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Instituição Beneficente “A Luz Divina” (1956-2013) Palestras em comemoração aos 57 anos de fundação

GRANDES VULTOS DO ESPIRITISMO

DR. BEZERRA DE MENEZES

O palestrante iniciou agradecendo a oportunidade concedida para

falar sobre Dr. Bezerra de Menezes, por ocasião da celebração do 57º

aniversário de fundação da “A Luz Divina”.

Recordou que, normalmente, recorremos a Dr. Bezerra de Menezes

solicitando socorro somente quando necessitamos de auxílio, mas, que

nesta breve e singela homenagem, desejamos que os sentimentos nos

inspirem e nos despertem para um mundo melhor que aguarda os

trabalhadores fiéis e dedicados a Jesus.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI, “Amar ao próximo

como a si mesmo” vamos encontrar os seguintes relatos dos evangelistas

Mateus (22:34-40) e Lucas (10:25-28), sobre o maior mandamento:

Os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca dos

saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor da lei,

tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei?

Jesus lhe disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração,

de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o

primeiro mandamento. O segundo é semelhante a este: Amarás ao teu

próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a Lei e

os Profetas. (Mateus, 22:34-40). E assim, tudo aquilo que quereis que os

homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas

(Mateus, 7:12 e Lucas, 6:31).

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E assim, para personificar o maior ensinamento de Jesus,

recorremos à figura de Dr. Bezerra de Menezes, o homem amor.

Chico Xavier contou que, certo dia, Dr. Bezerra houvera lhe dado

uma frase para meditar:

“Quando a caridade é muito discutida o socorro chega tarde”.

A caridade tem que ser espontânea e imediata.

Ilustrando a sua tese referiu-se a duas damas russas que foram

assistir a uma peça no Teatro Bolshoi e que se comoveram com o que

era apresentado. Nevava e quando saíram e se acercavam da carruagem,

viram do lado de fora, ao lado de uma árvore, próximo à bilheteria, um

homem caído que gritava de frio. Uma delas, ainda comovida com a obra

de Boris Godunov, retirou o casaco de mink e ia colocá-lo sobre o homem,

mas a outra lhe disse:

“Não faça isso! É um casaco muito caro! Você vai perdê-lo e não vai

servir de nada se não aquecer. Quando chegarmos a casa, mandaremos

agasalhos próprios para este infeliz”.

A outra moça deteve o gesto e concordou.

Então, quando a carruagem chegou ao palacete, as damas foram

se servir de chá e algum lanche e esqueceram-se do miserável na neve.

Pela manhã, a generosa dama que teve o impulso de dar-lhe o casaco,

lembrou-se, chamou o lacaio e deu-lhe cobertores e agasalhos e mandou

que levasse ao homem. Mas, o pobre homem havia morrido congelado,

naquela madrugada.

“Quando a caridade é muito discutida o socorro chega tarde”.

A caridade, em Bezerra de Menezes, como em Jesus, é esse gesto

espontâneo e imediato com perdão das ofensas, indulgência para com

todos os erros, como responderam os Espíritos a Allan Kardec, quando

ele interrogou: “O que era a caridade no conceito de Jesus?”.

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Em julho de 1896, Dr. Bezerra de Menezes acabara de encerrar

uma das sessões públicas presididas por ele na Casa de Ismael, na

Avenida Passos, no Rio de Janeiro, quando à saída, descendo a

escadaria olha à porta de entrada, onde um homem de aproximadamente

45 anos de idade, com o semblante marcado pelo sofrimento, os cabelos

desgrenhados e a roupa suja, Dr. Bezerra percebe que aquele é um dos

“filhos do Calvário” que vem a sua procura. O homem saúda-o e diz-lhe

que deseja falar.

Ele o levou a um canto e ouviu, com atenção, o seu pedido: “Dr.

Bezerra estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e

famintos e eu mesmo, tenho fome, estou fedendo, como vê, estou sem

alimento e febril!”

O apóstolo com lágrimas nos olhos procura algo nos bolsos. Não

tem nada, apenas a passagem de bonde. Olha a mão, já não tinha o anel

de grau, ele havia dado, fazia dias, a outra pessoa necessitada.

Então, olhou para o homem e lembrou-se, por certo, de uma cena

inesquecível dos dias apostólicos, quando Pedro e João, em Jerusalém,

dirigiam-se ao Templo de Salomão, um paralítico necessitado lhes

estende a mão e grita: “Uma esmola em nome de Jeová”.

E os dois disseram: “Não temos prata nem ouro para dar, mas o que

temos, damos-te, levanta-te e anda”.

O paralítico ergueu-se e caminhou, e a partir dali, aonde iam os

apóstolos de Jesus, as pessoas colocavam seus enfermos, para que as

sombras deles caindo sobre suas deficiências, os recuperassem.

Dr. Bezerra, por certo, lembrou-se dessa passagem evangélica, e

perguntou ao homem: “Tu crês em Maria, a Mãe da Humanidade?” –

Respondeu-lhe: “Oh! Dr. Bezerra, eu creio”.

“Tu crês, que ela pode tudo?” – Reafirmou: “Eu creio Dr. Bezerra”.

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Então, deixa-me abraçar-te em nome de Maria Santíssima, a quem

eu peço que te diminua as dores, e cingiu num abraço misturando as suas

lágrimas com o suor do sofredor que ali estava.

O homem se vai, e quando Bezerra estava no bonde, indo para

casa, reflexiona: “Será que lhe dei tudo? O que mais eu poderia dar-lhe?”

Na semana seguinte, numa terça-feira, ele termina a atividade na

veneranda Casa de Ismael e quando desce a escada encontra o homem

com outro semblante, e este lhe pergunta: “Lembra-se de mim Dr.

Bezerra?”

Eu fui aquele a quem o senhor abraçou e pediu que fizesse o

mesmo com a minha família e eu o fiz, e queria dizer ao senhor que a

água que eu bebi parecia ter o sabor de um medicamento, e todos ficamos

curados. Dormimos, aquela noite, nutridos pela água e no dia seguinte eu

tive uma ideia, recorri a uma pessoa, contei o meu problema, a pessoa

deu-me um emprego e agora, honrado e trabalhando, eu posso sustentar

os meus.

Que Maria santíssima o abençoe!

Dr. Bezerra tinhas lágrimas nos olhos.

Cinquenta anos depois dessa ocorrência, uma mulher portadora de

tuberculose vai a Pedro Leopoldo e pede ao apóstolo da mediunidade,

Chico Xavier, para que recorra ao espírito de Bezerra de Menezes,

pedindo-lhe um remédio para ter atenuadas as suas dores.

O médium promete-lhe fazê-lo, e ao terminar as atividades de

intercâmbio daquela noite, dá-lhe um pedaço de uma folha de jornal onde

está anotado o nome do medicamento para o seu mal.

A mulher pega o papel e lhe diz: “Ai Chico, pobre de mim. Como

comprar esse remédio? Se eu nem sequer tenho dinheiro para comprar o

pão?”

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E Dr. Bezerra que presenciava aquele diálogo diz ao venerando

médium: “Pede-lhe que corte o papel em trinta pedacinhos e, cada dia,

tome um com um pouco de água, pedindo a proteção de Maria santíssima

que o resultado será o mesmo”.

Chico Xavier transmitiu à mulher a mensagem recebida e, mais

tarde, constatou que as energias que estavam impregnadas àquela folha,

a presença amorável do benfeitor Bezerra, haviam recuperado a paciente,

que no futuro ficou radicalmente curada.

Repetia-se agora, através do Mundo Espiritual, aquilo que havia

acontecido com ele quando estava mergulhado na indumentária carnal.

O apóstolo Bezerra tem uma vida marcada pelas mais belas

páginas da solidariedade, da caridade e do amor.

A Missão

Pela psicografia de Chico Xavier, ditada pelo espírito Humberto de

Campos, encontramos no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do

Evangelho, o trecho no qual, Ismael, protetor do Brasil, relata a

importância da missão, ao espírito que reencarnaria na Pátria do Cruzeiro

com o nome de Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.

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O unificador Bezerra de Menezes

Em 1880, o incipiente movimento espírita na capital e em todo país

estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que

se reuniam.

Havia, ainda, uma clara divisão entre os espíritas ditos "místicos"

(defensores de uma visão religiosa da doutrina), e os chamados

"científicos" (defensores de um olhar filosófico e científico).

Em 1889, Bezerra de Menezes foi visto como o único capaz de

superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita

Brasileira (FEB). Organizou e presidiu um congresso espírita nacional,

que teve lugar em 31 de março de 1889, com a presença de 34

delegações de instituições de diversos estados.

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Ao fim do ano, muito sobrecarregado, Bezerra passou a presidência

da Federação. Por alguns anos aprofundaram-se as discórdias na

instituição.

Em 1895, Bezerra de Menezes foi convidado a reassumir a

presidência da FEB, função que exerceu até a data de seu desencarne.

Nesta gestão, iniciou o estudo semanal de "O Evangelho Segundo o

Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a

vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à assistência aos

necessitados.

Em fevereiro de 1900 foi vítima de um AVC que o deixou tetraplégico

e sem fala.

Em 11 de abril de 1900, retornou à Pátria Espiritual este espírito que

foi denominado o "Médico dos Pobres”.

Seu corpo foi sepultado no cemitério de São Francisco Xavier, no

Rio de Janeiro, em 12 de abril.

O jornal “O País”, veículo que fora para ele uma verdadeira tribuna

doutrinária, descreveu o traspasse: “Revestiram-se de uma solenidade as

derradeiras homenagens prestadas a este eminente brasileiro. Uma

incessante romaria se estabeleceu em demanda da sua habitação. Eram

os pobres, os humildes e necessitados, que lhe iam render o tributo da

saudade e do reconhecimento”.

O Desencarne

O espírito Bezerra de Menezes foi carinhosamente recebido, na

Espiritualidade. Ele despertou naquela mesma noite. Celina, a

mensageira de Maria, estava ao seu lado, em quem ele fixou o olhar, e

ela se apresentou como uma jovem entre 16 e 17 anos, irisada de luz.

- Seja bem vindo de retorno no grande lar! Disse-lhe Celina.

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Presentes a esposa, que desencarnou primeiro e os quatro filhos

que haviam desencarnado. Ao ouvir vozes e cânticos ele pergunta:

- Celina, minha filha, o que é isto?

- Venha, Dr. Bezerra.

Ela ergue-o do leito e ele cambaleia numa atmosfera diferente.

Equilibra-se e ela o conduz até a sacada da janela que dá para uma praça

imensa de jardins de rosa. Milhares de espíritos ali estão, ecoando hinos

de louvor e gratidão a Deus, por Dr. Bezerra de Menezes que acaba de

chegar à pátria.

- Quem são? Por que estão assim?

- Dr. Bezerra, são as mães cujos filhos o senhor socorreu na terra,

os cônjuges a quem o senhor atendeu ao apelo, auxiliando aqueles

parceiros que ficaram, são todos os beneficiários do seu inefável amor.

A multidão então canta o hino de exaltação, de gratidão e de alegria

pela vitória do apóstolo, enquanto uma mão luminosa escreve naquele

céu salpicado de estrelas.

“Ave Cristo! Os que vão viver a vida eterna homenageiam-te e

saúdam-te”.

No dia seguinte, 12 de abril, na sede da FEB o médium Frederico

Pereira da Silva Júnior, o admirável médium do Grupo Ismael, entra em

transe e Bezerra de Menezes vem agradecer aos seus irmãos de jornada

e pedir à Senhora dos Anjos para que os abençoe, para que lhes dê forças

nos combates da própria evolução.

Celebração dos 50 anos de Apostolado

Em 11 de abril de 1950, por volta de meia-noite e duas da manhã,

houve uma reunião magna na Espiritualidade para celebrar 50 anos de

apostolado de Bezerra de Menezes, em terras brasileiras, coroado de

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renúncia, de abnegação, de socorro, de caridade e de lágrimas, quando

ele se recusou a ser feliz para ajudar àqueles que estavam mergulhados

no vale da amargura.

Nessa madrugada memorável, em um auditório que fazia lembrar

um anfiteatro greco-romano, havia uma população de quase cinco mil

pessoas, entre encarnados e desencarnados, em uma noite salpicada de

estrelas.

Estavam ali médiuns do Brasil e do mundo, divulgadores do Cristo,

espíritas e não espíritas vinculados às várias ramificações da Doutrina

Cristã.

Ali se encontravam trabalhadores do Cristianismo primitivo, e

naquele auditório imenso, em uma mesa sobre o estrado, estavam cinco

cadeiras de destaque, uma tribuna e ao fundo uma abóboda como se

fosse uma concha acústica.

Um coral de crianças, de mais ou menos 200 vozes, cantava suaves

melodias da Espiritualidade. A música vibrava no ar, quando chegaram

Bezerra de Menezes, Léon Denis, Manoel Vianna de Carvalho,

Bittencourt Sampaio e a entidade veneranda, Celina, a mensageira de

Maria Santíssima para a terra.

Adentraram sob a emoção do público que se levantou a sua

chegada. Dirigiram-se para a mesa. Sentaram-se e as vozes angélicas

continuaram a cantar.

Léon Denis foi até a tribuna e explicou, falando em nome dos

espíritas do mundo, o significado daquela homenagem. Falou da vida

deste apóstolo, que durante dezenove séculos tinha sido fiel a Jesus,

aceitado a cruz de redenção, sem tê-la abandonado.

As palavras de Léon Denis vibravam como gotas de luz e ao cair,

tocando as pessoas em espírito, diluíam-se em uma grande claridade.

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Havia uma grande vibração na brisa e um suave perfume no ar,

quando Léon Denis terminou sua homenagem, em nome dos espíritas do

mundo. Então, Manoel Vianna de Carvalho, em nome dos espíritas do

Brasil, falou a Bezerra de Menezes da gratidão da Pátria brasileira, e todo

auditório se comoveu.

Bezerra de Menezes, vestindo um terno pérola, de três botões,

levantou-se, colocou a mão no peito, e foi até a tribuna, olhou para todos

e estendeu-lhes os braços:

- Mas, eu não mereço, apenas me desincumbi do meu dever.

Nesse momento há um silêncio, e nesse silêncio Celina recebe de

uma deidade espiritual um imenso pergaminho em luz que desenrola, no

alto, diante do público emocionado, e leu comovidamente.

“Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, a Mãe de Jesus, a Rosa

Mística de Nazaré, pede-te que escolhas o plano onde desejas

reencarnar. A tua tarefa abençoada de renúncia, nesses 50 anos de vida

espiritual, afora aqueles de dedicação exclusiva, desde o momento de tua

conversão terrestre, dão-te o direito para sair da psicosfera da Terra e

evoluíres em outro planeta, mesmo que seja fora do sistema solar”.

“Em nome de Jesus, ela te outorga este merecimento, para que

evoluas longe do abismo de trevas, distantes das marcas da dor”.

Bezerra de Menezes, banhado em lágrimas, que escorriam pela

face, quase gaguejando disse:

“Eu não mereço minha filha Celina, eu não mereço. Se eu

merecesse alguma coisa, eu desejaria pedir à Senhora dos Aflitos, à Mãe

de Jesus Cristo, que não me permitisse ser feliz, enquanto, no Brasil,

houver alguém que chore; que não me dê o direito ao sorriso, enquanto,

na noite terrestre clareada pelo Cruzeiro do Sul haja dor e pranto. Então,

eu pedirei à Senhora, que me confira o cárcere de voltar à terra brasileira

para amar os meus irmãos e ajudá-los no grande trânsito de sofrimento”.

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“Se mereço alguma coisa, peço que me seja concedido esse

requerimento”.

Nesse momento uma mão delicada, segurando uma pluma antiga

surge no firmamento e escreve em letra clássica.

“O teu pedido está aceito, ficarás no Brasil, ao lado da alma que

chora, na noite clareada pelas estrelas do Cruzeiro do Sul”.

E assina: “Maria”.

Todos se põem de pé. Chove sobre o auditório, milhares de pétalas

de rosas luminíferas, que ao tocar as pessoas parece adentrar-se e

perfumes variados como bálsamo que fosse diminuir as feridas.

A Fraternidade dos Humildes

E Bezerra continua socorrendo aqui, ali e acola. Sua equipe (a

Fraternidade dos Humildes, composta por mais de dez mil espíritos)

atende em seu nome nas terras do Brasil e mesmo quando o apelo é

direcionado a Jesus, ele se faz intermediário do Divino Mestre para tornar

as dores da criatura humana, menos doridas, e para ensinar que somente

o amor dirime quaisquer problemas e dificuldades.

O conhecimento é o caminho da iluminação, mas o amor é a chave

que liberta do egoísmo.

Bezerra de Menezes tornou-se o anjo tutelar de todas as horas.

Pelas assistências, Bezerra de Menezes é conhecido, é amado

pelos fenômenos mediúnicos espontâneos em pessoas que se dedicam

à prática de amar, a ponto de inúmeras instituições terem se erguido em

sua homenagem.

A partir do ano de 1960, sua presença chega à Argentina e ali há

um movimento de exaltação a Dr. Bezerra de Menezes. Sua presença

também vai à Colômbia, à Venezuela, ao Uruguai e varre a fronteira do

Brasil com os países latino-americanos.

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Depois conquista Miami, o Caribe, atravessa os diversos países da

América Central e sobe pela costa da Califórnia, nos Estados Unidos,

depois de atravessar o México e chegar até o Canadá.

No encontro realizado em 1994, na cidade de Miami, nos Estados

Unidos, Bezerra de Menezes foi o grande homenageado. Estavam

presentes 21 países que amam este Espírito, entre eles, Suécia, Noruega,

Dinamarca, Inglaterra, Suíça, Portugal, Espanha, França, e também a

África do Sul e representantes das terras distantes de Kuala Lumpur.

Em vários países do mundo a presença de Bezerra de Menezes é

sentida, é vivida, emocionadamente é captada cheia de luz.

Ele permanece fiel à verdade, tendo a coragem de proclamar a nova

era, de estabelecer diretrizes para um mundo melhor.

Este é o espírito amoroso que se reencarnou em Riacho do Sangue

(hoje, Jaguaretama), no Ceará, no dia 29 de agosto de 1831.

E para que encerremos com a grandeza dessa alma de escol, o

espírito Manoel Philomeno de Miranda na obra dedicada à “Loucura e

Obsessão”, analisando a problemática dos sofrimentos de natureza

psiquiátrica e de natureza mediúnica, narra, que um dia, na sede da

Federação Espírita Brasileira (FEB), Bezerra dialogou, através da

mediunidade psicofônica de Frederico Pereira da Silva Júnior, com um

adversário do passado que atormentava seu filho. O diálogo é impossível

de reproduzir, mas a vibração de Bezerra é totalmente transcendental. O

espírito diz:

- “Eu não tenho força de abandonar aquele a quem odeio”.

E Bezerra lhe redarguiu:

- “Eu não lhe peço que o abandone. Ele é meu filho carnal nesta

conjuntura, mas vejo sua mãezinha sacrificada, eu lhe compreendo, não

concordo contigo, mas eu entendo as razões que te levam o desforço por

trinta anos de uma perturbação que inutilizou a existência planetária do

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meu filho carnal, mas se eu pudesse pedir algo a alguém que amo tanto

quanto a ti, eu te suplico, liberta-o, ele está tão fragilizado, ele nunca teve

discernimento, seus olhos são vagos, a minha mulher chora de angústia

pelo filho que a não reconhece, e ela me pede”:

- “Bezerra, roga a Jesus pelo nosso filho, liberta-o das garras da

loucura. Então, eu peço a ti meu irmão”.

- “Não posso Dr. Bezerra. Eu também amo o senhor, mas o meu

problema é com ele. O senhor é um anjo. Não me peça...”

- “Eu te peço: tu és meu irmão, mas ele é o meu filho, que Deus me

deu, eu tenho que pedir a ti: liberta-o pelo amor de Maria Santíssima que

também foi mãe e viu o seu filho na cruz, perdoando aqueles que ali o

retinham”.

- “O senhor não sabe o que está me pedindo. Nós somos como uma

árvore e uma planta parasitária e a planta nutre-se da seiva da árvore que

lhe dá vida. Ela mata a árvore para morrer depois. É o que acontece. Eu,

de tal forma estou emaranhado no períspirito dele, que se eu o deixar,

abruptamente, ele morre”.

- “Que se faça a vontade de Deus, que ele saia da Terra após

resgatar sua dívida horrenda, mas que não seja você um homicida. Dê-

lhe a oportunidade de recuperar a razão”.

- “Dr. Bezerra não me atormente mais, não voltarei até lá, daqui eu

me irei, mas encerre a reunião, encerre-a agora e vá diretamente para

casa, se o senhor deseja ver seu filho com vida física”.

O espírito se despede, o médium em prantos, Bezerra dominado

pelas lágrimas dirige-se imediatamente para casa e assim que ele chega,

a esposa o abraça, e lhe diz: “Chegou tarde Adolfo, chegou tarde, nosso

filho, de repente, abriu os olhos, recuperou a lucidez, me olhou e disse:

“Mamãe, onde está papai, mamãe?”

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Conclusão

O Espírito de Bezerra de Menezes, depois que mergulhou nas terras

do Brasil, em 1831, continua até hoje sendo o Apóstolo da brasilidade, o

Anjo bom das nossas vidas, ensinando-nos a fazer com o nosso próximo,

conforme lhe pedimos que faça conosco, sugerindo-nos amar aqueles

que não nos amam. Ele tem sido a luz que brilha na grande noite,

apontando o rumo na direção de Jesus, através da Allan Kardec.

Hoje, quando a Terra está abatida pelo vendaval da discórdia, da

inimizade, dos prejuízos causados pelos desequilíbrios, do egoísmo e da

vaidade, destruindo nossas melhores aspirações, urge que peçamos a

Bezerra de Menezes para que interceda junto à Maria Santíssima, a fim

de que ela peça a Jesus, piedade para a Terra, piedade para os homens

e as mulheres do mundo.

Nessa hora de tantos problemas, sejamos nós, meus irmãos,

aqueles que juntamos, não aqueles que espalham, sejamos “pessoas

pontes” que ligam abismos e não “pessoas paredes” que dificultam o

passo, sejamos aqueles que se doam e não aqueles que tomam. Amemos

as pessoas e usemos as coisas, para não amarmos as coisas e usarmos

as pessoas, para que a Terra de amanhã seja a Jerusalém libertada...

Senhor, queremos bem dizer-te o Nome, agradecer-te a alegria e a

honra de amar-te.

Senhor, esperamos que chegue o dia em que o sol da nova era

esteja esplendoroso e as rosas estejam fitando os lares, voltadas para

dentro de casa, e a natureza, enriquecida de festa, seja um poema de

ternura.

E a dor, a triste amargura saia dos anais da Humanidade, em nome

da tua lição de liberdade. Senhor, nesse momento, pois, vem ter conosco,

e permite que o teu apóstolo, tomando de nossas mãos, possa dizer:

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“Venham comigo! Jesus está chamando!” E nos teus braços amigos

possamos repousar.

Jonas Lopes júnior

Palestra proferida em 25 de setembro de 2013, na Instituição Beneficente “A Luz Divina”.