5
S urgido em 2004 e consolida- do como grupo de pesquisa junto ao Conselho Nacional de Pesquisa Cienfica e Tec- nológica (CNPq) desde 2007, o Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional (LabGest) vêm se constuindo numa importante referência nacional e in- ternacional quando o assunto é “Água e Desenvolvimento”. Visando dinami- zar suas avidades e melhorar ainda mais a sua contribuição à sociedade, a equipe do LabGest realizou recente- mente um planejamento estratégico. De acordo com o coordenador do LabGest e professor do Departamen- to de Engenharia Ambiental da Ufes, Edmilson Costa Teixeira, o planeja- mento proporcionou à equipe uma visão mais apurada em relação às li- nhas de atuação do Laboratório, que são “instrumentos de gestão de re- cursos hídricos” e “desenvolvimento rural por microbacia hidrográfica”. Para Edmilson, o grupo está diante de um desafio que transcende o tri- pé ensino, pesquisa e extensão, pois a ampliação da capacidade de trabalho e a connuidade dos projetos necessi- tam da adoção de estratégias que per- mitam a sustentabilidade do LabGest a fim de aumentar sua contribuição para a sociedade. Nesse sendo, o Labora- tório pretende atuar também na pres- tação de serviços, por meio de acordos instucionais de cooperação técnica. Parceiros como o Instuto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), a Secretaria Estadual de Agri- cultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), o Instuto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Ex- tensão Rural (Incaper), o Instuto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), o Fórum Capixaba de Comitês de Ba- cia Hidrográfica, a Polícia Militar Am- biental, o Ministério Público Estadual, a Prefeitura Municipal de Itarana, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a Associação de Pequenos Produto- res Rurais do Sossego (Apeprus), en- tre outros, ocupam uma importância estratégica para o desenvolvimento e connuidade dos trabalhos do Grupo. Outro aspecto abordado no plane- jamento está relacionado à ampliação de parcerias com outras áreas cien- ficas. O LabGest nasceu a parr de uma iniciava do Departamento de Engenharia Ambiental com uma vi- são interdisciplinar e hoje congrega pesquisadores de outras áreas como Geografia, Arquitetura, Comunicação Social, Biologia, Agronomia e Econo- mia. Para a Coordenadora do Grupo de Pesquisa CNPq LabGest e profes- sora do Departamento de Geografia da Ufes, Gisele Girardi, a inserção de outras áreas do conhecimento no la- boratório traz valorosas contribuições para o desenvolvimento das pesquisas. Ampliando e fortalecendo ações via redes de cooperação Uma das marcas do LabGest é a pro- moção do trabalho por meio de redes de cooperação técnica e/ou cienfica, envolvendo a academia (professores, pesquisadores, estudantes), gestores e técnicos (vinculados a instuições go- vernamentais e não governamentais), entre outros. Nesse contexto podem ser citadas: a Rede de Ciência, Tecnolo- gia e Inovação em Suporte à Gestão das Águas da Bacia do Rio Doce (Rede CTI- -Doce), que conta com o envolvimento de instuições capixabas e mineiras de ensino e pesquisa com atuação no tema; e a rede cienfica internacio- nal ParcipaonWater.Net, que visa integrar e disseminar conhecimentos e experiências sobre Gestão de Recur- sos Hídricos, Desenvolvimento e Par- cipação, contando atualmente com o envolvimento de aproximadamente 30 grupos de pesquisa de 7 países. A Rede CTI ainda está sendo con- solidada (www.redecdoce.com. br) e a ParcipatonWater.Net está em fase final de construção (par- cipaonwater.net), com lançamen- to previsto para abril deste ano. LabGest define estratégias para os próximos anos Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional da Ufes Ano I Nº 1 Pesquisa, extensão e prestação de serviços

Informativo labGest

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Informativo LabGest Ufes

Citation preview

Page 1: Informativo labGest

Surgido em 2004 e consolida-do como grupo de pesquisa junto ao Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tec-nológica (CNPq) desde 2007,

o Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional (LabGest) vêm se constituindo numa importante referência nacional e in-ternacional quando o assunto é “Água e Desenvolvimento”. Visando dinami-zar suas atividades e melhorar ainda mais a sua contribuição à sociedade, a equipe do LabGest realizou recente-mente um planejamento estratégico.

De acordo com o coordenador do LabGest e professor do Departamen-to de Engenharia Ambiental da Ufes, Edmilson Costa Teixeira, o planeja-mento proporcionou à equipe uma visão mais apurada em relação às li-nhas de atuação do Laboratório, que são “instrumentos de gestão de re-cursos hídricos” e “desenvolvimento rural por microbacia hidrográfica”.

Para Edmilson, o grupo está diante de um desafio que transcende o tri-pé ensino, pesquisa e extensão, pois a ampliação da capacidade de trabalho e a continuidade dos projetos necessi-tam da adoção de estratégias que per-mitam a sustentabilidade do LabGest a fim de aumentar sua contribuição para a sociedade. Nesse sentido, o Labora-

tório pretende atuar também na pres-tação de serviços, por meio de acordos institucionais de cooperação técnica. Parceiros como o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), a Secretaria Estadual de Agri-cultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (Incaper), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), o Fórum Capixaba de Comitês de Ba-cia Hidrográfica, a Polícia Militar Am-biental, o Ministério Público Estadual, a Prefeitura Municipal de Itarana, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a Associação de Pequenos Produto-res Rurais do Sossego (Apeprus), en-tre outros, ocupam uma importância estratégica para o desenvolvimento e continuidade dos trabalhos do Grupo.

Outro aspecto abordado no plane-jamento está relacionado à ampliação de parcerias com outras áreas cien-tíficas. O LabGest nasceu a partir de uma iniciativa do Departamento de Engenharia Ambiental com uma vi-são interdisciplinar e hoje congrega pesquisadores de outras áreas como Geografia, Arquitetura, Comunicação Social, Biologia, Agronomia e Econo-mia. Para a Coordenadora do Grupo de Pesquisa CNPq LabGest e profes-sora do Departamento de Geografia

da Ufes, Gisele Girardi, a inserção de outras áreas do conhecimento no la-boratório traz valorosas contribuições para o desenvolvimento das pesquisas.

Ampliando e fortalecendo ações via redes de cooperação

Uma das marcas do LabGest é a pro-moção do trabalho por meio de redes de cooperação técnica e/ou científica, envolvendo a academia (professores, pesquisadores, estudantes), gestores e técnicos (vinculados a instituições go-vernamentais e não governamentais), entre outros. Nesse contexto podem ser citadas: a Rede de Ciência, Tecnolo-gia e Inovação em Suporte à Gestão das Águas da Bacia do Rio Doce (Rede CTI--Doce), que conta com o envolvimento de instituições capixabas e mineiras de ensino e pesquisa com atuação no tema; e a rede científica internacio-nal ParticipationWater.Net, que visa integrar e disseminar conhecimentos e experiências sobre Gestão de Recur-sos Hídricos, Desenvolvimento e Par-ticipação, contando atualmente com o envolvimento de aproximadamente 30 grupos de pesquisa de 7 países.

A Rede CTI ainda está sendo con-solidada (www.redectidoce.com.br) e a ParticipatonWater.Net está em fase final de construção (parti-cipationwater.net), com lançamen-to previsto para abril deste ano.

LabGest define estratégias para os próximos anos

Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional da Ufes Ano I Nº 1

Pesquisa, extensão e prestação de serviços

Page 2: Informativo labGest

Niades – Núcleo de Informações sobre Água e Desenvolvimento do Espírito Santo: Edmilson Teixeira (coor-denador), Andressa Pereira e Erick Schunig (bolsistas). Financiamento: FINEP e Fapes

Projeto “Aplicação a Bacias Piloto e Avaliação de Procedimentos Metodológicos para o Enquadramento de Corpos de Água do ES”: Edmilson Teixeira (coordenador), Cristina Marinato e Beatriz Vieira (bolsistas). Financiamento: Fapes

Projeto “Aprimoramento de processos de adequação ambiental de propriedades agrícolas de base familiar com aplicação de metodologias de compartimentação da paisagem e do manejo da agrobiodiversidade em sistemas agroflorestais”: Edmilson Teixeira (coordenador), Gisele Girardi, Benedita da Silva, André Moreira de Assis (pesquisadores), Sirlei Oliveira e Cintia Hencker (bolsistas) Financiamento: CNPq/MDA

Projeto “Análise das repercussões do “Projeto Sossego” na escala do cotidiano: uma contribuição geográfi-ca”: Gisele Girardi (coordenadora), Paulo Cesar Neitzel Tesch e Gustavo Cordeiro Curto (bolsistas) Financia-mento: Fapes

Projeto “Geograficidade e modo de vida na compreensão de repercussões de um projeto de gestão de re-cursos hídricos e desenvolvimento local na comunidade da microbacia hidrográfica do Córrego do Sossego (Itarana-ES)”: Gisele Girardi (coordenadora), Edmilson Teixeira (pesquisador). Financiamento: CNPq

Projeto “Enquadramento e Desenvolvimento: subsídio técnico-científico à integração sociedade e território na gestão da bacia do rio Doce”: Gisele Girardi (coordenadora), Edmilson Teixeira, Renata Almeida, Desirée Rabelo e Dejanyne Zamprogno (pesquisadores), Lorena Castiglioni, Taísa Barros, Irlan Perini e Karla Libardi (bolsistas). Financiamento: CNPq, Fapes e Pibic-Ufes

Projeto “Uso Racional e Integrado da Água no Meio Rural, Enquadramento de Corpos de Água, Participação e Gestão da Informação”: Edmilson Teixeira (coordenador – Projeto de Produtividade em Pesquisa). Gabriel Queiroz e Maurício Pogian (Bolsistas). Financiamento: CNPq e Pibic-Ufes

Projeto “Monitoramento Participativo Quali-Quantitativo de Recursos Hídricos em Bacia Hidrográfica Expe-rimental”: Edmilson Teixeira (coordenador). Julio César Venturini (Bolsista). Financiamento: CNPq

Água, participação e desenvol-vimento de regiões. Estes são os focos temáticos do LabGest,

grupo de pesquisa que tem pautado seus trabalhos de pesquisa na parce-ria com a sociedade, em seus diversos segmentos. O LabGest adota o princí-pio do “fazer com”, ou seja, do envolvi-mento dos usuários e beneficiários da pesquisa no processo científico. Este princípio é salutar quando se lida com metodologias de integração e partici-pação.A água é por natureza um elemento integrador. Saúde e economia, consi-derados na maneira mais ampla possí-vel, tem a água como vetor. As políti-cas públicas focadas nas águas devem, portanto, ser igualmente integradoras de várias outras políticas, como é pre-conizado pela própria Política Nacional

de Recursos Hídricos. Em virtude desta importância e do en-tendimento da água como bem públi-co, as decisões relativas à água devem ser objeto de amplos debates sociais e a decisão acerca da utilização das águas deve ser participada, o que tam-bém é previsto na legislação.Como viabilizar integração e participa-ção na gestão das águas em um país tão desigual como o Brasil? O desen-volvimento de metodologias é uma contribuição da ciência para a constru-ção deste caminho. Daí a importância do “fazer com”.No LabGest, em suas diversas ativi-dades, integração e participação são sempre referências, seja na linha de atuação “instrumentos de gestão” seja na linha “desenvolvimento local por microbacia”. Nas pesquisas desenvol-

vidas no Sossego, por exemplo, a ên-fase é na integração interinstitucional e comunitária em escala local. Já nos projetos com o tema Enquadramento de Corpos D’água as escalas são regio-nais (intermunicipais e interestadual), implicando outros processos de inte-gração e outros mecanismos de par-ticipação, com ênfase no binômio re-presentação e representatividade. No Niades a tônica é desenvolver sistema web que permita ampla visibilidade dos processos decisórios quanto às águas.Com estes princípios e ações o LabGest constrói sua contribuição à sociedade e à ciência.Este informativo é um passo na dire-ção de ampliar a visibilidade da pro-dução do LabGest junto à comuni-dade científica e junto aos parceiros das pesquisas.

Editorial

Projetos do LabGest e equipes

2

Pesquisa, ação participativa e gestão de recursos hídricos

Page 3: Informativo labGest

Desenvolvimento de estudos e ações voltadas à comunidade com ampla participação da po-

pulação e de gestores. Essa é a marca do Projeto Sossego, realizado na bacia do córrego Sossego, localizado na área rural do município de Itarana e que tem cerca de 200 propriedades rurais. Atualmente o projeto conta com um grupo gestor, formado por diversas ins-tituições: LabGest, Incaper, Idaf, Secre-tarias de Educação, Agricultura e Meio Ambiente, e Saúde do município de Ita-rana, Polícia Militar Ambiental, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Associação de Pequenos Produtores Rurais do Sossego (Apeprus), entre outras. O projeto também conta com um grupo coordenador da comunida-de, composto por três representantes de cada uma das 12 comunidades da bacia, e com a parceria do Ministério

Projeto Sossego aproxima comunidade de instituições públicas governamentais

Público Estadual.O Projeto Sossego surgiu há nove

anos, como um projeto de pesquisa para subsidiar as políticas nacional e estadual de recursos hídricos no que se referia à gestão integrada e partici-pativa, bem como ao uso racional da água. Segundo o pesquisador Sirlei de Oliveira, a bacia do córrego Sossego foi escolhida devido à existência de vários problemas relacionados à água e, ao mesmo tempo, à disposição das insti-

tuições locais e da comunidade em re-ceber as atividades de pesquisa.

As ações do projeto já possibilitaram a redução dos casos de esquistosso-mose, aprofundamento de estudos sobre a cobertura vegetal, maior cons-cientização da população em relação ao uso racional da água na agricultura irrigada e preservação dos recursos hí-dricos, ampliação das articulações co-munitárias e institucionais na direção da gestão participativa e integrada.

Pesquisadores do Projeto Sossego estão desenvolvendo pesquisas com o intuito de possibilitar o desenvol-vimento rural sustentável. As ativi-dades têm como foco a avaliação e aprimoramento de metodologias para adequação ambiental de pro-priedades agrícolas de base familiar e do manejo da agrobiodiversidade.

Uma das áreas de estudo do pro-jeto está ligada a utilização de Siste-mas Agroflorestais (SAF) em proprie-dades da área da bacia do córrego Sossego. O SAF visa à criação de um sistema que associe culturas agrí-colas com cobertura vegetal nativa. A pesquisa vem sendo coordenada pelo professor do curso de Biologia da Esfa, André de Assis, junto a três produtores da região e pretende identificar: as condições do solo, da água, possibilidade de diversificação da produção agrícola e aumento da cobertura vegetal.

André explica que atualmente o projeto está definindo os indica-dores ambientais, econômicos e sócio-culturais que serão aplicados na pesquisa, cujos resultados serão conhecidos após a coleta de dados,

tornando possível a análise do aumen-to ou diminuição da produtividade nas propriedades pesquisadas e a eficácia da preservação ambiental.

O projeto também faz um resgate de cultivos tradicionais e realiza um trabalho sobre a questão de gênero na comunidade. Segundo a professora do Ifes de Alegre e uma das pesquisa-doras do projeto, Benedita da Silva, os estudos têm como meta conhecer a história da população local, usando como fio condutor o resgate de vege-tais que eram cultivados pela comuni-dade e que foram erradicados devido ao valor comercial.

A professora ressalta que a pesquisa

também estuda o papel das mulheres na produção e no processamento dos alimentos produzidos na região. “Bus-camos com elas, saber sobre espécies que eram cultivadas pelos seus pais, as práticas de cultivo e como é o aprovei-tamento” explica a professora.

O desenvolvimento da pesquisa tem obtido boa aceitação na comunidade, como esclarece a pesquisadora do projeto, Cíntia Hencker. De acordo com Cíntia, a equipe vem conseguindo uma forte adesão de membros das comu-nidades e já foi realizado um levanta-mento referente à produção local com objetivo de entender a relação com al-gumas tradições locais.

Projeto Agroecologia

Laboratório vivoLaboratório vivo é uma metodologia que permite a exploração, experimentação e avaliação da inovação em ideias, cenários, conceitos e artefatos tecnológicos relacionados, quando aplicados a casos de uso da vida real.A bacia do córrego Sossego é considerada um Laboratório Vivo voltado para o desenvolvimento de estudos/pesquisas do tipo "ação participativa" na área de "gestão de recursos hídricos e desenvolvimento local por microbacia hidrográ-fica", com ênfase na integração de políticas públicas, especialmente as áreas ambiental, florestal, agrícola e de sanea-mento.

3

Avaliação anual do Projeto Sossego (dez. 2011) atividade promovida junto aos produtores rurais da região

Estudo vegetacional na microbacia do córrego Sossego

Page 4: Informativo labGest

O LabGest pretende aumentar a parceria com os Comitês de Bacias Hidrográficas por

meio da realização de pesquisas e de-senvolvimento de metodologias para aplicação em bacias hidrográficas. Para que isso aconteça, o Laboratório irá atuar no fortalecimento da atuação dos Comitês no contexto do desenvol-vimento do Espírito Santo, com forte presença junto à sociedade.

O LabGest irá focar os trabalhos em dois temas: um, com atuação mais am-pla, denominado “Gestão de recursos hídricos e desenvolvimento regional” e outro, mais específico, identificado como “Desenvolvimento de sistemas web voltados para organização ope-racional e mobilização social de comi-tês”.

Em relação ao sistema web, a inicia-tiva é inédita e não há no mercado fer-ramenta com esse tipo de abordagem disponível para os Comitês, inclusive com espaço virtual para deliberação. O sistema ainda está sendo aprimora-do e será utilizado num projeto piloto com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu.Metodologia para enquadra-mento de corpos d’água

Em parceria com Iema, o LabGest também centra esforços no desenvol-vimento de metodologias para enqua-dramento de corpos d’água. Proce-dimento metodológico desenvolvido recentemente, que valoriza a partici-

pação da sociedade nas diversas fases do processo de enquadramento, será experimentado esse ano nas bacias dos rios Santa Maria da Vitória e Jucu. Para isso, empresa de consultoria será contratada com recursos do Programa Florestas para a Vida (Iema e Banco Mundial).

De acordo com a pesquisadora Cristina Marinato, o instrumento En-quadramento vem sendo tratado no âmbito do grupo desde 2004, influen-ciando na inserção do tema na agenda do Sistema de Gerenciamento de Re-cursos Hídricos Espírito-Santense em 2008. Após essa fase de emprego ex-perimental, a metodologia de enqua-dramento será disponibilizada para os demais Comitês Capixabas de Bacias Hidrográfica.

LabGest contribui para o fortalecimento de Comitês de Bacias Hidrográficas Capixabas

Em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Governo Federal, o Governo do Es-pírito Santo, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espíri-to Santo (FAPES), executa, com o apoio da UFES e do IFES, projeto de estruturação do Centro de Pesqui-sa, Inovação e Desenvolvimento do Espírito Santo (CPID), iniciando com sete laboratórios. Entre eles o Nia-des (Núcleo de Informações sobre Água e Desenvolvimento do Espíri-to Santo), idealizado e coordenado pelo LabGest.

O Niades terá papel fundamental

na transferência de ferramentas cien-tíficas e tecnológicas (softwares, pro-cedimentos metodológicos, etc.) para entes do sistema de gerenciamento de recursos hídricos do estado.

De acordo com a pesquisadora An-dressa Pereira, o Niades trabalha com um tema abrangente e que deverá contar com uma equipe multidiscipli-nar e a participação de representan-tes do sistema de gerenciamento de recursos hídricos do Espírito Santo (Iema, comitês de bacias hidrográfi-cas, Conselho Estadual de Recursos Hídricos, etc.) para a sua consolida-ção. Ela explica que devido a sua im-

portância estratégica, o Niades passou a ser uma das prioridades no planejamento estratégico do LabGest elaborado recentemente, e vai agregar todas as pesquisas em desenvolvimento pelo Grupo.

O coordenador do LabGest, Ed-milson Teixeira, explica que o Sis-tema de Informações sobre Água e Desenvolvimento do Espírito Santo (Siades), em fase de desen-volvimento, vai reforçar a propos-ta lançada pelo LabGest de tornar o estado uma referência nacional no desenvolvimento e aperfeiçoa-mento de sistemas web, voltados para aproximar a sociedade de gestores de recursos hídricos.

O que é o Enquadramento de corpos d’água?

O Enquadramento de corpos d’água é um instrumento da Po-lítica Nacional de Recursos Hí-dricos que estabelece meta ou objetivo de qualidade da água a ser, obrigatoriamente, alcança-do ou mantido em um segmento de corpo de água, de acordo com os usos preponderantes preten-didos (ecológico, abastecimen-to humano, agrícola, industrial, etc.). Os Comitês de Bacia Hi-drográfica são os responsáveis diretos pela condução do enqua-dramento.

LabGest contribui para a criação do CPID

4

Reunião entre representantes do CBH Jucú e LabGest para estabelecimento de acordo de cooperação técnica

Page 5: Informativo labGest

Envolvendo pesquisadores, comu-nidades e gestores do Espírito Santo e de Minas Gerais, o proje-

to “Enquadramento e Desenvolvimen-to do Rio Doce” é o maior em escala regional, desenvolvido no LabGest.

O projeto objetiva aprofundar estu-do em aspectos sociais e territoriais não usualmente considerados nos pro-cessos de enquadramento de corpos d’água, enfatizando a comunicação e a mobilização sociais, o uso e a ocupa-ção do solo e a articulação interinsti-tucional.

A coordenadora geral do projeto e professora do Departamento de Ge-ografia da Ufes, Gisele Girardi, expli-ca que o projeto busca aprofundar o entendimento de temáticas sócio--territoriais relevantes para a questão das águas, visando contribuir no de-senvolvimento de metodologias para implementação do enquadramento de corpos d’água.

Além do LabGest, o projeto conta com a participação de pesquisadores do Laboratório de Patrimônio e Desen-volvimento Territorial do Departamen-

Estudo em bacia hidrográfica estratégica interestadual

to de Arquitetura da Ufes (Patri_lab), do Núcleo de Estudos em Movimen-tos e Práticas Sociais do Departamen-to de Serviço Social da Ufes (NEMPS), do Ifes, e da UNIVALE, que integram a Rede CTI-Doce.

Inicialmente, as ações vêm sendo desenvolvidas nas bacias hidrográficas do Guandu (ES) e do Piracicaba (MG), cujos rios principais são afluentes do

Rio Doce, selecionadas como bacias piloto para o estudo com uso de me-todologia de análise multicriterial. A professora do Ifes de Vitória e uma das pesquisadoras do projeto, Dejanyne Zamprogno, explica que essa metodo-logia permite uma tomada de decisão a partir de critérios quantitativos e qualitativos, o que possibilita conside-rar a visão dos diversos atores sobre qual a melhor alternativa.

De acordo com a professora do curso de Arquitetura da Ufes e coordenadora do Patri_lab, Re-nata Almeida, o projeto também tem como foco a discussão da inserção do patrimônio na pers-pectiva de desenvolvimento do lugar. Ela explica que a pesquisa aborda a importância dos recur-sos hídricos como referência de paisagem e identidade para a po-pulação. “Pretendemos fazer um

Patrimônio e comunicaçãolevantamento de dados sobre uso e ocupação nas duas bacias a fim de compreender o território a partir das suas forças históricas” esclarece a professora.

Outro ponto importante que está sendo abordado no estudo envolve a comunicação e a mobilização so-ciais. As pesquisas nessa área têm à frente a professora do Departamento de Serviço Social e coordenadora do NEMPS, Desirée Rabelo. A professo-

5

Informativo do Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo

Oficina de capacitação sobre enquadramento de corpos d’água com membros do CBH Guandu, em Afonso Claudio

Jornalista resposável: Erick Schunig MTE 01657/JP

ra explica que o objetivo é verificar como funcionam os fluxos de co-municação e informação entre re-presentantes e representados nos comitês, a relação com o Estado e que tipos de instrumentos de co-municação são utilizados. Segun-do ela, a ideia é estudar como são gerados os debates envolvendo os recursos hídricos nos comitês e como será realizado o processo de comunicação que possa garantir uma gestão participativa.

Av. Fernando Ferrari, n.º 514, UFES - Campus Goiabeiras - Vitória - ES

Tel.: (+55) (27) 3335-2076 | [email protected]

www.labgestufes.com.br