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Instituto Brasileiro de SustentabilidadeSegurança do Trabalho e Meio Ambiente do Trabalho
CAPÍTULO 3 – Riscos ambientais
3.1. Riscos ambientais:
Consideram-se riscos ambientais, segundo a NR 9, os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e
tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases
ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários,
vírus, entre outros.
Para alguns autores, os agentes ergonômicos e os agentes mecânicos, apesar de não estarem
contemplados na NR 9 como riscos ambientais, devem ser avaliados num ambiente de trabalho,
pois também são considerados agentes causadores de danos à saúde do trabalhador.
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo
em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa,
sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência
e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.
3.1.1. Agentes físicos:
São representados pelas condições físicas no ambiente de trabalho, tais como ruído, calor,
frio, vibração e radiações que, de acordo com as características do posto de trabalho, podem causar
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danos à saúde do trabalhador. Os agentes físicos têm seus limites de tolerância estabelecidos pela
NR 15.
3.1.1.1. Ruído:
O ruído é considerado um som capaz de causar uma sensação indesejável e desagradável
para o trabalhador. Níveis sonoros, quando acima da intensidade, conforme legislação específica,
podem causar inúmeros danos à saúde do trabalhador. O primeiro efeito fisiológico de exposição a
níveis altos de ruído é a perda de audição na banda de frequência de 4 a 6 kHz.
Outros efeitos causados pelo ruído alto nos seres humanos: aceleração da
pulsão, fadiga, nervosismo, etc. As medidas de controle do ruído dependem de técnicas de
engenharia e de conhecimento detalhado do processo industrial em questão. A melhor maneira de se
atenuar a exposição ao ruído são as medidas de controle coletivo, ou seja, controlar o ruído
diretamente na fonte geradora e na sua trajetória. Quando isso não for possível, deve-se recorrer ao
uso de protetores auriculares (EPI).
Como medidas de controle, podem se citar a substituição: do equipamento por outro menos
ruidoso, a lubrificação, o isolamento acústico e a manutenção.
3.1.1.2. Calor:
Sobrecarga térmica é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar para atingir o
equilíbrio térmico.
Os trabalhadores expostos a trabalhos de fundição, siderurgia, indústrias de vidro estão
propensos a problemas como desidratação, cãibras, choques térmicos, catarata e outros. Esses
problemas, geralmente, aparecem devido à exposição excessiva a situações térmicas extremas com
desgaste físico que poderá se tornar irreparável, se medidas de controle não forem adotadas. A
exposição ao calor vai depender de variáveis como a temperatura, a umidade e a velocidade do ar,
bem como do calor radiante e da atividade exercida.
São medidas de controle para atenuar a exposição ao calor: Aclimatação (adaptação lenta e
progressiva do indivíduo a atividades que o exponham ao calor), limitação do tempo de exposição,
educação e treinamento, controle médico e medidas de conforto térmico (ventilação, exaustão), etc.
3.1.1.3. Frio:
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O corpo humano, quando exposto a baixas temperaturas, perde calor para o meio ambiente.
Se as perdas de calor forem superiores ao calor produzido pelo metabolismo do trabalhador, haverá
a vasoconstrição na tentativa de evitar a perda excessiva do calor corporal, e o fluxo sanguíneo será
reduzido em razão direta da queda de temperatura sofrida.
Se a temperatura interior do corpo baixar de 36°C, ocorrerá redução das atividades
fisiológicas, diminuição da taxa metabólica, queda de pressão arterial e a consequente queda dos
batimentos cardíacos, podendo-se chegar a um estado de sonolência, redução da atividade mental,
redução da capacidade de tomar decisões, perda da consciência, coma e até a morte.
Geralmente essas ocorrências predominam em empresas, como indústrias alimentícias,
indústrias farmacológicas, frigoríficos com atividades frequentes em câmaras. São medidas de
controle para atenuar a exposição ao frio, a utilização de vestimentas adequadas, a aclimatação e o
controle médico.
3.1.1.4. Vibrações:
As vibrações podem reduzir o rendimento do trabalho, afetando a eficiência do trabalhador e
gerando efeitos adversos à sua saúde. As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam
deficiências circulatórias e articulatórias. As ferramentas vibratórias manuais podem causar uma
doença chamada dedos brancos, ou seja, a perda da sensibilidade na ponta dos dedos das mãos.
São exemplos de vibrações localizadas as provenientes do vibrador de concreto, do
martelete pneumático e da motosserra. São medidas de controle para atenuar a exposição a
vibrações a redução das vibrações das máquinas por meio de dispositivos técnicos que limitam,
tanto a intensidade das vibrações, como a transmissão das vibrações, como é o caso dos calços e
sapatas de borracha.
3.1.1.5. Radiações ionizantes:
São provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios-alfa, beta e gama ou
produzida artificialmente em equipamentos. Os raios alfa e beta possuem menor poder de
penetração no organismo, portanto, oferecem menor risco.
Os raios x e gama possuem alto poder de penetração no organismo, podendo produzir
anemia, leucemia, câncer e alterações genéticas.
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Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de maior
interesse de uso industrial são os raios x, gama e beta, e de uso não industrial são os raios alfa e
nêutrons, cada um com uma faixa de comprimento de onda.
3.1.1.6. Radiações não ionizantes:
As radiações não ionizantes são radiações eletromagnéticas cuja energia não é suficiente
para ionizar os átomos dos meios nos quais incide ou os quais atravessa. São consideradas pela
legislação como não ionizantes, as radiações infravermelhos, micro-ondas, ultravioleta e laser.
Os efeitos das radiações não ionizantes sobre o organismo humano dependem dos seguintes
fatores: tempo de duração da exposição, intensidade da exposição, comprimento de onda da
radiação e região do espectro em que se situam.
Radiações não ionizantes podem ser encontradas em:
a) Raios infravermelhos: Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos
com metais e vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando
superaquecidos; e também nos fornos e fornalhas. Em trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica
exposto ao sol, que é uma fonte natural emissora de raios infravermelhos.
b) Micro-ondas: As micro-ondas são encontradas em formas domésticas ou industrial.
Serão produzidas em estações de radar, radiotransmissão, fornos eletrônicos. As micro-ondas
causam nos seres humanos efeitos como catarata, inibição do ritmo cardíaco, hipertensão arterial,
intensificação da atividade da glândula tireoide, debilitação do sistema nervoso central, redução
da capacidade do olfato, aumento da histamina no sangue e pode causar até a morte do indivíduo.
c) Ultravioleta: São produzidas na indústria em processos de solda elétrica, esterilização do
ar e da água, produção de luz fluorescente, sopragem de vidro, operações com metal quente (acima
de 1000ºC), dispositivos usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade química
com o emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais. Em pequenas doses (mais ou menos 15
minutos diários de exposição ao sol), o ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável
pela produção da vitamina D no organismo humano, mas em quantidades excessivas, pode causar
graves prejuízos à saúde.
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d) Laser: Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission
of Radiation” que, em português, pode ser traduzido por: amplificação da luz por emissão
estimulada de radiação. O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra
em um só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais, para soldar e
também em equipamentos para medições a grandes distâncias. São usados na indústria, na
medicina, em pesquisas científicas, em levantamentos geológicos e outros. O seu maior efeito no
homem é sobre os olhos, podendo causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do
olho, em alguns casos irreversíveis, pode provocar cegueira.
3.1.1.7. Pressões anormais:
São locais de trabalho onde o trabalhador tem de suportar a pressão do ambiente diferente da
atmosférica. As pressões anormais podem causar embolia, aneurisma, derrame. Estão relacionadas a
serviços de mergulho, construção de túneis ou de fundações submersas, de pontes, escavações de
áreas de alicerces.
3.1.1.8. Umidade:
Está presente em locais de trabalho onde o trabalhador desenvolve sua atividade em
ambiente alagado ou encharcado, com umidade excessiva, capaz de produzir danos à saúde, tais
como problema de pele e fuga de calor do organismo.
3.1.2. Agentes químicos:
Os agentes químicos são substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no
organismo humano pela via respiratória na forma de gases e vapores, poeiras, fumos, névoas,
neblinas, ou que pela natureza da atividade de exposição possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo humano através da pele ou por ingestão.
Considerando o disposto na NR 9 e NR 15, os agentes químicos podem ser divididos em:
• Agentes químicos com limite de tolerância – gases e vapores: são as substâncias químicas,
cujos limites de tolerância estão previstos no anexo 11, da NR 15.
• Agentes químicos de avaliação qualitativa: produtos químicos cujas atividades e operações
são consideradas insalubres em decorrência de inspeção no local de trabalho e definidas pelo anexo
13, da NR 15.
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• Poeiras minerais – são os aerodispersoides: fumos, poeiras, fibras, fumaças, névoas e
neblinas, representadas por partículas sólidas ou líquidas em dispersão no ar, com limites de
tolerância definidos pelo anexo 12, da NR 15.
3.1.2.1. Classificação dos agentes químicos:
a) Poeiras: São partículas sólidas com diâmetros maiores que 0,5 µ (meio
mícron), dispersas no ar por ação mecânica, ou seja, por ação do vento, de lixadeiras, serviços de
raspagem e abrasão, polimento, acabamento, escavação, colheita, etc.; podem causar
pneumoconioses (estado mórbido decorrente da infiltração de poeiras instaladas que conferem
endurecimento (fibrose ao pulmão) ou ainda alergias e irritações nas vias respiratórias.
b) Fumos: São partículas sólidas dispersas no ar com diâmetro inferior a 1µm, originadas da
condensação de gases provenientes de alguma queima, como no processo de soldagem. Os fumos
também podem causar pneumoconioses ou envenenamento por metais pesados (caso do saturnismo
provocado pelo chumbo em fundições).
c) Névoas: São partículas líquidas dispersas no ar por ruptura mecânica, ou seja, por ação do
vento, de jatos de esguicho, de “spray’, névoas de pinturas, névoas de ácido sulfúrico, etc. Podem
provocar efeitos diversos, conforme a natureza do líquido disperso.
d) Neblinas: São partículas líquidas dispersas no ar com diâmetro menor que 0,5µ,
originadas da condensação de gases provenientes de algum processo térmico como o, cozimento de
produtos alimentícios. Podem causar os efeitos da umidade (ver riscos físicos), ou outros efeitos
diversos, em razão da natureza do líquido que foi evaporado. Por exemplo, uma neblina de ácidos
pode se formar dentro de um galpão de galvanização (tratamento superficial de metais), irritando os
olhos, a pele e as vias respiratórias das pessoas.
e) Gases: São elementos ou substâncias que, na temperatura normal, estão em estado gasoso.
Podem ser asfixiantes (gás de cozinha, acetileno, argônio, gás carbônico) ou tóxicos (monóxido de
carbono, amônia, cloro).
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f) Vapores: São elementos ou substâncias que, em temperaturas acima da normal, estão em
estado gasoso. Podem causar efeitos diversos, conforme sua natureza (vapores da gasolina).
g) Substâncias, compostos ou produtos químicos em geral: Seus efeitos estão relacionados à
natureza de sua composição, podendo ser corrosivos, cáusticos, irritantes, alergênicos, etc. Como
exemplo, cita-se os ácidos, os álcalis (soda), detergentes, desumidificantes, sabões e outros.
3.1.2.2. Penetração dos agentes químicos no organismo:
a) Via respiratória: Nas operações de transformação de um produto pelo processamento
industrial, dispersam-se na atmosfera substâncias, como gases, vapores, névoa, fumo e poeiras. É o
principal meio de acesso destes agentes para dentro do nosso organismo. Exemplos: pintura,
pulverização, ácidos, fumos de solda.
b) Via cutânea (pele): Por contato com a pele que absorve a substância tóxica. A pele tem
várias funções; entre elas a principal é a proteção contra as agressões externas. Há vários grupos de
substâncias químicas que penetram principalmente, pelos poros. Uma vez absorvida, a substância
tóxica entra na circulação sanguínea, provocando alterações, as quais poderão criar quadros de
anemia, alterações nos glóbulos vermelhos e problemas da medula óssea.
c) Via digestiva: Normalmente a ingestão de substâncias tóxicas pode ser considerada um
caso acidental, sendo, portanto, pouco comum.
3.1.3. Agentes biológicos:
Os agentes biológicos são micro-organismos presentes no ambiente de trabalho que podem
penetrar no organismo humano pelas vias respiratórias através da pele ou por ingestão. Exemplos:
bactérias, fungos, vírus, bacilos, parasitas e outros.
Esses micro-organismos, em sua maioria, são invisíveis a olho nu. São capazes de produzir
doenças, deterioração de alimentos, mau cheiro, etc. Apresentam muita facilidade de reprodução.
Os casos mais comuns de manifestação são:
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a) Infecções de ferimentos e machucaduras que podem provocar infecção por tétano,
hepatite, tuberculose, micoses da pele, etc., podem ser levados por outros funcionários para o
ambiente de trabalho.
b) Diarreias causadas pela falta de asseio e higiene em ambientes de alimentação. As
medidas preventivas que contribuem para reduzir os riscos de exposição aos agentes biológicos são
a vacinação e os métodos de controle e uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI).
3.1.4. Agentes ergonômicos:
São os relacionados a fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades
profissionais. Esses agentes podem produzir alterações no organismo e no estado emocional dos
trabalhadores, comprometendo sua saúde, segurança e produtividade.
São fatores ergonômicos considerados causadores de prováveis danos à saúde do
trabalhador: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso excessivo, exigência
de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, jornadas
de trabalho prolongadas, repetitividade e outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico,
e iluminação inadequada, ruído.
3.1.5. Agentes mecânicos:
Os agentes mecânicos geram riscos que, pelo contato físico direto com a vítima, manifestam
sua nocividade. Esses agentes são responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores como
cortes, fraturas, escoriações, queimaduras. As máquinas desprotegidas, pisos defeituosos ou
escorregadios, os empilhamentos de materiais irregulares são exemplos de fatores de risco.
3.1.6. Fatores causadores de acidentes de trabalho:
3.1.6.1. Arranjo físico inadequado:
Acidentes podem ocorrer devido à confusão causada pelo mau aproveitamento do espaço no
local de trabalho gerado por:
• Máquinas em posições inadequadas.
• Materiais maldispostos.
• Móveis sem boa localização.
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3.1.6.2. Problemas de organização e limpeza:
É sabido que no ambiente de trabalho muitos fatores de ordem física exercem influências de
ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no comportamento
humano conforme as condições em que se apresentam.
3.1.6.3. Máquinas e equipamentos sem proteção:
A falta de proteção pode estar presente em correias, polias, correntes, eixos rotativos, etc.
Nesses elementos podem aparecer pontos de agarramento, ou seja, locais do maquinário que
prendem a pessoa pelas mãos ou pelas roupas, puxando-as contra o mecanismo, causando
ferimentos diversos.
3.1.6.4. Ferramentas inadequadas ou defeituosas:
Para cada tipo de serviço deve haver uma ferramenta apropriada e em boas condições de
uso. O improviso cria uma série de condições que levam ao acidente, como exemplos de improviso:
fixar um prego utilizando-se da lateral de um alicate, abrir uma lata com uma chave de fenda.
3.1.6.5. Iluminação inadequada:
A iluminação fraca ou ofuscante afeta a visão, colocando as pessoas em posição de não
visualizarem adequadamente o que estão fazendo.
3.1.6.6. Eletricidade:
É um dos fatores de risco mais graves. A pessoa só sabe da existência da eletricidade quando
já tocou no condutor, o que pode causar parada cardíaca, parada respiratória, queimaduras,
fulguração (clarão ou perturbação no organismo vivo por descarga elétrica, especialmente pelo
raio).
3.1.6.7. Probabilidade de incêndio ou explosão:
A maioria dos materiais à nossa volta pode se tornar inflamável ou explosivo, dependendo
de seu estado. Além dos combustíveis e explosivos bastante conhecidos como gasolina, querosene,
madeira, papel, tecidos, dinamite, existem outros menos tradicionais como limalha de aço, farinha
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de trigo, açúcar, poeira vegetal e outros. Quando pulverizadas, essas substâncias podem formar uma
mistura inflamável com o ar.
3.1.6.8. Armazenamento inadequado:
Uma pilha de materiais malfeita pode desabar, atingindo pessoas ou até paredes, fazendo ruir
um edifício. Para cada tipo de material há um modo adequado de armazenamento, que deve ser feito
por pessoas treinadas e habilitadas, seguindo as recomendações previstas nas normas
regulamentadoras e outras normas estabelecidas pela empresa.
3.2. Legislação:
3.2.1. Adicional de insalubridade:
O pagamento do Adicional de Insalubridade está previsto na Consolidação das Leis do
Trabalho em seu capítulo V, ao trabalhador que exerça seu ofício em condições de insalubridade.
Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição aos seus efeitos.
Art . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações
insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de
tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado
a esses agentes.
Art . 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da
região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
A NR 15 do Ministério do Trabalho apresenta toda regulamentação infralegal referente a
atividades insalubres, inclusive determinando os limites de tolerância de exposição do trabalhador
ao fator insalubre. A própria norma estabelece "Limite de Tolerância" como sendo a concentração
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ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade
insalubre.
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de
grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.
A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do
adicional respectivo.
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer com a adoção de medidas de
ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância e/ou com a
utilização de equipamento de proteção individual. A eliminação ou neutralização da insalubridade
ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a
inexistência de risco à saúde do trabalhador.
3.2.2. Adicional de periculosidade:
É considerado trabalho perigoso aquele em que o trabalhador está em contato permanente
com explosivos, materiais inflamáveis, substâncias radioativas ou radiação ionizante. Ele também
ocorre quando há exposição a roubo ou violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial, atividades de trabalhador em motocicletas, operações perigosas com energia
elétrica e em condições de risco acentuado.
A CLT assim dispõe sobre adicional de periculosidade:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação
aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial.
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§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de
30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.
Para ser classificada como trabalho perigoso, a condição a que o trabalhador está sujeito
precisa estar listada na Norma Regulamentadora 16, do Ministério do Trabalho. A referida norma
estipula:
16.3 É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da
periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de
Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT.
16.5 Para os fins desta Norma Regulamentadora -NR são consideradas atividades ou
operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a:
a) degradação química ou autocatalítica;
b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos,
choque e atritos.
Além do mais, a NR 16, em seus anexos, apresenta todas as peculiaridades, limites e valores
máximos permitidos em relação a todas atividades e operações consideradas perigosas para o
trabalhador.
3.2.3. Equipamento de Proteção Individual – EPI:
Muito citado na legislação e também no cotidiano dos trabalhadores, o equipamento de
proteção individual é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado a proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível tomar medidas
que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade, ou seja, quando as
medidas de proteção coletiva não forem viáveis, eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos
e não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças
profissionais e do trabalho.
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Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são dispositivos utilizados no ambiente de
trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o
enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de
partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros.
Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas finalidades, este tem
maior preferência em detrimento à utilização do EPI, já que colabora no processo minimizando os
efeitos negativos de um ambiente de trabalho que apresenta diversos riscos ao trabalhador.
Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos completamente ou
se oferecer proteção parcialmente. Conforme dispõe a Norma Regulamentadora 6, a empresa é
obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos
de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho.
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas.
c) para atender a situações de emergência.
Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
- SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA nas empresas desobrigadas de
manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.
Os tipos de EPI´s utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos que
poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que se pretende proteger,
tais como:
• Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares.
• Proteção respiratória: máscaras e filtro.
• Proteção visual e facial: óculos e viseiras.
• Proteção da cabeça: capacetes.
• Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes.
• Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas.
• Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.
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Apresentamos abaixo alguns pontos considerados importantes constantes na NR 6:
6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora -NR, considera-se Equipamento
de Proteção Individual -EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco,
em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos
de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.
6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho -SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores
usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico.
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
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b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
De acordo com a Portaria 24, de 29 de Dezembro de 1994, as empresas são obrigadas a
implantar um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 7). Essa medida,
além de monitorar as condições de saúde de cada trabalhador, permite ao empresário verificar a
eficácia das medidas de controle da insalubridade.
Através do PCMSO se realizam os controles de saúde dos empregados, bem como o
monitoramento de eventuais exposições a riscos ocupacionais, ou seja, controla-se e previne-se o
aparecimento de eventuais doenças ocasionadas ou agravadas pelo trabalho. Além disso, é possível
monitorar outras doenças, não relacionadas ao trabalho, mas que podem ocasionar problemas
quando não controladas (diabetes, hipertensão, etc ).
Normalmente as ações previstas no PCMSO andam em conjunto com as definidas em outro
programa de segurança e saúde do trabalho: o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA).
Conforme estabelece a norma regulamentadora 09, o PPRA é parte integrante do conjunto
mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais normas regulamentadoras, em
especial com o PCMSO. Ademais, o PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos
riscos à saúde dos trabalhadores. Desta forma, é o PPRA que servirá de base na elaboração do
PCMSO.
Todas as empresas devem providenciar a elaboração de um PCMSO, independente do seu
número de funcionários e grau de risco relacionado à atividade econômica.
O Ministério do Trabalho através da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho entende
que todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão
expostos.
O objetivo do PCMSO não é o atendimento a emergências, mas sim ser uma ferramenta de
prevenção às doenças do trabalho e de mitigação das que já se apresentam dentro de um
determinado ambiente.
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3.3. Mapa de riscos ambientais:
O mapa de riscos ambientais de uma empresa é a representação gráfica onde são
apresentadas as informações suficientes visando a identificação e exposição dos ricos, de acordo
com sua potencialidade e características. Para tal, são utilizados elementos gráficos e cores.
O seu objetivo é informar e conscientizar os trabalhadores pela fácil visualização desses
riscos. É um instrumento que pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho, objetivo
que interessa aos empresários e aos trabalhadores.
É utilizado para indicar todos os pontos de riscos que a CIPA encontrar e, tornar possível sua
visualização no ambiente por todos os trabalhadores do local, pelo Serviço de Segurança e
Medicina do Trabalho, pela administração da empresa e até mesmo por visitantes.
Todavia, antes da elaboração do mapa de riscos em si, é necessário o conhecimento
suficiente dos dados e informações que irão instruí-lo. O mapa, na verdade, é a compilação daquilo
que foi observado e constatado no ambiente empresarial em termos de riscos ao trabalhador. Assim,
são necessárias realizações de inspeções de segurança visando adquirir as informações necessárias à
elaboração do mapa.
3.3.1. Inspeções de segurança:
São vistorias e observações que se fazem nas áreas de trabalho para descobrir situações de
risco à saúde e integridade física do trabalhador. As inspeções de segurança são fontes de
informações que auxiliam na determinação de medidas que previnem a ocorrência dos acidentes de
trabalho. Devem ser aplicadas em toda extensão para proporcionar resultados compensadores.
Quando bem processadas e envolvendo todos os que devem assumir sua parte de responsabilidade,
as inspeções atingem seus objetivos, que são:
• Possibilitar a determinação de meios prevencionistas antes da ocorrência de acidentes.
• Ajudar a fixar nos trabalhadores a mentalidade da segurança e da higiene do local de
trabalho.
• Encorajar os próprios trabalhadores a agirem inspecionando o seu ambiente de trabalho.
• Melhorar o entrelaçamento entre o serviço de segurança e os demais departamentos da
empresa.
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• Divulgar e consolidam nos trabalhadores o interesse da empresa pela segurança do
trabalho.
• Despertar nos trabalhadores a necessária confiança na administração e angariar a
colaboração de todos para a prevenção de acidentes.
As inspeções classificam-se em:
• Inspeções gerais: são feitas em todos os setores da empresa e abrangem todos os aspectos
de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho.
• Inspeções parciais: limitam-se a determinadas áreas, setores ou atividades, onde já se sabe
que existem problemas.
• Inspeções de rotina: feitas pela CIPA e pelos setores de segurança e manutenção a partir de
prioridades estabelecidas, visando a melhor organização do trabalho. Também são assim
classificadas, as inspeções feitas pelos próprios trabalhadores em suas máquinas e ferramentas.
• Inspeções periódicas: são feitas normalmente pelos setores de manutenção e engenharia e
se destinam a levantar os riscos existentes em ferramentas, máquinas, equipamentos e instalações
elétricas.
• Inspeções eventuais: não têm data ou período determinados; podem ser feitas por vários
técnicos e visam solucionar problemas considerados urgentes.
• Inspeções oficiais: são aquelas realizadas por agentes de órgãos oficiais e das empresas de
seguro.
• Inspeções especiais: são realizadas por técnicos especializados com aparelhos de teste e
medição. Por exemplo, as medições de ruído ambiental, de temperatura, etc.
Somente inspeções sistemáticas diminuem os riscos reduzindo os acidentes e lesões. Riscos
não descobertos ou novos riscos podem estar presentes. Só através da vigilância contínua, educação
e treinamentos cuidadosos podem-se descobrir práticas inseguras no trabalho, para depois serem
corrigidas de forma satisfatória.
As etapas em uma inspeção são:
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a) Observação: Saber observar o que se pretende ver. Observar o lado humano e material.
Analisar dados já conhecidos e a experiência do dia a dia. Procurar a colaboração das pessoas
envolvidas na atividade. Esclarecer aos envolvidos os motivos da observação.
b) Informação: Comunicar qualquer irregularidade aos responsáveis. Mostrar as
irregularidades e discutir a melhor medida a adotar, e a melhor atitude a ser tomada. Registro
Registrar os itens observados em formulários especiais (relatório de inspeção). Devem constar o que
foi observado, o local de observação e as recomendações.
c) Encaminhamento: Os registros das inspeções são importantes para fins estatísticos e para
possibilitar o encaminhamento, quer seja de um pedido de reparo ou de uma solicitação de compra.
O registro de inspeção desencadeia o processo de atendimento das solicitações.
e) Acompanhamento: Após o registro feito e encaminhado, deve-se acompanhar o processo
até a execução final.
3.3.2. O mapa de riscos ambientais:
A Inspeção de Segurança é etapa básica para a elaboração do mapa de riscos ambientais.
Após o exame desse mapa, poderemos estudar as medidas necessárias ao saneamento daquele
ambiente e elaborar o plano de trabalho, para obtermos a implantação das medidas corretivas.
Para a elaboração do mapa de riscos, convencionou-se atribuir uma cor para cada tipo e risco e
representá-lo em círculos. Quando num mesmo ponto há a incidência de mais de um risco de igual
gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes. Para evidenciar o grau de risco,
utilizam-se três tamanhos:
• Grande: risco grave.
• Médio: risco médio.
• Pequeno: risco leve.
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Modelo de cores dos riscos ambientais
Modelo de tabela de riscos ambientais
As etapas da elaboração do mapa de riscos ambientais podem ser apresentadas conforme
divididas abaixo:
a) Conhecer o processo de trabalho no local analisado:
• Os instrumentos e materiais de trabalho.
• As atividades exercidas.
• O ambiente.
b) Identificar os riscos existentes no local analisado.
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c) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:
• Medidas de proteção coletiva.
• Medidas de organização do trabalho.
• Medidas de proteção individual.
• Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro,
refeitório, área de lazer.
d) Identificar os indicadores de saúde:
• Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos.
• Acidentes de trabalho ocorridos.
• Doenças profissionais diagnosticadas.
• Causas mais frequentes de ausências ao trabalho.
e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
f) Elaborar o mapa de riscos, sobre o “layout” da empresa, indicando através de círculo:
• O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada.
• O número de trabalhadores expostos ao risco, que deve ser anotado dentro do círculo.
• A especificação do agente que deve ser anotada também dentro do círculo.
• A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.
Após discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos completo ou setorial deverá ser
afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os
trabalhadores. No caso das empresas da indústria de construção, o mapa de riscos do
estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto
sempre que um fato novo e superveniente modificar a situação de riscos estabelecida.
Uma vez preenchido o Mapa de Riscos, o mesmo deverá ser analisado, observando-se os
riscos de maior gravidade e os que merecem prioridade no saneamento das irregularidades. Que, à
medida que forem sendo corrigidas as irregularidades, os círculos indicativos do problema devem
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ser retirados do mapa. Se o problema foi apenas atenuado, retira-se o círculo, substituindo-o por
outro menor, desde que a atenuação signifique redução no risco encontrado. Se novos riscos forem
sendo encontrados, deve-se adicionar no mapa os círculos correspondentes.