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INOVAÇÃO: QUAL É O NÍVEL DE CONHECIMENTO ADQUIRIDO PELOS ESTUDANTES DO CURSO DE
ADMINISTRAÇÃO DA FACESM?
Área temática: Gestão Estratégica Organizacional
Karina Dias Gonçalves
Ana Flavia Costa Faria
Antonio Suerlilton Barbosa da Silva
Resumo: Tendo por objetivo verificar a compreensão dos alunos do curso de Administração da Faculdade de
Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas – FACESM, localizada no município de Itajubá/MG, referente ao conceito
de inovação, foi realizada uma análise coletiva de experiências individuais para extrair a percepção dos futuros
administradores. Esse tipo de pesquisa, qualitativa, de caráter exploratório, visa explorar a gama de significados
dentro de um grupo como um grupo, e não a gama de significados para cada indivíduo dentro do grupo. Fez-se uso de
uma amostra de alunos do curso de Administração da FACESM, sendo a coleta de dados realizada por meio de
questionários estruturados. Após a análise dos dados, apresentou-se um conceito que explica a definição dos alunos
quanto à inovação. Essa definição foi comparada com a literatura existente, entretanto, não se encontrou um conceito
predominante, pois as definições obtidas junto aos alunos formam um conjunto de diversos conceitos existentes.
Finalmente, percebeu-se que os alunos apresentam dificuldades em traduzir as suas definições teóricas em exemplos
reais aplicados nas organizações.
Palavras-chaves:
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
Para conseguir dominar o mercado e sobrepujar a concorrência, as empresas modernas têm
usado como recurso principal a prática de inovar e agregar valor aos produtos/serviços e assim
atender às expectativas de seus clientes.
Deixando de ser apenas uma opção para se tornar uma essencialidade, a inovação vem se
difundindo no ambiente organizacional e desenvolvendo um nível mais abrangente no setor
produtivo. Ela surge quando os indivíduos de uma organização percebem a necessidade de mudança
e buscam alternativas que geram melhorias em seus produtos, serviços e processos (MAIS et al.,
2008).
A inovação é considerada um dos principais elementos utilizados na produção de bens e
serviços, contribuindo para o desenvolvimento de uma economia (PEREIRA et al., 2012). A
inovação tecnológica tem um papel importante na questão do desenvolvimento econômico do país,
porque ela proporciona uma quebra de paradigma no sistema econômico, isso faz com que haja uma
alteração nos padrões de produção e proporcione um diferencial às empresas (SCHUMPETER,
1988).
O Manual de Oslo (2005) e a Pintec (2012) apresentam quatro tipos de inovação, a saber:
inovação de produtos, processos, organizacional e marketing. O fato de as empresas modernas
manterem uma constante busca por inovação, criando algum produto\serviço novo acarreta
mudanças na função dos colaboradores, gerando consequentemente uma melhoria no desempenho
organizacional (SILVA; SOUZA; FREITAS, 2012).
Dado o exposto, surge o seguinte problema de pesquisa: qual é o nível de conhecimento
adquirido pelos estudantes do curso de administração, nomeadamente, os alunos da Faculdade de
Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (FACESM), no que diz respeito ao termo inovação?
Logo, o objetivo deste artigo é conhecer o entendimento dos alunos do curso de administração da
FACESM quanto ao conceito de inovação e sua aplicabilidade nas organizações.
Para o alcance desse objetivo, foi realizada uma análise coletiva de experiências individuais
para extrair a percepção dos futuros administradores. Esse tipo de pesquisa (qualitativa, de caráter
exploratório) “visa explorar a gama de significados dentro de um grupo como um grupo, e não a
gama de significados para cada indivíduo dentro do grupo” (MAINARDES; FERREIRA; RAPOSO,
2011, 287). Fez-se uso de uma amostra de alunos do curso de Administração da FACESM, sendo a
coleta de dados realizada por meio de questionários estruturados.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Os consumidores atuais buscam cada vez mais produtos e serviços aprimorados e
diferenciados, o que gera nas empresas uma necessidade constante de procurar recurso que atualizem
a produção e satisfaça seus clientes e a melhor maneira de seguir as rápidas modificações do
mercado é a capacidade de buscar novas ideias, entretanto é necessário que haja uma viabilidade em
sua implantação (SILVA; SOUZA; FREITAS, 2012; SILVA; DACOROSO, 2013).
A inovação, além de agregar valor aos produtos tornando-os diferenciados, proporciona às
empresas aquisição de novos mercados, novas parcerias e também novo conhecimento sendo, então,
a inovação um elemento fundamental que gera uma vantagem competitiva para a organização, em
relação às demais (SAMBIASE; FRANKLIN; TEIXEIRA, 2013).
Várias são as definições encontradas na literatura sobre inovação, com cada uma alinhada a
um determinado contexto, porém todas elas se enquadrando em um conceito mais geral de criação de
algo diferenciado. A seguir, serão apresentadas algumas delas.
Em Schumpeter (1988), a inovação tecnológica tem um papel importante na questão do
desenvolvimento econômico do país. Criando uma interrupção no sistema econômico, isso faz com
que haja uma alteração nos padrões de produção e proporcione um diferencial para as empresas.
Em Silva e Melo (2001), a inovação é vista como a renovação e alargamento da gama de
produtos, serviços e mercados associados, mas também como a criação de novos métodos de
produção, de aprovisionamento e de distribuição, além da introdução de alterações na gestão, na
organização do trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores.
O Manual de Oslo (2005) define inovação como uma ferramenta que envolve investimento e
que solicita a utilização de um novo conhecimento, porém ela está associada a incertezas sobre os
resultados das atividades inovadoras.
A pesquisa de inovação tecnológica, no Brasil, (PINTEC), tem a inovação como um novo ou
aprimorado produto/processo, desenvolvido pela empresa ou adquirido de outra instituição, podendo
ser resultado de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), novas combinações e aplicações de
tecnologias.
A motivação para se inovar nas organizações se dá quando seus colaboradores identificam a
necessidade de mudança e buscam alternativas que geram melhorias em seus produtos, serviços e
processos. Essa inovação é vista como algo que gera satisfação para sociedade e um retorno
financeiro para a empresa e para a economia (MARQUES, 2011; MAIS et al., 2008).
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Mais recentemente, a inovação é vista como uma ferramenta utilizada pelos empreendedores
para criação de produtos e serviços diferenciados (PAREDES; SANTANA; FELL, 2014), sendo
considerado um dos principais elementos (fator de produção) utilizados na produção de bens e
serviços (CAMPOS, 2013; PEREIRA et al., 2012), determinante principal do crescimento
econômico no mundo da industrialização (BUENEO; TORKOMIAN, 2014).
No século XXI ou ainda na economia do conhecimento, a inovação se transformou em uma
necessidade presente na realidade das empresas. Sob uma perspectiva estratégica e por meio de ações
coordenadas (rotinas, ferramentas, processos e recursos), essas empresas fazem com que a inovação
seja um procedimento atribuído de regularidade, sistematização e disciplina, e não apenas um
acidente empresarial, e assim, eliminam as barreiras e os obstáculos, facilitando o seu desempenho.
Ela é uma construção complexa, com diferentes conceitos e visões e, consequentemente, é analisada
sob diferentes abordagens teóricas, em várias áreas do conhecimento (FARIA; FONSECA, 2014;
BORCHARDT; SANTOS, 2014).
O Manual de Oslo (2005) e a Pintec (2012) apresentam quatro tipos de inovação, a saber,
Inovação de Produtos, Inovação de Processos, Inovação Organizacional e Inovação de Marketing.
Inovação de produtos é definida como a introdução, na organização, de um produto (bem ou
serviço) novo ou significativamente melhorado em relação ás suas características ou usos previstos,
através da utilização de matérias-primas ou componentes de maior rendimento (PINTEC, 2012;
MANUAL DE OSLO, 2005).
A Inovação de processos refere-se á execução de um novo ou complementado método de
produção e entrega de produtos, com a visão de reduzir custos de produção e de distribuição e
melhorar a qualidade (PINTEC, 2012; MANUAL DE OSLO, 2005).
A Inovação em marketing consiste em implementar novas estratégias de marketing com
mudanças no produto ou na embalagem dos produtos, sem modificar as características funcionais,
com o objetivo de abrir novos mercados e aumentar as vendas (PINTEC, 2012; MANUAL DE
OSLO, 2005).
A Inovação organizacional trata-se da implementação de novas técnicas de gestão nas
práticas de negócios da organização (um novo método de organização da empresa) ou mudanças nas
relações internas e também na organização do local de trabalho, visando à melhoria da empresa
(PINTEC, 2012; MANUAL DE OSLO, 2005). A inovação organizacional se dá devido a constante
busca por inovação, por parte das empresas, o que leva à mudanças na função dos colaboradores,
gerando consequentemente um crescimento organizacional (SILVA; SOUZA; FREITAS, 2012).
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3 METODOLOGIA
Depois da revisão da bibliografia e da elaboração das questões de estudo e tendo
sempre presente os objetivos a alcançar, surgiram as seguintes questões: Que dados serão
necessários? De que tipo? Como serão recolhidos? Onde serão recolhidos? Quando serão
recolhidos?
Em primeiro lugar, levou-se em conta que tipo de dados seria necessário obter.
Tratava-se de dados que permitissem a aferição do entendimento dos alunos do curso de
administração da FACESM quanto ao conceito de inovação e sua aplicabilidade nas
organizações. Atendendo ao tipo de dado que se pretendia obter, inicialmente, obtiveram-se
três tipos de métodos de recolha a se escolher: (1) o questionário; (2) a entrevista e (3) os
dados secundários.
O questionário pareceu ser o método de recolha de dados mais adequado, porque
proporciona a quantidade de informação desejável e permite a obtenção de informação mais
rapidamente do que a entrevista. Porém, geralmente associado a esse método, tem o problema
associado ao baixo índice de respostas, fato que pode colocar em causa a realização dos
objetivos propostos. Quanto à entrevista, devido à sua morosidade e às limitações temporais,
afastou-se essa possibilidade. Os dados secundários, por sua vez, permitem ultrapassar as
limitações que os outros métodos apresentam e permitem, ainda, a obtenção rápida de
informação diversa de amostras grandes e a custos reduzidos (BARAÑANO, 2008). Neste
sentido, procurou-se saber se existiam dados secundários com a informação necessária para
alcançar os objetivos propostos nesta pesquisa. Na realidade, comprovou-se não existir.
A realização de uma pesquisa sobre a realidade de um local requer que seja efetuado
um conjunto de escolhas atendendo ao que se pretende estudar, ao problema de pesquisa
levantado, aos objetivos traçados e à forma como o estudo vai ser conduzido, ou seja, desde
as posições científicas básicas até aos métodos de análise. Com base nesta ideia inicial, foi
delineado um método de pesquisa, optando-se por estruturar o estudo em duas partes, uma
primeira teórica e a segunda de caráter empírico.
Na primeira parte teórica, foi efetuado o enquadramento do problema de pesquisa e
efetuada a revisão da literatura em torno do tema. Foi ainda levantada a questão de
investigação a que o estudo pretendia responder e o modelo de investigação proposto.
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Seguidamente, e já dentro da parte empírica, foram definidos os objetivos do estudo. Para o
desenvolvimento da investigação, foi necessário selecionar a amostra e definir qual o instrumento de
obtenção de dados a aplicar. Nesta pesquisa, fez-se uso de um questionário. Por fim, esses dados
recolhidos foram tratados, procedendo-se, posteriormente, à interpretação dos resultados e à
elaboração das respectivas conclusões.
Assim, os passos desenvolvidos nesta pesquisa são apresentados na figura abaixo.
Figura 1 – Desenho da Pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Sendo assim, é possível classificar esta pesquisa em relação aos seus objetivos e
procedimentos da seguinte forma: quanto aos objetivos ela é descritiva, explicativa e exploratória.
Descritiva, porque procura aferir o entendimento dos alunos do curso de administração da FACESM
quanto ao conceito de inovação e sua aplicabilidade nas organizações. Segundo Cervo e Bervian
(1983), a pesquisa descritiva procura compreender e descrever as particularidades de uma
determinada situação ou fenômeno. Explicativa, porque procura identificar e conhecer o
entendimento dos alunos do curso de administração da FACESM quanto ao conceito de inovação e
sua aplicabilidade nas organizações, para melhor compreendê-lo (ANDRADE, 2010). Exploratória,
por ter a função de trazer novos conhecimentos acerca da temática inovação. Ainda segundo Andrade
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(2010), estudos exploratórios constituem-se em uma maneira eficiente de descobrir ‘o que
está acontecendo’, de ir à busca de novos insights, de fazer questionamentos, avaliar
fenômenos sob um novo olhar e ao mesmo tempo responder às questões principais da
pesquisa.
Quanto aos procedimentos esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, uma vez
que toma como objeto apenas livros, bases referenciais e periódicos especializados. Segundo
Almeida (2011), esse tipo de estudo é parte essencial da maioria dos estudos nas ciências
humanas, uma vez que, normalmente se parte de uma abordagem teórica, com a finalidade de
buscar relações entre conceitos, características e ideias, às vezes unindo dois ou mais temas,
para depois verificar o que se observa empiricamente (como nesta pesquisa, um estudo
teórico e empírico).
Finalmente, quanto à forma de abordagem, a presente pesquisa caracteriza-se como
sendo qualitativa. A pesquisa qualitativa trabalha com realidades não quantificáveis, não
utilizando instrumentos formais e estruturados. É globalizante, pois procura captar a situação
ou o fenômeno em toda a sua extensão (ANDRADE, 2010).
Após autorização do coordenador do curso de Administração da FACESM, os
questionários foram entregues aos alunos que comporam a amostra, no dia 20 de fevereiro de
2015. No dia 22 de fevereiro do mesmo ano, os mesmos foram recolhidos, na sua totalidade.
4 RESULTADOS
O início do questionário pedia apenas o nome e o curso dos entrevistados seguidos da série e
turma. No total, foram oito turmas (cerca de 240 alunos), com alunos do primeiro ano ao quarto ano
do curso de administração.
Vale ressaltar, neste ponto da pesquisa, que a primeira questão, que correspondia ao conceito
de inovação, foi respondida detalhadamente pela maioria dos alunos, preenchendo completamente os
espaços destinados à questão. Isto possibilitou uma análise mais aprofundada sobre o entendimento
do conceito de inovação sob a perspectiva dos alunos do curso de Administração da FACESM.
Quanto às questões que tratavam dos exemplos, aplicabilidade e importância da inovação, os
mesmos respondentes foram demasiado genéricos e objetivos nas suas respostas, o que não permitiu
uma análise tão aprofundada quanto a análise do conceito de inovação.
Quanto à análise dos dados dessa questão, o raciocínio foi o seguinte: primeiramente reuniu-
se todas as respostas em um único texto para na sequência comparar cada definição com os conceitos
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encontrados na literatura e citados neste estudo, chegando-se, desta forma aos resultados descritos.
Ao final das análises individualizadas, fez-se a fusão destas definições, em uma definição única,
estabelecida de modo coletivo, que resultou em um conceito amplo compreendido pelo conjunto de
alunos investigados.
Na primeira questão os respondentes definiram inovação da seguinte maneira:
1. “Inovação é o uso de novas tecnologias consideradas avançadas atualmente, para que as
organizações tenham um diferencial e se destaquem em relação aos concorrentes”.
Essa definição se enquadra nos conceitos de Shumpeter (1988), que diz, sinteticamente, que a
inovação tecnológica tem um papel importante na questão do desenvolvimento econômico do país,
criando uma interrupção no sistema econômico, isso faz com que haja uma alteração nos padrões de
produção e proporciona um diferencial para as empresas.
2. “Inovação se faz necessário para a evolução tanto das empresas como do mercado, através
de novos processos com novas formas de dirigir e organizar a produção, novas ideias e
novos equipamentos”.
Essa definição se enquadra em Silva e Melo (2001), onde a inovação é a renovação e
alargamento da gama de produtos, serviços e mercados associados, a criação de novos métodos de
produção, de aprovisionamento e de distribuição, a introdução de alterações na gestão, na
organização do trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores.
3. “Inovação é a criação de uma novidade, algo novo e diferente para surpreender o
consumidor, ou o melhoramento de algo que já existe, para que se torne mais atrativo e
com maior valor no mercado. Inovar é aplicar novas tendências e ter soluções para
atender as necessidades dos clientes”.
Essa definição corresponde aos conceitos da pesquisa de inovação tecnológica (PINTEC),
onde a inovação é como um novo ou aprimorado produto/processo, desenvolvido pela empresa ou
adquirido de outra instituição e que pode ser resultado de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), novas
combinações e aplicações de tecnologias.
4. “Inovação é sair da zona de conforto e buscar novos conhecimentos, para fazer algo novo
diante de uma situação rotineira, fazendo com que a organização seja diferenciada e
satisfaça as necessidades dos clientes”.
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A última definição em relação à primeira pergunta esta relacionada aos conceitos do Manual
de Oslo que relata a inovação como uma ferramenta que envolve investimento e que solicita a
utilização de um novo conhecimento, porém ela está associada a incertezas sobre os resultados das
atividades inovadoras.
Na sequência do questionário, foi solicitado a indicação de exemplos de inovação, porém boa
parte dos respondentes deixou esta questão em branco. Outros citaram:
Celulares com aplicativos e GPS, celulares a prova d’água e tablets, inovação
na gestão da empresa contribuindo com a economia, como fez Steve Jobs, a
empresa Toyota e a Dell”, adoção de métodos/procedimentos que aumentem a
produtividade da empresa através de tecnologias e equipamentos de última
geração, novos métodos na lavagem de um carro para a economia de água ,
processo de filtragem de água salgada para água potável, inovação na área da
informática, como aquisição de novos softwares e novos meios de
comunicação, implementação de uma nova gestão que motive os funcionários,
desenvolvimento de treinamentos, recompensa pelo bom desempenho,
utilização de novos métodos/procedimentos na produção, aplicação de
tecnologias de última geração.
Foram poucos os exemplos citados pelos alunos, pois muitos deles definiram inovação, mas
não ofereceram exemplos, sinalizando a dificuldade que os alunos têm em operacionalizar suas
definições teóricas para a realidade organizacional.
Em seguida, foi solicitado a indicação de exemplos de como a inovação pode ser aplicada nas
organizações. Mais uma vez, boa parte dos respondentes deixou esta questão em branco. Outros
citaram:
As empresas devem se diferenciar e se destacar em relação à concorrência,
com a aplicação de novos recursos e novas tecnologias. A inovação pode ser
aplicada através da capacitação dos gestores, estudando as possibilidades de
diminuição dos custos através de mudanças nos processos, para facilitar as
atividades inovadoras. Aplicação de novas ideias através de pesquisas
internas, estudando as novas tecnologias que podem ser incluídas no processo
produtivo e melhorar o produto. Satisfazer as necessidades dos clientes e
buscar conhecer os seus desejos, para que sejam atendidos da melhor maneira
possível e os torne fiel a empresa, fazendo com que ela seja mais competitiva
e conquiste o mercado. Uma alternativa interessante seria a implantação de
um departamento específico para criação de novas ideias e novos projetos,
estimulando os funcionários a compartilharem sua capacidade inovadora. A
inovação pode ser aplicada através de uma boa comunicação e um bom
relacionamento organizacional que desencadeie ideias inovadoras.
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A quarta questão estava relacionada com a importância da inovação para as organizações. e o
resultado foi o seguinte:
A inovação é de extrema importância, pois ela permite que a empresa seja mais
competitiva, se diferenciando dos concorrentes e atraindo mais clientes. O
mercado esta em constante crescimento e a inovação agrega valor para a
empresa, tornando-a capaz de crescer no mercado e melhorar os resultados
econômicos. A inovação é importante para manter a organização atualizada e
melhorar o rendimento da produção, além de contribuir com sua sobrevivência
e evitar que se tornem obsoletas. É importante inovar nas organizações,
conquistar o maior número de cliente e conseguir mantê-los, através da
satisfação de suas necessidades.
Apesar de muitos terem demostrados uma facilidade de explicitar a importância da inovação
para as organizações, muitos, também, foram aqueles que sinalizaram dificuldades em exprimir suas
ideias.
5 CONSIDERAÕES FINAIS
Este estudo procurou verificar o nível de conhecimento adquirido pelos estudantes do curso
de administração, nomeadamente, os alunos da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de
Minas (FACESM), no que diz respeito ao termo inovação. Nesse sentido, realizou-se uma análise
coletiva de experiências individuais para extrair a percepção dos futuros administradores. Esse tipo
de pesquisa, qualitativa, de caráter exploratório, visa explorar a gama de significados dentro de um
grupo como um grupo, e não a gama de significados para cada indivíduo dentro do grupo. Fez-se uso
de uma amostra de alunos do curso de Administração da FACESM, sendo a coleta de dados realizada
por meio de questionários estruturados.
Após a análise dos dados coletados, quanto à definição de inovação, apresentou-se um
conceito que explica a definição dos inqueridos. Esta definição foi comparada com a literatura
existente, não encontrando um conceito predominante, pois as definições obtidas junto aos futuros
administradores formam um conjunto de diversos conceitos existentes. Por fim, identificou-se que os
alunos apresentam dificuldades em traduzir as suas definições teóricas em exemplos reais aplicados
nas organizações.
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