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Inicial de alimentos
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ESTADO DO ACREDEFENSORIA PÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA
______ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE RIO BRANCO – ACRE
JOÃO PAULO DOS SANTOS MEDEIROS, menor
impúbere, neste ato representado(a)s por sua genitora, ROZINETE
LIMA DOS SANTOS, brasileira, menor púbere, solteira, do lar,
portador(a) da Cédula de Identidade nº 441.142/SSP/AC e CPF/MF nº
809.268.002-72, neste ato assistida por seu pai PAULO SÉRGIO
DOS SANTOS, brasileiro(a), casado(a), portador(a) da cédula de
identidade RG n. 111.525 SSP/AC, e CPF/MF n. 138.801.282-00,
ambos residentes e domiciliados na Rua Tião Natureza, n. 283, Bairro
Vitória, nesta cidade, por sua Defensora Pública infra assinada,
integrante da Assistência Judiciária Gratuita no Estado do Acre, com
endereço profissional na Av. Getúlio Vargas, nº 2.852, Bosque, nesta
cidade, onde recebe intimações em geral, vêm, respeitosamente, à
digna presença de V. Exª., com fundamento no art. 227 da
Constituição Federal e na Lei nº 5.478/68, propor a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS
Avenida Getúlio Vargas, 2.852. Bosque. Fone 228-1312 / 228 1314CEP 69.900-000 – Rio Branco – Acre
ESTADO DO ACREDEFENSORIA PÚBLICA
em desfavor de MISSIAS DE QUEIROZ
MEDEIROS, brasileiro, solteiro, peão de fazenda, residente e
domiciliado na Estrada Transacreana, KM 55, Ramal Cachoeira, Km
04, na Colônia do Sr. Francisco Mineiro, neste município, pelos fatos e
fundamentos que passa a aduzir.
I – PRELIMINARMENTE
Requer(em) lhe(s) sejam concedidos os benefícios
da Assistência Judiciária Gratuita, por não ter condições de arcar com
as custas processuais e honorários de advogado, por ser(em)
juridicamente pobre(s) nos termos da(s) declaração(ões) acostada(s)
(docs. 01/02).
II – DOS FATOS
O alimentante é pai biológico do alimentando
JOÃO PAULO DOS SANTOS MEDEIROS, de apenas 03 (três) anos
de idade, conforme faz prova a certidão de registro de nascimento
anexada (DOCs. 03), fruto de um relacionamento de mais de quatro
anos, encontrando-se o casal separado há cerca de cinco meses.
O requerido nunca contribuiu regularmente para a
manutenção do filho, fazendo-o apenas voluntária e ocasionalmente
quando queria, com quantias módicas e insuficientes.
DA NECESSIDADE
As necessidades de uma criança são evidentes,
principalmente no caso do alimentando, que ainda encontra-se em
tenra idade, necessitando, além de uma alimentação específica
equilibrada indispensável para seu crescimento físico e intelectual, de
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fraldas, além das despesas ordinárias com roupas e remédios
(quando necessário), lazer, transporte, entre outras.
DA POSSIBILIDADE
O pai do alimentando é peão de fazenda, tendo
trabalho fixo na colônia referida inicialmente, recebendo por diária de
cerca de R$12,00 (doze reais), tendo renda média mensal de mais de
um salário mínimo, tendo assim plenas condições de contribuir na
manutenção das necessidades do filho.
Por sua vez, a mãe do alimentando não trabalha,
por ser menor de idade, e não ter estudos, mora de aluguel, e em
face dos atuais acontecimentos, está passando por sérias dificuldades
financeiras, não tendo, portanto, condição de continuar arcando
sozinha com as despesas do infante.
Requer, portanto, seja o requerido condenado a
contribuir para o sustento do filho com a importância mensal de
R$100,00 (cem reais), equivalente a 1/2 (meio) salário
mínimo, a ser depositado até o dia 05 de cada mês em conta a ser
aberta em nome da mãe do requerente, para o que desde já se
requer autorização deste Juízo.
III – DO DIREITO
Os alimentos, como é cediço, devem ser fixados
atendendo-se aos critérios de necessidade do alimentando e real
condição econômica do alimentante, atendendo sempre ao princípio
da proporcionalidade. Neste sentido, a disposição da lei civil:
“Art. 400 - Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamado e dos recursos da pessoa obrigada”.
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Nesse sentido, é mansa e pacífica a jurisprudência
dos nossos tribunais, colhida nos seguintes acórdãos:
CIVIL - ALIMENTOS - ACORDO JUDICIAL - MODIFICAÇÃO DE
CLÁUSULA. A OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS AOS
FILHOS É DE AMBOS OS GENITORES, DEVENDO SER
RESPEITADO O BINÔMIO NECESSIDADE/ POSSIBILIDADE
(ART. 400 DO CCB) PARA A FIXAÇÃO DOS VALORES DEVIDOS
A TÍTULO DE PENSÃO. ...1
CIVIL - ALIMENTOS - OBRIGAÇÃO DE AMBOS OS PAIS -
QUANTUM - BINÔMIO NECESSIDADE/ POSSIBILIDADE. A
OBRIGAÇÃO DE SUSTENTAR OS FILHOS É DE AMBOS OS
PAIS, QUE TÊM O DEVER DE PROVER SUAS NECESSIDADES
BÁSICAS, TAIS COMO ALIMENTAÇÃO, EDUCAÇÃO, SAÚDE
ETC, CONSIDERANDO-SE, OBVIAMENTE, OS RECURSOS DOS
OBRIGADOS. MANTÉM-SE O QUANTUM FIXADO A TÍTULO DE
ALIMENTOS, SE EM CONFORMIDADE COM OS PARÂMETROS
DO ART. 400 DO CCB.2
CIVIL - AÇÃO DE ALIMENTOS - FILHOS MENORES -
PERCENTUAL. PARA A FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS, DEVE-SE
ESTAR ATENTO PARA O BINÔMIO NECESSIDADE DO
ALIMENTADO E POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE.3
Ação de alimentos. Fixação da pensão. Percentual sobre os ganhos
do alimentante. Binômio necessidade x possibilidade. Em sede de
ação de alimentos, deve o julgador ater-se à prova dos autos,
quanto aos ganhos do alimentante, não podendo basear-se em
suposições decorrentes de padrão de vida. ... A sentença está
sujeita à cláusula rebus sic stantibus, pelo que poderá qualquer das
partes modificá-la, no futuro, caso consiga demonstrar alterações
da fortuna das partes. Por ora, a sentença se mostra prudente e
equilibrada, pelo que deve ser prestigiada. Desprovimento do
recurso. 4
1 TJDF. AC n. 19990110283338/DF. Relator SÉRGIO BITTENCOURT. DJU: 03/04/2002 Pág. : 49.2 TJDF. AC n. 19980110807223/DF. Relator SÉRGIO BITTENCOURT. DJU: 03/04/2002 Pág. : 49.3 TJDF. AC n. 20000710021834APC DF. Relator ROMEU GONZAGA NEIVA. DJU: 02/05/2001 Pág. : 66.4 TJRJ. AC n. 2001.001.07224, DES. SYLVIO CAPANEMA. Julgado em 18/12/2001.
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A prestação de alimentos, ora requerida, advém da
relação parental existente entre as partes, consoante faz prova a
Certidão de Registro de Nascimento acostada. Em razão deste
vínculo familiar, portanto, é que surge o dever dos pais de criar,
assistir e educar os filhos menores, situação esta consolidada pelo
art. 229, da Carta Magna e pela Lei 5.478/68, bem como pelos
arts. 396 e 397, do Código Civil vigente.
Antes de ser um dever legal, a prestação
alimentícia aos filhos constitui um dever moral, não podendo os pais,
se eximir da obrigação de proporcionar aos filhos um
desenvolvimento compatível com as exigências primordiais à vida do
ser humano, estando o requerente apenas cumprindo o seu dever
paternal de contribuir nas despesas advindas das necessidades
básicas dos filhos.
Além disso, a despeito de não ser casado com a
mãe do requerente e com ele não ter convívio diário, acima disto
resta o dever paternal de acompanhar o desenvolvimento das
crianças, prestando-lhes, na medida do possível, assistência no
âmbito educacional, médico, emocional e outros.
IV. DO PEDIDO
Em face de todo o exposto, requer a Vossa
Excelência:
a) a concessão da Assistência Judiciária, bem como
a gratuidade da Justiça, conforme a Lei 1.060/50, para o que afirma
ser juridicamente pobre nos termos da declaração em anexo (doc.
01).
b) em face das urgentes necessidades do filho,
requer a fixação, desde logo, dos alimentos provisórios, no valor
requerido, qual seja R$100,00 (cem reais), equivalente a 1/2
(meio) salário mínimo, a ser recolhido mensalmente até o dia 05
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(cinco) de cada mês, e creditado em conta a ser aberta em nome da
mãe dos alimentandos, o que desde já se requer.
c) A citação do alimentante MISSIAS DE
QUEIROZ MEDEIROS, no endereço já declinado inicialmente,
para querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e
confissão, bem como sua intimação para comparecer à audiência a
ser designada por esse r. Juízo, para o fim de fixação dos alimentos a
que está obrigado o ora alimentante;
d) a intimação do Ministério Público para
acompanhar o feito, na forma do artigo 82, I do Código de processo
Civil e da norma regente de alimentos;
e) finalmente, requer a Vossa Excelência sejam
julgados procedentes os pedidos da inicial para fixar em definitivo os
alimentos requeridos provisoriamente, na forma requerida.
Protesta provar o alegado por todos os meios de
prova em direito admitidos, inclusive o depoimento pessoal das
partes e oitiva das testemunhas que abaixo se arrola.
Dá-se à causa o valor de R$1.200,00 (um mil e
duzentos reais) – art. 259, VI, CPC.
É o que espera ver deferido por ser de justiça.
Rio Branco, 27 de setembro de 2002.
Célia da Cruz Barros Cabral Ferreira
Defensora Pública
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ROL DE TESTEMUNHAS:
1 – FRANCISCA DE OLIVEIRA LIMA – Rua Santa Clara, n. 266, Bairro
Vitória, nesta cidade;
2 – RAIMUNDO ANTONIO SILVA DE ALMEIDA - Rua Santa Clara, n. 266,
Bairro Vitória, nesta cidade;
3 – LEILA CLAUDIA DA SILVA – Rua União, n. 286, Bairro Vitória, nesta
cidade.
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