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CDD 574.524811 '616.9883811 CDU 576.8 :616 (213) (81 1936/1986" MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO SERViÇOS DE SAÜDE PÜBLICA INSTITUTO EV ANDRO CHAGAS SO ANOS DE CONTRIBUIÇÃO ÀS CIF-NCIAS BIOLóGICAS E À MEDICINA TROPICAL VOLUME 1 BELÉM 1986

INSTITUTO EV ANDRO CHAGASiah.iec.pa.gov.br/.../iec/iec50anos/vol1/cap03(69-79).pdf · 2018. 8. 2. · cdd 574.524811 '616.9883811 cdu 576.8 :616 (213) (81 1936/1986" ministÉrio da

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CDD 574.524811'616.9883811

CDU 576.8 :616 (213) (81 1936/1986"

MINISTÉRIO DA SAÚDEFUNDAÇÃO SERViÇOS DE SAÜDE PÜBLICA

INSTITUTO EV ANDRO CHAGAS

SO ANOS DE CONTRIBUIÇÃO ÀS CIF-NCIASBIOLóGICAS E À MEDICINA TROPICAL

VOLUME 1

BELÉM1986

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Capa: Benedicto Mello

INSTITUTO

EV ANDRO CHAGAS; 50 anos de contribuiça:o àsciências biológicas e à medicina tropical. Delém, Fundaça:oServiços de Saúde Pública, 1986.2v

5.1. Parasitologia. Virologia 3. Bacteriologia 4. Micologia.Entomologia 6. Epidemiologia 7. Imunologia 8. Biotérios.Instituto Evandro Chagas.

CDD 574.524811616.9883811I

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EV ANDRO CHAGAS; 50 anos de contribuiça:o às ciências biológicas e à medicina tropical. Delém, Fundaça:o Serviços de Saúde Pública, 1986. 2v 5. 1. Parasitologia. Virologia 3. Bacteriologia 4. Micologia. Entomologia 6. Epidemiologia 7. Imunologia 8. Biotérios. Instituto Evandro Chagas. CDD 574.524811 616.9883811I CDU 576.8:616 (213) (811) "1936/1986"
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HISTÓRICO DO INSTITUTO EV ANDRO CHAGAS1950 -1985

Francisco de Pauta Pinheiro

Em 1954 ocorreu mais uma expressiva demonstração do pioneirismo doIEC, qual seja, a implantação das pesquisas na área de virologia. Esse campode pesquisa, que esteve de início sob a responsabilidade dos Drs. Ottis e Calix-ta Causey, mostrou-se extraordinariamente profícuo. Assim;" até o final de1985 haviam sido identificados na Amazônia 141 tipos diferentes de arboví-rus, dos quais a maioria completamente nova para a Ci~ncia, o que constituium recorde mundial. Extensa e importante soma de conhecimentos foi adqui-rida sobre os aspectos clínicos, epidemiológicos e ecológicos de grande partedesses agentes e, de igual modo, sobre a patologia 4os'mesmos. Participaramtambém da fase inicial dos estudos os Drs. Otávio Maroja e Dulcimar Macedomas, face ao rápido crescimento das atividades de investigação foi necessáriopromover-se uma grande expansão dos laboratórios e arregimentar novos pes-quisadores. Dentre eles prestaram colaboração em diversas épocas os Drs. Ro-bert E. Shope, John P. Woodall, Jorge Boshell e Thomas G. Aitken, todos daFundação Rockefeller. Ao mesmo tempo, ocorria o engajamento de váriosbrasileiros, como Francisco P. Pinheiro, Amélia Homobono Paes de Andrade(hoje Amélia P. A. Travassos da Rosa), Gilberta Bensabath e Amazônia TodaTang. Competiu a estes, com a retirada da Fundação Rockefeller, em 1970,assumir total responsabilidade pela continuidade dos trabalhos, o que foi con-seguido até o presente, inclusive grandemente ampliados. A alta produtivida-de científica resultante do trabalho de todos esses pesquisadores fez com queo IEC passasse a ser reconhecido como um centro de arbovírus dos mais res-peitados em âmbito internacional.

No início da década de 60 foram implantadas técnicas de cultivo celu-lar e com isso passou-se a diagnosticar laboratorialmente a poliomielite e ou-tras enteroviroses, bem como infecções causadas pelos vírus do herpes sim-ples, por adenovírus, etc.

Em 1965 iniciou-se uma nova e importante frente de trabalho, na áreade parasitologia, representada por um programa que dedicou énfase particularà leishrnaniose tegumentar. Esse programa foi fruto de iniciativa da Escola deMedicina Tropical da Universidade de Londres e da Wellcome Trust em con-junto com a Fundação SESP. Os estudos resultaram na aquisição de valiosos co-nhecimentos no campo da ecologia e da epidemiologia da leishrnaniose tegu-mentar. Assim, por exemplo, obteve-se a caracterização específica e subespe-

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cífica das leishrnânias humanas da região Norte do Brasil, o que permitiu aelaboração de uma nova classificação para as leishmânias do Novo Mundo.Além disso, esclareceu-se a epidemiologia de vários tipos de leishmânia com aincriminação dos vetores e dos reservatórios, bem como realizou-se a descri-ção original de todas as espécies de flebótomos até hoje incriminadas comovetores das leishmanioses tegumentares humanas na região Amazônica. Essese muitos outros importantes conhecimentos científicos resultantes desse tra-balho são descritos de forma detalhada em outras páginas deste livro. A multi-plicidade das linhas de trabalho exigiu que o grupo inicial de pesquisadores,composto pelos Drs. Ralph Lainson e Jeffrey Shaw, da Universidade de Lon-dres, procurassem atrair novos técnicos. Assim vieram colaborar com o pro-grama em distintas etapas de seu andamento o Dr. Habib Fraiha Neto, doIEC, os britânicos Richard Ward, Michael Miles, Paul Ready e Lee Ryan, e ou-tros investigadores brasileiros foram paulatinamente arregimentados comoFernando T. Silve ira e Roseli R. Braga.

...Em 22 de maio de 1970, o Institut,ü foi transferido para a recém-criada

Fundação Oswaldo Cruz, na qual foram reunidos todos os centros de pesquisado Ministério da Saúde. Em 11 de julho de 1975, o IEC voltaria a reintegrar àFSESP, mediante decreto do Governo Federal.

Na década de 70 o IEC expandiu consideravelmente as fronteiras geo-gráficas de sua atuação. Isso foi devido, em grande parte, à abertura de umarede de rodovias na região Amazônica. A formação de equipes multidisciplina-res possibilitou a realização de estudos clínicos, epidemiológicos e ecológicossobre viroses, parasitoses e doenças bacterianas, os quais foram realizados par-ticularmente ao longo da rodovia Transamazônica. Procurava-se detectar apossível ocorrencia de novos agentes nosológicos e de traçar o perfll e o im-pacto de enfermidades já conhecidas. Foi assim que se detectou e descreveuuma enfermidade nova para a Ciencia -a Síndrome Hemorrágica de Altami-ra, que acometia os imigrantes que se instalavam na área de Altamira, bem co-mo se instituiu um método de tratamento. Ao lado disso, identificaram-se no-vos tipos de arÍ:lovírus, desta vez por um grupo composto apenas por técnicosbrasileiros, porquanto a Fundação Rockefeller havia se retirado em 1970.Ampliaram-se os estudos sobre as leishmanioses e simultaneamente estudava-se a possibilidade de introdução de esquistossomose nas áreas de colonização.Ao mesmo tempo, a equipe comandada pela Dra. Zéa Uns realizava importan-tes levantamentos epidemiológicos e ecológicos, particularmente sobre as en-teroinfecções bacterianas e leptospirose. Convém destacar que grande partedessas investigações contou com o apoio da Organização Pan Americana deSaúde (OPAS) em sua parte inicial e, posteriormente, com recursos do progra-ma Polamazônia.

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Parte dos estudos ao longo das novas rodovias contou com a cooperaçãodo Instituto Walter Reed de Washington. Essa cooperaçao foi possível graças aum convé'nio firmado entre a OPAS e o Ministério da Saúde, em 1973. Os pes-quisadores daquele Instituto foram inicialmente chefiados pelo Dr. CraigUewellyn. Grande parte desses estudos concentrou-se na avaliação do impac-to causado pela malária e outras enfermidades tropicais entre os colonos darodovia Transamazônica. Posteriormente, a colaboração com o IEC restringiu-se às arboviroses, o que resultou na realização de investigações importantes so-bre epidemias causadas pelos vírus Oropouche e Mayaro em diferentes partesda Amazônia. Cooperaram com o IEC nessa fase do convé'nio os Drs. JamesLeDuc, Donald Roberts, A.L. Hoch e N. Peterson. Paralelamente faziam-se es-tudos colaborativos com o grupo de Ronaldo Araujo, da Universidade Federaldo Pará, sobre a patologia ultraestrutural das lesoes causadas por arbovírus.

A revelação do primeiro foco endémico de oncocercose no Brasil cons-tituiu uma das mais importantes contribuições do IEC à Saúde Pública dopaís na década de 70. A descoberta desse foco, nas terras dos índios Yanoma-mis, Território de Roraima, foi fruto do trabalho de Mário Moraes e de seuscolaboradores. O grupo efetuou, também, extensos estudos sobre a distribui-ção geográfica, a transmissão e os vetores da parasitose, bem como sobre a suaapresentação clínica e tratamento.

Na metade dos anos 70, o IEC realizou outro achado importante, qualseja a demonstração pela primeira vez, no Brasil (com a cooperação do Insti-tuto de Medicina Tropical de Hamburgo), da presença de rotavírus, considera-do um dos agentes etiológicos mais freqüentemente associados à diarréia in-fantil. Nos anos seguintes, o grupo liderado por Alexandre Linhares, respon-sável pelo achado, documentou que o vírus incidia sob forma epidêmica ouendêmica em tribos indígenas da Amazônia. Parte dos estudos referentes aosexames de laboratório foi apoiada pelo Dr. Thomas Flewett, Birmingham.Além disso, o grupo (A. Linhares, Y. Gabbay, E.B. Loureiro, R. Freitas) as-sumiu o pioneirismo de realizar o primeiro estudo na América do Sul sobreo impacto da infecção por rotavírus em um grupo de crianças acompanhadasdesde o nascimento até a idade de 3 anos. Nesse período verificou-se cresci-mento acentuado da área da virologia em geral com o engajamento de Mariade Lourdes C. Gomes, Otávio F.P. de Oliva, Ricardo Ishak e outros mais.

Os estudos sobre a hepatite de Lábrea ou Febre (Negra) delábrea, cons-tituem outro marco relevante na história do IEC. Vários pesquisadores do IECparticiparam dos mesmos como Jorge Boshell, Gilberta Bensabath, LeônidasB. Dias, Mário Moraes, Francisco Pinheiro e outros mais, contribuindo para oconhecimento da apresentação clínica da enfermidade, das lesões patológicas

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no fígado e de sua epidemiologia. Os achados mais recentes obtidos por Gil-berta Bensabath e Manoel C. Soares, em cooperação com Stephen Hadler, doCDC, comprovaram uma associação muito significativa da hepatite de Lábreacom o agente delta, embora não se possa descartar a possibilidade de outracausa associada.

São dignas de nota, ainda, as investigações médicas realizadas em tribosindígenas por F. Black da Universidade de Vale, com F. Pinheiro, A. Linhares,Y. Gabbay, R. Freitas, Pedro Vasconcelos e outros. Esses estudos, iniciadosna década de 60, compreenderam, de um lado, a resposta clínica e imunológi-ca dos indígenas à imunização contra o sarampo, rubéola, pneumonia pneu-mocócica, etc., usando vacinas licenciadas. Paralelamente foram efetuados ex-tensos estudos epidemiológicos sobre diversas viroses e treponematoses, bemcomo sobre aspectos genéticos, particularmente sobre o sistema HLA.

Os estudos sobre a caracterização bioquímica dos tripanosomas tipocruzi da região Amazônica conduzidos por Michael Miles da Universidade deLondres, e também atuando sob os auspícios da Wellcome Trust, conjunta-mente com Marinete Póvoa e Adelson Souza, resultaram na identificação dedois zimodemas distintos.

A partir de 1981 o IEC passou a contar com a colaboração do ORSTOM,graças ao convênio firmado entre essa Organização e a FSESP, através doCNPq. Desse modo, concretizou-se a vinda a Belém de Jean Pierre Hervê emais tarde de Nicolas Degallier, ambos entomologistas. Esses pesquisadores,juntamente com Amélia P .A. T. Rosa, Jorge F. T. Rosa e Gregório Carrera, têmcontribuído bastante para o melhor conhecimento dos vetores e mecanismosde transmissa:o de inúmeras arboviroses, sobretudo da febre amarela.

Em 1981, o IEC implantou uma nova e importante linha de pesquisa naárea de malária, sob a orientação de Virgilio Rosário, com a participação deAlvaro Couto, Salma Oliveira e M.A. V. Santos. O programa obteve conquistasinéditas no Brasil, como o cultivo de Plasmodium falciparnm, a caracterizaçãoenzimática de cepas desse parasito, a realização de provas de sensibilidade aantimaláricos, etc. Outra contribuição significativa do programa consistiu notreinamento de estagiários de vários pontos do país.

Os estudos sobre"o vírus Hantaan na Amazônia, nos anos 80, trouxeramrevelações de importância. Após a demonstração inicial por F. Pinheiro e W.Lee de imunidade para o agente em várias populações da Amazônia, seguiram-se os estudos conduzidos por J. LeDuc, E. Salbé e P.F. Vasconcelos, que resul-taram na detecção de anticorpos para o agente em ratos urbanos e no isola-

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mento de um vírus "Hantaan-like" a partir de um rato. Por último, estabele-ceram recentemente a possível associaça:o do agente com síndromes ictéricasna Amazônia.

Ainda na década de 80, são dignas de nota as investigações sobre a can-juntivite hemorrágica aguda, enfermidade nova no Brasil, realizadas por E.C.Santos, C.M. Nakauth, O. Macedo e R. Freitas, e as pesquisas sobre a etiologiadas infecções respiratórias agudas conduzidas por W.A. Mello, Zéa Lins e M.L.

Lopes.

A recente implantação de grandes projetos de desenvolvimento regional,tais como o da hidroelétrica de Tucuruí e o de mineração em Carajás criou anecessidade de estudos sobre problemas médicos que possam afetar as popula-ções ligadas aos mesmos, o que está sendo feito por equipes multidisciplinaresdo Instituto. .

...A multiplicidade de conhecimentos científicos originais e importantes

alcançados pelo IEC nos seus 50 anos de existéncia, resultou em sua elevadaprojeção nos campos científicos nacional e internacional. A fecundidade des-sas conquistas está documentada em centenas de trabalhos publicados em pe-riódicos e livros nacionais e internacionais relacionados na bibliografia emanexo. Por outro lado, o IEC tem cumprido sempre, e de forma crescente, asua função de laboratório de saúde públiéa e, como tal, prestado grande apoioâ vigilância epidemiológica de várias doenças de importância, como por exem-plo a febre amarela, a poliomielite, a raiva, as meningites bacterianas, etc.

Ao longo de sua trajetória, o Instituto tem também contribuído para aformação de recursos humanos. Assim, além de cursos de malariologia e deum curso intensivo de saúde pública realizados no passado, desde muito sãoministrados cursos regulares para a formação de laboratoristas auxiliares quevão servir nas unidades sanitárias da Fundação SESP. Além disso, o Institutotem colaborado, desde muitos anos, nos cursos de formação de médicos, far-macéuticos, dentistas e biologistas pertencentes à Universidade Federal do Pa-rá, bem como oferece regularmente estágios para estudantes universitários dascitadas áreas. Freqüentemente, pesquisadores e assistentes de Uni~ersidades eInstituições científicas nacionais e estrangeiras, procuram-no para treinamen-to especializado.

Evidentemente, tudo o que vem sendo realizado tem dependido subs-tancialmente do apoio proporcionado por numerosas instituições e pessoas.Além das instituições mães -Govemo do Estado do Pará e Fundaçao Servi-ços de Saúde Pública, não se pode deixar de citar o próprio inspirador da cria-

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ção do IEC -Dr. Evandro Chagas que, para concretizar o empreendimento,susteve-se na cooperação técnico-científica do Instituto Oswaldo Cruz, doqual fazia parte como pesquisador. Prestaram ainda valiosa colaboração o Mi-nistério da Saúde, a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, oConselho Nacional de Pesquisa, a Financiadora de Projetos, a Secretaria Esta-dual de Saúde do Pará, o Hospital dos Servidores do Estado do Pará, a Prefei-tura de Belém, a Companhia de Saneamento do Pará, a Universidade Federaldo Pará, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Faculdade de Cién-cias Agrárias, Museu Paraense Emüio Goeldi, Fundação Nacional do Indio,Governo do Território do Amapá, Indústria e Comércio de Minérios S/A, Pri-meiro Comando Aéreo, Oitava Região Militar, IV Distrito Naval, Instituto dePesquisa da Amazônia, Fundação Oswaldo Cruz, Fundação Guile, AcademiaBrasileira de Ciéncias e outras. No arnbito internacional proporcionaram va-lioso auxilio a Fundação Rockefeller, Escola de Medicina Tropical e Higieneda Universidade de Londres, Wellcome Trust, Organização Pan Americana deSaúde, Organização Mundial da Saúde, Instituto Walter Reed, Universidade deVale, ORSTOM e outras. Cumpre também registrar o esforço e a dedicaçãodos técnicos de laboratório, laboratoristas e laboratoristas-auxiliares,funcioná.rios administrativos e servidores em geral do Instituto, sem o que não teriamsido possíveis os éxitos alcançados.

o Instituto teve como diretores, desde a sua fundação, Antônio Aca-tauassú Nunes, Antonio Emiliano de Souza Castro, Ottis R. Causey, IsnardTeixeira, Criando Rodrigues da Costa, Laurênio Teixeira da Costa, ManuelBruno Lobo, Miguel Cordeiro de Azevedo, Gilberta Bensabath, Francisco dePaula Pinheiro e Alexandre da Costa Linhares.

Integraram os quadros do Instituto Evandro Chagas, em diferentes épo-cas, os seguintes pesquisadores: Jayme Aben-Athar, GIadstone, Leônidas e Ma-ria Deane, Leoberto de Castro Ferreira, Felipe Nery-Guimarães, Otávio Man-gabeira Filho, Madureira Pará, Benedito Sá, Reinaldo Damasceno, WIadirnirLobato Paraense, OrIando Rodrigues da Costa, Gervásio de Brito MeIo, GethJansen, Rui Pondé, Bichat de Almeida Rodrigues, Arthur Porto Marques, Al-varo Simões,. Francisco Cerqueira, Laurênio Teixeira da Costa, Otávio Maro-ja, Dulcirnar Macedo, Miguel Cordeiro de Azevedo, Ottis e Calista Causey, Jo-sé Bráulio dos Santos, Rainero Maroja, Hélio Couto de Oliveira, Robert Sho-pe, Gilberta Bensabath, Zéa C. Lins, Manuel e Gilda Bruno Lobo, Franciscode Paula Pinheiro, Sergio Franco, Leônidas Dias, Amazônia Toda Tang, JohnP. Woodall, Jorge Boshell, Ralph Lainson, Jeffrey Shaw, Jorge e Amélia Tra-vassos da Rosa, Thomas Aitken, Habib Fraiha Neto, Mário Augusto Pinto deMoraes, Maria Silva Maia, Richard Ward, Craig Llewellyn, Kenneth Dixon,Donald Roberts, Norman Peterson, Alfred L. Hoch, James W. LeDuc, Alexan-

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dre C. Linhares, Otávio F.P. OIiva, Maria de Lourdes C. Gomes, Ronaldo B.Freitas, Margarida M. Almeida, Vera L. R. Barros, Ricardo Ishak, Marinete M.Póvoa, Edvaldo B. Loureiro, Maria Luiza Lopes, Femando T. SiIveira, AdeI-son A.A. Souza, CéIia M. Nakauth, Wyller A. MeIo, Yvone Gabbay Mendes,Olinda Macedo, EIizabeth Salbé Travassos da Rosa, EIizabeth C.O. Santos, Pe-dro F. Vasconcelos, Gregório Carrera Sá Filho, IzabeI R. Rodrigues, RoseI; R.Braga, Virgüio E. Rosário, Alvaro A. Couto, Marco A.V. Santos, Salma G.Oliveira, Manoel C. Soares e Reinaldo de Amorim Carvalho.

Esta breve síntese dos principais acontecimentos e atividades ligados àhistória do Instituto Evandro Chagas ao longo dos seus 50 anos de existência,serve para ilustrar a enorme contribuição do Instituto ao progresso do conhe-cimento dos problemas de saúde da região AmazOnica e do acervo científicoconquistado nesse espaço de tempo. Nas páginas seguintes deste livro, essacontribuição será apresentada de forma mais detalhada. Graças a ela, o Insti-tuto passou a representar um patrimônio científico de valor inestimável para aAmazônia. Mas é principalmente ao devotamento daqueles que, por idealis-mo, se dedicaram ontem à pesquisa científica, continuam empenhados hoje,no mesmo trabalho, e nas outras atividades inerentes às contribuições da ins-tituição, que se deve a construção desse patrimOnio.

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Visita do Ministro da Saúde, Dr. Mário Pinotti ao Instituto. Em primeiro pla-no, da esquerda para a direita: Dr. Garibaldi Farias, Diretor Regional, Dr. Pe-nido, Superintendente do SESP; o ministro, o Dr. laurênio Teixeira da Costa,então Diretor do IEC, e o Dr. Orlando Costa. Em segunçio plano, os Drs. Joa-quim Travassos da Rosa, Miguel Cordeiro de Azevedo e Alvaro Simões. Por úl-timo, os Drs. Alírio Macedo e Octávio Maroja, e o jornalista Morbach, de AProvíncia do Pará.

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Autoridades presentes à inauguração das instalações do laboratório de arboví-rus do I.E.C., em 12 de junho de 1958.l)a esquerda para a direita: Dr. Maurí.cio de Medeiros, Ministro da Saúde, Dr. Alvaro Simões, Dr. Henry Kayath, Se-cretário de Saúde, o Governador Magalhães Barata, Dr. Woodrow Pantoja, oProf. Paulo de Góes, e o Dr. Ottis Causey, Diretor do Instituto.Em baixo, as instalações então inauguradas.

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Expedição científica a Abaetetuba em outubro de 1969. Vendo-se da esquer.da para a direita: Profe~or P.C.C. Garnham F.R.S., Doutores Jeffrey Shaw,Ralph lainson e laboratorista José Moreira da Rocha.

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Lord Franks, Presidente da Wellcome Trust, é sua esposa Lady Franks, duran-te sua visita ao Instituto Evandro Chagas, em 09.10.79.

Visita ao IEC de altos dirigentes da Wellcome Trust, Londres. Da esquerda pa-ra a direita: Lady Anne Steel, Ralph Lainson, Dr. B.I. Williams, Sir DavidSteel (Chairman Wellcome Trust), Roseli R. Braga, Edna A.Y. Ishikawa, Dr.Peter O. Williams (Director Wellcome Trust), José P.N. Cruz, Deocleciano G.Primo e Jeffrey J. Shaw.

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