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INOVAÇÃO E LIDERANÇA NA GESTÃO PÚBLICA: ANÁLISE DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE EDUCAÇÃO Ubaldino Gonçalves Souto Maior Filho 1 Silvan Freire da Cunha 2 RESUMO As rápidas mudanças sociais, políticas e econômicas vêm caracterizando o atual cenário mundial, provocando importantes transformações nos mais diversos âmbitos; e levando os governos, de forma constante, ao enfrentamento dos mais variados e complexos problemas. Assim, ideias inovadoras são necessárias para dar resposta às demandas da sociedade e a modernização da gestão pública. Neste sentido, o gestor público ocupa o protagonismo na condução das atividades e suas características são determinantes para que a inovação aconteça. O artigo tem como objetivo avaliar a tendência à inovação, na percepção dos servidores, como também identificar os aspectos facilitadores, as barreiras no processo inovativo e determinar o perfil do líder institucional. A metodologia empregada será uma pesquisa aplicada, quanti-qualitativa, exploratória e descritiva e, ainda, bibliográfica com um estudo de caso. E por fim, a conclusão do trabalho pretende relacionar o perfil da liderança mais evidente exercido pelos gestores frente à inovação de uma instituição de ensino público superior, básico e profissional. Palavras-chave: Gestão Pública; Inovação; Instituição de Ensino; Liderança. 1. INTRODUÇÃO Cada vez mais, exige-se das instituições públicas que implantem mudanças consistentes em seus procedimentos com a finalidade de incrementar qualidade e eficiência aos serviços públicos. Isso sugere uma revisão nos métodos e instrumentos que predominam nos padrões adotados pela tecnocracia, sobretudo nos processos decisórios e na implementação das ações, introduzindo uma nova composição organizacional e de processos de gestão (ANDRADE, 2001). Por outro lado, conforme salienta Baracchini (2002, p. 105), “nas administrações públicas em países em desenvolvimento, a necessidade de reformas estruturais do Estado aparece no discurso das elites políticas locais como algo inquestionável”. A partir dessa ótica, é possível constatar que começa a haver algo no país que se pode chamar de “inovação” (BARACCHINI, 2002, p. 106). Para Faria (2009) a inovação é um método predominante para se atingir crescimento econômico e social. Para este autor, nos últimos anos a inovação vem sendo largamente disseminada nas empresas, visando entender melhor o ambiente e aprimorar habilidades essenciais para assegurar superioridade competitiva, já que os mercados registram acentuada concorrência. Similarmente, “também em organizações do setor público cada vez mais se observa o aumento da discussão e da prática da inovação(FARIA, 2009, p. 1). 1 Mestrando em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. 2 Mestrando em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

INOVAÇÃO E LIDERANÇA NA GESTÃO PÚBLICA: ANÁLISE … · protagonismo na condução das atividades e suas características são determinantes para que a inovação aconteça

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INOVAÇÃO E LIDERANÇA NA GESTÃO PÚBLICA:

ANÁLISE DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE EDUCAÇÃO

Ubaldino Gonçalves Souto Maior Filho1

Silvan Freire da Cunha 2

RESUMO

As rápidas mudanças sociais, políticas e econômicas vêm caracterizando o atual

cenário mundial, provocando importantes transformações nos mais diversos âmbitos; e

levando os governos, de forma constante, ao enfrentamento dos mais variados e complexos

problemas. Assim, ideias inovadoras são necessárias para dar resposta às demandas da

sociedade e a modernização da gestão pública. Neste sentido, o gestor público ocupa o

protagonismo na condução das atividades e suas características são determinantes para que a

inovação aconteça. O artigo tem como objetivo avaliar a tendência à inovação, na percepção

dos servidores, como também identificar os aspectos facilitadores, as barreiras no processo

inovativo e determinar o perfil do líder institucional. A metodologia empregada será uma

pesquisa aplicada, quanti-qualitativa, exploratória e descritiva e, ainda, bibliográfica com um

estudo de caso. E por fim, a conclusão do trabalho pretende relacionar o perfil da liderança

mais evidente exercido pelos gestores frente à inovação de uma instituição de ensino público

superior, básico e profissional.

Palavras-chave: Gestão Pública; Inovação; Instituição de Ensino; Liderança.

1. INTRODUÇÃO

Cada vez mais, exige-se das instituições públicas que implantem mudanças

consistentes em seus procedimentos com a finalidade de incrementar qualidade e eficiência

aos serviços públicos. Isso sugere uma revisão nos métodos e instrumentos que predominam

nos padrões adotados pela tecnocracia, sobretudo nos processos decisórios e na

implementação das ações, introduzindo uma nova composição organizacional e de processos

de gestão (ANDRADE, 2001).

Por outro lado, conforme salienta Baracchini (2002, p. 105), “nas administrações

públicas em países em desenvolvimento, a necessidade de reformas estruturais do Estado

aparece no discurso das elites políticas locais como algo inquestionável”. A partir dessa ótica,

é possível constatar que começa a haver algo no país que se pode chamar de “inovação”

(BARACCHINI, 2002, p. 106).

Para Faria (2009) a inovação é um método predominante para se atingir crescimento

econômico e social. Para este autor, nos últimos anos a inovação vem sendo largamente

disseminada nas empresas, visando entender melhor o ambiente e aprimorar habilidades

essenciais para assegurar superioridade competitiva, já que os mercados registram acentuada

concorrência. Similarmente, “também em organizações do setor público cada vez mais se

observa o aumento da discussão e da prática da inovação” (FARIA, 2009, p. 1).

1 Mestrando em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. 2 Mestrando em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

É necessário, dessa forma, implantar políticas e processos inovadores a fim de

enfrentar os desafios que se apresentam aos governos (SCHWELLA, 2005), como por

exemplo, recursos escassos, novas responsabilidades, novas atribuições, novos papéis,

aumento de demandas etc. (PINHO e SANTANA, 1998). Uma vez que, “a inovação é

apontada como requisito necessário para a solução desses problemas e desafios enfrentados

atualmente pela administração pública (SOARES, 2009, p. 1).

Por outro lado, esses desafios requerem estratégias e escolhas apropriadas do estilo de

liderança, baseadas na compreensão e análise das abordagens de liderança que conduzem as

inovações no setor público (SCHWELLA, 2005).

Ressalte-se que, a liderança ocupa um papel central na condução da inovação, e as

competências do líder na implementação das mudanças são determinantes para que o processo

de inovação aconteça (TIDD; BESSANT E PAVITT, 2008, GILLEY; DIXON E GILLEY,

2008). Ou seja, “um líder gera impactos positivos no desenvolvimento da criatividade de sua

equipe, desde de que contribua para a criação de um ambiente organizacional adequado à

inovação” (SOUZA, 2011, p. 12). Para ratificar essas ideias, pesquisas realizadas por Brandão

e Bruno-Faria (2013), apontam uma estreita relação entre liderança e inovação, revelando que

a liderança é um dos antecedentes mais influentes da inovação no setor público.

De outro modo, conforme enfatiza Dias (2015), são esforços de inovação que podem

resultar em sucesso ou fracasso. Por isso, “é importante ter uma melhor compreensão do

processo de inovação, assim como dos seus principais facilitadores e obstáculos” (DIAS,

2015, p. 53)

Sendo assim, “diagnosticar os facilitadores é vital para a criação de um ambiente

propício ao estímulo, promoção e desenvolvimento da inovação” (FREIRE, 2008, p. 17). Do

mesmo modo, conhecer os obstáculos à inovação é muito importante, pois permite sua

implementação, bem com uma melhor definição de políticas públicas (OCDE, 2005).

Para Klumb e Hoffman (2013), os estudos sobre inovação no serviço público ainda

estão em fase inicial, principalmente se forem comparados ao setor privado. Porém, há na

literatura pesquisas que podem ajudar a compreender melhor a inovação no âmbito público.

Como exemplos podemos citar: (1) verificação de que as inovações têm acontecido apenas de

forma incremental (OLIVEIRA et al., 2015); (2) necessidade de qualificação dos recursos

humanos para garantir a manutenção da inovação (BARBOSA E MACHADO, 2013); (3)

influência dos líderes no incentivo à adoção de inovação nos serviços públicos

(GUIMARÃES E RESENDE JUNIOR, 2012); (4) identificação de lacunas de pesquisa nos

indutores e barreiras, nas características das lideranças, nos efeitos da inovação e nos fatores

que contribuem para a disseminação (BRANDÃO E BRUNO-FARIA, 2013); (5) o Estado é

ator essencial na regulação e coordenação dos processos de inovação (MARTINS,

ARTMANN E RIVERA, 2012). Por fim, Schwella (2005, p. 269) aponta que “os líderes não

devem ser diretivos e autoritários, mas facilitadores, criando espaços para a experimentação e

a aprendizagem”.

Por outro lado, “a inovação no setor público ainda não pode ser considerada uma

atividade rotineira” (BRANDÃO, 2012, p. 17). Também não existe rotinas de avaliação e

estabelecimento de parâmetros e indicadores de mudança de curso (COSTA; RIBEIRO E

SILVA, 2000). Além disso, a produção nacional é pequena e mostrou apresentar interação

restrita com a literatura sobre inovação em serviços (LIMA E VARGAS, 2010). Por fim, “os

artigos revelam visão da inovação como mudança imposta de cima para baixo e não como

processo interativo e intrínseco à atividade pública” (LIMA e VARGAS, 2012, p. 2).

Diante do que foi exposto, o presente artigo buscou avaliar a tendência à inovação

segundo à percepção dos servidores, como também determinar os aspectos facilitadores e as

barreiras a inovação e, por fim, identificar o perfil de liderança mais evidente exercido pelos

gestores. Para tanto foi selecionada uma instituição de educação superior, básica e

profissional, pluricurricular na cidade da Campina Grande/PB.

Em relação à metodologia, este estudo adota uma abordagem quanti-qualitativa;

quanto à natureza trata-se de pesquisa aplicada; no tocante aos objetivos, consiste em

descritiva e exploratória; e, quanto aos procedimentos, pesquisa de campo.

No que diz respeito aos instrumentos, adotou-se a aplicação de questionários

semiestruturados adaptados de um modelo aplicado pelo Centro Sul-africano para Inovação

Política (CPSI, 2008) para avaliar tendências de inovação no nível departamental e outras

seções para traçar o perfil dos gestores, a identificação de barreiras e dos aspectos

facilitadores para inovação.

Além da introdução, o presente artigo está estruturado em mais quatro seções. A

segunda seção trata da fundamentação teórica e aborda o tema de inovação, desde a origem do

termo, trazendo conceitos, a evolução para o setor público, as abordagens limitadores e

facilitadores, e o elo existente entre inovação e liderança. A terceira seção apresenta os

procedimentos metodológicos aplicados nesta pesquisa. A quarta seção mostra os resultados

alcançados. E por último traz as considerações finais.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Segundo Costa (2012), as origens do termo inovação propõe uma ligação com a

expressão “destruição criativa” usada pela primeira vez por Schumpeter em 1942, para se

referir à maneira como os produtos e métodos capitalistas inovadores estão constantemente

tomando o lugar dos antigos. Assim, para Schumpeter, a destruição criativa é o fator essencial

do capitalismo, portanto “capitalismo estabilizado é uma contradição em termos”, escreveu

ele. Costa (2012) afirma ainda que Schumpeter identificou o capitalismo como uma expressão

de inovação, de luta humana, pura e simples destruição, tudo ao mesmo tempo.

Colaborando com esse pensamento, Monteiro (2005) afirma que o conceito de

inovação, introduzido por Schumpeter, referia-se à introdução de um novo produto, método

de produção, mercado, novos fornecedores ou novas formas de organização; a ênfase era

colocada no “novo” ou com qualidades desconhecidas do mercado. O autor afirma ainda que

o conceito evoluiu e não se exige novidade, podendo falar-se em inovação quando se adaptam

a uma organização ou setor de atividade, produtos, métodos ou processos já utilizados em

outras organizações ou setores.

Neste caminhar evolutivo, diversos autores contribuíram na conceituação do que seria

inovação. Van de Ven (2000) foca no novo e define a inovação como um processo que

envolve geração, adoção, implementação e incorporação de novas ideias, práticas ou artefatos

dentro da organização. Já Gonçalves e Gomes (1993) complementando o conceito do algo

novo introduzem a variável “modificação ou alteração” de algo, embora restrinja a questões

tecnológicas, e assim, definem as inovações como mudanças nos processos de produção e nos

modelos dos produtos que sejam à base do progresso tecnológico. De forma semelhante, Tidd,

Bessant e Pavitt (2005) entende que é uma nova tecnologia incorporada a produtos, que são

diferentes daqueles já produzida pela empresa. Similarmente, Tijssen (2002) conceitua como

uma consequência das pesquisas básicas e invenções que são inseridas no mercado.

Diferentemente dos anteriores, Byrd e Brow (2003) entendem a inovação como uma

combinação entre a criatividade e a tomada de risco. De outro modo, Haines e Sharif (2006);

MCT (2002) estabelecem a inovação como uma melhoria da gestão organizacional e de suas

relações com o ambiente externo e interno. Para ampliar mais ainda esse conceito,

Mcfadzean, O`loughlin, Shaw (2005) interpretam como um processo em que valores

adicionais são fornecidos a um nível de novidade para a organização e para seus fornecedores

e clientes por intermédio do desenvolvimento de novos procedimentos, soluções, produtos, e

serviços e também de novos métodos de comercialização. Roberts (2007) e Lakemond;

Johansson; Magnusson; Säfsten (2007) foram mais objetivos e caracterizaram a inovação

como um processo que inicia com a criação de uma ideia e finaliza com o lançamento do

produto no mercado (CORAL E GEISLER, 2008).

Por fim, o conceito de inovação que abrange as mais diversas variantes mencionadas

pelos autores é a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE3)

que por meio do Manual de Oslo diz o seguinte:

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou

significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing,

ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do

local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2005, p.55).

Assim como exposto, foi a dinâmica cíclica do capitalismo mencionado por

Schumpeter que veio a introduzir o conceito de inovação e que, atualmente, com a

contribuição de diversos autores, tem sido apresentado de forma ampla e diversificada na

literatura de administração (SANTOS; FAZION E MEROE, 2011). Continuando, neste

sentido, Halvorsen (2005) argumenta que o conceito tem sido constantemente ampliado e que,

atualmente, a lógica inovativa considera também a dinâmica de inovação no setor público e

nas áreas sociais, respeitadas as especificidades que caracterizam fortemente o ambiente

público. Esse pensamento coaduna com Klering & Andrade (2006) ao mencionar que os

estudos têm contemplado um foco específico que é a inovação tecnológica, mas que convém

ampliar o entendimento do conceito dentro de outras perspectivas e setores, principalmente

dentro do contexto do setor público.

Salazar e Holbrook (2004) também já argumentavam que a esfera pública - por possuir

características focadas principalmente na oferta de serviços – merecia ser objeto das pesquisas

sobre inovação; dos processos inovadores; de como melhorar a sua qualidade; a eficiência; a

satisfação do usuário; a produtividade; e, consequentemente, constituir assim um benefício

social.

O fato é que a temática apesar de ser muito presente no mundo dos negócios e gerar

impactos no desempenho das organizações – o processo de “destruição criativa” – também

vem despertando nos últimos anos a curiosidade de pesquisadores no segmento da gestão

pública por se mostrar um lócus fértil para investigação científica (BISPO E SANO, 2015).

Assim, Salgado (2005) introduz o entendimento de que a inovação no setor público

ocorre na constituição de uma esfera pública que vai além das funções do clássico Estado

representativo e Brandão (2012) se posicionava em consonância ao mencionar sua percepção

de que o setor público inovador é aquele que promove formas inovadoras de gestão e

organização além das funções institucionais. Oferecendo produtos, serviços de boa qualidade,

facilidade de uso, acesso e oportunidade que possam garantir uma relação mais eficaz com os

cidadãos e otimizando os recursos disponíveis em benefício da sociedade (BRANDÃO,

2012).

Portanto, é fácil perceber o quão importante é a temática da inovação na gestão

pública e essa relação fica evidenciada pela quantidade de programas de pesquisa

desenvolvidos para incentivar os servidores do setor público a pensarem produtos e serviços

de forma inovadora. Como por exemplo, o PUBLIN4 que é um programa que estuda a

3 Organização internacional presente em 34 países e que tem como princípios a democracia representativa e a economia de livre mercado,

que procura fornecer uma plataforma para comparar políticas económicas, solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais. 4 PUBLIN era um projeto europeu de pesquisas em inovação social no setor público. O foco era a investigação, aprendizagem política e

inovação técnica e administrativa no setor público que tentou obter uma melhor compreensão das mudanças de comportamento, processos de aprendizagem e a implementação de tecnologias novas ou aperfeiçoadas nas organizações públicas da União Europeia. Os estudos tinham

inovação nas organizações elaboradoras de políticas, nas agências reguladoras e nas empresas

públicas da União Europeia; e, o MEPIN5 que busca compreender a taxa e o grau de inovação,

bem como os incentivos, os processos e o impacto produzido no setor público dos países

nórdicos. No Brasil, os exemplos são da Fundação Escola Nacional de Administração Pública

– ENAP6, por meio do Concurso Inovação na Gestão Pública Federal

7 que premia os

servidores públicos engajados no alcance de melhores resultados na gestão das organizações e

políticas públicas; e o Prêmio Innovare8 que é o reconhecimento e disseminação de práticas

inovadoras no poder judiciário (SOUSA et al., 2013; PUBLIN, 2006; NORDIC

INNOVATTION, 2011).

Ainda corroborando com os programas mencionados, citam-se os concursos e prêmios

criados e divulgados por organizações governamentais de nível internacional que estimulam

os servidores públicos e aumentam o interesse pela inovação na esfera pública. São exemplos,

a Fundação Ford que premia iniciativas de inovação no governo americano (BORINS, 2001)

e “The America COMPETES Reauthorization Act of 20109” que recentemente alterou a

política federal dos Estados Unidos clarificando e simplificando os caminhos para que todas

as agências federais possam oferecer prêmios que incentivem a inovação em instituições

governamentais (WILLIAMS, 2012). Embora o enfoque seja dado nos incentivos aos

servidores dos setores públicos; todo o arcabouço mencionado enfatiza a importância da

inovação para manter o Estado atualizado e dessa forma melhor atender as necessidades da

população que no entendimento maior é sua razão de existir (Grifo nosso).

Em contrapartida, como salientam Bispo & Sano (2015), inovar é sempre um risco,

pois se está lidando com o novo. A atividade inovadora envolve incertezas, riscos e tal

complexidade é resultado de uma série de variáveis na tomada de decisão, entre estas as

barreiras ou os aspectos facilitadores na implementação de inovações.

Segundo Borins (2001), os fatores que dificultam a inovação no setor público surgem

de dentro da própria burocracia da organização, dos obstáculos que surgem principalmente do

ambiente político e de barreiras oriundas do ambiente externo. No primeiro, estão

compreendidas as atitudes hostis ou céticas, as lutas de relva, as dificuldade em organizações

e co-coordenação, os problemas logísticos, as dificuldade em manter o entusiasmo do pessoal

do programa, as dificuldade na introdução de novas tecnologias, a oposição dos sindicatos, a

resistência dos quadros médios, e a oposição pública à ação empreendedora. No segundo, são

os financiamentos ou recursos inadequados, as restrições legais ou regulamentares, e a

oposição política. E no terceiro, as dúvidas do público sobre a eficácia dos programas, a

dificuldade em chegar ao grupo-alvo do programa, a oposição por aqueles afetados no setor

privado, incluindo as entidades que experimentam aumento da concorrência; e a oposição do

público em geral ou ceticismo (BORINS, 2001).

No sentido oposto, Coral e Geisler (2008) entendem como imprescindível que a

organização tenha claro como determinadas variáveis podem afetar positivamente o potencial

inovador das organizações. Ter uma cultura que apoia a criatividade, entender o mercado e o

consumidor, mobilizar as equipes, cultivar um clima de liberdade, avaliar resultados e

forte influência dos traços culturais e políticos como também da gestão, das redes, da cooperação e do espírito empresarial. Disponível em:

<http://siresearch.eu/public-innovation/project/publin>. Acesso em: 01 jun. 2016. 5 MEPIN (Measuring Public Innovation in the Nordic Countries) é um projeto da Nordic Innovation que busca desenvolver uma estrutura de medição para coleta de dados internacionalmente comparáveis sobre a inovação no setor público. Disponível em:

<http://www.nordicinnovation.org/Publications/measuring-public-innovation-in-the-nordic-countries-mepin/>. Acesso em: 01 jun. 2016 6 A Escola Nacional de Administração Pública é uma escola governamental brasileira destinada à formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos federais. 7 É uma iniciativa que valoriza os esforços inovadores de equipes comprometidas com a melhoria de resultados, aumento da qualidade dos

serviços e respostas mais eficientes às demandas do Estado e da sociedade. 8 É uma iniciativa do Poder Judiciário do Brasil que tem como objetivo premiar as práticas transformadoras no sistema de justiça. 9 Assinada em janeiro de 2011, a lei cria oportunidades para todas as agências federais e dá autoridade para investir e oferecer prêmios de

incentivo a inovação. A mudança política é destinada a esclarecer e simplificar os caminhos das agências federais no processo de inovação, investigação e desenvolvimento da competitividade dos Estados Unidos, e outros fins.

derrubar barreiras são práticas que as autoras mencionam como potenciais nas estratégias de

inovação.

A partir destas considerações é possível estabelecer a importância da avaliação dos

fatores pelos quais as organizações não inovam e dos obstáculos que elas encontraram no

desenvolvimento das suas atividades inovativas. Estes fatores podem oferecer informações

relevantes para formulação de estratégias que visem promover a inovação (PINTEC, 2008).

Assim, por analogia, é imperativo o conhecimento dos aspectos facilitadores e/ou das

barreiras que afetam as atividades inovadoras e, que de modo geral alavancam ou colocam em

risco os resultados das organizações (grifo nosso).

Bispo & Sano (2015) reforçam que assumir o risco de inovar no setor público é

também assumir o mau uso de recursos públicos caso a inovação não ocorra da forma como

prevista. Para a sociedade, o risco corresponde à perda de um investimento que poderia ser

destinado a outra necessidade.

Portanto, é num cenário em que riscos precisam ser assumidos que o papel da

liderança nas instituições ganha grande importância, sobretudo na implementação de

processos inovadores. Esse entendimento reafirma a interpretação de Koulopoulos (2011) que

mostra o líder como único elemento consistente encontrado nas organizações que realmente

sustenta a inovação.

Schwella (2005) reafirma essa ideia quando menciona que a inovação é um imperativo

para lidar com os desafios do contexto atual e, nesse sentido, a liderança deve ser exercida de

modo a incrementá-la. A mesma autora entende ainda que a inovação e a liderança para a

inovação atualmente são duas constantes quando o assunto é governança e administração.

Colaborando com essa visão, Monteiro (2005) argumenta que o líder é quem garante a

adaptação da organização ao seu meio envolvente e, deste modo, o responsável pelo sucesso

ou insucesso. Para reforçar, Koulopoulos ainda destaca que:

Enquanto a inovação está profundamente enraizada em comportamentos ligados à

cultura da organização, a licença e a autoridade para determinar o valor da inovação

sempre começam a partir da liderança e, especificamente, nos níveis mais altos da

hierarquia (Koulopoulos, 2011, p. 61)

Scherer e Carlomagno (2009, p.5) também mencionam o papel da liderança como de

extrema importância quando se pretende inovar e destacam que: “o líder deve facilitar do

fluxo de ideias, promover o conhecimento e ser capaz de transformar a realidade”.

Neste sentido, Alves (2014) corrobora com o entendimento de que o líder tem papel

fundamental para uma gestão pública moderna e eficiente; conduzindo a organização e os

colaboradores no alcance dos resultados esperados pela sociedade e governos. O autor ainda

identifica 05 (cinco) tipos básicos de lideranças na gestão pública na atualidade, conforme

quadro abaixo.

Quadro 1: Tipos de Liderança Segundo Alves (2014)

Tipo de Liderança Característica do Líder

Técnica Profundo conhecimento da área em que atua.

Carismática Estabelece conexões com as pessoas da equipe e as motiva.

Democrática Gosto pelo consenso com a equipe.

Autoritária Concentra todo o poder e atua verticalmente, sob forte hierarquia.

Situacional Credibilidade técnica, o carisma, o gosto pelo diálogo com a equipe

e a atitude decisória quando se fizer necessária. Fonte: Alves (2014)

Alves sugere ainda que o líder ideal deveria possuir características comuns a todos

esses tipos de liderança, como a credibilidade técnica, o carisma, o gosto pelo diálogo com a

equipe e a atitude decisória quando for necessário. Explica que ser líder do setor público

requer delegar poder à equipe (empoderamento), serenidade para lidar com as pressões de

prazo e possíveis situações de crise, avaliando cenários e tomando as decisões com o suporte

da equipe. Ser decidido, ainda mais em situações extremas; organizado no trabalho; focado

nos resultados, e de caráter nacionalista para conscientizar a equipe sobre a importância

daquele trabalho para o país. Para o autor, o gestor público moderno precisa horizontalizar o

trabalho e, sempre, motivar a equipe.

Contudo, Bressane Júnior (2015) enfatiza que, embora seja possível encontrar em

todas as organizações, os "bons líderes", que são os que formam equipes e são capazes de

gerar altos resultados por meio da motivação das pessoas sob seu comando; há também os

"maus líderes", que são aqueles que pela sua atitude e comportamento desagregam equipes,

geram redução de produtividade, diminuição do engajamento e consequentemente fazem os

resultados despencarem. Assim, o autor resume em 05 (cinco) os "maus líderes: o

intimidador, o detalhista, o viciado no trabalho, gerente-números e o gerente-divisão,

conforme descrição do quadro abaixo.

Quadro 2: Tipologia de “Maus Líderes” Segundo Bressane Júnior (2015)

TIPOS CARACTERÍSTICAS

Intimidador O controle que mantém da equipe é baseada na pressão, e humilhação;

abusa da autoridade;

Detalhista Determina que as atividades sejam feitas da forma que ele faria, e gera

frustação;

Workaholic São viciados no trabalho; determinam tarefas de última hora e exigem

resposta imedita;

Gerente Números Se debruçam nos números da organização e nos relatórios, gerando uma

equipe sem rumo e desmotivada;

Gerente

Divisão

Seu lema é dividir para conquistar; promove escolhas diferenciadas

dentro da equipe, protegendo amigos e excluindo outros. Fonte: Bressane Júnior (2015)

Portanto, há o entendimento de que a liderança exerce o papel fundamental num

ambiente que busca inovar, exercendo influência direta sobre as pessoas e transformando o

cenário organizacional. Segundo Krames (2006) o interesse por boas ideias precisa ser

demonstrado pelos líderes, independente da fonte; ouvir novidades e sugestões dos

colaboradores; incentivar a busca por resultados seja em que lugar for; demonstrar interesse e

estimular outras ideias inovadoras. É importante recompensar aqueles que trouxeram algo

novo, pois estimula a cultura de inovação dentro da organização.

3. METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada no período entre 14/04/2016 à 26/05/2016 e foram realizadas

visitas nas diretorias e coordenações da instituição para conhecimento do objeto de estudo. Na

coleta de dados, o instrumento empregado foi um questionário estruturado em 04 (quatro)

seções.

O questionário é composto por questões objetivas escalonadas de 1 a 5 (1 - nunca, 2 -

poucas vezes, 3 - às vezes, 4 - muitas vezes, 5 - sempre) que visam determinar a frequência

com que as afirmações apontadas no questionário acontecem em seu departamento. Após isso

será feito o somatório da pontuação e a posterior avaliação do nível de inovação no

departamento, de acordo com a escala de pontuação do quadro abaixo:

Quadro 3: Pontuação e Classificação de Tendência à Inovação

Pontuação Avaliação Departamental

12-24 Não é inovadora. 25-36 Preguiçosa sobre inovação. 37-48 Situacionalmente inovador.

49-60 Altamente inovadora. Fonte: ANAO (2009)

A primeira seção tem por objetivo determinar a tendência a inovação da instituição na

percepção do servidor e, nesse sentido, faz uma abordagem quantitativa, analisando os dados

coletados do questionário desenvolvido pelo Centro para Inovação no Setor Público (CPSI) da

África do Sul.

A segunda seção tem por objetivo determinar os aspectos facilitadores à inovação na

percepção do servidor. Nesse sentido, faz uma abordagem quantitativa, analisando os dados

coletados no questionário baseado nos 06 (seis) pontos em comum de organizações que

inovam sistematicamente (CORAL, 2014).

A terceira seção tem por objetivo determinar os aspectos limitadores à inovação na

percepção do servidor. Nesse sentido, faz uma abordagem quantitativa, analisando os dados

coletados no questionário baseado nas 03 (três) barreiras genéricas que afetam as

organizações que buscam inovar. (BORINS, 2001).

A quarta seção tem por objetivo determinar o perfil do gestor da instituição na

percepção do servidor e, nesse sentido, faz uma abordagem quantitativa, analisando os dados

coletados do questionário. As questões 22 a 26 são baseadas nas observações Alves (2014) é

buscam determinar se a liderança da instituição possui características do gestor público

moderno. Já as questões 27 a 31 levam em consideração as observações de Junior (2014) e

procuram esclarecer se o gestor da organização se enquadra nos tipos básicos daqueles que

comprometem os resultados das instituições.

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A avaliação dos resultados da pesquisa começa com a discussão do questionário

baseado no modelo da CPSI (2008) e propõe uma classificação da organização de acordo com

a pontuação atingida, conforme Tabela 2. O questionário foi aplicado junto a 5010

(cinquenta)

pessoas, ou seja, 21% (vinte e um por cento) dos servidores efetivos que desenvolvem suas

atividades junto às diretorias e coordenações da instituição.

10 A instituição estudada possui 238 (duzentos e trinta e oito) servidores efetivos.

Conforme o gráfico 1, no entendimento de 04 entrevistados, correspondente a 8% dos

participantes, a organização se encaixa na primeira classificação, ou seja, “decididamente não

é inovadora, e provavelmente está orientada para frustrar a inovação”.

Para 16 entrevistados, ou 32% dos participantes, a organização enquadra-se na segunda

classificação, ou seja, “a organização tende a ser preguiçosa sobre inovação e é capaz de

alcançá-la somente através dos esforços de personalidades fortes”.

Na visão de 20 entrevistados, ou 40% dos participantes, a instituição posiciona-se na

terceira classificação, ou seja, como “situacionalmente inovadora”, ou seja, “há repositório de

pensamento inovador e ação em toda organização, porém é mais uma questão de sorte do que

planejamento”.

Por fim, 10 participantes, ou 20% dos entrevistados, acreditam que a instituição está

mais próxima da quarta classificação, ou seja, “uma organização altamente inovadora”.

Como podemos depreender dos números apontados pela pesquisa, a avaliação da

instituição pelos servidores não indica uma tendência consolidada para inovação, uma vez que

a maioria (72%) dos entrevistados classificou a mesma como “preguiçosa para inovação” ou

“situacionalmente inovadora”.

Apesar de alguns números positivos, muitos aspectos contribuíram para o resultado

encontrado. Destaca-se, por exemplo, no gráfico 2, a opinião de 72% que acreditam que

apenas às vezes, poucas vezes ou nunca a instituição é metódica em relação à inovação. Esse

aspecto é salientado por Farah (2008) para quem a inovação deve ser um processo contínuo e

sistemático, cuja construção deve ser feita por intermédio de todos de forma regular e

constante.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

A organização

decididamente não

é inovadora (8%)

A organização

tende a ser

preguiçosa sobre

inovação (32%)

A organização é

situacionalmente

inovadora (40%)

A organização é

altamente

inovadora (20%)

Gráfico 1: Tendência a Inovação Departamental

na Percepção do Servidor

Além disso, o gráfico 3 mostra que 72% dos entrevistados acreditam que nunca, às

vezes ou poucas vezes as regras e procedimentos padrões são quebrados diante da

oportunidade de conseguir um avanço ou novo nível de desempenho. Para Kuhn (1974)

quebrar as regras preestabelecidas é o início natural para um processo de inovação.

0

5

10

15

20

25

30

35

40Nunca (10%)

Poucas Vezes (22%)

Às Vezes (40%)Muitas Vezes (24%)

Sempre (4%)

Gráfico 2: A instituição é metódica acerca da inovação ?

0

10

20

30

40

50Nunca (6%)

Poucas Vezes (24%)

Às Vezes (42%)Muitas Vezes (22%)

Sempre (6%)

Gráfico 3: Regras e procedimentos operacionais padrão são, por

vezes, quebrados quando parece haver a oportunidade de

conseguir avanço ou um novo nível de desempenho ?

Vale destacar também no gráfico 4, que 86% afirmaram que nas comunicações oral e

escrita, nunca, poucas vezes ou só às vezes, os superiores citam a necessidade de os

servidores serem inovadores. Dazzi e Angeloni (2009), enfatizam que a interação entre as

pessoas é um fator que potencializa a inovação, já que se baseia no processo de criação de

conhecimento. Por outro lado, Albagli e Maciel (2004) afirmam que os canais de

comunicação entre os agentes são essenciais para inovação.

Também foi aplicado um bloco de questões para avaliar os aspectos facilitadores e

barreiras à inovação. De acordo com o gráfico 5, para a maioria dos servidores entrevistados,

a inovação não é encarada como estratégia. Pinho e Santana (1998) defendem que a inovação

deve ser tratada com uma estratégia concreta no enfrentamento de problemas – novas

0

5

10

15

20

25

30

35Nunca (28%)

Poucas Vezes (34%)

Às Vezes (24%)Muitas Vezes (8%)

Sempre (6%)

Gráfico 4: Nas comunicações orais e escritas, os gestores citam a

necessidade de ser inovador, empreendedor e criativo ?

0

5

10

15

20

25

30Nunca (20,4%)

Pouca Vezes (18,4%)

Às Vezes (26,5%)Muitas Vezes (22,4%)

Sempre (12,2%)

Gráfico 5: A inovação é encarada como estratégia ?

responsabilidades, novas atribuições, novos papéis, recursos escassos etc. – pela

administração pública.

Não há percepção dos participantes no que diz respeito a realização de pesquisas sobre

as motivações da comunidade, com a intenção de dar respostas rápidas (gráfico 6). Os

indicadores que são construídos por meio de pesquisas podem constituir-se em “importantes

instrumentos de gestão, pois permitem ao administrador operar sobre dimensões-chave de

sistemas e de processos” (MINAYO, 2009, p. 84). Além disso, Bernardes, Bessa e Kalup

(2005) sugerem que a construção de indicadores tem grande relevância para o monitoramento

da inovação.

O gráfico 7 mostra que para os entrevistados não há uma boa comunicação para

mobilizar os colaboradores na geração de novas ideias. Entretanto, se verifica que a maioria

dos entrevistados entende que “sempre”, “muitas vezes” e “às vezes” há formação de equipes

com diversidade nas quais os colaboradores podem expressar suas opiniões sobre novos

05

101520253035

Nunca (30,6%)

Pouca Vezes (30,6%)

Às Vezes (26,5%)Muitas Vezes (10,2%)

Sempre (2%)

Gráfico 6: Pesquisas convencionais e não convencionais são

realizadas para extrair conhecimento sobre as motivações da

comunidade ?

0

10

20

30

40Nunca (22%)

Poucas Vezes (32%)

Às Vezes (34%)Muitas Vezes (12%)

Sempre (0%)

Gráfico 7: Há boa comunicação, mobilização dos colaboradores

de diferentes áreas para gerar ideias que possam se transformar

em novas soluções ?

projetos (gráfico 8). Amorim e Silva (2012, p. 33), acreditam que há uma “influência

recíproca entre a inovação e o envolvimento dos colaboradores em sua concretização”. Além

disso, esses autores defendem que “as organizações devem encorajar a capacidade criativa dos

colaboradores, individualmente ou em grupo, como práticas essenciais para se tornarem

inovadoras de forma sustentável e prolongada” (AMORIM E SILVA, 2012, p. 33).

A maioria dos entrevistados indicaram que não há critérios claros para avaliar o retorno

das inovações nem de recompensa para equipes responsáveis por projetos bem-sucedidos

(gráfico 9). Para Nolan e Croson (1996), um sistema de recompensa estimula a criação de

futuras inovações. Além disso, mensurar os resultados da inovação é primordial para a análise

0

5

10

15

20

25

30

35Nunca (12%)

Poucas Vezes (28%)

Às Vezes (22%)Muitas Vezes (32%)

Sempre (6%)

Gráfico 8: Equipes são formadas com grande diversidade técnica

e gerencial, em que oscolaboradores podem expressar livremente

suas opiniões a respeito de novos projetos ?

0

5

10

15

20

25

30

35Nunca (34%)

Poucas Vezes (22%)

Às Vezes (30%)Muitas Vezes (10%)

Sempre (4%)

Gráfico 9: Critérios claros são estabelecidos tanto para avaliar o

retorno das inovações bem como para recompensar os membros

das equipes responsáveis por projetos bem sucedidos ?

dos resultados esperados, como também, dos impactos e investimentos realizados (ZIVIANI,

2012).

Vale mencionar ainda que, para a maioria dos entrevistados, as barreiras que dificultam

a inovação são em maior grau ocasionadas por questões burocráticas, organizacionais e

relacionadas ao ambiente político e em menor grau por questões de ordem externa (gráficos

10 a 12). Conforme afirma Alonso (1999), os programas de reforma da administração pública

devem enfatizar a melhoria no desempenho ou simplesmente nos resultados, buscando

superar as barreiras burocráticas e influências políticos.

0

10

20

30

40Nunca (4%)

Poucas Vezes (16%)

Às Vezes (28%)Muitas Vezes (36%)

Sempre (16%)

Gráfico 10: Barreiras relacionadas a questões

burocráticas/organizacionais

0

5

10

15

20

25

30

35Nunca (16,3%)

Poucas Vezes (10,2%)

Às Vezes (30,6%)Muitas Vezes (34,7%)

Sempre (8,2%)

Gráfico 11: Barreiras relacionadas ao ambiente político

Por fim, um dado positivo apontado pela pesquisa é que na visão de 52% dos

entrevistados os erros geram aprendizado ao invés de punição (gráfico 13). Isso mostra que a

instituição apresenta um ambiente favorável à possibilidade de erros e de novas ideias. Insta

salientar que a construção de uma cultura voltada para a inovação deve ter espaço para a

tolerância ao risco e a possibilidade fracassar (ANAO, 2009).

Os participantes também responderam questões que tinham por objetivo determinar o

perfil do gestor da instituição referente aos aspectos de liderança (gráficos 14 a 18). A maioria

absoluta (sempre e muitas vezes) entende que o gestor tem perfil técnico/pragmático e

colaborativo, ou seja, “possui gosto pelo consenso e pelo diálogo” (ALVES, 2014). Foi

identificado, por outro lado, que grande parte dos entrevistados acredita que o gestor “nunca”,

0

10

20

30

40

50

60Nunca (12%)

Poucas Vezes (20%)

Às Vezes (52%)Muitas Vezes (14%)

Sempre (2%)

Gráfico 12: Barreira relacionadas ao ambiente externo

0

5

10

15

20

25

30

35Nunca (12%)

Poucas Vezes (10%)

Às Vezes (26%)Muitas Vezes (34%)

Sempre (18%)

Gráfico 13: Em vez de punições, os erros geram aprendizado ?

“poucas vezes” ou “às vezes” possua carisma. Assim, a pesquisa mostra que a liderança é

incapaz de motivar os servidores na busca por resultados. A avaliação ainda aponta que o

gestor não é do tipo centralizador nem situacional, ou seja, apesar de possuir credibilidade

técnica, ser pragmático e colaborativo, não é carismático e nem possui atitude decisória

quando necessário (ALVES, 2014).

Nos gráficos 19 a 23, 82% dos entrevistados, não observam intimidação e humilhação

como expedientes utilizados pelo gestor (BRESSANE JÚNIOR, 2015). A maioria entende

que o gestor não é focado em detalhes, nem impõe sua vontade, isso sinaliza que ele valoriza

o talento e a criatividade da equipe (ALVES, 2014).

8

18 20

42

12

0

10

20

30

40

50

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 14: Técnico/

Pragmático

18 20

18

26

18

0

5

10

15

20

25

30

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 15: Carismático

12

18 18 18

34

0

10

20

30

40

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 16: Democrático/

Colaborativo

12

16

24 22

26

0

5

10

15

20

25

30

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 18: Situacional

46

20

10 8

16

0

10

20

30

40

50

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 17: Centralizador/

Enérgico

A maioria aponta que o gestor não age distribuindo atividades de última hora, como

também não é do tipo que se isola, nem se preocupa em demasia com relatórios (BRESSANE

JÚNIOR, 2015). Grande parte dos entrevistados entende que o gestor não trata os servidores

de forma diferenciada ou excludente, considerando, portanto, o desempenho de cada um

(BRESSANE JÚNIOR, 2015).

82

6 6 4 2

0

20

40

60

80

100

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 19: Intimidador

40

24

10 14 12

0

10

20

30

40

50

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 20: Detalhista

62

18

6 10

4

0

10

20

30

40

50

60

70

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 21: Workaholic

56

8

20 14

2

0

10

20

30

40

50

60

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 22: Gerente Números

46

14 16 14 10

0

10

20

30

40

50

Nunca Poucas

Vezes

Às

Vezes

Muitas

Vezes

Sempre

Gráfico 23: Gerente Divisão

5. CONCLUSÕES

Os resultados indicam que a instituição pública de educação analisada não tem uma

tendência consolidada para a inovação, segundo a visão dos servidores entrevistados. A

maioria classificou a organização como “preguiçosa para inovação” ou “situacionalmente

inovadora” e ainda aponta que as inovações institucionais são fruto do esforço individual dos

servidores envolvidos ou, puramente, questão de sorte e não de uma cultura organizacional

que envolva as pessoas, crie condições de implementação, estimule o pensamento e premie os

resultados alcançados.

O estudo revela que as prováveis causas para a situação apontada são as muitas

barreiras no processo inovativo e começa desde a forma que a inovação é tratada. No caso em

estudo, não é vista de forma estratégica e, desta maneira, não há o comprometimento nem o

envolvimento das pessoas. Não há uma gestão participativa, nem uma boa comunicação,

muito menos pesquisas sobre as motivações da comunidade que mobilizem os colaboradores

e criem condições para os mesmos expressarem suas opiniões sobre novos projetos.

Os entrevistados apontam que as maiores barreiras são oriundas de questões

burocráticas, organizacionais e políticas ou da falta dessas variáveis, como não existir

critérios claros para avaliar o retorno das inovações ou um sistema de recompensa para

equipes responsáveis por projetos bem-sucedidos. Há ainda as barreiras de ordem externa que

afetam a organização num menor grau e fogem ao controle institucional (ANAO, 2009). No

entanto, um dado positivo apontado pela pesquisa é o fato de os entrevistados acreditarem que

os erros geram aprendizado ao invés de punição (ANAO, 2009), embora a política

institucional não promova as tentativas de inovar.

O fato é que as barreiras encontradas nessa organização para que a inovação seja

“preguiçosa ou situacional” são de ordem institucional e segundo Scherer e Carlomagno

(2009) é de extrema importância o papel da liderança no caminhar evolutivo da inovação,

facilitando o fluxo de ideias, promovendo o conhecimento e transformando a realidade.

Assim, o perfil do gestor traçado para as condições encontradas revela uma liderança técnica,

pragmática, democrático e colaborativa – como sugere o professor Paulo Vicente Alves –

visto que, na visão dos servidores entrevistados, possui credibilidade técnica e gosto pelo

diálogo com a equipe.

Entretanto, segundo a maioria dos dados dos participantes, o gestor não é carismático e,

assim, incapaz de estabelecer conexões com os membros da instituição e gerar motivação em

prol de determinados objetivos. Também não foi identificado uma atitude decisória quando

necessária (ALVES, 2014). Positivamente, a liderança não é focada em detalhes, não é

centralizadora, não utiliza de intimidação e humilhação, não impõe sua vontade, não se

preocupa em demasia com relatórios, nem trata os servidores de forma excludente e

diferenciada (BRESSANE JÚNIOR, 2015).

Por fim, sugerimos estudos mais aprofundados que identifiquem as principais razões

dessa realidade, uma vez que isso pode ser resultante de outras barreiras não identificadas

nesse estudo ou mesmo aspectos da liderança e da interação entre servidores que não

conseguimos identificar.

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