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“HIDROVIA METROPOLITANA, FICÇÃO OU REALIDADE? ” Informativo Mensal - Volume 18 OS ESTUDOS MOSTRAM A VIABILIDADE. Assim surgiu o Instituto Navega São Paulo, a partir da necessidade de apresentar para população, setores públicos e privados a importância do nosso Rio Tietê e suas múltiplas funções no desenvolvimento sustentável da Região Metropolitana de São Paulo. Dentre os focos da ONG, existe a participação em diversos estudos de viabilidade do desenvolvimento da Hidrovia na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em que destaca-se o Relatório final do “Plano da Bacia do Alto Tietê”, realizado em pela FUSP para o Departamento Hidroviário da Secretaria de Estado dos Transportes do Governo do Estado de São Paulo em novembro de 2008. Neste informativo, compartilhamos com você parte deste relatório, pois acreditamos que traz à tona informações relevantes sobre a viabilidade da Hidrovia, que até agora, pouco evoluiu e está apenas na perspectiva dos que acreditam na concretização deste importante empreendimento. SISTEMA HIDROVIÁRIO Em 2000/2003 o PERH - Plano Estadual de Recursos Hídricos, considera o Rio Tietê por inteiro, sendo 700 km navegáveis, de sua foz até o remanso de Barra Bonita, e 350 km potencialmente navegáveis, de Barra Bonita até Mogi das Cruzes, incluindo a Região Metropolitana de São Paulo. Com a conclusão das obras de Ampliação da Calha do Rio Tietê para fins de controle de cheias, e o Programa de Obras de Controle da Poluição, abrem a perspectiva da utilização do trecho metropolitano da Hidrovia Tietê-Paraná (HTPM), também chamado de Hidrovia Metropolitana, para o transporte de cargas e passageiros. Ficou constatado que a incorporação da modalidade hidroviária na Matriz de Transporte na Região Metropolitana de São Paulo trará as vantagens de uso de um sistema de transporte de maior eficiência energética (ton/HP), menor consumo de combustíveis (l/tku) e menor emissão de gases poluentes (g/tku), impactos altamente positivos especialmente em se tratando de região já bastante afetada pela poluição atmosférica. Além desses benefícios e de apresentar menores custos operacionais em relação a outros modais, o transporte hidroviário apresenta maior capacidade de concentração de cargas, com menor consumo de espaço por ton transportada, o que também representa uma variável sensível nesta região. A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental.

Informativo insp 18

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Page 1: Informativo insp   18

“HIDROVIA METROPOLITANA, FICÇÃO OU REALIDADE? ”

Informativo Mensal - Volume 18

OS ESTUDOS MOSTRAM A VIABILIDADE.

Assim surgiu o Instituto Navega São Paulo, a partir da necessidade de

apresentar para população, setores públicos e privados a importância do

nosso Rio Tietê e suas múltiplas funções no desenvolvimento sustentável

da Região Metropolitana de São Paulo.

Dentre os focos da ONG, existe a participação em diversos estudos de

viabilidade do desenvolvimento da Hidrovia na Região Metropolitana de

São Paulo (RMSP), em que destaca-se o Relatório final do “Plano da

Bacia do Alto Tietê”, realizado em pela FUSP para o Departamento

Hidroviário da Secretaria de Estado dos Transportes do Governo do

Estado de São Paulo em novembro de 2008.

Neste informativo, compartilhamos com você parte deste relatório, pois

acreditamos que traz à tona informações relevantes sobre a viabilidade

da Hidrovia, que até agora, pouco evoluiu e está apenas na perspectiva

dos que acreditam na concretização deste importante empreendimento.

SISTEMA HIDROVIÁRIO

Em 2000/2003 o PERH - Plano Estadual de Recursos Hídricos, considera o

Rio Tietê por inteiro, sendo 700 km navegáveis, de sua foz até o remanso

de Barra Bonita, e 350 km potencialmente navegáveis, de Barra Bonita

até Mogi das Cruzes, incluindo a Região Metropolitana de São Paulo.

Com a conclusão das obras de Ampliação da Calha do Rio Tietê para fins

de controle de cheias, e o Programa de Obras de Controle da Poluição,

abrem a perspectiva da utilização do trecho metropolitano da Hidrovia

Tietê-Paraná (HTPM), também chamado de Hidrovia Metropolitana, para

o transporte de cargas e passageiros.

Ficou constatado que a incorporação da modalidade hidroviária na

Matriz de Transporte na Região Metropolitana de São Paulo trará as

vantagens de uso de um sistema de transporte de maior eficiência

energética (ton/HP), menor consumo de combustíveis (l/tku) e menor

emissão de gases poluentes (g/tku), impactos altamente positivos

especialmente em se tratando de região já bastante afetada pela

poluição atmosférica.

Além desses benefícios e de apresentar menores custos operacionais em

relação a outros modais, o transporte hidroviário apresenta maior

capacidade de concentração de cargas, com menor consumo de espaço

por ton transportada, o que também representa uma variável sensível

nesta região.

A VOZ DO TIETÊ

Desde 2005 o Instituto Navega

São Paulo tem o objetivo de

atrair a atenção da população

para o rio Tietê a partir do seu

trecho mais degradado que é a

região metropolitana de São

Paulo. Conseguimos atingir

nosso proposito por meio das

navegações monitoradas na

embarcação Almirante do Lago,

entre as pontes dos Remédios e

das Bandeiras. Agora nossa

proposta com este informativo

mensal é atrair sua atenção,

levando até você informações

sobre o nosso Tietê para que

juntos identifiquemos o que

fazer para revitalizar tão

precioso patrimônio ambiental.

DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS

Page 2: Informativo insp   18

Entre os aspectos positivos do

transporte hidroviário se inclui

o baixo número de acidentes.

Embora as embarcações em

geral transportem grandes

volumes de carga, elas

navegam com baixas

velocidades, cascos duplos, e

com apoio de diversos

dispositivos de sinalização e

segurança. Em especial no caso

desta Hidrovia, este trecho do

rio Tietê tem águas totalmente

confinadas, aumentando a

segurança operacional do

sistema.

Os rios Tietê e Pinheiros

encontram-se espacialmente

integrados em algumas das

principais infraestruturas de

transporte existentes,

representando espaços

públicos, disponíveis para uso

com a função de transporte,

sem praticamente exigirem nenhuma desapropriação. Os corpos d’água da região metropolitana, em destaque os

rios Tietê e Pinheiros e represas Billings, Guarapiranga, Penha e Edgard de Souza são administrados pelos setores de

recursos hídricos, saneamento e energia, com grande ênfase nas atividades de controle de enchentes,

abastecimento e saneamento básico.

Do ponto de vista apenas do transporte, a localização da

Hidrovia nesta importante região exige a interação do

Governo do Estado, da Prefeitura de São Paulo, e de

municípios da Região Metropolitana, através de políticas

públicas que venham a promover a sua inserção na

matriz regional de transportes, planejando e

incentivando as conexões intermodais.

No que concerne à gestão dos recursos hídricos, há a

necessidade de permanente interação entre todas as

instâncias que também dependem dos regimes

operacionais dos corpos hídricos da RMSP, dentro do

espírito das garantias aos usos múltiplos da água.

A HIDROVIA JÁ EXISTE!

A condição é fundamental para a viabilização do aproveitamento desses recursos para fins de navegação. Hoje

existe, contamos com o trecho que pode ser navegável com 41 km no rio Tietê, começando na barragem de Edgard

de Souza, no município de Santana de Parnaíba, passando pela eclusa sob o Cebolão, e chegando até a barragem da

Penha, no município de São Paulo. Com a conclusão da eclusa da barragem da Penha, também será possível

incorporar mais 14 km a este trecho, estendendo a navegação até São Miguel.

Page 3: Informativo insp   18

Posteriormente, como parte integrante

desta Hidrovia, poderá ser incorporado o

canal do rio Pinheiros, com mais 25 km de

via navegável, sendo certo que haverá

grandes obstáculos a vencer, como por

exemplo, as transposições da estrutura do

Retiro e da barragem de Traição.

Nos reservatórios Billings e Guarapiranga,

com os cuidados exigidos por sua função

de mananciais, poderão ser estudados

projetos de implantação de novas

travessias, estrategicamente localizadas,

de modo a encurtar rotas de deslocamento

para a população circunvizinha e reduzir o

tráfego de vias locais congestionadas.

A represa Billings também poderá ser incorporada futuramente à Hidrovia, adicionando cerca de 30 km de vias

navegáveis, porém exigirá a construção da transposição do desnível da barragem de Pedreira na interligação com o

canal do rio Pinheiros. Se considerarmos as potencialidades de uso como sistema de transportes, o conjunto de

corpos hídricos presentes na RMSP é bastante expressivo, dada distribuição geográfica, acessibilidade e

possibilidades de conexões com outros sistemas de transporte, que poderão ser progressivamente implantadas com

o desenvolvimento do projeto.

Podemos dizer que poderão ser transportados, entre outros tipos de carga, material dragado, lixo doméstico e

industrial, resíduos de estações de tratamento de esgotos, peças de dimensão e peso especiais, carretas, linhas de

eixos, materiais perigosos e materiais diversos. A Secretaria de Transportes, através do DH, elaborou um Plano

Estratégico Hidroviário, através de consultoria externa especializada, para estabelecer diretrizes e ações públicas

estratégicas para o transporte hidroviário no Estado.

Com a via de transporte progressivamente implantada pelo Governo Estadual e disponibilizada à sociedade, os

agentes sócio econômicos públicos e privados, avaliarão as

demandas e oportunidades, para, de forma também

progressiva, implantar os serviços de transporte concedidos,

permitidos ou autorizados, conforme as características da

Hidrovia na região metropolitana.

Para divulgar a Hidrovia Metropolitana, iniciamos em 2005, o

programa chamado Navega São Paulo, uma parceria entre

órgãos públicos e organizações privadas, que consistia em

realizar ‘visitas técnicas’, a bordo do “Almirante do Lago”,

embarcação climatizada, que por cerca de 1 hora, levava a

população e alunos das redes públicas e privadas, para

conhecer parte do canal navegável, e a eclusa sob o Cebolão,

com demonstrações, materiais e palestras sobre o resgate do

rio, educação ambiental e uso múltiplo dos recursos hídricos

na Grande São Paulo. Entre o período de 2006 à 2010 , o

programa “De Olho no Tietê” do INSP, navegou com grupos

de visitantes, formadores de opinião, estudantes, jornalistas,

políticos, e autoridades em geral, para vivenciarem a

navegação local, fornecendo um ponto de vista diferente da

cidade e servindo como referência para este novo momento

do rio, a caminho de sua despoluição e de sua utilização

múltipla.

Page 4: Informativo insp   18

De acordo com os projetos e relatórios dos

executores das obras e administradores destes

corpos d’água, o regime operacional a ser

adotado nestes reservatórios irá garantir uma

lâmina mínima de 2,50m em toda a via. Tal

garantia é fundamental para a operação

eficiente e segura dos sistemas de transporte,

sem interrupções do tráfego. Pelas

características dos seus corpos hídricos, o

trecho metropolitano da Hidrovia deverá ter

um centro de controle operacional, com

coordenação e monitoramento do tráfego, das

eclusagens, do nível dos rios e reservatórios, e

das condições metereológicas da região.

Também estará atuando nesta Hidrovia a Marinha do Brasil, com suas atribuições constitucionais de fiscalização,

registro de embarcações e tripulações, prevenção de poluição hídrica e salvaguarda de vidas humanas. Após a

conclusão do canal de navegação, deverá ser desenhado e executado um Plano de Investimentos deste trecho da

Hidrovia, que, da mesma forma que o trecho do interior, terá como objetivo principal o aumento da capacidade de

transporte e a segurança operacional da via.

O Trecho Metropolitano da Hidrovia Tietê-Paraná, como em geral todas as hidrovias, terá longo período de

implantação, durante o qual irão sendo estabelecidos serviços de transporte, que se desenvolvem

progressivamente, conforme o desenvolvimento da própria via. Estabelecem-se ‘curvas de progresso’ contínuas,

com permanente realização de melhorias nos gabaritos, nas normas e nos procedimentos operacionais do sistema

de transporte.

Carta da Terra – Princípios

“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das

pessoas. ”