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O final de ano se aproxima e as tempesta- des severas e as “chuvas contínuas” voltam a fazer parte do cotidiano dos habitantes de várias regiões do País. O CPTEC já está preparado para a previsão e monitoramento do tempo destes eventos, que contarão com o suporte do novo supercomputador Cray XT6 no início do ano que vem. Novos avanços na modelagem e um aumento substancial de armazenamento de dados farão parte de uma nova fase do CPTEC. Estão previstos também novos recursos para a Web TV, um radar móvel e uma área adicional de 2000 m2 que ampliará a capacidade de pesquisa e atendimento das demandas da sociedade. Para alcançar este novo patamar, o CPTEC enfrentou vários desafios, como a realização de um concurso para quase 100 vagas sem interromper o serviço operacional; e administrou a transição da cobertura dos satélites da NOAA para a América do Sul, que levou a uma queda na freqüência de imagens, problema contornado sem provocar perdas significativas aos usuários. Em relação ao novo supercomputador, um grande empenho de coordenação foi dirigido aos trabalhos de instalação e adaptação dos modelos operacionais à nova arquitetura de processamento do XT6, enquanto se investiu na melhoria de infra-estrutura de energia do prédio do CPTEC. Como fruto deste esforço, o Modelo Global estará operacional já no início de janeiro. Com o resultado da 1ª pesquisa sobre o perfil dos usuários do CPTEC foi possível estruturar melhor os novos cursos e treinamentos. A pesquisa permitiu também planejar a criação do novo portal do CPTEC, que passou a apresentar inúmeras inovações e facilidades baseadas nas necessidades do usuário. A navegação tornou-se mais ágil e amigável, com novos recursos visuais para a apresentação das previsões e informações sobre o tempo e clima. Em apenas dois meses, as visitas ao portal aumentaram 24%. A evolução dos acessos tem sido crescente e expressiva; de 2008 a 2010, aumentaram 140%. Em outro campo de atividade, o Laboratório de Instrumentação Meteorológica (LIM) esteve envolvido com experimentos e manutenção de redes de medidas, deslocando em média um homem por dia a missões de campo. Todos estes esforços, acompanha- dos de novos desenvolvimentos e aplicativos, foram realizados sem prejudicar a pesquisa. Novos projetos temáticos foram aprovados e as publicações em revistas especializadas, livros e anais de Congresso atingiram uma média de um artigo publicado por dia. Para a plena condução destas atividades, foram criados diversos comitês operacionais e administrati- vos, mantendo os já existentes ativos, como os de Receitas e o Assessor. Desejo a todos um Feliz Natal e um 2011 de Paz, saúde e tranqüilidade, em especial à equipe do CPTEC que não mediu esforços para enfrentar desafios ao longo deste ano, demonstrando capacidade de superação e de crescente excelência nos serviços de tempo e clima. Informativo Institucional do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos Luiz Augusto T. Machado Coordenador Geral do CPTEC O Editorial 2 3 O trabalho diário num centro de previsão de atualmente o sistema, permitindo a elas tempo envolve a recepção, processamento e explorar melhor as possibilidades do IDD- análise de grande variedade de dados Brasil, que tem no CPTEC o seu centro mais meteorológicos, além do uso de sistemas de ativo. O Centro de Hidrografia da Marinha, que visualização que permitem desenvolver com já utilizava a ferramenta há alguns anos, está agilidade e rapidez análises integradas das modernizando seu sistema de previsão do condições e da previsão do tempo. Há alguns tempo em colaboração com o CPTEC, anos o CPTEC/INPE começou a utilizar o ampliando o uso desta tecnologia para a Gempak (General Meteorological Package), geração diária de cartas sinóticas. No exterior, o ferramenta que reúne características como Gempak passou a ser utilizado em Portugal e estas, a fim de atender às necessidades de começa a ser implantado em outros países da especialistas em previsão do tempo. América do Sul e da África de língua portuguesa. O sistema foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Previsão Ambiental (National O CPTEC/INPE tem oferecido ainda Center for Environmental Prediction - NCEP), dos treinamentos e material disponível na internet Estados Unidos, para ser utilizado no (http://gadm.cptec.inpe.br/) a diversas monitoramento e na previsão de tempo por instituições, além de uma série de soluções, serviços meteorológicos. Através do programa adaptações e modificações no sistema para UNIDATA (University Data), que reúne atender a necessidades específicas, como a diversas instituições dos Estados Unidos, o inclusão de dados da rede de estações Gempak passou a ser distribuído gratuitamente automáticas, de imagens do satélite GOES-12 e com código aberto (open-source). Mais tarde, foi modelos numéricos regionais. integrado ao IDD (Internet Data Distribution), As versões modificadas do Gempak estão uma rede mundial de distribuição de dados disponíveis na internet meteorológicos pela internet, da qual o CPTEC (http://downloads.cptec.inpe.br/publicacoes faz parte. /distribuicao.jsp). Um DVD de instalação do Segundo Waldenio Almeida, coordenador dos Linux com o sistema completo também pode ser desenvolvimentos do Gempak no solicitado. Almeida destaca ainda o CPTEC/INPE, este sistema foi desenvolvido reprocessamento de 15 anos de dados para integrar diferentes funcionalidades, como observacionais, trabalho em fase de conclusão, aquisição, processamento, armazenamento e que estará em formato compatível com o visualização de dados em uma única Gempak, a ser distribuído em DVD. ferramenta. Com isso, estas operações, antes partes de diferentes sistemas, passaram a ser executadas com maior facilidade e eficiência, além de conferir redução de gastos com a aquisição de softwares proprietários. Almeida destaca que a inovação representou uma quebra de paradigma. Desde que o CPTEC/INPE passou a utilizar esta ferramenta de código aberto, foi possível desenvolver avanços dedicados a necessidades locais e nacionais, atraindo o interesse de outras instituições no Brasil e no exterior. Treze instituições brasileiras utilizam Ministério da Ciência e Tecnologia Expediente Facilidades do Gempak agilizam e dão mais eficiência aos serviços meteorológicos Projeto temático irá investigar formação de nuvens quentes CPTEComunica – www.cptec.inpe.br Edição e Redação Ano 2. Número 6 - Setembro, Paulo Escada Outubro e Novembro de 2010. Projeto Gráfico e Diagramação Assessoria de Imprensa Claudinei de Camargo e Ana Paula Livia Teixeira Tavares Telefone (12) 3186-8535 Impressão e Tiragem Resolução Gráfica - 2 mil exemplares E-mail [email protected] Diretor do INPE Gilberto Câmara Jornalista Responsável Paulo Escada - MTB: 24.975 Coordenador Geral do CPTEC Luiz Augusto Machado Os processos físicos relacionados à evolução Luiz Augusto Machado, coordenador de nuvens de tempestade são ainda principal do Chuva. As contribuições nesta desconhecidos e ainda poucos descritos com área serão incorporadas ao satélite brasileiro precisão pelos modelos numéricos de a ser lançado em 2014, como parte da previsão de tempo e clima. Com a melhor constelação de satélites do programa Global capacidade de processamento do novo Precipitation Measurement (GPM), ou supercomputador do INPE, permitindo Medidas Globais de Precipitação, liderado modelos de maior resolução espacial, o pelas agências espaciais dos Estados Unidos desenvolvimento de algoritmos para tais (NASA) e do Japão (JAXA). processos meteorológicos, que evoluem em Os resultados da pesquisa serão aplicados escalas de alguns quilômetros, passa a ser de também à área de mudanças climáticas, em interesse à área de previsão de tempo e clima análises dos efeitos dos aerossóis (partículas e às pesquisas em mudanças climáticas. de queimadas) na formação de nuvens de O projeto temático Chuva, aprovado chuva e na modelagem de alta resolução recentemente pela Fundação de Amparo à espacial que deverá detalhar melhor estes Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processos. O projeto é composto por cinco irá se concentrar nos diferentes processos grupos de trabalho diferentes que irão atuar que ocorrem no interior de nuvens quentes. de forma integrada. Estas nuvens, típicas de regiões tropicais, e Sete locais com diferentes regimes de chuva que não contam com a presença de e padrões climáticos foram escolhidos para a partículas de gelo, estão associadas a chuvas realização das campanhas científicas. Os fortes e contínuas, que costumam provocar experimentos contarão com a participação deslizamentos de encosta e enchentes, como da NOAA (National Oceanic Atmospheric ocorreram este ano nos estados do Rio de Administration), NASA, universidades dos Janeiro, Alagoas e Pernambuco. Estados Unidos e européias. Chuvas provocadas por nuvens quentes não são consideradas nas estimativas de precipitação dos atuais satélites em órbita, uma das principais preocupações do projeto segundo o pesquisador do CPTEC/INPE Campanhas científicas estão previstas em diferentes regiões do País. Uso do Gempak se ampliou nos últimos anos entre os meteorologistas do Grupo de Previsão do Tempo do CPTEC/INPE A emissão de aerossóis, fuligem de queimadas em suspensão na atmosfera, aumentou significativamente na Amazônia em relação aos dois últimos anos (2008 e 2009). A constatação é do grupo de pesquisa de Qualidade do Ar, do CPTEC/INPE. Os aerossóis são emitidos pelas queimadas, produtos da queima da biomassa, com maior incidência nos meses de agosto e setembro. O pesquisador do CPTEC, Saulo Freitas, explica que as emissões de queimadas das regiões centrais e norte do País teriam migrado neste período para o oeste e noroeste da Amazônia, pela ação dos ventos. Nestas regiões, onde já ocorria um período de estiagem, os aerossóis podem ter ajudado a intensificar a seca, já que estas partículas na atmosfera tendem a inibir a formação de nuvens. Estudos recentes e preliminares vêm apontando a possibilidade de os aerossóis assumi- rem um papel relevante no clima destas regiões amazônicas ao impactar o regime de chuvas. Segundo Freitas, o tema, ainda muito recente, começa a atrair grupos de pesquisa do país e exterior, que procuram investigar a relação entre aerossóis e o clima da região. A concentração dos aerossóis é obtida de forma indireta, a partir de dados do sensor Modis, dos satélites Terra e Acqua, da Nasa. Aerossóis de queimadas aumentam na Amazônia Alta concentração de aerossóis na Amazônia e região Centro-Oeste devido às queimadas. Índices foram superiores em relação aos dois últimos anos. Experimento em Alcântara – o programa GPM, liderado pela Nasa e Jaxa, que inspirou o projeto Chuva, também vem estimulando outras iniciativas científicas. Durante o mês de março deste ano, foi realizada a campanha "GPM 2010 Chuva", com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB). A base dos experimentos foi o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O objetivo foi estudar a formação das gotas de chuva de "nuvens quentes" e aperfeiçoar modelos de previsão de tempo e a estimativa da precipitação a partir de dados de satélites meteorológicos. Informações sobre o GPM Brasil: http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm Campanha científica em Alcântara (MA), em março deste ano, reuniu diversos instrumentos para estudar os processos de formação de nuvens quentes Feliz 2011 !

Informativo Institucional do Centro de Previsão de Tempo e ...taoca.cptec.inpe.br/~rwww1/pdf/jornal.pdf · meteorologistas do Grupo de Previsão do Tempo do CPTEC/INPE A emissão

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O final de ano se aproxima e as tempesta-des severas e as “chuvas contínuas” voltam a fazer parte do cotidiano dos habitantes de

várias regiões do País. O CPTEC já está preparado para a previsão e monitoramento do tempo destes eventos, que contarão com o suporte do novo supercomputador Cray XT6 no início do ano que vem. Novos avanços na modelagem e um aumento substancial de armazenamento de dados farão parte de uma nova fase do CPTEC. Estão previstos também novos recursos para a Web TV, um radar móvel e uma área adicional de 2000 m2 que ampliará a capacidade de pesquisa e atendimento das demandas da sociedade.

Para alcançar este novo patamar, o CPTEC enfrentou vários desafios, como a realização de um concurso para quase 100 vagas sem interromper o serviço operacional; e administrou a transição da cobertura dos satélites da NOAA para a América do Sul, que levou a uma queda na freqüência de imagens, problema contornado sem provocar perdas significativas aos usuários.

Em relação ao novo supercomputador, um grande empenho de coordenação foi dirigido aos trabalhos de instalação e adaptação dos modelos operacionais à nova arquitetura de processamento do XT6, enquanto se investiu na melhoria de infra-estrutura de energia do prédio do CPTEC. Como fruto deste esforço, o Modelo Global estará operacional já no início de janeiro.

Com o resultado da 1ª pesquisa sobre o perfil dos usuários do CPTEC foi possível estruturar melhor os novos cursos e treinamentos. A pesquisa permitiu também planejar a criação do novo portal do CPTEC, que passou a apresentar inúmeras inovações e facilidades baseadas nas necessidades do usuário. A navegação tornou-se mais ágil e amigável, com novos recursos visuais para a apresentação das previsões e informações sobre o tempo e clima. Em apenas dois meses, as visitas ao portal aumentaram 24%. A evolução dos acessos tem sido crescente e expressiva; de 2008 a 2010, aumentaram 140%.

Em outro campo de atividade, o Laboratório de Instrumentação Meteorológica (LIM) esteve envolvido com experimentos e manutenção de redes de medidas, deslocando em média um homem por dia a missões de campo. Todos estes esforços, acompanha-dos de novos desenvolvimentos e aplicativos, foram realizados sem prejudicar a pesquisa. Novos projetos temáticos foram aprovados e as publicações em revistas especializadas, livros e anais de Congresso atingiram uma média de um artigo publicado por dia. Para a plena condução destas atividades, foram criados diversos comitês operacionais e administrati-vos, mantendo os já existentes ativos, como os de Receitas e o Assessor.

Desejo a todos um Feliz Natal e um 2011 de Paz, saúde e tranqüilidade, em especial à equipe do CPTEC que não mediu esforços para enfrentar desafios ao longo deste ano, demonstrando capacidade de superação e de crescente excelência nos serviços de tempo e clima.

Informativo Institucional do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

Luiz Augusto T. Machado Coordenador Geraldo CPTEC

OEditorial

2 3

O trabalho diário num centro de previsão de atualmente o sistema, permitindo a elas tempo envolve a recepção, processamento e explorar melhor as possibilidades do IDD-análise de grande variedade de dados Brasil, que tem no CPTEC o seu centro mais meteorológicos, além do uso de sistemas de ativo. O Centro de Hidrografia da Marinha, que visualização que permitem desenvolver com já utilizava a ferramenta há alguns anos, está agilidade e rapidez análises integradas das modernizando seu sistema de previsão do condições e da previsão do tempo. Há alguns tempo em colaboração com o CPTEC, anos o CPTEC/INPE começou a utilizar o ampliando o uso desta tecnologia para a Gempak (General Meteorological Package), geração diária de cartas sinóticas. No exterior, o ferramenta que reúne características como Gempak passou a ser utilizado em Portugal e estas, a fim de atender às necessidades de começa a ser implantado em outros países da especialistas em previsão do tempo. América do Sul e da África de língua

portuguesa. O sistema foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Previsão Ambiental (National O CPTEC/INPE tem oferecido ainda Center for Environmental Prediction - NCEP), dos treinamentos e material disponível na internet Estados Unidos, para ser utilizado no (http://gadm.cptec.inpe.br/) a diversas monitoramento e na previsão de tempo por instituições, além de uma série de soluções, serviços meteorológicos. Através do programa adaptações e modificações no sistema para UNIDATA (University Data), que reúne atender a necessidades específicas, como a diversas instituições dos Estados Unidos, o inclusão de dados da rede de estações Gempak passou a ser distribuído gratuitamente automáticas, de imagens do satélite GOES-12 e com código aberto (open-source). Mais tarde, foi modelos numéricos regionais. integrado ao IDD (Internet Data Distribution), As versões modificadas do Gempak estão uma rede mundial de distribuição de dados d i s p o n í v e i s n a i n t e r n e t meteorológicos pela internet, da qual o CPTEC (http://downloads.cptec.inpe.br/publicacoesfaz parte. /distribuicao.jsp). Um DVD de instalação do Segundo Waldenio Almeida, coordenador dos Linux com o sistema completo também pode ser d e s e n v o l v i m e n t o s d o G e m p a k n o solicitado. Almeida destaca ainda o CPTEC/INPE, este sistema foi desenvolvido reprocessamento de 15 anos de dados para integrar diferentes funcionalidades, como observacionais, trabalho em fase de conclusão, aquisição, processamento, armazenamento e que estará em formato compatível com o visualização de dados em uma única Gempak, a ser distribuído em DVD.ferramenta. Com isso, estas operações, antes partes de diferentes sistemas, passaram a ser executadas com maior facilidade e eficiência, além de conferir redução de gastos com a aquisição de softwares proprietários.

Almeida destaca que a inovação r e p r e s e n t o u u m a q u e b r a d e p a r a d i g m a . D e s d e q u e o CPTEC/INPE passou a utilizar esta ferramenta de código aberto, foi possível desenvolver avanços dedicados a necessidades locais e nacionais, atraindo o interesse de outras instituições no Brasil e no exterior.

Treze instituições brasileiras utilizam

Ministério da Ciência e Tecnologia

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nte

Facilidades do Gempak agilizam e dão mais eficiência aos serviços meteorológicos Projeto temático irá investigar formação de nuvens quentes

CPTEComunica – www.cptec.inpe.br Edição e RedaçãoAno 2. Número 6 - Setembro, Paulo Escada Outubro e Novembro de 2010. Projeto Gráfico e DiagramaçãoAssessoria de Imprensa Claudinei de Camargo e Ana Paula Livia Teixeira Tavares

Telefone (12) 3186-8535 Impressão e TiragemResolução Gráfica - 2 mil exemplaresE-mail

[email protected] Diretor do INPEGilberto CâmaraJornalista Responsável

Paulo Escada - MTB: 24.975 Coordenador Geral do CPTECLuiz Augusto Machado

Os processos físicos relacionados à evolução Luiz Augusto Machado, coordenador de nuvens de tempestade são ainda principal do Chuva. As contribuições nesta desconhecidos e ainda poucos descritos com área serão incorporadas ao satélite brasileiro precisão pelos modelos numéricos de a ser lançado em 2014, como parte da previsão de tempo e clima. Com a melhor constelação de satélites do programa Global capacidade de processamento do novo Precipitation Measurement (GPM), ou supercomputador do INPE, permitindo Medidas Globais de Precipitação, liderado modelos de maior resolução espacial, o pelas agências espaciais dos Estados Unidos desenvolvimento de algoritmos para tais (NASA) e do Japão (JAXA). processos meteorológicos, que evoluem em Os resultados da pesquisa serão aplicados escalas de alguns quilômetros, passa a ser de também à área de mudanças climáticas, em interesse à área de previsão de tempo e clima análises dos efeitos dos aerossóis (partículas e às pesquisas em mudanças climáticas. de queimadas) na formação de nuvens de O projeto temático Chuva, aprovado chuva e na modelagem de alta resolução recentemente pela Fundação de Amparo à espacial que deverá detalhar melhor estes Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processos. O projeto é composto por cinco irá se concentrar nos diferentes processos grupos de trabalho diferentes que irão atuar que ocorrem no interior de nuvens quentes. de forma integrada.Estas nuvens, típicas de regiões tropicais, e Sete locais com diferentes regimes de chuva que não contam com a presença de e padrões climáticos foram escolhidos para a partículas de gelo, estão associadas a chuvas realização das campanhas científicas. Os fortes e contínuas, que costumam provocar experimentos contarão com a participação deslizamentos de encosta e enchentes, como da NOAA (National Oceanic Atmospheric ocorreram este ano nos estados do Rio de Administration), NASA, universidades dos Janeiro, Alagoas e Pernambuco. Estados Unidos e européias.Chuvas provocadas por nuvens quentes não são consideradas nas estimativas de precipitação dos atuais satélites em órbita, uma das principais preocupações do projeto segundo o pesquisador do CPTEC/INPE

Campanhas científicas estão previstas em diferentes regiões do País.

Uso do Gempak se ampliou nos últimos anos entre osmeteorologistas do Grupo de Previsão do Tempo do CPTEC/INPE

A emissão de aerossóis, fuligem de queimadas em suspensão na atmosfera, aumentou significativamente na Amazônia em relação aos dois últimos anos (2008 e 2009). A constatação é do grupo de pesquisa de Qualidade do Ar, do CPTEC/INPE.

Os aerossóis são emitidos pelas queimadas, produtos da queima da biomassa, com maior incidência nos meses de agosto e setembro. O pesquisador do CPTEC, Saulo Freitas, explica que as emissões de queimadas das regiões centrais e norte do País teriam migrado neste período para o oeste e noroeste da Amazônia, pela ação dos ventos. Nestas regiões, onde já ocorria um período de estiagem, os aerossóis podem ter ajudado a intensificar a seca, já que estas partículas na atmosfera tendem a inibir a formação de nuvens.

Estudos recentes e preliminares vêm apontando a possibilidade de os aerossóis assumi-rem um papel relevante no clima destas regiões amazônicas ao impactar o regime de chuvas. Segundo Freitas, o tema, ainda muito recente, começa a atrair grupos de pesquisa do país e exterior, que procuram investigar a relação entre aerossóis e o clima da região. A concentração dos aerossóis é obtida de forma indireta, a partir de dados do sensor Modis, dos satélites Terra e Acqua, da Nasa.

Aerossóis de queimadas aumentam na Amazônia

Alta concentração de aerossóis na Amazônia e região Centro-Oeste devido às queimadas. Índices foram superiores em relação aos dois últimos anos.

Experimento em Alcântara – o programa GPM, liderado pela Nasa e Jaxa, que inspirou o projeto Chuva, também vem estimulando

outras iniciativas científicas. Durante o mês de março deste ano, foi realizada a campanha "GPM 2010 Chuva", com o apoio da Agência

Espacial Brasileira (AEB). A base dos experimentos foi o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O objetivo foi estudar

a formação das gotas de chuva de "nuvens quentes" e aperfeiçoar modelos de previsão de tempo e a estimativa da precipitação a partir de

dados de satélites meteorológicos.

Informações sobre o GPM Brasil: http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm

Campanha científica em Alcântara (MA), em março deste ano, reuniu diversos instrumentos para estudar os processos de formação de nuvens quentes

Feliz 2011 !

Verão coloca meteorologistas de prontidão

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Outubro, Novembro e Dezembro de 2010 - Edição - 06 - Ano 02

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I n s t i t u t o N a c i o n a l d e P e s q u i s a s E s p a c i a i s

I n f o r m a t i v o I n s t i t u c i o n a l d o C e n t r o d e P r e v i s ã o d e Te m p o e E s t u d o s C l i m á t i c o s

Informativo Institucional do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

Verão coloca meteorologistas de prontidão

Facilidades do Gempak agilizam e dão mais eficiência aos serviços meteorológicos

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é identificada, nas imagens de satélite, como uma banda de nebulosidade no sentido noroeste-sudeste do País, estendendo-se do sul da região Amazônica até a região central do Atlântico Sul. Sua atuação é bem caracterizada nos meses de verão, entre dezembro e março. Persistem, em média, por quatro dias. Dentro de sua área de abrangência podem ocorrer chuvas torrenciais, de grande volume em poucas horas.

Os mecanismos que dão origem e mantêm a ZCAS ainda não estão totalmente definidos, mas estudos observacionais e numéricos indicam que este sistema sofre influências tanto de fatores remotos quanto locais. Aparentemente elementos remotos, como convecções na região centro-oeste do Pacífico, determinariam a duração e localização da ZCAS. Fatores locais, por sua vez, como chuvas na região amazônica, e um vórtice ciclônico em altos níveis atmosféricos, que oscila sobre o nordeste brasileiro e o Atlântico Norte, poderiam ser apontados como responsáve-is, entre outros fatores, por deflagrar o fenômeno.

O QUE É A ZCAS?

Equipe do CPTEC/INPE se prepara para a nova temporada de chuvas. Preocupação são as chuvas torrenciais e ZCAS

Novo supercomputador começa a gerar previsões em fevereiro

O novo supercomputador do INPE, o modelo processamento vetorial. XT-6 da Cray, que recebeu o nome de Tupã, O XT-6 chegou ao CPTEC no dia 5 de irá começar a gerar rotineiramente as outubro, iniciando sua montagem na previsões de tempo em fevereiro do ano que seqüência. Finalizada a fase de montagem em vem. A nova infra-estrutura computacional, meados de novembro, os técnicos da Cray instalada no CPTEC, em Cachoeira Paulista, iniciaram o processo de instalação de foi adquirida com recursos do Ministério da programas, que inclui o sistema operacional, Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de bibliotecas, entre outros aplicativos relaciona-Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo dos à rotina do supercomputador. Os testes (FAPESP). Além de processar diariamente as finais devem ser encerrados no final de previsões do CPTEC, a nova máquina dezembro. atenderá também o Centro de Ciência do

Em seguida inicia a fase de instalação e testes Sistema Terrestre (CCST) do próprio INPE, dos modelos Global e Regional de previsão entre outros grupos de pesquisa, instituições e de tempo e clima, de qualidade do ar CATT-universidades. BRAMS e os de mudanças climáticas, para a

O grupo de Processamento de Alto geração de cenários de longo prazo. O novo Desempenho do CPTEC/INPE vem supercomputador deve assumir a operação realizando um extenso trabalho de adaptação das previsões de tempo diárias em fevereiro, desde meados deste ano, reescrevendo todos substituindo o atual NEC X6. Já os avanços os modelos de previsão de tempo e clima. A esperados com o novo supercomputador, modificação vem sendo realizada devido à melhorias na modelagem de assimilação e arquitetura de processamento do Cray XT-6, dos próprios modelos de previsão de tempo e do tipo massivamente paralelo, diferente do clima, serão implementados aos poucos. atual supercomputador NEC SX-6, de

Novo portal do CPTEC ultrapassa os 200 mil acessos diáriosApós o lançamento do novo portal do CPTEC em setembro deste ano, deixando sua página mais dinâmica e amigável ao usuário, a média diária dos acessos às suas páginas ultrapassou a marca inédita dos 200 mil. No mês de agosto, de acordo com a contagem do AwStats, software que registra as visitas às páginas do CPTEC, foram registrados cerca de 5 milhões de acessos, uma média de 166,6 mil por dia. Em outubro, o portal já renovado, contou com 6,2 milhões de acessos, uma média 206,6 mil visitas por dia, um aumento de 24%.

Com base em outro cálculo, que utiliza a contagem do Google Analitcs, a média diária dos acessos aumentou 50%, embora o número de acessos para efeito de cálculo seja menor. Esta metodologia contabiliza o acesso do usuário, excluindo as visitas adicionais que este faz dentro da homepa-ge. O aumento proporcional superior em relação à primeira metodologia pode estar indicando um aumento no número de novos usuários que passaram a acessar a página. Entre primeiro de janeiro de 2010 até 12/09, um dia antes do lançamento do portal, a média diária de acessos era de 67,9 mil, passando a 101,7 mil para o período de 13/09 a 23/11.

Aerossóis de queimada aumentam na Amazônia

Novo supercomputador começa a gerar previsões em fevereiro

De acordo com a mais nova relação do Top 500 da supercomputação (http://www.top500.org), lista dos mais rápidos sistemas computacionais do mundo, o supercomputador do INPE ocupa a 29º posição, a mais alta colocação já alcançada por uma máquina instalada no Brasil. O desempenho teórico de pico do XT6 da Cray é de 258 TFlops (Teraflops), com desempenho máximo de 205 TFlops na avaliação da organização do TOP500, o que equivale a 205 trilhões de cálculos por segundo. Já o desempenho efetivo do supercomputador, rodando o modelo Global de Previsão de Tempo do CPTEC, é de 16,6 Tflops. A máquina do INPE é hoje a terceira mais poderosa entre aquelas dedicadas à previsão operacional de tempo e clima sazonal. No ranking das máquinas voltadas a aplicações em mudanças climáticas, fica em oitavo lugar.

Um dos mais poderosos do mundo

Com a chegada do verão, oficialmente no dia 21 pontos, dentro de sua abrangência, podem ocorrer de dezembro, os dias ficam mais quentes e chuvas torrenciais, com acumulados que podem úmidos, iniciando a estação chuvosa em boa ultrapassar os 100 milímetros em menos de 24 parte do País, trazendo também preocupação horas. quanto aos impactos que costumam

A configuração da ZCAS, segundo Gustavo acompanhar os excessos de chuva. Tanto as

Escobar, chefe do Grupo de Previsão do Tempo do pancadas de chuva, rápidas e de grandes

CPTEC/INPE, coloca a equipe de meteorologistas acumulados, típicas de verão, como as

do Centro em estado de atenção. A Defesa Civil chuvas prolongadas, que podem

Nacional é notificada com até três dias de antece-durar por mais de quatro dias nas

dência quando as condições do tempo dão sinais de regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste,

que podem gerar grandes acumulados, como tendem a provocar enchentes em centros

ocorreu às vésperas de boa parte dos fenômenos urbanos, desmoronamentos de encostas,

extremos deste ano. entre outros problemas, que resultam

Escobar admite que mesmo com o aumento da em grandes estragos, desabrigados e confiabilidade e da qualidade das previsões mortes. numéricas do tempo para períodos mais longos

As chuvas que ocorrem por dias com uso de supercomputadores mais potentes,

consecutivos no verão estão relaciona-dificilmente será possível prever com grande

das a um conjunto de fatores que precisão a localização e o volume das chuvas. Daí,

dificultam a dispersão da nebulosida-afirma, a importância do acompanhamento

de e nuvens de tempestade, que se sistemático das condições do tempo, considerando

concentram ao longo de uma grande ainda os diferentes níveis de vulnerabilidade das

faixa de extensão, de milhares de áreas de risco em todo o País. Cinqüenta milímetros

quilômetros, do sul da Amazônia até a de chuva podem representar uma situação normal

região central do Atlântico Sul, passando pelo para muitos municípios, mas para outros, seriam o

centro-oeste e sudeste brasileiro. Essa nebulosida-suficiente para colocar em prontidão a Defesa Civil

de quase estacionária é conhecida como Zona de e mobilizar moradores de áreas de risco.

Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Em alguns

Banda de nebulosidade sobre as regiões Centro-Oeste e Sudestedo país que favorecem as chuvas. Imagens GOES-12, de 30/11/2010.

Evolução de visitas ao site no período entre julho e novembro indicada pelo Google Analytics

Agenda de cursos e treinamentos será ampliada no próximo ano Ao longo de 2010 o Grupo de Difusão do Conhecimento organizou e ofereceu suporte e apoio a mais de 20 eventos dirigidos ao público interno (funcionários, bolsistas e estudan-tes de pós-graduação) e externo. Foram organizados durante o ano workshops, treina-mentos e cursos voltados à utilização de dados, imagens de satélites, modelos numéri-cos, entre outros produtos meteorológicos do CPTEC.

A expectativa é ampliar a agenda de eventos para o próximo ano. Segundo Aluisio Silva, responsável pelo Grupo de Difusão do Conhecimento, uma das áreas a serem contempladas é a de meteorologia aplicada à agricultura, sugestão apontada pela Primeira Pesquisa sobre o Perf i l dos Usuários do CPTEC - 2009 (http://www.cptec.inpe.br/Pesquisa/). A pesquisa identificou 45 tipos diferentes de indicação de cursos e treinamentos. Segundo Silva, a pesquisa irá ajudar a definir a agenda de eventos, mas outras demandas também serão atendidas.

Cursos e Eventos

Agenda para Dezembro

13 a 17 - Laboratório de Análise e Previsão de Tempo – CPTEC/Cachoeira Paulista

14 a 22 - Treinamento para Usuários do supercomputador Cray – CPTEC/Cachoeira Paulista

http://www.cptec.inpe.br/cursoeeventos.shtm

(http://cursos.cptec.inpe.br/laboratorio-previsao/)

Mais informações: