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INFOSERAM ESPECIAL - 50.º aniversário

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Boletim do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autonoma da Madeira, dedicado ao 50.º aniversário do sindicato.

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EDITORIAL

Esta edição especial do INFOSERAM insere-se nas comemorações do 50º Aniversário do

Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira. Procura focar os principais aspectos da

evolução da profissão que é indissociável da acção do SERAM a nível regional e nacional em prole da

Enfermagem e dos Enfermeiros.

É importante realçar o envolvimento de enfermeiros de todo o país nesse percurso e

particularmente os da Madeira.

Os principais momentos de uma vida profissional dos últimos anos, particularmente nas últimas

duas décadas foram a aquisição de um só nível de formação para a prestação de cuidados, uma única

carreira para todos os enfermeiros, o grau de Licenciatura no âmbito do Ensino Superior Politécnico, o

Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem e a Ordem dos Enfermeiros.

O sindicalismo é um movimento que tem ocupado várias pessoas na análise da sua acção e

nos contributos sentidos nas sociedades. O SERAM outrora denominado Sindicato dos Profissionais

de Enfermagem do Distrito do Funchal constitui desde sempre uma organização profissional que

participou e defendeu os seus associados em matérias tão díspares de âmbito regional e nacional em

parceria com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Qualquer processo reivindicativo só tem êxito quando existe uma dinâmica de acção sindical

junto dos enfermeiros, discutindo problemas e soluções, e envolvendo todos na conquista de melhores

condições de trabalho.

No longo percurso até agora trilhado, importa relembrar e saudar todos aqueles que estiveram

ligados directa ou indirectamente ao dirigismo sindical desde a fundação do SERAM pelos contributos

dados em épocas diferentes na prossecução dos objectivos fundamentais da acção sindical.

Importa recordar a aquisição de um espaço próprio para a sede do sindicato, que nos próximos

tempos se pretende renovar e modernizar para melhor utilização de todos os associados.

O momento que atravessamos assume particular importância devido à mudança que se assiste

no seio das organizações e no conjunto da administração pública, onde trabalha a maioria dos

enfermeiros. Os processos negociais em resultado das transformações legislativas recentemente

implementadas obrigam-nos também a uma adaptação, pois os processos e as fases de mudança

obedecem a regras diferentes com distintas matérias.

A Carreira de Enfermagem considerada um instrumento primordial para o desenvolvimento

profissional está balizada na sua concepção pelas mais recentes alterações da Lei de Vínculos,

Carreiras e Remunerações, que modificou regras parâmetros e formas de organização influenciando

os pressupostos que sustentam as carreiras da Administração Pública.

A sociedade está a atravessar momentos conturbados de confronto de ideias, de adaptação

aos novos tempos onde impera maior instabilidade e nada é seguro em termos de futuro.

Vivemos tempos diferentes, um período de transição que irá marcar decisivamente os próximos

vinte anos. É fundamental observarmos com atenção as novas oportunidades e fazer das dificuldades

um trampolim para a evolução da profissão, assente em novos modelos de organização e

desenvolvimento profissional.

Funchal, Fevereiro de 2010 A comissão organizadora

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O Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM) foi criado por

Alvará de 12 de Agosto de 1959, emitido pelo então Ministro das Corporações. O

denominado Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Distrito do Funchal, desde a sua

criação e num contexto sócio politico marcado pela proibição do livre direito de expressão,

associação e reunião, que em conjunto com os restantes sindicatos regionais do país vão

construindo instrumentos que os vão distanciando de meras repartições administrativas do

regime, contribuindo progressivamente para o romper da situação sócio – política vigente. O

SERAM é uma estrutura organizativa de defesa dos direitos dos seus associados, onde

podem inscrever-se todos os enfermeiros que exercem a profissão de enfermagem, e que

reúnam as seguintes condições de acordo com os seus estatutos:

• Os diplomados pelas Escolas Superiores de Enfermagem reconhecidas em

Portugal

• Os diplomados no estrangeiro, cujas habilitações sejam legalmente reconhecidas

em Portugal.

Com as transformações sócio políticas originadas pelo 25 de Abril de 1974, com novo

contexto sócio político criaram-se condições para que os enfermeiros assumissem nas suas

mãos os destinos da profissão e os sindicatos passaram a defender e a dar expressão aos

problemas da profissão e dos enfermeiros. Neste âmbito o SERAM em conjunto com os

restantes organizações profissionais e sindicais de todo o país contribuiu e participou em

diversos eventos nomeadamente nos congressos nacionais de enfermagem que se

realizaram até o início dos anos oitenta. Na segunda metade da década de oitenta o SERAM

organiza os Encontros Nacionais de Enfermagem, iniciativa que traz à RAM enfermeiros de

todo o pais. No início dos anos noventa e face ao contexto sócio - politico de então, o SERAM

celebrou com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses um protocolo de cooperação sindical

que lhe permitiu trabalhar em conjunto e ter assento nas negociações nacionais das grandes

matérias que transformaram a profissão de enfermagem e melhoraram as condições laborais

dos enfermeiros portugueses. Tem participado com outras organizações sindicais na

discussão dos problemas da administração pública (participação na Frente Comum de

Sindicatos da Administração Publica, nas actividades da União de Sindicatos da RAM, e nas

actividades da CGTP como sindicato não filiado.)

Hoje como ontem o Sindicato dos Enfermeiros da RAM, mantém a sua independência.

Participa activamente nas múltiplas actividades regionais e nacionais em matérias

relacionadas com a Administração Pública, e todos os sectores onde se exerça a profissão

de Enfermagem acompanhando as transformações sociais, e as suas implicações nas

condições sócio laborais dos enfermeiros. Tem intervindo nas reformas da saúde e defendido

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o papel fundamental que os enfermeiros desempenham na salvaguarda do direito que o

cidadão tem à melhoria constante dos cuidados de saúde.

Momentos marcantes da história

A NÍVEL NACIONAL:

1973 - As organizações profissionais - a Associação Portuguesa de Enfermeiros (APE), a

Associação Católica dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde (ACEPS) e a então

Federação dos Sindicatos Nacionais de Enfermagem (sindicatos nacionais de Lisboa,

Coimbra, Porto e Funchal) - organizaram simultaneamente o I Congresso de Enfermagem

onde as temáticas da autonomia da profissão (definição do regulamento do exercício

profissional e criação da Ordem dos Enfermeiros), da formação em enfermagem (integração

no sistema educativo nacional) e das condições de trabalho constituíram vectores

unificadores dos enfermeiros.

1975

O Sindicato Nacional dos Profissionais de Enfermagem do Distrito de Lisboa passou a

designar-se de Sindicato dos Enfermeiros do Sul. Foram criados 4 sindicatos regionais de

enfermagem (norte, centro, sul e madeira), democraticamente constituídos e que assumiram

a liderança de todos os processos reivindicativos relacionados com questões profissionais e

éticas.

1977

Foi constituída a Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública que integrava a maioria

dos sindicatos representativos dos trabalhadores da Administração Pública.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS)

emanavam orientações no sentido de os estados membros melhorarem as condições de

trabalho dos enfermeiros e responsabilizava os mesmos por promover as normas que

regulavam as relações de trabalho dos enfermeiros.

1981

Sob o tema "Gestão e Autonomia da Enfermagem", os 4 sindicatos realizaram o II Congresso

de Enfermagem, em Maio de 1981 em Coimbra, com o apoio da ACEPS, APE E APEEER

(Associação Portuguesa Enfermeiros Especialistas Enfermagem Reabilitação).

1990

A 15 de Setembro, o SEP e o SERAM assinam um protocolo de cooperação formando a

Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros (CNESE). Esta parceria permitiria o reforço

de cooperação e confiança entre estas duas estruturas sindicais, salvaguardando a

autonomia e especificidade de cada estrutura e região. A CNESE visa o compromisso de

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analisar, negociar e lutar por propostas comuns.

A 31 de Outubro, a CNESE iniciou com o Governo as negociações da revisão global da

Carreira de Enfermagem.

A CNESE conseguiu que a FENSE (Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem) se

comprometesse, por escrito, em não assinar qualquer acordo com o governo que não

contemplasse a reforma aos 30 anos, a exclusividade, a admissão de enfermeiros tarefeiros

com contagem de todo o tempo de serviço e a revalorização económica com garantia do topo

da carreira técnica aos enfermeiros.

1991

Publicação do Decreto-lei n.º 437/91 de 8 de Novembro - Carreira de Enfermagem.

1993

A 30 de Março foi publicado o regulamento da avaliação de desempenho (despacho n.º 2/93),

decorrente da Carreira de Enfermagem.

1996

Publicação do Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros (REPE).

1998

Criada a Ordem dos Enfermeiros – Código Deontológico.

Entre outros aspectos, a CNESE e os enfermeiros conseguiram:

• Abolição do concurso para a categoria de enfermeiro graduado.

• O ingresso na carreira acima da carreira técnica da administração pública (bacharéis) e a

equiparação do topo da carreira técnica ao ultimo escalão de enfermeiro graduado - ao qual

todos poderiam atingir.

• O topo da carreira de enfermagem seria reduzido em 53% em comparação com a carreira

técnica superior (licenciados) da administração pública.

• Com esta revalorização, todos os novos enfermeiros passariam a chegar ao topo de

qualquer categoria e da carreira com 30 anos de serviço.

• A nova grelha salarial entraria em vigor a 1 de Julho de 1998 e os índices faseados em 4

etapas com a duração total de 2,5 anos.

• O Ministério da Saúde (MS) comprometeu-se a aumentar em 50% o número de vagas para

admissão ao Curso Superior de Enfermagem e a estudar propostas de compensação do risco

e da penosidade e de contagem do tempo de serviço aos enfermeiros com vínculo precário.

2002, 2003 e 2004

A CNESE promoveu uma profunda analise e discussão com todos os Enfermeiros do País e

da Região, para consensualizar entre os Enfermeiros os princípios enformadores para o

desenvolvimento da nova Carreira de Enfermagem.

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1999

Publicação de diplomas sobre Formação em Enfermagem:

• Grau licenciatura de Base para todos os Enfermeiros.

• Pós-graduações – Especialidades, deixam de conferir graus académicos.

• Início dos complementos formação para aquisição do grau licenciado aos enfermeiros do

exercício.

2002

A CNESE fixou os princípios gerais da nova carreira.

Abril de 2005

Entrega da proposta de carreira no MS (governo do Partido Socialista do Eng. Socrates no

poder).

2005, 2006 e 2007

Realização de várias lutas que obrigam o MS a abrir o processo negocial.

27 Fevereiro 2008

Publicada a Lei 12-A/2008 de 27 de Fevereiro, sobre Vínculos, Carreiras e Remunerações

para toda a Administração Pública.

11 Setembro 2008

Publicado o Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas – Lei 59/2008. Este

diploma conjuntamente com a publicação da Lei 12-A/2008 definem o quadro legal das

carreiras gerais, de acordo com esta legislação o MS tem 6 meses para negociar as carreiras

especiais — até Setembro de 2008.

ANO de 2008 - Negociação da Carreira de Enfermagem

Estando o governo legalmente obrigado pela Lei n.º 12- A/2008 de 27 de Fevereiro a rever

as carreiras especiais até Setembro desse ano, nada concretizou no que respeita ao sector

da saúde (4 carreiras especiais) e especificamente à Carreira de Enfermagem. Foram

necessárias duas concentrações com mais de 1000 enfermeiros cada, para que o MS

entregasse a primeira contraproposta de princípios em finais de Julho.

Agosto/Setembro de 2008

Não cedendo em princípios estruturantes, na primeira reunião negocial, realizada em Agosto

e visando atrasar ainda mais o processo, o MS "empurrou" os enfermeiros para a primeira

greve deste processo - 30 de Setembro e 1 de Outubro - e realização de uma manifestação

com cerca de 2 500 colegas.

Na perspectiva de mais uma jornada de luta o MS cedeu e aprovou o Modelo de

Desenvolvimento Profissional, alteração estatutária aprovada em assembleia geral da Ordem

dos Enfermeiros, que constitui, para além de outros aspectos, um instrumento complementar

á nossa proposta de carreira.

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Outubro/Novembro de 2008

O MS calendarizou entregar a contraproposta de projecto da Carreira de Enfermagem a 31

de Outubro e agendou reunião negocial para 14 de Novembro. Assumiu ainda a marcação de

mais duas reuniões negociais com datas indicativas: 25 de Novembro e 10 de Dezembro.

Ocorre entretanto uma situação estranha e inédita: na primeira semana de Novembro. Não

tendo remetido o projecto de diploma, o MS informa que as competências delegadas no

Secretário de Estado Adjunto da Saúde relativas aos recursos humanos (e logo, a

negociação das carreiras especiais da saúde) lhe tinham sido retiradas e assumidas pelo

gabinete da Ministra da Saúde, ou seja, a negociação da Carreira de Enfermagem passa a

ser directamente da responsabilidade do gabinete da Ministra. Esta alteração provoca mais

um adiamento do projecto de diploma e do processo negocial.

9 Dezembro

O MS entrega aos sindicatos uma proposta de carreira cujo articulado é inaceitável. Nesta

reunião a ministra da saúde tenta impor calendário negocial de apenas três reuniões. A

CNESE expressou o seu desacordo relativamente à proposta apresentada e compromete-se

a fazer chegar ao MS uma contraproposta, que será analisada na próxima reunião negocial.

29 Dezembro

Face à contraproposta enviada pela CNESE, o ministério assume reformular a sua proposta e

enviar aos sindicatos até 6 de Janeiro de 2009, com o intuito de realizar nova reunião a 14 de

Janeiro de 2009.

ANO de 2009

Janeiro

Dia 13 - Após contacto telefónico da CNESE, o MS informa que só terá condições de remeter

a nova contraproposta na última semana de Janeiro e, nessa altura, será agendada reunião.

Fevereiro

Dia 20 - Sem contraproposta os Enfermeiros realizam nova Greve Nacional.

A proposta reformulada é remetida à CNESE a 20 de Fevereiro (dia da greve), sendo que

esta proposta do MS constitui um atentado à dignidade dos Enfermeiros e à profissão. Em

causa está o âmbito de aplicação (CITS, CTFP), 2 categorias, a diferença salarial quando

comparado com outros Licenciados,...

Março

Dia 5 - Reunião negocial com poucos avanços.

Dia 12 - Reunião Negocial, durante a qual inacreditavelmente a ministra da saúde

demonstrou desconhecimento acerca dos documentos enviados pela CNESE que sustentam

juridicamente as razões pelas quais defendemos que aos enfermeiros com CIT, a exercer

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funções nas EPE’S, se deve aplicar as mesmas regras dos restantes enfermeiros com

RCTFP – UMA CARREIRA PARA TODOS.

Durante esta reunião apesar de alguns sinais que podem perspectivar eventuais

“aproximações”, estamos longe de atingir as nossas justas reivindicações.

Março

Dia 13 - Concentração Nacional Enfermeiros.

Dia 22 - Nova proposta apresentada pelo MS aos sindicatos.

Dia 27 - Reunião negocial - “aproximações” às propostas da CNESE em várias matérias!

Abril

Dia 2 e 3 - Greve Nacional Enfermeiros.

Dia 15 - O MS evoluiu de posição, mas a aproximação ao pretendido pelos sindicatos ainda

está longe de alcançar.

Maio

Dia 7 - O MS retrocede em matérias anteriormente acordadas.

Dia 12 - Dia Internacional do Enfermeiro - Mais de 5000 enfermeiros manifestaram-se em

frente ao MS, no maior protesto de sempre da Enfermagem Portuguesa.

Dia 26 - Nova Reunião sem grandes avanços negociais

Novo Contexto:

Lei Vínculos, Carreiras e Remunerações

Regime Contrato Trabalho Funções Públicas

Estatuto Disciplinar Trabalhadores Funções Públicas

Tabela Salarial Única

Carreira Especial Enfermagem (CTFP)

Carreira (CITs das EPEs)

Novo modelo Desenvolvimento Profissional Enfermagem – OE

A NIVEL REGIONAL:

12 de Agosto de 1959 – Criação do SERAM

1974 – Portaria 6//74 Cria o Subsídio de fixação á periferia na RAM;

Final da década de 70 até início da década de 80: Cursos de Promoção realizados na

RAM, que permitiram aos Enfermeiros que não tinham condições de acesso à nova carreira

de enfermagem em vigor na altura, pudessem ser integrados na mesma.

Década de 80 - Escola Superior de Enfermagem – SERAM toma posição em defesa da

Escola Superior de Enfermagem da Madeira, escola vocacionada nesta altura para a

formação especializada.

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Ano de 1989 a 1993

Participação nos fóruns «Saúde para todos no ano 2000» realizados na RAM.

Participação nas negociações sobre as Reformas da Administração Pública.

Organização dos Encontros Nacionais de Enfermagem na RAM.

2000 – Negociação com SRAS sobre Portaria de Equiparação a Bolseiro, com dispensa de

14 horas semanais para frequência dos Cursos de Complemento de Formação em

Enfermagem.

2002 – Acompanhamento e participação nas reformas do Serviço Regional de Saúde.

2003- Serviço Regional Saúde passa a EPE.

2005- Desenvolvimento de acções para dinamizar melhores condições de trabalho dos

enfermeiros no Serviço Regional de Saúde

2008 – Dinamização e participação em reuniões sobre o regulamento Interno do SESARAM,

EPE.

2009 – Dinamização de acções sobre a reorganização dos Cuidados Saúde Primários, entre

muitas outras matérias.

Funchal, Fevereiro de 2010

A comissão Organizadora

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Enf.º Jaime Jardim

A minha (breve) passagem pelo Sindicato

No âmbito das programadas comemorações do 50º aniversário do SERAM, foi me

solicitado, pelo Enfermeiro Juan Carvalho seu digníssimo Presidente, que alinhavasse umas

linhas sobre a minha participação na vida daquele Organismo.

Disponibilizando-me para tal, devo começar por referir que a minha passagem pelas

lides sindicais foi, efémera e de muito pouca relevância. No entanto, no pouco tempo em que

exerci funções sindicais, ocorreram factos da maior relevância para os Portugueses em geral

e para os Enfermeiros e a Profissão de Enfermagem em particular como adiante se verá.

Tendo frequentado o Curso Geral de Enfermagem na Escola de Enfermagem de S.

José de Cluny entre 1960 e 1963, iniciei a minha actividade profissional no então Hospital da

Santa Casa da Misericórdia do Funchal (Hospital dos Marmeleiros), trabalhando em parceria

e em pé de igualdade com os Auxiliares de Enfermagem que, pelo mesmo trabalho auferiam

apenas 65% do meu vencimento que era então de 1400$00 (7 Euros mensais).

Após nove meses transferi-me para a então Caixa de Previdência do Funchal onde,

em igualdade de circunstancias passei a auferir um vencimento de 2400$00 ( 12 euros ).

Passados pouco mais de dois anos ingressei-me na vida Militar onde cumpri 48 meses

de serviço, 24 dos quais no Ultramar, mais concretamente, em Timor.

Tendo sido o primeiro Enfermeiro laico a concluir o Curso Complementar de

Enfermagem, secção de Administração que conclui em Junho de 1970, sem que daí tivesse

de imediato obtido qualquer vantagem, fui então convidado pelo saudoso Enfermeiro Avelino

Ferreira para fazer parte da Direcção do Sindicato na qualidade de vogal.

O Sindicato, naquela época, era indisfarçavelmente, maniato pelo regime político

vigente (Primavera Marcelista) com uma actividade muito pouco expressiva e, nada fazia

antever que algo de extraordinário iria acontecer de um momento para outro.

E o grande acontecimento surge com a aurora do dia 25 de Abril de 1974.

Se o 25 de Abril marcou o fim do regime político, até então vigente, para a maioria dos

Portugueses e para os profissionais de Enfermagem em especial, foi um marco história que

permitiu uma viragem impressionante na afirmação e desenvolvimento da Enfermagem

Portuguesa, abrindo o caminho que nos permitiu chegar até onde já chegamos.

A nível sindical e, na sequência das incríveis e aceleradas transformações que a

“Revolução” proporcionou, liderei a proposta para a demissão, em bloco, da Direcção do

Sindicato, por forma a permitir, a eleição de novos corpos directivos á luz das novas regras

democráticas.

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Fui então designado, pela Assembleia Geral do Sindicato, para presidir a uma

comissão, responsável por organizar todo um novo processo eleitoral, o que veio a acontecer

alguns meses depois.

Devo aqui abrir um parêntesis e confessar que nunca me senti atraído para

actividades Sindicais, sobretudo por já exercer na altura, funções de dirigente a nível

Hospitalar e julgar, com algum pudor, que as duas funções eram incompatíveis.

Daí, não ter sido candidato a nenhum cargo do Sindicato.

Não sentir inclinação para o exercício de cargos Sindicais, não significa qualquer

menosprezo pela nobre actividade Sindical. Além de a achar da maior importância admiro,

sinceramente, quem se disponibiliza para exercer tão difícil quão exigente e importante

desempenho em prol dos Enfermeiros.

Com a eleição dos novos corpos Dirigentes Sindicais, cessei aí e até hoje, a minha

actividade sindical porém, enquanto lá estive e em tão pouco tempo dei o meu melhor e

humilde contributo, para o início de um novo trilho que a Enfermagem Portuguesa então

iniciou.

Assim, logo a seguir ao 25 de Abril participei em representação do Sindicato dos

Enfermeiros da Madeira, na Comissão nomeada, pelo representante da Junta de Salvação

Nacional para os Assuntos Sócias e Saúde, para definir as condições de passagem dos

Auxiliares de Enfermagem a Enfermeiros de Terceira Classe, tendo sido o relator dessa

Comissão e responsável pela redacção do projecto de portaria, que a tal conduzia.

Ainda nessa qualidade participei em inúmeras reuniões, a nível Nacional, para

elaboração do programa do Curso de Promoção a Enfermeiro e definição dos respectivos

calendários de implementação e criação dos Centros de Promoção.

Não foi muito, mas foi o máximo possível e sem dúvida determinante de um novo

rumo para a Enfermagem Portuguesa.

Funchal 24 de Julho de 2009

Enf. Jaime Jardim

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Enf.º Manuel Timóteo

Em conformidade com o pedido feito pela Direcção do Sindicato dos Enfermeiros da

Região Autónoma da Madeira (SERAM), no âmbito das comemorações dos 50 anos da

criação deste Sindicato, venho prestar a colaboração possível, testemunhando algumas das

nossas vivências, no exercício da actividade sindical, e que se desenrolaram nos últimos

trinta anos.

Assim, os mandatos que exerci neste período correspondem aos de 1979 a 1990,

como Presidente da Direcção.

Os quatro Sindicatos dos Enfermeiros do País (Norte, Centro, Sul e Madeira)

prosseguiram em conjunto a actividade sindical de âmbito Nacional (em substituição da

Federação Nacional extinta), que aliás haveriam estabelecido e acordado, desde 25 de Abril

de 1974. Isto é mantinham as reuniões mensais, alternadamente em casa uma das sedes

dos Sindicatos, onde eram debatidas e traçadas as linhas de acção sindical conjunta no

âmbito da Enfermagem Portuguesa.

Creio, não ser descabido lembrar que no ano de 1979, ainda se geriam algumas

consequências dos 5 dias de greve Nacional feita pelos Enfermeiros no ano de 1976 e que

foram decisivas para o futuro da Enfermagem e dos trabalhadores em geral da Administração

Pública. Refira-se a título de exemplo; a licença de maternidade por noventa dias e

remunerada; retribuição suplementar aos domingos, feriados e sábados após as 13 horas,

bem como o pagamento de trabalho extraordinário a todos os trabalhadores no âmbito

hospitalar e mais tarde extensível à área dos Cuidados Primários de Saúde ( Decreto-Lei n.º

62/79 de 30 de Março) .

Nesta época as prioridades estabelecidas foram as seguintes:

- Reformular e reestruturar as carreiras de enfermagem de forma a criar uma carreira única

a nível Hospitalar e de Saúde Pública. De igual modo reestruturar a carreira da docência

de Enfermagem e assegurar a interpenetrabilidade das diversas carreiras. Ao nível do

sector privado negociou-se as respectivas carreiras da hospitalização privada e do sector

da indústria seguradora;

- Propor o estatuto profissional do Enfermeiro, cujo estudo foi elaborado por um grupo de

trabalho com representação inter-sindical. Calcula-se que este assunto demorou dez

anos, após a apresentação do respectivo anteprojecto ao governo, até ser transformado

nas leis que hoje se conhecem por Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro

(REPE) e criação da Ordem dos Enfermeiros;

- Lutar pela integração do Ensino de Enfermagem no Sistema Educativo Nacional e pelo

reconhecimento da Formação em Enfermagem no Ensino Superior; concretizado pelo

Decreto-Lei 480 / 88 de 23 / 12.

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- Garantir o acesso aos enfermeiros de 3º classe ao Curso de Promoção de Enfermeiros,

iniciado em 1975 de modo a que tal informação abrangesse todo este grupo e esta etapa

se concluísse na data prevista ou seja 1980. este objectivo foi atingido com poucos

centros de formação a concluírem 1 ou 2 anos depois, após aquela data.

- Realizar de 4 em 4 anos um Congresso Nacional de Enfermagem. O II Congresso

Nacional de Enfermagem realizou-se em Coimbra em 1981 e o III no Porto em 1985. O IV

Congresso Nacional não se realizou no Funchal, como desejávamos e foi substituído pelo

1º Encontro Nacional de Enfermagem;

- Consagrar na legislação a formação contínua ou em serviço, como critério de promoção

na carreira;

- Exigir o reconhecimento do risco profissional na Profissão de Enfermagem;

- Propor melhorias no sistema de avaliação ou classificação de serviço;

- Reivindicar regimes de horário de trabalho compatíveis com o exercício da profissão de

enfermagem;

- Lutar pela integração das tabelas salariais da Carreira de Enfermagem no novo Sistema

Retributivo da função Pública, em que os enfermeiros juntamente com os médicos foram

considerados corpos especiais da Administração Pública.

Todas as propostas reivindicativas, algumas resultantes de recomendações dos

Congressos Nacionais de Enfermagem foram previamente estudadas e debatidas nas

organizações internas de cada Sindicato, até serem apresentadas aos governos de então.

Para a defesa das mesmas foi necessário o recurso às diversas formas de luta justas

e legais. Os enfermeiros conscientes das suas responsabilidades mobilizaram-se e

participaram nas lutas aprovadas nas Assembleias Gerais. Como se pode observar pela

consulta à legislação aprovada e publicada para a Enfermagem Portuguesa entre os anos de

1974 e 1984, a mesma foi abundante e propícia na melhoria das condições de vida e de

trabalho dos enfermeiros.

Na minha opinião, todas essas melhorias foram conseguidas no período em que os

quatro sindicatos dos Enfermeiros do País ( Norte, Centro, Sul e Madeira ) foram capazes de

trabalhar em conjunto. Dessa unidade, também resultou maior mobilização e participação dos

enfermeiros, que possibilitou a defesa intransigente dos justos e legítimos interesses da

profissão de Enfermagem.

Actividades desenvolvidas na Região Autónoma da Madeira

Das actividades sindicais desenvolvidas nos anos de 1979 a 1990, além das que

anteriormente referi, destacarei no âmbito geográfico do nosso sindicato as seguintes:

- Garantir a formação dos restantes enfermeiros de 3ª classe, através dos cursos de

Promoção de enfermeiros de 3ª classe dentro do prazo previsto;

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- Exigir que a legislação nacional não fosse desvirtuada quando das adaptações às

especificidades da Região Autónoma da Madeira;

- Lutar pela descentralização dos Cursos de Especialização em Enfermagem para a

Região Autónoma da Madeira;

- Promover acções de formação;

- Adquirir novas instalações;

- Reunir com os alunos finalistas dos Cursos de Enfermagem para motivá-los à

sindicalização;

- Exigir da Escola de Enfermagem mais esforço no aumento de Cursos de Enfermagem

para colmatar as carências de enfermeiros;

- Realizar o 1º Encontro Nacional de Enfermagem em alternativa ao IV Congresso

Nacional de Enfermagem, que fora boicotado.

Nas lutas sindicais em busca de melhores condições de trabalho e vida para a

profissão de enfermagem, procurámos preservar e orientarmo-nos pela melhoria das

condições de saúde da população, ao fim e ao cabo a razão de ser e existir da profissão que

defendemos.

Daí, porventura o êxito que tenhamos conseguido no atingimento de grande parte dos

objectivos traçados colectivamente.

Decorridos cerca de 19 anos do meu último mandato no exercício da actividade

sindical, concerteza que houve muitos avanços e alguns recuos nas condições de trabalho e

de vida dos enfermeiros. Isso faz parte da dinâmica das sociedades.

Assim foi o meu tempo.

A garantia da qualidade dos cuidados de enfermagem é o desafio que se coloca à

profissão. Mas, a enfermagem de hoje, possui os instrumentos para prosseguir a sua

evolução. Tais instrumentos são a Ordem dos Enfermeiros, os Sindicatos e as diversas

Associações de Enfermeiros.

É uma questão de unir forças e em unidade construir o futuro da enfermagem.

Funchal, Junho de 2009

Manuel Timóteo

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Enfª Gorete Reis

Responder ao convite dos actuais órgãos sociais do Sindicato dos Enfermeiros da

Região Autónoma da Madeira para me juntar a quantos se unem na comemoração do

cinquentenário do Sindicato, constitui para mim um prazer e uma obrigação.

Prazer por me proporcionar recordar os momentos vividos e as conquistas obtidas em

justas lutas em prol dos enfermeiros, em defesa da Saúde e no interesse dos cidadãos. E

uma obrigação perante as gerações mais novas a quem devemos a memória da continuidade

histórica, em que alicerça a compreensão dos acontecimentos actuais e a possibilidade de

projecção no futuro.

É que a profissão não é de hoje, nem surgiu do nada. Está ligada à história da saúde e

da enfermagem e à vida de quantos colegas enfermeiros que generosamente doaram tempo

e oportunidades do seu percurso pessoal, para corajosamente se embrenharem na defesa

dos interesses do colectivo. História forjada? Não, efectivamente fizemos História.

Entre o que mais vivamente retenho do meu trabalho nas Organizações Profissionais,

concretamente no SERAM, sobressaem a aprendizagem da necessária sincronização dos

interesses de cada sócio com os do colectivo, o esforço no realçar dos valores profissionais,

o empenho no incremento da participação activa do cidadão enfermeiro na comunidade e na

sua intransigente defesa dos direitos dos clientes em saúde.

Mas, perguntar-me-ão, como compaginar os interesses dos enfermeiros com o dos

cidadãos? A contradição só pode ser aparente. É que se não há homem livre que não

promova a liberdade, é minha convicção sedimentada de que zelar por dignas condições de

trabalho dos profissionais de saúde, é salvaguardar a qualidade dos seus cuidados aos

cidadãos. Porque, bonum difusivum sui, o bem estar do cuidador aproveita também ao

cliente.

Ora, o exercício dos direitos dos Enfermeiros depende não só dos singulares

individuais, mas também especialmente da força da união entre os membros do grupo. Eis

uma das pedras basilares da nossa actividade e da nossa identidade. Se este tem sido o

enquadramento da praxis, é assim que devemos prosseguir...

É que estamos hoje confrontados com especiais desafios provenientes dos paradigmas

económicos e sociais mais globalizantes que, retendo a mais-valia do trabalho e

subalternizando os direitos sociais, relegam a pessoa humana para um plano secundário e

tendem a reduzir o homem a uma mera peça da engrenagem, numa voraz desregulação do

mercado.

A quando na direcção do SERAM, de 1988 a 2000 ( na presidência a partir de 1992),

fez-se frente às mais diversas matérias referentes à Enfermagem, tanto a nível regional

como a nível nacional. Desta experiência relevo alguns apontamentos que julgo evidenciarem

o papel dos Sindicatos.

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O SERAM é uma organização Regional que, para além das competências deste âmbito,

tem direito a representar aos interesses dos enfermeiros associados, nos assuntos de

alcance nacional.

Neste contexto, interveio nomeadamente nas questões referentes à Carreira, ao

Estatuto Remuneratório, à Avaliação do Desempenho, à Regulamentação do Exercício

Profissional do Enfermeiro (REPE), ao Órgão Regulador da Profissão, entre outras.

Agilizamos essas intervenções através de uma Comissão Negociadora Sindical de

Enfermagem (CNESE), em parceria com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), o

que nos permitiu ter um papel activo nesses temas e tempos cruciais para o desenvolvimento

da Profissão.

Os temas negociados com os Órgãos de Tutela foram questões estruturantes para a

Enfermagem, de crucial importância para a trajectória da profissão e para o país, implicando

mudanças cujo alcance, então, nem nós os envolvidos, abarcávamos completamente.

Participámos na negociação do Estatuto Remuneratório (Decreto-Lei 353A/ 89 de 16 de

Outubro - Regras do estatuto remuneratório dos funcionários e agentes da Administração

pública e estrutura da remuneração, com base nas carreiras e categorias, isto é, em graus e

índices) e na discussão da Carreira de Enfermagem, regulada pelo Decreto – Lei 437/ 91 de

8 de Novembro (que criou nova reestruturação da Carreira de Enfermagem, excluindo a área

da docência).

O Regulamento do Exercício Profissional clarificou as intervenções autónomas e

interdependentes, definiu o profissional responsável pelos cuidados gerais e pelos

especializados, bem como os deveres e os direitos do enfermeiro. Tal constituiu a base para

a criação dos Estatutos e a constituição do Órgão Regulador, questões particularmente

difíceis de concluir, pois foi necessário encontrar, tanto no Governo como na oposição

parlamentar, a sensibilidade para aceitar e discutir os assuntos. Conseguida a autorização

legislativa da Assembleia da República para o governo legislar, foi devolvido à Ordem o

poder de regulação.

No que respeita à área da formação em Enfermagem, participámos nas negociações da

transição do Ensino de Enfermagem para o Sistema Educativo Nacional, a nível do Ensino

Superior Politécnico (Decreto-Lei 480/88 de 23 de Dezembro: integração) e, no seio de outra

Comissão Negociadora Sindical que incluía os Sindicatos dos Enfermeiros e dos Professores,

nas negociações de transição dos docentes para a Carreira Docente do Ensino Superior

Politécnico (Decreto-Lei 166/92 de 5 de Agosto).

Na Região participámos, em diversos momentos, nas mudanças estruturais e funcionais

do Serviço de Regional de Saúde, dando o nosso contributo em prol dos enfermeiros e dos

cidadãos.

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O trabalho sindical, porém, não é apenas preocupação com a área laboral, mas

também com a familiar e de lazer. Nesta perspectiva, releve-se a organização da “festa de

Natal” para os filhos dos sócios, os passeios... Palestras, jornadas e o Encontro Nacional de

Enfermagem são outras tantas actividades de cuja promoção nos orgulhamos.

Procurámos para a nossa Sede num espaço condigno, com melhores condições para

os sócios, bem como para o desenvolvimento das actividades dos dirigentes sindicais. Tal

nos levou à aquisição da actual Sede, mantendo o aluguer das antigas instalações para

arquivo.

Assim, reconheço que o meu percurso profissional e pessoal, bem como, julgo, o dos

restantes companheiros, - muito marcado pela participação activa na actividade sindical.

De facto, a consciencialização do nosso papel social, a co-responsabilização pela orientação

dos destinos da profissão e uma maior compreensão dos fenómenos sociais, enformaram

consequentemente a nossa forma de pensar, a nossa inserção na enfermagem e o nosso

papel de cidadãos.

Bem hajam, portanto, todos os valorosos compagnon de route, aqueles que constrõem

as oportunidades de sentir, pensar e agir a Enfermagem e Saúde. Feliz sorte estar no sítio

certo e ser parte de tal processo, num fragmento do tempo histórico é certo, mas

marcadamente estruturante e decisivo para a Enfermagem em Portugal.

Entendemos que os sindicatos continuam a ter na Sociedade um papel insubstituível na

defesa e enquadramento dos trabalhadores, na promoção da solidariedade, na

consciencialização da justiça em suas reivindicações. Do exercício de suas funções ocorre a

valorização do capital humano, bem como sua mais-valia económica e social. Até porque o

homem é, afinal, o único capital que realmente importa, porque finalidade sem fim, isto é, não

redutível a uma mera função instrumental.

A sociedade globalizada promove a mobilidade em que se fundamenta. Isto é, ganha

aceleração num círculo que se quer virtuoso mas que, fatalidade do processo, transborda de

falhas e vícios que atingem o elo mais fraco e que urge colmatar e corrigir. Cabe, no

contexto, às Organizações de trabalhadores reestruturar-se ou reinventar-se em

cumprimento da histórica solidariedade sindical, agora alargado a um horizonte de

concertação global, de modo a aproximar os que lutam pelas mesmas causas de justiça e

liberdade em qualquer parte do mundo, isto é, fazendo da fraqueza força, organizar a

resistência global face a uma global exploração. Há que temperar um processo que se revela

progressivamente violento sob pena de, de outro modo, perecermos. Há que denunciar a

ganância devoradora dos detentores do capital que, por fuga à vigilância das regras

democráticas, deslocam suas empresas para países onde os fracos não têm voz, acelerando

aí a exploração sem barreiras, num duplo golpe contra a globalidade do povo trabalhador,

gerando desemprego nos países de onde saíram, e hiper exploração nas economias

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que os acolhem.

Será que esta dupla injustiça promove a igualdade, como dizem? Talvez, mas

igualdade nivelada por baixo, numa progressiva desumanização, como nunca se viu. A

menos que... nos não desfaleçam as forças de uma consciência solidária, que erga a voz por

um trabalho em condições dignificantes e de respeito intransigente pela pessoa humana.

O contexto acima descrito promove o individualismo, qual pseudo valor, uma pretensa

“meritocracia”, o aliciante hedonismo, como objectivo supremo. Esta ideologia tende a

converter-se num ensurdecedor ruído massmediático, levando as massas acríticas à

aceitação destes “princípios”, esperando cada um ser bafejado por uma qualquer lotaria ou

mais subliminarmente pelo inefável mérito, que a perfeita integração no modelo asseguraria.

Para essas mentes não há já cabimento a estatutos ou carreira, nem a contratos

colectivos, a solidariedade é um atrapalho... cada um deve seguir a sua estrela, o potencial

génético da sua esperteza. É a ilusão da idade nietzshiana do super-homem, que assume

como antivalor o que considera ser a moral dos fracos: a solidariedade, a compaixão e muitos

dos parâmetros civilizacionais de há dois mil anos.

Qual então o papel dos Sindicatos?

Ser lugar de vigilância, de reflexão, de acção conjunta e solidária... Isto é, cumprir a sua

génese e destino.

Enfª. Gorete Reis

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Enf.º Juan Carvalho

No dia 12 de Agosto de 2009, o SERAM completou 50 anos de existência, são 50

anos de reivindicações e lutas com os Enfermeiros e em prol da Enfermagem. Ao longo desta

meia centena de anos muitos foram os desafios e as contendas desenvolvidas em tempos e

datas diversas, as instituições como as pessoas não perduram sem o seu passado, sem

reflectir e vivenciar o presente e perspectivar o futuro. Num tempo em que se colocam novos

e importantes desafios para as organizações sindicais, para os Enfermeiros e para

Enfermagem, que a passagem desta data comemorativa constitua esse ponto de chegada e

simultaneamente de partida.

Muitos foram os dirigentes que antecederam os actuais corpos gerentes do SERAM e

que ao longo destas cinco décadas deixaram a sua marca, com muitas dificuldades dando

muito do seu tempo e o melhor de si, sempre com um sentido colectivo tudo fizeram em prol

da Enfermagem e dos Enfermeiros.

Foram os Enfermeiros que conjuntamente com os dirigentes do SERAM, em cada

época materializaram o sentir e a vontade colectiva, tornando possível alcançar esta

memorável data, a todos uma palavra de gratidão e apreço pelo trabalho realizado e pela

herança que deixaram.

Estando desde cedo ligado a organizações juvenis, a minha entrada para a vida

sindical aconteceu um ano após ter terminado o curso geral de Enfermagem na Escola

Superior de Enfermagem São José de Cluny, corria o ano de 1987. Nas eleições para a

Direcção do Sindicato em 1988, fui convidado para integrar as listas, ainda me encontrava a

reflectir quando fui informado que fazia parte das mesmas, aceitei e abracei o desafio desde

a primeira hora. Assim desde o lugar de vogal da direcção até o lugar que ocupo actualmente

na organização, passei pelos vários cargos e fui concretizando e consolidando o meu já

longo percurso sindical, que em muito tem contribuído para o meu desenvolvimento pessoal

e profissional.

Para um iniciado nas lides sindicais era importante contextualizar o momento sócio

político em que nos encontrávamos, e situar o estatuto da profissão. Nesta altura final da

década de oitenta, um dos grandes dossiers de então era o ensino de Enfermagem, que

acabava de entrar no sistema educativo nacional com a instituição de graus académicos na

formação em Enfermagem, eram as reformas da Administração Pública, com profundas

alterações nas carreiras e simultâneo a negociação da carreira de Enfermagem, que acabou

por ser aprovada em 1991 e posteriormente publicada no decreto-lei nº 437 /91 de 08 de

Novembro.

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Nos anos seguintes muitas outras temáticas foram discutidas, acompanhadas e

reivindicadas pelos sindicatos, apenas vou referenciar as principais: a criação de um

regulamento para o exercício profissional dos Enfermeiros que se concretizou em 1996, com

a publicação do REPE, a criação de um estatuto para uma associação de direito publico para

Enfermeiros, que veio a concretizar-se em 1998 com a criação de uma comissão instaladora

para a instituição da Ordem dos Enfermeiros e posterior realização das primeiras eleições.

Corria o ano de 1998, quando se deu a revisão pontual da carreira de Enfermagem,

assim como as alterações no ensino da Enfermagem que culminaram em Setembro de 1999,

com o reconhecimento da licenciatura como formação base para todos os enfermeiros,

equiparando-os a todos os restantes licenciados do País.

A nível regional o Sindicato participou na adaptação á RAM dos diplomas que

regulamentam a carreira de Enfermagem, assim como nas negociações que alteraram o

estatuto e a orgânica do Serviço Regional de Saúde em 1992, 2003 e 2008 e em muitos

outros assuntos e actividades relacionadas com exercício da profissão e o Serviço Regional

de Saúde.

Tendo conquistado todos os instrumento legais necessários a sua consolidação e

tendo um estatuto idêntico as restantes profissões, o final da década de noventa representou

o final de um longo percurso de crescimento e de conquistas para a profissão e para os

Enfermeiros. Os anos seguintes, desde o inicio de 2000 até ao presente e face á conjuntura

sócio-económica e política do país e do mundo, o objectivo têm sido mais o de defender os

direitos reconhecidos, do que conquistar coisas novas.

O momento é de enormes desafios, reivindicação e luta, novos reptos e conquistas se

colocam, por isso temos todos de unir esforços para recomeçar a construir uma nova era

para a Enfermagem.

Na primeira década do século XXI e perante um mundo em rápidas e profundas

mudanças as organizações sindicais como sistemas abertos, pelas quais circulam valores e

concepções intrínsecos aos dirigentes que as compõem e à sociedade em que se inserem,

congregam a correlação de forças que em cada momento se constrói e se vive, determina as

formas de intervenção sindical e a capacidade de influenciar os decisores e as politicas

contribuindo deste modo para o desenvolvimento da profissão e das instituições que

compõem a sociedade.

Hoje como ontem cabe aos dirigentes do SERAM, dinamizar no seio da organização

sindical a participação e o envolvimento de todos os profissionais na defesa dos legítimos

interesses dos enfermeiros, assumindo o Sindicato desta forma a concretização de um direito

constitucional consagrado - O de ser um instrumento ao dispor dos enfermeiros para alcançar

o desejável equilíbrio entre quem tem o poder de decidir sobre o valor e as condições do

trabalho e aqueles que têm como poder a força do trabalho.

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Esta dialéctica contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da profissão, a

promoção e a melhoria dos cuidados de saúde, a defesa e consagração de direitos, a

valorização e o alcançar de melhores condições de trabalho e de exercício da profissão.

Depois de década e meia de vivência num contexto ditatorial, as transformações sócio

políticas operadas com o 25 de Abril, abriram portas á liberdade e á democracia, criando

condições para que os enfermeiros assumissem nas suas mãos o destino das suas

organizações representativas, garantindo que estas criassem espaços de livre expressão e

participação colectiva, onde a análise e o debate de ideias era a base aglutinadora da

unidade e força necessária para ultrapassar as contingências.

Num tempo de profundas mudanças, onde se assiste a um quadro de novas relações

laborais e de produção, é urgente dinamizar e potenciar os valores da solidariedade e da

justiça, valores que sempre referenciaram a intervenção sindical e fortaleceram a defesa dos

interesses legalmente protegidos dos enfermeiros. Este desiderato deve ser assumido

colectivamente pelos enfermeiros de forma a reforçar e a aumentar a intervenção sindical

com dinâmicas socialmente reconhecidas e amplamente apoiadas.

Perante um contexto local e global de mudança, a tendência para formas liberalizantes

da economia de mercado, vai manter a crescente tendência para a desregulamentação das

relações de trabalho, suportadas na concepção do valor individual e nas condições que cada

um tem para fazer valer os seus direitos como trabalhador. Esta realidade fragiliza os laços

de solidariedade e dificulta a possibilidade de todos os trabalhadores conjugarem esforços

para defenderem os seus interesses em comum que dignifiquem as condições de prestação

e valorize o trabalho realizado.

Os ganhos e os avanços que os Enfermeiros e os trabalhadores em geral alcançaram

ao longo das últimas décadas, só foram possíveis pela capacidade de organização e

mobilização em torno de objectivos comuns que pelas suas implicações e abrangência,

impulsionaram dinâmicas que com muita persistência e firmeza se manifestaram em formas

de luta bastante diversificadas e diferenciadas.

Podendo a globalização constituir um instrumento de intercomunicação e

solidariedade, proporcionando mais e melhores políticas e justiça social entre os povos,

garantindo uma maior eficiência na distribuição da riqueza produzida, no sentido de superar

muitas assimetrias. A verdade é que apesar das potencialidades identificadas desta nova

etapa, as estratégias e as medidas desenvolvidas não têm diminuído as profundas

assimetrias mundiais á longas décadas identificadas, constatando-se actualmente um

aumento do fosso entre aqueles que aproveitando o desenvolvimento científico e tecnológico

em favor de alguns, deixam de lado a maioria, principalmente aqueles que já são os mais

desfavorecidos.

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Neste tempo de profundas e rápidas mudanças, assiste-se muitas vezes a um

transversal desajustamento de respostas aos mais diversos problemas e aos vários níveis de

intervenção, quer política, social e cultural, o que exige das organizações sindicais uma maior

consciencialização das dificuldade de forma a intervir em campos cada vez mais

complementares, em que a compreensão dessas mesmas dificuldades e a partilha de

informação garantam um papel activo e efectivo de cada um e de todos, para que de forma

democrática e com instrumentos autónomos a participação colectiva reforce e credibilize a

intervenção e a actividade sindical.

Neste quadro e sob a pressão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, os Governos

vão continuar a ser fortemente pressionados para prosseguirem políticas centradas na

conjuntura económica, adoptando medidas penalizadoras para os trabalhadores, ao

desencadear reformas que continuarão a promover a liberalização/privatização de serviços

públicos, a diminuir a intervenção do estado em vários sectores inclusive no sector da saúde

e a retirar direitos consagrados.

Na Saúde, desde meados da década de noventa verifica-se uma progressiva

passagem de instituições do sector público para regime de gestão privada, adoptando a

administração vários modelos de estatuto para essas instituições públicas, assim temos as

denominadas sociedades anónimas e as entidades públicas empresárias na saúde. Estas

apesar das alterações introduzidas a nível da gestão e organização na verdade não têm

melhorado a acessibilidade nem a prestação de cuidados, mantendo os défices orçamentais

no sector.

Na RAM com as reformas iniciadas em 2003, o desenvolvimento de modelos de

gestão privada também foram introduzidos no Serviço Regional de Saúde, com profundos

impactos no dispositivo organizacional, e nas condições laborais de todos os profissionais

que trabalham no Serviço Regional de Saúde. O objectivo de diminuir os custos globais com

a saúde, tem levado em muitas situações o cidadão utilizador dos serviços, a suportar cada

vez maiores encargos com a sua saúde.

A curto e a médio prazo continuaremos a estar confrontados com enormes desafios no

que respeita ao desenvolvimento da profissão e com a melhoria das condições de trabalho

dos Enfermeiros. É neste contexto que teremos de continuar a lutar pela efectivação dos

vários capítulos que ainda não foram revistos na nova Carreira de Enfermagem e por um

Acordo Colectivo de Trabalho, que enquadre correctamente todos os Enfermeiros.

A continuidade deste caminho de exigência reivindicativa e luta, far-se-á em condições

muito diferentes das do passado, nesta nova realidade o mais relevante consiste em

transformar os desafios em oportunidades, com impactos positivos para os enfermeiros e

para a profissão. O elemento mais determinante reside na consciência individual e colectiva

de que os resultados dependerão, cada vez mais, da mobilização institucional que todos os

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Enfermeiros terão de desencadear.

A todos um bem-haja!

Juan Carvalho

Novembro de 2009

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S.E.R.A.M. Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira

Morada: Rua de Santa Maria 86-88-90, 9050-040 Funchal Contactos: Telefone. 291 224942; 291617932 Fax 291 227664 E-mail: [email protected]; [email protected] Web site: www.seram.pt

Estar Sindicalizado é mais Seguro!

Direcção Juan Carvalho Helena Vieira Mário Castro

Maria José Ramos

Coordenação Helena Vieira Mário Castro

Maria José Ramos

Comissão Organizadora do 50º Aniversário do SERAM

Juan Carvalho Célia Silva

Joel Pereira

Revisão Célia Silva

Periodicidade

Trimestral

Propriedade e Redacção Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma

da Madeira

Tiragem 1300 exemplares

Impressão Eco do Funchal

Distribuição gratuita A todos os sócios

2 EDITORIAL

3 A ENFERMAGEM E O SINDICALISMO – QUE

PERCURSO?

10 A VISÃO DO SINDICALISMO POR

PERSONALIDADES DO SERAM

10 Enf.º Jaime Jardim

12 Enf.º Manuel Timóteo

15 Enf.ª Gorete Reis

19 Enf.º Juan Carvalho