obras subsidiárias, que somam, ampliam e contextualizam o conheci-mento espírita.

Instrui-vos! Eis o segundo ensina-mento, ao qual a Doutrina dos Espíritos conclama o espírita, para que ele possa, por meio do conhecimento e do autoco-nhecimento, facilitar o difícil caminho da própria evolução, objetivo maior da existência no planeta Terra. E se a Terra é tida pelo espiritismo como um edu-candário, onde todos estagiamos, nada mais lógico do que buscarmos, cada vez mais, o conhecimento, para promover-mos o aprendizado permanente.

Maria JoséÉ diretora institucional do GEEC e

membro do Grupo de Contextualização Espírita

[email protected]

O SEGUNDO ENSINAMENTO

Contextualizando o Espiristismo

O Grupo de Contextualização Espírita

se reúne todas as segundas-feiras, das

19 às 21 horas,no GEEC, e está aberto a todos os interessados.

Informações: (37) 3222-7644.

Notas e Notícias

Novembro de 2009

Curso de pós-graduação: Formação Holística de Base -

uma abordagem transdisciplinar .

A Associação Universidade da Paz de Minas Gerais - Unipaz-MG, está com inscrições abertas para o curso Formação Holística de Base - uma abordagem transdisciplinar oferecido como pós-graduação lato sensu e também como extensão, em convênio com a Faculdade de Ciên-cias Sociais Aplicadas de Belo Hori-zonte - FACISABH.

A FHB é um programa da Unipaz que promove a formação de pesso-as na perspectiva da visão holística e transdisciplinar, estimulando-as à reflexão e à crítica, com o propósi-to de torná-las agentes de mudanças para a causa da paz nos níveis do in-divíduo, da sociedade e da natureza.

Próximos três módulos/seminá-rios da FHB:

7 e 8 de novembro/2009 - Filoso-fia e ética - Maria de Lourdes Gou-vêia (de BH)

12 e 13 de dezembro/2009 - A arte de viver consciente - Lydia Re-bouças (de Brasíilia)

30 e 31 de janeiro/2010 - Diálo-go inter-religioso - Monge Marcelo Barros (de Recife)

Obs.: Todos os módulos/seminários da FHB são também abertos à parti-cipação de visitantes. Para matrícula como aluno regular, na Turma 9, as inscrições permanecerão abertas até o dia 11 de dezembro de 2009. Informações: (31) 2511-1404 (de 12 às 18 horas) ou pelo e-mail: [email protected]

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Sofro por falta de amor. Sinto-me muito só e sem um

companheiro. Almejo voltar para o antigo namorado. Ele me liga sempre.

Quero saber dos espíritos se este rapaz vai voltar para mim. Outra coi-

sa me preocupa: não conseguir passar no exame da

OAB e preciso trabalhar. Sou mã e pai de duas

mocinhas. Ambas precisam muito de mim. Emagreci, pois

estava com refluxo, de tanta preo-cupação. Me sinto muito desampara-

da, sem apoio dafamília, que só me critica. Eu so-

fro. Não sei maiso que fazer. Me ajudem.

J.

Às vezes, as dificuldades batem à nossa porta para nos fazer desenvolver capacidades latentes que, de outras for-mas, não poderiam vir à tona.

Nós, diante disso, temos que ter ma-leabilidade para aproveitar as oportuni-dades que nos surgem para crescermos e evoluirmos, tanto material quanto es-

Clube do LivroEspírita

dezembro

DOUTRINÁRIO

TUDO PODE ESPERARAutor(es): Jairo Avellar, PalminhaGênero: Dissertações

. Tudo tem o tempo próprio e o mo-

mento exato. Tudo segue as prioridades que emanam do mais alto e que ditam os acontecimentos. Tudo pode esperar! Deve-se saber viver o tempo das coisas humildemente, não permitindo o medo. O tempo é o grande mestre das solu-ções. A sabedoria começa a residir no ser humano quando ele aprende a traba-lhar, a manejar e a administrar o tempo equilibradamente.

ROMANCE

Paixão e Destino Autor(es):Alfredo e Lea CarusoGênero: Romance

Em meados do século XIX, um jovem es-panhol comete o ato mais desagradável a Deus. Sem se dar conta de que a nossa vida atual nada mais é do que a consequência de nossos atos do passado a nos permitir um novo aprendizado por meio das dificuldades, o jovem avança com o orgulho e a desen-freada cobiça dele, provocando a si mesmo enorme drama de consciência e o abando-no da mulher amada. Também desfila nesse emocionante romance o drama de um espí-rito desencarnado, o qual, consciente de que a vida não termina com a morte do corpo físico, vivencia o sofrimento do ciúme pela amada esposa e a necessidade de abandoná-la por algum tempo. Enfim, uma obra que nos apresenta o exemplo da busca de um caminho e a lição do perdão e do amor ao próximo.

INFANTIL

O CasteloAutor(es): Dora S. Volk, StudioD, DTMGênero: Infantil

Essa é a história de Alex, um menino que sonhava sempre com um lindo cas-telo. O maior desejo dele o de era entrar lá. Mas existia um segredo, que Alex teve que descobrir, revendo os próprios atos. Descubra você também a chave que abre as portas desse castelo.

Atendimento Fraternopiritualmente.

Deus jamais coloca fardos mais pe-sados sobre os nossos ombros do que os que podemos carregar.

Não se desanime, porque, se o fizer, a carga parecerá ficar mais pesada.

Agradeça a Deus pelas oportunida-des de aprimoramento espiritual que lhe batem à porta.

O Espiritismo nos ensina que a úni-ca coisa que pode nos salvar de nossas próprias mazelas é a prática da caridade.

E isso está ao alcance de qualquer pessoa e em qualquer tempo e lugar, pois caridade é o amor em ação.

Seja feliz, fazendo os outros felizes!

José AmaralBacharel em Filosofia,

palestrista e escritor

PROMOÇÃO: LIVROS A R$12,00 CADA

Na compra do CD Viver e Sobreviver, ganhe o livro Vida Enigmática.

CD com 33 faixas de mu-sicas e poesias. Autoria de Márcia Dellaretti. Vozes de Luiza Lara, Wanduil Macedo e Jubar-ba. Renato Saldanha no violão e violino de Paulo Almeida.

Como Vencer a Guerra com Amor Marcos Ihand BrundRomance

O trem deixara Berlim em julho de 1941. Estava carregado de armas bélicas perigosíssimas e de milha-res de soldados alemães. Entre eles, o engenheiro alemão Alexander, viúvo, um homem trabalhador e mantenedor de uma institui-ção para crianças órfãs. Em meio à floresta soviética e aos canhões nazistas, ele vai conhecer uma comunidade chamada Vila Fé, Amor e Prece, na qual dona Sabrina, a médium responsável pelo local, irá ensinar tudo o que o bom homem precisava sa-ber sobre o Espiritismo e a vida além-túmulo.

Luar PeregrinoWilson Frungilo JúniorRomance

A obra narra a trajetória de Lélis em busca da própria identidade, já que, por for-ça de um atentado contra a sua vida, sofre uma perda parcial da memória.Sofre in-tensa perseguição daqueles que o querem eliminar, bem como de espíritos das trevas a ele ligados por laços do passado: a temível Legião dos Corvos. Em contraparti-da, é auxiliado por Cláudia e por outros espíritos trabalha-dores do bem. É nessa cami-nhada, cheia de muita ação e aventura, que ele espalha profundos ensinamentos so-bre a vida, dentro da visão espírita, sempre auxiliando os mais necessitados.

LIVRARIA GEEC (37) 3222 7644

Participe dessa sessão. Envie sua pergunta para [email protected]

Novembro de 2009

Promoção especial de Natal

público e competir com ele. Instalou-se o medo nas maiores cidades do Brasil.

Sinal inequívoco de que ele tem ra-mificações em todo o país.

A população, despolitizada e ame-drontada, presencia a decadência social de nosso país.

A impunidade põe o Executivo, o Legislativo e o Judiciário sob suspeita crônica e as seitas neoliberais se apro-veitam do descrédito nas instituições democráticas e aumentam seu apelo emocional, proselitista e fundamenta-lista.

Propõem a barganha teológica como solução. Afinal Deus também foi con-vertido em um megaempresário.

Os valores humanos de integrida-de, honradez e generosidade, foram substituídos pelos valores do mercado: competitividade, marketing pessoal, ha-bilidades e competências profissionais, quando na verdade a solução está na co-operação e não na competição.

Os problemas sociais, com destaque para a violência em elevado grau, de-vem ser resolvidos pela base: redução da pobreza, cultura multiétnica, saúde, educação e justiça igual para todos.

Paulo SantosSociólogo e professor universitário

[email protected]

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Programa Projeto FuturoNovembro - 2009

Dia 07/11 – “Pinga Fogo”, com Vicente Cardoso. Aquelas pergun-tas que não foram respondidas du-rante os programas anteriores, de-vido ao nosso tempo, que é pouco, serão respondidas pelo nosso en-trevistado. Um programa dedicado somente para esclarecer as dúvidas dos nossos ouvintes. Não percam! Aproveitem para tirarem as suas dúvida!

Dia 14/11 – Tema “Cidade Nos-so Lar”, com Sônia Maria. Nosso Lar é uma cidade no plano espiri-tual, descrita por André Luis e cuja descrição foi psicografada por Chi-co Xavier. Sônia nos contará so-bre essa cidade, o que existe nela, hospitais, edifícios, praças etc., de-monstrando que a morte não existe e que o mundo é muito mais do que podemos imaginar. Não percam!

Dia 21/11 – Tema “Vida e Mor-te”, com Alexandre Mol. Nasce-mos, crescemos, vivemos e morre-mos. Será que a vida é somente isso ou vai muito mais além do túmulo? Como é a vida, como é o retorno do espírito à vida corporal? Ouça o programa e fique por dentro.

Dia 28/11 – Tema “Capitulo XXlV do Evangelho Segundo o Es-piritismo: Não Ponhais a Candeia Debaixo do Alqueire”, com a equi-pe do GEEC. O que Jesus quis dizer com essas palavras? Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver. É de admirar que Jesus diga que a nossa luz não deve ser colocada debaixo do alqueire, quando ele mesmo, constantemente, oculta o sentido das palavras dele sob o véu da alegoria, a qual nem todos con-seguem compreender. Não percam esse programa!

Todos os sábados,das 10 às 11 horas.

Rádio Minas AM, 1.140 Khtz.Radio Minas 99.3 FM

Pela Internet:www.projetofuturo.radio.br

Opinião Espírita

Novembro de 2009

Desde a década de 1980 que o pavio vinha queimando lenta, mas continua-mente.

Estimava-se em 25 milhões de crian-ças e jovens perambulando pelas ruas das grandes e médias cidades do país, sem lar, sem família, sem escola... sem futuro. Deu no que deu.

A ausência de políticas públicas de longo prazo e eficazes, que tocassem nas raízes dos graves problemas sociais, conduziram o Brasil a um estado de medo generalizado.

Os primeiros sinais de que o estopim estava queimando mais perto acontece-ram nos primeiros anos da década de 1990.

O massacre da Candelária e do Ca-randiru eram os prenúncios de uma onda de violência que passou a assolar o país desde então, sem que as autorida-des tomassem providências.

O primeiro discurso foi o de aumen-tar o efetivo policial-militar, equipar a corporação e aumentar a repressão.

Já de início erraram o caminho, pois o caso é de justiça social e não de polí-cia. Só uma minoria necessita realmente da repressão violenta.

Depois vieram apelos para a instau-ração da pena de morte, da prisão per-pétua, da construção de mais penitenci-árias.

Outro discurso evasivo. As causas continuaram intactas: desemprego cres-cente, falta de educação de qualidade, desestruturação familiar, preconceitos e discriminações, etc. Enquanto isso o estopim queimava já mais perto de nós, enquanto as atenções se fixavam nas questões econômicas e financeiras.

As crianças e jovens pobres da déca-da de 1980 - afrodescendentes em sua maioria -, cresceram sem muitas espe-ranças e oportunidades, e passaram a buscar sua sobrevivência em outras pa-ragens, do crime inclusive.

As masmorras-senzalas, chamadas de penitenciárias, passaram a viver com superlotação e as rebeliões se sucediam.

A Polícia Civil e Militar substituíram o Capitão do mato, e passaram a “caçar” escravos fugidos, isto é, criminosos. Mais sinais de que as coisas estavam se aproximando de estágios muito graves.

Por fim, o crime organizado perce-beu que tem força para paralisar o poder

EXPLOSÃO DE VIOLÊNCIA

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GEEC EM FOTOS

O vice-prefeito José Francisco Martins palestra para jovens do Pró-adolescente dia 6 de outubro.

Início do plantio da meta de cem mil mudas de árvores plantadas.Parceria entre a Prefeitura Munuicipal, Rotary Divinópolis Leste e

GEEC. Dia 25 de setembro.

Novembro de 2009

Dia 04 de outubro o GEEC e Pró-adolescente participaram da caminhada da Semana Nacional do Trânsito.

Voluntárias da barraca do Bazar da Pechincha do GEEC na Semana Cultural Espírita. Dia 18 de outubro.