INSS Paineis Portugues Luciane Nelson Sartori Aula 06

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    INSS / 2011 - Prof. Luciane e Nlson SartoriAULA 6 - APRESENTAO

    Ol, turma? Como vo de carnaval? Vejam que coincidncia: como estamos empoca de ritmo e samba, vamos falar de recursos rtmicos e meldicos.

    Sim, a pontuao nos serve na lngua escrita como instrumento para reproduzir os

    ritmos e as melodias da lngua falada, cujos recursos para isso so muitos e extremamenteexpressivos. Os sinais de pontuao nos auxiliam, portanto, a reproduzir aproximadamenteas pausas, a melodia, o ritmo, a entonao da fala.

    Os sinais que normalmente marcam as pausas so a vrgula (,),o ponto e vrgula (;)e o ponto (.). Enquanto os dois-pontos (:), o ponto de interrogao (?), o ponto deexclamao (!), as reticncias (...), as aspas simples () ou duplas (), os parnteses (())e o travesso simples ou duplo (--) tm como funo essencial marcar a melodia, aentonao, ritmo, reflexo, jogo de silncio, diferenas. Muitas vezes a pausa e a melodiaso representadas por um mesmo sinal, por isso essa diviso das funes dos sinais

    relativa, assim como diz Celso Cunha.Vamos deixar claro aqui que, ao dizermos que os sinais representam pausa, ritmo,

    entonao, melodia,... eles se destinam em verdade a todas as funes da sintaxe, ouseja, s funes sonoras, semnticas e gramaticais. Tanto isso verdade que dizemos, porexemplo, que a vrgula representa uma pausa, porm nem toda pausa representada poruma vrgula.

    Essa concepo muito forte, entretanto ela assimilada pela metade, pois o quefica para muita gente que a vrgula uma pausa, e o restante porm nem toda pausaser representada por uma vrgula fica deixado de lado. Assim, basta fazer uma pausa de

    leitura ou uma pausa para respirar que a pessoa pe logo uma vrgula no texto,especialmente quando no deve: entre um sujeito, principalmente quando ele longo, e overbo: O abrao apertadssimo do tamandu, a s s u s t a qualquer um.; entre o verbo e seucomplemento: Ela no sabe onde o Joo c o m p r o u , aquela linda moto custom.; depois deum conectivo: Ns queremos que voc venha, p o r t a n t o ,voc uma pessoa querida detodos.

    A reproduo da entonao, do ritmo, da pausa, da melodia, enfim, do som pretendea representao mxima da expresso da mensagem, mas prev, em primeiro lugar, oentendimento do texto. Sendo assim, depreende-se que a pontuao destina-se aorganizar o texto, promover o sentido que se deseja transmitir, por fim, realizar a

    comunicao. Assim, nossos sinais tm, em primeira instncia, finalidade sinttica.Em prova, o que ocorre? Principalmente, em uma questo de pontuao

    especificamente: vocs ficam brigando com o emprego de uma vrgula ou de vrias, oucom a ausncia dela, e pensam Nossa! Quanta vrgula!, Aqui eu poria uma vrgula, Oque essa vrgula est fazendo aqui?!... No, gente, no assim. Vocs tm de ler o textopara verificar se ele ficou inteligvel, pois se o texto fez sentido e foi possvel entend-locom clareza sinal de que a pontuao est correta. Claro, sempre observando os verbosantecedidos ou seguidos de vrgula, para verificar se eles no esto separados de seusujeito ou de seu complemento.

    Vamos comprovar isso com pequenos textos que circulam na internet e que somuito interessantes para analisarmos a funo sinttico-semntica dos sinais. Nosabemos se vocs j os conhecem, porm vale a pena (re)v-los:

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    Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu assim:

    D e i x o m e u s b e n s m i n h a i r m no a m e u s o b r i n h o j am a i s s e r p a g a a c o n t a d o

    A l f a ia t e n a d a a o s p o b r e s .

    Morreu antes de fazer a pontuao .

    A quem ele deixou a fortuna?

    Eram quatro concorrentes.

    1) O sobrinho fez a seguinte pontuao:

    D e i x o m eu s b e n s m i n h a i rm ? No ! A m eu s o b r i n h o . J am a i s s e r pa g a a c o n t a

    d o a l f a ia t e . N a d a a o s p o b r e s .

    2) A irm chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

    D e i x o m eu s b e n s m i n h a i rm . No a m eu s o b r i n h o . Jam a i s s e r pag a a c o n t a d o

    a l f a i a t e . N a d a a o s p o b r e s .

    3) O alfaiate pediu cpia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:

    D e i x o m eu s b e n s m i n h a i rm ? No ! A m eu s o b r i n h o ? Jam a i s ! Se r pa g a a c o n t a

    d o a l f a ia t e . N a d a a o s p o b r e s .

    4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta pontuao:

    D e i x o m eu s b e n s m i n h a i rm ? No ! A m eu s o b r i n h o ? Jam a i s ! Se r pa g a a c o n t a

    d o a l f a i a t e ? N a d a ! A o s p o b r e s .

    Viram como cada um dos citados ps os sinais de pontuao conforme seuinteresse? Vejam estes outros casos:

    "Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro sua procura."* Se voc for mulher, certamente pensaria em colocar uma vrgula depois de "MULHER"...

    * Mas, se voc for homem, com toda a certeza colocaria uma vrgula depois de "TEM"...

    O que as provas mais pedem sobre esse assunto? O emprego da vrgula. Sabem porqu? Porque sabendo empregar bem a vrgula, vocs sabero empregar todos os outroscom muita facilidade. Por isso vamos colocar os princpios da formao sinttica da frase e,depois, iniciaremos as regras de emprego de sinais de pontuao pelo emprego da vrgula.

    Ao elaborarmos uma frase, podemos estrutur-la em ordem direta ou indireta/inversa. Em ordem direta, a estrutura bsica :

    Aquela menina bonita comprou doce na loja da esquina.

    SUJEITO + VERBO + COMPLEMTO(S) + ADJUNTO ADVERBIAL

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    Observem que em ordem direta no h motivos para separarmos nenhum elementocom algum sinal de pontuao. Da entendermos que elementos que se completamsintaticamente no separados pela pontuao.

    E aqui devemos fazer uma ressalva quanto aos adjuntos adverbiais, especialmenteos longos, que ao final da frase podem ser separadom por vrgula ou no, dependendo dainteno do autor em chamar a ateno para o adjunto ou no, lembrando ainda que isso

    s possvel, porque adjunto adverbial no complemento; para a gramtica, ele sobra,lembram? Saibam que a pontuao do adjunto adverbial um dos mais cobrados peloCESPE, e o bom disso que fcil!

    realmente preciso que vocs se lembrem do princpio da diviso dos termos e darelao entre as palavras que vimos em Morfossintaxe para que vocs saibam que, quandouma palavra mantm relao direta com a outra, tambm no separada pelo sinal depontuao: Ele no v e i o aula., M o r a v a m em uma casa simples.

    Notem que no adjunto adverbial de negao e, mesmo no estando no final dafrase, no deve ser separado por vrgula neste caso, j que sua relao direta com o

    verbo; bem como em uma casa simples tambm adjunto adverbial de lugar e no deveser separado do verbo, justamente porque sua relao direta com ele, tanto que, mesmosendo o verbo morar intransitivo, ele rege com a preposio em.

    Entendendo isso, podemos concluir que todo termo a mais na sintaxe, como oraoou termo explicativo, informao extra ou deslocamento, normalmente, so marcados pelavrgula.

    Temos assim toda a base do raciocnio da pontuao. Agora vamos s regras?

    EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAO

    VRGULA (,)

    usada para marcar uma pausa com a finalidade de nos indicar que os termos por elaseparados no formam uma unidade sinttica, ainda que estejam em uma mesma frase ouorao. , portanto, um sinal separador, como diz Evanildo Bechara:

    Lcia, esp os a d e Joo, foi a ganhadora nica da Sena.vejam que aqui temos umcaso de aposto explicativo e, como vimos na aula se anlise sinttica, ele fica separado

    do restante da frase pela pontuao, porque no um termo complemento, mas umtermo acessrio, a mais, uma repetio sinttica. Dessa forma, ele poderia aparecerassim:

    Lcia, esp os a d e Joo, foi a ganhadora nica da Sena.com duas vrgulas por estarintercalado.

    A ganhadora nica da Sena foi Lcia, esp os a d e Joo.com apenas uma vrgula porestar no final da frase.

    ___________________________________________________________________

    Ateno

    Nestes casos, o aposto poderia ainda ser separado pelo travesso ou dois-pontos:

    Lcia - esp osa de Joo - foi a ganhadora nica da Sena.

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    A ganhadora nica da Sena foi Lcia - esp osa de Joo .

    A ganhadora nica da Sena foi Lcia: esp os a d e Joo.

    A diferena entre o travesso e a vrgula que o travesso pede pausa maior de leitura e,portanto, reala a informao.

    _________________________________________________________________

    ENTO, NO SE SEPARAM POR VRGULA

    a) sujeito de verbo: Esta sua ideia, com certeza no poderiaser melhor.

    Correo: Esta sua ideia, com certeza, no poderia ser melhor.

    Ob s.: Notem que com certeza termo intercalado, por isso ele fica isolado da frase pelasvrgulas, pois trata-se de uma intercalao; por isso, neste caso, o sujeito no ficaseparado do verbo, como muita gente pensa. Se retirarmos a expresso adverbial da frase,

    veremos que a frase tem continuidade lgica.No um processo diferente do exemploanterior, em que havia um aposto explicativo.

    b)predicado de sujeito: Es t a s u a i d e i a , no p o d e r i a ser melhor.

    Correo: Esta sua ideia no poderia ser melhor.

    c)objeto de verbo: Os estudantes e s t u d a m , a ss u n t o s v a r i a d o s .

    Correo: Os estudantes estudam assuntos variados.

    d)adjunto adnominal de nome:A c a s a , d e p e d r a , muito resistente.

    Correo:A casa de pedra muito resistente.

    e)complemento nominal de nome:

    A v i so , do f u t u r o , tem comprometido nossas esperanas.

    Correo:A viso do futuro tem comprometido nossas esperanas.

    f)predicativo do objeto do objeto: O juiz considerou-o, c u l p a d o .

    Correo: O juiz considerou-o culpado.

    g)orao principal da subordinada substantiva (exceto no caso da apositiva, claro!):Eleq u e r , q u e v o c p a r t i c i p e d o Co n g r e s s o .

    Correo: Ele quer que voc participe do Congresso.

    h) em geral, antes de orao subordinada adverbial consecutiva do tipo: Choveu tantoontem q u e o r i o t r a n s b o r d o u . em que o tanto mantm paralelismo com o que.

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    Observao

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    Nos casos de ordem inversa ou de intercalao, a vrgula pode aparecer entre os termoscomplementos, realando a informao ou evitando ambiguidades:

    D e q u a l i d a d e d e v i d a , todos ns precisamos.observem que o OI colocado em ordeminversa pode ser seguido de vrgula e fica realado no contexto. Pronunciem em voz altaesta frase, como ela est e, depois, em ordem direta e vocs percebero a diferena.

    Os meninos, a n s i o s o s , correram em direo ao av. vejam um caso de predicativointercalado separado pelas vrgulas diferenciam-no do adjunto adnominal, evita, portanto,ambiguidade. Neste caso, os meninos estavam ansiosos naquele momento.

    Se no houvesse as vrgulas:

    Os meninos a n s i o s o s correram em direo ao av.neste caso, ansiosos um adjuntoadnominal e a caracterstica dos meninos permanente, ou seja, eles so ansiosos.

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    Dica

    Quando h uma relao sinttica de complementao entre termos da orao, no se podesepar-los por meio de vrgula na ordem direta; mas nunca entre o sujeito e o verbo ouentre o verbo e o objeto direto - pela norma culta, independentemente da ordem da frase.

    EMPREGOS DA VRGULA

    a)separar vocativo: Ma r i a ,traga-me uma xcara de caf.Traga-me, Ma r i a , uma xcara de caf.

    b) separar alguns apostos, como vimos na aula 3, p.17:

    Lcia, esp os a d e Joo, foi a ganhadora nica da Sena.

    c)separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:D e p o i s d o c a r n a v a l , estudaremos ainda mais.

    As pessoas, m u i t a s v e z e s ,so complicadas.

    Sobre a separao do adjunto adverbial importante lembrar que normalmente elesso separados por vrgula quando formados por vrios elementos, os chamados longos, eisso pode ocorrer tambm quando eles esto no final da frase em ordem direta como jexplicamos na apresentao da aula; para os adjuntos curtos a colocao da vrgula facultativa. Entretanto, necessrio que se verifique, especialmente quando eles soformados por um elemento apenas (o advrbio propriamente dito), se a colocao davrgula no causa alterao de sentido no contexto, observem:

    No queremos saber.No , queremos saber. houve alterao, a colocao da vrgula no texto seriaerrada.

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    Assim, para resolver questo de prova, observem, em primeiro lugar, se o termoexpressa ideia de circunstncia, se expressar, pode ser separado por vrgula (ou no),resoluo estritamente gramatical. Depois, se for necessrio para a resoluo de questo,observem o sentido, se ele permanece com a presena ou a ausncia da vrgula. Se fordemasiado longo, a praxe gramatical pede que ele seja separado por vrgula, devido clareza do texto.

    Como se pode notar a colocao dessas vrgulas no clara de fato. Usem o bomsenso e faam aquilo que falamos: se a vrgula for posta e o sentido se mantiver, estcorreta; mas, se sua ausncia no prejudicar o texto em nada, correto tambm.

    d) separar elementos enumerados (coordenados):Precisa-se d e p e d r e i r o s , s e r v e n t e s , m e s t r e - d e - o b r a s .

    Dicas

    1) Como no exemplo acima no foi empregada a conjuno e, entendemos que aenumerao ainda no acabou, ou seja, h outros profissionais de que a suposta obraprecisa. Caso a enumerao apresente um e antes do ltimo elemento:

    Precisa-se d e p e d r e i r o s , s e r v e n t e s e m e s t r e - d e - o b r a s .

    o entendimento deve ser que a enumerao se encerrou e a suposta obra s precisa destestrs profissionais.

    2) Termos coordenados ligados pelas conjunes e, ou, nemdispensam o uso da vrgula:

    Conversaram sobre futebol, r e l i g io e p o lt i c a.

    No comprei r o u p a s n e m s ap a t o s n o v o s .Ainda no me decidi se viajarei para B a h i a o u C e a r.

    e)separar expresses explicativas ou retificativas (isto , por exemplo, ou seja...):Amanh, o u m e lh o r , depois de amanh sairemos juntos.

    f)isolar conjunes coordenativas adversativas e conclusivas intercaladas:

    No existia, p o rm , motivo para tanta preocupao.

    g) separar complemento pleonstico antecipado:A m im , nada me irrita.

    h)separar nome de lugar na indicao de datas:So P a u lo , 06 de maro de 2011.

    i)separar elementos coordenados assindticos ou enumerados repetidos:A n d o r i n h a , a n d o r i n h a , minha cantiga mais triste!Passei a vida

    t o a , t o a. . . (Manuel Bandeira)

    j) marcar a omisso de um termo (normalmente o verbo) ou de um trecho:Ela p r e f e r e doces; e eu, salgado. (omisso do verbo preferir)

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    Ele q u e r i a c om p r a r o s a c e ss r i o s d a f e s t a hoje; e eu, amanh.(omisso dotrecho queria comprar os acessrios da festa)

    EMPREGO DA VRGULA ENTRE ORAES

    A) Pontuao das oraes subordinadas adverbiais

    1) Na ordem direta, a vrgula facultativa para separar as oraes subordinadasadverbiais da principal:

    No viu mais nada (,) q u a n d o r e t o r n o u a o lo c a l .

    2) As oraes subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas) seroseparadas por vrgula quando estiverem em ordem inversa (colocadas aps a orao

    principal) ou intercaladas (no meio da orao principal):No viu, q u a n d o r e t o r n o u a o l o ca l , mais nada.intercalada

    Q u a n d o r e t o r n o u a o l o c a l , no viu mais nada.inversa

    A o r e t o r n a r a o l o ca l , no viu mais nada.inversa

    B) Pontuao das oraes coordenadas assindticas e sindticas

    Normalmente so separadas por vrgula:

    Eles danaram, pularam, brincaram, divertiram-se a noite inteira.Eles conversaram bastante, m a s no chegaram a um comum acordo.

    Obs.:no existem oraes coordenadas inversas ou intercaladas entre si.

    Podem tambm ser separadas por ponto e vrgula ou ponto final.

    Observem as possibilidades dos modelos abaixo:

    a )Estvamos todos confiantes, p o rmalguns comearam a ficar preocupados com aquelanotcia.

    b ) Estvamos todos confiantes; p o rm ( , ) alguns comearam a ficar preocupados comaquela notcia.

    c ) Estvamos todos confiantes. Po rm ( , ) alguns comearam a ficar preocupados comaquela notcia.

    Como se pode ver a vrgula s pode aparecer depois da conjuno coordenativa,caso ela tenha sido precedida de ponto e vrgula ou ponto final. E neste caso, por que huma vrgula depois da conjuno?

    d ) Estvamos todos confiantes, p o rm , com aquela notcia, alguns comearam a ficarpreocupados.

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    Simples no , pessoal? Porque h um termo deslocado logo sua frente comaquela notcia. Por isso, a vrgula no tem a menor relao com a conjuno, e sim com otermo consequente, fazendo uma dupla com a terceira vrgula. Como a pontuao desseexemplo poderia sugerir que a conjuno estivesse seguida de vrgula ou que ela estivesseintercalda, causando confuso para a leitor, h a possibilidade de essa frase ser redigida

    com as seguintes pontuaes:

    e ) Estvamos todos confiantes; p o rm , com aquela notcia, alguns comearam a ficarpreocupados.

    f ) Estvamos todos confiantes. Po rm , com aquela notcia, alguns comearam a ficarpreocupados.

    Observem como em ee f o ponto e vrgula bem como o ponto final deixam claro queeles separam as oraes, mas a vrgula isola o termo intercalado. O texto fica mais claro e

    com fcil leitura. quando isso acontece que o CESPE fala sobre a hierarquia dos sinais: oponto e vrgula superior vrgula, j que tem pausa maior que o segundo sinal; o ponto superior ao ponto e vrgula, pois tem pausa maior que este ltimo.

    No item de f dos empregos da vrgula, vimos que as conjunes coordenativasadversativas e conclusivas podem se deslocar na orao, ficando assim intercaladas nasoraes em que foram empregadas. Vejam que o princpio o mesmo dos ltimosexemplos acima:

    g ) Estvamos todos confiantes, com aquela notcia, p o rm , alguns comearam a ficar

    preocupados.h ) Estvamos todos confiantes; com aquela notcia, p o rm , alguns comearam a ficarpreocupados.

    i ) Estvamos todos confiantes. Com aquela notcia, p o rm , alguns comearam a ficarpreocupados.

    A primeira vrgula do exemplo g, o ponto e vrgula do he o ponto final do imostrama separao das oraes, enquanto as vrgulas isolam a conjuno coordenativaintercalada. Claro que as duas opes de pontuao so as melhores.

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    Emprego da vrgula antes do E no perodo composto

    a) Antes de e, ou, nem - normalmente empregados em sequncias de elementosenumerados -, dispensa-se o uso da vrgula, como j vimos s p.6 e 7: Ele comprou bala,chocolate epirulito.

    b) H quatro casos em que se pode usar a vrgula antes da conjuno e no perodo

    composto:

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    1)quando as oraes coordenadas aditivas tiverem sujeitos diferentes:Os ricos esto cada vez mais ricos(,)eos pobres esto cada vez mais pobres.

    2)quando a conjuno evier repetida com a finalidade de dar nfase (polissndeto):

    E chora, eri, egrita, epula de alegria.

    Obs.: Neste caso, a praxe que se ponha a vrgula, por motivos estilsticos.

    3)quando a conjuno e

    a) assumir valores distintos do da adio (adversidade, conseqncia...):

    Ele estudou muito (,)eainda no foi aprovado. (=mas)

    b) estiver acompanhada do sim (e sim) ser uma expresso adversativaequivalente ao mas:

    Este um no numeral, e s imartigo.

    agora, se a opo for pelo mas, somente ele substitui o e sim, porm, caso sequeira ser enftico, fica ...;mas,sim,...:

    Este um no numeral, m a s artigo.

    Este um no numeral; m a s , s im , artigo.

    5) Pode-se empregar a vrgula antes do e, ainda que o sujeito seja o mesmo, por duasrazes:

    caso se queira fazer um realce orao iniciada pelo e;

    casose queira dar maior clareza frase - quando a parte esquerda do perodo formuito extensa e pea a pausa para que o leitor possa relembrar o sujeito, ou ainda,quando o sujeito estiver distante do verbo da orao iniciada pelo e.

    Disse a e l e que no corresse, mas correu, pulou, tropeou, e caiu. (neste exemplo,temos a ilustrao dos dois casos citados acima: realce ltima orao e sujeito distanteda orao iniciada pelo e)

    _______________________________________________________________

    Etc et cetera e as demais coisas

    H muita polmica para o emprego da vrgula antes dessa expresso latina. Muitosso adversos vrgula antes dela, devido ao e aditivo que nela existe; mas outrosconsideram que o sinal de pontuao deve ser empregado, pois consideram essa expressocomo mais um elemento da enumerao.Por isso achamos meio difcil de isso ser cobradoem prova, no mesmo? S se a banca quiser confuso, porque recurso que no vaifaltar para eles se divertirem.

    Comprei vrias frutas no mercado: pera, ma, abacaxi, laranja( , ) e t c .

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    Emprego da vrgula com a conjuno POIS (relembrando)

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    Ele foi bem na prova, p o i s estudou bastante. coord. explicativa(=porque, porquanto, visto que)

    Ele estudou bastante;foi, p o i s , bem na prova.coord. conclusiva(=portanto)

    Vejam que essa conjuno, quando explicativa, sempre deve ser empregada antesdo verbo, no incio da coordenada sindtica; ao passo que, quando conclusiva, sempredeve ser empregada aps o verbo da coordenada sindtica. Logo, se o pois for malempregado, ou mal pontuado, haver incoerncia no perodo.

    No ltimo exemplo, poderamos ter no lugar do ponto e vrgula uma vrgula, pormvoltaremos discusso inicial: trs vrgulas neste caso seriam gramaticalmente corretas,porm esta forma de um ponto e vrgula e duas vrgulas do maior clareza elaborao dotexto, portanto ao seu entendimento.

    ______________________________________________________

    C) Pontuao das oraes subordinadas adjetivas

    Como j vimos em anlise sinttica, as oraes subordinadas adjetivas podem ser dedois tipos

    explicativas so separadas por vrgula (intercaladas dentro da oraoprincipal - oujustapostas ao lado da orao principal);

    restritivas no so separadas, antes do relativo, por vrgula da principal(intercaladas ou justapostas).

    Assim, para a gramtica, como j vimos na aula de anlise sinttica, havendovrgula, uma classificao, no havendo vrgula, a classificao outra. Para a semntica,a alterao da pontuao provoca a alterao da interpretao. Agora vamos ver estaparte:

    I - Descubra a diferena de sentido entre as sentenas de cada par:

    a. 1) preciso ter cautela com as ordens judiciais,que constituem desrespeito a um direitoindividual.

    2) preciso ter cautela com as ordens judiciais que constituem desrespeito a um direitoindividual.

    b. 1) As emisses de gases,que provocam o efeito estufa pela indstria,cresceram 77%entre 1994 e 2007.

    2)As emisses de gases que provocam o efeito estufa pela indstria cresceram 77%entre 1994 e 2007.

    Lendo-as a impresso que se tem que elas dizem exatamente a mesma coisa, pormnotem a diferena da pontuao: a.1 e b.1 so separadas por vrgulas da orao principal, aopasso que a.2 e b.2 no tm sinal de pontuao que as separe da orao principal.

    Vamos ver o que isso causa interpretao?

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    Respostas:

    a) 1. preciso ter cautela com todasas ordens judiciais, pois constituem desrespeito aum direito individual.

    2. preciso ter cautela apenascom as ordens judiciais que constituem desrespeitoa um direito individual; as outrasno constituem um desrespeito...

    b) 1. Todasas emisses de gases provocam o efeito estufa pela indstria e cresceram77% entre 1994 e 2007.

    2. Apenas as emisses de gases que provocam o efeito estufa pela indstriacresceram 77% entre 1994 e 2007; as outras emisses no provocam efeitoestufa... e no cresceram ...

    Como se pode notar a orao adjetiva restritiva sempre dar a ideia da excluso, e isso que faz a verdadeira diferena entre ela e a explicativa, raciocnio que vai alm dapontuao, pois a pessoa ter de saber se o contedo da adjetiva explicativo ou restritivo

    para realizar a devida pontuao.Haver casos em prova que, dependendo do contexto, vocs devero pr ou no a

    vrgula, ou seja, se o valor da orao for restritivo, o emprego da vrgula estar errado, sefor explicativo, o emprego da vrgula estar certo.

    Este ltimo raciocnio no CESPE incomum, mas no podemos dizer que nuncaaparece. Vamos treinar: tente reconhecer o valor das oraes adjetivas abaixo explicativo ou restritivo e, depois, ponha a(s) vrgula (s) se necessrio. Antes, porm,vejam a dica abaixo.

    ___________________________________________________________________

    Dica

    A partir do raciocnio da excluso - que dependendo do texto fcil observar, masdependendo do texto nem tanto -, vocs podem se valer da seguinte interpretao: aexplicativa no faz falta para o contexto e a restritiva faz:

    O homem, que racional, mata. notem que essa adjetivao feita pela oraosubordinada em relao ao antecedente homem no orestringe, no o especifica e o exclui do restante, porque umageneralizao, todos so racionais, informao extra nocontexto, poderia ser retirada do texto e no faria falta =orao explicativa.

    O homem que fuma morre mais cedo.neste exemplo, ao contrrio, a adjetivao feitapela orao subordinada em relao ao antecedente homemrestringe-o, especifica-o e o exclui do conjunto de homens queno fumam, s eles fumam, s eles morrero mais cedo porisso, informao importante no contexto; se retirada do texto,faria falta = orao restritiva.

    ___________________________________________________________________

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    II - Classifique as oraes adjetivas abaixo e separe-as por vrgula(s) quandonecessrio. (Aproveitem para pr em prtica a dica que acabamos de dar.)

    a) H muitos escritores atualmente, mas a pessoa queescreve realmente bemsemprese destacar.

    b) O futuro prspero do setor de petrleo brasileiro ter, com certeza, a marca do realismoe da humildade que so duasvirtudes inseparveis.

    c) Tiram carteira de motorista os jovens que completam 18 anos.

    d) O Direito no pode ignorar uma realidade como a nossa em que as relaes humanasso fugazes e imprevisveis.

    Respostas:

    a) Se h muitos escritores e apenas a pessoa que escreve realmente bem sedestacar, as demais no escrevem bem e no se destacaro; ento orao adjetivaem destaque restritiva. Assim, esta orao no ficar separada pela pontuao de

    sua orao principal.b) O texto apresenta duas marcas do futuro prspero do setor de petrleo brasileiro e

    diz ainda que as duas so virtudes inseparveis, portanto no existe no contexto aideia da excluso. A orao em destaque , portanto, explicativa e deve ter umavrgula antes do relativo (..., que so duas virtudes inseparveis).

    c) De acordo com o texto, apenas os jovens que completam 18 anos podem tirarcarteira de motorista, logo a orao adjetiva tem valor restritivo e no pode serseparada por sinal de pontuao.

    d) No incio do perodo no h um esclarecimento da ideia apresentada, vejam, qual

    uma realidade como a nossa que o Direito no pode ignorar? Aquela que a oraoadjetiva explica na sequncia: na nossa realidade as relaes humanas so fugazese imprevisveis. No h, portanto, ideia de excluso no texto e a orao adjetivadeve ser separada pela pontuao (...,em que as relaes humanas so fugazes eimprevisveis.)

    De qualquer forma, as oraes adjetivas explicativas que vimos nos exemplos acimaso informaes de esclarecimento no contexto, que no fazem falta para a suaconstruo; e as restritivas, se retiradas, fariam diferena na construo do texto e no

    seu entendimento.

    Observaes importantes sobre a pontuao das adjetivas restritivas:

    a)A orao subordinada adjetiva, normalmente, no iniciada por vrgula, porm podeapresent-la no incio, separando o pronome relativo do termo mais prximo, quando seuantecedente estiver distante, a fim de evitar incoerncia no entendimento da frase:

    O juiz tem de ser pontual no exame dos d a d o s da informao, q u eno lhe permitam

    erro ao aplicar a sentena. (Evanildo Bechara)a vrgula neste caso foi empregada paraque o leitor no pensasse que a referncia do relativo informao, mas, sim, dados.

    Compare com o emprego do adjetivo:

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    A mulher andava pela praa silenciosa. a praa silenciosa;

    A mulher andava pela praa, silenciosa.a mulher silenciosa.

    b)Ou a restritiva pode apresentar, ainda, vrgula ao seu final, caso esteja intercalada naprincipal, quando for extensa (primeiro exemplo) ou quando terminar por verbo seguido doverbo da principal (segundo exemplo):

    Os trabalhadores que devido a diversos problemas de sade decorrentes deinsalubridade tiveram de se aposentar, sero indenizados. (Ernani Terra)

    No deveremos padronizar o sistema de informao dos tribunais, porque cada um temum modelo diferente. O que o Conselho Nacional de Justia p r e t e n d e , fazer que todosos sistemas possam comunicar-se entre si. (CESPE- com adaptaes)

    D) Pontuao das oraes intercaladas

    H oraes que no entram em nenhuma das classificaes anteriores, por isso sochamadas apenas de intercaladas. E elas devem aparecer separadas pela pontuao:

    - Senhor, d i ss e o v e l h o , ainda tenho grandes sonhos.

    Dica

    Essas oraes podero ter suas vrgulas substitudas por duplo travesso:

    Senhor, - d i ss e o v e l h o aindatenho grandes sonhos.

    Obs.: Notem que neste caso tivemos de manter a vrgula depois de Senhor para marcar o

    vocativo, bem como os travesses para isolar a orao intercalada.

    PONTO-E-VRGULA ( ; )

    um sinal intermedirio entre a vrgula e o ponto final e basicamente empregadopara

    a)separar oraes ou frases muito extensas, ou oraes nas quais a vrgula j tenhasido utilizada, principalmente:

    Todos ns estvamos muito empolgados com a Copa 2010;porm, apesar de muitoesforo, nosso time no teve o desempenho esperado.

    Temos neste exemplo o que j explicamos a vocs a respeito das coordenadas e daclareza que este sinal d ao texto, alm de termos visto a hierarquia dos sinais de pausa aque o CESPE faz meno.

    b)separar os itens de um texto oficial ou de uma enumerao longa:

    A Lei no. 62, de 1935, assegurou diversos direitos trabalhistas aos industririos ecomercirios, dentre eles:

    Aviso prvio;

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    Suspenso do contrato; Estabilidade decenal; Reduo do salrio; (...)

    (PRETTI, Gleibe. Manual de Direito do Trabalho. Florianpolis: Conceito Editorial, 2010, p.26)

    PONTO (.)

    normalmente empregado para encerrar uma ideia. Assim, ele assinala uma pausamaior que a da vrgula e a do ponto e vrgula

    a) indicar o final de uma frase declarativa absoluta ou a elaborao de um perodocomposto: Todos sabemos que ele nos trair.

    b)separar perodos entre si: Ele saiu. Foi s compras. Voltou bem mais tarde.

    c)nas abreviaturas:Av. ; V. Ex.

    Se por acaso o ponto da abreviao coincide com o ponto final do perodo, ele no serepete e assume as duas funes.

    Quando se passa de um grupo a outro grupo de idias, costuma-se marcar essapassagem por uma pausa ainda maior, o ponto-pargrafo. Deixa-se, ento, depois desseponto, o resto da linha em branco.

    DOIS-PONTOS ( : )

    O emprego deste sinal muito simples: ou inicia a fala de outro que no seja o autordo texto, ou marca o incio de uma justificativa, uma explicao, uma enumeraoesclarecedora ao que foi dito antes dele:

    a)iniciar a fala dos personagens: Ento o padre respondeu:- Parta agora.

    b)antes de apostos ou oraes apositivas, enumeraes ou seqncia de palavras queexplicam, resumem idias anteriores:

    Meus amigos so poucos: Ftima, Rodrigo e Gilberto.

    c)antes de citao:Como j dizia Vincius de Morais:Que o amor no seja eterno posto que chama,

    mas que seja infinito enquanto dure.

    Dica

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    Tirando a indicao de fala do personagem ou da citao, os dois-pontos podem sersubstitudos pelo porque ou apresentam uma informao esclarece ou representa o quefoi dito antes exemplo b -, logo tem carter explicativo.

    PONTO DE EXCLAMAO ( ! )Este sinal marca principalmente a entonao da voz de carter emocional, porque,

    sem que seja isso, encerra uma ideia como o ponto.

    a)sinaliza frase exclamativa: No que ele veio!

    b)aps interjeies ou expresses ou termos equivalentes, como vocativo:Nossa! Oh! ( i n t e r j e ies ) Deus! ( v o c a t i v o )

    Obs.: 1 - A vrgula desse vocativo fica antes do ou depois do ser chamado, e no entre

    eles: Responda-me, Deu s ! ou De u s , responda-me!2 Depois da exclamao que segue a interjeio no h necessidade do emprego

    da maiscula: A h ! E u no quero ir. ou A h ! e u no quero ir. Como se pode ver,empregar a maiscula facultativo, ainda que a minscula seja de emprego culto.

    c)aps imperativo: V embora!

    d)havendo tom interrogativo, pode ser seguido do ponto de interrogao:Quem poderia imaginar isso! ?

    PONTO DE INTERROGAO ( ? )

    Este sinal marca principalmente a entonao interrogativa ou de incerteza, real oufictcia, ao que tambm chamamos de interrogao retrica(Evanildo Bechara), como osexaminadores perguntam a vocs a respeito das perguntas retricas dos textosdissertativos, em que o autor faz a pergunta apenas para que respondamos com as idiasapresentadas no texto dele prprio.

    Depois do sinal de interrogao conclusa usa-se a maiscula:a) sinaliza pergunta direta: Quem voc? Sou Antnio.

    b) pode ser seguido do ponto de exclamao, o que revela estado de dvida dapersonagem diante de um fato: Mas ele far isso? !

    Na interrogativa indireta, claro, no se usa o sinal, por isso mesmo indireta. Pormresolvemos mencion-la, para que todos se lembrem de sua existncia e, porque,

    nos ajuda a recordar as funes dos porqus:No sei p o r q u e e l a q u e r i r c o n o s c o . Se a pessoa no sabe determinada

    informao, no possvel que ela esteja nos explicando o motivo dessa informao, ou

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    seja, o motivo de ela querer ir conosco, da o por que no ter sido aplicado junto e semacento (porque). Podemos entender, ento, que a construo nos oferece uma possvelpergunta direta: por que ela no quer ir conosco?, j que o autor da frase no o sabe.Notem ainda que se trata de uma orao subordinada substantiva que serve de objeto doverbo saber, o que comum de acontecer quando o por que inicia uma interrogativaindireta.

    RETICNCIAS ( ... )

    De modo geral, indicam interrupo da fala ou do pensamento, ou aindahesitao aodiz-lo:

    a)interrupo de ideia ou de frase que no se completa:Eu queria dizer que. . . Deixa depois eu falo.

    b)hesitao, dvida, timidez, surpresa de quem fala:Olha. . . no sei se digo. . ., mas eu preciso... eu te amo.

    c) alteraes de natureza emocional, como tristeza, dor etc.:H quanto tempo eu no ria tanto!. . . Ser que vou chorar depois?

    d)prolongamento de ideia ao fim de uma frase gramaticalmente completa:Eu sempre disse que isso ia acontecer. . ., no disse?Isso eu no podia imaginar. . . Mas a vida continua. . .

    e) supresso de palavra ou trecho de texto transcrito, citao neste caso, recomendvel ficar entre parnteses:

    Falemos, ento, de historiografia. Que ela (tem) um componente subjetivo( . . . ) sabido; mas as concluses radicais( . . . )

    (GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictcio (Introduo).

    So Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 9)

    PARNTESES ( ) e COLCHETES [ ]

    Ambos tm funes semelhantes no que diz respeito a suas funes na elaborao dotexto, e os colchetes podem ser empregados quando os parnteses j foram usados, a fimde fazerem uma nova insero. Vejamos seus empregos:

    a) isolar trecho de carter explicativo ou datas:

    (...)Hoje [1942-3]..., at mesmo nos testemunhos mais resolutamentevoluntrios, escrevia Bloch, (...)

    (GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictcio (Introduo).So Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 9)

    (...)A redao desse relatrio primorosa, pela conciso, objetividade e clareza (hojediramos: transparncia), qualidades que vm coerentemente combinadas com ahonestidade absoluta dos dados e da autoavaliao (...)(Tarcsio Viegas, indito)

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    b)marcar tambm a lacuna de um trecho de texto no transcrito:

    Falemos, ento, de historiografia. Que ela (tem) um componente subjetivo (...)sabido; mas as concluses radicais (...)

    (GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros : verdadeiro, falso, fictcio (Introduo).So Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 9)

    Dica

    Os parnteses tambm podem substituir a vrgula ou o travesso e vice-versa:Joo ( o f i lh o d a e m p r e g a d a ) casou-se com a filha da patroa da me.Joo - o f i l h o d a e m p r e g a d a - casou-se com a filha da patroa da me.Joo, o f i l h o d a e m p r e g a d a , casou-se com a filha da patroa da me.

    TRAVESSO SIMPLES( - ) e DUPLO (--) empregado para

    a) marcar o incio da fala de um personagem:O rapaz questionou:-Por que o preo deste produto aumentou tanto de ontem para hoje?

    b)marcar mudana de interlocutor nos dilogos:-Como vai voc?-Vou bem, obrigada.

    c)substituir a vrgula em expresses ou frases explicativas, realando essainformao, j que a pausa do travesso maior:

    Monteiro Lobato g r a n d e e s c r i t o r b r a s i l e i r o escreveu tambm obra infantil.

    d)substituir tambm os dois-pontos:Ele s quer uma explicao a de sua ausncia ao jantar.

    _____________________________________________________________________

    Observaes importantes:

    1 - Se o segundo travesso coincidir com uma vrgula, usam-se os dois sinais:

    A criao de um sistema de sade gratuito, com estrutura completa desdehospitais at equipamentos tcnicos de ltima gerao , asseguraria maior confiabilidadena ao da administrao pblica.

    Notem que a vrgula empregada aps o segundo travesso faz uma dupla com avrgula empregada depois de gratuito a fim de intercalar o trecho sublinhado, e, como

    dentro dessa intercalao h uma outra intercalao, o autor considerou melhor, ou seja,para maior clareza do texto empregar os travesses, diferenciando uma intercalao daoutra.

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    2 O travesso duplo empregado quando marca uma intercalao, como vimos noexemplo acima, substituindo vrgulas, parnteses, colchetes. E o travesso simples marcauma inverso (substituindo a vrgula); ou marca a intercalao, ou melhor, a informaocircunstancial ou explicativa, extra, parte que encerra o texto; ou substitui os dois-pontos (como vimos no item d):

    a )

    Depois de tanto trabalho s poderia desmaiar de canseira, ainda que fosse cedopara isso.

    b )S poderia desmaiar de canseira, ainda que fosse cedo para isso depois de tantotrabalho.

    c ) Ele s quer uma explicao a de sua ausncia ao jantar.

    Observem no exemplo a que o travesso marca uma inverso, o que foi timaopo neste caso, pois j h uma vrgula no texto, e o emprego de duas vrgulas poderiasugerir ao leitor uma intercalao, que no ocorre no texto. Assim, h uma hierarquia

    marcada pela pontuao de funes diferentes, que marcam partes diferentes do texto eno uma sequncia.

    No exemplo b, ocorre o mesmo processo, entretanto a circunstncia de tempoencerrou o texto. A vrgula continuou separando a orao adverbial de concesso e otravesso marcou a expresso de tempo que finalizou o texto.

    Ns j tnhamos visto este exemplo no item d acima, mas decidimos por repiti-lopara que vocs tenham nesta parte final de emprego dos travesses uma sntese de todasas trocas de sinais que o travesso possa fazer.

    _______________________________________________________________

    ASPAS SIMPLES ( ) e DUPLAS ( )

    As aspas duplas so empregadas para

    a) isolar palavras ou expresses que fogem norma culta, como grias,estrangeirismos, palavres, arcasmos e outros:

    Minha av sempre dizia que os r e c la m e s de televiso atrapalham muito.Voc pode me dar um f e e d b a c k do servio pelo funcionrio.

    b) marcar palavras ou expresses que no foram empregadas em seu sentido usual,especialmente com tom de ironia, ou para destac-la:

    R a c h a s pem em risco a vida das pessoas.(...) Diz-se que h o e co n om s, jargo misterioso dos economistas, o

    p o l i t i q u s, estilo evasivo dos polticos, o a ca dm i co , com o cheiro de mofo dos bas

    da velha retrica etc. etc.(...) (Tarcsio Viegas, indito)

    c) indicar uma citao textual sem alterao ao texto original:

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    N a d a n u n c a su f i c i e n t e n o a t u a l si s t em a , disse Michael Moore no Festival deCinema de Toronto, em 2009.

    (Adaptado de Srgio Dvila. Frugalistas Graas a Deus.Serafina, revista da Folha de S. Paulo, setembro, 2009, p. 20)

    E as aspas simples devem ser empregadas quando

    No interior de um texto marcado pelas aspas, caso o emprego desse sinal tenha dese repetir, usa-se aspas simples ():

    (...)Hoje [1942-3]..., at mesmo nos testemunhos mais resolutamentevoluntrios, escrevia Bloch, (...)

    (GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictcio (Introduo).So Paulo: Companhia das Letras)

    Se o trecho marcado pelas aspas encerrar o perodo, o devido ponto (. ou ! ou? ou...) dever ser empregado depois das aspas; porm se o texto ou trecho todo estivermarcado pelas aspas, obviamente, o devido ponto fica dentro das aspas:

    (...)Hoje [1942-3]..., at mesmo nos testemunhos mais resolutamentevoluntrios, escrevia Bloch, (...) pontuao dentro das aspas que abarca todo o texto

    Disse Michael Moore no Festival de Cinema de Toronto, em 2009, Nada nunca suficiente no atual sistema. o ponto depois das aspas, pois elas no abarcam todo otexto.

    Agora vamos tirar a prova de nossa aprendizagem?! (Gostaram da nossa pontuao?rsrs)

    Para esta bateria de questes no nos importamos com a data da questo, aocontrrio, queremos mostrar que aquilo que se pergunta tradicional faz tempo afamosa viagem no tempo. Por isso, gente, s resolver muita questo que vocs ficaroninja na coisa! E, no se esqueam, verifiquem se o texto ficou inteligvel em primeirolugar sem que o verbo tenha ficado separado de seu sujeito ou de seu objeto direto,combinado?!

    ______________________________________________________________________

    QUESTES DE PROVA

    1 - ( U n B CESPE/ B a n co d o B r a s i l / 2 0 0 2 ) A indstria armamentista movimentaanualmente cerca de 800 bilhes de dlares. uma quantia equivalente a 2,5% do PIBmundial. Com um investimento de apenas 8 bilhes de dlares menos do que quatrodias de gastos militares mundiais , todas as crianas do planeta que hoje esto fora daescola poderiam freqentar uma sala de aula.Julgue o item a seguir.

    Na linha 4, a ausncia de vrgulas para isolar a orao que hoje esto fora daescola indica que ela constitui restrio a crianas do planeta.

    ___________________________________________________________________

    2. ( CESPE - B an c o d o B r a s i l - Es c r i t u rr i o - 0 0 1 - 2 0 0 2 )

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    Terminou mais um roundna luta entre palestinos e israelenses. E pode-se dizer queh um empate tcnico. Feridos, os dois duelistas - Ariel Sharon e Yasser Arafat - seguempara seus cantos do ringue a fim de avaliar os danos. Arafat deixou seu isolamento foradode cinco meses - mas ser que venceu? Sharon aparentemente se curvou s pressesamericanas - mas tambm no se pode dizer que o premier israelense tenha sidoderrotado, na opinio de analistas.Douglas McMillan. Round empatado. In: Jornal do Brasil, 2/5/2002,p. 7(com adaptaes).

    A partir do texto acima, julgue os itens que se seguem.

    A substituio de todos os travesses do texto por vrgulas respeitaria as regras dossinais de pontuao da norma culta e manteria a funo de isolar, em um contexto,palavras ou frases.

    __________________________________________________________________

    3. ( U n B / CESPE TRT / 1 0 . REGI O / Ca r go 9 : Tcn i c o Ju d i c ir i o r ea : S e r v i o s G e r a i s Es p e c i a l id a d e : S e g u r a n a e T r a n s p o r t e / 2 0 0 4 )

    Para aperfeioar e democratizar os mecanismos de transparncia da gesto pblica ede combate corrupo e impunidade foi instalado o Conselho de Transparncia Pblicae Combate Corrupo. Vinculado Controladoria-Geral daUnio (CGU), o conselho ir consolidar a poltica do governo federal de combate ao mauuso dos recursos pblicos e impunidade e tem como atribuies sugerir e debatermedidas de aperfeioamento dos mtodos de controle, incrementar a transparncia naadministrao pblica e estimular estratgias de combate corrupo. Internet:. Acesso em 27/10/2004 (com adaptaes).

    Estaria gramaticalmente correto o emprego de sinal de dois-pontos aps a palavraatribuies.

    4.( CESPE - A u x i l i a r J u d i c ir i o - S e r v io s Ge r a i s - TRT - 1 6 REG I O ( MA ) - 2 0 0 5 )

    gua demais faz mal(...) Chegava-se a sugerir o consumo de at 250 mililitros de gua a 13 cada quinze

    minutos de atividade. Agora, o que se sabe que a gua em excesso faz mal e pode levar hiponatremia. Caracterizada pela falta de sdio no sangue, essa sndrome atingeprincipalmente mulheres jovens e pode levar suas vtimas morte. A pesquisa de Harvardanalisou amostras de sangue de 488 corredores, antes e depois da Maratona de Boston de2002. Embora a maioria estivesse bem hidratada, 13% dos atletas beberam tantagua que apresentavam quadro de hiponatremia, com inchao no estmago, vmito,fadiga extrema e perda de coordenao motora. Esses corredores tomaram, em mdia, 3litros de gua. Anna Paula Buchalla. Veja, 20/4/2005, p. 69 (com adaptaes).

    Com referncia s idias e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue os seguintesitens.

    O emprego das vrgulas imediatamente aps as estruturas "Caracterizada pela faltade sdio no sangue" (l.15-16) e "Embora a maioria estivesse bem hidratada" (l.20-

    21) justificado pela mesma regra de pontuao.

    ____________________________________________________________________

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    5. ( CESPE - Tcn i c o Jud i c ir i o - r ea Ad m i n i s t r a t i v a - T J -RR - 2 0 0 6 )

    Nessa questo, na ordem em que esto apresentadas, so partes sucessivas de textos.Assinale a opo que apresenta erro de pontuao.

    a) As dvidas trabalhistas tm prioridade sobre dbitos tributrios, mesmo que o devedortenha condies de sald-las.

    b) Foi o que decidiu, por unanimidade, a primeira turma do Superior Tribunal de Justia(STJ), que negou provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional.

    c) A Fazenda Nacional argumenta, que a natureza do conflito se d por concurso depreferncia, que se estabelece pela ordem cronolgica de constituio do crdito.

    d) A preferncia de crditos trabalhistas sobre os tributrios se aplica nas seguintessituaes: quando houver mais de um credor, quando o devedor no tiver condies de

    pagar e quando houver falncia.________________________________________________________________________

    6. ( C ESP E/ T RE / A P - 2 0 0 7 )

    Emcadaopoaseguir,apresentadoum trechoadaptadodo quintopargrafodo textoapresentado.Assinaleaopoemqueapontuaoestincorreta.

    A) Em quatro anos foram investidos mais de dois bilhes de reais em benefcio da

    qualidadedosassentamentos.

    B)Os recursos foram aplicados, entre outros benefcios, naconstruo de estradas,na educao e na oferta de luz eltrica.

    C)O governo, tambm construiu, ou apenas reformou vriosquilmetrosdeestradasepontes,embenefciodosmilhares deassentados.

    D) Alm disso, em 2006, o nmero de famlias beneficiadas com assistncia tcnicaultrapassou555 mil.

    E)Em sntese, os cuidados governamentais para com os assentados,nosltimosquatroanos,foramdevariadaordem: infra-estrutura,sade,educaoesegurana.

    7 . ( U n B / CESPE T JR J Cad e r n o A - Ca r g o : A n a l i s t a J u d i c ir i o - 2 0 0 8 )s vsperas do centenrio de sua morte (29 de setembro de 1908), Machado de

    Assis continua a ser uma presena inquietante. Embora ocupe lugar central e mais oumenos indisputado na histria da literatura produzida no Brasil, o escritor e sua obra aindahoje guardam algo do carter excntrico, inclassificvel e surpreendente que

    _________

    A respeito das estruturas lingsticas do texto II, assinale a opo correta.

    De acordo com a gramtica normativa da lngua portuguesa, o emprego da vrgulano primeiro perodo do texto no tem justificativa gramatical.

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    ___________________________________________________________________

    8. ( U n B / CESPEAB I N /Ca r g o 1 :O f i c i a l d eI n t e l i gn c i a / 2 0 0 8 )

    Umdiachegaremquetodososcidados tero seu nmero de r e g i s t r o : esta a meta dosservios de identidade.

    A organizaodoperodo iniciado linha 7 admite a substituio do sinal de dois-pontos,empregado logo apsregistro (l.8),pela conjuno portanto,entre vrgulas,semqueseprejudiqueacoernciatextual.

    ____________________________________________________________________

    9 . ( U n B / CESPE T JR J Cad e r n o A - Ca r g o : A n a l i s t a Ju d i c ir i o - 2 0 0 8 )

    Machado pode ser considerado, no contexto histrico em que surgiu, um espanto e ummilagre, mas o que me encanta de forma mais particular o fato de que ele estava, o

    tempo todo, pregando peas nos leitores e nele mesmo.

    O isolamento da expresso de forma mais particular (R.10) por meio de vrgulastornaria o trecho gramaticalmente incorreto.

    __________________________________________________________________10. ( U nB / CESPE AB I N / Ca r g o 2 : A g e n t e d e I n t e l i gn c i a / 2 0 0 8 )

    ... possibilidade de que simpatizantes dessas organizaes extremistas possam engajar-se

    em aes radicais, fora da regio, como forma de retaliao, contra alvos de interesse...

    As vrgulas logo aps radicais e regio justificam-se por isolarem expresso decarter adverbial intercalada em uma orao.

    11. ( U n B / CESPE - T o d o s o s c a r g o s d e nv e l s u p e r i o r - MCT/ FI N EP 2 0 0 9 )

    (...) Esse quadro mudaquando se desenvolve uma produo para a troca, em quecada um passa a produzir aquilo a que est mais capacitado. (...)

    L. C. M. Figueiredo e P. L. R. de Santi. Psicologia, uma (nova)introduo. So Paulo: EDUC, 2002, p. 39-40 (com adaptaes).

    ________ Preservam-se a coerncia textual e o respeito s regras de pontuao ao se inserir

    uma vrgula logo depois de muda.

    12. ( CESPE A n a l i st a A d m i n i s t r a t i v o MPU / 2 0 1 0 ) A caracterstica central da modernidade, no seria demais repetir, a

    institucionalizao do universalismo e seu duplo, a igualdade como princpioorganizador da esfera pblica.

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    De acordo com as normas de pontuao, seria correto empregar, nas linhas 2 e 3,vrgulas no lugar dos travesses; entretanto, nesse caso, a leitura e a compreensodo trecho poderiam ser prejudicadas, dada a existncia da vrgula empregada apsduplo, no interior do trecho destacado entre travesses.

    ________________________________________________________________________

    Gabarito

    1 Certo2 Certo3 Certo4 Certo5 Alternativa C6 Alternativa C7 Errado8 Errado9 Errado10 Certo11 Certo12 Certo

    ______________________________________________________________________

    1 - ( U n B C ESP E/ B a n co d o B r a s i l / 2 0 0 2 ) A indstria armamentista movimentaanualmente cerca de 800 bilhes de dlares. uma quantia equivalente a 2,5% do PIBmundial. Com um investimento de apenas 8 bilhes de dlares menos do que quatrodias de gastos militares mundiais , todas as crianas do planeta que hoje esto fora daescola poderiam freqentar uma sala de aula.Julgue o item a seguir.

    Na linha 4, a ausncia de vrgulas para isolar a orao que hoje esto fora daescola indica que ela constitui restrio a crianas do planeta.

    Com en tr i o : Sem dvida, no mesmo, pessoal? A orao se inicia por um relativo, logo uma orao subordinada adjetiva restritiva, logo constitui restrio a crianas doplaneta, que seu antecedente. Item certo.

    ___________________________________________________________________

    2. ( CESPE - B an c o d o B r a s i l - Es c r i t u rr i o - 0 0 1 - 2 0 0 2 )

    Terminou mais um roundna luta entre palestinos e israelenses. E pode-se dizerque h um empate tcnico. Feridos, os dois duelistas - A r i e l Sh a r o n e Y a s se r A r a f a t ( a p o s t o e x p l i c a t i v o ) seguem para seus cantos do ringue a fim de avaliar os danos. Arafatdeixou seu isolamento forado de cinco meses - m as s e r q u e v en ceu ? ( o r aoc o o r d e n a d a s i n dt i c a a d v e r s a t i v a ) Sharon aparentemente se curvou s pressesamericanas - m as t am bm no se p od e d i z e r que o premier israelense tenha sidoderrotado, na opinio de analistas.( o r ao coo r d en ad a s i n dt i c a ad i t i v a )

    Douglas McMillan. Round empatado. In: Jornal do Brasil, 2/5/2002, p. 7(com adaptaes).

    A partir do texto acima, julgue os itens que se seguem.

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    A substituio de todos os travesses do texto por vrgulas respeitaria as regras dos sinaisde pontuao da norma culta e manteria a funo de isolar, em um contexto, palavras oufrases.

    Com en tr i o : verdadeira essa afirmao, pois a equivalncia entre travesso e vrgula pode serobservada quando so isolados termos dentro de uma orao. Assim como ocorre nas passagens dotexto acima que evidenciamos em negrito e itlico. Item certo.

    __________________________________________________________________

    3. ( U n B / CESPE TRT / 1 0 . REG I O / Ca r go 9 : Tcn i c o Ju d i c ir i o r ea : S e r v i o s G e r a i s Es p e c i a l id a d e : S e g u r a n a e T r a n s p o r t e / 2 0 0 4 )

    Para aperfeioar e democratizar os mecanismos de transparncia da gesto pblica ede combate corrupo e impunidade foi instalado o Conselho de Transparncia Pblicae Combate Corrupo. Vinculado Controladoria-Geral daUnio (CGU), o conselho ir consolidar a poltica do governo federal de combate ao mauuso dos recursos pblicos e impunidade e tem como atribuies: sugerir e debater

    medidas de aperfeioamento dos mtodos de controle, incrementar a transparncia naadministrao pblica e estimular estratgias de combate corrupo. Internet:. Acesso em 27/10/2004 (com adaptaes).

    (E) Estaria gramaticalmente correto o emprego de sinal de dois-pontos aps a palavraatribuies.

    Com en tr io : correta a afirmao anterior, pois a funo referida ao emprego dapontuao no caso acima, a de introduzir uma enumerao explicativa por intermdiodos dois-pontos. Vejam a alterao feita no texto. Item certo.

    _____________________________________________________________________

    4.( CESPE - A u x i l i a r J u d i c ir i o - S e r v io s Ge r a i s - TRT - 1 6 REG I O ( MA ) - 2 0 0 5 )

    gua demais faz mal

    (...) Chegava-se a sugerir o consumo de at 250 mililitros de gua a 13 cada quinzeminutos de atividade. Agora, o que se sabe que a gua em excesso faz mal e pode levar hiponatremia. Caracterizada pela falta de sdio no sangue, essa sndrome atingeprincipalmente mulheres jovens e pode levar suas vtimas morte. A pesquisa de Harvard

    analisou amostras de sangue de 488 corredores, antes e depois da Maratona de Boston de2002. Embora a maioria estivesse bem hidratada, 13% dos atletas beberam tantagua que apresentavam quadro de hiponatremia, com inchao no estmago, vmito,fadiga extrema e perda de coordenao motora. Esses corredores tomaram, em mdia, 3litros de gua. Anna Paula Buchalla. Veja, 20/4/2005, p. 69 (com adaptaes).

    Com referncia s idias e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue os seguintesitens.

    O emprego das vrgulas imediatamente aps as estruturas "Caracterizada pela falta desdio no sangue" (l.15-16) e "Embora a maioria estivesse bem hidratada" (l.20-21)

    justificado pela mesma regra de pontuao.Com en tr i o : Os dois casos de emprego da vrgula apresentados acima se referem aodeslocamento ou inverso de oraes subordinadas que expressam circunstncias. A

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    primeira, orao subordinada reduzida de particpio, exprime circunstncia de causa; e asegunda, orao subordinada desenvolvida, exprime ideia de concesso. Item certo.

    __________________________________________________________________

    5. ( CESPE - Tcn i c o Jud i c ir i o - r ea A dm i n i s t r a t i v a - T J -RR - 2 0 0 6 )

    Nessa questo, na ordem em que esto apresentadas, so partes sucessivas de textos.Assinale a opo que apresenta erro de pontuao.

    a) As dvidas trabalhistas tm prioridade sobre dbitos tributrios, mesmo queo devedortenha condies de sald-las.

    Com en tr i o : Vrgula facultativa, pois separa uma orao adverbial concessiva na ordemdireta. Emprego correto da vrgula.

    b) Foi o que decidiu, por unanimidade, a primeira turma do Superior Tribunal de Justia(STJ), quenegou provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional.

    Com en tr i o : por unanimidade expresso adverbial realada, o modo como decidiu aprimeira turma do STJ, vrgulas corretas; a terceira vrgula est correta, pois trata-se deuma orao adjetiva explicativa, j que informao a mais no contexto e no apresentaideia de excluso. Item certo.

    c) A Fazenda Nacional argumenta, que a natureza do conflito se d por concurso depreferncia, quese estabelece pela ordem cronolgica de constituio do crdito.

    Com en tr io : A vrgula que vem logo aps forma verbal argumenta est empregada de maneiraerrada, porque separa o verbo argumentar de seu complemento que a natureza do conflito se d

    por concurso de preferncia (orao subordinada substantiva objetiva direta). A segunda estcorreta, pois a orao adjetiva explicativa, pois no tem carter excludente, marca apenas umaexplicao de como se estabelece a preferncia de crditos. Item errado.

    d) A preferncia de crditos trabalhistas sobre os tributrios se aplica nas seguintessituaes: quando houver mais de um credor, quando o devedor no tiver condies depagar e quando houver falncia.

    Com en tr io :Os dois-pontos marcam o incio de uma enumerao de oraes que simbolizam assituaes mencionadas e, como esto em estrutura de enumerao, esto coordenadas, devem serseparadas por vrgula at o ltimo elemento somado pelo e. Item certo.

    Resposta: alternativa C

    __________________________________________________________________6. ( C ES PE/ T RE / A P - 2 0 0 7 )

    Emcadaopoaseguir,apresentadoum trechoadaptadodo quintopargrafodo textoapresentado.Assinaleaopoemqueapontuaoestincorreta.

    A) Em quatro anos foram investidos mais de dois bilhes de reais em benefcio da

    qualidadedosassentamentos.Co m e n t r i o : Vejam como o texto sem sinal algum de pontuao ficou inteligvel.Importante que vocs percebam que o termo Em quatro anos um adjunto adverbial detempo, nem por isso a ausncia da vrgula foi considerada errada. Item certo.

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    B)Os recursos foram aplicados, entre outros benefcios, naconstruo de estradas,na educao e na oferta de luz eltrica.Co m e n t r i o : A primeira e a segunda vrgula marcam a intercalao entre outrosbenefcios e as demais vrgulas marcam a intercalao, claro, sem marcar o ltimoelemento que somado pelo e.

    C)O governo, tambm construiu, ou apenas reformou vriosquilmetrosdeestradasepontes,embenefciodosmilhares deassentados.Com en tr io :A expresso . . . t a m bm con s t r u i u . .. no pode ficar separada por vrgulaspor se tratar da ao verbal praticada pelo sujeito O g o v e r n o . ..

    D) Alm disso, em 2006, o nmero de famlias beneficiadas com assistncia tcnicaultrapassou555 mil.Com en tr io : A expresso em 2006 pode ficar separada por vrgulas por se tratar deadjunto adverbial de tempo, expresso adverbial intercalada. Importante observar que aprimeira vrgula, neste caso, acumula duas funes, pois ela tambm isola a expressoAlm disso, que normalmente marcada pela pontuao, j que encerra um ideia desoma em relao ao que foi dito antes para depois fazer o acrscimo propriamente dito.Item certo.

    E)Emsntese, os cuidados governamentais para com os assentados,nosltimosquatroanos,foramdevariadaordem: infra-estrutura,sade,educaoesegurana.Co m e n t r io : As primeiras trs vrgulas marcam as expresses adverbiais do texto e asltimas vrgulas em conjunto com o entendimento dos dois-pontos marcam umaenumerao. Item certo.Resposta: Alternativa C

    7. ( U n B / CESPE T J- R J Cad e r n o A - Ca r g o : A n a l i s t a Ju d i c ir i o - 2 0 0 8

    )

    s vsperas do centenrio de sua morte (29 de setembro de 1908),Machado de Assis continua a ser uma presena inquietante. Embora ocupe lugar central emais ou menos indisputado na histria da literatura produzida no Brasil, o escritor e suaobra ainda hoje guardam algo do carter excntrico, inclassificvel e surpreendente que

    _________A respeito das estruturas lingsticas do texto II, assinale a opo correta.

    De acordo com a gramtica normativa da lngua portuguesa, o emprego da vrgula noprimeiro perodo do texto no tem justificativa gramatical.

    Com en tr io : A vrgula que vem aps a expresso em negrito no texto marca odeslocamento da expresso adverbial temporal longa. Deslocamento desse tipo deve sermarcado pelo emprego da vrgula, segundo o padro culto da linguagem. Item errado.

    _________________________________________________________________________

    8. ( U n B / CESPEAB I N /Ca r g o 1 :O f i c i a l d eI n t e l i gn c i a / 2 0 0 8 )

    Umdiachegaremquetodososcidados tero seu nmero de r e g i s t r o : esta a meta dosservios de identidade.

    A organizao do perodo iniciado linha 7 admite a substituio do sinal de dois-pontos,empregado logo apsregistro (l.8), pela conjuno portanto, entre vrgulas, sem que se

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    prejudiqueacoernciatextual.

    Com en tr io :A substituio no possvel nesse caso, pois os dois pontos tm carter explicativo,pois apresenta um esclarecimento, enquanto a conjuno portanto apresenta uma concluso. Essatroca, portanto, comprometeria a coerncia. Logo, item errado.________________________________________________________________________

    9 . ( U n B / CESPE T J- R J Cad e r n o A - Ca r g o : A n a l i s t a J u d i c ir i o - 2 0 0 8 ) Machado pode ser considerado, no contexto histrico em que surgiu, um espanto e ummilagre, mas o que me encanta de forma mais particular o fato de que ele estava, otempo todo, pregando peas nos leitores e nele mesmo.

    O isolamento da expresso de forma mais particular (l.10) por meio de vrgulas tornaria otrecho gramaticalmente incorreto.

    Com en tr io :A expresso em destaque representa uma expresso circunstancial de modoe, como sabemos, mesmo estando em ordem direta, ela pode ser separada pelapontuao, sem entrar em conflito com as regras gramaticais. Item errado.

    __________________________________________________________________10. ( U nB / CESPE AB I N / Ca r g o 2 : A g e n t e d e I n t e l i gn c i a / 2 0 0 8 )

    ... possibilidade de que simpatizantes dessas organizaes extremistas possam engajar-seem aes radicais, fora da regio,como forma de retaliao, contra alvos de interesse ...

    As vrgulas logo aps radicais e regio justificam-se por isolarem expresso de carteradverbial intercalada em uma orao.

    Com en tr io :Devem ser separadas com vrgulas as expresses adverbiais deslocadas (intercaladasou inversas) que forem longas; quando curtas ou formadas por uma palavra (pelo prprio advrbio), facultativo o uso das vrgulas, e tudo issoa depender do sentido.

    Como a expresso acima expressa ideia circunstancial de lugar, o emprego dasvrgulas est justificado. Item certo.

    11. ( U n B / CESPE T o d o s o s c a r g o s d e n v e l s u p e r i o r - MCT/ FI N EP 2 0 0 9 )

    (...) Esse quadro mudaquando se desenvolve uma produo para a troca, em quecada um passa a produzir aquilo a que est mais capacitado. (...)

    L. C. M. Figueiredo e P. L. R. de Santi. Psicologia, uma (nova)introduo. So Paulo: EDUC, 2002, p. 39-40 (com adaptaes).

    ________Preservam-se a coerncia textual e o respeito s regras de pontuao ao se inserir umavrgula logo depois de muda.

    Com en tr io : A orao - quando se desenvolve uma produo para a troca, em que cada

    um passa a produzir aquilo a que est mais capacitado. - que segue o verbo mudar(verbo intransitivo no contexto) uma orao subordinada adverbial temporal, que,colocada em ordem direta, pode ser separada por vrgula facultativamente. Sendo assim,

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    verdadeira a afirmao feita na questo, porque a insero da vrgula facultativa no alteraa coerncia textual e respeita s regras de pontuao. Item certo.

    12. ( CESPE A n a l i st a A d m i n i s t r a t i v o MPU / 2 0 1 0 )

    A caracterstica central da modernidade, no seria demais repetir, ainstitucionalizao do universalismo e seu duplo, a igualdade como princpioorganizador da esfera pblica.

    De acordo com as normas de pontuao, seria correto empregar, nas linhas 2 e 3, vrgulasno lugar dos travesses; entretanto, nesse caso, a leitura e a compreenso do trechopoderiam ser prejudicadas, dada a existncia da vrgula empregada aps duplo, nointerior do trecho destacado entre travesses.

    Com en tr i o : Se trocarmos os travesses empregados no texto para marcar intercalaopor vrgulas, no haver problemas gramaticais, pois um sinal substitui o outro nas nesses

    casos, como vimos em aula. E, de fato, como h uma vrgula nessa intercalao, apontuao com as trs vrgulas confundiria o leitor. Item certo.