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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ CAMPUS TERESINA CENTRAL CURSO LICENCIATURA EM MATEMÁTICA ANTONIO KENNEDY LOPES DANTAS MATEMÁTICA RECREATIVA ATRAVÉS DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS TERESINA-PI 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ

CAMPUS TERESINA CENTRAL CURSO LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

ANTONIO KENNEDY LOPES DANTAS

MATEMÁTICA RECREATIVA ATRAVÉS DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS

TERESINA-PI

2017

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ANTONIO KENNEDY LOPES DANTAS

MATEMÁTICA RECREATIVA ATRAVÉS DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso (artigo científico) apresentado como exigência parcial para obtenção do diploma do Curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí. Campus Teresina Central. Orientador: Prof. Ms. Francismar Holanda .

TERESINA-PI

2017

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MATEMÁTICA RECREATIVA ATRAVÉS DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS

ANTONIO KENNEDY LOPES DANTAS *

FRANCISMAR HOLANDA**

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo propor o uso de materiais manipuláveis nas

aulas de matemática, buscando um meio de facilitar o processo de ensino-

aprendizagem. Esse trabalho foi realizado junto aos bolsistas do PIBID (Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência) do curso de Licenciatura em

Matemática do Instituto Federal do Piauí (IFPI), no qual foram desenvolvidas

atividades em sala de aula com educandos do 2°e 3° ano do ensino médio em 2015,

do colégio Estadual Zacarias de Góis – Liceu de Teresina, Piauí. Diante das

dificuldades apresentadas pelos estudantes em compreender as razões

trigonométricas, geometria plana e espacial, e analise combinatória, optou-se por

uma abordagem diferenciada com a utilização de materiais manipuláveis nos quais

foram utilizados vários experimentos e jogos, como por exemplo, o teodolito, teatro

da luz negra com uso das figuras geométricas denominadas Tangram, além de

construções de ciclos trigonométricos, geometria 3D e a utilização da Torre de Hanói

em aulas práticas. A Metodologia adotada nesse trabalho justifica-se nas teorias de

Fiorentini, Miorin e Turrioni. A intenção é demonstrar, de forma aplicada, a utilização

do conteúdo no cotidiano e na prática. Parte-se da teoria para o campo da prática,

utilizando material concreto, reciclável e de baixo custo.

Palavras-Chave: Materiais manipuláveis. Aula prática. Cotidiano.

RECREATIONAL MATHEMAT THROUGH MANIPULATIVE MATERIALS

ANTONIO KENNEDY LOPES DANTAS*

FRANCISMAR HOLANDA**

* Licenciando do curso de Matemática, Instituto Federal do Piauí ( IFPI), campus Teresina central.

Teresina, Piauí, Brasil. Email: [email protected]

** Mestre Professor do Instituto Federal do Piauí ( IFPI), campus Teresina central.

Teresina, Piauí, Brasil. Email: [email protected]

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ABSTRACT

The purpose of this article is to propose the use of manipulative materials in

mathematics classes, seeking a means of facilitating the teaching-learning process.

This work was carried out by fellows PIBID (Institution of Scholarship Initiation

Program) of the degree course in mathematics of the Federal Institute of Piauí

(IFPI), in which were developed activities in the classroom with students of the 2nd

and 3rd year of high school in 2015, the State College Zacarias de Góis – Liceu de

Teresina, Piauí. In view of the difficulties presented by students in understanding the

trigonometric, plane and spatial geometry and combinatorial analysis, a differentiated

approach was adopted with the use of manipulable materials in which several

experiments and games were used, such as the theodolite, Theater of black light with

the use of geometric figures called Tangram, as well as constructions of trigonometric

cycles, 3D geometry and the use of the Tower of Hanoi in practical classes. The

methodology adopted in this work is justified in the theories of Fiorentini, Miorin and

Turrioni. The intention is to demonstrate in an applied way the use of content in daily

life and in practice. It starts from theory to the field of practice, using concrete,

recyclable and low cost materials.

Key words: Handling materials. Practical class. Daily.

INTRODUÇÃO

O uso de Materiais Concretos para ensinar Matemática faz-se presente na

maioria dos atuais congressos onde se discute Educação Matemática, talvez por

esse motivo, formadores de professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e

Ensino Médio, mostram-se bastante preocupados em valorizar a relevância do

material concreto em sala de aula, de utilizar o ‘concreto’ para auxiliar professores e

alunos no processo de ensino-aprendizagem. Quando se busca uma melhor

compreensão das entrelinhas deste discurso, constata-se, na verdade, que o termo

“concreto” aqui utilizado, diz respeito ao uso de materiais manipuláveis. No entanto,

o que se pode observar é que a grande maioria de professores especialistas deixam

de lado ou quase nunca usam materiais manipuláveis no ensino da Matemática, de

maneira tal que o uso destes chega a ser considerado perda de tempo.

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É importante ressaltar que na maioria dos livros didáticos da atualidade

incentiva-se o uso de materiais manipuláveis. Este, talvez, seja o motivo pelo qual os

professores cada vez mais vêm dando importância à sua utilização, além de

incrementar esta ideia em seus discursos. Baseado nestas informações surge as

seguintes indagações: De que forma os livros didáticos incentivam a utilização de

materiais manipuláveis no ensino da Matemática? A utilização destes materiais em

sala de aula é realmente importante? Ao trabalharmos na escola referenciada acima,

percebemos uma grande dificuldade dos estudantes em entender os conceitos e

aplicações da trigonometria na disciplina de Matemática. Os mesmos não

conseguiam alcançar os objetivos propostos em aulas, como localizações de

ângulos, identificação do seno, cosseno e tangente. Percebemos, então, que uma

das alternativas seria trabalhar com materiais concretos para facilitar o aprendizado.

O uso de material concreto é de grande valia para o ensino da matemática,

por proporcionar o manuseio dos objetos de estudo e o maior contato com o

conhecimento, além de ser um processo de constante análise sobre o objeto

manuseado e que exige o uso constante dos seus conhecimentos matemáticos

sobre o material trabalhado, dando a oportunidade de refletir matematicamente

sobre o objeto, estabelecer relações, aplicar o conhecimento obtido, assim como

adquirir novos conhecimentos.

[...] se utilizado corretamente em sala de aula, com intenção e objetivo, o Material Manipulável pode tornar-se um grande parceiro do professor, auxiliando no ensino e contribuindo para que o aluno tenha uma aprendizagem significativa, mesmo porque ele “exerce um papel importante na aprendizagem”. Facilita a observação e a análise, desenvolve o raciocínio lógico, crítico e científico, é fundamental e é excelente para auxiliar os alunos na construção de seus conhecimentos. (TURRIONI, 2004, p. 78).

Desta forma, esse trabalho tem o intuito de propor uma aula para que eles

pudessem vivenciar uma aplicação prática do que estavam estudando na teoria,

esperando que o ensino nessas aulas possibilitassem um entendimento claro do

significado real dos conteúdos estudados em sala, e ao mesmo tempo, ter uma

oportunidade de refletir sobre a iniciação da prática docente. Nesse contexto,

abordamos os assuntos de trigonometria, geometria plana e espacial e análise

combinatória presente no cotidiano do aluno, a fim de demonstrar como a

matemática pode se tornar agradável e ter significado em suas vidas.

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História dos Materiais Manipuláveis

O uso de materiais manipuláveis no ensino foi destacado pela primeira vez

por Pestalozzi, no século XIX, ao defender que a educação deveria começar pela

percepção de objetos concretos, com a realização de ações concretas e

experimentações. No Brasil, o discurso em defesa da utilização de recursos

didáticos nas aulas de Matemática surgiu na década de 1920. Esse período foi

marcado pelo surgimento de uma tendência no ensino de Matemática que ficou

conhecida como empírico-ativista decorrente dos ideais da escola novistas que se

contrapunham ao modelo tradicional de ensino no qual o professor era tido como

elemento central do processo de ensino. Segundo Fiorentini (1995), na concepção

empírico-ativista o aluno passa a ser considerado o centro do processo e os

métodos de ensino – tendo como pressupostos a descoberta e o princípio de que

‘aprende-se a fazer fazendo’ – se pautavam em atividades, valorizando a ação, a

manipulação e a experimentação. O ensino seria baseado em atividades

desencadeadas pelo uso de jogos, materiais manipuláveis e situações lúdicas e

experimentais.

Lorenzato classifica os materiais manipuláveis em duas classes que estão

citadas logo abaixo.

I. O material manipulável estático: material concreto que não permite a

transformação por continuidade, ou seja, alteração da sua estrutura física a

partir da sua manipulação. Durante a atividade experimental, o sujeito apenas

manuseia e observa o objeto na tentativa de abstrair dele algumas

propriedades. Ao restringir o contato com o material didático apenas para o

campo visual (observação), corre-se o risco de obter apenas um

conhecimento superficial desse objeto.

II. O material manipulável dinâmico: material concreto que permite a

transformação por continuidade, ou seja, a estrutura física do material vai

mudando à medida que ele vai sofrendo transformações, por meio de

operações impostas pelo sujeito que o manipula. A vantagem desse material

em relação ao primeiro, na visão do autor, está no fato de que este facilita

melhor a percepção de propriedades, bem como a realização de

redescobertas que podem garantir uma aprendizagem mais significativa.

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METODOLOGIA

A pesquisa é qualitativa e quantitativa e a metodologia adotada no seu

desenvolvimento envolveu pressupostos da observação dos participantes, visto que

o pesquisador esteve presente no contexto observado e é agente ativo no

desenvolvimento das atividades. Foi escolhida essa abordagem porque o trabalho

foi realizado dentro do ambiente escolar, tendo como fonte de dados as ações dos

alunos nas resoluções das atividades propostas e resultados dos mesmos no

Sistema de Avaliação do Piauí.

A pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Zacarias de Góis – Liceu, com a

amostra de 240 alunos de 2º e 3º ano do ensino médio, da referida escola, além de

um professor da disciplina de matemática. Essa pesquisa se estendeu por todo o

ano de 2015, havendo dois encontros semanais em cada turma para a realização de

atividades.

Inicialmente e ao longo das atividades foram feitas fundamentações e

revisões teóricas: das relações trigonométricas mais importantes, como seno,

cosseno e tangente, ciclo trigonométrico e sua aplicabilidade, geometria 3D e

teorema de Thales, geometria espacial, como áreas e volumes de sólidos, teorema

de Pitágoras, análise combinatória como combinação, arranjo e permutação. Em

seguida, propomos às turmas a finalização com atividades práticas colaborativas e

com auxilio de materiais manipuláveis para uma aprendizagem significativa.

1. Aplicabilidade do Teodolito

Essa aplicação foi realizada em duas etapas que denotamos por fundamentação

teórica dos alunos, primeira etapa; e aula prática com uso do teodolito, segunda

etapa.

Primeira etapa: Inicialmente foi feita a revisão das relações trigonométricas

mais importantes, como seno, cosseno e tangente, apresentamos o teodolito, sua

historia e suas aplicabilidades em situações reais, depois levamos para os alunos

um teodolito artesanal fabricado e desenvolvido no laboratório de matemática do

IFPI, esse foi o primeiro contato dos alunos com instrumento de medição de

ângulos, ainda na primeira etapa, foi feita uma breve demonstração de como se

deveria usar esse instrumento, e assim encerramos essa primeira etapa.

Segunda etapa: Propomos à turma que encontrassem a altura aproximada da

própria escola utilizando um teodolito artesanal, para utilizar o teodolito os alunos

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foram divididos em grupos de oito e cada grupo ficou responsável por fazer uma

medição da altura do prédio com distâncias diferentes. Os alunos foram orientados a

explorar bem o material antes de iniciar as atividades. Orientamos os alunos como e

de que forma o material seria utilizado, instigando-os a realizarem a aula prática.

Comentamos que usaríamos a tabela trigonométrica e a calculadora científica para o

desenvolvimento da atividade. Os alunos perceberam que, para fazer o cálculo da

altura, bastava utilizar a relação trigonométrica denominada de tangente, e que

precisariam da distância do teodolito até a parede e do ângulo de visada, que

corresponde ao ângulo obtido no teodolito pelo topo da parede. Assim aplicando a

tangente, descobririam o cateto oposto que, somado com a altura do teodolito, daria

a altura da escola.

Na parte prática foi trabalhado o posicionamento do instrumento e as últimas

instruções, como prestar atenção no posicionamento do teodolito caseiro, na

medição do ângulo formado e da distância marcada na escala métrica. Como

ilustram as figuras abaixo.

Figura 1- Imagem ilustrativa da atividade prática Figura 2- Medição do cateto adjacente Figura 3 - Medição do ângulo

Fonte: Manassés, 2016 Fonte: Autor, 2015 Fonte: Autor, 2015

2. Construções de ciclos trigonométricos

Na aplicação das atividades, procuramos verificar como anda o

desenvolvimento dos alunos envolvendo essas situações-problema e, diante disso,

propomos a divisão de equipes para a construção de ciclos trigonométricos. Nessa

atividade, cada grupo ficou responsável pela confecção de um ciclo trigonométrico.

Logo após a construção, os grupos socializaram os conceitos que os mesmos

aprenderam a partir da manipulação do material, por exemplo, ângulos notáveis,

simetria entre ângulos, funções e razões trigonométricas.

Figura 4 - Construção do ciclo trigonométrico Figura 5 - Construção do ciclo trigonométrico

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Fonte: Autor, 2015 Fonte: Autor, 2015

3.Geometria 3D e Teorema de Thales

Para realizar essa atividade foram divididos oito grupos com cinco estudantes

cada, utilizando os seguintes materiais: 8 lanternas a lazer, 8 cartolinas de

diversas cores, 8 mesas, 8 cabos de vassouras com base para a fixação, 8 lápis

de cor, 8 réguas de 30 cm, celulares dos próprios estudantes, sólidos de 15 a

20cm para serem projetados na cartolina. Feita a projeção de um sólido, como

por exemplo, um prisma ou uma pirâmide. Esses objetos são mais fáceis de

planificar, e isso faz com que os educandos possam assimilar a ideia central da

projeção. Cada grupo deve escolher um colega, ou seja, um (estudante A) para

ser o observador (olho). Esse observador vai manipular a lanterna que estará no

topo do cabo de vassoura, que estará posicionada entre 1,5 m e 2 m de distância

da mesa do grupo. Esse (estudante A) deve focar o raio do lazer em cada um

dos vértices do objeto que esteja sobre sua visão, de maneira que este raio, ao

se retirar o objeto, também intercepte a Folha de cartolina; o outro (estudante B),

de posse de um lápis deverá marcar a projeção do vértice na folha de cartolina.

Fazendo isso para cada vértice, (estudante C) deverá retirar o objeto e então o

(estudante B) marcará o ponto onde a luz do lazer atingiu a cartolina.

Figura 6 – Projeção Cônica

Fonte- Francismar Holanda, 2013.

Na prática

Os estudantes perceberam que, para se fazer as projeções desejadas,

bastava utilizar os fundamentos estudados em sala de aula, como o teorema de

Tales aplicado a projeções e que precisariam uma distância adequada ao tamanho

da cartolina para fazer as projeções. Foi trabalhado o posicionamento do

instrumento e as ultimas instruções, como prestar atenção aonde o laser iria tocar a

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cartolina e assim fazer as marcações adequadas e logo após tirar a foto com o

celular do ponto em que o laser estava. Como ilustram as imagens abaixo:

Figura 7- Projeção do cubo Figura 8- Foto do cubo projetado

Fonte: Autor, 2015 Fonte: Autor, 2015

4. Luz negra e Tangram

O processo de aplicação da metodologia do teatro e montagem da peça

teatral decorreu de um cronograma de atividades e apresentações inseridas no

plano de aula da área. Para a exposição da peça foram seguidas três etapas.

Na primeira etapa foi feita uma explanação dos conteúdos que seria

necessária para o desenvolvimento do teatro. Primeiramente, fizemos a

fundamentação teórica matemática, como por exemplo, uso de conceitos

geométricos, noção de trigonometria no triangulo retângulo, área de figuras

geométricas, perímetros, unidades de medidas, figuras que compõe o Tangram,

relações métricas no triangulo retângulo e Teorema de Pitágoras. Depois de feita as

fundamentações matemáticas, partirmos para um estudo mais aprofundado sobre

teatro, como se comportar perante o público, elementos básicos que constituem um

teatro, como se dá o desenvolvimento de uma peça teatral e, encerrando nossa

primeira etapa, o estudo histórico do surgimento do teatro.

No segundo momento, os alunos ficaram responsáveis por

confeccionarem as figuras geométricas que compõem o Tangram, usando uma

placa de isopor para fazer os recortes e utilizando-se de conhecimentos

matemáticos que os mesmos aprenderam na etapa anterior. Depois de construir as

peças os alunos revestiram cada uma com um “EVA” florescente para que, quando

usado com a luz negra, as peças pudessem brilhar assim, dando o efeito necessário

para a culminância do nosso teatro. Depois de tudo pronto, partimos para as fases

de testes e ensaios, e assim finalizamos a segunda etapa.

A terceira e última etapa foi à culminância do projeto com a apresentação

do teatro da luz negra e Tangram, no auditório do IFPI, encerrando a SEMAFIS

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2016. Tudo aconteceu conforme o planejado e os alunos foram bastante aplaudidos

pelo público.

Figura 9 - Construção de desenhos através do tangram Figura 10- Construção de desenhos através do tangram

Fonte: Autor, 2015

Fonte: Autor, 2015 Fonte: Autor, 2015

5. Utilização da torre de Hanói em aulas Práticas

A torre de Hanói é um jogo matemático que consiste em uma base onde são

colocados 3 pinos, e em um deles são dispostos alguns discos (em media de 2 a 6

ou mais) sempre em ordem crescente de diâmetro, de cima para baixo,

assemelhando-se, assim, com a imagem de um cone. A Torre de Hanói tem sido

tradicionalmente considerada como um procedimento para avaliação da capacidade

de memória de trabalho, e principalmente de planejamento e solução de problemas.

Torre de Hanói é um jogo que possui aplicações que podem ser basicamente

usadas em escolas por professores que desejam melhorar e desenvolver o

raciocínio cognitivo de seus alunos.

A proposta foi deixar o aluno em contato com o jogo para que se familiarize

com as peças, isto é, manuseie livremente o material. Depois de feito isto e de ter

contado a história do jogo, introduzimos as regras do jogo para os alunos.

Observamos o desenvolvimento do jogo segundo as regras propostas. A propósito,

o trabalho teve como proposta transferir dois discos da 1ª haste para a 3ª haste,

depois três discos e assim por diante, seguindo as regras. Depois de terem

dominado os movimentos, perguntamos se eles sabiam quantos movimentos

fizeram para transferir a torre de uma haste para outra, e se essa teria sido a

quantidade mínima de movimentos. Também se perguntou há alguma estratégia de

movimentação dos discos para obter essa quantidade mínima de movimentos.

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Figura 11 - Ilustração da Torre de Hanói Figura 12 – Manipulação da Torre de Hanói

Fonte: Autor, 2015 Fonte: Autor, 2015

RESULTADOS

Cada atividade aqui foi avaliada individualmente, mas todas seguiram uma

mesma linha de avaliação, descreveremos logo a seguir os procedimentos

avaliativos usados para obter os resultados dessa pesquisa. Inicialmente foi dada

uma lista de 10 questões para avaliar os conhecimentos prévios dos estudantes,

esse procedimento se repetiu em todas as atividades aqui realizadas. Mostraremos

logo a baixo uma tabela com os resultados dos testes diagnósticos para termos uma

melhor compreensão da real situação do conhecimento prévio dos alunos com

relação aos conteúdos abordados nas atividades realizadas.

Tabela 1: Questionário pré-realização das atividades práticas

Atividades

Realizadas

Teste diagnóstico pré-

atividades

Aplicabilidade do Teodolito

16% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Construções de ciclos trigonométricos

46% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Geometria 3D e Teorema de Thales

20% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Luz negra e Tangran

37% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Utilização da torre de Hanói em

aulas Práticas

9% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Fonte: Autor, 2015.

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A primeira tabela mostra o enorme déficit que os alunos possuíam

antes da utilização dos materiais manipuláveis. Como apresentado acima, a maioria

não havia tido um bom rendimento nos assuntos necessários para o

desenvolvimento das atividades práticas, e não conseguiam compreender e nem

responder questões básicas. Daí partiu a necessidade de se trabalhar, dando

condições de uma aprendizagem significativa e assim, adotamos o uso dos

materiais manipuláveis no ensino de matemática.

Logo abaixo apresentaremos a tabela com os resultados pós-atividades:

Tabela 2: Questionário após realização das atividades práticas

Atividades

Realizadas

Teste pós-atividades

Aplicabilidade do Teodolito

61% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Construções de ciclos trigonométricos

82% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Geometria 3D e

Teorema de Thales

47% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Luz negra e Tangran

84% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Utilização da torre de Hanói em aulas

Práticas

57% acertaram mais da metade das questões do teste

avaliativo.

Fonte: Autor, 2015.

A segunda tabela mostra a importância da utilização dos materiais

manipuláveis. Após ser aplicado o rendimento dos alunos em relação aos assuntos

abordados nas atividades, foi significativamente melhorado. Poder ter a

oportunidade de utilizar as aulas tradicionais aplicadas a materiais dinâmicos,

lúdicos e objetivos, fez com que os alunos pudessem tirar a maioria de suas dúvidas

e ainda pudessem aplicar todo o conhecimento adquirido nos questionários, e entre

si durante as dúvidas obtidas ao final das atividades.

Com o objetivo de aprimorar nossos trabalhos na docência, foi entregue

um questionario contendo cinco questões para cada educando. A seguir,

comentários de alguns educandos que denominamos com as seguintes siglas (A1,

A2, A3, D1 e D2) que demonstraram uma peculiar reflexão sobre as atividades e que

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nos motivaram a sempre analisarmos e buscarmos novos métodos de ensino da

matemática em nossa prática docente.

1- Essas atividades contribuíram para a aprendizagem do

assunto na sala de aula? Por quê?

R- “Sim. Porque com a prática a gente aprende mais rápido do que só

teoria.” (Educando A1).

2- Qual a ideia acerca das atividades?

R- “Achei bem interessante, incentivar o aluno a se interessar mais

pela matemática e mostrar também que a matemática pode ser utilizada de

várias maneiras” (Educando A2).

3- Contribui para a aprendizagem do que foi ensinado em

sala de aula?

R- “Sim, porque além reforçar o conhecimento adquirido por nós, ela

também serviu para tirarmos as últimas dúvidas restantes e vermos na prática

sua utilidade.” (Educando A3).

4- Se você fosse dar uma nota de 0 a 10, qual nota daria

a essas atividades?

R- “10, porque depois das práticas consegui compreender mais os

assuntos.” (Educando D1).

5- Como você qualifica essas atividades?

R- “Excelentes. Pois havia bons materiais, foi organizado e a equipe é

bem qualificada” (Educando D2).

Como foi possível observar, os estudantes expressam nitidamente que,

vivenciaram na prática o uso da matemática e o que lhes foi apresentado na teoria,

puderam atribuir maior significado aos conceitos apresentados em sala de aula,

contribuindo assim para um desempenho mais amplo em assuntos matemáticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relevância deste trabalho foi discutida no momento com os

envolvidos no trabalho e, analisando a situação, percebeu-se o valor da vivência

para que os mesmos compreendam que a prática exige mais cuidados. Nota-se,

portanto, a necessidade de oferecer às turmas mais que aulas padronizadas no

paradigma tradicional e que há diversas maneiras de possibilitar mais significados à

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matemática, através de aulas criativas e desafiadoras, além de expor o interesse em

aprender e sentir-se capaz de relacionar a aprendizagem escolar para além dos

muros da escola de maneira prazerosa tanto para o docente como para o discente.

Observar o interesse dos alunos em aprender, e se sentirem capazes

de relacionar a aprendizagem escolar com o mundo fora da sala de aula é muito

prazeroso para o aluno/professor. Desta forma, o modelo de ensino que leva em

conta o caráter experimental da matemática torna-se mais significativo, uma vez que

leva o estudante desta disciplina a associar este conhecimento à sua vida cotidiana,

ao tempo em que funciona como uma ponte para a transição do conhecimento

concreto para o abstrato, e assim, contribuindo com a organização do pensamento

matemático e com o desenvolvimento do raciocínio lógico.

REFERÊNCIAS

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