45
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS Luiza Chaves Silva Neder A IMPORTÂNCIA DO CICLO PDCA NO SETOR DE GESTÃO CULTURAL: um estudo de caso em uma Instituição Federal de Ensino Superior em São Carlos/SP. São Carlos SP 2017

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS

TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

Luiza Chaves Silva Neder

A IMPORTÂNCIA DO CICLO PDCA NO SETOR DE GESTÃO CULTURAL: um estudo de

caso em uma Instituição Federal de Ensino Superior em São Carlos/SP.

São Carlos – SP 2017

Page 2: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

LUIZA CHAVES SILVA NEDER

A IMPORTÂNCIA DO CICLO PDCA NO SETOR DE GESTÃO CULTURAL: um estudo de

caso em uma Instituição Federal de Ensino Superior em São Carlos/SP.

Relatório técnico apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Orientadora: Prof.ª Drª. Rita de Cássia Arruda Fajardo.

São Carlos – SP 2017

Page 3: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

N282i Neder, Luiza Chaves Silva A importância do ciclo PDCA no setor de gestão cultural:

um estudo de caso em uma Instituição Federal de Ensino Superior em São Carlos/SP / Luiza Chaves Silva Neder; orientadora, Profª. Dra. Rita de Cássia Arruda Fajardo - São Carlos, SP, 2017. 44 p. : il. color.

Relatório Técnico – Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo, Campus São Carlos, Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Inclui referências bibliográficas 1. Processos gerenciais. 2. Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade.

4. Gestão pública. 5. Administração. I. Fajardo, Rita de Cássia Arruda, orient. II. Instituto Federal de São Paulo. III. Título.

CDD 658

Page 4: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

LUIZA CHAVES SILVA NEDER

A IMPORTÂNCIA DO CICLO PDCA NO SETOR DE GESTÃO CULTURAL: um estudo de

caso em uma Instituição Federal de Ensino Superior em São Carlos/SP.

Relatório técnico apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Data de Aprovação: 24 de junho de 2017.

_____________________________________________ Profª. Drª Rita de Cássia Arruda Fajardo (a.)

Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos

_____________________________________________ Profª Drª Thereza Maria Zavarese Soares (a.)

Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos

_____________________________________________ Prof. Dr. Antonio Cano (a.)

Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos

Page 5: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo geral propor melhorias no setor de eventos de uma Instituição

de Ensino Superior – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), localizada na cidade de

São Carlos – SP. Para tanto foi utilizada a ferramenta Ciclo PDCA, que é uma das ferramentas

da Gestão da Qualidade, que busca a melhoria contínua de processos, desenvolvendo quatro

etapas: Plan, Do, Check, Act. A pesquisa se caracteriza como exploratória e a abordagem do

problema é qualitativa. Para sua consecução, foi realizado um levantamento bibliográfico,

documental e observação direta participante. A coleta de dados também se utilizou de uma

entrevista com a coordenadora do setor, para especificação das funções desenvolvidas pela

coordenação. O setor estudado tem como principal função o agendamento dos espaços da

UFSCar sendo: Auditório 1, Auditório 2, Auditório 3, Bento Prado, Anexo Bento Prado e

Florestan Fernandes para eventos internos e externos. Na pesquisa de campo, foi

caracterizado o setor de eventos, na busca por apontar as principais dificuldades e falhas dos

processos existentes. O diagnóstico apontou a falta de formalização nos processos

(informalidade) e retrabalho com redundância de ações. Como propostas de melhorias, entre

outras, foram sugeridas a formalização mais adequada de processos e procedimentos que

evitem o retrabalho e otimizem os processos com a utilização da ferramenta PDCA, a

informatização do processo de agendamento de espaços para eventos e a utilização do PDCA

como ferramenta de gestão no setor.

Palavras chaves: Ciclo PDCA. Gestão da Qualidade. Gestão Pública.

Page 6: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

5W2H What/Who/Where/When/Why/How/How Much

CAE Coordenadoria de Cursos de Extensão

CAEv Coordenadoria de Apoio a Eventos

CAEx Camêra de Extensão

CCEx Coordenadoria de Cursos de Extensão

CCult Coordenadoria de Cultura

CoAEv Comissão Assessora de Apoio a Eventos Acadêmicos

CoEx Conselho de Extensão

CPEs Coordenadoria de Projetos Especiais

COM Critical Path Method

GQT Gestão da Qualidade Total

PDCA Plan/Do/Check/Act

PERT Program Evaluation and Review Technique

PIB Produto Interno Bruto

ProEx Pró-Reitoria de Extensão

ProExWeb Pró-Reitoria de Extensão Web

SAGUI Sistema de Apoio à Gestão Universitária Integrada

TNG Técnica Nominal de Grupo

TQM Total Quality Management

UFSCar Universidade Federal de São Carlos

Page 7: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................ 8

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 9

1.3 METODOLOGIA ........................................................................................... 9

1.3.1 Coleta de dados .................................................................................... 10

2 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO .......................................................... 11

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ..................................................... 11

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR ............................................................... 12

2.3 GESTÃO DA QUALIDADE COM ÊNFASE NO PDCA ............................... 17

2.4 PDCA NA GESTÃO PÚBLICA .................................................................... 25

3 PROPOSTA DE MELHORIA ................................................................................. 28

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 40

APÊNDICE ............................................................................................................... 43

Page 8: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

7

1 INTRODUÇÃO

Ao longo das últimas décadas, o cenário global vem se tornando cada vez mais

competitivo. As empresas estão sendo obrigadas a buscar formas de se reestruturar

para poder sobreviver a este mercado dinâmico. Esta velocidade, somada à crescente

competividade, exige que as empresas aprimorem seus processos frequentemente,

especialmente no que se refere à qualidade. Segundo Carvalho e Paladini (2012), o conceito de gestão da qualidade total

foi criado a partir da filosofia de Deming, Juran, Crosby e Feigenbaun e teve início no

Japão, na década de 50, espalhando-se, posteriormente, para os outros países.

No decorrer do tempo, foram criadas algumas ferramentas que se agregaram

à gestão da Qualidade Total, como, por exemplo, o Ciclo PDCA. Simioli (2010, p. 97)

expõe os principais aspectos da gestão total da qualidade como sendo:

Foco no cliente;

Liderança;

Envolvimento das pessoas;

Abordagem de processo;

Abordagem sistêmica;

Melhoria contínua.

Coltro (1996, p.4) define qualidade total como “uma forma de ação

administrativa, que coloca a qualidade dos produtos ou serviços, como o principal foco

para todas as atividades da empresa”. Neste sentido, a gestão da qualidade total pode

ser definida como “a concretização desta ação na gestão de todos os recursos

organizacionais, bem como no relacionamento entre as pessoas envolvidas na

empresa” (COLTRO, 1996, p. 4).

Esta relação entre processos e pessoas está em concordância com um dos

aspectos da gestão da qualidade total: a abordagem sistêmica, que considera o todo

da empresa, com todas as suas áreas funcionais e as pessoas envolvidas no

processo.

Walter Andrew Shewhart, estatístico norte americano, em 1924, contribuiu com

o trabalho de outro estatístico chamado William Edwards Deming para que fosse

criado o Ciclo PDCA, como uma ferramenta da gestão da qualidade.

Page 9: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

8

A proposta do PDCA é uma gestão cíclica. O nome PDCA tem origem nas

primeiras letras de cada fase do ciclo, na língua inglesa: Plan (Planejar), a segunda

fase Do (Executar), a terceira fase Check (Verificar) e a quarta e última fase Action

(Agir) (DEMING, 1990).

Fonseca e Miyake (2006, p. 5) explicam que o PDCA é tido como um método

“de tomada de decisões para a resolução de problemas organizacionais”. Desta

forma, o PDCA indica qual o caminho a ser seguido, quais ferramentas empregar,

para o alcance de determinado objetivo.

Albarelo (2013, p. 54) observa que tanto na gestão pública como na gestão

privada devem ser analisados os seguintes itens:

Planejamento: etapa em que serão definidos os objetivos a serem atingidos;

Direção: como serão conduzidos os processos para chegar ao objetivo;

Controle: certificar que os resultados sejam os mesmos do planejamento;

Avaliação: conferir se os resultados foram atingidos e identificar as falhas,

para que não se repitam nas próximas ações.

Assim, esta pesquisa tem como foco a ferramenta Ciclo PDCA e a sua possível

contribuição em uma fase da gestão de eventos, na Coordenadoria de Apoio a

Eventos (CAEv) da Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos/SP.

Portanto, busca responder ao seguinte problema: qual a possível contribuição

da aplicação do ciclo PDCA na melhoria da gestão de um setor de eventos de uma

IFES localizada em São Carlos/SP?

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

Este trabalho teve por objetivo geral propor melhorias na gestão do setor de

eventos da Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos/SP, por meio

do uso da ferramenta de gestão da qualidade Ciclo PDCA.

Tem ainda os seguintes objetivos específicos:

Realizar um levantamento bibliográfico a respeito do ciclo PDCA, com vista a

aprofundar o conhecimento sobre o tema;

Fazer uma caracterização da gestão no setor de eventos da UFSCar;

Page 10: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

9

1.2 JUSTIFICATIVA

A relevância desta pesquisa em Processos Gerenciais deve-se à

importância da gestão da qualidade nas organizações, em busca de

aperfeiçoamento e melhoria contínua dos processos.

Para fins econômicos, a pesquisa tem relevância uma vez que, a aplicação

do Ciclo PDCA aprimora os processos, eliminando a redundância de ações e

reduzindo custos para organização.

Quanto à importância social, a melhoria de processos e a conquista na

redução de custos na gestão de eventos beneficia toda a comunidade que o utiliza.

Pessoalmente, a aplicação do Ciclo PDCA trará benefícios para realização

das atividades da pesquisadora, tendo impacto na sua produtividade e

aprimoramento profissional.

1.3 METODOLOGIA

A pesquisa caracteriza-se como exploratória, objetivando a formação de ideias

para o entendimento do conjunto do problema. A pesquisa exploratória é o contato

inicial com o tema a ser explorado, com os assuntos a serem examinados e com as

fontes indiretas disponíveis (SANTOS, 1991). No caso, o pesquisador deve ter uma

atitude de percepção das informações e dados da realidade social, além de um modo

flexível e não formalizado. Para Sampieri, Collado e Lucio (1991), estes estudos

exploratórios servem para aumentar o grau de familiaridade com fenômenos do setor

a ser estudado, obter informações sobre a possibilidade de levar adiante uma

investigação mais completa sobre um contexto particular, neste caso, sobre a

aplicação do Ciclo PDCA á gestão de eventos, e estabelecer prioridades para

investigações posteriores, entre outras utilizações.

Assim foi desenvolvido um levantamento bibliográfico sobre o Ciclo PDCA e a

avaliação de um local de trabalho pela realização de um estudo de caso.

A abordagem do problema foi qualitativa, pois não foi empregado um

instrumental estatístico para análise de dados, mas sim a obtenção de dados

descritivos mediante contato direto e interativo com o Ciclo PDCA (NEVES, 1996).

Page 11: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

10

Quanto à natureza, esta pesquisa classifica-se como aplicada, pois objetiva

gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas

específicos.

1.3.1 Coleta de dados

Para a realização desta pesquisa foi realizado um levantamento bibliográfico

sobre o PDCA e a sua utilização na gestão pública, além de ter consulta a documental

para a análise do setor estudado e uma entrevista semiestruturada com a

coordenadora da CAEv.

Segundo Godoy (1995), existem três aspectos que devem merecer atenção

especial na coleta de dados: escolha dos documentos, acesso a eles e a sua análise,

observando a necessidade de escolher documentos que façam com que tenham

ideias, propósitos e hipóteses, pois o pesquisador não deve estar apenas preocupado

com os resultados e sim com todos os processos ou produtos. Um de seus interesses

deve estar relacionado também a verificar os fenômenos que ocorrem entre suas

atividades.

Page 12: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

11

2 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO

Nesta seção, é realizada uma caracterização da organização, assim como do

setor estudado. Além disso, discorre-se sobre o apoio teórico utilizado para a proposta

de melhoria e a descrição e análise do processo em estudo.

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Fundada em 13 de março de 1970, a Universidade Federal de São Carlos, com

sede em São Carlos/SP, possui aproximadamente trezentos laboratórios, uma

biblioteca, um ambulatório, dois teatros, nove anfiteatros, doze auditórios, um ginásio,

um parque esportivo, sete quadras, duas piscinas, um restaurante universitário, dez

prédios para aulas teóricas e cento e trinta salas de aula.

A universidade conta com mais três campi, localizados em Araras, Sorocaba e

Buri (campus Lagoa do Sino), que estão divididos em oito centros: Ciências Agrárias,

Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências em Gestão e Tecnologia, Ciências e

Tecnologias para a Sustentabilidade, Ciências Exatas e de Tecnologia, Ciências

Humanas e Biológicas, Educação e Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Há

ainda a divisão em 48 departamentos acadêmicos na Universidade.

Com isso, oferece 64 cursos com 2.807 novas vagas por ano, sendo 39 cursos

e 1.797 vagas em São Carlos, 6 cursos e 240 vagas em Araras, 14 cursos e 620 vagas

em Sorocaba e 5 cursos e 150 vagas em Lagoa do Sino (UFSCAR, 2016b).

O campus São Carlos tem cerca de dez mil alunos, oitocentos técnicos-

administrativos e mil docentes, alocando cerca de 30 departamentos diferentes nos

Centros de Ciências Exatas e Tecnologia, Centro de Educação e Ciências Humanas

e no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (UFSCAR, 2016b).

Entre seus setores, a UFSCar conta com sete Pró-Reitorias : Pró-Reitoria de

Graduação, Pró-Reitoria de Pesquisa, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pró-Reitoria

de Administração, Pró- Reitoria de Gestão de Pessoas, Pró-Reitoria de Assuntos

Comunitários e Estudantis e a Pró-Reitoria de Extensão, que conta com cinco

coordenadorias para auxílio de seus projetos e afins (UFSCAR, 2017b).

Page 13: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

12

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR

A pesquisa foi desenvolvida na Coordenadoria de Apoio a Eventos, que faz

parte do Setor de Gestão de eventos da UFSCar.

O Setor de Gestão de eventos é uma extensão do departamento da Pró-

reitora de Extensão, criada no ano de 1988. O Setor conta com 5 coordenadorias

para auxílio de seus projetos de extensão: Coordenadoria de Atividades de

Extensão (CAE), Coordenadoria de Cursos de Extensão (CCEx), Coordenadoria

de Cultura (CCult), Coordenadoria de Projetos Especiais (CPEs) e Coordenadoria

de Apoio a Eventos (CAEv). O setor segue o organograma da Figura 1.

Figura 1: Organograma do Setor de Gestão Cultural da UFSCar

Fonte: UFSCar (2016c)

Na Coordenadoria de Apoio a Eventos, são realizados os agendamentos de

diversos espaços na universidade, quais sejam: Teatro Florestan Fernandes,

Auditórios 1, 2, 3, Anexo Bento Prado Junior, Anfiteatro Bento Prado Junior e Espaço

Coffee. Fica localizada no piso térreo da Biblioteca Comunitária, na área norte da

UFSCar Campus São Carlos (UFSCar, 2016a).

A CAEv tem, na atualidade, cinco funcionários, sendo um coordenador, um

assistente administrativo, dois técnicos de audiovisual e uma estagiária. Alem de

contar com uma zeladoria para abertura dos espaços, com serviços terceirizados

tendo o mínimo de vínculo com a CAEv (UFSCar, 2016a).

Devido à falta de documentação oficial com as principais atividades da

coordenação da CAEv, suas funções foram descritas por meio de uma entrevista

semiestruturada, na qual a coordenadora citou as seguintes atividades realizadas no

cargo:

Formular e propor, ao Conselho de Extensão (CoEx), Editais de Apoio a

Eventos Acadêmicos;

Page 14: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

13

Analisar e emitir pareceres técnicos sobre as propostas e relatórios de

atividades de extensão vinculados aos Editais de Apoio a Eventos

Acadêmicos da ProEx;

Solicitar aos membros da Comissão Assessora de Apoio a Eventos

Acadêmicos (CoAEv) pareceres quanto ao mérito das propostas de Eventos

vinculadas aos Editais de Apoio a Eventos Acadêmicos;

Presidir reuniões com a CoAEv e encaminhar os pareceres da Comissão

sobre as propostas de eventos vinculadas aos Editais de Eventos;

Elaborar, juntamente com a CoAEv, propostas de distribuição de recursos

financeiros dos Editais de Eventos Acadêmicos para apreciação do CoEx;

Analisar propostas e relatórios de Eventos Acadêmicos, solicitando

esclarecimentos quando necessário;

Solicitar, aos membros do CoEx, pareceres quanto ao mérito das propostas e

relatórios de eventos;

Deliberar sobre a aprovação de propostas de eventos vinculadas a

Programas de Extensão, considerando os pareceres de membros do CoEx;

Encaminhar todas as propostas de Eventos Acadêmicos não vinculadas a

Programas de Extensão e todos os relatórios de Eventos Acadêmicos para

deliberação da CAEx e do CoEx;

Realizar reuniões com os proponentes cujos eventos Acadêmicos foram

contemplados por Editais de Eventos Acadêmicos da ProEx e com os

proponentes de demais eventos, quando solicitado;

Gerenciar os recursos concedidos aos projetos aprovados por meio de Editais

de Apoio a Eventos Acadêmicos;

Apoiar os eventos acadêmicos da UFSCar;

Gerenciar o agendamento de uso dos espaços de abrangência da CAEv;

Cumprir e fazer cumprir as normas estabelecidas pela CAEv, pela ProEx, pelo

CoEx e pelos demais órgãos ou colegiados superiores da administração da

Universidade, bem como a legislação vigente;

Gerenciar a estrutura e o funcionamento dos espaços de abrangência da

CAEv;

Participar de reuniões do Conselho de Extensão e de sua Câmara de

Atividades de Extensão;

Page 15: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

14

Coordenar e supervisionar as atividades desenvolvidas pelos membros da

equipe da Coordenadoria;

Gerenciar os recursos próprios da Coordenadoria, desde a sua captação até

seu consumo;

Outras competências previstas no Regimento Geral da Extensão, com

aprovação prévia do Conselho de Extensão.

As funções do assistente administrativo foram especificadas de forma

documental, sendo utilizado, para tanto, o edital de concurso público, que especifica

suas funções como:

Dar suporte administrativo e técnico nos vários ambientes organizacionais da

Instituição;

Atender usuários, fornecendo e recebendo informações;

Tratar de documentos variados, cumprindo todo o procedimento necessário

referente aos mesmos;

Preparar relatórios e planilhas;

Utilizar recursos de informática e ferramentas computacionais;

Assessorar nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. (UFSCAR, 2013).

O técnico audiovisual tem como funções:

Montar, instalar e testar equipamentos audiovisuais, tais como sonorização,

projetores analógicos e digitais de vídeo, computadores, DVD players e

similares, dando suporte técnico durante as atividades;

Colaborar na produção de material didático, pesquisa e extensão que

necessitar de recursos audiovisuais;

Manter e conservar os equipamentos sob sua responsabilidade;

Executar pequenos trabalhos de manutenção de equipamentos de imagem e

som;

Controlar a circulação dos equipamentos, registrando sua movimentação em

fichário apropriado;

Informatizar arquivos de imagem e som;

Realizar a captura, edição e pós-produção de conteúdos audiovisuais em

suportes digitais;

Atender ao público em geral;

Page 16: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

15

Utilizar recursos de informática, incluindo transmissão audiovisual ao vivo por

meio da Internet (streamming);

Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade

associadas ao ambiente organizacional (UFSCAR, 2014).

As funções do estagiário foram elaboradas por observação direta participante,

na medida em que esta função é desemprenhada pela pesquisadora, sendo estas:

Dar suporte em agendamentos;

Formular ofícios, trâmites de documentos e processos;

Atendimento ao público;

Verificar, reservar, receber documentos externos, entre outras atividades de

apoio às questões administrativas.

A principal atividade da CAEv é ao agendamento dos espaços para eventos.

Os procedimentos de agendamento funcionam da seguinte forma:

O solicitante telefona à CAEv ou comparece pessoalmente à Coordenadoria e

verifica se o espaço de seu interesse está disponível na data de sua

necessidade;

Se o espaço estiver disponível na data requisitada, é feita uma pré-reserva;

A pré-reserva é anotada no Caderno de Reservas, depois lançada no sistema

de gestão de espaço;

O solicitante é comunicado de que a pré-reserva foi realizada e, para

confirmar a mesma, deve enviar um ofício;

A CAEv recebe, presencialmente ou por malote, o ofício de confirmação da

pré-reserva, emitido pelo solicitante ou pela chefia do departamento ou setor

solicitante;

A confirmação da reserva é anotada no Caderno de Reservas e no sistema

de gestão de espaços;

A CAEV emite um comunicado ao seu serviço de zeladoria, indicando a data,

horário e local em que um determinado evento será realizado, para que o

espaço seja aberto e os recursos, porventura, necessários (tais como

microfone, ar condicionado, projetor etc.) possam ser disponibilizados e/ou

ativados;

Page 17: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

16

A zeladoria abre o espaço no horário designado no comunicado emitido pela

secretaria da CAEv (os espaços não são disponibilizados caso um

comunicado não tenha sido emitido);

O evento pode contar com um apoio técnico, para que receba suporte, caso

haja algum problema, por exemplo, com som, iluminação, projeção etc.

A zeladoria da CAEv avalia, ao final do evento, se as condições gerais do

espaço utilizado estão aceitáveis após a sua utilização, bem como se os

equipamentos e demais recursos utilizados estão em perfeitas condições e

devidamente desligados.

O gráfico da figura 2 representa os agendamentos durante o período de

01/01/2016 a 01/12/2016, mostrando a grande diferença entre o uso dos espaços no

período de onze meses:

Figura 2: Agendamento realizado pela CAEv de 01/01/2016 a 01/12/2016

Fonte: Elaboração da autora (2017)

Page 18: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

17

2.3 GESTÃO DA QUALIDADE COM ÊNFASE NO PDCA

Juran e Gryna (1991 apud Simioli 2010, p. 86) dão duas definições para

qualidade: “primeiro, a qualidade é um conjunto de características do produto que

satisfaz as necessidades dos clientes e, por esse motivo, leva a satisfação em relação

ao produto. O segundo é que, na qualidade, não deverão existir falhas em um bem a

ser consumido” Simioli (2010, p. 87) ainda enaltece outra definição dada por Juran e

Gryna (1991), a de “fitness for use”, ou adequação ao uso. Alves (2004 apud Silva et

al 2013) explica que, inicialmente, a qualidade estava ligada somente a atender às

especificações técnicas; ao longo do tempo, o conceito de gestão da qualidade se

estendeu à satisfação do cliente.

Sob esta perspectiva, Oliveira (2004, p. 4) observa que a atualidade passa pela

terceira era da evolução da gestão da qualidade, a era da gestão da qualidade total ,

na qual:

a ênfase passa a ser o cliente, tornando-o centro das atenções das organizações que dirigem seus esforços para satisfazer às suas necessidades e expectativas. A principal característica dessa era é que “toda a empresa passa a ser responsável pela garantia da qualidade dos produtos e serviços”

Garvin (1992 apud Simioli 2010, p. 92), no entanto, defende que vivemos na

quarta era da gestão da qualidade, a era da “gestão estratégica da qualidade”,

caracterizada pela pró-atividade das empresas em reconhecer a gestão total da

qualidade como um investimento, um instrumento com foco no cliente, capaz de trazer

melhorias contínuas por meio de um conjunto amplo de ações.

Paulus e Bonfá (2014, p.1) observam que a Total Quality Management (TQM)

ou Administração da Qualidade Total ganhou destaque no Japão pós-segunda guerra

mundial, por meio de Deming, com o objetivo de reestruturar a indústria japonesa,

implementando melhores práticas, além de dar condições para concorrer com o

mercado norte-americano.

Oakland (1994 apud Paulus e Bonfá 2014, p. 3) define TQM como “uma

abordagem para melhorar a competitividade, a eficácia e a flexibilidade de uma

organização inteira e seus métodos e técnicas podem ser aplicados em todas as áreas

de qualquer organização”.

Page 19: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

18

A Gestão da Qualidade Total (GQT) valoriza o ser humano no âmbito das organizações, reconhecendo sua capacidade de resolver problemas no local e no momento em que ocorrem, e busca permanentemente a perfeição. Precisa ser entendida como uma nova maneira de pensar, antes de agir e produzir. Implica uma mudança de postura gerencial e uma forma moderna de entender o sucesso de uma organização. É uma nova filosofia gerencial que exige mudanças de atitudes e de comportamento. Essas mudanças visam ao comprometimento com o desempenho, à procura do autocontrole e ao aprimoramento dos processos. Implica também uma mudança da cultura da organização. As relações internas tornam-se mais participativas, a estrutura mais descentralizada, e muda o sistema de controle. (LONGO, 1994 apud LONGO, 1996, p.10)

Paulus e Bonfá (2014) ainda enumeram os seis princípios básicos da TQM:

Comprometimento da administração;

Enfoque do cliente;

Envolvimento dos funcionários;

Melhoria contínua dos processos;

Parcerias com fornecedores e

Mensuração de desempenho.

Um dos métodos utilizados pela TQM é o Ciclo PDCA, também conhecido

como Ciclo de Shewhart, Ciclo da Qualidade ou Ciclo de Deming. Por meio de ações

sistemáticas, este método busca a melhoria contínua e sobrevivência da organização.

Pacheco et. al. (2012) explicam que esta metodologia foi consolidada na década de 50,

no Japão, por Willian Edwards Deming. Ainda segundo os autores, o objetivo do Ciclo

PDCA é:

[...] exercer o controle dos processos, podendo ser usado de forma contínua para seu gerenciamento em uma organização, por meio do estabelecimento de uma diretriz de controle (planejamento da qualidade), do monitoramento do nível de controle a partir de padrões e da manutenção da diretriz atualizada, resguardando as necessidades do público alvo.

Fonseca e Miyake (2006, p. 5) explicam que o PDCA é tido como um método

“de tomada de decisões para a resolução de problemas organizacionais”. Desta

forma, o PDCA indica qual o caminho a ser seguido, quais ferramentas empregar,

para o alcance de determinado objetivo (FONSECA ;MIYAKE, 2006).

Mediante a abordagem sistêmica do Ciclo PDCA, percebe-se a necessidade

do envolvimento crescente de toda a organização, bem como de seus fornecedores.

A figura 3 ilustra o ciclo PDCA, suas fases e sub-etapas, segundo Pacheco et.

al. (2012).

Page 20: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

19

Figura 3: Ciclo PDCA

Fonte: PACHECO et. al. (2012, p. 4)

A seguir, discorre-se sobre as quatro etapas da ferramenta PDCA, como forma

de subsidiar a construção das melhorias propostas no objetivo da pesquisa.

a) Plan (planejar)

A primeira fase do Ciclo seria o Plan (planejar), sendo considerado o mais

importante, já que é o princípio de todo o ciclo, fazendo com que se iniciem todos os

processos (ANDRADE, 2003).

No entendimento de Andrade (2003, p.19), “a eficácia futura do ciclo estará

baseada em um planejamento bem elaborado e minucioso, o qual proverá dados e

informações a todas as etapas restantes do método”.

Andrade cita Ahuja (1994, p. 10), dizendo que este processo é essencial para

uma atividade administrativa: “Planejar é estipular objetivos e, então determinar

programas e procedimentos para o alcance desses objetivos. É tomar decisões para

o futuro, olhar mais adiante”.

Para Clark (2001), na fase Plan, todas as pessoas comprometidas com o Ciclo

PDCA devem procurar o aperfeiçoamento dos processos, buscando sempre a

melhoria continua.

Campos (1992) diz que a fase Plan representa a etapa de identificação do real

problema, analisando-o, a fim de conhecer suas características, estudando o

processo, para descoberta das causas que dificultam a obtenção das metas, e, por

último, o plano de ação, tendo em conta as principais causas do problema.

Page 21: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

20

Quanto às questões priorizadas para esta fase, devem ser discutidas quais as

metas a serem alcançadas pela organização, as pessoas a serem envolvidas no

processo, o prazo a ser estipulado para o cumprimento do plano de ação, os recursos

a serem usados para conclusão, os dados a serem coletados no decorrer do processo

e, por fim, as perguntas a serem feitas por todo o planejamento do processo a ser

executado (BADIRU; AYENI, 1993).

De acordo com Campos (1996) e Melo (2001), para que este ciclo consiga

atender aos planos com base na importância do planejamento do Ciclo PDCA, ele

deve ser subdividido em cinco etapas especificadas a seguir:

Etapa 1: Localização do problema.

Reconhecimento adequado de qualquer problema, delimitando seu campo de

atuação e especificando-o para os envolvidos. Qualquer problema é acompanhado

por duas causas principais, a causa do problema e a contramedida a ser tomada.

Etapa 2: Estabelecer meta.

O problema será sempre a meta não inteirada, sendo a diferença entre o

resultado atual e um valor desejado nomeado como meta. E toda meta a ser

estabelecida precisará sempre ser implantada em três partes: objetivo gerencial,

prazo e valor, a fim de se obter um conceito completo do termo meta (CAMPOS, 1996,

p.45).

Etapa 3: Análise do fenômeno.

A exploração das características do problema inicia-se com o estudo do

problema sob vários cenários, como:

Tempo: resoluções diferentes em períodos diferentes;

Local: resultados diferentes em partes diferentes;

Tipo: resultados diferentes dependendo do produto;

Sintoma: resultados diferentes se o problema tiver foco no produto.

Etapa 4: Análise do processo (causas).

Representa a identificação e priorização das causas relacionadas ao problema

estudado, que deve ser efetuado de maneira democrática e participativa.

Etapa 5: Elaborar plano de ação.

As elaborações do plano de ação colocam o gerenciamento em movimento.

Esse mecanismo permite a ação concreta no gerenciamento, atribuindo as

responsabilidades para os envolvidos no plano.

Page 22: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

21

Meireles (2001) mostra cada etapa desdobrada, ressaltando que há um uso

amplo e variado para as ferramentas. Ressalta que os processos não existem apenas

para investigar as características do problema mas também ajudam a identificá-lo,

analisando a causa.

Ainda segundo Meireles (2001), para a etapa do Planejamento, podem ser

usadas as seguintes ferramentas administrativas:

I. Identificação do problema/desafio:

Brainstorming;

TNG (Técnica nominal de grupo);

Folha de verificação;

Matriz de priorização;

Diagrama de Pareto;

Carta de capacidade de processo;

Carta de controle.

II. Para investigar as características do problema:

Carta de tendência;

Histograma;

Estratificação.

III. Analisar as causas do problema:

Diagrama causa-efeito;

Matriz de definição de causa;

Diagrama de dispersão.

IV. Planejar e desdobrar o projeto

Planilha 5W2H;

Diagrama PERT/CPM.

Campos (1996) observa que, para uma estruturação do plano de ação, deve-

se usar o método da planilha 5W2H, como citado também por Meireles (2001), o que

consiste em elaborar o plano de ação, baseando-se nas setes perguntas que irão

definir e delimitar a estrutura do plano.

A ferramenta 5W2H divide-se em 7 etapas, segundo Melo (2001),

especificadas a seguir:

What (O quê?) – O que será executado, contendo a explicação da ação.

Who (Quem?) – Quem será responsável pela ação.

Page 23: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

22

Where (Onde?) – Onde será executada a ação.

When (Quando?) – Quando será executada a ação.

Why (Por quê?) – Justificando a ação.

How (Como?) – Detalhando como será executada.

How Much (Quanto Custa?) – Detalhando quanto custará à ação.

A figura 4 exemplifica o modelo de plano de ação da ferramenta 5W2H.

Figura 4: Modelo de Plano de ação utilizando a ferramenta 5W2H

Fonte: Dicas da Qualidade (2016).

b) Do (executar)

Após o planejamento, a próxima etapa é Do, tendo como melhor tradução o

termo executar.

Segundo Andrade (2003), após serem todos os objetivos e metas propostos na

etapa anterior, adequadamente formalizados em um plano de ação, esses devem ser

postos em prática, de acordo com a forma de trabalho da organização.

Badiru e Ayeni (1993) observam que só será possível realizar esta etapa se

houver um plano de ação bem elaborado. Caso o plano de ação não seja colocado

em prática, também não atingirá seu objetivo, mesmo que esteja bem estruturado. A

etapa Do permite que o plano de ação seja realizado de modo gradativo, estruturado,

permitindo maior efetividade nas medidas a serem tomadas.

Campos (2001) subdivide essa etapa em duas partes para que se consiga a

eficiência desejada. Sendo assim, passa a existir a parte de Treinamento e a parte de

Execução.

Na parte referente ao Treinamento, a organização deverá fazer toda a

divulgação do plano de ação aos trabalhadores envolvidos, fazendo ser necessária a

análise de todas as ações e designando quais os membros envolvidos para cada

ação, para que possam ser executadas da melhor forma possível. Observa-se que

Campos (2001) difere de Pacheco et al 2012, na medida em que considera o

Page 24: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

23

treinamento como parte da implementação do planejamento e não como

planejamento em si. Optou-se pela visão de Campos (2001) neste trabalho, já que se

considera aqui que o treinamento é uma ação de execução do plano.

A segunda sub etapa refere-se à parte da Execução, que representa a

aplicação do plano de ação proposto. O plano de ação poderá ser executado após

verificar que todos os envolvidos estão cientes de suas tarefas. Para isso, deverão ser

feitas verificações periódicas referentes à execução do plano, realizando um

monitoramento para que não haja possíveis dúvidas na execução. As ações

efetivadas, tendo resultados positivos ou negativos, devem ser registradas, com

datas, para que se possa dar prosseguimento para a próxima etapa do PDCA

(CAMPOS, 2001).

Andrade (2003) ressalta que todas as ações relacionadas a treinamento da

equipe são prioridades, tendo que ser executadas em primeiro plano, pois um

funcionário sem treinamento dificilmente executará o plano de ação com eficácia.

Na mesma linha, Souza e Demétrio (2012) observam que a fase Do tem como

objetivo a prática, por isso é necessário oferecer treinamentos, para viabilizar a

realização dos procedimentos planejados na fase anterior. No decorrer da fase Do

devem ser coletadas informações que serão aproveitadas na próxima etapa, de

averiguação do cumprimento de metas e objetivos estabelecidos.

c) Check (checar)

A fase Check é a terceira etapa do Ciclo PDCA, sendo classificada como a fase

da verificação dos processos anteriores, mediante as metas definidas e os resultados

alcançados. Segundo Souza e Demétrio (2012), o parecer deve ser embasado em

acontecimentos e informações, e não em sugestões ou percepções.

A fase Checar baseia-se nos resultados das ações resultantes da fase do Plan

(Planejar). Assim, as ações devem ser monitoradas e formalizadas adequadamente

na fase de execução, para que a averiguação dos resultados nesta fase seja realizada

de forma eficaz (ANDRADE, 2003).

Para Badiru e Ayeni (1993), nessa etapa existem algumas questões a serem

levantadas, com o intuito de explorar as ações da fase anterior. Estas questões podem

listadas como:

Qual a eficácia das ações frente aos objetivos iniciais?

Qual o grau de desvio das ações estipuladas inicialmente?

Page 25: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

24

Esses graus de desvios foram aceitáveis e eficazes para se atingir os

objetivos?

O problema que foi detectado pode ser superado?

As ações tomadas foram eficazes o suficiente para se estabelecer um

padrão?

Melo (2001) diz que, para que esta etapa seja analisada de forma eficaz e

ordenada, deve-se subdividi-la em três passos para sustentar uma confirmação

efetiva da ação:

Passo 1: Comparação dos resultados;

Passo 2: Listagem dos efeitos secundários;

Passo 3: Verificação da continuidade ou do problema.

Para o passo de comparação dos resultados, é necessário usar as informações

coletadas antes e após a efetivação das ações da fase anterior, com o intuito de

verificar a eficiência das ações e o nível de redução de resultados indesejáveis

(MELO, 2001).

Para o segundo passo, precisa-se compreender a listagem dos efeitos

secundários, podendo provocar efeitos positivos ou negativos na ação proposta na

fase anterior, sendo de responsabilidade da organização tomar providências com

relação aos efeitos (MELO, 2001).

A verificação da continuidade do problema é o terceiro e último passo. Quando

o resultado é satisfatório, da forma que a organização espera, precisa ser verificado

se todas as ações planejadas foram implementadas de acordo com o plano inicial.

Caso a resposta seja negativa, e os efeitos indesejáveis continuem acontecendo,

significa que a solução foi falha. Neste caso, o Ciclo PDCA deve recomeçar, para que

achem novas soluções para os problemas apontados no começo do Ciclo, e eles

realmente se solucionem (MELO, 2001).

d) Act (agir corretivamente)

Segundo Melo (2001), a quarta fase do Ciclo PDCA é o Act (Agir). Esta última

fase, agir corretivamente, é dependente de todas as ações das fases anteriores. Neste

caso, é necessário o monitoramento e descrição de todas as ações de forma regular

para que as questões possam ser realizadas de maneira mais eficaz possível.

Page 26: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

25

Para Bandiru e Ayeni (1993), as ações desta fase devem ser fundamentadas

nos resultados positivos alcançados na fase Check, com a expectativa de uniformizar

as ações para que possam ser usadas em situações similares.

Após checar se as metas estabelecidas na etapa de planejamento foram

atingidas, deve-se agir corretivamente, diagnosticando as causas dos problemas

encontrados, com a finalidade de prevenir para não que voltem a acontecer. Caso as

metas tenham sido atingidas, reconfigura-se o planejamento para novas metas.

Conforme ilustra a figura 3, após completar todas as fases, o ciclo deve ser

girado sistematicamente. Assim, após cada volta, as falhas devem ser corrigidas, a

fim de que, determinados erros já verificados, não venham a se repetir, buscando a

melhoria contínua do processo.

Simioli (2013) explica que a análise dos dados dos processos pode ser feita

também por meio de benchmarking, ou seja, comparações internas ou externas sobre

as causas e os efeitos entre os indicadores.

Para a implementação eficaz do Ciclo PDCA, é necessário não somente o

envolvimento gerencial; faz-se necessário também o envolvimento da organização

como um todo, dada a abordagem sistêmica do mesmo (AGUIAR, 2006 apud

RODRIGUES; ESTIVALETE; LEMOS, 2008, p. 3-4).

A última etapa do Ciclo PDCA é a fase na qual é deflagrada a necessidade de

começar um dos processos de grande importância e também muito discutido nas

organizações: o processo de Melhoria Contínua. A partir do momento em que a

organização se propõe a obter seus padrões de excelência, os mesmos irão sofrer

constantes mudanças, com o intuito de melhorá-los cada vez mais, na busca de

manter a competitividade baseada nestes padrões (ANDRADE, 2003).

2.4 PDCA NA GESTÃO PÚBLICA

Para iniciar a discussão sobre o Ciclo PDCA na Gestão Pública, é necessário

entender um pouco sobre o conceito de Administração Pública. Para Salm e

Menegasso (2009), a definição de Administração Pública é:

um conjunto de conhecimentos e de estratégias em ação para prover os serviços públicos – bem comum – para o ser humano, considerado em suas múltiplas dimensões e como cidadão partícipe de uma sociedade multicêntrica articulada politicamente (SALM; MENEGASSO, 2009, p. 98).

Page 27: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

26

Para Oliveira (2013), a Administração Pública é um processo estruturado

composto por planejamento, organização, orientação, execução, avaliação e

aprimoramento das atividades públicas, que tem como objetivo atender as

necessidades dos cidadãos da comunidade. O autor observa que os termos

básicos de seu conceito precisam ter um cronograma lógico em cada uma de suas

fases.

Coelho (2012) cita os principais princípios que regem a Administração

Pública Brasileira, frutos da Constituição de 1988, que são:

Legalidade;

Impessoalidade;

Moralidade;

Publicidade.

Porém, em 1998, Coelho (2012) menciona que, por meio da Emenda

Constitucional nº 19, foi criado mais um princípio para Administração Pública: a

eficiência. Este princípio aponta para a racionalidade econômica do andamento da

Administração Pública. Assim, seu maior interesse não é apenas usar os tributos

pagos pelos cidadãos de forma legal, impessoal, moral e pública, mas também de

forma eficiente, apresentando melhor custo-benefício e qualidade.

Luciardo et. al. 2014 fazem uma ligação da Administração Pública com cada

processo do Ciclo PDCA, explicando como o ciclo pode contribuir para a busca da

Gestão da Qualidade Total na Administração Pública. Os autores afirmam ainda que

é essencial desenvolver um referencial sobre a Gestão da Qualidade Total em

ambientes públicos, caracterizando-se como algo positivo e utilizável.

Com a visão de Oliveira (2014) e Salm e Menegasso (2009), é possível

entender a grande importância que a Administração Pública tem para a população, já

que a grande maioria da coletividade depende de uma boa Gestão Pública para uma

qualidade de vida melhor.

Mesmo que a visão do gestor público aponte para outra direção, a essência da

ciência administrativa compara-o com o gestor de iniciativa privada (ALBARELLO,

2006). Segundo Cardoso, Freitas e Freitas Neto (2014), desde 1990, foi criado o

Subprograma de Qualidade e Produtividade da Administração Pública, pelo qual o

Governo Federal vem implantando programas de qualidade e produtividade nas

Page 28: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

27

entidades públicas. Os autores ainda citam que um dos maiores objetivos com a

implantação dos programas é a melhoria de qualidade dos serviços prestados para

os cidadãos e o aumento de competitividade com os outros países na melhoria

contínua.

Ainda que o Ciclo PDCA seja um processo que consiga ser encaixado com

certa facilidade administrativa nas organizações, porém para a gestão pública, fica um

pouco mais complexo, pois esta apresenta diversas diferenças quando comparada à

gestão das empresas privadas, como legislações, interferência pública, barreiras

culturais, particularidades estratégicas, objetivos, motivação e remuneração do

quadro de pessoal, ou, até mesmo, apresenta implicações nos períodos eleitorais

(ALBARELLO, 2006).

Segundo Cruz (2006) o setor público em diversas ocasiões é sub-financiado, contribuindo para gerar escassez de recursos financeiros e os gestores passam a utilizar isso como justificativa para a ineficiência, pela falta de recursos financeiros e pela má qualidade dos serviços. Porém, nem sempre realizam um planejamento que considera a avaliação custo/benefício e suas implicações futuras. Em muitas situações é possível melhorar sem agregar custos, o esforço está apenas em organizar Indicadores, medidas de resultado ajudam muito. (ALBARELLO, 2006, p. 3-4).

Para Albarello (2006), em alguns casos, os gestores públicos entendem a

importância do Ciclo PDCA, e, no decorrer da mudança de alguns métodos, vêm

otimizando os resultados da gestão. No entanto, ainda existe a falta de interesse neste

processo, devido aos “esquemas”, entre outras barbaridades. Consequentemente,

uma parcela do PIB é desviado por corrupção, ao invés de ser usado em prol do

desenvolvimento do país, dificultando não só a implementação do Ciclo PDCA, como

o desenvolvimento de diversas políticas que necessitam de recursos.

Esta breve análise aponta que a implementação do Ciclo PDCA na gestão

pública pode encontrar diversos empecilhos. De acordo com Albarello (2006), para

uma implementação eficaz, é necessário comprometimento e conhecimento do Ciclo

PDCA pelos gestores públicos.

Page 29: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

28

3 PROPOSTA DE MELHORIA

A CAEv está diretamente vinculada a Pró-reitora de Extensão (ProEx), sendo

um setor que presta assistência às demandas da ProEx. Na análise dos processos,

observou-se que, por mais que exista um documento com as atribuições do setor,

ainda existem atividades que são executadas e não são formalizadas pela

Coordenadoria de Extensão.

A entrevista com a coordenadora da CAEv possibilitou o conhecimento sobre

as competências da coordenação do setor. Entretanto, não há um documento formal

que descreva as atribuições da coordenação da CAEv, assim como não há um

documento formal que descreva as atribuições do estagiário. Os documentos

utilizados para a descrição das funções do técnico do audiovisual e do assistente

administrativo foram os editais de concurso público dos cargos. Internamente, na

CAEv, não há descrição formal dos cargos.

Outro problema observado foi a falta de concordância do documento formal das

atribuições dos cargos por edital de concurso ou seleção, e as atividades realmente

realizadas pelos funcionários.

No quadro abaixo, são descritas as funções dos funcionários. A coluna

descrição por edital representa a descrição documental, ou seja, a prescrição das

funções a serem executadas presentes em documentos formais da universidade. A

coluna descrição interna descreve as tarefas que são realizadas, baseadas em

observação direta do trabalho dos funcionários. As funções do técnico administrativo

e da coordenadora foram validadas por eles. As funções do técnico de audiovisual

forma feitas por observação, mas não foram validadas, sendo esta uma limitação da

pesquisa.

Page 30: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

29

Quadro 1: Descrição de funções funcionários

Cargo Descrição por edital

Descrição interna

Coordenação Não existe documento formal que descreva sua função.

Formular e propor ao CoEx, propostas de Editais de Apoio a Eventos Acadêmicos;

Analisar e emitir pareceres técnicos sobre as propostas e relatórios de atividades de extensão vinculados aos Editais de Apoio a Eventos Acadêmicos da ProEx;

Presidir reuniões com a CoAEv e encaminhar os pareceres da Comissão nas propostas de Eventos vinculadas aos Editais de Eventos;

Deliberar sobre a aprovação de propostas de eventos vinculadas a Programas de Extensão, considerando os pareceres de membros do CoEx;

Encaminhar todas as propostas de Eventos Acadêmicos não vinculadas a Programas de Extensão e todos os relatórios de Eventos Acadêmicos para deliberação da CAEx e do CoEx;

Realizar reuniões com os proponentes cujos eventos Acadêmicos foram contemplados por Editais de Eventos Acadêmicos da ProEx e com os proponentes de demais eventos, quando solicitado;

Apoiar os eventos acadêmicos da UFSCar;

Gerenciar os recursos concedidos aos projetos aprovados por meio de Editais de Apoio a Eventos Acadêmicos;

Apoiar os eventos acadêmicos da UFSCar;

Gerenciar o agendamento de uso dos espaços de abrangência da CAEv;

Cumprir e fazer cumprir as normas estabelecidas pela CAEv, pela ProEx, pelo CoEx e pelos demais órgãos ou colegiados superiores da administração da Universidade, bem como a legislação vigente;

Gerenciar a estrutura e o funcionamento dos espaços de abrangência da CAEv;

Participar de reuniões do Conselho de Extensão e de sua Câmara de Atividades de Extensão;

Coordenar e supervisionar as atividades desenvolvidas pelos membros da equipe da Coordenadoria;

Gerenciar os recursos próprios da Coordenadoria, desde a sua captação até seu consumo;

Outras competências previstas no Regimento Geral da Extensão, com aprovação prévia do Conselho de Extensão.

Page 31: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

30

Cargo Descrição por edital

Descrição interna

Assistente Administrativo

Dar suporte administrativo e técnico nos vários ambientes organizacionais da Instituição;

Atender usuários, fornecendo e recebendo informações;

Tratar de documentos variados, cumprindo todo o procedimento necessário referente aos mesmos;

Preparar relatórios e planilhas;

Utilizar recursos de informática e ferramentas computacionais; assessorar nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Acompanhar a tramitação das propostas de Eventos acadêmicos no sistema proexweb;

Dar suporte aos coordenadores de Eventos, quando necessário;

Avaliar e processar solicitações de compras e serviços dos Eventos Acadêmicos, contemplados com recursos de Edital de Eventos Acadêmicos - ProEx;

Auxiliar e assessorar na elaboração e acompanhamento dos Editais de Eventos acadêmicos;

Fazer relatório de utilização dos espaços;

Manter organizado e atualizado os arquivos;

Efetuar solicitação de compras e materiais de almoxarifado, quando necessário;

Atender ao público em geral, averiguando suas necessidades;

Fazer agendamento dos espaços administrados pela CAEv, atualizando agenda eletrônica;

Atender as necessidades administrativas dos eventos que ocorrem nos espaços administrados pela CAEv;

Cumprir e fazer cumprir as normas e regulamentos da coordenadoria;

Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade.

Técnico Audiovisual

Montar, instalar e testar equipamentos audiovisuais, tais como sonorização, projetores analógicos e digitais de vídeo, computadores, DVD players, e similares dando suporte técnico durante as atividades;

Colaborar na produção de material didático, pesquisa e extensão que necessitar de recursos audiovisuais;

Manter e conservar os equipamentos sob sua responsabilidade;

Executar pequenos trabalhos de manutenção de equipamentos de imagem e som;

Controlar a circulação dos equipamentos registrando sua movimentação em fichário apropriado;

Gerenciar a estrutura e o funcionamento dos espaços de abrangência da CAEv;

Montar, instalar e testar equipamentos audiovisuais, tais como sonorização, projetores analógicos e digitais de vídeo, computadores, DVD players, e similares dando suporte técnico durante as atividades;

Executar pequenos trabalhos de manutenção de equipamentos de imagem e som;

Atender ao público que solicita apoio nos espaços ligados a CAEv.

Page 32: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

31

Cargo Descrição por edital

Descrição interna

Informatizar arquivos de imagem e som;

Realizar a captura, edição e pós-produção de conteúdos audiovisuais em suportes digitais;

Atender ao público em geral;

Utilizar recursos de informática, incluindo transmissão audiovisual ao vivo por meio da Internet (streamming);

Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade associadas ao ambiente organizacional.

Estagiário Não existe documento formal que descreve sua função.

Fazer o pré-agendamento via telefone e repassar para agenda de papel;

Agendar os eventos da agenda de papel para o sistema;

Receber ofícios de confirmações de eventos;

Confirmar recebimento de ofícios via sistema interno;

Emitir um comunicado para a portaria terceirizada descrevendo o evento que será realizado;

Receber documentos em geral internos;

Dar entrada e saída de ofícios.

Fonte: Elaboração da autora (2017)

Analisando o quadro acima, não se verificam atividades realizadas que tenham

significativa diferença entre as tarefas prescritas, nos casos do técnico de audiovisual

e do assistente administrativo.

Quanto aos outros cargos falta de documentos com descrição funcional pode

ocasionar desvio de funções e acabar prejudicando o desenvolvimento do trabalho e

causando desmotivação, além do risco de problemas na justiça do trabalho.

Outra questão identificada foi a ausência de atribuições da CAev. Não há no

organograma da Pró-Reitoria de Extensão uma descrição formal da CAEv, e do seu

papel institucional. Em concordância com Oliveira (2013), quando cita a importância

para a consolidação organizacional a existência de clareza das atribuições e

responsabilidades dos setores, torna-se fundamental à CAEv ter suas atribuições e

Page 33: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

32

responsabilidades de acordo com um documento formal, assegurando-se que terá o

devido desempenho e eficácia em seu serviço prestado.

Outro problema identificado e analisado na CAEv se caracteriza basicamente

pela repetitividade de procedimentos no agendamento dos espaços. Para o

agendamento dos eventos nos espaços, são realizadas cinco etapas muito parecidas,

repetindo o mesmo registro em vários lugares diferentes.

Na primeira etapa do agendamento, o solicitante faz o pré-agendamento por

telefone, a estagiária repassa isso para uma agenda de papel, na qual descreve o

nome do evento, solicitante, horário, telefone e e-mail.

Na segunda etapa, as informações são registradas no sistema de

agendamento eletrônico (um site específico) que disponibiliza estas informações

apenas para estagiário, assistente administrativo, técnicos audiovisuais e

coordenadora, ou seja, internamente à CAEv, ilustrado na figura 5.

Figura 5: Capa do sistema de agendamento eletrônico da CAEv

Fonte: UFSCar (2017a).

A terceira etapa é a confirmação, por parte do solicitante, de que o evento

realmente vai acontecer. Neste sentido, é enviado um ofício por malote, ou entregue

pessoalmente pelo setor ou pessoa física solicitante. Nessa etapa, a confirmação é

passada para a agenda de papel e para a agenda eletrônica.

Na quarta etapa, o funcionário responsável pelo agendamento deve emitir um

comunicado (numerado para controle), destinado ao zelador do espaço (funcionário

terceirizado), descrevendo o evento, com as informações: espaço a ser utilizado, data,

horário de início e término, responsável solicitante.

Page 34: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

33

A quinta e última etapa realizada neste processo de agendamento consiste no

zelador da empresa terceirizada fazer a devolução do comunicado emitido pela CAEv.

No comunicado há um espaço para anotações de confirmação de seu acontecimento

ou não, que é preenchido pelo zelador. Essa devolução é feita para que o evento seja

registrado na planilha do Excel, para o controle e registro do evento, e também há

espaço para registro de alguma ocorrência, problema no espaço ou até mesmo se o

solicitante não compareceu. Após o registro na planilha de Excel, o comunicado é

arquivado.

Tendo em vista a repetitividade de procedimentos no agendamento de

espaços, pode-se observar um alto risco de falha.

Um problema que pode ser apontado é a falha na comunicação entre os

funcionários da CAEv e os funcionários da empresa terceirizada. Já ocorreram alguns

casos de falha de comunicação na agenda dos espaços. Como os zeladores só tem

acesso aos comunicados físicos enviados pela CAEv, já aconteceu de agendamentos

serem cancelados e o zelador não ser avisado, e também agendamentos de eventos

que o zelador não ficou sabendo.

A solução proposta para melhoria da comunicação é que este agendamento

seja apenas no sistema e que haja um acesso específico aos funcionários da empresa

terceirizada, podendo ter acesso a informações atualizadas do calendário dos eventos

agendados.

Fonseca e Miyake (2006) afirmam que o PDCA é um método de tomada de

decisões para resolução de problemas organizacionais. Neste sentido, propõe-se

seguir as etapas do PDCA para a gestão da CAEv.

PLAN (planejar):

A proposta de melhoria se baseia na teoria de Campos (1996) e Melo (2001)

que subdividem o planejamento do Ciclo PDCA em cinco etapas para que consiga

atender os objetivos:

Etapa 1- A identificação do problema: realizar um diagnóstico aprofundado e

identificar mais falhas de gestão que precisam ser aprimoradas, concordâncias nos

documentos formais e informais, atribuições de cada funcionário da CAEv, delimitando

o campo de atuação da CAEv e de cada funcionário.

Etapa 2- Estabelecer uma meta sobre a primeira fase: a reformulação dos

documentos descritos, nos quais as especificações de funções sejam coerentes com

Page 35: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

34

os trabalhos reais, estabelecendo uma meta para ser escrito e aprovado por todos os

envolvidos na aplicação do Ciclo PDCA.

Etapa 3 – Análise do fenômeno: estudar o problema sob vários cenários.

Tempo: construir um cronograma no qual serão propostas ações em cada

período, especialmente o estudo funcional de cada trabalhador do setor.

Tipo: Resultados diferentes para cada problema encontrado, designando

devidamente as funções dos trabalhadores, e otimizando a gestão

deprocedimentos;

Etapa 4 – Análise dos processos: priorizando a otimização de todos os

procedimentos de forma que os funcionários da CAEv estejam satisfeitos e

motivados a exercer suas atividades de trabalho.

Etapa 5 – Elaborar plano de ação: colocar em prática o planejamento, já com

o diagnóstico apontando problemas a serem solucionados; formalizar as funções e

dividir adequadamente as atividades, repassando a responsabilidade para os

funcionários envolvidos no plano.

DO (executar):

Terminado todo o plano de ação, passa-se para a segunda fase do Ciclo PDCA,

a fase Do. Depois de estruturado o plano de ação, pode-se subdividir a próxima fase

em duas subetapas: o Treinamento e a Execução, segundo Campos (2001).

A primeira parte será o Treinamento, no qual a CAEv divulgará todo o plano de

ação envolvendo cada funcionário em suas respectivas tarefas, para que possam ser

executadas da melhor forma possível.

A segunda parte será a Execução, representando a aplicação do plano de

ação, podendo ser executada após ter a certeza de que cada funcionário está de

acordo com suas funções, fazendo com que a coordenação faça verificações

periódicas referentes ao plano, para que não haja dúvidas sobre a execução.

CHECK (checar):

Na terceira fase da aplicação do Ciclo PDCA, serão propostos alguns

questionamentos sobre o plano de ação que, segundo Badiru e Yeni (1993), tem o

intuito de exploração das ações da fase anterior:

Qual a eficácia das ações frente aos objetivos iniciais?

Qual o grau de desvio das ações estipuladas inicialmente?

Esses graus foram aceitáveis e eficazes para se atingir os objetivos?

Page 36: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

35

Os problemas que foram detectados podem ser superados?

As ações tomadas foram eficazes o suficiente para se estabelecer um

padrão?

Se as respostas forem positivas para as perguntas, pode-se passar para última

fase, pois o plano de ação está sendo eficaz, e está atingindo seu objetivo.

ACT (agir):

Na última fase, será analisado se todo o plano condiz com os objetivos

propostos na fase Plan e se todas as outras fases cumpriram com o plano de ação, e

se as respostas forem positivas, o Ciclo volta a se repetir para garantir que o trabalho

seguirá da mesma forma, e buscando sempre a melhoria do Plano de ação.

Para eliminação de retrabalho e otimização do procedimento de agendamento

propõe-se que haja uma informatização do agendamento, com um sistema de gestão

de agendamento específico, aplicando-se o PDCA também no setor de agendamento.

Como o problema de retrabalho foi identificado adequadamente, propõe-se o seguinte

plano de ação para este sistema a ser construído:

O solicitante deve acessar o sistema de gestão de espaços localizado no

sistema ProExWeb (ou naquele que venha a ser utilizado em sua

substituição) ou no sistema SAGUI;

O solicitante verifica se o espaço de seu interesse está disponível na data e

horário de sua preferência;

O solicitante informará, de uma lista pré-definida de tipos de eventos

possíveis de serem realizados nos espaços sob gestão da CAEv, qual é o tipo

de evento a ser realizado;

Na sequência o solicitante, seguindo as instruções em tela, irá pré-reservar

cada um dos espaços de seu interesse no dia e horário de sua preferência,

desde que estejam disponíveis;

Ao final do processo de reserva, o sistema de gestão de espaços emitirá:

1) E-mail ao solicitante confirmando a pré-reserva do espaço na data e

horário registrado;

2) E-mail à CAEv, com cópia da solicitação, indicando a necessidade de

moderação da solicitação e aprovação da pré-reserva;

3) Um oficio, em duas vias, pré-formatado em papel timbrado, contendo o

ofício de confirmação da pré-reserva para cada um do espaço na data e horário

Page 37: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

36

registrado, arquivo este que deverá ser impresso e submetido à CAEv para

confirmação da pré-reserva;

O solicitante enviará à CAEv o ofício acima impresso em duas vias, obtido do

arquivo fornecido pelo sistema, no qual consta claramente a

responsabilização do solicitante pelo uso do espaço.

A secretaria da CAEv recebe por malote, ou pessoalmente, as duas vias

assinadas do ofício de reserva impressos do sistema;

O membro da equipe da CAEv acessa a área de moderação de reservas no

sistema de gestão de espaços;

Utilizando o “número da reserva”, número auxiliar que estará disponível no

sistema de gestão de espaços e no ofício de confirmação recebido pela

CAEv, o membro da equipe da CAEv localiza a pré-reserva;

Considerando as informações constantes do ofício, que são as mesmas

registradas no sistema, o(a) membro da equipe da CAEv autoriza ou não o

uso do espaços solicitados

Após essa verificação, estando o ofício impresso adequadamente, estando os

dados da solicitação corretos e não havendo conflitos de nenhuma espécie

nas datas e horários solicitados para os espaços requeridos, o membro da

equipe da CAEv confirma a pré-reserva, que passa a se tornar uma reserva

confirmada;

Quando a reserva é confirmada, o sistema de gestão de espaços emitirá:

1) E-mail ao solicitante confirmando a reserva do espaço na data e horário;

No e-mail encaminhado ao solicitante constará informações relativas à necessidade de cancelamento da reserva que não forem mais necessárias;

Quando o membro da equipe da CAEv confirma a reserva do espaço sob sua

administração para determinado evento, o sistema de gestão de espaços gera

um arquivo substituindo o comunicado com as informações necessárias para

a portaria terceirizada da CAEv;

O membro da equipe da CAEv certifica-se de que todos os comunicados

sejam entregues à zeladoria da CAEv em tempo hábil para a sua utilização;

A zeladoria da CAEv avalia, ao final do evento, se as condições gerais do

espaço utilizado estão aceitáveis após a sua utilização;

Page 38: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

37

O comunicado é digitado via sistema, caso haja ocorrência no evento

realizado no espaço;

Tendo em vista que o problema foi identificado e o plano de ação está pronto,

e todos os envolvidos com os processos estão de acordo, começa-se a próxima etapa

do Ciclo PDCA.

A segunda etapa começara com a comunicação via site garantindo que a parte

interna da UFSCar esteja de acordo com o novo sistema de agendamento. A CAEv

fará revisões periódicas em seu sistema, para ter a certeza de que não haja falhas

nos agendamentos.

A terceira etapa é a checagem de que o sistema está sendo eficiente como

proposto, diminuindo a repetitividade dos procedimentos, se houver dificuldades em

terceiros com o uso do sistema, se é possível de alguma forma facilitar para que seja

acessível a todos, e se a pergunta anterior obtiver respostas positivas, a próxima fase

poderá ser executada.

A quarta fase do Ciclo PDCA será analisar todas as fases anteriores para que

se houver algum erro, possa ser corrigido e aprimorado, e se repetir, buscar sempre

a melhoria do uso e trabalho dos funcionários da CAEv.

A aplicação do Ciclo PDCA pode melhorar o desempenho nos processos,.

Entretanto, na administração públicaainda são poucas as experiências, pois

historicamente existe uma acomodação no setor da gestão pública, que não investe

em mudanças inovadoras com frequência. Esta é uma limitação do ciclo PDCA na

prática da gestão pública, pois não há uma visão do quanto essa prática poderia

aperfeiçoar e diminuir as repetições nas ações do dia-á-dia.

Page 39: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

38

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Ciclo PDCA, conhecido por sua maneira de buscar a Melhoria Continua,

assim como seu nome já diz, é um ciclo que pode possibilitar uma melhoria nos

processos e procedimentos. Por trabalhar com a normatização do quadro de Plano de

Ação, o PDCA tende a cair em uma resolução de problemas organizacionais.

Esse processo é de suma importância, porque apesar dos esforços de órgãos

responsáveis em planejar e executar ações nas organizações, pode haver

incongruências em diversos setores. O PDCA permite simplificar uma realidade por

vezes mais complexa.

O presente trabalho, realizado no órgão CAEv, mostrou a problemática na

redundância nos procedimentos e na ausência de cargos e funções definidos de

acordo com os documentos formais. A pesquisa destacou a possiblidade de

ocorrência de conflitos em: atividades, eventos, simples propostas e trabalhos de

longo e médio prazo, na medida em que há ausência de formalização de atividades.

Também é possível apontar o potencial do PDCA na promoção da

sistematização de procedimentos organizacionais. Comumente, para essa supressão

de diferenças nas organizações, inicia-se um planejamento inicialmente com um

diagnóstico, ou seja, é entender o fator emergente.

O passo-a-passo do PDCA permite definir os papéis, as normas e os valores

e, desta maneira, definem e norteiam o funcionamento da organização. Propõe-se a

execução de uma nova reformulação de documentos formais e a construção de um

plano de ação pois onde estabelecendo papéis pode-se criar o plano de ação para

ser desenvolvido e apresentado. A terceira fase é de verificação, entendendo-se que

as ações realizadas foram eficazes para estabelecer um novo padrão, e a última fase,

colocar em prática o novo planejamento, assim conseguindo manter uma

produtividade e, tornando possível atingir o objetivo da instituição.

.A identificação de problemas na gestão e as propostas de melhoria permitem

concluir que os objetivos da pesquisa foram atingidos, embora com algumas

limitações, como a validação de parte da observação direta das funções de trabalho,

pouco tempo para conseguir aprofundar mais propostas de resolução de problemas e

uma certa resistência por parte de alguns funcionários do setor em contribuir.

Page 40: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

39

Portanto, observa-se que para melhoria dos processos aqui estudados faz-se

necessário superar a visão simplificada e excessivamente tecnicista dos problemas

em questão, levando em consideração o discurso sobre a realidade social, individual

e institucional apresentados. Mostrando que ambientes de trabalhos pequenos e com

histórico sem registro formal podem usufruir de melhorias, não só meios produtivos

ou de larga escala, mas também no setor público.

Page 41: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

40

REFERÊNCIAS

ANDRADE, F. F. O Método de Melhorias PDCA. São Paulo, Universidade de São

Paulo, 2003. ALBARELLO, C. B. O papel do administrador na gestão pública. Revista de Administração p-49. 2013. Disponível em <

http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadeadm/article/view/878> Acesso em: 08 set. 2016. BADIRU, A. B; AYENI, B. J. Practitioner’s guide to quality and process improvement. London: Chapman & Hall, 1993. CARDOSO R. R; FREITAS A. L. P; NETO M. M. F. Proposta de emprego no Ciclo PDCA e de ferramentas da qualidade na melhoria continua do sistema de Gestão de uma Instituição Publica de Ensino. X Congresso Nacional de Excelência em Gestão. 8 e 09 de agosto de 2014. Disponível em:

http://www.inovarse.org/sites/default/files/T14_0359_9.pdf. Acesso em: 15.abr.2016. CAMPOS, V. F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. Belo Horizonte: Editora de desenvolvimento Gerencial 2001. ______________. Gerenciamento pelas diretrizes. Belo Horizonte: Fundação

Chistiano Ottoni Escola de Engenharia da UFMG 1996 _____________. TQC: Controle da Qualidade Total (no Estilo Japonês). 2ª. ed. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1992. (Rio de Janeiro; Bloch Ed.) CARVALHO, M. M. ; PALADINI, E.P. Gestão da qualidade-Teoria e casos, v. 2,

2012. CLARK, A. B. How managers can use the Shewhart PDCA Cycle to get better results. Houston: Jesse H. Jones Scholl of Business–Texas Southern University.

2001. COELHO, R. C. O público e o privado na gestão pública. Florianópolis: Departamento de ciências da administração/UFSC. 2012. COLTRO, A. A gestão da qualidade total e as suas influências na competitividade empresarial. São Paulo, 1996. Disponível em <http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C02-art04.pdf> Acesso em 12.abr.2016. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. São Paulo: Marques Saraiva, 1990.

Page 42: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

41

DICAS DA QUALIDADE. 5W2H. Disponível em:

<https://dicasdaqualidade.wordpress.com/2011/10/28/5w2h/>. Acesso em 12.abr.2016. FONSECA, A. V. M. ; MIYAKE, D. I. Uma análise sobre o Ciclo PDCA como um método para solução de problemas da qualidade. Fortaleza, 2006. Disponível em <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR470319_8411.pdf> Acesso em 12.abr.2016. GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de administração de empresas, 35(2), 57-63. 1995. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n2/a08v35n2.pdf> Acesso em 03.abr.2017. LONGO, R. M. J. Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos Básicos

e Aplicação na Educação. Brasília, Ipea 1996. Disponível em <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_0397.pdf>. Acesso em 12.abr.2016. LUCIARDO, R. O.; REINALDO, I. A.; SANTOS, I. C.; SILVA, L. B. Inovação na Administração Pública: o Programa de Modernização da Administração Financeira no Estado de Mato Grosso Quinze Anos Depois. Revista de Estudos Sociais, 16(32), 23-44. 2014. Disponível em <

http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/res/article/view/2116/pdf>. Acesso em 06. jun.2017. MEIRELES, M. Ferramentas administrativas para identificar observar e analisar problemas (Vol. 2). São Paulo: Arte & Ciência. 2001. MELO, C. P. PDCA Método de melhorias para empresas de manufatura – versão 2.0. Belo Horizonte: Fundação de Desenvolvimento Gerencial, 2001.

NEVES, J. L. . Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de pesquisas em administração, São Paulo, 1(3), 1-5. Disponivel em <http://www.regeusp.com.br/arquivos/C03-art06.pdf> Acesso em 05.abr.2017. OLIVEIRA, O. J. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. Cengage

Learning: São Paulo, 2004. OLIVEIRA, D. D. P. R. Administração de processos: conceito, metodologias e práticas. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2013. PACHECO, A. P. R; SALLES, B. W. ; GARCIA, M. A.; POSSAMAI, O. O ciclo PDCA na gestão do conhecimento: uma abordagem sistêmica. Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina. 2012. Disponível em: <isssbrasil.usp.br/artigos/ana.pdf>. Acesso em 12.abr.2016.

Page 43: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

42

PAULUS, K. R; BONFÁ, M. B. Administração da qualidade total em uma indústria de beneficiamento de couros da região de Cacoal. Revista Saberes. 3ª Ed. janeiro a junho 2014. Disponível em <http://www.fapb.edu.br/media/files/2/2_106.pdf>. Acesso em: 12.abr.2016. RODRIGUES, C. M. C.; ESTIVALETE, V. F. B.; LEMOS, A. C. F. V. A etapa planejamento do ciclo PDCA: um relato de experiências multicascos. Rio de

Janeiro, 2008. Disponível em <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_sto_069_496_12017.pdf> Acesso em 12.abr.2016. SALM, J. F..MENEGASSO, M. E. Os modelos de administração pública como estratégias complementares para a coprodução do bem público. Revista de Ciências da Administração, 11(25), 83. Disponível em http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273520578004. Acesso em 15.maio.2017. SANTOS, J. V. T. A construção da viagem inversa. Cadernos de Sociologia, ensaio sobre a investigação nas ciências sociais. Porto Alegre, v. 3, n. 3, p. 55-88, jan./jul. 1991. SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodología de la investigación. México: McGraw-Hill, 1991. SILVA, A. O.; RORATTO, L.; SERVAT, M. E.; DORNELES, L.; POLACINSKI, E. Gestão da qualidade: aplicação da ferramenta 5w2h como plano de ação para

projeto de abertura de uma empresa. Horizontina, 2013. Disponível em <http://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2013/gestao_de_qualidade.pdf> Acesso em 12.abr.2016. SIMIOLI, E. R. Aplicação de princípios da gestão e ferramentas da qualidade no polo moveleiro de Votuporanga. São Paulo, 2010. Disponível em

<http://www3.unip.br/ensino/pos_graduacao/strictosensu/eng_producao/download/eng_13 0910-ers.pdf>. Acesso em 12.abr.2016. SOUZA. R C.; DEMÉTRIO T. V. (2012). O ciclo PDCA e DMAIC na melhoria do processo produtivo no setor de fundição: um estudo de caso da empresa Deluma Indústria e Comércio Ltda. Disponível em < http://www. engwhere. com.

br/empreiteiros/ciclo_PDCA_e_DMAIC. pdf > Acesso em 10.maio.2017. UFSCar. Universidade Federal de São Carlos. Sistema de Agendamento de Espaços da UFSCar. Disponível em: < http://200.136.207.104/cgi-bin/wxis.exe/> Acesso em: 11.maio.2017. 2017a. ________. Universidade Feral de São Carlos. Disponível em: <http://www2.ufscar.br/a-ufscar/equipe-administrativa> Acesso em: 11.maio.2017. 2017b.

Page 44: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

43

________. Universidade Federal de São Carlos. CAEv: Coordenadoria de Apoio a

Eventos. Disponível em: http://www.caev.ufscar.br/front-page . Acesso em: 13.set.2016. 2016a. ________. Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:

http://www.ufscar.br . Acesso em: 20.set.2016. 2016b. ________. Universidade Federal de São Carlos. Disponível em: http://www.proex.ufscar.br/site/pgs_menu_inicial. Acesso em: 06. set. 2016. 2016c.

________. Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:

<http://www.concursos.ufscar.br/concursos/972/retificacao_do_edital_004_2014.pdf>. Acesso em: Acesso em 10.maio.2017. 2014. ________. Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:

<http://www.concursos.ufscar.br/concursos/828/e.pdf>. Acesso em: Acesso em 10.maio.2017. 2013.

Page 45: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE …ifspsaocarlos.edu.br/portal/arquivos/cursos/TGP/... · Ciclo PDCA. 3. Gestão da qualidade. 4. Gestão pública. 5. Administração

44

APÊNDICE A- Roteiro de entrevista semiestruturada realizada com a coordenadora da CAEv

1 - Existe algum documento formal que mostre suas principais atividades na CAEv?

2 - Se não, descreva suas principais atividades.

3 -Existe algum documento informal descrevendo suas atividades?

4- Como você qualifica a importância das suas atividades para o CAEv?

5- Suas atividades dependem também de outras pessoas? Elas são

complementares?