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INFORME C3 - EDIÇÃO 03

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INFORME C3Edição 03 - Maio/ 2009"iLegal - Isso Póóóódi"Legitimação/Necessidade/ReconhecimentoA edição de maio "iLegaL - Legitimação, necessidade e reconhecimento" trata de questões sobre o legal e ilegal em diferentes áreas, sobre a legitimação de discursos e práticas em diferentes contextos. O que pode e o que não pode de acordo com escolhas individuais e coletivas.

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  • www.ferrazdesouza.com

  • Foto: Anderson de Souza

  • Capa:Cristian da Silva

    Foto: Wagner Ferraz

    Local:Porto Alegre

    Informativo FdeS passe a ser Informe C3: Porto Alegre/Canoas/So Leopoldo.Distribuio: Gratuita e ilimitada pelo territrio da internet.

    Direo: Wagner FerrazPesquisa e organizao: Processo C3Pesquisadores: Anderson de Souza, Francine Pressi e Wagner FerrazProjeto grfico e execuo: Anderson de Souza e Wagner Ferraz

    Contato: Wagner [email protected]

    Colaboradores:Paulo Duarte - Coimbra/Portugal

    Rodrigo Monteiro - Porto Alegre/RS/Brasilwww.teatropoa.blogspot.com

    T. Angel - Frrrk Guys - So Paulo/Brasilwww.frrrkguys.com

    prisciladavanzo - So Paulo/Brasil

    ano 01 - Edio 03 - Maio/2009

  • Terps Teatro de DanaPorto Alegre/RS/Brasil

    www.terpsiteatrodedanca.blogspot.com

    T. Angel - Frrrk GuysSo Paulo/Brasil

    www.frrrkguys.com

    Santander Culturalwww.santandercultural.com.br

    Paulo DuarteCoimbra/Portugal

    Rodrigo MonteiroPorto Alegre/RS/Brasil

    www.teatropoa.blogspot.com

    Walter Oikawa - FotgrafoSo Paulo/Brasil

    www.br.olhares.com/walter12

    Bauer StudioSo Paulo/Brasil

    www.bauerstudio.com.br

    Aline Pires, Aline Torchia e Priscilla DilellaSo Paulo/Brasil

    Fundao Iber CamargoPorto Alegre/RS/Brasil

    www.iberecamargo.org.br

    Instituto Ita CulturalSo Paulo/Brasil

    www.itaucultural.org.br

    Pumping Iron AcademiaCanoas/RS/Brasil

    Erticos Vdeos ClubPorto Alegre/RS/Brasil

    www.eroticosvideos.com.br

    Priscila DavanzoSo Paulo/Brasil

    Agradecemos tambm a todos que de forma direta ou indireta colaboraram com o Processo C3 Grupo de Pesquisa e com o Informe C3.

    Agradecimentos

    O Informativo FdeS se transformou. Para facilitar compreenso o Processo C3 Grupo de Pesquisa decidiu que o Informativo FdeS passa a ser Informe C3, as-sim como em breve o site www.ferrazdesouza.com se tornar www.processoc3.com. Nossos objetivos, desejos, dvidas e questionamentos continuam no mesmo forma-to e sendo dividido com os interessados em saber um pouco sobre o que andamos desenvolvendo.

    Mantemos neste 3 edio a idia de dividir os processos e buscas em pes-quisas relacionadas a Corpo, Cultura, Artes e Moda desenvolvidas pelos participan-tes do Grupo de Pesquisa Processo C3.

    A 2 edio resultou em novos colaboradores e novos leitores que entraram em contato para nos fazer perceber que devemos continuar com esse processo. Nesta edio temos priscilladavanzo de So Paulo e T. Angel tambm de So Paulo como novos parceiros que vieram a acrescentar com suas colaboraes. Ro-drigo Monteiro com sua Critica Teatral e o filsofo portugus Paulo Duarte que colabora com seus ensaios escritos sobre Corpo com foco voltado para Corpo e Religio continua conosco fortalecendo a parceria.

    Assim a edio que traz o ttulo iLegal - Isso Pdi, parte das questes que levam a pensar o que legal, ilegal, legitimado, legalizado, aceito, certo, errado, necessrio e permitido. Isso Pdi foi pensando na Dra Lorca, personagem do Programa Zorra Total da Rede Globo de televiso. Como a citada personagem tenho percebido o uso desse bordo por muitas pessoas nos territrios onde transito. Na inteno de explicarem o que pode, o que reconhecido, o que aceito e automa-ticamente o que tem sido legitimado, essas pessoas brincam com essa expresso e ao mesmo tempo esclarecem se algo permitido socialmente ou no.

    O Caderno de Campo onde os registros escritos e de imagens sobre outros meios onde no costumamos transitar continua trazendo nesta edio um pouco da investigao realizada na Erticos Vdeos Club em Porto Alegre/RS.

    Esperamos que o contedo que se segue nessas pginas possa levar os leitores a observar no seu dia-a-dia as questes abordadas.

    Ento deixamos as perguntas:O que legal e ilegal?O que pode e o que no pode?

    Um abraoWagner Ferraz

    Apresentao

    O Processo C3 Grupo de Pesquisa busca investigar os processos de construo do Corpo em diferentes contextos Culturais, relacionando com os discursos e prticas da Contempora-neidade. Tendo as artes, Moda e questes socioculturais como focos para tentar esclarecer e fortalecer interrogaes.

    Foto: Wagner Ferraz

  • ndice

    Ensaio 01 O corpo iLegal12

    Conscar19

    Project: Ang3l*: Inhuman to Posthuman23

    Legislao LIBRAS27

    Seminrio Malraux30

    Reflexio - Imagem contempornea francesa abre calendrio de artes visuais 2009 do Santander Cultural32

    Ensaio 02 - Moral(idades)!37

    Ensaio 03 - O Corpo e a norma(lidade)!39

    Ensaio Fotogrfico Corpo legitimado41

    Entrevista Des. Humanos61

    Rumos Ita Cultural 200969

    Leituras Indicadas72

    Crtica Teatral75

    Banco de Dados Terps77

    A massa da juventude pela arte e pelo futuro85

    Caderno de Campo: Erticos Vdeos Club89

    Fashion Way Canoas Shopping101

    Ensaio 04 Quem legitima uma tendncia de moda?111

    Quem quem?113

  • iLegal?

    Fotos: Wagner Ferraz

  • Ensaio 01Wagner Ferraz

    Este ensaio faz parte de um apesquisa em processo.

    iLegalO Corpo

    Foto: Wagner FerrazModelo: Rafael Dalmas

    12 - Informe C3 13 - Informe C3

  • O Corpo ilegal

    Legal uma expresso comumente usada para esclarecer e definir que algo, algum ou uma situao que est dentro de um contexto reconhe-cido como bom, adequado, interessante, e que tan-tas vezes serve de referncia para uma legalizao e legitimao. No dicionrio informal disponvel na internet legal descrito como Alguma pessoa ou coisa boa, divertida, interessante(1) .

    Essa legalizao esclarece que tudo o que est dentro de leis, de normas e de regras, pode ser talvez compreendido e aceito. O que le-gal para algum validado e aceito pelo mesmo e muitas vezes tambm por indivduos que consti-tuem os territrios onde esse algum transita.

    A noo de legalidade por oposio apre-senta a ilegalidade, a no norma ou anormalidade, o fora da lei, o no legal que pode ser compreendi-do como no adequado, que no deve ser aceito e automaticamente deve ser excludo.

    Em diferentes contextos a possibilidade de aceitao e legitimao est ligada aos costumes e valores vigentes. O que importante em um de-terminado meio pode ser legitimado, legalizado e acaba sendo descrito como legal.

    Dentro dessas perspectivas possvel pensar em como o suporte do sujeito SANTAELLA (2004:15) reconhecido e colocado em uma situ-ao de legal e/ou ilegal. Esse suporte o corpo descrito, construdo e legitimado de diversas formas em diferentes culturas.

    Cada grupo social com seus costumes e valores que se representam muitas vezes por c-digos que podem ser observados no corpo, cons-troem noes de um corpo legal, adequado, belo, perfeito, admirvel e automaticamente suas oposi-es.

    Isto determina o que cada indivduo pode ou no pode em cada territrio que transita. De acordo com suas necessidades, crenas e ideais o homem procura por artifcios que vo construin-do sua vida, sua identidade, seu comportamento e suas relaes. Esses artifcios ou tcnicas so determinados pelos indivduos desses territrios, dessa forma, cada ser poder ou no se utilizar de diferentes maneiras para buscar se representar e se construir dentro do que se pode ou no em cada grupo ou sociedade.

    MAUSS (1974) fala de tcnicas diretamen-te relacionadas ao corpo, e esclarece que as tc-nicas corporais so as maneiras como os indivdu-

    os, de todas as sociedades e de forma tradicional, sabem servir-se de seus corpos. Ento possvel pensar que em cada grupo ou sociedade os costu-mes e a forma de se utilizar o corpo so relativos e estaro sempre em uma busca de coerncia com seus valores, presos no que se pode ou no pode vivncia ou fazer. Isso esclarece que esse poder ou no poder, relativo de contexto para contexto e legitimado de formas diferentes, apresentando assim uma diversidade para se reconhecer o que legal e o que no legal.

    A busca pela legitimao

    O mundo ps-moderno que tem estado em foco de discusses que levantam as questes re-levantes sobre a globalizao e as formas de agili-dade e proximidade de diferentes culturas atravs das diversas formas de comunicao, como jornais, revistas, peridicos e em especial a internet, apre-senta muitas formas de se pertencer a um determi-nado meio.

    Para se ser aceito em um grupo ao qual no se pertence se faz necessrio muitas vezes, alm de outros fatores, portar caractersticas visuais que sejam reconhecidas como adequadas para aquele grupo. Para que assim o corpo seja reconhecido como legtimo daquele meio, como pea daquele jogo e automaticamente reconhecer o respectivo indivduo como legal, dentro das regras, normas e leis simblicas que dominam este territrio.

    Seria essa uma forma de se defender de possveis invasores que podem colocar em risco a vida, a moral e os ditos bons costumes dos indiv-duos de um determinado meio? Ou seria uma forma de tornar restrito o acesso a um grupo, instigando o desejo pela participao, e tornando esse grupo um sonho a ser alcanando e colocando-o automa-ticamente em uma situao elevada socialmente como algo especial, melhor, de destaque, de refe-rncia ou admirao? Seria essa uma estratgia para fortalecer a diviso dos grupos e tornar mais claros os motivos pelos quais algum excludo de um meio?

    Porm, no se pode negar que tudo isso so construes sociais que se fortalecem a cada dia, que j foram legitimas h muito tempo em mui-tos casos, mas tambm importante pensar que talvez em uma construo social, o fato de se inver-ter ou alterar as noes de espao, pertencimento e cdigos visuais que vo levar h um uma possvel aceitao no podem ser desconsiderados.

    Pois se hoje em um grupo aceito um in-divduo que tem cabelos loiros e no se aceita uma pessoa com cabelos azuis, isso pode comear a mudar a partir do momento em que a pessoa com cabelos loiros se apresenta com uma mecha azul influenciada por outros meios onde transita. Talvez nesse caso o azul nos cabelos possa vir a ser le-

    Foto: Wagner Ferraz

    Foto: Wagner Ferraz

    Foto: Anderson de Souza

    gitimado neste meio abrindo espao para pessoas com cabelos totalmente azuis. E quem sabe futura-mente para pessoas com cabelos vermelhos, laran-jas, pretos, verdes...

    Na dana

    Em alguns tipos de dana, ou em alguns grupos e Cias de dana, o corpo j legitimado com determinadas caractersticas, essas definies restringem outros corpos de participarem das obras coreogrficas e processos de pesquisa em danas desses grupos. Mas muitos grupos que buscam investigar diferentes possibilidades que movem o corpo na dana aceitam corpos que talvez no se-jam aceitos por outros.

    Porm muitas vezes os corpos so acei-tos desde que estejam disponveis para participar de uma determinada construo onde o certo, o legal, o legitimado ser imposto por um professor de dana, coregrafo ou diretor, que muitas vezes trazem a idia de uma libertao do corpo. Mas o que importante estar atento para o fato de essa libertao ser uma forma de construo sobre esse corpo.

    Casos como, em que um bailarino ou um no bailarino que est buscando danar, que apre-senta certas limitaes, ou no se identifica com certas formas de trabalho, visto como preso ao seu corpo e isso indica a necessidade de uma li-bertao, acabam passando por situaes que definem certa formatao do corpo com base no

    Ensaio 01Wagner Ferraz

    Este ensaio faz parte de um apesquisa em processo.

    14 - Informe C3 15 - Informe C3

  • pensamento cartesiano onde corpo e a mente so descritos como separados. Mas ser que os indiv-duos que se encontram nessas situaes conside-ram que realizar certas atividades que normalmen-te eles no realizam seja uma libertao?

    A noo de um corpo livre relativa de caso para caso, de meio para meio. Ento o profissional que se diz mediador entre uma obra e um corpo, muitas vezes assume um papel de Adestrador de Corpos fazendo referncias s idias de FOU-CAULT (1987) quando fala de um corpo adestrado em Vigiar e Punir.

    Talvez seja mais adequado pensar na idia de que esse corpo que est passando por essas tcnicas ou formas descritas como possibilidades de libertao, esteja passando por formas de cons-tru-lo para ser reconhecido como um corpo legiti-mado naquela dana. Mas isso no invalida a for-ma de vida que essa pessoa leva, se essa pessoa no se sente bem em cena e apresenta dificulda-des de realizar sua performance na frente de outras pessoas. No significa que seja um problema a ser resolvido.

    Nem sempre todas as pessoas querem ou devem ser de uma determinada forma, isso vai depender das buscas de cada um. Porm, esse indivduo que no quer se representar de uma de-terminada forma em cena para o pblico, talvez tenha que repensar sua participao em projetos cnicos, ao invs do coordenador, diretor, core-grafo seja l qual for o responsvel, se colocar num papel de libertar esse corpo e coloc-lo em cena como imagina. Mas se o homem vive em constante construo, tambm no pode ignorar a idia de que o libertador de corpos seja um facilitador nesse processo. Mas so apenas algumas formas de se ver e pensar nessas situaes que podem auxiliar na reflexo sobre como teria que ser um corpo para ser legitimado como adequado em um determinado trabalho de dana.

    Na moda

    A moda assume um papel que cria infinitas formas de legitimar costumes e comportamentos em pouco espao de tempo. Contando fortemen-te com o apoio de meios de comunicao, a moda apresenta de tempo em tempo formas de se repre-sentar para se ser aceito e poder ser considerado legitimo em um meio social.

    Para ser aceito e bem recebido em uma loja de shopping, muitas vezes precisa-se estar dentro do que a moda est indicando para ser usa-do, pois esses cdigos so fundamentais para se poder transitar em determinados locais. Facilitando assim que esses indivduos sejam reconhecidos como legtimos de certos meios, como exemplo da loja de shopping, onde um morador de rua com cer-teza no poder nem entrar, pois no uma pea legitima desse jogo.

    Porm, muito comum perceber que em camels, todo e qualquer sujeito considerado um legitimo cliente, pois basta passar em frente a uma banca, vestindo qualquer coisa, e com um corpo em qualquer condio que se abordado para re-alizar uma possvel compra. Ser que a noo de corpo e individuo legitimo em uma banca de came-l e totalmente relativa o que os leva a respeitar as diferenas? Ou ser que nesses casos o que conta o jogo comercial ou capitalista que trata de uma troca entre produto e moeda independente de quem deseja realizar a troca?

    Mas alm da imagem de uma pessoa que pode ser vista como cabide por carregar em si as roupas que foram legitimadas em um momento, tambm h os discursos e prticas que levantam as questes sobre as formas corporais adequadas.

    ... em nossa cultura contempornea, seria a grande importncia que se atribui imagem, privilegiando determinada organizao eleita pela moda e pelo corpo. Neste sentido, a moda interfere no delinea-mento da prpria plstica do corpo. CASTILHO E MARTINS (2005:93)

    Atualmente se vive a moda das cirurgias estticas, esse tipo de interveno no corpo j to legitimada que evedencia e destaca os indivdu-os que aderem a essas. Trata-se de uma constru-o das estruturas do corpo para torn-lo legitimo e facilitar a aceitao em vrios contextos sociais e culturais.

    Porm as modas do corpo, nem sempre so apenas formas de se alterar para se colocar numa situao de ser transformado por uma cultu-ra que exclui cruelmente quem no adere as suas possibilidades de buscar um pertencimento. O caso de uma mulher que vive nos Estados Uni-dos que passou por uma cirurgia de transplante de rosto, permitindo que ela novamente pudesse co-mer e respirar sem o auxilio de aparelhos. Connie

    Foto: Anderson de Souza

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    Foto: Anderson de Souza

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    Culp(2) teve seu rosto desfigurado ao ser atingi-da por um tiro no rosto disparado por seu marido em 2004. Chamada at de monstro Connie Culp deu uma entrevista coletiva pedindo para que as pessoas desfiguradas no sejam julgadas. No site www.abril.com.br (3), pode-se acessar uma mat-ria sobre este caso com uma frase da personagem principal desta histria: Quando algum no to bonito quanto vocs, no o julguem, porque vocs nunca sabem o que aconteceu com elas. Porm a noo de beleza pode ser considerado um dos fato-res que em alguns grupos sociais seja fundamental para ser poder ou no se inserir nos contextos.

    Nas deficincias

    A pessoa com deficincia (4) alm de gran-des situaes onde impera o pr-conceito tambm enfrenta dificuldades de acesso a determinados lo-cais, como as pessoas com deficincia fsica, visual e de comunicao como o caso das pessoas com surdez.

    Mas existem outras dificuldades que essas pessoas enfrentam por no serem consideradas muitas vezes como legitimas de certos meios em que transitam ou tentam se aproximar. A noo de normalidade est vinculada a um conjunto de com-portamentos e possibilidades de performance fsi-ca que muitas vezes no permite uma flexibilidade onde pessoas que no alcanam uma certa meta esperada possam se inserir. Uma pessoa que no se comunica oral-mente, mas sim atravs da LIBRAS (Lngua Bra-sileira de Sinais)(5), pode no ser vista como le-gitima em locais onde ningum tem acesso ou domine essa forma de comunicao. Assim o que resta aos indivduos surdos (em alguns casos) e vi-ver em grupos restritos onde a LIBRAS dominada por muitos.

    J uma pessoa com deficincia fsica traz em si estigmas que so facilmente percebidos vi-sualmente, e isso influncia muito no outro consi-derar esse corpo legal, legitimado ou no. Pois, um cadeirante ou uma pessoa que usa prteses nas pernas pode no ser aceito em um grupo como o caso do velocista africano Oscar Pistorius. Ele no alcanou a tempo mnimo para participar das olim-padas em Pequin no ano 2008.

    Foi possvel perceber que a notcia se es-palhou falamdo de sua incapacidade de alcanar o tempo mnimo frisando sempre o fato de Oscar usar prteses nas duas pernas. Isso fortalece a imagem de no aceitao social como o que foi citado no Blog do Cardoso www.carloscardoso.com onde o autor diz:

    Tem aleijado que no se enxerga. Esse tal de Os-car Pistorius, ao invs de ficar sentado o dia inteiro em uma cadeira de rodas com um cobertor tam-

    16 - Informe C3 17 - Informe C3

  • pando as pernas (ou o que sobrou delas) resolveu virar atleta. Sabem aquela menina gorda que a me compra roupa de ballet? Mesma coisa. Ao in-vs de ficar em casa fora de nossas vistas, rezando por um milagre (intil, Deus Odeia Amputados) ele resolveu virar atleta, somente para ser ridicula-rizado por pessoas saudveis e inteiras como eu. Ele no pode ter a pretenso de conseguir superar pessoas normais. Vejam vocs, competindo com atletas de verdade o Pistorius se arrastou, pratica-mente de muletas, correndo 400 metros em INTER-MINVEIS 46,25 segundos. Muito distante do n-dice MNIMO para Olimpada, de 45,55 segundos. E seria at injusto comparar o pobre aleijado com o recorde MUNDIAL de 400m rasos, nos ps de Michael Johnson, com 43,18 segundos. Entendeu, aleijadinho? Voc e suas perninhas de brinquedo no tem como competir com um atleta de verdade, voc MAIS DE TRS SEGUNDOS MAIS LEN-TO do que o campeo mundial na categoria. Se enxerga.(6)

    No final do texto o autor ainda pede para desconsiderar o tempo que outras pessoas levam para percorrer 400m. Pois possvel pensar que quando no se trata de um atleta ou algum que treina apenas por prazer e no compete, outras pessoas no alcanam o tempo de 46,25 segundos no percurso de 400 metros. Porm o fato de Os-car usar prteses nas duas pernas tem um grande peso que apresentando no texto do blog citado anteriormente como uma declarao de no aceita-o e de pr-conceito.

    Concluso

    Talvez no seja uma concluso, mas uma forma de encerrar frisando a importncia de levan-tar mais questes sobre as idias apresentadas acima. Levando-se em considerao que todo cor-po pode ser considerado legal e ilegal, tudo depen-de de como cada meio constri as noes de cor-po, aceita e reconhece, depende do contexto e de quem olha pra esse corpo.

    Nota:

    (1)Dicionrio Informal: http://www.dicionarioinfor-mal.com.br/buscar.php?palavra=legal&x=23&y=13Acessado em 07/05/2009

    (2)http://www.abril.com.br/noticias/mundo/pacien-te-passou-pelo-primeiro-transplante-rosto-eua-apresentada-468422.shtmlAcessado em: 06/05/2009

    (3)Idem 1.

    (4)Termo escolhido para ser usado quando se for falar de pessoas ditas deficientes, conforme: PAIM, Paulo. Estatuto da Pessoa com Deficincia: A natureza Respeita as Diferenas. 7. ed. Braslia: Senado Federal, 2007.Reconhecida como lngua atravs da lei ...

    (5)LIBRAS: Reconhecida como Lngua Brasileira de Sinais pela Lei Federal n 10.436, de 24 de abril de 2002.

    (6)http://www.carloscardoso.com/2008/07/21/atle-ta-sem-duas-pernas-no-se-qualifica-pras-olimpa-das-um-invlido-mesmo/ Acessado em: 07/05/2009

    Referncias:

    CASTILHO, Kathia e MARTINS, Marcelo M. Discur-sos da Moda: semitica, design e corpo. 2 Ed. So Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2005.

    MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. Volu-me II. Trad. Lamberto Puccinelli. So Paulo: EPU, 1974.

    SANTAELLA, Lucia. Corpo e comunicao, sinto-ma da cultura. So Paulo: Paulus, 2004.

    Imagem pesquisa-da em: http://blog.sierratrdingpost.com/in-outdoors-camping-gear-forest-trails/dou-ble-amputee-sprinter-barred-fromolympics/Acessada em: 04/04/2009

    Foto: Wagner Ferraz

    18 - Informe C3 19 - Informe C3

  • Conscar Terceira edio do evento voltado para a escarificao, traz como proposta o encontro e aproximao de artistas e entusiastas da prti-ca, em prol da troca de conhecimento, informa-o e ampliao de tcnicas.

    Essa edio do evento conta com a or-ganizao de T. Angel, que tem em seu curr-culo a organizao da primeira conferncia de body mod e body art do Brasil, Frrrkcon. Tam-bm organizador responsvel por todas as Frrrk Guys Parties, que acontecem desde 2006 na noite paulistana. Alm disso, o evento conta com o apoio do estdio Iritsu Tattoo Shop, local onde se realizaram as duas primeiras edies da Conscar. O evento reunir os principais nomes da escari-ficao nacional (ver quadro abaixo).

    Diferente das outras edies que eram separadas em dois dias, essa edio se concen-trar em um nico dia, afim de que todos pos-sam desfrutar de bons momentos juntos. Outra novidade que se destaca a exposio fotogrfica Horror Corporis: Imagens de um FreakShow de Breno Menini.

    Se voc sempre quis fazer uma escari-ficao eis o momento certo, entre em contato pelo e-mail [email protected] e agende o seu horrio com o artista de sua preferncia!No dia do evento voc tambm poder comprar produtos Frrrk Guys, no percam!

    ARTISTAS PARTICIPANTESDark Dreak - SPGordinho SPGordex SPJoo Caldara RJLuciano Iritsu SPPaulo Vitor SPRaldy SPValnei - PE

    Material enviado por T. Angelwww.frrrkguys.com

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    Vivemos no efmero mundo de seres desumanos e fragmentados, consumidos por suas prprias aes au-tofgicas, auto-destrutivas e parasitas. Caminhamos num universo de relaes deturpadas, corrompidas e mecani-zadas. Sem exceo!

    Tudo o que nos restou foi um elo perdido de ventrloquos e marionetes, que alternam seus papis elo-qentemente, todavia, alienados de sua prpria condio. Cruzam-se freneticamente, mas no se vem, cegos. Se batem, se tocam, mas no sentem uns aos outros, anes-tesiados. To pouco sentem odor, nem ruim e nem bom, ansmicos. Gostos so quase todos desgostos, ageune-sia. As palavras no chegam aos ouvidos, pois elas mal ultrapassam os lbios.

    A grande e intransponvel muralha desumana est posta. Edificada em carne, ossos, vsceras e sangue. O ser desumano o grande imperador em seu Imprio de Alienaes.

    Cegueira e inconscincia da existncia de um mundo que seja maior que a cicatriz que se carrega no ventre. O desumano aglutina-se e agoniza em suas pr-prias idias teomanacas, megalomanacas e doentes.

    Ser desumano, objeto inanimado e senhor de sua prpria escravido social.

    Cria-se a necessidade de um novo ser. Anseia-se um corpo que seja objeto animado, consciente e ativo, o messias. Liberto e libertador.

    Inicia-se a transformao de um desumano em ps-humano, atravs da hibridizao de um corpo j pr-existente, que servir como suporte para ser concebido o prottipo messias: Ang3l.

    O objetivo do prottipo exercitar o processo de reflexo, atravs do estupro de mentes desumanizadas, na tentativa da recuperao e evoluo das mesmas. A libertao do miasma onde tudo efmero e finito.

    Fazer valer o msculo que pulsa na caixa tor-cica e utilizar a massa cinzenta para edificao de uma nova era. Afinal de contas, no adianta ambicionar vida em Marte quando ainda no conseguimos abraar uns aos outros com naturalidade e conscientes que estamos, todos, intimamente interligados, como um grande e nico organismo, e que precisamos uns dos outros para conti-nuarmos aqui.

    O ps-humano eterno por transcender a sim-ples casca frgil, o corpo.

    Project: Ang3l*Inhuman to Posthuman

    * Project: Ang3l um trabalho que utiliza a perfor-mance como linguagem para contar a fico de transformao de um desumano em ps humano. Influenciado por Sci Fi, Terrorismo Potico e Body Hacktivism o trabalho discute as relaes humanas utilizando o corpo do artista como mdia para tal. Project: Ang3l est dividido por partes e temas. Iniciado em 2008 por T. Angel, o trabalho est atu-almente em andamento.T.Angel

    Fotos: Walter Oikawa

    Fotos: Walter Oikawa

    22 - Informe C3 23 - Informe C3

  • iLegal?

    25 - Informe C3

  • Legislao de LibrasLEI N 10.436

    DECRETO N 5.626, DE 22/12/2005

    LEI N 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.

    Dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais - Libras e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1o reconhecida como meio legal de comunicao e expresso a Lngua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expresso a ela associados.

    Pargrafo nico. Entende-se como Lngua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicao e expresso, em que o sistema lingstico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical prpria, constituem um sistema ling-stico de transmisso de idias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

    Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder pblico em geral e empresas concessionrias de servios pblicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difuso da Lngua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comuni-cao objetiva e de utilizao corrente das comunidades surdas do Brasil.

    Art. 3o As instituies pblicas e empresas concessionrias de servios pblicos de assistncia sade devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficincia auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.

    Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a incluso nos cursos de formao de Educao Especial, de Fonoaudiologia e de Magistrio, em seus nveis mdio e superior, do ensino da Lngua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parme-tros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislao vigente.

    Pargrafo nico. A Lngua Brasileira de Sinais - Libras no poder substituir a modalidade escrita da lngua por-tuguesa.

    Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 24 de abril de 2002; 181o da Independncia e 114o da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSOPaulo Renato Souza

    Texto publicado no D.O.U. de 25.4.2002

    Informaes pesquisadas em www.libras.org.br no dia 05/05/2009.

    27 - Informe C3

  • Encontro reuniu especialistas fran-ceses e brasileiros para discutir po-ltica cultural, indstria cultural e pa-trimnio.

    Nos dias 23, 24 e 25 de abril, na programao de abertura do Ano da Frana no Brasil aconteceu no San-tander Cultural (Porto Alegre/RS) o Seminrio Malraux, com a presena de trs especialistas franceses e com a interlocuo com brasileiros para discutir poltica cultural, indstria cultural e patrimnio.

    Criado em 1961 pelo governo Francs, as edi-es do seminrio Malraux (que fazem uma homenagem a Andr Malraux escritor, crtico e ativista poltico, trs vezes ministro de Estado da informao e da cultura do governo Charles de Gaulle) visam a efetuar, juntamente com outros pases, uma reflexo conjunta sobre temas como o papel da poltica pblica da cultura, o financia-mento da cultura, a descentralizao cultural, a proteo do patrimnio e a capacitao na rea de gerenciamento da cultura.

    Os primeiros encontros do Seminrio Malraux foram em 1994, idealizados pelo governo francs como resposta aos interesses de outros pases para conhecer a experincia cultural francesa. No Brasil, o Santander Cul-tural foi o palco nacional para as palestras do Seminrio Malraux de 2009. O seminrio aconteceu simultaneamen-te mostra Reflexio: Imagem Contempornea da Frana, que entrou em cartaz no dia de 24 de abril de 2009.

    O primeiro dia do seminrio (dia 23 de abril de 2009) contou com a conferncia de Anita Weber (Frana), a presena de Danilo Miranda (Presidente do Comissa-riado do Ano da Frana no Brasil, Srgio Mamberti atual Presidente da Funarte (Fundao Nacional das Artes), alm de outras pessoas influentes e preocupadas com questes voltadas para cultura no Brasil.

    Anita Weber falou sobre Panoramas institucio-nais da cultura na Frana e no Brasil - as polticas cultu-rais francesas: quais especialidades, a fala de abertura a comentrios ficaram por conta de Srgio Mamberti.

    Weber destacou que o histrico poltico, social e intectual da Frana se constitui por um modelo de polti-ca cultural, que tem sido reconhecido por outros pases como um formato que tem funcionado muito bem. Dentre tantas coisas que explicou sobre como funciona a polti-ca cultural Francesa disse que o estado sempre esteve

    ligado aos saberes e questes do esprito e da arte. O estado (Frana)sempre se preocupou, incentivou e finan-ciou a cultura, segundo a representante francesa: A cul-tura sempre uma questo de estado, uma questo de poder pblico.

    Os franceses so incentivados desde a infncia a buscar uma formao em arte. Na Frana existem muito apoio aos artstas, instituies, teatros, salas de conserto, escolas de formao em arquitetura, artes, conservatrio de dana, msica... Trata-se de permitir que cada um te-nha a formao artstica de sua escolha. No s amar a arte, mas praticar a arte. Weber.

    ANITA WEBER (Frana), com formao em letras, pro-fessora universitria e membro de diversos gabinetes da Educao Nacional, atualmente Inspetora geral de as-suntos culturais do Ministrio da Cultura e da Comunica-o da Frana . Na rea acadmica, encarregada de cursos de mestrado, na Universidade de Dauphine, em que trata da questo do desenvolvimento das polticas culturais e da descentralizao. tambm autora de ar-tigos em diversas revistas especializadas. Apresentao, interlocuo e comentrios: SERGIO MAMBERTI, presi-dente da Funarte, Fundao Nacional de Arte.

    No segundo dia do seminrio acompanhamos a conferncia de Sophie Walhain (Frana) com apresen-tao, interlocuo e comentrios de Luiz Fernando de Almeida (Brasil), Presidente do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional. Com o tema Proteo do Patrimnio e preservao; atualidades e prticas, Sophie falou sobre Paris, apresentou mapas do sculo XVI, do ano 2007 e 2007, explicando sobre a arquitetura e patri-mnio Parisiense. E ressaltou que importante promover uma poltica que proteja a histria e vida moderna para pensar o centro da cidade como espao para viver e tran-sitar em melhor condio.

    Na frana a qualidade de vida dos habitantes uma pprioridade Sophie Walhain.

    Alguns momentos...Wagner Ferraz

    Sophie Walhain (Frana) e Luiz Fernando de Almeida (Brasil).SOPHIE WALHAIN (Frana) , arquiteta do patrimnio da Frana desde 1993, diplomada pela Escola Nacional Su-perior de Belas Artes de Versailles. De 2004 a 2008, foi chefe adjunta do servio departamental de arquitetura e do patrimnio de Paris. Foi conservadora do Louvre e das Tuileries,do Arco do Triunfo, da Conciergerie, e da Sain-te Chapelle e conservadora e administradora do Palais-Royal, das Tuileries e da catedral de Notre-Dame. Atual-mente, encarregada das residncias presidenciais. LUIZ FERNANDO DE ALMEIDA (Brasil), Presidente do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional.

    E no ltimo dia do seminrio tivemos o prazer de ouvir Frdric Martel (Frana) com a conferncia Uma Geopoltica das Indstrias Culturais - um viso crtica das indstrias culturais no mundo, fala de abertura e comen-trio Ana Carla Fonseca Reis (Brasil).

    Frdric falou sobre questes territoriais, sobre a indstria do cinema, a distribuio desses filmes pelo mundo, a busca de artstas do cinema e da msica em ou-tros territrios onde seu produto, sua arte posso ser bem acolhida pelo sistema cultural.

    Ana Carla lanou questes como: De que territri-so estamso falando? De que nos interessa isso? E pontuo as questes relativas sobre as alianas entre o pblico e o privado.

    De acordo com Frdric, as idias, a criatividade so questes fundamentais para se falar na distribuio dos produtos culturais. Explicou como se d a produo de cinema na Frana. Cada filme que entra em cartaz na Frana, independente do pas que ele venha, 10% da bi-lheteria fica para a produo do cinema frances.

    Isso significa que, quanto mais um filme estran-geiro fizer sucesso na frana e lotar as salas de cinema, haver mais possibilidades de produzir filmes franceses.

    Como disse Frdric: Na frana no temos petrlio, mas temos idias.

    Martel muito bem humorado e digno de admirao por seu domnio com os assuntos abordados e boa inte-rao com os presentes (assim tambm como Ana Caral), encerrou a conferncia dizendo: Continuem sendo Bra-sileiros e construam suas Polticas Culturais Brasileiras.

    Luiz Fernando de Almeida (Brasil) incerrou a con-ferncia lanando uma pergunta e esclarecendo a impor-tncia da mesma: Que qualidade de vida ns queremos nas cidades em que vivmos?. Segundo ele essa per-gunta fundamental para criar legitimidade para se pen-sar em polticas pelo patrimnio.

    FRDRIC MARTEL (Frana), escritor, jornalista, socilo-go, professor e pesquisador Escritor e jornalista, adido cul-tural na Embaixada da Frana nos Estados Unidos (2001-2005). doutor em sociologia e atualmente prepara para a editora Gallimard, uma obra sobre as indstrias culturais atravs do mundo, em torno globalizao da cultura e do soft power. Tambm professor, na Sciences Po Paris e no MBA dHEC. Apresenta, na France Culture, todos os sbados, Massa Crtica, a revista das indstrias culturais e das mdias um dos principais programas do final de semana, disponvel em podcast na internet. ANA CARLA FONSECA REIS (Brasil), economista e administradora pblica, consultora em economia criativa para a ONU.

    Ana Carla Fonseca Reis (Brasil) e Frdric Martel (Fran-a).

    Agradeo ao Santander Cultural pela autorizao para fotografar o evento e pelo envio de matrial para auxiliar na produo deste trabalho.

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    30 - Informe C3 31 - Informe C3

  • Jean

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    Produits (Nu Assis), Berlim, 4 de agosto de 1996Fotografia em cibracrome, 90 X 110 cm

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    Potsdamer Strasse, Berlim, 1996-1997serigrafia sobre papel, 186 X 120 cm

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    Sans titre (Les personnages avec Ilham Riffi), 2000-2001Fotografia, 100 x 130cm

    Imagens e texto de divulgao. Material enviado pela Assessoria de Imprensa do Santander Cultural.

    Imagem contempornea francesa abre calendrio de artes visuais 2009 do Santander Cultural

    Reflexio: Imagem contempornea na Frana faz parte das iniciativas oficiais do Ano da Frana no Brasil e rene nomes expressivos da fotografia francesa atual, numa mostra in-dita.

    A mostra Reflexio: Imagem contempornea na Frana, em exposio a partir de 24 de abril, o projeto do Santander Cultural para a agenda de intercmbio internacional, inserida no calendrio oficial do Ano na Frana no Brasil. A iniciativa, que tem a parceria dos Comissariados Francs e Bra-sileiro, o CulturesFrance e os Ministrios da Cultura e das Relaes Exteriores, rene artistas com car-reiras consagradas no circuito internacional e extre-mamente respeitados pela crtica especializada.

    A curadora Ligia Canongia, crtica de arte e curadora independente brasileira, que residiu em Paris por nove meses, declara que um dos objeti-vos da mostra oferecer um panorama da nova fotografia francesa no mbito das artes visuais con-temporneas. Patrick Tosani, Catherine Rebois, Suzanne Lafont, Eric Rondepierre, Jean-Luc Mou-lne e Valrie Jouve apresentam linguagens distin-tas e edies de montagem particulares, apresen-tando ao pblico algumas formas da fotografia se articular, hoje, como expresso da arte.

    A programao de abertura do Ano da Frana o Santander Cultural alia outro destaque. O Seminrio Malraux, que ocorre no mesmo perodo da abertura da mostra - 23, 24 e 25 de abril, com trs especialistas franceses e com a interlocuo com brasileiros para discutir o papel da poltica p-blica da cultura, o financiamento da cultura, a des-centralizao cultural, a proteo do patrimnio e a capacitao na rea de gerenciamento da cultura.

    Compreender o contexto contemporneo ligado fotografia tem sido um dos focos de ini-ciativas do Santander Cultural. A instituio vem realizando importantes mostras com linguagens fotogrficas, todas inseridas numa proposta de re-fletir as possibilidades de interpretao a partir da imagem, como as exposies: Olho Vivo Cartier Bresson e os 50 anos da arte fotogrfica brasileira (2004/2005), Hiper relaes eletrodigitais (2004), O Gro da Imagem - panorama da obra de Vera Cha-ves Barcellos (2007) e FILE POA/RIO (2008).

    Para Liliana Magalhes, superintendente do Santander Cultural, participar do Ano da Fran-a no Brasil reafirma o papel da instituio como agente de desenvolvimento ligado integrao de expertises: estamos satisfeitos em colaborar com essa agenda realizando uma mostra de flego que apresenta a arte contempornea de ponta e traz em seu cerne a reflexo sobre a imagem. Ao mes-mo tempo, com a realizao do Seminrio Malraux, proporcionamos a troca do conhecimento para fa-zer face as demandas globais da cadeia produtiva cultural.

    32 - Informe C3

  • Sans titre (Les personnages avec E.K.), 19971998Fotografia, 115 x 148cm

    Valrie JouveE

    ric Rondepierre

    Eden (2005-2007)Ilfochrome sobre alumnio, 86 115 cm

    Suz

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    Portrait n17, 1985130 100 cmfotografiaADAGP

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    Ongle n7, 1990120 x 120 cmfotografiaADAGP

    Reflexio: Imagem contempornea na Franapor Ligia Canongia

    Reflexio a origem etimolgica latina de dois termos que usamos em nossa lngua: reflexo e reflexo. Signi fica tan-to a mudana de direo de ondas luminosas o que nos remete prpria fotografia e sua gnese mecnica quanto trabalho de pensamento de um sujeito o que nos reporta reflexo, como ato de pensar.

    Esta palavra, Reflexio, que constitui o ttulo e a iden-tidade da exposio, traz, portanto, nela mesma, a sntese da questo que se quer abordar: a fotografia contempornea como linguagem, e como forma de pensar o mundo e a prpria arte.

    Estamos, ento, diante de um fenmeno a fotografia - que , ao mesmo tempo, uma tcnica ligada qumica e ao campo tico, mas tambm diante de um universo de pensamento, em que as imagens interrogam e transformam a realidade.

    A discusso sobre a insero ou no da fotografia no campo da arte uma velha questo, que ficou relegada aos primrdios do sculo xix, quando ainda se pensava que a fotografia era ape-nas um instrumento de documentao realista.

    Hoje, a fotografia deixou de ser compreen-dida como um mero dispositivo mecnico, que ape-nas imita ou representa o real, para se tornar uma experincia de constituio da imagem, com ca-pacidade para discutir, interpretar, construir ou re-fundar o mundo a nossa volta. Com isso, de mera reproduo, ela passa a ser entendida como ato de um sujeito, capaz de instituir e recortar campos da realidade, para instaurar questes estticas, ticas e polticas.

    A exposio Reflexio: Imagem contempo-rnea na Frana pretende demonstrar como os artistas podem trabalhar hoje com esse suporte, criando linguagens e formas de abordagem varia-das, situaes e edies visuais novas, enfim, ma-neiras de colocar seus recortes a servio de uma viso de mundo universal.

    Reflexio uma exposio integrada ao Ano da Frana no Brasil, e parte do princpio de que as novas mdias sobretudo a fotografia e o vdeo so a tnica da produo contempornea francesa, desde as ltimas duas dcadas.

    Os artistas que foram selecionados so al-guns dos principais representantes dessa prtica na Frana, com carreiras consagradas em seu pas e no circuito internacional, respeitados pela crtica, e j difundidos mundo afora.

    Todos se conhecem entre si, respeitam-se mutuamente, mas jamais suas obras foram exibi-das juntas em um evento. Portanto, para eles mes-mos, a oportunidade no Santander Cultural nica e estimulante.

    Para o pblico brasileiro, ser uma chance rara de conhecer notrios artistas da cena france-sa, cujas produes possivelmente deixaro resso-nncias, alm de contribuir para o melhor entendi-mento da linguagem fotogrfica contempornea.

    Os artistas selecionados so: Catherine Rebois, Eric Rondepierre, Jean-Luc Moulne, Pa-trick Tosani, Suzanne Lafont e Valrie Jouve.

    Patrick Tosani e Catherine Rebois discutem a questo do corpo no universo da imagem - como enfrentar a presena da corporeidade num meio virtual por excelncia, ou como inventar um corpo sem matria, to somente imagem e imaginao.

    Suzanne Lafont e Eric Rondepierre discu-tem, nesta exposio, a possibilidade da fotografia intervir sobre outros meios da cultura, re-propondo suas linguagens originais em outros termos. Ambos se alimentam do cinema como fonte. Rondepierre recorta, monta, estabiliza e modifica o fluxo do mo-vimento no cinema. Suzanne Lafont constri cenas dramticas, em cliques fotogrficos estveis, mas com uma edio cinemtica, ou seja, que se repor-ta montagem tradicional dos filmes.

    Jean-Luc Moulne e Valrie Jouve investi-gam a realidade banal da vida cotidiana, quer pela anlise da vida nas grandes metrpoles - nos seus refugos ou nos seus luxos, quer nos produtos da publicidade, ou ainda no comportamento e expres-ses humanas do dia-a-dia annimo e errtico.

    Apesar das questes singulares e particu-lares ao universo de cada um, esses artistas esto conscientes do papel que a fotografia desempenha no circuito de arte mundial, desde os anos 1980, e buscam estabelecer relaes da mdia com a socie-dade, a paisagem, a cultura, a informao e mesmo com a prpria histria da arte.

    Reflexio uma exposio inte-grada ao Ano da Frana no Bra-sil, e parte do princpio de que as novas mdias sobretudo a foto-grafia e o vdeo so a tnica da produo contempornea france-sa, desde as ltimas duas dca-das.

    34 - Informe C3 35 - Informe C3

  • Catherine R

    ebois

    Desmesure n15, 2008fotografia 80 120 cm

    Catherine R

    ebois

    Desmesure n8, 2008fotografia 80 120 cm

    Reflexio: Imagem contempornea na Frana

    Local: Santander Cultural, Rua Sete de Setembro, 1028Data: a partir de 24 de abril de 2009*23 de abril coquetel de abertura para convidadosHorrio: Teras s sextas-feiras das 10h00 s 19h00 Sbados, domingos e feriados das 11h00 s 19h00

    Entrada franca

    Sobre a fotografia contempornea

    Nos anos 1980, a fotografia despontou como a mdia mais explorada na produo da arte contempornea. Mas o aspecto ficcional e espeta-cular das experincias ps-modernas dessa dca-da foi substitudo, nos anos seguintes, por um de-sejo de se restaurar o Real e recuperar imagens oriundas da banalidade e do cotidiano. Esse novo impulso passou a relevar cenas econmicas e ob-jetos comuns, acentuando o carter derrisrio e or-dinrio das coisas do mundo. Com aluses obra de Marcel Duchamp, essa manifestao do banal na fotografia participava, nos anos 1990, de um movimento de des-sublimao da arte, assim como de certa reteno emocional. Sem indexar, contu-do, um universo estvel e racionalista, a arte do banal era infiltrada pela inquietude, e no chegava a eliminar a presena do sujeito e dos sentidos da obra. Uma contra-corrente hegemonia da arte do banal, porm, surgiu de maneira minoritria, mas com grandes ambies tericas, desta vez li-gada a referncias da cultura ocidental e ao dilogo direto com a Histria. Essas fotografias, conside-radas eruditas, requeriam cenografias meticulo-sas, simulao de reconstituies histricas e tea-tralizao gestual, fazendo igualmente remisso evoluo das formas na pintura. Em busca de certa esttica da beleza, essas obras refutavam o kitsch e os mass media, mas sem perder a dimenso do humor e da ironia. Exemplo maior dessa tendncia tem sido apontado na obra do canadense Jeff Wall que, no entanto, soube confrontar a high art cul-tura de massa, assim como s tradies conceitu-ais e polticas das vanguardas histricas.

    Outra tendncia que surgiu na ltima d-cada foi a que se voltou para a explorao da pai-sagem, da idia de territrio e da urbanidade. So fotografias ligadas a uma tradio clssica, aplica-das ao desejo de recuperar a temtica da paisa-gem, assim como a de cenas urbanas, periferias, estradas, terrenos abandonados, edifcios ou ru-nas. Com o objetivo de traduzir a relao do ho-mem com as paisagens de hoje, essas fotografias tocam na questo do desencantamento, do caos, da desarticulao e da melancolia, assim como em questes polticas que partem dos guetos sociais, da utopia do progresso, da arquitetura de sobrevi-vncia e dos aparelhos de informao e seguran-a. Por ltimo, pode-se falar ainda, no panora-ma contemporneo, de uma fotografia que renova a tradio do gnero documental, erigida, desta vez, contra o futurismo suspeito da idia do ps-humano e contra o pensamento do simulacro, prprio filo-sofia de Baudrillard. Esse retorno ao documento, que se pronuncia, por exemplo, na obra de Jean-Luc Moulne, explica-se pela igual necessidade de um retorno ao Real e de novas formas de conscin-cia do capitalismo. Outros motivos podem ser ainda levantados para justificar a retomada da fotografia enquanto documento, como a crise da informao

    e das mdias de massa, o questionamento dos mo-delos jornalsticos dominantes e a reflexo sobre o Ocidente confrontado com o terrorismo internacio-nal*.

    *Observaes feitas a partir de texto de Dominique Ba-qu, in Quest-ce que la photographie aujourdhui?, edi-o especial da revista Beaux Arts, Paris, 2007.

    Sobre os artistas e suas questes

    Jean-Luc Moulne define seu trabalho como Quadros fotogrficos , contudo, nessa definio, no se refere ao gesto do pintor, ou figurao, mas a uma relao com a plstica e com a pesquisa sobre o estatuto do objeto. O artista nasceu em 1955, na Frana, onde vive e trabalha. Aps uma licenciatura em Letras e um mestrado em pedagogia de Artes Plsticas na Paris 1 Sorbonne, comea a trabalhar e freqentar o meio de publici-dade. Em 1990, dedica-se definitivamente arte, ao mesmo tempo em que ensina em escolas de arte. Seu trabalho fotogrfico interroga as fronteiras entre a arte e o documentrio, a linguagem publici-tria e os cdigos da percepo artstica. Realizou diferentes sries, como Monumentos de Paris e Objetos de greve, esses confeccionados original-mente como manifestao, Produtos da Palestina e ainda fotos sobre as colees do museu do Lou-vre.

    Valrie Jouve aborda a fotografia enquan-to sociologia, e interroga o individuo e seus hbi-tos. Atualmente, trabalha com constncia sobre deslocamentos que permitem questionar a noo de realidade. Aps uma licenciatura em Etnologia na Universidade de Lyon II, Valrie Jouve entra na Escola Nacional Superior de Fotografia, em Arles, Frana, de onde sai diplomada. Por vezes, a artista realiza algumas mise-en-scnes em suas imagens fotogrficas, assim como filmes. Suas imagens pa-recem tomar o lugar de atores; elas testemunham universos familiares, sublinhando a a estranheza. Patrick Tosani trabalha particularmente sobre a per-cepo das formas e do espao, a fim de proble-matizar, nesses campos, certas questes. Ele nos d a ver objetos do cotidiano, colocando-os em um espao geomtrico com perspectivas particulares.

    Patrick Tosani estudou arquitetura e, em seguida, tornou-se fotgrafo. Nasceu em 1954 em Boissy lAillerie, no Val dOise, Frana. O artista apresenta-nos corpos vistos por baixo, interiores de vestimentas, na srie intitulada Mscaras, sapa-tos plenos de leite. Patrick Tosani reflete igualmente sobre a presena do humano, ao qual ele d corpo, mesmo em sua ausncia de materialidade na ima-gem. A questo : onde e como se situa um corpo no espao, qual seria seu lugar?

    Catherine Rebois trabalhou muito sobre o corpo e o retrato, a forma e o contedo, assim como sobre a defasagem entre o pensamento e a realidade exterior. Seu interesse recaa sobre o pa-

    radoxo do ser dividido em dois, entre a percepo e a rea-lidade. Na srie Estado lugares, a noo de repetio da imagem era bastante manifesta, e confirmou-se em seus filmes fotogrficos, nos quais ela trabalha, em geral, so-bre os prprios lugares da exposio. Outra questo im-portante a confrontao da imagem fixa ao movimento. Catherine Rebois diplomada pelo Conservatrio Livre do Cinema Francs. Tornou-se fotgrafa e trabalha para a imprensa. Possui mestrado em Esttica das Artes Plsti-cas e da Fotografia. Seu trabalho fotogrfico questiona a desconstruo da imagem, a percepo fragmentada e os limites da fotografia.

    Eric Rondepierre diplomado em Belas Artes e doutor em Esttica, o artista teve ainda passagens pelo teatro, onde trabalhou como comediante profissional. Re-alizou tambm pinturas, filmes e performances. Nos anos 1990, passou a se dedicar fotografia, explorando o que chamou de ngulos mortos do cinema. Sua interveno consiste em extrair fotogramas de filmes e os repropr em tiragens fotogrficas de grande formato. Com a estagna-o de um still, a partir da pelcula do cinema, o artista recorta, comprime e condensa o que antes era dado a ver de forma contnua e linear, conferindo imagem isolada o estatuto total da representao. Com a justaposio de diversos fotogramas, como os que colocam, lado a lado, cenas contemporneas e outras de filmes antigos, o ar-tista superpe significados, culturas, tempos e espaos em um s plano. A partir de 2002, Rondepierre passou a imiscuir no campo da fotografia textos, desenhos e outras intervenes, muitas de carter autobiogrfico. A pergun-ta que Rondepierre parece colocar sobre os limites des-sas disciplinas: onde comea e onde acaba o trabalho, a realidade, a fico, a imagem, o texto.

    Suzanne Lafont vive e trabalha em Paris. Sua obra capta personagens no meio urbano, questionando o comportamento e a solido dos seres no espao social. Com dispositivos como repetio, multiplicao e justa-posio de imagens, a artista cria, para a fotografia, uma categoria pouco afeita prpria mdia: o movimento. Seus atores (como ela os nomeia) estabelecem uma empatia imediata com o espectador, por meio de laos de familia-ridade logo identificados, quer pela situao no espao, quer pela encenao de atitudes e gestos comuns. Toma-dos em ao, tais personagens no parecem congelados em poses estanques. Ao contrrio, apreendidos e edita-dos em atividade, tais figuras nos reportam a sequncias teatrais ou cinematogrficas, em que se pressupe uma narrativa e uma continuidade, caractersticas to opostas ao prprio cerne da fotografia.

    36 - Informe C3 36 - Informe C3

  • Ensaio 02Francine Pressi

    Este ensaio faz parte de uma pesquisa em processo.

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    Acessada no dia 08/05/2009

    Moral(idades)Dita a moral dos bons costumes que...

    Mas de que moral se fala? E que bons cos-tumes seriam estes? Bons costumes para quem, a fi-nal de contas?

    Conforme a teoria durkeiniana, o meio (moral) determina o comportamento. Talvez se encontre a a essncia de ditados como por exemplo: filho de pei-xe, peixinho , ou o fruto nunca cai longe do p, que acabam sempre rotulando os indivduos a partir do meio ao qual fazem parte. Mas necessrio expor a importncia de se relativizar tais pensamentos, j que possa haver possveis excees em meio ao grupo.

    Claramente seria possvel citar como exemplo casos em que a filha de uma prostituta, ao invs de seguir a carreira da me e se render aos encantos de uma vida carregada de vcios e de uma conduta considerada no digna de respeito perante o olhar do senso comum, acaba de fato estudando e constituin-do uma famlia dentro daquilo que se tem como um padro de vida ideal. Porm, ainda assim, a filha des-ta prostituta continuaria sendo rotulada como a filha de algum que foge s normas, que no se encaixa naquilo que a sociedade estipula a geraes, como algo digno, e assim, possivelmente continuaria sofren-do com o preconceito e a excluso em certos grupos.

    Se no me submeto s regras sociais, no sigo os ditames da moda, no participo dos costumes culturais de meu pas, torno-me motivo de riso e afas-tamento dos demais; embora de forma mais branda, sofro os efeitos de uma pena, sentindo assim a fora da coero (DURKEIM, 1973: 1-5). (NALIN, 2009:29)(1)

    Nota-se no exemplo citado, que na realidade, o que est em jogo so pontos de vistas diferentes, isto , grupos ou indivduos que assumem cdigos de conduta baseados em valores morais diferentes. Tal-vez entrasse a, toda uma questo de pertencimento, e do que voc assume como sendo certo ou errado, legal ou ilegal, bom ou ruim, etc.

    Relaes ticas e morais

    tica? Moral? Voc tem? Sabe o que so e para o que servem? Qual a diferena entre elas? No que podem, de fato, interferir em sua vida?

    Talvez questes simplrias, porm, passveis de reflexo. Compreender a influncia da tica e da moral nos mais diversos campos sociais, no mnimo demonstrar importar-se com algo que cerca cotidiana-mente a vida pessoal e profissional de cada indivduo, dentro e fora de seus grupos de convvio.

    A sociedade como um todo possui regras. Normas cujo as quais regem os cdigos de conduta de cada grupo, indivduo ou cultura, e que de certa forma, zelam pela harmonia e desenvolvimento da socieda-de. Segundo a Teoria Funcionalista de mile Durkeim, a conscincia individual est sempre subordinada conscincia coletiva, em vista de que a segunda pos-sua um grande nmero de pessoas atuando como for-a coletiva, generalizando e tambm de certa forma, subordinando o indivduo a adequar-se quilo que por ela normatizado, isto , quilo que julga-se ser o melhor para o grupo como um todo. Desta forma, ob-servamos que, embora os indivduos possuam seus valores, gostos, formas particulares de agir e sentir as coisas (que a conscincia individual), existe implici-tamente no interior de cada grupo um comportamento

    padronizado, independente de sua conduta e de seu pensamento (Durkeim, 2004: 47-48)(2).

    A conscincia moral de cada grupo ou indiv-duo, de uma forma geral, pode variar de acordo com a cultura, a poca em que se vive, a idade de cada sujeito, etc., tendo assim, diferentes valores sendo aceitos e legitimados. E independente dos valores em questo, todos assumem e seguem determinados cdigos de conduta dentro de seus grupos, logo, pos-suem aquilo que chamamos de moral. O que poderia distingui-los o fato de serem ou no ticos pessoal e/ou profissionalmente nas funes que desempe-nham.

    O pressuposto de Mead que as pessoas j nascem dentro de determinadas estruturas sociais que no criaram e so constrangidas, ao longo de proces-sos de aprendizagem, pelo outro generalizado(3), pelas normas, valores, regras, costumes, hbitos e leis que canalizam suas aes. (WERLE, 2008: 45).

    A moral segundo o dicionrio Aurlio Eletr-nico (1999), o conjunto de regras de conduta con-sideradas como vlidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Ou seja, nada mais do que a aceita-o de valores, os cdigos morais assumidos por um grupo, indivduo ou cultura. Porm quando se fala em tica, necessrio salientar que esta, muito mais complexa e reflexiva, pois assume a funo de ana-lisar as condutas morais. Pode-se dizer que a tica avaliada a partir de princpios universais, ou o que se poderia chamar de valores ticos, como por exemplo, o respeito, a sinceridade, etc.

    A moral segundo o dicionrio Aurlio Eletr-nico (1999), o conjunto de regras de conduta con-sideradas como vlidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Ou seja, nada mais do que a aceita-o de valores, os cdigos morais assumidos por um grupo, indivduo ou cultura. Porm quando se fala em tica, necessrio salientar que esta, muito mais complexa e reflexiva, pois assume a funo de ana-lisar as condutas morais. Pode-se dizer que a tica avaliada a partir de princpios universais, ou o que se poderia chamar de valores ticos, como por exemplo, o respeito, a sinceridade, etc.

    Consideraes Finais

    Toma-se ento como partido, a ideia de que moral, todos possuem, independentemente, de quais sejam os cdigos de conduta ou valores morais acei-tos e legitimados, e que a tica sim, de fato, pode ser de carter questionvel em cada grupo ou indivduo. Mas, com tudo o que foi apresentado at ago-ra, questiona-se aqui at que ponto um sujeito etica-mente situado (WERLE, 2008: 46) realmente capaz de, a partir dos controles sociais que este j possui internalizado em si, consiga no apenas seguir os pa-

    pis e expectativas que j lhe foram dados como algo legtimo, mas principalmente questionar esta legitimi-dade (imposta) de forma autnoma.

    Notas(1)O trecho citado foi retirado da apostila de ensino da disciplina de Sociedade e Contemporaneidade (UL-BRA) em que refere-se seguinte obra: DURKEIM, mile. Da Diviso do Trabalho. In. Coleo Os Pensa-dores. So Paulo: Abril Cultural, 1973.

    (2)Trecho retirado da apostila de ensino da disciplina de Sociedade e Contemporaneidade (ULBRA), onde h a referida citao de DURKEIM, 2004.

    (3)Mead refere-se ao outro generalizado como sen-do as expectativas de comportamento do ambiente social significativo, generalizadas como normas e va-lores, que so internalizadas ou migram para o interior das pessoas (WERLE, 2008: 45). Ou pode-se tambm dizer que representaria o conjunto de atitudes dos ou-tros que a pessoa assume por meio do intercmbio comunicativo.

    RefernciasBARROSO, Mrcio Ellery Giro. Dicionrio Aurlio Eletrnico. Verso 3. Editora Nova Fronteira, verso eletrnica: Lexikon Informtica Ltda. , 1999. 1 Softwa-re.

    NALIN, Jaime. Sociedade e Contemporaneidade. Apostila de Ensino Universidade Luterana do Brasil ULBRA, 2009.

    WERLE, Denlson Luis. Indivduo e Sociedade Ha-bermas e a psicologia social de Mead. In. Mente, C-rebro e Filosofia Fundamentos para a compreenso contempornea da psique. Edio 08. So Paulo - 2008. ISBN: 978-85-99535-50-9 (Pginas 40 47)

    Imagem

    pesquisada em:

    http://taniameneghelli.blogspot.com

    /2008/04/certo-ou-errado.html

    Acessada no dia 08/05/2009

    37 - Informe C3 38 - Informe C3

  • Ensaio 03Paulo Duarte - Portugal

    Este ensaio faz parte de uma pesquisa em processo.

    Tudo normal, ou seja dentro da norma, quando o corpo est mais ou menos definido dentro dos parmetros sociais. E quando se sai da norma? Para que tal acontea h o caminho voluntrio e involuntrio desta sada. Por um lado, a possibilidade de deciso na mudana de apa-rncia, de imagem. Tal acontece diariamente, por exem-plo, no barbear, no maquilhar, no simples acto de mudar de roupa. Por outro, o lidar com o corpo que diferente, que no se encontra com o que a sociedade nos pede, como nas situaes de deficincia fsica. Como lidar com estas situaes, seja pessoal, seja socialmente? Rejeita-remos a pessoa que tem um corpo diferente do que dito ou considerado normal?

    Como resposta segunda questo parece bvio um no rejeitar. A pessoa no apresenta uma nica carac-terstica do seu ser. No entanto, o no deixa de ser b-vio quando, por exemplo, grandes deformaes corporais acontecem e a sada da norma de tal ordem que despo-leta sentimentos vrios, desde a pena segregao.

    Isto porque o ser humano vive em relao de for-ma particular sob a dimenso corporal. Enquanto corpo que somos apresentamo-nos ao outro e o outro tambm se nos revela a partir do que . Previamente pode haver um julgamento, mediante a sociedade em que se insere - a tal normalidade presente no pensamento cultural - no entanto, esse julgar deve ser um processo no conheci-mento do outro. O dilogo permite assim ir mais longe e no compartimentar a realidade do outro num rtulo de deficiente ou de aberrao (1) , ficando-se assim apenas com a imagem exterior da pessoa com quem se contacta, mesmo que seja apenas pelo olhar.

    Na verdade, actualmente a imagem causa mui-to impacto. Parafraseando o provrbio, pode-se afirmar que uma imagem vale mais que mil palavras. No entanto, quando se trata da imagem sobre algum no se deve ficar por a, mesmo que possa parecer transmitir mil pala-vras a saber ou a dizer. Sobretudo quando o que existe simplesmente a imagem e nada mais. Por vezes conhe-cer a pessoa que sofre a rejeio por motivos corporais e ir ao fundo dela, permite a percepo de que por detrs existe a normalidade no sentir, no pensar, nos desejos e sonhos. A normalidade que contribui para a revelao da dignidade intrnseca ao humano.

    A dignidade no est presa a este ou quele tipo de corpo, tal no faria sentido. Contudo, constata-se que se busca um corpo fsico que se quer mais digno, o que um contra-senso, j que no simplesmente o corpo en-quanto aparncia exterior que legitima a pessoa enquanto tal. No se pode condicionar a pessoa ao seu aspecto, eliminando-a da possibilidade de agir e realizar-se, por no corresponder a parmetros sociais. Cai-se no erro da busca do corpo perfeito (2).

    O que o corpo perfeito? Ou quem tem o corpo perfeito? A questo situa-se muitas vezes na materializa-o do corpo, com as medidas perfeitas. Mas no sero essas medidas uma conveno ou seja uma normali-zao para adequar o corpo a uma idealizao do per-feito? Ora se se legitima esse corpo, numa definio de regras para se situar na sociedade, ou em determinado grupo, pode-se correr o grande perigo de fomentar a ideia de que s se algum, quando se situa sob o ponto de vista unicamente fsico, segundo os parmetros sociais impostos (3) . No algo estranho, sobretudo quando se

    O Corpo e a norma(lidade)!

    fala da padronizao para se ser manequim, por exemplo. Ainda assim podemos ir mais longe, recordando o holo-causto, em que quem no tivesse aspecto ariano, corria o risco de no ser considerado pessoa.

    Olhando para as sociedades do Oriente ao Oci-dente, constata-se a grande variao que existe na apa-rncia corporal: a diferena nos cuidados, no aspecto, nas modificaes que se fazem nos corpos, que fogem da normalidade de sociedade para sociedade. Um maori com o seu corpo tatuado to normal quanto o moreno que pinta o cabelo de louro, tal como algum de uma tribo da Papua Nova Guin com o disco no lbio inferior.

    Sugiro uma visita ao site www.6billionothers.org, onde se pode encontrar testemunhos de muitas pessoas de todo o mundo. Num primeiro momento, tirar o som e observar os rostos. No momento seguinte ouvir os teste-munhos sobre os mais variados temas, tendo em conta que so pessoas que no se conhecem. Percebe-se que, apesar das diferenas reais de cultura, possvel haver uma identificao no que cada pessoa partilha, indepen-dentemente da sua aparncia, aspecto, cultura.

    Se no ser humano, independentemente do local, sociedade, tradio, onde nasceu, encontramos olhos, nariz, boca, rgos internos, braos, mos, pernas, ps, pode-se constatar que a profundidade humana no se si-tua simplesmente em corpos perfeitamente normalizados, mas no todo que a pessoa com a dignidade que lhe intrnseca.

    Notas:(1) - Penso nos casos de pessoas com neurofibromatose, uma doena congnita rara, que deforma progressiva-mente o rosto atravs do desenvolvimento de tumores. As pessoas que padecem desta doena so mais conheci-das por homens/mulheres-elefante.

    (2) - Reconheo que para determinado tipo de profisses haja a necessidade de uma seleco tendo em conta a aparncia ou situao fsica de quem busca o trabalho. Contudo, quero ressaltar neste ensaio algo para alm da condicionante profissional.

    (3) - Devo salientar que apesar de defender um cuidado a ter em relao ao que normal ou anormal quando se fala da corporeidade, no descuro da norma sob o ponto de vista tico necessria convivncia humana.

    Foto: Anderson de Souza

    39 - Informe C3 40 - Informe C3

  • Modelo: TatoFotos: Anderson de Souza

    Corpo legitimado!

    41 - Informe C3

  • Qual o corpo legal?Qual o corpo ilegal?Legitimado?Aceito?Compreendido?

  • De uns tempos para c tem se tornado comum a discusso da mo-dificao corporal dentro das universidades brasileiras. O que considera-mos como um passo dado deveras importante, dentre tantos outros que sabemos que teremos que dar.

    As alunas Aline Pires, Aline Torchia e Priscilla Dilella do curso de moda da Universidade FMU (So Paulo) fizeram no ano de 2008 um edito-rial de moda bastante peculiar. Primeiro por tratar de questes polmicas no que concerne o mondo fashion em si, e tambm, por levantar ques-tes sobre indstria de moda, consumo, corpo e conscincia.

    Falamos com uma das meninas responsveis pelo editorial, para entendermos a proposta do trabalho, o impacto causado na universidade e o que as motivou trabalhar com corpos modificados.

    Vejam as fotos do editorial que foram feitas pelo fotgrafo Walter Oikawa e, alm disso, confiram a entrevista!

    Des.humanos

    EntrevistaT. Angel

    T. Angel: Qual a proposta do trabalho de vocs?Aline Torchia: A proposta era chocar as pessoas. Mostrar como triste e deprimente o uso de peles e a matana de animais para a indstria da moda. Tentar fazer com que tal atitude, seja digna de vergonha, justamente por estarem beneficiando esse mercado, que ultrapassa as fronteiras da legalidade e chega at mesmo ao trfico de animais.

    T. Angel: Porque usar corpos modificados na execuo do trabalho?Aline Torchia: Nosso trabalho tenta passar atravs das fo-tos, que os homens com mscaras de animais estavam no poder e os homens modificados (T.Angel e Prola) na verdade eram seus escravos. Os corpos modificados tive-ram vrios significados, dentre eles:1- O choque visual que a modificao corporal ainda cau-sa na sociedade contempornea, ainda mais expondo tal tema;2- Com a questo da pele tatuada e modificada, remeter-nos a idia da pele dos animais, cada um tendo em seu couro suas digitais, suas prprias marcas. Independente de terem a mesma raa jamais um animal tem marcas iguais aos outros.3- Por fim tentamos passar de forma simblica a questo da dor... Onde o homem escolhe se modificar e transfor-mar o seu corpo, j o animal no escolhe ter um freio em seu septo nasal, ser tosquiado e seu pelo tirado, ou rece-ber uma marcao a ferro quente em suas costas para demarcar seu dono.

    T. Angel: Como a universidade encarou a propos-ta?Aline Torchia: De incio pediram para que ns no cho-cssemos demais as pessoas que veriam o nosso traba-lho. De forma que no usssemos sangue, suspenso e outras formas de modificao corporal, onde as pessoas que no esto inseridas neste universo pudessem se sen-tir constrangidas. Depois passamos pela dificuldade de nosso trabalho no estar inserido no conceito comercial de um editorial de moda comum, e sim, ultrapassar o con-ceitual, se tornando na verdade muito mais um protesto do que a venda de um produto.

    T. Angel: Podemos dizer que h uma relao en-tre moda e body modification?Aline Torchia: Sim, acho que a moda sempre esteve inse-rida na questo da Body Modication... Tanto sendo inse-rida diretamente como forma de modificao (como era o caso de vestimentas e acessrios que por muitas vezes transformavam e modelavam o corpo de forma diferen-te), como tambm nos dias de hoje onde a Modificao Corporal tomou um rumo esttico, onde muitos indivduos se modificam para inserir-se dentro de grupos, tribos ur-banas e at mesmo aos padres de beleza em que nossa sociedade impe. Isso incluindo as cirurgias estticas, o uso de prteses de silicone e outras formas de transfor-mao do corpo.

    Fotos: Walter Oikawa

    61 - Informe C3 62 - Informe C3

  • 63 - Informe C3 64 - Informe C3

  • Este projeto foi criado por:

    Aline Torchia Predebon - Fez dois anos de Servio Social na Universidade Cruzeiro do Sul e atualmente estudante do stimo semestre de moda da faculdade FMU, atualmente no traba-lhando, apenas se dedicando ao trabalho de finalizao de curso que ter como tema Tatuagem Old School e modificao corporal, j atuou na rea de vendas de moda e criao e desenvol-vimento para confeco.

    Aline Pires - Estudante do stimo semestre de moda da faculdade FMU, atualmente trabalhan-do no banco Ita, fazendo seu trabalho de concluso de curso com Priscila Dilella tendo como tema cartazes de rua e anos 60, j trabalhou na rea de desenvolvimento da Vicunha e outras marcas.

    Priscila Dilella - Ex aluna do curso de Designe de Produtos da FMU, atualmente estudante do stimo semestre de moda das Faculdades Integradas Unidas, criando seu trabalho de conclu-so de curso com Aline Pires tendo como tema cartazes de rua e anos 60, j trabalha atualmen-te com desenvolvimento de peas masculinas para confeco.

    Projeto de Editorial de Moda, proposto pela professora Josenilde Silva Souza para o curso de Moda da Faculdade (FMU- Faculdades Metropolitanas Unidas/ So Paulo)Locao das fotos: Comercio de pneus RecaulesteFotografo: Walter OikawaModelos: T.Angel e Perola Daiben Nossa Editorial Des.Humanos estar em exposio no Espao Reserva Cultural na Avenida Paulista, 900- So Paulo a partir do dia 07 de Maio de 2009 , ainda sem folders e divulgao em mdia. http://www.reservacultural.com.br/exposicoes.htm

    Des.humanos

    65 - Informe C3 66 - Informe C3

  • iLegal?

    68 - Informe C3

  • A Fundao Iber Camargo (Porto Ale-gre/RS) e o Instituto Ita Cultural promoveram um evento de lanamento dos editais RUMOS, edio 2009 nas modalidades da Arte Ciberntica, Cinema e Vdeo, Dana e Jornalismo Cultural. Este evento que ocorreu nos dia 29 e 30 de abril na Fundao Iber Camargo, se constituiu de palestras de artis-tas, professores e jornalistas especializados nos temas dos editais, abordando o assunto processos de criao na arte contempornea.

    No dia 29 s 17h acorreu a palestra Ex-perimental no Audiovisual com Cesar Guimares e Roberto Moreira. Segundo o material de divul-gao enviado por e-mail esta palestra tratava das seguintes questes:

    Palestra Csar Guimares. O experimental no au-diovisual, hoje.Nos vrios domnios da arte, o termo experimental assim como a sinonmia que o acompanha cos-tumeiramente recobre mltiplas acepes, desig-na experincias diversas e refere-se a diferentes processos de criao, alm de convocar um vasto conjunto de proposies tericas e crticas o que impede qualquer tipo de sntese ou uso unificador da noo. A partir desta dificuldade de abordagem do tema, e longe de qualquer explicao exaustiva seja conceitual ou histrica a palestra pretende discutir a pertinncia do termo para compreender certos gestos criativos no cenrio do audiovisual contemporneo.

    Palestra Roberto Moreira Experimental no audio-visual.Minha palestra ser Durao versus narrativa: uma estratgia importante do audiovisual experimental esgarar a narrativa valorizando a durao das imagens. Menos do que contar uma histria, o rea-lizador procura explorar o tempo e a fora das ima-gens.

    Nesta palestra infelizmente no pude estar presente, mas fiz questo de dividir pelo menos o material de divulgao que circulou, pois acredito que tenha sido uma tima oportunidade para ouvis sobre a viso desses profissionais dentro do con-texto apresentado anteriormente.

    Csar Guimares doutor em Literatura Comparada pela FA-LE-UFMG, com ps-doutorado em Cinema e Filosofia pela Uni-versidade Paris VIII. Professor do Programa de Ps-Graduao em Comunicao da UFMG, pesquisador do CNPq e editor da revista Devires - Cinema e Humanidades. Atualmente desenvol-ve a pesquisa Figuras da experincia no documentrio contem-porneo.

    Roberto Moreira. Seu primeiro filme de longa-metragem, Con-tra Todos, foi selecionado para o Panorama do Festival de Ber-lim 2004, ganhou o Silver Firebird Award do Festival de Honk-Kong e Melhor Filme nos Festivais de Recife, Rio, Natal e Santa Maria da Feira, alm de outros 22 prmios nacionais e interna-cionais. professor de roteiro no Curso Superior do Audiovisual da ECA-USP. Dirigiu e escreveu diversos curtas-metragens com participao nos festivais de Locarno, Goteborg, Oberhausen, Braslia e Gramado. Na Itlia, fez estgio na Fabrica, instituio do grupo Benetton voltada para pesquisas na rea de comu-nicao. Dirigiu os episdios A Fila, da srie Cidade dos Ho-mens -selecionado para o Banff World Television Awards 2007 na categoria Continuing Series- e Nem Tudo Relativo, da srie Antnia, produzida pela O2 Filmes para a Rede Globo de Tele-viso. Atualmente finaliza seu segundo longa-metragem, o filme Condomnio Jaqueline.

    Foto: Wagner Ferraz

    No dia 30 de abril, s 14 horas ocorreu a oficina introduo web colaborativo com Thiago de Souza Camelo. A oficina trouxe muitas novi-dades de forma simples, teve a mediao de Gui-lherme Kujawski, Coordenador do Ncleo Arte e Tecnologia e do Itaulab. Thiago estimulou que re-gistrssemos os acontecimentos da oficina durante seu andamento no site www. twitter.com, para exer-citarmos o que vem a ser a web 2.0, que aquela em que o usurio participa produzindo a informa-o. Como o exemplo dos blogs e do site citado anteriormente. A oficina apresentou o potencial da comunicao online incentivando a produo escri-ta e s formas multimdia de produo de contedo. Foi possvel perceber a satisfao de todos alm de declararem isso em conversas informais no final da oficina.

    No mesmo dia, porm s 19 horas ocorreu a palestra A Importncia do Corpo nos Processos de Criao em Arte Contempornea, com Christi-ne Greiner, e abordou o papel do corpo na criao artstica. A palestra foi mediada teve a apresenta-o de Cristina Esprito Santo, Coordenadora do Ncleo de Artes Cnicas do Instituto Ita Cultural.Segundo material de divulgao, Greiner: ... parte da constatao de que a partir da segunda metade do sculo XX a presena corporal, como forma de expresso, tornou-se cada vez mais intensa e mo-bilizadora nas mais diferentes linguagens artsticas cinema, dana, teatro, performance, artes plsti-cas, entre outras.

    Para quem j leu algumas das obras de Greiner, era possvel imaginar que questes fun-damentais para se pensar o corpo e arte seriam lanando de forma to instigante, despertando (em alguns) o desejo por investigar cada vez mais nes-sa rea. Foi um bom momento para ouvir Griener e encontrar grandes nomes da Dana do Rio Grande do Sul como, Airton Tomazzoni diretor do Centro Municipal de Dana de Porto Alegre e coordena-dor do Seminrio Nacional de Dana e Educao, e Carlota Albuquerque diretor e coregrafa da Cia Terps Teatro de Dana de Porto Alegre.

    Aps as palavras de Greiner, Marcela Levi e Juliana Moraes apresentaram um pouco sobre algumas de suas obras coreogrficas e seus pro-cessos de criao atravs de uma tranquila con-versa informal e mostra de vdeos. Ambas foram contempladas no ltimo edital do Rumos Ita, e di-vidiram um pouco de suas experincias.

    Foto: Wagner Ferraz

    Guilherme Kujawski, Thiago de Souza Camelo e Francine Pressi.

    Thiago Camelo jornalista formado na PUC-RIO. Tambm se graduou em Cinema pela mesma universidade. Trabalhou como monitor em aulas de Telejornalismo na PUC-RIO, alm de ter atuado no jornal Folha Dirigida. Fez parte da equipe de pesquisa do Iuperj sobre as eleies para prefeito de 2004. Por trs anos, esteve frente do ncleo de pesquisa de imagem da produtora Biondo, que faz programas para o GNT/Globosat. Desde 2006, trabalha na Equipe Editorial do site Overmundo (www.overmun-do.com.br) e, eventualmente, colabora com outras publicaes jornalsticas.

    Christine Greiner professora do departamento de Lingua-gens do Corpo da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC/SP), onde ensina no programa de Estudos Ps-Graduados em Comunicao e Semitica e na graduao em Comunicao das Artes do Corpo. Coordena o Centro de Estudos Orientais e dirige a coleo Leituras do Corpo, da editora Annablume. autora de O Corpo, Pistas para Estudos Indisciplinares (2005), entre outros livros e artigos publicados no Brasil e no exterior.

    Thiago de Souza Camelo e Francine Pressi.

    69 - Informe C3 70 - Informe C3

  • Sobre os editais Rumos: contedos, prmios, pra-zos, formas de participao e envio de projetos, basta acessar o site http://www.itaucultural.org.br/. Tambm acessando o blog http://rumos2009.wor-dpress.com/ todos podem acompanhar e interagir com as atividades presenciais Rumos em diversas localidades do pas.

    Juliana Moraes graduada em dana pela UNI-CAMP, doutoranda em Artes Cnicas na UNICAMP, e professora do curso de Artes Visuais do Centro Universitrio Belas Artes de So Paulo. Cursou o Professional Diploma in Dance Studies e o Master in Dance Studies no Laban Centre de Londres. En-tre suas criaes, destacam-se: Querida Sra. M., Corpos Partidos, 2 e , Querida Senhorita O., e Um Corpo do Qual se Desconfia. Atualmente, dirige a Companhia Perdida, com a qual criou o espetcu-lo Antes da Queda. Entre prmios e bolsas que re-cebeu, destacam-se: APCA de criadora-intrprete, Bolsa Vitae, UNESCO-Aschberg Bursaries for Ar-tists e Rumos Dana de Obras Coreogrficas.

    Marcela Levi bailarina e coregrafa. Seus traba-lhos, que se situam entre a dana contempornea e as artes visuais, vm sendo apresentados em diversos festivais e centros de arte no Brasil e na Europa. Colabora, entre outros, com a coregrafa Vera Mantero, a artista visual Laura Erber e os fot-grafos Claudia Garcia e Manuel Vason. Atualmente desenvolve o projeto Em Redor do Buraco Tudo Beira, contemplado pelo Programa de Bolsas Fu-narte

    Foto: Wagner Ferraz

    Christine Greiner, Marcela Levi e Juliana Moraes.

    Christine Greiner, Marcela Levi e Juliana Moraes.

    Foto: Wagner Ferraz

    Foto: Wagner Ferraz

    Christine Greiner, Marcela Levi e Juliana Moraes.

    Ttulo: OBSERVATORIO DE SINAIS - TEORIA E PRATICA DA PESQUISA DE TENDENCIASAutor: Dario CaldasEditora: SENAC RJAno: 2006

    Este livro indicado para quem se interessa em es-tudar tendncias na rea da moda com a intenso de ir alm das idias do que se deve ou no usar em determinadas pocas.

    Leituras Indicadas

    Ttulo: CORPO E COMUNICAAOAutor: Lucia SantaellaEditora: PaulusAno: 2004

    Este livro apresenta em diversos aspectos o corpo enquante agente que comunica, alm das noes de corpo construdo pela cultura e suas relaes simbi-ticas com a tecnologia.

    71 - Informe C3 72 - Informe C3

  • iLegal?

  • Crtica Teatral Rodrigo Monteiro

    Quando presena no nos lembra da ausncia

    Nem sempre possvel reconhecer o no-dito. Mas, quando , quando o no-dito fica claro, porque h a ausncia do dito. O dito est na escurido. Como numa gangorra, o dito valoriza o no-dito e vice-versa, cabendo fsica dos sentidos narrativos, em situao teatral, utili-zar-se ora de um, ora de outro para contar a sua histria e dizer a que veio. O mesmo jogo se d para a relao claro e escuro, cor e ausncia dela, espao vazio e multi-do seja l do qu. Embora no seja possvel controlar o entrelaamento dos signos no-intencionais, a existncia dos signos assumidamente propostos apontam, inclusive, para a presena dos no-propostos. O sim sempre nos faz lembrar do no e terceiras opes cheiram desorga-nizao.

    Era uma vez... uma fbula assombrosa, produ-o que marca o aniversrio do Oigal Cooperativa de Artistas Teatrais, uma organizao cnica que deixa a desorganizao muito em cima na gangorra dos sentidos. Em termos plsticos, os figurinos enchem os olhos, a m-sica enche o espao, os objetos enchem o palco. Nada, porque no se unem, enche o corao. E no com ale-gria que se percebe o porqu.

    Fritz Lang, um diretor alemo, fez um grande fil-me nas vsperas do cinema falado acontecer. Metrpolis surgiu em 1926, um ano antes de O Cantor de Jazz, con-tando a histria de Maria, funcionria de uma grande fbri-ca, que incitava seus pares a se rebelar contra o regime, contando com a ajuda de seu amado, o filho do prefeito. As imagens, hoje sabemos vinculadas ao Expressionis-mo Alemo, apontavam para os desafios propostos pelo progresso: tecnocentralidade, o apagamento da individu-alidade, a bestializao. Em 153 minutos, no ouvimos uma palavra. Graas aos estudos da comunicao, sa-bemos que o termo mudo para o cinema no-falado um equvoco. Quem chamamos de mudos (pessoas fisi-camente impossibilitadas de se expressarem via oral) se comunicam muito bem. Assim, falado/no-falado uma categoria diferente de mudo/comunicador. Metrpolis, ao utilizar-se do encadeamento de imagens cinematogrficas (sombras), no usa a voz por motivos tcnicos, mas deixa claro que esse impedimento no o impede de comunicar-se com seu pblico mesmo oitenta anos depois de sua estria.

    No h comunicao em Era uma vez..., um es-petculo que, usando lindas roupas, belas maquiagens, uma trilha muito bem executada, recursos cheios de po-tencialidades e baseado num tema pra l de interessante, mudo.

    Como na tradicional entrada do que conhecemos por teatro de rua em Porto Alegre, os atores entram em cortejo e ficamos sabendo (Olha a comunicao a, gen-te!!) que a pea comeou. A seguir, e at o fim, uma exibi-o de jogos, de tcnicas, de combinaes, de marcaes que, saindo do palco, no chegam ao pblico que fica espera de uma ligao que no se estabelece. Tem-se a impresso de que a regra No pode falar quem nor-teia o no-dito e no o discurso que, podendo-se utilizar do silncio para dizer algo de uma melhor forma, fala em alguns momentos. No (primeiro) trabalho dirigido por Vera Pareza, nem o que no se diz aponta para que o se diz, nem o progresso aponta para a falta de.

    A bela inspirao em Claudios Ceccon s vlida se, utilizando-se do teatro e de seus intrpretes, novos sentidos ao texto inicial lhes forem acrescentados. Que o Teatro de Sombras s venha a pblico se acrescentar algo de um jeito que, de outra forma, no aconteceria. Que a forma se sujeite ao contedo e que a produo de um espetculo venha coroar os dez anos do Oigal, grupo que, no por esse espetculo, to caro ao Teatro Gacho.

    Foto: Kiran

    Texto: Claudius CecconDireo: Vera Parenza

    Elenco Carla CostaHamilton LeiteIlson FonsecaPaulo BrasilRoberta Darkiewicz

    Trilha Sonora e Preparao Musical: Mateus Mapa e Simone RasslanFigurino: Alexandre Magalhes e SilvaCenrio: Paulo BalardimCenografia e construo de silhuetas de sombras: Paulo BalardimCriao de luz: Giancarlo CarlomagnoArte Grfica: Vera ParenzaProduo Oigal: Cooperativa de Artistas Teatrais

    Era uma vez.... uma fbula assombrosa

    Foto: Kiran

    Prmio Funarte de

    Dana Klauss Vianna 2008

    Fotos: Cludio Etges

    DITOS E MALDITOSDESEJOS DA CLAUSURA

    Patrocnio Petrobras

    TerpsTeatro de

    Dana

    75 - Informe C3 76 - Informe C3

  • Terps Teatro de Dana uma companhia de Dana Contempornea, criada em 1987 pela unio de alguns artistas gachos. Sua trajetria tem sido dedicada, em essncia, pesquisa de uma lin-guagem nica, que resgata as experincias huma-nas e rompe a barreira que separa os intrpretes da obra, pois eles so a obra. nesta vertente que se identifica com a Dana-teatral.

    Banco de Dados Terps

    Wagner Ferraz

    Foi uma das duas companhias a represen-tar o Brasil no Carlton Dance Festival 90, ao lado de companhias como Nikolais and Murrais Louis e Tanztheater Wuppertal de Pina Bausch. Entre os diversos prmios recebidos ao longo de duas d-cadas, destaca-se o Prmio Estmulo de Teatro e Dana, concedido pela Secretaria de Cultura da Presidncia da Repblica e Instituto Brasileiro de Arte Cultura. A convite, a companhia se apresen-

    tou nos festivais Danza Libre (Uruguai), I Porto Ale-gre em Buenos Aires (Argentina), 1, 3, 5 e 9 edi-es do Porto Alegre em Cena (Brasil), 1, 2 e 3 edies do Circuito Nacional de Dana BrasilTele-com (Brasil) e Dilogo entre Sul e Norte As Artes Cnicas aproximando o Brasil (Brasil). Em 2006, em associao com o diretor teatral Dcio Antu-nes, apresentou o espetculo Mulheres Insones, vencedor em diversas categorias do Prmio Quero-

    Quero (SATED-RS e Assemblia Legislativa-RS) e Prmio Aorianos de Dana (Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre), em ambos foi eleito o Melhor Espetculo de Dana de 2006.

    No ano comemorativo de seus 20 anos, o Terps Teatro de Dana realizou, em Porto Alegre, o projeto Protenas Terps, de abril a julho de 2007. Esse projeto recebeu do Ministrio da Cultura e

    Ditos e Malditos (2008)

    Instalao Coreogrfica.

    Fotos: Cludio Etges

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  • Companhia gacha independente, pionei-ra em seu estado e uma das primeiras no Brasil a assumir como linguagem cnica a dana teatral. Ao longo de sua trajetria de 21 anos, acumulou prmios e reconhecimentos, sendo considerada pela crtica especializada do centro do pas uma renovadora da dana brasileira. Em seu extenso currculo apresenta destaques sendo uma das duas companhias a representar o Brasil no Carlton Dance Festival 1990, ao lado das maiores compa-nhia internacionais de dana moderna como Tan-ztheater Wuppertal de Pina Bausch e Alwin Nico-lais, entre outros; em 1993 recebeu da Secretaria de Cultura da Presidncia da Repblica e Instituto Brasileiro de Arte e Cultura o Prmio Estmulo de Teatro e Dana, pelo conjunto de trabalhos reali-zados de significativa importncia para as artes no pas. Terps recebeu convite para representante delegacion cultural extranjera no festival interna-cional Danza Libre Corrientes, na Argentina; em 1996 foi a nica companhia de dana a representar a cidade no I Porto Alegre em Buenos Aires, a con-vite da Secretaria Municipal de Cultura e Secretaria de Cultura de la Nacion (Argentina); foi represen-tante brasileira no evento O Globo em Movimento, apresentando-se no Rio de Janeiro ao lado da cia. canadense O Vertigo. I Forum social Mundial(2000)I USINA VBRASIl TELECOM DANAS(2001), I,II Circuito Brasil Telecom Dana(2001/02), Proje-toPETROBRAS As artesCnicas Aproximando o Brasil-nico reprsentante de dana(Manaus,Bel, So Luiz, Fortaleza 2002, IICIrcuito Brasil Telecom Dana (2003), XI Porto Alegre Em Cena. I arte no Solar.

    Projetos Especiais - Projeto BEgnung - Intercmbio Institut Goethe - Berlim(1999) - Patrocnio Goethe Berlim- 15 Valsas de 15 - Comemorao dos 15 da Terps na Usina do Gasmetro - Patrocnio FUMPROAR-TE- Projeto Petrobras As Artes Cnicas Aproximando O Pas( 2002)- Antgona-Direo Luciano Alabarse(2005/2006)- Sagrao da Primavera(2007) - intercmbio UL-BRA- Protenas - Prmio Klauss Vianna - Intercmbio com o Teatro Escola de Antnio Nbrega (2007)- FUNARTE PETROBRAS- Projeto PterPs Pum PbrinpCanPte Pno PmuPseu - Patrocinio FUMPROARTE

    e Governo Federal, por meio da Fundao Nacio-nal de Arte (Funarte), o Prmio Klauss Vianna, que tem viabilizado a produo de diversos projetos em Dana no Brasil. Tambm recebe apoio cultural do projeto Usina das Artes do Centro Cultural Usina do Gasmetro, Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Museu do Trabalho.No ano de 2008 desenvolveu o Projeto PTerPs Pum PBrinPcanPte Pno PMuPseu, financiado pelo Fumproarte com o especial objetivo de inaugurar o Centro de Estudos Coreogrficos Terps, estabele-cendo uma parceria com o Teatro do Museu do Tra-balho destribuindo 50 bolsas integrais de formao em dana para sociedade.

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  • Banco de Dados Terps

    Wagner Ferraz

    Momentos de troca e busca por aprendizados se fazem fundamentais na construo artstica de Grupos e Cia de Dana e Pesquisa. Porm o que se pode perceber em alguns meios