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INSTITUTO HOMEOPÁTICO JACQUELINE PEKER ACUPONTOS SHU DORSAIS E MU VENTRAIS DOS ZANG-FU REVISÃO DE LITERATURA SHEILA CÔRTES FONSECA Belo Horizonte 2011

INSTITUTO HOMEOPÁTICO JACQUELINE PEKER · 2016-11-05 · 8 RESUMO O presente estudo teve como objetivo descrever a utilização da acupuntura como diagnóstico complementar na clínica

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INSTITUTO HOMEOPÁTICO JACQUELINE PEKER

ACUPONTOS SHU DORSAIS E MU VENTRAIS DOS ZANG-FU

REVISÃO DE LITERATURA

SHEILA CÔRTES FONSECA

Belo Horizonte

2011

SHEILA CÔRTES FONSECA

ACUPONTOS SHU DORSAIS E MU VENTRAIS DOS ZANG-FU

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Instituto Homeopático Jacqueline Pecker

como requisito parcial para obtenção de título

de especialização em acupuntura veterinária.

Belo Horizonte

2011

“A curiosidade é uma das características inerentes e indubitáveis de uma mente

vigorosa.”

Samuel Johnson

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus por me dar forças todos os dias.

A minha mãe pelo carinho, esforço e apoio em todos os momentos, obrigada por

sempre me proporcionar condições de crescer na minha vida pessoal e profissional.

Ao Luciano por agüentar as minhas loucuras e desesperos, obrigada pelo amor e

paciência de todos os dias.

Aos meus irmãos José Carlos, Fátima e Valdirene por sempre estarem ao meu lado

quando preciso de vocês e por compreender a minha ausência nessa caminhada.

Agradeço a todos os amigos que acreditaram e confiaram no meu trabalho,

principalmente a Cristina.

A Teia, Amarela, Kiara, Toby e Mel que me proporcionam dias felizes, obrigada pelo

balançar dos rabinhos, pelas lambidas e latidos de alegrias.

SUMÁRIO

RESUMO 08

ABSTRACT 09

1. INTRODUÇÃO 10

2. REVISÃO DE LITERATURA 12

2.1 PONTOS DIAGNÓSTICOS 12

2.1.1 PONTOS SHU DORSAIS 14

2.1.2 PONTOS MU VENTRAIS 16

2.2 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DIAGNÓSTICOS 17

2.2.1 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS SHU DORSAIS 17

2.2.2 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS MU VENTRAIS 24

3. OBSERVAÇÕES CLÍNICAS DOS PONTOS DIAGNÓSTICOS 34

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 36

5.REFERÊNCIAS 37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Níveis séricos e pontos de associação avaliados 34

Tabela 2. Resultados do estudo retrospectivo de 175 pacientes com sensibilidade nos pontos Shu dorsais e exames sanguíneos correspondentes. 35

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Pontos Shu dorsais 24

Figura 2. Ponto Mu Ventral P-1 26

Figura 3. Ponto Mu Ventral F-13 e F-14 28

Figura 4. Ponto Mu Ventrais VB-24 e VB-25 30

Figura 5. Ponto Mu Ventral E-25 31

Figura 6. Ponto Mu Ventrais VC-3, VC-4, VC-5, VC-12, VC-14 e VC-17 33

8

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo descrever a utilização da acupuntura como

diagnóstico complementar na clínica de pequenos animais. Os pontos para diagnóstico

são os pontos Shu dorsal e Mu Ventral. Os pontos Shu dorsais estão localizados no

Meridiano da Bexiga e os pontos Mu Ventrais estão localizados em diferentes

Meridianos, ao serem palpados e apresentarem reações de sensibilidade podem indicar

desequilíbrio nos órgãos viscerais relacionados. Cada um dos órgãos Zang-fu tem seu

próprio ponto diagnóstico, eles se caracterizam por influenciar seus respectivos

sistemas internos, mas pela proximidade dos Zang-fu do que pela localização dos seus

Meridianos, não estando necessariamente relacionados com os mesmos. Os pontos

diagnósticos de acupuntura, nada mais são que um exame clínico complementar de

fácil avaliação e aplicação que pode ser usado pelo médico veterinário de pequenos

animais na rotina clínica. Entretanto estudos futuros devem ser feitos com o intuito de

que se possa avaliar de forma mais clara a correlação dos pontos diagnósticos com as

alterações dos níveis sanguíneos.

Palavras-chaves: Acupuntura, diagnóstico, Shu dorsais e Mu Ventrais.

9

ABSTRACT

This study aimed to describe the use of acupuncture as a complementary diagnostic

clinic for small animals. The diagnostic points are the points Shu dorsal and Mu Ventral.

Shu points are located in the dorsal bladder meridian and the ventral Mu points are

located on different meridians, when palpated and present sensitivity reactions may

indicate an imbalance in the visceral organs related. Each of the Zang-fu organs hás its

own diagnostic point, They are characterized by influencing their internal systems, but

the proximity of the Zanf-fu to the location of their meridians, and not necessarily related

thereto. The diagnosis of acupuncture points, are nothing more than a clinical evaluation

and complementary easy application that can be used by small animal veterinarian in

clinical practice. However further studies should be done in order to be able to assess

more clearly the correlation of points with diagnostic changes in blood levels.

Keywords: Acupuncture, diagnostic, Shu dorsais e Mu Ventrais

10

1. INTRODUÇÃO

A palavra acupuntura é derivada dos radicais latinos acus e pungere, que

significam agulha e puncionar (DRAEHMPAEHL, 1997b), inclui tanto conhecimentos

teóricos como empíricos da medicina tradicional chinesa (WEN, 2008).

A milhares de anos na China a acupuntura veterinária tem sido aplicada, em

decorrência da estreita relação entre os chineses e os cavalos de montaria, assim como

o búfalo d’água utilizados nas tarefas de agricultura (SHOEN, 2006). No ocidente, tem

sido aplicada na clínica de grandes e pequenos animais há décadas, sendo que no cão

e no gato deve ser considerada como um desenvolvimento ocidental, onde os chineses

adotaram posteriormente (DRAEHMPAEHL, 1997a).

Com o desenvolvimento da humanidade as técnicas de acupuntura

evoluíram. No inicio as agulhas de acupuntura eram de pedra, atualmente são de ligas

de prata, ouro e aço inoxidável (WEN, 1985).

A acupuntura visa o diagnóstico e tratamentos das enfermidades, através de

agulhas filiformes, moxa, sangria com as agulhas, agulhas cutâneas, agulhas

intradérmicas, agulhas quentes, eletro acupuntura, injeções nos pontos de acupuntura,

retenção de categute na pele, agulhas auriculares, raios laser, agulhas magnéticas,

crânio-acupuntura, assim como anestesia por acupuntura (CHONGHUO, 1993). O local

de aplicação da técnica de acupuntura na superfície do corpo é denominado de

acuponto ou ponto de acupuntura (WEN, 2008).

Na profundidade dos acupontos, segundo Heine, existe uma estrutura

cilíndrica única com um núcleo de feixes com nervos e vasos envolvidos por bainha de

tecido conjuntivo frouxo. O feixe neurovascular perfura a fáscia superficial para alcançar

a área subcutânea do acuponto. Na estimulação do acuponto ocorre uma comunicação

com os órgãos internos por meio de um meridiano - jing ou de seu colateral – Luo e

também através de pontos extrameridianos, pontos de orelha, pontos da cabeça,

pontos do nariz, pontos das mãos, pontos dos pés (EGERBACHER, HWANG, 2006).

Os Meridianos podem ser considerados como vias tridimensionais, onde o Qi

e o Xue circulam pelo corpo em diferentes níveis. Integram todas as partes do

organismo e formam uma rede que se estende no corpo verticalmente e

11

horizontalmente. Eles unem os órgãos internos como à pele, músculos, ligamentos,

ossos e todos os outros tecidos, incorporando cada parte do corpo como um todo

(BENSKY, 1996).

Os chineses observaram que após a aplicação de uma agulha ocorrem

sensações voluntárias De Qi (Qi = campo eletromagnético; De Qi = a energia flui),

manifestadas como uma sensação de parestesia, elétrica ou de calor no ser humano,

comprovando que a ação da acupuntura foi empregada de forma eficiente. No animal

deve se estabelecer essas sensações, através da observação, como um leve repuxe na

pele, sonolência, tremor da cauda, demonstrando que a agulha está no lugar correto

(DRAEHMPAEHL, 1997b).

Nos Meridianos o De Qi geralmente reflete em determinadas direções do

corpo, e a sensação da aplicação de agulha ou moxabustão durante o tratamento de

acupuntura tende a se mover através desses meridianos, ocorrendo à conexão com os

órgãos internos (DRAEHMPAEHL, 1997b; MACIOCIA, 2007a).

A maior parte dos acupontos localiza-se ao longo dos meridianos e são

chamados de pontos dos meridianos. De acordo com suas localizações e funções eles

são classificados, e separados em nove categorias principais, que são: Pontos Shu,

Pontos Yuan, Pontos Luo, Pontos Xi, Pontos confluentes, Pontos de influência, Pontos

Jiaohui, Pontos Shu Dorsais, Pontos Mu (EGERBACHER, HWANG, 2006).

Os 12 principais meridianos estão distribuídos bilateralmente e cada um

possui um conjunto de pontos, são eles Meridiano do Pulmão, Coração, Pericárdio,

Intestino Groso, Intestino Delgado, Triplo Aquecedor, Estômago, Bexiga, Vesícula Biliar,

Baço, Rim e Fígado (EGERBACHER, HWANG, 2006).

Os pontos Shu dorsais e pontos Mu ventrais são considerados pontos

diagnósticos na medicina tradicional chinesa.

12

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PONTOS DIAGNÓSTICOS

Os pontos diagnósticos dos órgãos compreendem 12 pontos de associação

ou Ponto Shu Dorsais, localizados no dorso, ao longo da coluna vertebral, pertencentes

ao meridiano da Bexiga, tornando-se hipersensíveis quando os órgãos correspondentes

ou as musculaturas locais apresentam alterações, são parcialmente correlacionados

aos órgãos correspondentes e os 12 pontos de alarme ou Pontos Mu ventrais que estão

localizados na porção ventral do tronco, pertencentes a vários meridianos tornando-se

hipersensíveis quando os órgãos correspondentes estão com anormalidades

(EGERBACHER, HWANG, 2006).

O Qi dos pontos Mu ventrais e Shu dorsais tem uma comunicação direta com

seus respectivos sistemas Zang-fu, assim constituem um grupo importante de pontos

específicos. Esses pontos se caracterizam pelo fato de que o nível dos pontos Mu

ventrais sob a região abdominal corresponde ao nível dos pontos Shu dorsais que

estão localizados no dorso do corpo. Além de serem os pontos onde o Qi dos

respectivos Zang-fu comunicam-se, podem constituir os locais onde fatores patogênicos

podem alojar-se, conseqüentemente podem causar patologias tanto dos sistemas

Zang-fu como da superfície corpórea. Dessa forma, os pontos Shu dorsal e Mu Ventral

são de grande importância na fisiologia, na patologia, no tratamento e nos diagnósticos

(DING, 1996).

Os pontos de associação e os pontos de alarme são considerados pontos

diagnósticos podendo ser usados também para tratamento. O uso desses pontos é

freqüente na acupuntura, sendo que é imprescindível o uso do ponto de associação

para tratamento de doenças crônicas em qualquer deficiência, tonificando os órgãos

correspondentes, podendo ser usados também em doenças agudas. Os pontos de

alarme são mais utilizados para tratamento de doenças agudas tonificando os órgãos

internos, podendo ser utilizados para doenças crônicas. A combinação dos pontos de

13

associação e alarme aumenta a eficiência no tratamento (SCHWARTZ, 2006;

MACIOCIA, 2007b).

Ao aplicar os pontos Mu ventrais e Shu dorsais, tem que levar em conta as

respectivas características Yin e Yang. Os pontos Mu ventrais se localizam sob a face

Yin ventral e os pontos Shu dorsais se localizam na face Yang dorsal do corpo.

Aplicações desses pontos são conhecidos como “expelindo as alterações Yin dos

meridianos Yang, e expelindo as alterações Yang dos meridianos Yin.

Utilizar os pontos Mu ventrais e Shu dorsais, ajuda a regularizar o equilíbrio

entre o Yin e Yang, força os fatores patogênicos a deixar o corpo e trata as alterações

dos sistemas Zang-fu.

Alterações do meridiano Yin e dos cinco sistemas Zang, geralmente são

manifestadas nos pontos Shu situados na face Yang do organismo, e alterações dos

meridianos Yang e dos seis sistemas Fu, podem ser manifestadas nos pontos Mu na

face Yin do corpo. Se o Yang for afetado o Yin também será envolvido e vice-versa.

Portanto os pontos Shu dorsais são geralmente prescritos em casos de alterações dos

sistemas Zang, e os pontos Mu ventrais nos casos de alterações dos sistemas Fu

(DING, 1996).

Os pontos diagnósticos ao serem palpados e apresentarem reações de

sensibilidade podem indicar desequilíbrio nos órgãos viscerais relacionados. Esta

sensibilidade pode ser manifestada pelo animal através de várias reações como, por

exemplo, rosnado, grunhido ou latido de dor, enrugamento da pele, movimentos com a

cabeça em direção ao ponto que esta sendo palpado, tentar morder ou apresentam

fraqueza evidenciada pelo ato de sentar-se, (SCHWARTZ, 2006).

Os pontos Mu ventral e Shu dorsal se caracterizam por influenciar seus

respectivos sistemas internos, mais pela proximidade dos Zang-fu, do que pela

localização dos seus meridianos, assim não estando necessariamente relacionados

com seus meridianos.

Eles são importantes no tratamento das patologias dos sistemas internos,

mas também são importantes no diagnóstico das alterações Zang Fu. Disfunções no

sistema Zang-Fu, como dor ou até mesmo sensibilidade, poderá ser indicadas nos

pontos Shu dorsal e Mu ventral respectivos.

14

Acupuntura, moxa ou massagem podem ser aplicadas nos pontos para

diminuir as alterações dos respectivos sistemas Zang-Fu (DING, 1996).

2.1.1 PONTOS SHU DORSAIS

A palavra Shu significa “transportar”, indica que os pontos transportam o Qi

ao órgão interno correspondente. Cada órgão Yin e Yang têm seu ponto Shu dorsal

(MACIOCIA, 2007b).

Os pontos Shu Dorsais são pontos localizados na região dorsal em ambas as

faces laterais da coluna vertebral, próximos aos gânglios espinhais e de seus

respectivos órgãos Zang-Fu. Cada um dos órgãos Zang-Fu tem seu próprio ponto Shu

Dorsal, em um total de doze (DING, 1996).

Os pontos Shu dorsais são (MACIOCIA, 2007b):

Pulmão: B-13 Fei-shu

Pericárdio: B-14 Jue-yin-shu

Coração: B-15 Xin-shu

Fígado: B-18 Gan-shu

Vesícula Biliar: B-19 Dan-shu

Baço-Pâncreas: B-20 Pi-shu

Estômago: B-21 Wei-shu

Triplo Aquecedor: B-22 San-jiao-shu

Rim: B-23 Shen-shu

Intestino Grosso: B-25 Da-chang-shu

Intestino Delgado: B-27 Xiao-chang-shu

Bexiga: B-28 Pang-guang-shu

Os pontos Shu dorsais afetam os órgãos de forma direta, assim são

utilizados nas doenças do interior dos órgãos Yin e Yang sem intermédio de seu canal,

diferente dos outros pontos que estimula o Qi do canal que flui ao longo dele como uma

onda que alcança eventualmente os órgãos internos. Eles são de natureza Yang, e são

15

principalmente utilizados para tonificar o Yang, porém podem ser utilizado para tratar

uma deficiência do yin (MACIOCIA, 2007b).

São utilizados principalmente para tonificar os órgãos, mas também podem

ser utilizados em casos de excesso para expelir os fatores patogênicos. Podem ser

usados para subjugar a rebelião do Qi e acalmar o calor (MACIOCIA, 2007b).

Torna-se sensível sob pressão ou espontaneamente caso o órgão

correspondente esteja afetado, sendo utilizados para diagnóstico (MACIOCIA, 2007b).

Nos pontos Shu dorsais o Qi do meridiano Du comunica-se com o meridiano

Pang-guang, onde se fundem nos sistemas internos específicos. Os pontos

encontrados na primeira e segunda linha do meridiano Tai Yang do Pé (Pang-guang)

apresentam indicações parecidas aos pontos do meridiano Du e dos pontos Huatuo

Jiaji, que tem suas localizações no mesmo nível. O que demonstra uma relação entre

os pontos Shu dorsais e os gânglios espinhais (DING, 1996).

Quanto mais elevado a localização de um sistema interno o ponto Shu dorsal

correspondente ao sistema será mais elevado, assim quanto menos elevado for o

sistema interno, menos elevado será o ponto Shu dorsal correspondente. O Fei é o

sistema mais elevado do Zang-fu, e seu respectivo ponto é o Fei-shu (B-13), que é o

ponto mais elevado dos Shu. O Pang-guand é o sistema mais baixo, sendo seu

respectivo ponto o Pang-guang-shu (B-28), o ponto mais baixo entre os pontos Shu

dorsal (DING, 1996).

Os pontos Shu dorsais também podem ser aplicados para alterações dos

cinco órgãos dos sentidos. O B-18 pode ser utilizado para tratar alterações nos olhos,

pois o Gan abre-se nos olhos. O B-23 pode ser indicado para tratar alterações

auditivas, porque o Shen abre-se no ouvido. O B-13 pode ser utilizado para alterações

nasais, porque o Fei abre-se no nariz e o B-15 no tratamento de úlcera lingual, pois o

Xin abre-se na língua (DING, 1996).

16

2.1.2 PONTOS MU VENTRAIS

A palavra Mu significa “cultivar, coletar, alistar, recrutar”, nesse contexto,

apresenta o significado de “coleta”, assim os pontos nos quais a energia dos órgãos

correspondentes é coletada ou se reúne (MACIOCIA, 2007b).

São usados tanto para diagnóstico quanto para tratamento. São utilizados

para diagnóstico, onde se tornam sensíveis sob pressão ou espontaneamente caso o

órgão correspondente esteja afetado. No tratamento tonificam os órgãos internos ou

expele o fator patogênico, assim acalma freqüentemente o calor (MACIOCIA, 2007b).

Os pontos Mu ventrais são de natureza Yin, sendo seu uso mais freqüente

nas doenças agudas, contudo, podem ser utilizados nos casos crônicos (MACIOCIA,

2007b).

Cada sistema Zang-Fu, tem seu próprio ponto Mu ventral, totalizando doze

(DING, 1996).

Os pontos Mu ventrais são (MACIOCIA, 2007b).

Pulmão: P-1 Zong-fu

Pericárdio: VC-17 Shan-zhong

Coração: VC-14 Ju-que

Fígado: F-14 Qi-men

Vesícula Biliar: VB-24 Ri-Yue

Baço: F-13 Zhang-men

Estômago: VC-12 Zhong-wan

Triplo Aquecedor: VC-5 Shi-men

Rim: VB-25 Jing-men

Intestino Grosso: E-25 Tian-shu

Intestino Delgado: VC-4 Guan-yuan

Bexiga: VC-3 Zhon-gji

Os pontos combinados Shu dorsais e Mu ventrais aumentam os resultados

terapêuticos e proporcionam um tratamento mais eficiente (MACIOCIA, 2007b).

17

Os pontos Mu Ventrais estão localizados na região do tórax e abdome, onde

o Qi dos respectivos sistemas Zang-Fu uni-se em um só (DING, 1996).

Apresentam elevada proximidade com seus respectivos sistemas internos. O

ponto P-1 do Fei é o mais alto dos pontos Mu ventrais, e o ponto VC-3, ponto do Pang-

guang é o mais baixo (DING, 1996).

Os pontos P-1, VB-24 e F-14, são os únicos pontos Mu ventrais localizados

em seus respectivos meridianos (DING, 1996) e dos pontos Shu dorsais, somente o

Pang-guang-shu B28 está localizado no meridiano correspondente, isso é uma

característica única dos pontos Mu ventral e Shu dorsal.

2.2 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DIAGNÓSTICOS

2.2.1 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS SHU DORSAIS

Os pontos de associação ou pontos Shu dorsais são bilaterais localizados

entre o terceiro espaço intercostal e o espaço lombossacral, lateralmente aos músculos

íliocostal torácico, longo do tórax, lombar e iliocostal lombar, com exceção de dois

pontos o da Bexiga e do Intestino Delgado que podem ter uma leve variação, em

decorrência dos plexos nervosos interconectantes dos gânglio intermesentérico que

supre o gânglio mesentérico caudal. Os pontos se conectam com um dos 12 meridianos

principais e com cada um dos 12 órgãos internos ou Zang-Fu - Pulmão, Coração,

Pericárdio, Intestino Groso, Intestino Delgado, Triplo Aquecedor, Estômago, Bexiga,

Vesícula Biliar, Baço, Rim e Fígado (DRAEHMPAEHL, 1997; SCHWARTZ, 2006).

Abaixo estão listadas a localização dos pontos de associação ou Shu

dorsais, método, sua função energética e a sua indicação:

18

B-13 Fei-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Pulmão

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal de Torácica-3. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Tanto nos padrões

exteriores e interiores do Pulmão o ponto B-13 pode ser utilizado. Nos padrões

exteriores, liberta o Exterior, onde estimula a dispersão e a descida do Qi do Pulmão,

ajuda a expelir o Vento-Calor e o Vento-Frio. É principalmente indicado se o ataque

exterior estiver acompanhado por tosse. Regula o Qi Nutritivo e Defensivo das invasões

de Vento-Frio manifestadas por sudorese. Nos padrões interiores, restaura a descida

do Qi do Pulmão, podendo ser utilizado no tratamento de tosse, dificuldade respiratórias

e ruidosas, e falta de ar. Acalma o Calor interior do Pulmão, sendo utilizado em casos

agudos de doença pulmonar, que se caracterizam pelo Calor no nível do Qi, como pode

ocorrer na bronquite aguda que segue uma invasão de Vento. Nutre o Yin do Pulmão,

podendo ser associado com B-43. Acalma a Mente, em comportamento maníaco,

vontade de cometer suicídio. (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Tosse, dispnéia,

pneumonia, bronquite, congestão nasal, deficiência de Yin, febre baixa, vento-calor,

vento-frio (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-14 Jue-yin-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Pericárdio

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal de Torácica-4. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Regula o Coração, e

trata as condições de dor no coração, palpitações, agitação e inquietude mental,

acalma o tórax nas condições de tosse, falta de ar, sensação de plenitude torácica e

dor no mesmo interrompendo-a (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Distúrbios do Shen,

ansiedade, vômito, tosse, dor torácica (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-15 Xin-shu– Ponto de associação shu-dorsal do Coração

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Torácica-5. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Acalma a Mente, sendo

19

utilizado para ansiedade nervosa e insônia, decorrentes principalmente na Síndrome de

Excesso do Coração, como Fogo do Coração ou Calor por Deficiência do Coração.

Nutre o Coração, pois acalma a Mente, sendo utilizado para memória fraca e insônia.

Estimula o Cérebro, sendo eficaz para depressão, confusão mental, pouca

concentração nos adultos e desenvolvimento lento nas crianças (MACIOCIA, 2007b).

Indicações: Desordens cardíacas, dor torácica, arritmias cardíacas, desordens do sono,

distúrbios do shen, disfunção cognitiva, epilepsia (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-18 Gan-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Fígado

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Torácica-10. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Trata a maioria das

enfermidades do fígado como estagnação do Qi do fígado, retenção de Umidade-Calor

no fígado e vesícula biliar, fogo, estase de sangue e deficiência do sangue do fígado.

Movimenta o Qi estagnado do fígado, que causa distensão do epigástrio e do

hipocôndrio, regurgitação ácida e náusea. Pode ser utilizado no tratamento de icterícia

e colecistite após a resolução da Umidade-Calor. Extingue o Vento interior. Ilumina os

olhos como visão turva, olhos vermelhos, visão noturna diminuída, lacrimação

excessiva, vermelhidão, dor e prurido nos olhos, dor no rebordo orbital superior

(MACIOCIA, 2007b). Indicações: doenças hepáticas, doenças da vesícula biliar,

desordens oculares, hipertensão, epilepsia, irritabilidade, doença do disco intervertebral

toracolombar (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-19 Dan-shu: Ponto de associação shu-dorsal da Vesícula Biliar

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Torácica-11. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Umidade-Calor do

fígado e Vesícula Biliar, no tratamento de colecistite e na icterícia. Pacifica e subjuga a

rebelião do Qi do Estômago no tratamento de eructação, náusea e vômito. Relaxa o

diafragma, para tratamento de soluço e sensação de plenitude abaixo do diafragma, o

que é causado normalmente pela estagnação do Qi do fígado (MACIOCIA, 2007b).

20

Indicações: doenças hepáticas, doenças da vesícula biliar, ascensão do Yang do

fígado, estagnação do Qi do fígado, febre baixa, doença do disco intervertebral

toracolombar (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-20 Pi-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Baço-Pâncreas

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Torácica-12. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Tonifica Baço e

Estômago. Revigora as funções do Baço de transporte e transformação. Deficiência do

Qi do Baço com sintomas de fezes amolecidas, ausência de apetite, cansaço e

distensão abdominal. Associado ao B-21 tonifica de forma poderosa a raiz do Qi pós-

Celestial, que é o Estômago e Baço, servindo para tonificar o Qi e o sangue de

indivíduos fisicamente e mentalmente exaurida por um longo tempo. Ao tonificar o Qi do

baço também resolve a Fleuma e Umidade, derivadas da disfunção das atividades do

Baço de transformar e transportar fluidos. Geralmente utilizado em todos os casos de

Umidade e Fleuma crônicas do organismo. Nutre o sangue, pois o Baço é a origem do

Sangue. Na tonificação eleva o Qi do baço em casos que esteja afundando e causando

um prolapso ou sensação de contração na região inferior do abdome. Interrompe o

sangramento através da tonificação causado pela deficiência do Qi do Baço, o qual não

contém o Sangue nos vasos. Em qualquer doença crônica onde o Qi esteja muito

depauperado (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Deficiência do baço, umidade,

desordens pancreáticas e digestivas, vomito, diarréia aquosa ou sanguinolenta, anemia,

edema, doença do disco intervertebral toracolombar, icterícia (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-21 Wei-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Estômago

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Torácica-13. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Tonifica o Qi do Baço e

Estômago, geralmente combinado com B-20 para tonificar o Qi e o sangue de modo

geral. A diferença do B-20 e B-21 é a direção do Qi, o B-20 estimula a subida do Qi do

Baço e o B-21 estimula a descida do Qi do Estômago, assim o B-21 é utilizado para

21

dominar a subida do Qi do Estômago nas eructações, soluço, náusea e vômito, alivia a

retenção de alimentos no Estômago, o que causa plenitude do epigástrio, regurgitação

ácida e eructação. Umidade por intermédio da tonificação do Qi do Baço e promove a

transformação e transporte dos fluidos do Baço (MACIOCIA, 2007b). Indicações:

Doenças gastrointestinais e pancreáticas, perda de apetite, diarréia, náusea, vômito,

constipação, dor abdominal, fraqueza generalizada (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-22 San-jiao-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Triplo Aquecedor

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Lombar-1. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Estimula a

transformação, transporte e a excreção dos fluidos no Aquecedor Inferior. O Aquecedor

Inferior excreta os fluidos “impuros”, pois mantêm as passagens de Água Abertas, o

ponto assegura que as passagens de água permaneçam abertas, que os fluidos sejam

adequadamente transformados e que os fluidos impuros sejam excretados, resolvendo

assim a Umidade do Aquecedor Inferior para o tratamento de sintomas como retenções

urinárias, micção dolorosa, edema nas pernas. Revigora o sangue, através da

transformação e a excreção dos fluidos do Aquecedor Inferior. O B-22 está localizado

acima do B-23, ponto de associação do Rim, assim o B-22 auxilia o Qi original a

emergir do Rim e a se difundir aos órgãos internos. Afeta o peito e a área abaixo do

coração, embora o B-22 afete o Aquecedor Inferior, ele promove também um

“movimento” ascendente para tratamento de dor de cabeça e tontura (MACIOCIA,

2007b). Indicações: Edema, vômito, diarréia, doença do disco intervertebral

toracolombar, dor abdominal, desordens endócrinas, massas abdominais (CHRISMAN,

XIE, 2011).

B-23 Shen-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Rim

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Lombar-2. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Tonifica o Yang e o Yin

do Rim, e deve ser usado para qualquer deficiência crônica do Rim, seja Yin ou Yang.

22

Fortalece todos os aspectos do Rim, Yin, Yang, essência, Qi e recepção pelo Rim do Qi

do Pulmão. Nutre a essência do Rim, para tratar impotência, emissões noturnas,

infertilidade, espermatorréia e falta de desejo sexual. Seu uso é freqüente na asma

crônica com deficiência do Rim para estimular a função do Rim de receber o Qi. O rim

armazena a essência que é a base material para Mente. O Rim influência a parte

inferior da região dorsal, sendo muito utilizado para fortalecer a região na dor da

lombalgia crônica. Combinado com B-20 promovem a formação do Sangue na

deficiência de sangue. O Rim controla os ossos e produz medula, assim pode ser

utilizado no tratamento de todas as doenças ósseas como artrite, osteoporose e

osteomalacia. Deficiência do mar da medula como tontura, memória fraca, tinido,

debilidade nas pernas, visão turva, cansaço e sonolência. Combinado com B-28 e BP-

9, resolve a Umidade do aquecedor inferior, no tratamento da litíase urinária aguda.

Fortalece o útero e regula a menstruação, pois está conectado entre o útero e o Rim. A

abertura do Rim é no ouvido, pode ser usado no tratamento de todos os problemas

auditivos crônicos que estão relacionados à deficiência do Rim, como tinido e surdez.

O yin do Rim nutre e umedece os olhos, o que promove uma boa visão, usado no

tratamento de distúrbios oculares crônicos como visão fraca e olhos secos no idoso

(MACIOCIA, 2007b). Indicações: deficiência de Yin e Qi do Rim, doenças renais,

incontinência urinária, impotência, edema, disfunção auditiva, doença do disco

intervertebral toracolombar, fraqueza dos membros pélvicos, osteoartrite da articulação

coxofemoral (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-25 Da-chang-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Intestino Grosso

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal Lombar-5. Método: Inserção perpendicular, agulha seca

com profundidade 1-1,5 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Promove a função

excretora do Intestino Grosso, sendo utilizado para tratar constipação e diarréia.

Indicado para tratar qualquer doença crônica do intestino grosso. Padrões de excesso

do Intestino Grosso, o que alivia a plenitude e a distensão abdominais. Fortalece a

região dorsal, trata tanto a dor crônica na parte inferior das costas como a dor aguda

23

(MACIOCIA, 2007b). Indicações: Diarréia, constipação, dor abdominal, doença do disco

intervertebral toracolombar, dor lombar (CHRISMAN, XIE, 2011).

B-27 Xiao-chang-shu: Ponto de associação shu-dorsal do Intestino Delgado

Localizado na superfície dorsolateral da coluna, 1,5 cun lateral à borda caudal do

processo espinhoso dorsal L7. Método: Inserção perpendicular, agulha seca com

profundidade 1-1,5 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Estimula o Intestino Delgado

na função de receber e separar. Pode ser utilizado para qualquer sintoma do Intestino

Delgado como borborigmo, dor abdominal e muco nas fezes. Elimina umidade-calor do

Aquecedor Inferior e ajuda a micção, sendo utilizado para tratamento de urina turva,

dificuldade urinária e queimação ao urinar (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Dor

abdominal, diarréia, incontinência urinária, hematúria, dor lombossacral (CHRISMAN,

XIE, 2011).

B-28 Pang-guang-shu: Ponto de associação shu-dorsal da Bexiga

Localizado no primeiro espaço intervertebral sacral (S1-S2), 1,5 cun lateral à linha

média dorsal, entre o sacro e a borda medial da asa do íleo. Método: Inserção

perpendicular, agulha seca com profundidade 1,5 cun (CHRISMAN, XIE, 2011).

Funções: Retira a umidade da Bexiga e do Aquecedor Inferior, trata retenção urinária,

dificuldade para urinar e urina turva. Acalma o calor da bexiga, trata dor e queimação

ao urinar. Expele pedras renais, combinado com os pontos B-23 e BP-9. Abertura da

passagem de água no Aquecedor Inferior, assim os fluidos impuros são transformados

e excretados. Combinado com B-20 transforma os fluidos no aquecedor inferior o que

promove a diurese (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Disúria, incontinência urinária,

diarréia, constipação, dor lombossacral (CHRISMAN, XIE, 2011).

24

Fig.1. Pontos Shu dorsais (Fonte: XIE, 2011)

2.2.2 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS MU VENTRAIS

Os pontos de alarme ou pontos Mu ventrais são localizados ao longo da

parte lateral e ventral do tórax e do abdômen, correspondendo aos mesmos órgãos

internos ficando sempre próximos aos mesmos e podendo pertencer ao meridiano do

mesmo nome ou diferente (DRAEHMPAEHL, 1997; SCHWARTZ, 2006).

Abaixo estão listadas a localização dos pontos de alarme ou Mu ventrais,

método, sua função energética e a sua indicação:

P-1 Zong-fu: Ponto de alarme Mu ventral do Pulmão

Localizado na depressão medial ao tubérculo maior do úmero, no músculo peitoral

superficial, no nível do primeiro espaço intercostal. Método: Inserção perpendicular,

agulha seca com profundidade 2 cun, se utilizados com aquapuntura a profundidade é

de 1 cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Dispersa a plenitude do tórax,

25

principalmente nos padrões agudos de excesso de Pulmão, trata a fleuma do pulmão e

para acalmar o calor do Pulmão. Usado nos estágios tardios da invasão do Pulmão por

fatores patogênicos exterior, penetrado no interior. Principalmente usado para tratar

tosse que tem como causa retenção da fleuma no Pulmão. Dispersa acumulo de Qi do

Pulmão no tórax que causa plenitude e dor torácica, pois é um ponto onde o Qi do

Pulmão reúne com o Qi do canal que emerge do interior. Normalmente não se usa o P-

1 quando o fator patogênico ainda estiver no Exterior, mas pode ser utilizado nos

estágios iniciais de invasão de um fator patogênico exterior, se houver tosse, pois o P-1

faz o Qi do Pulmão descer e interrompe a tosse. Para libertar o exterior pode ser

combinado com P-7 e IG-4. Trata dor torácica decorrente de estase de sangue do

Coração, pois movimenta o Qi do Pulmão, assim ajuda a movimentar o sangue do tórax

e combinado com P-6 aumenta a sua eficácia, Trata retenção da Fleuma no tórax, onde

movimenta o Qi no tórax e combinado com E-40 melhora sua eficácia. O P-1 pode ser

usado para tratar dor no ombro ou na região dorsal superior, decorrente de uma

disfunção do canal do Pulmão, como Calor do Pulmão, Umidade-Fleuma ou Fleuma-

Calor que obstrui o Pulmão, pois o Qi se rebela em subida. P-1 combinado com B-13

tonifica o Pulmão ou elimina fatores patogênicos, nas condições agudas ou crônicas,

sendo que o P-1 seria para condições agudas e de Excesso, e o B-13 seria para

condições de Deficiência e crônicas. A combinação de E-36, BP-3 e P-1 tonificam o

Baço e Pulmão, pois o P-1 é ponto de encontro do canal do Pulmão e do Baço

(MACIOCIA, 2007b). Indicações: Tosse, dispnéia, imunorregulação, calor do pulmão,

dor no ombro, dor no tórax (CHRISMAN, XIE, 2011).

26

Fig.2. Ponto Mu Ventral P-1 (Fonte: XIE, 2011)

VC-17 Shan-zhong: Ponto de alarme Mu ventral do Pericárdio

Localizado na linha média ventral, no nível do quarto espaço intercostal. Método:

Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 0,5 cun (CHRISMAN, XIE,

2011). Funções: Tonifica o Qi principalmente do Pulmão e de Reunião (Zong Qi),

relacionado com o Coração e Pulmão. Elimina e movimenta o Qi estagnado no tórax,

em sintomas como sensação de constrição, tensão, opressão ou dor no tórax. Promove

a descida do Qi do Pulmão. Trata falta de ar tanto de deficiência do Qi do Pulmão, do

Qi do Coração ou da obstrução do tórax pela Fleuma. Indicado para tratar lactação

reduzida por deficiência de Qi, Sangue e estagnação do Qi (MACIOCIA, 2007b).

Indicações: Ponto de intersecção dos canais do BP, R, ID e TA, tosse, dor no tórax,

vômito, mastite, agalaxia (CHRISMAN, XIE, 2011).

VC-14 Ju-que: Ponto de alarme Mu ventral do Coração

Localizado na linha média ventral, três quartos da distância entre o umbigo e o

processo xifóide. Método: Inserção horizontal, agulha seca com profundidade 0,3 cun

(CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Trata o Estômago e Coração. Subjuga a rebelião do

27

Qi do Estômago, de origem emocional que leva problemas no Estômago. Trata náusea

e vômito provocados por Rebelião do Qi do Coração. Acalma a Mente, indicado para

tratar padrão de Fleuma-Calor que escurece o Coração e conduz a sintomas mentais.

Trata padrão de fogo do Coração que leva a insônia, agitação e ansiedade. Regula o Qi

do Coração. A uma relação entre o VC-8 e VC-14, onde o VC-8 afeta o Espírito (Shen)

pela Essência e o VC-14 afeta pela Mente (She) do Coração, pois o Espírito depende

da Essência do Rim como seu alicerce (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Dor torácica,

arritmias cardíacas, úlcera gástrica, epilepsia, vômito (CHRISMAN, XIE, 2011).

F-14 Qi-men: Ponto de alarme Mu ventral do Fígado

Localizado na superfície lateral do tórax, no 6º espaço intercostal no nível das glândulas

mamárias. Método: Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 1 cun

(CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Utilizado quando o Qi do fígado estagna e invade o

Estômago causando eructação, náusea, vômito e distensão e dor do hipocôndrio.

Causa Harmonia do Qi do Fígado e do Estômago (MACIOCIA, 2007b). Indicações:

Ponto de intersecção dos canais do F, VB e Yin-wei. Desordens do Fígado e da

Vesícula Biliar, mastite, pleurite, dor torácica, dor muscular (CHRISMAN, XIE, 2011).

VB-24 Ri-yue: Ponto de alarme Mu ventral da Vesícula biliar

Localizado no tórax ventrolateral, no nono espaço intercostal, dorsal ao nível do

cotovelo, caudodorsal ao F-14 (sexto espaço intercostal no nível da linha mamária).

Método: Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 1 cun (CHRISMAN,

XIE, 2011). Funções: Indicado para Umidade-Calor da Vesícula Biliar e Fígado,

manifestadas por sinais de icterícia, dor no hipocôndrio, sensação de peso, náusea,

pode ser combinado com VB-34 e IG-11. Promove o fluxo do Qi do Fígado e trata dor e

distensão do hipocôndrio (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Ponto de intersecção dos

Canais da VB e BP, desordens do Fígado e da Vesícula Biliar, estagnação do Qi do

Fígado (CHRISMAN, XIE, 2011).

28

F-13 Zhang-men: Ponto de alarme Mu ventral Baço-Pâncreas

Localizado na superfície lateral do tórax, na extremidade distal da 12º costela. Método:

Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 0,5-1 cun (CHRISMAN, XIE,

2011). Funções: Utilizado quando o Qi do Fígado estagnar e invadir o Estômago e o

Baço, assim impede o Qi do Baço de subir e o Qi do Estômago de descer. Promove o

fluxo suave do Qi do Fígado e elimina a estagnação. Fortalece o Baço, principalmente

utilizado quando o Fígado e o Baço estiverem em desarmonia. Usado com moxa

tonifica e aquece o Baço na deficiência Yang do Baço (MACIOCIA, 2007b). Indicações:

Ponto mestre dos órgãos, ponto de influência dos órgãos Zang, ponto de intersecção

dos Canais do F e VB, dor abdominal, diarréia, massa abdominal, dor muscular

generalizada, agitação e raiva (CHRISMAN, XIE, 2011).

Fig.3. Ponto Mu Ventral F-13 e F-14 (Fonte: XIE, 2011)

29

VC-12 Zhong-wan: Ponto de alarme Mu ventral do Estômago

Localizado na linha média ventral, a meia distância entre o xifóide e o umbigo, ou 4 cun

cranial ao umbigo. Método: Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 0,3

cun (CHRISMAN, XIE, 2011). Funções: Tonifica o Qi do Estômago e do Baço nos

padrões de deficiência como falta de apetite, cansaço e dor epigástrica. Nutre o Yin do

Estômago e do Baço, que pode ser usado com os Pontos E-36 e BP-6. É um ponto de

reunião de todos os órgãos Yang, assim podem ser indicados para tonificação em

geral. Trata Umidade ou Fleuma em qualquer parte do corpo. Indicado para rebelião do

Qi do Estômago, ou seja, quando o Qi tende a descer em vez de subir (MACIOCIA,

2007b). Indicações: Ponto de influência dos órgãos Fu, ponto de intersecção dos

Canais do VC, ID, TA, E. Úlcera gástrica, desordens do Fígado, diarréia, icterícia,

vômito, doença intestinal inflamatória, fraqueza generalizada, anorexia (CHRISMAN,

XIE, 2011).

VC-5 Shi-men: Ponto de alarme Mu ventral do Triplo Aquecedor

Localizado na linha média ventral, 2 cun caudal ao umbigo. Método: Inserção

perpendicular ou oblíqua, agulha seca com profundidade 0,3 cun (CHRISMAN, XIE,

2011). Funções: Circula o Qi Original para todos os órgãos e canais, pois é ponto de

Coleta frontal. Tonifica o Qi original em casos de deficiência do Rim. Estimula o Triplo

Aquecedor a transformar e eliminar fluidos, garantindo que a passagem de água

através principalmente do Aquecedor Inferior estejam abertas. Indicado para tratar

edemas abdominais, retenção urinária, dificuldade urinária, diarréia ou secreção

vaginal. Estimula o fluxo do Qi e a saída e entrada do mesmo na parte inferior do

abdome, se não ocorre o fluxo normal do Qi, pode haver dor na região inferior do

abdome, distúrbios hernial e geniturinário (Shan), dor umbilical (MACIOCIA, 2007b).

Indicações: Edema, dor abdominal, disúria, diarréia (CHRISMAN, XIE, 2011).

VB-25 Jing-men: Ponto de alarme Mu ventral do Rim

Localizado no tórax ventrolateral, na extremidade livre da borda caudal da 13º costela.

Método: Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 1 cun (CHRISMAN,

XIE, 2011). Funções: Ponto de Coleta frontal para o Rim. É mais utilizado para

30

diagnóstico do que para tratamento renal (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Deficiência

de Qi, Yin e Yang do Rim, infertilidade, desordens ovarianas, dor lombar, dor

abdominal, impactação, constipação, desordens do fígado e da vesícula biliar

(CHRISMAN, XIE, 2011).

Fig.4. Ponto Mu Ventrais VB-24 e VB-25 (Fonte: XIE, 2011)

E-25 Tian-shu: Ponto de alarme Mu ventral do Intestino Grosso

Localizado no abdômen ventrolateral, 2 cun lateral ao umbigo, no centro do músculo

reto abdominal. Método: Inserção perpendicular, agulha seca com profundidade 0,5

cun, aquapuntura: a moxabustão é contra indicada na gestação (CHRISMAN, XIE,

2011). Funções: Utilizado em padrões de Excesso do Estômago que causam

problemas abdominais, como distensão e dor abdominal. Interrompe diarréia,

31

principalmente se for por deficiência de Baço. Indicado principalmente nos padrões

agudos do Estômago. Tonifica e aquece o Baço e os Intestinos, quando utilizado com

moxabustão. Combinado com VC-6 e E-37 trata diarréia crônica decorrente da

deficiência do Yang do Baço. Trata irritação mental, ansiedade, esquizofrenia e mania

quando a causa for por desarmonia do Estômago, principalmente nos padrões de

Excesso do Estômago, como Fleuma-Fogo no Estômago. Utilizado para tratar o útero

em menstruações dolorosas, move o Qi e o Sangue. Resolve Umidade nos Intestinos e

edema, assim trata diarréia tanto decorrente de Deficiência do Baço como a que é

decorrente da Umidade (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Constipação, vômito, diarréia,

doença inflamatória intestinal, infertilidade (CHRISMAN, XIE, 2011).

Fig.5. Ponto Mu Ventral E-25 (Fonte: XIE, 2011)

VC-4 Guan-yuan: Ponto de alarme Mu ventral do Intestino Delgado

Localizado na linha média ventral, 3 cun caudal ao umbigo. Método: Inserção

perpendicular ou oblíqua, agulha seca com profundidade 0,3 cun (CHRISMAN, XIE,

2011). Funções: Tonifica o Qi e o Sangue, fortalece o corpo e a mente. Sendo utilizado

para tonificar o Sangue e o Yin, seja para qualquer deficiência do Sangue e do Yin.

Nutre o Yin, pois o Vaso Diretor controla todos os canais Yin e o VC-4 é o ponto de

reunião do Vaso Diretor com os canais do Fígado, Baço e Rim. Fortalece o Yang

quando usado moxabustão em qualquer padrão de deficiência, principalmente o Yang

32

do Rim. Trata distúrbios menstruais como amenorréia, menstruação irregular,

menstruação escassa, menstruação em excesso e infertilidade. Tonifica o Yin e o Yang

do Rim e o Qi original, indicado para tratar doenças crônicas ou pacientes com uma

constituição fraca. Acalma a mente (Shen) e a alma Etérea (Hun), pois nutre o sangue e

o Yin. Fortalece o Aquecedor Inferior em casos de ansiedade por deficiência de Yin,

uma vez que tonifica o Qi do Aquecedor Inferior, estabelece o Qi que desce e subjuga a

subida do Qi à cabeça. Fortalece a recepção do Qi do Rim, sendo um ponto importante

para tonificar o Rim na asma crônica, podendo ser combinado com R-13. Subjuga a

rebelião do Qi no Vaso Penetrador, pois esse Vaso passa pelo ponto VC-4, indicado

para tratar sensação de frio na região inferior do abdome, plenitude abdominal e dor

umbilical (MACIOCIA, 2007b). Indicações: Ponto de intersecção do VC com os seis

Canais Yin. Deficiência de Qi ou Yang do Rim, disúria, retenção urinária, incontinência

urinária, infertilidade, dor abdominal, diarréia, fraqueza generalizada (CHRISMAN, XIE,

2011).

VC-3 Zhon-gji: Ponto de alarme Mu ventral da Bexiga

Localizado na linha média ventral, 4 cun caudal ao umbigo. Método: Inserção

perpendicular ou oblíqua, agulha seca com profundidade 0,3 cun (CHRISMAN, XIE,

2011). Funções: Usado para tratar qualquer problema urinário, principalmente os

agudos. Afeta a Bexiga e sua função de transformar o Qi. Mais utilizado para resolver

redução nos padrões de Excesso, contudo pode também ser utilizado para tonificar a

Bexiga. Resolve Umidade-Calor da Bexiga, no tratamento de sintomas como dor e

queimação ao urinar e interrupção do fluxo urinário. O VC-3 afeta o Útero e a

menstruação, fortalece o Vaso Diretor e revigora o Sangue do Útero no tratamento de

menstruação dolorosa, retenção de placenta, massas abdominais. Tonifica o Rim de

forma geral e Qi original, para tratar Excesso, revigorar o Sangue e resolver a Umidade

(MACIOCIA, 2007b). Indicações: Ponto de intersecção dos canais Vaso Concepção,

Rim, Baço-Pâncreas e Fígado. Disúria, incontinência urinária, doença renal crônica,

impotência, hérnia, infertilidade (CHRISMAN, XIE, 2011).

33

Fig.6. Ponto Mu Ventrais VC-3, VC-4, VC-5, VC-12, VC-14 e VC-17 (Fonte: XIE, 2011)

34

3. OBSERVAÇÕES CLÍNICAS DOS PONTOS DIAGNÓSTICOS

Para confirmar a existência de sensibilidade dos pontos diagnósticos,

principalmente os pontos Shu dorsais, em relação ás alterações dos valores

sangüíneos, Cheryl Schwartz realizou um estudo retrospectivo de registros de 175

pacientes, entre 1986 a 1991. Cada paciente tinha uma avaliação do painel sangüíneo,

se fosse encontrado sensibilidade de um ponto de associação no exame inicial. Os

animais tinham entre 04 meses a 19 anos de idade. Os aspectos foram avaliados

conforme tabela abaixo (SCHWARTZ, 2006):

Tabela 1. Níveis séricos e pontos de associação avaliados

Função Elevações dos níveis séricos

Fígado

Fosfatase alcalina, Aspartato aminotransferase (AST),

alanina aminotransferase (ALT), colesterol e bilirrubina, e

sensibilidade do ponto de associação do Fígado.

Baço Amilase, lípase e glicose, e sensibilidade do ponto de

associação do Baço-Pâncreas.

Tratar necrose do

músculo/tecido do Coração

Creatina fosfocinase (CPK) e sensibilidade do ponto de

associação do Coração.

Rim Creatinina, nitrogênio da uréia sanguínea (BUN) e

sensibilidade do ponto de associação do Rim.

Distúrbios

reguladores/imunológicos do

sangue

Anormalidade no número de hemácias, leucócitos, plaquetas

e globulinas, distúrbios virais e sensibilidade nos pontos de

associação do Fígado e/ou do Baço.

Fonte: Schwartz,2006

35

Segue abaixo os resultados encontrados (SCHWARTZ, 2006):

Tabela 2. Resultados do estudo retrospectivo de 175 pacientes com sensibilidade nos pontos Shu dorsais e exames sanguíneos correspondentes.

Ponto Diagnóstico Pacientes Resultados

Fígado B-18

65

59 (91%) pacientes mostraram sensibilidade em

B-18 e aumentos concomitantes dos valores de

fosfatase alcalina, AST, ALT, colesterol ou

bilirrubina

Baço-Pâncreas B-20

22

21 (95%) mostraram sensibilidade em B-20 e

aumentos concomitantes nos níveis séricos de

amilase, lípase e glicose.

Coração B-15

12

09 (75%) mostraram sensibilidade em B-15 e

aumento concomitante na atividade sérica de

CPK. Exames de Raios-X e ultra-som

revelaram cardiomiopatia em 6 animais (50%).

Rim B-23 48 46 (96%) mostraram sensibilidade em B-23 e

aumentos concomitantes dos valores de BUN

e/ou creatinina.

Distúrbios do Sangue

Relacionados ao Sistema

Imunológico B-18 e B-20

28

22 (79%) mostraram sensibilidade em B-18 e

ou B-20, com anormalidades nas hemácias e

leucócitos do sangue, aumento de globulinas,

viremia ou neoplasia.

Fonte: Schwartz,2006

A sensibilidade nos pontos diagnósticos indica um desequilíbrio. Dos 175

animais avaliados a maioria mostrou a existência de uma correlação de sensibilidade

do ponto diagnóstico com um aumento dos valores sangüíneos (SCHWARTZ, 2006).

36

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No exame clínico de rotina o médico veterinário pode incluir a palpação dos

pontos diagnósticos como método de exame complementar para diagnóstico, pois tanto

na acupuntura veterinária, como na medicina veterinária ocidental, a investigação é o

inicio para se chegar ao tratamento (BIRCH & FELT, 2002; SCHWARTZ, 2006).

Se os pontos diagnósticos estiverem sensíveis poderão ser tratados

provisoriamente até a apuração de mais informações (SCHWARTZ, 2006).

Ter sensibilidade na palpação dos pontos Shu dorsal e Mu Ventral pode ser

um auxilio de grande valor diagnóstico (DING, 1996).

Os pontos diagnósticos de acupuntura, nada mais são que um exame clínico

complementar de fácil avaliação e aplicação que pode ser usado pelo médico

veterinário de pequenos animais na rotina clínica. Entretanto estudos futuros devem ser

feitos com o intuito de avaliar de forma mais clara a correlação dos pontos diagnósticos

com as alterações dos níveis sanguíneos.

37

5. REFERÊNCIAS

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BIRCH, S.J.; FELT, R.L. Entendendo a acupuntura. São Paulo: Roca, 2002. Cap. 6, p.

269-297. CHONGHUO, T. Tratado de Medina chinesa. São Paulo: Roca, 1993. Parte III, Cap. 1, p. 321-336

CHRISMAN, C.; XIE, H. Acupontos Transposicionais Caninos. In: PREAST, V.; XIE, H. Acupuntura Veterinária Xie. São Paulo: MedVet, 2011. Cap. 5, p. 129-215.

DING, L. Acupuntura, teoria do Meridiano e pontos de acupuntura. São Paulo:

Roca, 1996, Cap. 11, p. 53-68. DRAEHMAPAEHL, D.; ZOHMANN, A. Acupuntura no cão e no gato: princípios básicos e prática científica. São Paulo: Roca, 1997a. Cap. 1, p. 2-4. ___.Acupuntura no cão e no gato: princípios básicos e prática científica. São Paulo: Roca, 1997b. Cap. 2, p. 8-67. EGERBACHER, M.; HWANG, Y.C. Anatomia e Classificação dos Acupontos. In: SHOEN, A. Acupuntura veterinária: da arte antiga à medicina moderna. 2nd ed. São Paulo: Roca, 2006. Cap. 2, p. 17-23.

MACIOCIA, G. Canais de Acupuntura: Uso clínico dos canais secundários e dos oito vasos extraordinários. São Paulo: Roca, 2007a. Cap. 1, p. 3-12. MACIOCIA, G. Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e fisioterapeutas. São Paulo: Roca, 2007b. Cap. 51, p. 639-653. SHOEN, A. Acupuntura veterinária: da arte antiga à medicina moderna. 2nd ed. São Paulo: Roca, 2006. p. xi.

38

SHWARTZ, C. Diagnóstico pela medicina tradicional chinesa em pequenos animais. In: SHOEN, A. Acupuntura veterinária: da arte antiga à medicina moderna. 2nd ed. São Paulo: Roca, 2006. Cap. 10, p. 147-158. WEN, T.S. Acupuntura clássica chinesa. 10nd Ed. São Paulo: Cultrix, 1995. Cap. 1, p. 7-9. WEN, T.S. Manual Terapêutico de Acupuntura. Barueri, SP: Manole, 2008. Cap. 1, p.

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