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EDIÇÃO Nº 6
MAIO 2014
Informativo Tributário Informativo
“Os artigos que integram este Informativo têm a finalidade de mera divulgação de notícias de interesse para o meio jurídico e empresarial, não expressando necessariamente a opinião jurídica de Lobo & Ibeas. As opiniões aqui manifestadas não são orientações legais e não devem ser assim consideradas.”
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Lei nº 12.973/2014 (Conversão da Medida Provisória nº 627/2013)
Tramitação do Projeto de Lei nº 3.401/2008
Decisão do STJ sobre a manutenção de bens penhorados, mesmo após adesão ao parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009 (Arguição de Inconstitucionalidade no Recurso Especial nº 1.266.318/RN)
Secretaria da Receita Federal do Brasil edita o Parecer Normativo nº 5/2014, para tratar da tributação pelo IRPJ sobre a atividade de compras de direitos creditórios
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional divulga o Parecer PGFN/CAT/2363/2013, que trata do IRRF sobre remessas para o exterior no pagamento de serviços técnicos e de assistência técnica, sem transferência de tecnologia
Tramitação do Projeto de Lei Complementar nº 78/2011
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Decisão do STJ sobre a concessão de imunidade tributária a instituição de ensino sem fins lucrativos (Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial nº 187.172/DF)
Repercussão geral reconhecida, pelo Plenário do STF, no Agravo em Recurso Extraordinário nº 784.682/MG
STF suspende a exigibilidade dos impostos supostamente devidos pela CETESB (Ação Cível Originária nº 2.304/SP)
STF se pronunciará sobre a modulação dos efeitos das decisões proferidas nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade nº 4.357/DF e 4.425/DF
s
STF declara a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária sobre serviços de cooperativas de trabalho (Recurso Extraordinário nº 595.838/SP)
Decisão do STJ quanto à incidência do PIS e da COFINS sobre correção monetária e juros referentes à venda de imóveis (Recurso Especial nº 1.432.952/PR)
Decisão do STJ sobre tributação do lucro de controladas no exterior (Recurso Especial nº 1.325.709/RJ)
Repercussão geral reconhecida, pelo Plenário do STF, no Recurso Extraordinário nº 698.531/ES
Novas súmulas aprovadas pelo STJ
Decisão do STJ sobre incidência do PIS em contratos de swap (Recurso Especial nº 1.235.220/PR)
Decisão do STJ sobre a legalidade do protesto extrajudicial de certidão de dívida ativa (Recurso Especial nº 1.126.515/PR)
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p. 11p. 8
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Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
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Adequação da legislação tributária à societária
No último dia 13, foi convertida na Lei nº 12.973 a Medida Provisória nº 627, trazendo inúmeras inovações à legislação tributária federal, entre as quais merecem destaque a revogação do Regime Tributário de Transição (RTT), instituído pela Lei nº 11.941/2009, e a adequação da legislação tributária à legislação societária e às normas contábeis, conforme as alterações promovidas pela Lei nº 11.638/2007.
Assim é que, dentre outros aspectos, a Lei nº 12.973 disciplina o tratamento tributário a ser observado quanto:
• ao ajuste a valor presente de ativos e passivos, inclusive no que diz respeito (i) à apuração do lucro da exploração, (ii) da base de cálculo estimada mensal do Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), no regime do lucro real, (iii) à apuração do lucro presumido e do lucro arbitrado, (iv) bem como do PIS e da COFINS;
• aos juros pagos antecipadamente, aos descontos de títulos de crédito, à correção monetária pré-fixada e ao deságio concedido na colocação de debêntures e outros títulos de crédito;
• aos juros relacionados com empréstimos contraídos para financiar a aquisição, construção ou produção de bens classificados como estoques de longa maturação, propriedade para investimentos, ativo imobilizado ou ativo intangível;
• aos ganhos ou perdas decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo, inclusive (i) na apuração do lucro da exploração, (ii) nas operações de permuta envolvendo unidades imobiliárias e (iii) na incorporação, fusão ou cisão de pessoas jurídicas, e (iv) na apuração do PIS e da COFINS;
• à venda a prazo de unidades imobiliárias,
• ao arrendamento mercantil;
• ao valor de aquisição de investimento avaliado pelo valor de patrimônio líquido, que passará a ser desdobrado entre (i) o seu valor de patrimônio líquido na época de aquisição, (ii) a mais ou menos valia (assim definida a diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da porcentagem da participação adquirida e seu valor de patrimônio líquido) e (iii) o ágio por rentabilidade futura ou goodwill (equivalente à diferença entre o custo de aquisição do investimento e o somatório dos itens precedentes);
• ao ganho proveniente de compra vantajosa da participação societária;
• à contrapartida do ajuste positivo ou negativo, na participação societária mensurada pelo patrimônio
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
Lei nº 12.973/2014 (Conversão da Medida Provisória nº 627/2013)
líquido, decorrente de avaliação pelo valor justo de ativo ou passivo da investida;
• à redução da mais ou menos valia e do goodwill na aquisição de investimentos;
• à despesa com a emissão de ações;
• às despesas pré-operacionais ou pré-industriais;
• aos ganhos de capital na subscrição de ações;
• às operações de incorporação, fusão e cisão de investidas, com relação às quais tenha sido registrada mais ou menos valia, goodwill ou ganho por compra vantajosa;
• ao ganho decorrente do excesso do valor líquido dos ativos adquiridos e dos passivos assumidos;
• às subvenções para investimento;
• ao prêmio na emissão de debêntures;
• à redução do valor recuperável de ativos;
• aos pagamentos a empregados, baseados em ações;
• às aquisições de participação societária em estágios;
• à amortização de intangíveis;
• aos prejuízos não operacionais;
• ao arrendamento mercantil; e
• ao cálculo dos juros sobre o capital próprio.
Outros dispositivos relevantes
Todavia, outros dispositivos devem ser destacados, como, por exemplo, o que altera o conceito de receita bruta previsto no art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/1977, que passa a compreender (i) o produto da venda de bens nas operações de conta própria; (ii) o preço da prestação de serviços em geral; o (iii) resultado auferido nas operações de conta alheia; e (iv) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens (i) a (iii), inclusive os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente de ativos decorrentes de operações de longo prazo. Esse conceito de receita bruta foi também refletido no art. 3º da Lei nº 9.718/1998, equiparando-o ao faturamento, que constitui a base de cálculo do PIS e da COFINS, na sistemática cumulativa. Ainda no que diz respeito ao PIS e à COFINS, a Lei nº 12.973 também tratou da apuração dessas contribuições na sistemática não cumulativa.
Um outro dispositivo relevante é o que estabelece a dedutibilidade da amortização do ativo não circulante intangível.
RTT
A neutralidade tributária estabelecida pelos arts. 15 e 16 da Lei nº 11.941/2009 prevalecerá para as operações ocorridas até 31/12/2013, no tocante às pessoas jurídicas que optarem pela aplicação das novas regras já para o ano-calendário de 2014, ou até 31/12/2014, para as não optantes.
4
Por outro lado, as regras contidas nos arts. 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997 — que tratam do tratamento a ser conferido ao ágio e ao deságio no caso de incorporação de investidas — prevalecerão no tocante às incorporações, fusões e cisões ocorridas até 31/12/2017, desde que a respectiva participação societária seja adquirida até 31/12/2014.
Igualmente, a Lei nº 12.973 veio esclarecer que:
• os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados entre 01/01/2008 e 31/12/2013, em valores superiores aos apurados com observância dos métodos e critérios contábeis vigentes em 31/12/2007, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do IRPJ e da CSLL do beneficiário;
• para fins de cálculo do limite de dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio, para os anos-calendário de 2008 a 2014, a pessoa jurídica poderá utilizar as contas do patrimônio líquido mensurado de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976 — valendo notar que no cálculo da parcela a deduzir não serão considerados os valores relativos a ajustes da avaliação patrimonial a que se refere o § 3º do art. 182 da Lei nº 6.404/1976 —, mas no ano-calendário de 2014, esse tratamento ficará restrito aos não optantes das novas regras para 2014; e
• para os anos-calendário de 2008 a 2014, a pessoa jurídica poderá avaliar o investimento pelo valor de patrimônio líquido da coligada ou da controlada, determinado de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976, mas no ano-calendário de 2014, esse tratamento ficará restrito aos não optantes das novas regras para 2014.
Tributação de lucros no exterior
Outro aspecto que merece destaque é a nova sistemática de tributação dos lucros auferidos através de empresas controladas (direta e indiretamente) e coligadas no exterior.
Em linhas gerais, no que se refere às controladas, a investidora brasileira deverá segregar os resultados de suas controladas diretas e indiretas no exterior, tributando-os separadamente, independentemente de sua disponibilização e sem se fazer qualquer distinção em relação às jurisdições com as quais o Brasil celebrou tratados para evitar a bitributação. Alternativamente, até o ano-calendário de 2022, tais resultados poderão ser considerados de forma consolidada, observadas as condições estabelecidas na Lei nº 12.973.
Quanto às coligadas no exterior, os lucros por ela auferidos somente serão tributados na investidora quando de sua disponibilização, na forma definida pela Lei nº 12.973.
Entretanto, também serão admitidas deduções. Dentre outras:
• poderá ser deduzida do lucro auferido no exterior a parcela do lucro oriunda de participações dessas pessoas jurídicas em pessoas jurídicas controladas ou coligadas, sediadas no Brasil;
• poderão ser deduzidos do lucro tributável os valores referentes às adições espontaneamente efetuadas,
¹ Art. 3o – Ficam isentos do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas os rendimentos recebidos pelos condomínios residenciais constituídos nos termos da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, limitado a R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) por ano-calendário, e desde que sejam revertidos em benefício do condomínio para cobertura de despesas de custeio e de despesas extraordinárias, estejam previstos e autorizados na convenção condominial, não sejam distribuídos aos condôminos e decorram:I – de uso, aluguel ou locação de partes comuns do condomínio;II – de multas e penalidades aplicadas em decorrência de inobservância das regras previstas na convenção condominial; ouIII – de alienação de ativos detidos pelo condomínio.
² Tais artigos tratam das disposições relativas ao regime de tributação transitório.
³ Tais artigos tratam do parcelamento especial e das disposições finais.
decorrentes da aplicação das regras de preços de transferência; e
• poderá ser deduzido o imposto de renda recolhido no exterior pela controlada ou coligada.
A Lei também trata da compensação de prejuízos auferidos pela controlada ou coligada no exterior, com seus lucros futuros.
O pagamento do IRPJ e da CSLL decorrentes do resultado no exterior poderá ser efetuado pela investidora brasileira proporcionalmente aos lucros distribuídos nos anos subsequentes ao encerramento do período de apuração a que corresponder, observado o 8º ano subsequente ao período de apuração para a distribuição do saldo remanescente dos lucros ainda não oferecidos à tributação, assim como a distribuição mínima de 12,50% no 1º ano subsequente.
Parcelamento especial
Foi prorrogado para o último dia útil do segundo mês subsequente ao da publicação da Lei nº 12.973 o prazo para a adesão ao parcelamento previsto no art. 17 da Lei nº 12.865/2013. O mesmo prazo se aplica ao parcelamento dos débitos de PIS e COFINS, devidos por instituições financeiras e companhias seguradoras e ao parcelamento de débitos relativos ao IRPJ e a CSLL incidentes sobre os lucros auferidos por coligada ou controlada no exterior, nas condições descritas na Lei nº 12.973.
Por fim, cumpre mencionar que a Lei nº 12.973 entra em vigor em 1º de janeiro de 2015, exceto seus arts. 3º¹, 72 a 75² e 93 a 119³, que entram em vigor na data de sua publicação.
Aos contribuintes que fizerem a opção pela aplicação das novas regras referentes à adequação da legislação tributária à legislação societária e às normas contábeis já em 2014 (conforme previsto no art. 75), aplicam-se, a partir de 01/01/2014, os arts. 1º e 2º e 4º a 70; e as revogações previstas nos incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 117.
Aos contribuintes que fizerem a opção prevista no art. 96, que trata da tributação no Brasil dos lucros auferidos no exterior através de controladas e coligadas, aplicam-se, a partir de 01/01/2014, os arts. 76 a 92; e as revogações previstas nos incisos VII e IX do caput do art. 117.
Para ler a íntegra da Lei nº 12.973/2014, por favor, acesse http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm.
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
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A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJC) aprovou, em 08/04/2014, o Projeto de Lei nº 3.401/2008, que disciplina o procedimento de declaração judicial de desconsideração da personalidade jurídica.
De acordo com o projeto, é vedado ao juiz decretar, de ofício, a desconsideração da personalidade jurídica, devendo, nessa hipótese, ouvir previamente membros, instituidores ou administradores da empresa, que disporiam de prazo para apresentar defesa, sendo-lhes facultada, ainda, a produção de provas a serem analisadas pelo Poder Judiciário, antes de eventual desconsideração da personalidade jurídica.
Com a aprovação do texto pelo CCJC, o Projeto de Lei nº 3.401/2008 foi encaminhado, em 22/04/2014, para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, onde aguarda a eventual interposição de recurso. Em princípio, se não houver a interposição de recurso, será preparada a minuta da sua redação final, a qual, após a aprovação pela Câmara dos Deputados, será enviada para apreciação do Senado Federal.
Para ler a íntegra do Projeto de Lei nº 3.401/2008, por favor, acesse http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=394313.
No parecer, o posicionamento da Fazenda Nacional anteriormente vigente sobre o assunto foi alterado
A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), em atenção à solicitação formulada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, divulgou o Parecer PGFN/CAT/2363/2013, datado de 19/12/2013, alterando seu posicionamento anterior acerca da obrigatoriedade da retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), na hipótese de contratação de serviços técnicos no exterior –– sem a transferência de tecnologia ––, por prestadores sediados em países com os quais o Brasil celebrou tratado para evitar a bitributação da renda.
A PGFN concluiu, no referido Parecer, que as respectivas remessas para o exterior sejam tratadas como “lucro” da prestação desses serviços, não se sujeitando à retenção do IRRF, no Brasil.
Para ler a íntegra do Parecer PGFN/CAT/2363/2013, por favor, acesse http://dados.pgfn.fazenda.gov.br/dataset/pareceres/resource/23632013.
Projeto objetiva alterar o Código Tributário Nacional, para tratar da corresponsabilidade de sócios e de administradores, em relação a dívidas tributárias contraídas por pessoas jurídicas
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados (CDEIC) aprovou, em 02/04/2014, proposta do projeto de lei complementar, cujo escopo é estabelecer que a cobrança de tributo atrasado por parte do Fisco somente poderia recair sobre sócios e administradores de uma pessoa jurídica, mesmo em caso de liquidação da sociedade, se eles tivessem, à época do fato gerador do tributo, poder de administração.
Tal projeto de lei complementar visa a alterar o Código Tributário Nacional, com o objetivo de que o Fisco
Tramitação do Projeto de Lei nº 3.401/2008
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional divulga o Parecer PGFN/CAT/2363/2013, que trata do IRRF sobre remessas para o exterior no pagamento de serviços técnicos e de assistência técnica, sem transferência de tecnologia
Tramitação do Projeto de Lei Complementar nº 78/2011
também tenha que previamente comprovar o dolo, para corresponsabilizar sócios e administradores por dívidas tributárias contraídas por pessoas jurídicas.
No momento, aguarda-se a apreciação do projeto pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Se aprovado, o projeto será remetido à CCJC, para parecer. Em princípio, havendo aprovação pela CCJC e não sendo interposto recurso, será preparada a minuta da sua redação final, a qual, após a aprovação pela Câmara dos Deputados, será enviada para apreciação do Senado Federal.
Para ler a íntegra do Projeto de Lei nº 3.401, por favor, acesse www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=512596.
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
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Empresas que exercem atividade de securitização de
créditos comerciais devem utilizar o regime de tributação
do lucro real
Nos termos do Parecer Normativo nº 5/2014, publicado no
Diário Oficial da União no dia 11/04/2014, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil (SRFB) manifestou entendimento
no sentido de que (i) as pessoas jurídicas que exploram
a atividade de securitização de ativos empresariais estão
obrigadas ao regime de tributação do lucro real, por força
do disposto no art. 14, VI, da Lei nº 9.718/1998; (ii) a receita
bruta das pessoas jurídicas que exploram a atividade de
securitização de ativos empresariais, para fins de apuração
da base de cálculo do PIS e da COFINS, é o deságio, assim
entendido como a diferença entre o valor de face dos títulos
de créditos adquiridos e o custo de aquisição.
O referido parecer buscou sanar dúvidas e divergências
acerca do tema, uniformizando a matéria que há tempo gera
insegurança jurídica, tanto para os contribuintes, quanto para
a Administração Tributária.
Em síntese, a premissa adotada para a uniformização dos
entendimentos foi no sentido de que, em se tratando de
direitos creditórios comerciais, tanto a securitização quanto a
faturização operam a compra de direitos creditórios originados
em vendas a prazo de bens e serviços, configurando
modalidades distintas de fomento mercantil, que só se
distinguem pela destinação dos títulos adquiridos, ou seja,
a securitização se caracteriza pela formação de lastro para
os títulos mobiliários emitidos, e a faturização se ocupa da
formação de carteira própria.
Nessa linha, embora o ato normativo editado reconheça
peculiaridades entre as operações de securitização e
faturização, a SRFB entendeu não haver qualquer justificativa
para conferir tratamentos tributários distintos às empresas que
exerçam atividade de securitização de créditos comerciais,
ainda que não haja regulamentação específica estabelecida
em lei comercial.
Para ler a íntegra do Parecer Normativo nº 5/2014, por favor,
acesse http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/
PareceresNormativos/2014/parecer052014.htm
Corte Especial reconheceu a legalidade da manutenção de
penhora, desde que tenha sido efetivada antes da adesão
ao parcelamento
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em
julgamento realizado em 06/11/2013 (publicação ocorrida em
17/03/2014), não vislumbrou ofensa ao princípio da isonomia
tributária, em virtude do tratamento diferenciado concedido
pelo parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009, que não
condiciona a sua adesão ao prévio oferecimento de bens em
garantia, salvo se já houver penhora nos autos da respectiva
execução fiscal.
No entender da Corte Superior, o favor legal previsto na
referida lei ordinária estaria tratando de forma diferenciada
situações fático-jurídicas desiguais, e, por essa razão, não
haveria violação ao princípio da isonomia tributária.
Dessa forma, o cancelamento de penhora ou o desbloqueio
de bens somente seria permitido na hipótese de o gravame
ter sido efetivado em momento posterior ao da adesão ao
parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009. Caso o
gravame tenha sido realizado antes da referida adesão, sua
manutenção seria legal, nos termos dessa lei, até o final do
parcelamento, valendo destacar que o referido precedente
ainda não transitou em julgado.
Para ler a íntegra do acórdão da Arguição de
Inconstitucionalidade no Recurso Especial nº 1.266.318/RN,
por favor, acesse https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/
documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1192
627&num_registro=201101663983&data=20140317&format
o=PDF.
No mesmo sentido, a 2ª Turma do STJ, em decisão proferida
em 04/02/2014 (publicação ocorrida em 07/03/2014), nos
autos do Recurso Especial nº 1.421.580/SP, entendeu que
não cabe a efetivação de penhora online, após adesão ao
parcelamento previsto na Lei nº 11.941/2009, ainda que o
respectivo pedido de penhora tenha sido deferido antes
da referida adesão. Essa decisão transitou em julgado em
23/04/2014.
Para ler a íntegra do acórdão do Recurso Especial nº
1.421.580/SP, por favor, acesse https://ww2.stj.jus.br/
processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&
sequencial=1293711&num_registro=201303940499&data=2
0140307&formato=PDF.
Secretaria da Receita Federal do Brasil edita o Parecer Normativo nº 5/2014, para tratar da tributação pelo IRPJ sobre a atividade de compras de direitos creditórios
Decisão do STJ sobre a manutenção de bens penhorados, mesmo após adesão ao parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009 (Arguição de Inconstitucionalidade no Recurso Especial nº 1.266.318/RN)
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
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Se a prova pericial for favorável ao contribuinte, não é
possível condicionar a concessão de imunidade tributária
à apresentação de certificado de entidade de assistência
social (1ª Turma do STJ)
Em decisão proferida no dia 18/02/2014 (publicação ocorrida
em 27/02/2014), a 1ª Turma do STJ se manifestou no sentido
de que não é possível condicionar a concessão de imunidade
tributária prevista para as instituições de educação e de
assistência social sem fins lucrativos à apresentação de
certificado de entidade de assistência social, na hipótese em
que a prova pericial realizada nos autos tenha demonstrado
o preenchimento dos requisitos previstos na legislação
infraconstitucional.
De acordo com esse precedente, o art. 150, VI, “c”, da
Constituição Federal de 1988 prevê a concessão de
imunidade tributária às instituições de educação sem fins
lucrativos, delegando à lei infraconstitucional os requisitos
para a concessão da imunidade.
Assim, tendo o art. 14 do Código Tributário Nacional elencado
os pressupostos para caracterização da imunidade –– como,
por exemplo, a impossibilidade de distribuição de qualquer
parcela do patrimônio da entidade ou de suas rendas a
qualquer título e a obrigatoriedade de aplicação integral, no
País, dos seus recursos, na manutenção dos seus objetivos
institucionais ––, o Fisco não poderia, na hipótese de o
contribuinte comprovar documentalmente o preenchimento de
tais requisitos previstos em lei, condicionar a concessão de
imunidade tributária à apresentação do certificado de entidade
de assistência social.
Vale ressaltar que o acórdão acima mencionado transitou em
julgado em 01/04/2014. Todavia, os autos foram remetidos ao
Supremo Tribunal Federal (STF), para o julgamento de recurso
extraordinário.
Para ler a íntegra do acórdão do Agravo Regimental no Agravo
em Recurso Especial nº 187.172/DF, por favor, acesse https://
ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sS
eq=1298203&sReg=201201174033&sData=20140227&form
ato=PDF.
Precedente da 2ª Turma da Corte Superior reconhece a
validade do protesto extrajudicial de certidão de dívida
ativa
Conforme noticiado em nosso último “Informativo Tributário –
Edição nº 5 – Março de 2014”, a 4ª Câmara de Direito Público
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo manifestou-
se, em 06/02/2014 (publicação ocorrida em 11/02/2014), de
forma liminar, pelo cancelamento de protesto extrajudicial de
certidão de dívida ativa (Agravo de Instrumento nº 2014547-
26.2014.8.26.0000).
No entanto, em sentido oposto foi o acórdão prolatado pela
2ª Turma do STJ, em 03/12/2013 (publicação ocorrida em
16/12/2013), nos autos do Recurso Especial nº 1.126.515/
PR, em que se entendeu que Lei nº 6.830/1980 –– que
regulamenta o trâmite das execuções fiscais –– não vedaria a
utilização de mecanismos de cobrança extrajudicial, como o
protesto da certidão de dívida ativa. Desse modo, a inscrição
em dívida ativa decorreria do encerramento da instância
administrativa ou de documento de confissão de dívida,
apresentado pelo próprio devedor.
Seguindo essa linha de raciocínio, a 2ª Turma do STJ
entendeu que o protesto da certidão de dívida ativa não
ofenderia os princípios do contraditório e do devido processo
legal, pois subsistiria controle jurisdicional, mediante
provocação da parte interessada, em relação à validade do
título de cobrança. Essa decisão transitou em julgado no dia
17/02/2014.
Para ler a íntegra do acórdão do Recurso Especial nº
1.126.515/PR, por favor, acesse https://ww2.stj.jus.br/
revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=1282022&sR
eg=200900420648&sData=20131216&formato=PDF.
Decisão do STJ sobre a concessão de imunidade tributária a instituição de ensino sem fins lucrativos (Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial nº 187.172/DF)
Decisão do STJ sobre a legalidade do protesto extrajudicial de certidão de dívida ativa (Recurso Especial nº 1.126.515/PR)
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
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Correção monetária e juros podem integrar o conceito de
faturamento, dependendo do objetivo social da pessoa
jurídica, para fins de incidência de PIS e de COFINS
(2ª Turma)
Em 25/02/2014, foi proferido o acórdão (publicação ocorrida
em 11/03/2014), pela 2ª Turma do STJ, nos autos do Recurso
Especial nº 1.432.952/PR, que reconheceu que a correção
monetária e os juros decorrentes de vendas de imóveis,
realizadas por pessoas jurídicas cujos objetos sociais estão
relacionados com tais operações, integrariam o conceito de
faturamento, base de cálculo do PIS e da COFINS.
De acordo com a decisão recorrida, proferida pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, os contribuintes que
ingressaram com a ação judicial são optantes do lucro
presumido e arbitrado, se sujeitando ao regime cumulativo do
PIS e da COFINS.
Consoante o referido acórdão, o STF definiu que o
faturamento é a receita bruta das vendas de mercadorias
e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja,
a soma das receitas oriundas do exercício das atividades
empresariais, tendo sido estabelecido que somente devem ser
excluídos do conceito de faturamento os aportes financeiros
estranhos à atividade desenvolvida pela empresa.
Com base nesse entendimento, a 2ª Turma do STJ
reconheceu que a correção monetária e os juros seriam
receitas inerentes e acessórias aos contratos de venda
de imóveis e, como tal, deveriam integrar o conceito
de faturamento, para fins de incidência das referidas
contribuições.
Até a data da edição desse informativo, a referida decisão
ainda não havia transitado em julgado.
Para ler a íntegra do acórdão do Recurso Especial nº
1.432.952/PR, por favor, acesse https://ww2.stj.jus.br/
processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA
&sequencial=1300483&num_registro=201400200406&data=
20140311&formato=PDF.
1ª Turma entende que o PIS deve ser pago antes da
liquidação do contrato, por contribuintes sujeitos ao
regime de competência
Em julgamento realizado em 22/04/2014 (conforme o acórdão
publicado em 06/05/2014), a 1ª Turma do STJ entendeu que
o PIS deveria ser pago antes da liquidação do contrato de
swap, quando a empresa optar pelo regime de competência
para apuração do tributo (art. 30, § 1º, da Medida Provisória nº
2.158-35/2001), realizando-se o pagamento mensalmente.
O contribuinte que impetrou o mandado de segurança
que deu origem ao referido acórdão está sujeito ao regime
cumulativo do PIS, no que tange às suas receitas decorrentes
de serviços de telecomunicação, e não cumulativo quanto às
suas demais receitas.
A 1ª Turma entendeu que o regime de competência, por
definição, pressupõe a escrituração de variações patrimoniais,
ainda que efetivadas em momento posterior, não havendo
qualquer impedimento para que o legislador determine o
pagamento do tributo antes da ocorrência do fato gerador,
tal como ocorre na substituição tributária, como também não
há qualquer ofensa ao conceito de renda ou ao princípio da
capacidade contributiva.
Até a edição deste informativo, o acórdão não havia transitado
em julgado.
Para ler a íntegra do acórdão do Recurso Especial nº
1.235.220/PR, por favor, acesse https://ww2.stj.jus.br/
processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&
sequencial=1296995&num_registro=201100263250&data=2
0140506&formato=PDF.
Decisão do STJ quanto à incidência do PIS e da COFINS sobre correção monetária e juros referentes à venda de imóveis (Recurso Especial nº 1.432.952/PR)
Decisão do STJ sobre incidência do PIS em contratos de swap (Recurso Especial nº 1.235.220/PR)
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
9
1ª Turma afasta incidência de IRPJ e de CSLL sobre o
lucro de controladas localizadas na Bélgica, na Dinamarca
e em Luxemburgo, por pessoa jurídica sediada no Brasil
Em 24/04/2014 (publicação ocorrida em 20/05/2014), a 1ª
Turma do STJ, por maioria dos votos, reconheceu a não
incidência de IRPJ e de CSLL sobre o lucro decorrente de
investimentos em controladas localizadas na Bélgica, na
Dinamarca e em Luxemburgo, países com os quais o Brasil
possui tratados para evitar a bitributação.
Também por maioria de votos, reconheceu-se a incidência
de IRPJ e de CSLL sobre os lucros decorrentes de empresa
controlada localizada nas Bermudas, país com o qual o Brasil
não possui tratado.
Para ler a íntegra do acórdão do Recurso Especial nº
1.325.709/RJ, por favor, acesse https://ww2.stj.jus.br/
processo/revista/documento/mediado/?componente=COL
&sequencial=32698164&formato=PDF&formato=undefined.
Das cinco novas súmulas aprovadas, duas tratam
especificamente de matéria tributária
A 1ª Seção do STJ aprovou, no dia 26/03/2014, cinco
novas súmulas, baseadas em teses firmadas em recursos
representativos de controvérsia repetitiva.
Dentre as novas súmulas aprovadas, destacam-se duas, que
tratam de matéria tributária:
– Súmula nº 508, que versa sobre a isenção da COFINS:
“A isenção da COFINS concedida pelo art. 6º, II, da Lei
Complementar nº 70/1991 às sociedades civis de prestação
de serviços profissionais foi revogada pelo art. 56 da Lei nº
9.430/1996.”
STF reconhece a repercussão geral de disputa sobre
créditos de PIS sobre despesas decorrentes de
empréstimos e de aquisição de máquinas e equipamentos
advindos do exterior
Em 21/03/2014, o Plenário do STF reconheceu a existência
de repercussão geral em matéria referente à possibilidade
de creditamento de PIS sobre despesas decorrentes de
empréstimos e de aquisição de máquinas e equipamentos
advindos do exterior.
A União Federal defende que os referidos créditos não seriam
permitidos pela Lei nº 10.637/2002, que instituiu o regime
da não cumulatividade do PIS. De acordo com a PGFN, o
direito aos créditos seria aplicável, exclusivamente, aos bens,
serviços e demais custos atribuídos a uma pessoa jurídica
domiciliada no Brasil.
O tema será analisado nos autos do Recurso Extraordinário nº
698.531/ES, interposto por contribuinte, em face de acórdão
proferido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que
entendeu que a vedação imposta pela Lei nº 10.637/2002 não
violaria o princípio da não cumulatividade, uma vez que as
empresas estrangeiras, por não se submeterem ao Sistema
Tributário Nacional, não estão sujeitas ao recolhimento do PIS.
Para maiores informações a respeito do Recurso
Extraordinário nº 698.531/ES, por favor, acesse, http://
www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.
asp?incidente=4268655.
Decisão do STJ sobre tributação do lucro de controladas no exterior (Recurso Especial nº 1.325.709/RJ)
Novas súmulas aprovadas pelo STJ
Repercussão geral reconhecida, pelo Plenário do STF, no Recurso Extraordinário nº 698.531/ES
– Súmula nº 509, a qual assegura o aproveitamento de crédito
de ICMS ao comprador de mercadorias de boa-fé: “É lícito
ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS
decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea,
quando demonstrada a veracidade da compra e venda.”
Para maiores informações a respeito das referidas súmulas,
por favor, acesse http://www.stj.jus.br/SCON/sumulas/
enunciados.jsp?vPortalArea=471.
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
10
STF reconhece a repercussão geral quanto à unidade da
Federação em favor da qual deve ser recolhido o IPVA,
caso o registro do veículo tenha sido efetuado em Estado
diferente do local de domicílio ou da sede da empresa
proprietária do bem
O Plenário do STF reconheceu, em 21/03/2014 (publicação
ocorrida em 25/04/2014), a repercussão geral da matéria
relacionada com o local do pagamento do Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), nos casos em
que o registro do veículo tenha sido efetuado em Estado
diferente do local do domicílio do proprietário do bem.
No recurso extraordinário, a empresa contribuinte, domiciliada
em Minas Gerais, requer a reforma do acórdão proferido
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que reconheceu a
legitimidade do Estado mineiro para arrecadação do tributo,
referente a veículo registrado e licenciado no Estado de Goiás.
De acordo com o acórdão recorrido, tendo em vista que o
Código Brasileiro de Trânsito disporia que o registro do veículo
deve ser realizado perante órgão de trânsito no Município de
domicílio do proprietário, o respectivo Estado ou Distrito seria
competente para a arrecadação do IPVA.
Por outro lado, o contribuinte sustenta que, nos termos do
art. 146, I e III, da Constituição Federal de 1988, somente lei
complementar poderia dispor sobre conflitos de competência
entre normas referentes ao IPVA. Assim, como tal lei
complementar nunca foi editada, a cobrança pretendida pelo
Estado de Minas Gerais seria inconstitucional.
Para maiores informações a respeito do Agravo em Recurso
Extraordinário nº 784.682/MG, por favor, acesse http://
www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.
asp?s1=%28ARE%24.SCLA.+E+784682.
NUME.%29+OU+%28ARE.PRCR.+ADJ2+784682.PRCR.%
29&base=baseRepercussao&url=http://tinyurl.com/olslaok.
Declaração de inconstitucionalidade parcial da Emenda
Constitucional no 62/09, que instituiu o novo regime de
pagamento de precatórios
O Plenário do STF reconheceu, em 14/03/2013 (publicação
ocorrida em 19/12/2013), a inconstitucionalidade parcial da
Emenda Constitucional nº 62/09, que alterou a sistemática
de pagamento dos precatórios. Foram declarados
inconstitucionais dispositivos do art. 100 da Constituição
Federal, com a redação dada pela referida emenda
constitucional, bem como o art. 97 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT).
Essa emenda constitucional instituía, dentre outras medidas,
o sistema de parcelamento em até quinze anos da dívida,
a possibilidade de compensação de ofício do valor do
precatório com outros débitos existentes em nome do credor,
a aplicação do índice oficial de remuneração da caderneta
de poupança para a correção monetária dos precatórios e
o regime que destinava parcelas variáveis entre 1% a 2%
da receita de Estados e Municípios para uma conta especial
voltada para o pagamento de precatórios.
Por maioria de votos, os Ministros da Suprema Corte
entenderam que o regime de parcelamento prejudicaria o
cidadão, na medida em que permitiria o parcelamento e a
redução de uma dívida que deveria ser quitada integralmente
e de forma imediata, no ano seguinte ao da expedição do
precatório.
Atualmente, aguarda-se o pronunciamento do STF quanto à
modulação dos efeitos da mencionada decisão.
Para ler maiores informações a respeito das Ações Diretas
de Inconstitucionalidade nos 4.357/DF e 4.425/DF, por
favor, acesse http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/
listarJurisprudencia.asp?s1=%28ADI%24%2ESCLA%2E+E
+4425%2ENUME%2E%29+OU+%28ADI%2EACMS%2E+A
DJ2+4425%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=ht
tp://tinyurl.com/b3l6thk.
Repercussão geral reconhecida, pelo Plenário do STF, no Agravo em Recurso Extraordinário nº 784.682/MG
STF se pronunciará sobre a modulação dos efeitos das decisões proferidas nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade nos 4.357/DF e 4.425/DF
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
11
Em sede de liminar, reconheceu-se o direito à imunidade
recíproca
Em decisão monocrática proferida em 31/04/2014 (publicação
ocorrida em 04/04/2014), foi determinada a suspensão
da exigibilidade de impostos supostamente devidos pela
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
A CETESB ajuizou ação cível originária contra a Fazenda
Nacional e o Município de São Paulo, alegando ser
beneficiária de imunidade recíproca, conforme art. 150, VI,
da Constituição Federal de 1988, por prestar serviço público
essencial — controle ambiental —, para o qual depende de
recursos do Estado de São Paulo. De acordo com a CETESB,
a receita oriunda de suas atividades (licenças e multas) seria
renda do referido Estado.
Com base nessas alegações, a CETESB requereu,
liminarmente, que fosse determinada a suspensão da
exigibilidade dos tributos federais e municipais incidentes
sobre seu patrimônio, renda e serviços, o que foi deferido.
Nos termos da decisão liminar, a jurisprudência do STF seria
firme no sentido de que a imunidade recíproca abrangeria
não somente os entes políticos, fundações e autarquias, mas
também as empresas estatais que explorassem serviços
públicos.
Aparentemente, muito embora o pedido da CETESB tenha
se referido a tributos federais e municipais, a decisão
monocrática determinou a suspensão da exigibilidade dos
impostos federais e estaduais. O mérito do caso ainda deverá
ser julgado pelo STF.
Para ler a íntegra da decisão liminar da Ação Cível Originária
nº 2.304/SP, por favor, acesse http://www.stf.jus.br/portal/
processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4515598.
Plenário considerou inconstitucional a contribuição
previdenciária de 15%, prevista na Lei nº 8.212/91
O Plenário do STF, por unanimidade, declarou, em decisão
proferida em 23/04/2014 (que ainda não foi publicada), a
inconstitucionalidade do art. 22, IV, da Lei nº 8.212/1991, que
prevê a incidência de contribuição previdenciária, à alíquota
de 15%, sobre o valor de serviços prestados por meio de
cooperativas de trabalho.
A Lei nº 9.876/1999, que inseriu a referida cobrança na
legislação tributária, revogou a Lei Complementar nº 84/1996,
na qual se previa a contribuição de 15% sobre os valores
distribuídos pelas cooperativas aos seus cooperados. O STF
entendeu que, ao transferir o recolhimento da cooperativa
para o prestador de serviço, a União Federal extrapolou
as regras constitucionais relativas ao financiamento da
seguridade social.
Isto é, na transferência da sujeição passiva da tributação, da
cooperativa, para as empresas tomadoras de serviço, teria
havido a desconsideração da personalidade da cooperativa.
Teria havido, ainda, indevida ampliação da base de cálculo,
tendo em vista que o valor pago pela empresa contratante
não se confunde com aquele repassado pela cooperativa ao
cooperado.
Tendo essa tributação violado a base de cálculo prevista no
art. 195, I, “a”, da Constituição Federal de 1988 –– que prevê
a incidência da contribuição previdenciária sobre a folha
de salários ––, foi reconhecida a inconstitucionalidade da
cobrança.
Para ler a íntegra do acórdão do Recurso Extraordinário nº
595.838/SP, por favor, acesse http://www.stf.jus.br/arquivo/
cms/noticiaNoticiaStf/anexo/RE595838.pdf
STF suspende a exigibilidade dos impostos supostamente devidos pela CETESB (Ação Cível Originária nº 2.304/SP)
STF declara a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária sobre serviços de cooperativas de trabalho (Recurso Extraordinário nº 595.838/SP)
Informativo EDIÇÃO Nº 6 MAIO 2014Informativo Tributário
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