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Informativo insp 9

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Page 1: Informativo insp   9

“COMO RESOLVEREMOS A CRISE DOS RECURSOS HÍDRICOS?

Informativo Mensal - Volume 9

O QUE PENSAM OS CANDIDATOS AO GOVERNO DE

SÃO PAULO SOBRE O ASSUNTO?

Por meio do Instituto Navega São Paulo – (INSP) destacamos a importância dos recursos hídricos com protagonismo, em um dos maiores desafios de nosso tempo, a sustentabilidade. No tocante ao nosso rio Tietê e sua bacia hidrográfica, a poluição e a escassez de água, entendemos que os diversos candidatos que estão disputando as atuais eleições precisam se posicionar sobre esses problemas, apresentando propostas concretas sobre como superá-los.

A crescente escassez dos recursos naturais, por exemplo, prejudica nosso potencial de desenvolvimento e causa crises como a vivida atualmente no abastecimento de água, cabendo aos candidatos mostrar que medidas pretendem tomar para incentivar a economia de recursos e punir os desperdícios.

A poluição dos rios é agravada pela tendência a que algumas empresas externalizem os custos socioambientais de suas atividades, sendo importante que os candidatos apresentem propostas que garantam que as empresas responderão por esses custos, evitando que estes sejam repassados para a sociedade, que acaba arcando com as consequências da poluição sobre sua saúde e bem estar.

Essas questões foram apresentadas para os candidatos ao governo do estado de São Paulo. Veja a seguir as respostas.

QUAL SERÁ A SUA ESTRATÉGIA PARA SOLUCIONAR A CRISE HÍDRICA?

Geraldo Alckmin: Entre outras medidas, vamos manter mesmo no período de chuvas a bem sucedida política que bonifica a economia do recurso e estimula o uso racional. Nos últimos meses, mais de 80% da população aderiu ao programa. Iremos também avançar nas obras de integração no Estado de São Paulo, de forma a reduzir ainda mais a dependência do Sistema Cantareira. Ele já foi responsável por mais da metade do fornecimento para a metrópole. Hoje, responde por um terço disso. Vamos continuar investindo. Estamos enfrentando a segunda pior seca dos últimos 84 anos no estado. Portanto, é um quadro completamente atípico. E nós garantimos a água nesse período. Você abre a torneira em casa e ela não está seca.

Alexandre Padilha: Até a ONU já declarou que São Pedro é inocente na questão da crise de falta de água no nosso estado. Há exatos dez anos foi feita a renovação da outorga do Sistema Cantareira e ali foi estabelecido um conjunto de responsabilidades

A VOZ DO TIETÊ

Desde 2005 o Instituto Navega

São Paulo tem o objetivo de

atrair a atenção da população

para o rio Tietê a partir do seu

trecho mais degradado que é a

região metropolitana de São

Paulo. Conseguimos atingir

nosso proposito por meio das

navegações monitoradas na

embarcação Almirante do Lago,

entre as pontes dos Remédios e

das Bandeiras. Agora nossa

proposta com este informativo

mensal é atrair sua atenção,

levando até você informações

sobre o nosso Tietê para que

juntos identifiquemos o que

fazer para revitalizar tão

precioso patrimônio ambiental.

DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS

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para que o governo de São Paulo fizesse obras a fim de que a capital e a região metropolitana deixassem de depender tanto do Cantareira. Nenhuma daquelas obras saiu do papel. O atual governador, que já geria o estado naquela época, não teve a energia necessária para tocar os projetos. Além disso, se é verdade que houve queda no nível das chuvas, é verdade também que as tubulações da Sabesp perdem por ano uma Guarapiranga inteira. É preciso combater esse desperdício e garantir água dia e noite para a população.

Paulo Skaf: A seca não é por ausência de chuva, mas, sim, de obra. Existem lugares no mundo que são desertos e nem por

isso falta água. Se os investimentos programados para os últimos dez anos tivessem sido realizados, não estaríamos vivendo essa situação. A própria Sabesp possui relatórios indicando que, a cada 3 trilhões de litros de água captados e tratados, 1 trilhão é desperdiçado no meio do caminho entre as represas e as residências. Então, o meu primeiro projeto para a área será o combate ao desperdício. Existem também estudos apontando alternativas para o estado dobrar a capacidade de captação nos reservatórios, mas que nunca saíram do papel. Como governador, executarei essas medidas e garantirei que não teremos mais falta de água no futuro.

O QUE PODE SER FEITO PARA ACELERAR O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DO RIO TIETÊ?

Geraldo Alckmin: A resposta é: perseverar. Investimos nos últimos anos e já aparecem resultados desse esforço. Eles são mais nítidos no interior. A mancha de poluição encolheu 70%. Começava em Barra Bonita e retrocedeu para Cabreúva, aqui perto. Essa melhora ainda não foi sentida na capital, onde vamos insistir em ações importantes, como o aumento da rede de bairros com coleta de esgoto. Criamos uma lei que permite fazer a ligação ao sistema de graça para famílias com renda de até três salários mínimos. Acima desse patamar, notificamos o endereço para fazer a ligação. Uma coisa que não depende do estado é a limpeza urbana. Ainda há um volume considerável de lixo e detritos das ruas da cidade carregado pelas chuvas para o leito do Tietê.

Alexandre Padilha: Só será possível promover a despoluição do Rio Tietê se a coisa for encarada com coragem, sem fazer maquiagem nem jardinagem. É preciso construir parcerias com os municípios para que, antes de ser

levado ao rio, o esgoto seja tratado adequadamente. O Estado de São Paulo precisa participar mais disso. Outro ponto fundamental é combater o esgoto clandestino, seja o proveniente de residências, seja o oriundo de indústrias. Apostou-se muito no embelezamento das margens do Tietê e do Pinheiros e na ideia de transformá-las em cartões-postais, mas não se enfrentou a causa real do problema. Os recursos devem ser destinados essencialmente à ampliação do tratamento de esgoto nos municípios que despejam seus dejetos no Tietê.

Paulo Skaf: De que adianta limpar algo que você mesmo suja? É o governo que polui o Rio Tietê, com a Sabesp. Existem bairros inteiros com esgoto a céu aberto e tubulações que desembocam direto ali, sem nenhum tratamento. Então, o próprio estado suja e depois fecha contratos milionários para a limpeza. Isso é como ter uma dona de casa passando aspirador de pó enquanto alguém atrás joga areia no tapete. Então, o primeiro passo é impedir que se jogue esgoto no rio. Não se consegue isso em dias nem em meses, mas durante um mandato é possível. E, depois, hoje existem tecnologias avançadíssimas para o tratamento. A partir do momento em que cessar o despejo de resíduos, certamente teremos um novo rio em um ou dois anos. Mas, do jeito que está, não tem solução.

Carta da Terra – Princípios

“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das

pessoas.”