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‘MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE SERGIPE – SR-23 DIVISÃO DE ORDENAMENTO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA SERVIÇO DE REGULARIZAÇÃO DE TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS PARECER TÉCNICO INCRA/SR-23/F-4/Nº01/2013 Processo Administrativo: nº 54370.00952/2006-48 Interessado: Comunidade Remanescente de Quilombo BREJÃO DOS NEGROS Municípios: Brejo Grande e Pacatuba/SE PARECER TÉCNICO CONCLUSIVO Trata-se o presente do Parecer Conclusivo da área técnica, peça obrigatória para compor o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Território da Comunidade Remanescente de Quilombo Brejão dos Negros, localizado na microrregião de Propriá e Mesorregião do “Leste Sergipano”, nos municípios de Brejo Grande e Pacatuba, estado de Sergipe, nos termos do Inciso VI do Art. 10, da Instrução Normativa INCRA N° 57/2009, cuja finalidade consiste em analisar a legitimidade da proposta do território e a adequação dos estudos e documentos apresentados por ocasião do pedido de abertura do processo. A área em estudo recebeu a denominação de Comunidade Remanescentes de Quilombo Brejão dos Negros está situada nos municípios de Brejo Grande e Pacatuba. O acesso ao Território Brejão dos Negros é realizado a partir de Aracaju, por meio das Rodovias Estaduais SE-101 e SE- 206. São quase duas horas de até a cidade de Brejo Grande, totalizando-se 137 km. A condição de trafegabilidade e acesso é excelente. Saindo da cidade de Propriá, passando por Neópolis, Ilha das Flores até o Povoado Guaratuba, onde fica a fábrica de gelo são 78 km. 1

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‘MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIOINSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE SERGIPE – SR-23DIVISÃO DE ORDENAMENTO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA

SERVIÇO DE REGULARIZAÇÃO DE TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS

PARECER TÉCNICO INCRA/SR-23/F-4/Nº01/2013 Processo Administrativo: nº 54370.00952/2006-48Interessado: Comunidade Remanescente de Quilombo BREJÃO DOS NEGROSMunicípios: Brejo Grande e Pacatuba/SE

PARECER TÉCNICO CONCLUSIVO

Trata-se o presente do Parecer Conclusivo da área técnica, peça obrigatória para compor o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Território da Comunidade Remanescente de Quilombo Brejão dos Negros, localizado na microrregião de Propriá e Mesorregião do “Leste Sergipano”, nos municípios de Brejo Grande e Pacatuba, estado de Sergipe, nos termos do Inciso VI do Art. 10, da Instrução Normativa INCRA N° 57/2009, cuja finalidade consiste em analisar a legitimidade da proposta do território e a adequação dos estudos e documentos apresentados por ocasião do pedido de abertura do processo.

A área em estudo recebeu a denominação de Comunidade Remanescentes de Quilombo Brejão dos Negros está situada nos municípios de Brejo Grande e Pacatuba.

O acesso ao Território Brejão dos Negros é realizado a partir de Aracaju, por meio das Rodovias Estaduais SE-101 e SE-206. São quase duas horas de até a cidade de Brejo Grande, totalizando-se 137 km. A condição de trafegabilidade e acesso é excelente. Saindo da cidade de Propriá, passando por Neópolis, Ilha das Flores até o Povoado Guaratuba, onde fica a fábrica de gelo são 78 km.

1. A Comunidade Quilombola Brejão dos Negros foi certificada pela Fundação Cultural Palmares em 25 de julho de 2006, fls. 04, através da Portaria nº 15, de 15 de julho de 2006, publicada no D.O. U., de 28 de julho do mesmo mês e ano, fls. 03, nos termos do parágrafo único do art. 6º da IN/INCRA/nº 57/2009. Neste sentido atendido o disposto no § 3º do art. 7º da referida Instrução Normativa.

2. As fls. 07/20, juntada copias do Estatuto e Ata da ASSCIAÇÃO DA COMUNIDADE REMASNCENTE DE QUILOMBO BREJÃO DOS NEGROS- doravante denominada Associação Santa Cruz do Brejão dos Negros, fundada em 19 de julho de 2006.

3. As fls. 21/47, juntadas as relações das famílias cadastradas inicialmente por equipe do INCRA dos Remanescentes de Quilombo, totalizando 299 famílias.

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4. As fls. 52/84, juntado Termo de Audiência Pública realizada no dia 21 de junho de 2007, às 10:00 horas, na cidade de Brejo Grande, com as presenças do Desembargador Gercino José da Silva Filho-Ouvidor Agrário Nacional, Promotor de Justiça e Curador de Conflitos Agrários do Ministério Público de Sergipe – Dr.Dejaniro Jonas Fulho, Dr. Ailson Silveira Silveira Machado- Representante da Secretária especial dos Dreitos Humanos, Dr. Elcione Diniz Magrário Estadual, Deputado Estadual Iran Barbosa, Dr. Paulo José Francisco Alves Filho, Promotor de Justiça de Brejo Grande, Marcel Maia Montalvão, Juiz de Direito de Brejo Grande e demais autoridades.

5. As fls. 85/90, tratam-se de matérias jornalísticas referente a Comunidade e as fls. 91/92, juntada Recomendação da Procuradoria da República em Sergipe, tendo como objeto – Assegurar às comunidades quilombolas de Sergipe, a realização de trabalhos técnicos de identificação e delimitação de suas terras e implantação de politicas públicas.

6. Foi juntada aos autos a ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/ Nº 107 DE 05 DE DEZEMBRO DE 2007, criando a Comissão Técnica Multidisciplinar para realizar os procedimentos administrativos necessários para elaboração do RTID da referida comunidade, de acordo com o Decreto nº 4.887/2003 e Instrução Normativa/INCRA/Nº 20/2005 (fls.93), e demais ordens de serviço que implicaram na prorrogação de prazos, todos expedido pelo Superintendente Regional do INCRA em Sergipe, como indicação a seguir: ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 34 DE 11 DE MARÇO DE 2008 (fl. 108), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 67 DE 04 DE MAIO DE 2009 (fl. 167), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 86 DE 14 DE JUNHO DE 2010 (fl. 201), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 124 DE 30 DE SETEMBRO DE 2010 (fl. 283), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 23 DE 01 DE MARÇO DE 2011 (fl. 288), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 58 DE 05 DE MAIO DE 2011 (fl. 302), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/Nº 118 DE 30 DE SETEMBRO DE 2011 (fl. 360), ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/ Nº 14 DE 05 DE MARÇO DE 2012 (fl. 394)

7. Juntada as fls. 94/96, a ATA de aprovação para início dos trabalhos para elaboração do relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Território da comunidade. Ver também fls 143-145.

8. Para realização dos trabalhos foram notificados os ocupantes e outros julgados necessários pela Comissão Técnica para adentrar seus imóveis, com base na NOTA TÉCNICA/AGU/PGF/PFE-INCRA/G/Nº03/2008, acolhida pelo DESPACHO/PFE/INCRA/G/Nº 542/2008, cujo entendimento da NOTA diz:

9."...só haverá a necessidade de notificar os proprietários se for preciso adentrar nos seus imóveis".

Neste sentido, foram notificados proprietários e posseiros conforme as fls 193, 252, 254, 263, 264, 265, 266, 267, 268, 272, 290, 294, 295, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312, 321, 323, 325, 330, 332, 333, 334, 335, 336, 337, 349, 351, 353, 363, 364, 365, 366, 367, 383, 384, 385.

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9. A identificação dos limites das terras das comunidades quilombolas em análise foi feita a partir de indicações da própria comunidade, bem como a partir de estudos técnicos e científicos, precedidos de reuniões com a comunidade e Comissão Técnica Multidisciplinar, conforme atesta o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação.

10. Do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação – RTID, fls. 407/666;677/766, elaborados nos termos do art. 10, da IN/INCRA/Nº 57/2009, composto pelas peças técnicas:

10.1) Diagnóstico agronômico-ambiental do Território da Comunidade Remanescente de Quilombo Brejão dos Negros;

a – Levantamento Fundiário da Família Quilombola (Anexo I, fls. 538/588 e Anexo II, fls 589/648, Relação de Cadastro de Famílias Quilombolas, fls 21/47);b – Relatório Fundiário Ocupantes não-quilombolas (Anexo II, fls. 425/432);c – Relatório de Sobreposição de áreas;d – Planta e Memorial descritivo do Perímetro da área reivindicada (Anexo IV, fls. 654/666);e – Aspectos Ambientais do Território (fls. 509/513);f - Uso Potencial e recomendado para o solo (fls. 513/515)g – Uso e Ocupação dos solos e território (fls. 505/509);h – Recomendações (fls. 515/516);

10.1) Diagnóstico agronômico-ambiental do Território da Comunidade Remanescente de Quilombo Brejão dos Negros:

Apresenta os resultados do levantamento técnico de dados e informações e dos estudos, realizados junto à Comunidade de Remanescentes de Quilombo Brejão dos Negros, localizada nos municípios Brejo Grande e Pacatuba, Estado de Sergipe. Com o objetivo de realizar a identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação, desintrusão, titulação e o registro das terras incidentes sobre o território. Tratará ainda, da discussão sobre os aspectos produtivos, ecológicos e de sustentabilidade da comunidade. Os estudos envolveram a análise sobre a realidade local, tendo em conta as características físicas (pedologia, geologia, relevo etc, biótico, ambiental, socioeconômica e estrutura fundiária). Foram realizadas reuniões, em momentos diferentes, a depender da necessidade, com a comunidade para conscientização, conhecimento dos seus interesses, confirmação sobre o perímetro do território, obtenção de informações técnica e econômica da região e do município de localização do território.

Foi elaborado pelo Engº Agrônomo Luiz Gonzaga da Silva, alicerçado com base na IN/N° 49/2009.

De acordo com as orientações da DFQ apresentamos os seguintes:

a– Levantamento Fundiário das famílias quilombolas

Cumprindo determinação do Superintendente Regional do INCRA foram cadastradas 468 famílias que se autodefinem como remanescentes de quilombo,

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residentes nos Povoados Carapitanga, Resina, Guaratuba, Cabeço, Saramém e Brejão dos Negros.

Constam nos autos, os resultados do levantamento e pesquisa cadastral realizada no SNCR/INCRA (fls. 538/588; 589/648) e nos cartórios de registros de imóveis das cidades de Pacatuba e Neópolis. É importante esclarecer que se porventura ver diferença entre os nomes dos proprietários/posseiros apontados no Relatório Antropológico e entre os nomes pesquisados resultantes de levantamento de campo e nos cartórios de registros de imóveis, não interferem no resultado dos estudos apresentados. As notificações e certidões resultantes desse levantamento, encontram-se apensadas nos autos, conforme já citado.

Os formulários do SIPRA deverão ser registrados no Sistema da Superintendência e cópias fazem parte do documento em seus anexos. III - Planta e memorial descritivo do perímetro: Depois da definição do perímetro do território em consonância com os limites apontados pela comunidade e esclarecidos pela antropóloga Ana Lídia Nauar Pantoja, da Superintendência Regional do Estado do Pará, realizou-se o levantamento e a medição topográfica dos limites do território pela equipe técnica do INCRA, resultando uma área líquida de 8.125,5558ha (oito mil, cento e vinte cinco hectares, cinqüenta e cinco ares e cinqüenta e oito centiares). Feito isso, foram anexados ao RTID Planta e Memorial Descritivo, fls 654/666.

Os remanescentes de quilombos da comunidade, fls, 21/47, atendem os requisitos do Art. 10, IV, da IN/INCRA/Nº 57/09. Os formulários individuais das famílias cadastradas encontram-se nos autos do Processo Administrativos nº 54370.000524/2007-88, apensos volumes I, II, II, IV, e V do referido processo.

b – Relatório Fundiário dos Ocupantes Não Quilombolas:

O Relatório destas informações está no ANEXO II, fls 425/432, integrante deste diagnóstico, no qual foram descritos a identificação, nome do imóvel, área ocupada, localização, situação dominial e relação das benfeitorias levantadas ou informadas, de acordo com o artigo 10°, inciso II, da IN n° 57/2009, composto pelas cópias das certidões de título de domínio, incidentes no território, obtidas nos cartórios de registro de imóveis dos Municípios de Pacatuba e Neópolis, fls,425/432, nos termos da alínea “c” do II, do Art. 10, , da IN/INCRA/Nº 57/09.

Durante o levantamento da área e pesquisas em cartórios foram identificados 32 ocupantes não quilombolas como sendo os presumíveis detentores de TÍTULOS DE DOMINIOS (registros em cartórios), nos Municípios de Pacatuba e Neópolis, referentes a pequenos sítios, fazendas, engenhos e ilhas.

O tamanho das áreas (sítios, engenhos, fazendas e ilhas), mede a menor área 3,0000 (três) hectares e a maior com 1.366,00 hectares (Ilha do Arambipe).

c- Sobreposição de áreas:

Atendendo o que consta no artigo 10 da IN 57/09, item V - onde diz: “Levantamento e especificação detalhada de situações em que as áreas pleiteadas estejam sobrepostas a unidades de conservação constituídas, a áreas de segurança nacional, a áreas de faixa de fronteira, terras indígenas ou situadas em terrenos de marinha, em outras terras públicas arrecadadas pelo INCRA ou Secretária do Patrimônio da União e em terras dos Estados e Município.”

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Território Quilombola Brejão dos Negros, localizado nos Municípios de Brejo Grande e Pacatuba, conforme se verifica no Relatório Fundiário dos ocupantes quilombolas e não quilombolas identificados em mapas cartográficos resultante da demarcação, com planta e memorial descritivo concluído, e informações dos órgãos gestores apresentam com resultados os seguintes:

Unidade de Conservação constituída:

Foram solicitadas informações mediante ofícios, aos respectivos órgãos gestores, todavia até a conclusão deste relatório, alguns órgãos deixaram de prestar as devidas informações.

Foram solicitadas ao Diretor da ADEMA, através OFICIO/INCRA/SE/G/F Nº 1230/2012, de 06 de julho de 2012, informações sobre a existência ou não de áreas de Unidades de Conservação.

Em resposta, aquele órgão informou que: “Parte da área apresentada pelo INCRA como objeto de reconhecimento de território de Quilombolas, situa-se no interior da Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte de Sergipe, criada pelo Decreto nº 22.995, de 09 de novembro de 2004, cujo objetivo geral é a promoção do desenvolvimento econômico-social da área, voltado aas atividades que protejam e conservem os ecossistemas ou processos essenciais à biodiversidade, à manutenção de atributos ecológicos e à melhoria da qualidade de vida da população”. Anexou mapa de localização que juntamos aos autos.

É importante registrar que no litoral dos Municípios de Pirambu e Pacatuba é ponto de desova de tartarugas marinhas, o que mereceu a criação da Reserva Biológica de Santa Isabel. No municipio de Pacatuba existe uma unidade do Projeto Tamar, para a proteção e preservação das tartarugas, marinhas.

Foram solicitadas ao Superintendente Regional do IBAMA, através OFICIO/INCRA/SE/G/F Nº 1231/2012, de 26 de julho de 2012, informações sobre a existência ou não de áreas de áreas de Unidades de Conservação ou outras áreas de interesse deste instituto.Não recebemos resposta.

Área de Faixa de Fronteira:

Não há sobreposição de área neste aspecto, haja vista que o Estado de Sergipe não se limita com qualquer país estrangeiro.

Área de Segurança Nacional:

O perímetro do território não sobrepõe à área de segurança. Para obter a informação concreta é importante que esta Superintendência oficialize consulta à GSI.Área de quilombolas e indígenas:

Não existem áreas desta natureza incidindo dentro perímetro estudado. Registre-se que a comunidade quilombola mais próxima titulada vive no Povoado Lagoa dos Campinhos, no município de Canhoba, já regularizada pelo INCRA. E, os últimos remanescentes de indígenas do Estado é a tribo de índios Xocós, na Ilha de São Pedro, limitante com o Município de Porto da Folha. Portanto, estão fora do perímetro.

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No município de Ilha das Flores, limite com Brejo Grande tem a Comunidade Quilombola Bongue, já certificada pela Fundação Cultural Palmares, em 14 de junho de 2011, publicada no Dou em 17/6/2011, cujo processo de nº 54.370.001178/2011-50, encontra-se na Superintendência do INCRA/SE, para iniciar dos estudos antropológicos.

Área de servidão da (Petrobrás):

Foi verificada a existência de exploração mineral, devidamente licenciada, dentro da área de abrangência dos limites do território, todavia consultamos a Petrobrás para se ter informações concretas, inclusive com mapas indicando os locais das e bases de servidão e bases mecânicas sob administração daquela empresa, mediante OFICIO/INCRA/SE/G/F Nº 1229/2012, de 26 de julho de 2012, informações sobre a existência ou não de áreas de áreas de Unidades de Conservação ou outras áreas de interesse deste instituto. Não recebemos resposta sobre o assunto.

Terras Públicas arrecadadas pelo INCRA:

Não existem limites com projetos de assentamentos, todavia a Fazenda Batateiras, desapropriada pelo INCRA, com área de 469,0908 hectares, mediante decreto presidencial. Foi destinada aos quilombolas para desenvolverem as suas atividades agrícolas.

Terras Estaduais:

A existência da APA Litoral Sul administrada pela ADEMA, não existe informações concretas se está arrecadada e matriculada em nome do Estado de Sergipe.

Terras de interesses do Município:

Parte do território delimitado esta dentro dos limites do Município de Pacatuba.

Terras de interesse da União/Secretaria do Patrimônio da União:

De acordo com os trabalhos realizados por equipe do INCRA e SPU foi demarcada uma área de 800,79 hectares definida como terras da União. Uma parte foi doada aos quilombolas residentes no Povoado Resina, conforme identificada em mapa integrantes deste relatório. Estima-se que outras áreas ainda não delimitadas, possam ser consideradas como Terras do Patrimônio da União, entretanto, somente depois de delimitadas poderão ter esta confirmação.

Foram solicitadas ao Superintendente Regional do Patrimônio da União em Sergipe – SPU, através OFICIO/INCRA/SE/G/F Nº 1226/2012, de 26 de julho de 2012, informações sobre a existência ou não de áreas da UNIAO – terrenos acrescidos de marinha e de LMEO, no limite do perímetro em estudo. Não recebemos resposta a respeito.

Os terrenos de marinha têm seus antecedentes, historicamente, nos costumes portugueses com o início da colonização e, espacialmente, nas terras

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baixas e alagadiças das beiras de mar e das margens dos rios e lagunas sujeitas às influências das marés (Leivas, 1977).

A conceituação da linha da preamar média – LPM e a sua relação com a orla marítima podem ser entendidas pela associação de algumas feições da Geomorfologia Litorânea com os elementos que caracterizam o fenômeno da maré que ocorre nas grandes massas líquidas que cobrem a superfície terrestre.

Os terrenos de marinha e seus acrescidos foram instituídos com a finalidade de “assegurar às populações e à defesa nacional o livre acesso ao mar e às áreas litorâneas” (Leivas, 1977). Dentro deste princípio, estas parcelas imobiliárias são bens dominicais da União, não podendo a sua propriedade pertencer a terceiros, embora o seu domínio útil fosse concedido sob a forma de enfiteuse ou aforamento.

De acordo com o decreto Nº 4887, de 20 de novembro de 2003, art. 10, diz que: “Quando as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos incidirem em terrenos de marinha, marginais de rios, ilhas e lagoas, o INCRA e a Secretaria do Patrimônio da União tomarão medidas cabíveis para a expedição do título”, folhas 506/507.

d- Planta e memorial descritivo do perímetro da área reivindicada;

Depois de medido e demarcado todo o perímetro identificado, antes definido pela comunidade e a antropóloga, as peças técnicas serão juntadas ao processo. Para melhor entendimento anexei abaixo algumas fotos, destacando os principais vértices limitróficos que o constitui, (ANEXO IV), fls 654/666.

e - Aspectos ambientais do território:

A respeito do cumprimento da questão ambiental, o uso sustentável dos recursos naturais e primordialmente de utilização das terras, futuramente pela população quilombola, foi observado no período do estudo e levantamento que o território apresenta excelentes condições de exploração e manejo, em relação aos recursos naturais disponíveis e da predominância da topografia plana. Apesar de que foram registrados alguns danos ambientais, com a supressão da vegetação, sem autorização ambiental e no uso dos recursos naturais que necessitam de reparação a longo e médio prazo, de imediata as áreas de manguezais e ilhas. Essas áreas que devem ser protegidas, basicamente compreendem as APPs, que atualmente encontram-se em parte destruídas e transformadas, e a Reserva Legal, a qual não existe como tal, for proposta.

Recomenda-se que seja demarcado, (APP / ARL) cuja maior porção deve ser enquadrada como APP. Essa associação é extremamente pertinente e recomendável, haja vista que assim estar-se-á evitando a fragmentação protegida e contribuindo para a formação de contínuos mais expressivos, potencialmente com maiores condições de cumprir a função ambiental que lhes é inerente.

Todas as lagoas naturais ou lagoas de marés que estão localizadas dentro de áreas de pretensos latifundiários estão sendo atingidas pela ação destrutiva da erosão marinha. Parte é arrendada para o plantio de arroz, as quais são proibidas o seu uso pela população que depende dessas lagoas prá viver da pesca e fazer seus artesanatos.

Estes recursos naturais e todas as ilhas são considerados conforme as normas ambientais como APP, portanto são extensão de terras consideradas como

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terras da união que não deveriam existir absurdas proibições que resultam em conflitos no município. Existem recomendações para que a SPU delimitem todas as áreas dentro das terras de conflitos no território.

A destruição dos manguezais gera grandes prejuízos, inclusive para economia, direta ou indiretamente, uma vez que são perdidas importantes frações ecológicas desempenhadas por esses ecossistemas. Entre os problemas mais observados destacam-se o desmatamento e o aterro de manguezais para dar lugar a viveiros, agricultura, carcinocultura estuarina, poços e tubulação da petrobrás, assim como a pesca predatória, onde é muito comum a captura do caranguejo-ucá durante a época de reprodução, ou seja nas "andadas", quando torna-se presa fácil. É preciso conhecer e respeitar os ciclos naturais dos manguezais para que o uso sustentado de seus recursos seja possível.

Vale aqui enfatizar sobre uma das questões mais emblemática encontrada durante a realização deste trabalho na comunidade foi à devastação do caranguejo. Tradicional para os moradores e turistas de Sergipe. O caranguejo está cada vez com menos espaço no seu habitat natural: o mangue. No encontro do rio com o mar, nos manguezais o cenário é de destruição. Muitas das áreas públicas antes ocupadas por manguezais foram transformadas em fazendas privativas de camarão. Outra preocupação é a crescente poluição dos Rios Parapuca e Paraúna, e seus afluentes, com séria ameaça ao ecossistema de mangues. A atual onda de devastação serve de alerta quanto ao risco de extinção da espécie mais comercializada no Estado: o caranguejo-uçá.

Outra questão que registramos, por ser ecossistema típico de estuários, o mangue sofre as conseqüências de qualquer ação humana ou natural aos rios e oceano. A retirada das matas ciliares, o aquecimento global, a especulação imobiliária e os empreendimentos comerciais, principalmente os viveiros da carcinicultura, são motivos para que o mangue deixe de existir. Segundo o ecólogo especialista em ecossistema de mangues, Alexander Ferreira, a devastação é uma questão capitalista. “É muito mais lucrativo para o criador transformar um mangue, que é uma área pública, num viveiro particular, porque lá a própria movimentação da maré troca a água velha pela nova e ele não precisa investir em equipamentos como bombas, tubulações e etc.”

Para o ecólogo Alexander Ferreira, o problema virou uma “bola de neve”, porque a poluição ao mesmo tempo em que ameaça o mangue, também é acentuada com a devastação desse ecossistema. “Cada mangue destruído resulta em várias plantas de tratamento de água natural a menos”.

Dentro dos limites do território, precisamente as ilhas, rios e seus afluentes, o que se vê são viveiros por todos os lados. A poluição e o aumento populacional devastaram quase toda a área de mangue. O exemplo dos mangues da Fazenda Batateiras que praticamente são inexistentes. A margem dos afluentes observa-se a mata ciliar que acompanhava as águas, parte foi devastada. Em alguns trechos, sem proteção, as chuvas empurram areia e lixo para dentro do mangue, ameaçando a sobrevivência do espaço.

As áreas de manguezal e vegetação nativa, localizadas nos Povoado Carapitanga e Guaratuba, que não é diferente de outras áreas, foi violentamente devastadas, para se tornarem grandes viveiros de camarões. Consideramos como invasão. Cujos invasores estão utilizando de maneira mais agressiva para fazer o desmatamento e as queimadas. Segundo moradores locais, a ação dos invasores já acontece há cerca de anos e os órgãos ambientais já foram acionados para que alguma providência seja tomada, entretanto nada de concreto até o momento.

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A medida que detectamos grandes áreas com enormes cicatrizes em áreas de preservação permanentes, nos manguezais, com a extração e venda da vegetação do mangue “botão” que é considerado na região pela sua importância como se fosse madeira de lei, causando sérios danos ao meio ambiente, transformando-se em viveiros de camarões e peixes, fato este registrado e mostrado nas fotos mais adiante.

Apresentamos relatórios comunicando e alertando sobre os fatos para serem encaminhados aos órgãos ambientais.

Esse tipo de ação causa danos irreparáveis à flora e fauna da área devastada. Acrescentamos ainda, que os manguezais e áreas de mata nativa próxima a rios, lagos ou açudes, de acordo com a legislação, são áreas de preservação permanente, cuja devastação, para qualquer fim, é crime ambiental.

Nesse caso, as consequências são desastrosas, pois os solos tendem a ficarem arenosos, os animais que vivem na lama, como e alguns moluscos, desaparecem ou tendem a desaparecer, pois os mesmos se alimentam das folhas existentes no mangue. “Além disso, o mangue é uma barreira natural de proteção da maré. Se o desmatamento continuar, a mesma vai chegar cada vez mais próxima das casas dos ribeirinhos. Em relação à mata, acontecerá o assoreamento de qualquer fonte de água existente em suas proximidades e a diminuição e posterior desaparecimento da flora e fauna locais”.

As localidades de Resina, Saramém, Carapitanga e Guaratuba são habitadas de pescadores. Incluindo os quilombolas, cerca de 90% dos moradores têm o mar, o mangue e a mata como fonte de alimentação e renda. Do mar e rios retiram o pescado, do mangue vêm os caranguejos e da mata as frutas e a criação de abelhas. Os quilombolas não concordam com a devastação ambiental que está acontecendo no local e no âmbito do território pleiteado.

É importante registrar, conforme foi constatado, os devastadores que estão cometendo esses crimes são os ocupantes considerados de grande poder aquisitivo, inclusive uma empresa de construção civil de Aracaju identificados durante o levantamento na área. A ambição por mais um pedaço de terra, os bolsos tem fome de lucros, prá que se preocupar com o meio ambiente? Talvez com o intuito de valorização das terras e vender para terceiros ou construção de resorts e condomínios de luxo residenciais para estrangeiros estão prejudicando uma área de grandes riquezas naturais e de mata quase virgem, que, se o Ministério Público Federal, a população quilombola e os órgãos ambientais, não abrirem os olhos e tomarem providências, poderá desaparecer em poucos anos.

A maior preocupação da comunidade é o aumento acelerado do desmatamento dos manguezais, transformando-se em fazendas de Camarões. Quem ocupa e se acham donos, proíbem e ameaçam os habitantes quilombolas a adentrarem para catação de crustáceos necessários à sobrevivência , inclusive coma construção de cercas. Como disse o senhor Messias; “Desde época dos meus avós e bisavós o acesso ao mangue era livre. O mangue era chamado de pai velho, porque sempre foi costume, quando faltavam alimentos em casa do pobre, bastava ir até lá pra trazer caranguejo, guaiamum, sirís, sururu, aratu (Aratus pisonii) e outros, como alimentos para a sua família”.

Disse ainda, “que antigamente em cada ida ao mangue por dia se pegava em média 40 cordas de caranguejo. Hoje apenas 30 cordas por semana. Isso se deve a mortalidade por uso de agrotóxico colocado pelos “grandes proprietários” para matar o mangue transformando em viveiro. Com

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estes crimes, a vida dos catadores está cada dia, indo de pior a pior” (em 13/10/2010).

Atualmente, as Ilhas existentes, a maior parte, são exploradas com coqueirais, viveiros de camarões e peixes e criação de porcos e tem amplas estruturas de lazer, inclusive com píer ou atracadouro para as embarcações. Os ocupantes não são encontrados. Os empregados quando encontrados, a maior parte, é orientado a nada informar à respeito do presumível ocupante, seu endereço e nome da ilha. Algumas totalmente abandonadas com inicio de construção inacabadas de viveiros e casas. O mais preocupante e alarmante foi ter encontrado ilhas com o manguezal energizado, para impedir a entrada dos usuários aos mangues, enquanto que até julho de 2011, os quilombolas residentes na Resina não contavam com o benefício. Nas Ilhas Barra Nova, Arambipe, Mangabeira e Gato Preto, os pescadores quilombolas e não quilombolas são impedidos de “atracar” suas embarcações porque sofrem ameaças.

Diante disto, detectou-se, no decorrer dos trabalhos de campo, a existência de práticas de vulto preocupante capazes de afetar o equilíbrio do ecossistema e propiciar degradação das áreas de preservação permanentes, que ficam nas ilhas, lagoas e no entorno das lagoas, margens dos riachos e dos principais rios, fls.509/511

f - Uso potencial recomendado para o território

Sustentabilidade: Conforme NT/DFQ/ Nº 007/2009, que trata do roteiro para o

Levantamento de Informações Agronômico - Ambientais para regularização de territórios remanescentes de comunidades de quilombos, diz: Sustentabilidade é um conceito sistêmico e amplo, o qual esta relacionada ao desenvolvimento conjunto dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana; bem como está contido na definição de terras ocupadas por quilombos. Para o território delimitado ser considerado sustentável tem que atender aos requesitos básicos de ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.

A agricultura sustentável é vista como a melhor prática de conservação e manejo dos solos. Os objetivos de uma agricultura sustentável envolvem o desenvolvimento de sistemas agrícolas que sejam produtivos, conservem os recursos naturais, protejam o ambiente e melhorem as condições de saúde e segurança em longo prazo. Neste sentido, as práticas culturais e de manejo, como a rotação de culturas, o plantio direto, e o manejo conservacionista do solo são muito aceitáveis, uma vez que, além de controlarem a erosão do solo e as perdas de nutrientes, mantêm e/ou melhoram a produtividade do solo.

Este será o grande desafio para gerir e adequar em conjunto os fatores ecológicos, econômicos, sociais e culturais da qualquer comunidade rural deste país, e Brejão dos Negros não será diferente, ou melhor, a sua sustentabilidade demandará bastante estudo, pois além das questões típicas ambientais, bem como solo, clima e vegetação. Os solos que encharcam no período das chuvas e a baixa fertilidade, escassez de programas de incentivo do governo em todas as áreas (saúde, educação, falta de empregos, incentivos a piscicultura e apicultura, questão social, etc.). A limitação ao desenvolvimento de atividades agrícolas se reveste ao desafio pela ocorrência de implicações ambientais, dentre outras.

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Considerando que a agricultura familiar esta alicerçada nos agro-ecossistemas locais, faz-se necessário a melhoria das técnicas de manejo e a recuperação desse agro-ecossistemas visando a correta gestão do meio ambiente, uns vez que devido ao desmatamento acentuado e abandono gradativo do sistema de pousio das terras, os solos da comunidade estão perdendo a sua fertilidade natural, acarretando colheitas cada vez mais reduzidas.

Será primordial a interveniência dos Órgãos do governo (federal, estadual e municipal), Universidades, Fundações e ONG's visando incrementar parcerias para o melhoramento de conhecimentos técnicos; introdução de atividades mais rentáveis e compatíveis; preservação dos recursos naturais; prover e disponibilizar recursos hídricos, com a utilização racional desses recursos, enfim disponibilizar todo tipo de mecanismo para que a comunidade possa alcançar e usufruir de um bom padrão social e econômico.

Entendemos que para a comunidade sair da exclusão social e incorporar ao processo produtivo, deve objetivar e almejar o desenvolvimento sustentável através da implementação de ações locais e regionais, fortalecendo suas raízes sociais e culturais e aliadas ao sistemas de produção agroecológicos, que integram princípios ecológicos, agronômicos e socioeconômicos, eles terão a possibilidade concreta de implementar um processo democrático de desenvolvimento sustentável, onde assumirão a posição de atores principais.

A área em estudo demonstra, de forma ativa, que o direcionamento da unidade produtiva está voltado para exploração de uso individual, sendo apropriado de maneira familiar. Como produção básica deverá para o plantio das culturas de subsistência (arroz, milho, feijão e mandioca). Há décadas plantavam algodão, depois se tornou inviável o plantio dessa cultura.

A exploração comercial local, apesar do pouco destaque é a bovinocultura leiteira e principalmente a cultura do arroz que surge como a exploração econômica mais recomendável, tanto por conta das condições excelente do “clima”, como pela consolidação de sua cadeia produtiva e, pela tradição cultural das populações ali residentes, vem apresentando crescimento no município, e que a referida área do território apresenta grande potencial, haja vista a sua exploração praticada por muito tempo pelos seus ocupantes primitivos.

É aconselhável o envolvimento dos órgãos ambientais, de forma que se possa garantir a exploração sustentável dos seus recursos naturais disponíveis, todos os ambientes das ilhas, lagoas e manguezais, os quais oferecem aptidões para a sustentação das famílias quilombolas e famílias residentes no povoado.

Sobre a sustentabilidade do território no que se refere a ser socialmente justo e culturalmente aceito, no Laudo Antropológico explica muito bem o assunto. Desta maneira, para tratar melhor a sustentabilidade ambiental deve-se observar as orientações dos órgãos ADEMA, IBAMA e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Conforme os estudos agronômicos, transcrevemos os seguintes:

Aptidão agrícola: Em linhas gerais os solos do território estão ocupados por matas nativas e

em regeneração, pastagens natural, mangaba, coco-da-baía, culturas de ciclo curto como arroz, mandioca, milho, feijão e melancia. A cultura da mandioca é a mais representativa das culturas de subsistências, para a fabricação de farinha. A comunidade relatou da boa fertilidade dessas terras quando da redução de suas

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águas, para o plantio de culturas de subsistências, em conseqüência da incorporação nos solos de matéria orgânica e restos de vegetais.

Em geral são solos de baixa potencialidade agrícola no tocante ao seu conteúdo químico e mineralógico. Não existe análise química dos solos para afirmação sobre a sua acidez.

A potencialidade dos solos do território não é indicada para culturas de ciclo longo. Mesmo com bom índice de chuvas que caem na região, considerando os aspectos edafo-climáticos a sua aptidão agrícola, em geral, pode-se considerar adequada para culturas temporárias, como: milho, feijão, mandioca, melancia e abobora; cultivos da rizicultura nas lagoas existentes; fruticultura de coco-da-baía, caju, mangaba, maracujá; aquicultura (piscicultura, carcinocultura, maricultura, etc); apicultura e pequena criação de bovinos, e além de outras atividades a serem estudadas e definidas no futuro, fls 513/515.

g - Uso e ocupação atual dos solos do territórioConsiderando quando da definição da delimitação do Perímetro de

Território, somente foi possível a demarcação dos imóveis Paraúna, Cajuhype (parte), Piaus, Batateiras, Resina, parte da área de Preamar (dentro da Resina). As demais áreas internamente foram identificadas em campo, não tendo como exatidão o tamanho de cada pretensão. Desta forma, internamente não foi demarcado cada imóvel, tornando-se impossível registrar e apresentar corretamente no Mapa de Uso do Território e/ou no quadro abaixo o quantitativo de cada área das paisagens ocupadas, apenas registrar sobre a existência, conforme abaixo. Por outro lado, destacamos que no referido mapa estão identificados os mosaicos predominantes, extraídos de imagens de satélites.

Uso atual: A principal atividade dos quilombolas, conforme já dito, é a pesca

artesanal de peixes, crustáceos, moluscos e mariscos. Exploram os solos com cultura do coco, plantio de culturas de subsistências, milho, feijão, mandioca, melancia, abóbora e desenvolve ainda a apicultura, o plantio da cultura de arroz nas lagoas da Resina. A pastagem natural é utilizada consorciada com a bovinocultura pelos fazendeiros, fls. 505/509.

Área de Preservação Permanente:Para o enquadramento destas áreas foi observado o disposto no Código

Florestal Brasileiro (Lei 4771, de 15/09/65) e nas Resoluções CONAMA N° 302/303, de 20/03/2002. Dessa forma foram enquadradas as áreas de mangues e toda a sua extensão, restingas, numa faixa de 300 metros da faixa de Preamar máxima e um complexo de dunas cobertas estão localizadas em áreas de preservação permanente por vegetação nativa rasteira, em toda a sua extensão e margens dos recursos hídricos

h - Recomendações:Considerando que a Ilha denominada de Criminosa é de interesse de

estrangeiro desconhecido e com endereço ignorado, residente na Alemanha, não explora diretamente, apesar de indícios apontados da sua historicidade pela comunidade, ficou localizada fora dos limites do território, por se tratar de ser importante poderá servir de base para estudos e pesquisa para alunos, professores e a população do Município recomendamos que durante o tramite do processo de

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titulação da área o poder publico municipal/estadual/federal adote providencias para que a mesma seja doada aos quilombos, a fim de que seja implantada uma base de técnica de cooperação entre as instituições de ensino, pesquisa e de financiamento de crédito, visando à construção de novas alternativas a agricultura familiar, onde a mulher quilombola também possa se inserir como integrante do processo produtivo.

É evidente que em qualquer campo do conhecimento humano a pesquisa é fundamental para o desenvolvimento tecnológico. Está demonstrado que na sociedade moderna investimento em pesquisa está diretamente relacionado com Qualidade de Vida. Afinal, ciência e tecnologia têm interações no campo do conhecimento e da Economia.

É imprescindível que seja feito um rigoroso planejamento do uso da terra antes de explorá-la de formas individual e coletiva, o qual visa adequar o uso do solo às aptidões edáficas, manter as funções ambientais e das áreas protegidas, evitando-se o recrudescimento dos impactos ambientais já relatados que certamente se agravarão quando da ocupação das terras.

Diante das peculiaridades de solos, climáticas e ecológicas da região, o planejamento dos recursos naturais, a diversificação dos sistemas produtivos e a sua exploração coletiva, como forma de evitar a fragmentação dos ambientes, apresentam-se como meios concretos de assegurar a geração de receitas, numa perspectiva de sustentabilidade.

Os imóveis Cajuhype, Paraúna, Capivara/Resina apresentam uma estrutura de engenhos de cana-de-açúcar, provavelmente remota ao século XIX. Inegavelmente estamos diante de vestígios de uma cultura material histórica necessitando e preservada para garantia de legado às gerações futuras. Diante disto, recomendamos que sejam objetos de estudos pelo IPHAN, a fim de serem catalogdos, georreferenciados nos seus acervos históricos.

Considerando a área líquida do território de 8.125,5558 hectares, cabe outra recomendação pertinente que diz respeito à locação da Área de Reserva Legal – ARL, devendo ser definida e demarcada topograficamente, correspondendo a uma área mínima de 20% do total da área líquida do perímetro que resulta 1.625,11 hectares. Preferencialmente, que a ARL seja mantida em bloco e locada onde exista vegetação de maior representatividade da biodiversidade local e com melhor estado de conservação, e, por último, seja delimitada e averbada à margem do registro do território, conforme exigido pelo Código florestal Brasileiro.

Consideramos ainda, fragmentação florestal o aspecto mais danoso para as áreas protegidas (ARL e APP) no que concernem as suas funções ambientais, por isso se sugere a ARL em bloco, o que é plenamente possível no território estudado, evitando-se, portanto, a aludida fragmentação florestal.

Os projetos de desenvolvimento social sustentável devem incluir ações de educação ambiental relacionadas aos temas abordados, que garantam a sustentabilidade do território e promova uma visão integrada da unidade territorial quilombola.

As ações de educação ambiental devem envolver principalmente as crianças, jovens e mulheres. Os remanescentes de quilombo terão seus direitos reconhecidos, devem participar na elaboração e na implantação de um projeto de sustentabilidade, agricultura familiar e contemplar uma forma participativa de fiscalização.

Recomenda-se, que as áreas passíveis de exploração agrícola sejam bem delineadas, e as tecnologias a serem adotadas sejam estabelecidas de comum

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acordo com os habitantes, INCRA, IBAMA, EMDAGRO, EMBRAPA e outras instituições, com base em um anteprojeto técnico da situação.

Recomenda-se, colher amostras dos solos superficiais para avaliações das fertilidades e definições de praticas de reduções (adubação, calagem, tratos fitossanitários, etc.) e/ou de conveniências (cultura adaptáveis, controle biológico de pragas, rotação de cultura e de manejo de água), visando repor ou corrigir a fertilidade natural das terras degradadas e garantir práticas agrícolas em bases sustentáveis.

Que depois da titularidade pelo INCRA, a associação reúna com todos os quilombos para discutir a melhor maneira de redistribuição das terras e com urgência para aqueles seus familiares que não dispõem sequer de um chão de casa.

Que busquem junto aos gestores municipal, estadual e federal a concretização da execução de programas que visem melhorar a situação: escolar, saúde, recursos hídricos, construção do restante das casas e recuperação das estradas.

A garantia da presença da assistência técnica através da EMDAGRO, cujos projetos devem contemplar a forma participativa de execução, acompanhamento e orientação das tecnologias, fiscalização e manutenção dos investimentos pelos remanescentes.

Que se concretize a criação de uma ambiência favorável ao dialogo/negociação de parcerias institucionais/quilombolas;

Estruturação de um modelo de gestão e controle socialmente construídos com visão de território quilombolas.

Oportunizar investimentos para chegar a toda comunidade das políticas governamentais como: programa conviver, seguro-safra, compra da produção pela CONAB, Credito PRONAF e PRONERA, (fls.515/516).

10.2 - Da análise do Relatório Antropológico, fls 677/766

O Relatório Antropológico da Comunidade Quilombola Brejão dos Negros, foi elaborado por força da ORDEM DE SERVIÇO/INCRA/SR-23/SE/N° 107, de dezembro de 2007, definindo equipe técnica multidisciplinar do INCRA, com a finalidade de realizar estudos pertinentes ao Relatório Técnico de Identificação e Delimitação de Território Quilombola, sendo composta pelos seguintes servidores: Carlos Fernando Conceição Lucena, Alba Lucy Giraldo Figueroa, Luiz Gonzaga da Silva, Marcos Faro Eloy Dunda, Sênio Soares da Silva, Antônio Oliveira Santos e Tânia Cabral Aciole Bomfim. Cabe salientar que posteriormente à ordem de serviço n° 107, foram feitas outras ordens (citadas em momento anterior no presente parecer), tendo em vista alterações na equipe técnica; todavia, as condições técnicas de realização dos estudos permaneceram inalteradas.

A pesquisa de campo ocorreu no período de agosto de 2008 a abril de 2012. No início dos trabalhos vigia a Instrução Normativa n° 49. Conforme estabelece o Art. 26 da Instrução Normativa n° 57/09, atualmente em vigor, é com base nesta que este Relatório foi produzido e deverá ser analisado e avaliado.

O Relatório Antropológico junto com as demais peças técnicas integrantes do RTID foi aprovada em reunião com a Comunidade Quilombola Brejão dos Negros no dia 13 de abril de 2012, contando, ainda, com a presença da parlamentar Dep. Ana Lúcia, além de representantes de movimentos sociais, a saber, Instituto Braços e Cáritas, e o Bispo da Diocese de Propriá.

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Destacamos que, em função da intensa participação da Comunidade Quilombola Brejão dos Negros, o conteúdo das peças técnicas e, particularmente, do Relatório Antropológico (representando este um processo dificultoso de reconstituição da trajetória histórico-social do grupo étnico) foram submetidos à revisão e apreciação da comunidade, constituindo-se numa outra oportunidade para confirmação dos dados históricos, sociais e antropológicos. Tal evento implicou em confirmação e aprovação dos dados finais do Relatório Antropológico em reunião ocorrida no dia 13 de junho de 2013, onde estiveram presentes lideranças, membros da comunidade, autoridades estaduais e municipais e equipe técnica do INCRA, fls. XX/XX.

Sobre o Relatório Antropológico, fls 677/766, de autoria da antropóloga Ana Lídia Nauar (SR-01), observou-se a estruturação do mesmo seguindo basicamente quatro eixos temáticos, os quais abarcam o conjunto de questões pertinentes à composição histórico-antropológica do grupo étnico, a saber: 1) elementos teóricos e conceituais de fundamentação da pesquisa; 2) informações e dados gerais sobre o território, contemplando aspectos de organização social, economia ou produção e manifestações culturais de identidade comunitária quilombola; 3) histórico de ocupação, referindo-se à aspectos de territorialidade e conflitos sociais pela terra, exploração e expropriação sofridas pela comunidade negra objeto do estudo antropológico; e 4) esquemas de ação e de resistência social elaborados pela comunidade quilombola de Brejão dos Negros frente aos processos de exploração e marginalização sócio-econômica, resultando nos elementos indicativos da relação entre a citada comunidade e o território.

Diante dos quatro eixos apresentados, o Relatório Antropológico, em seu trecho final, fls 762/763, afirma o seguinte:

Conforme os dados da pesquisa realizada para elaboração deste relatório antropológico, a construção do território de Brejão dos Negros se originou a partir da formação de quilombo durante o século XIX, contexto em que coexistiram o trabalho escravo e o trabalho livre nos plantéis de cana-de-açúcar na região do Baixo São Francisco. A partir do início do século XX, com o desenvolvimento da cultura de arroz, e o interesse pelas lagoas de brejo, as áreas que historicamente integraram o território de uso comum das famílias foram sendo tomadas pelos fazendeiros, herdeiros dos antigos engenhos da região, locais de onde teriam vindo as famílias de Brejão. (fl. 762)

Após ter reafirmado, mediante os resultados apontados pela pesquisa, o estudo antropológico dá continuidade à abordagem antropológica e histórica destacando o conteúdo de tensão e conflito característico das relações entre quilombolas e proprietários de terra ou posseiros da região (não quilombolas); estes segundo é demonstrado no estudo, intitularam-se “donos das terras”, constituindo um fator de formação de um “processo silencioso” de expulsão dos “quilombolas das áreas que secularmente se encontravam, morando e plantando suas roças e pescando nas lagoas” (fl. 762). A não utilização das terras pelos quilombolas, num determinado momento histórico onde se dá a citada expulsão da região, explica

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fundamentalmente a forma como se apresentavam (e ainda se apresenta) a relação entre quilombolas e proprietários (não quilombolas).

Após a ênfase dada aos elementos estruturantes da relação social identificada na trajetória sócio-histórica da Comunidade de Brejão dos Negros, no Relatório Antropológico é apresentada a justificativa para a identificação e o reconhecimento do território quilombola no seguinte trecho onde é possível se ler:

Assim, o território identificado neste Relatório e reivindicado pelos remanescentes de quilombo de Brejão dos Negros (8.125,5588 ha), corresponde a parte da áreas que foram expropriadas da comunidade e que, portanto, os mesmos mantém uma relação histórica, cultural e simbólica, tratando-se de um território etnicamente definido”. Somando-se à essa justificativa de caráter antropológico, sociológico, histórico e étnico, encontra-se, ainda, os seguintes motivos: “Por essa razão, essas áreas são fundamentais à sua reprodução física, social, econômica e cultural. (fl. 763).

Por fim, esta pesquisa justifica o pleito territorial da comunidade supramencionada em função de sua trajetória histórica própria, da sua ancestralidade negra e escrava, da opressão histórica sofrida, da identidade quilombola e do histórico de ocupação do referido território, estando, portanto, de acordo com o disposto no Art. 10, I, da Instrução Normativa INCRA Nº 57/09;

11 Pelo que consta nos autos foi assegurada à comunidade total participação em todas as fases do procedimento, até agora elencados, desde o momento da instauração dos trabalhos até a aprovação do RTID, bem como foram preservadas todas as informações constante no presente processo administrativo, conforme demonstrado através das diversas atas de reuniões.

12 As fls 07-20, estão acostados os documentos da Associação da Comunidade de Brejão dos Negros que representa os quilombolas;

13 Fls 21-27 relação das famílias cadastradas como remanescente de quilombo na comunidade;

14 Fls 48-51 está acostado Ofício n° 70/2007, da Câmara de Vereadores de Brejo Grande;

15 Fls 52-84, termo de audiência pública ocorrida na comunidade, promovida pelo Ministério Público do Estado de Sergipe, Ministério Público Federal e Ouvidoria Agrária objetivando discutir os problemas da comunidade;

16 Fls 85-90, 97-102, 104, 106, 107, 142, 146, 147, 185, 186, 277-280 estão juntadas diversos recortes de matérias jornalísticas sobre a comunidade Brejão dos Negros;

17 Fls 112-130 documentação da empresa NORCON, referente à aquisição de parte de um imóvel nos limites do território;

18 Fls 131-138 Ata, documentos diversos e folha de assinatura de grupo de técnicos para discutir a identificação de áreas da União em Brejo Grande;

19 Fls 139-141, Ata de reunião do Ministério Público Federal sobre a questão de Brejão dos Negros;

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20 Fls 148-151, 168-169, Memo/Incra/DF/DFQ/N° 173/2009, 15 de abril de 2009, que indicou a servidora Ana Lídia Nauar Pantoja para elaborar o Relatório Antropológico da Comunidade Quilombola de Brejão dos Negros;

21 Fls. 154-160, Relatório de Viagem do coordenador do RTID, engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga da Silva;

22 Fls. 161-165, documento encaminhado por grupo de agricultores não quilombolas encaminhado ao superintendente do INCRA;

23 Fls 166, Ofício n° 23/09 da Câmara de Vereadores de Brejo Grande;24 Fls. 172-181, cópias de sentenças judiciais sobre a Comunidade Quilombola

Brejão dos negros; cópia de uma inicial da Procuradoria do Município de Brejo Grande;

25 Fls 187-189, cópia de uma audiência do Ministério Público Federal;26 190-192, 194-197, Ata do MPU sobre a questão da NORCON na Comunidade

de Brejão dos Negros;27 Fls 198-200, mapa da AGU identificando área da União na Resina;28 Portanto, após análise de todas as peças constantes neste processo

administrativo, não resta dúvida de que a reivindicação da comunidade pela titulação de suas terras é pertinente, devendo o Estado, com base no Decreto 4.887/2003, emitir o título de propriedade definitiva aos membros da referida comunidade.

29 Diante do exposto, consideramos que o presente procedimento encontra-se apto à análise preliminar do Comitê de Decisão Regional, haja vista que foram verificados todos os critérios técnicos estabelecidos para sua elaboração, de modo que este Comitê possa, após deliberação, autorizar o Superintendente Regional a dar ampla publicidade às conclusões, através da publicação de edital, por duas vezes consecutivas no Diário Oficial da União e, de igual maneira, no Diário Oficial deste Estado, na forma do art. 11 da IN/INCRA/Nº 57/09.

30 Aproveitamos ainda para submeter à análise a minuta do Edital a ser publicado, conforme item anterior. Fls.xxx/xxx.

É o nosso parecer,Aracaju, 14 de junho de 2013

Antonio Oliveira SantosCoord. Serv. Reg. Territórios Quilombolas

INCRA/SE

Luiz Gonzaga da SilvaEngenheiro Agrônomo – Perito Federal

INCRA/SE

Elvoclébio de A. LimaAnalista em Desen. Reform. Agrária - Antropólogo

INCRA/SE

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIOINSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE SERGIPE – SR-23DIVISÃO DE ORDENAMENTO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA

SERVIÇO DE REGULARIZAÇÃO DE TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS

Processo Administrativo: nº 54370.000952/2006-48Interessado: Comunidade Remanescente de Quilombo BREJÃO DOS NEGROSMunicípios: Brejo Grande e Pacatuba/SE

ACOLHO O PARECER TÉCNICO INCRA/SR-23/F-4/Nº 01/2013, de 14 de junho de 2013.

Ao Gabinete da SR-23, com vista a Procuradoria Federal Especializada da SR-23/INCRA, para se manifestar na forma do Inciso VI do Artigo 10 da IN/INCRA/Nº 57/09.

Aracaju, 17 de junho de 2013

Tania Cabral Acioli BomfimChefe da SR-23/F

INCRA/SE

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