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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS Módulo Específico Apostila 5 Teoria e Prática em Psicopedagogia Coordenação Pedagógica IPEMIG Em parceria com a FACEL Belo Horizonte - 2010

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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE

MINAS GERAIS

Módulo Específico

Apostila 5 – Teoria e Prática em Psicopedagogia

Coordenação Pedagógica – IPEMIG

Em parceria com a FACEL

Belo Horizonte - 2010

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03

1 NOÇÕES BÁSICAS EM PSICOPEDAGOGIA ............................................. 05

1.1 As origens e trajetória da Psicopedagogia ................................................. 06

1.2 Conceituações, influências e contribuições ................................................ 11

1.3 Seu campo de atuação .............................................................................. 14

1.4 Suas divisões – clínica e institucional ........................................................ 15

1.5 As relações com as demais disciplinas ...................................................... 26

1.6 Os eixos norteadores da Psicopedagogia Institucional .............................. 28

2 CÓDIGO DE ÉTICA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

PSICOPEDAGOGIA ........................................................................................ 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 37

AVALIAÇÃO .................................................................................................... 40

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INTRODUÇÃO

Sejam bem vindos ao curso de Especialização em Psicopedagogia oferecido

pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais.

Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação

daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências

atualizadas, embora saibamos que alguns clássicos como Sara Paín e Maria Lúcia

L. Weiss são indispensáveis ao curso.

As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,

afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos

educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou

aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e

provado pelos pesquisadores.

Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos

colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada

está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e

melhorar nosso trabalho.

Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês

são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que:

aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é

demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação

dos nossos/ seus alunos.

Deste modo, o curso em questão tem como objetivo geral oferecer subsídios

teórico-metodológicos para que os ingressantes na área de Psicopedagogia

Institucional e Clínica possam atuar na prevenção e tratamento e, reforçar os

conhecimentos daqueles que já atuam na área, pois sabemos que o mercado atual

exige renovação da bagagem profissional, valorização das novas tendências na sua

área de trabalho.

Nesta apostila, o conteúdo passa por noções básicas em Psicopedagogia, o

que inclui as suas origens, os campos de atuação, as suas divisões, as relações

com as demais disciplinas e os eixos norteadores.

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Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos

serem os mais importantes para a disciplina.

Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de

redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico.

Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final

da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar

dúvidas e aprofundar os conhecimentos.

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1 NOÇÕES BÁSICAS EM PSICOPEDAGOGIA

Já vamos entrando no campo da Psicopedagogia levantando alguns

questionamentos que perpassam pela ética, como por exemplo, o que o levou a

cursar essa especialização? Qual papel exerce na sociedade? Quais seus

objetivos? Onde quer chegar? Isto porque, queiramos ou não, a escolha de uma

profissão vem sempre acompanhada de um código de ética direcionado ao exercício

da atividade no meio ambiente social onde se vai atuar.

Essas questões são de foro íntimo, não podemos responder por vocês, mas

podemos trazer à tona algumas ideias que os levem a refletir e responder com toda

sinceridade a que vieram.

O campo da Psicopedagogia traz à tona o encontro com o prazer de

trabalhar, de investigar, de aprender com os pacientes (alunos). Como diz

Damasceno (s/d) é a busca criativa que nos leva a (des) aprisionar a inteligência, a

tirar a criatividade do casulo, a desprender-se, deixar solto o pensamento, o

conhecer e o crescer, porque desperta a crença no ser humano.

Justifica-se a necessidade do Psicopedagogo dentro da escola, levando em

consideração que a maioria delas ainda não possui, em sua equipe pedagógica, um

profissional que possa auxiliar a comunidade escolar, instrumentalizando-a teórica e

metodologicamente para atender a individualidade de cada educando no processo

de construção de seus conhecimentos.

Pois bem, vamos analisar a importância da Psicopedagogia, a qual tem por

objeto central de estudo o processo de aprendizagem humana, seus padrões

evolutivos normais e patológicos, bem como a influência do meio (família, escola,

sociedade) e especificamente, tentaremos demonstrar que as dificuldades escolares

não podem ser explicadas apenas por um fator, mas que podem situar-se na

criança, no meio familiar ou mesmo no meio escolar.

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1.1 As origens e trajetória da Psicopedagogia

A psicopedagogia nasceu da necessidade de melhor compreensão do

processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo específica que busca

conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo, ocupando-se

do processo de aprendizagem humana, seus padrões de desenvolvimento e a

influência do meio nesse processo (FERREIRA, 2006).

Na literatura francesa que sempre influenciou as ideias sobre

psicopedagogia na Argentina (a qual, por sua vez, influenciou a práxis brasileira) –

encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine Mery, a psicopedagoga francesa

que apresenta algumas considerações sobre o termo psicopedagogia e sobre a

origem dessas ideias na Europa, e os trabalhos de George Mauco, fundador do

primeiro centro médico psicopedagógico na França, onde se percebeu as primeiras

tentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na

solução dos problemas de comportamento e de aprendizagem (BOSSA, 2000, p.

37).

Esses centros tentavam readaptar crianças com comportamentos

socialmente inadequados na escola ou no lar e atendiam crianças com dificuldades

de aprendizagem apesar de serem inteligentes.

Esperava-se através desta união Psicologia – Psicanálise – Pedagogia,

conhecer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para

determinar uma ação reeducadora, e, diferenciar os que não aprendiam, apesar de

serem inteligentes, daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física ou

sensorial era uma das preocupações da época.

Observa-se que a psicopedagogia teve uma trajetória significativa tendo

inicialmente um caráter médico-pedagógico dos quais faziam parte da equipe do

Centro Psicopedagógico: médicos, psicólogos, psicanalistas e pedagogos.

Ferreira (2006) nos conta que há alguns anos atrás, a falta de clareza a

respeito dos problemas de aprendizagem, fazia com que os alunos com dificuldades

fossem encaminhados para profissionais de diversas áreas de atuação, sem uma

resolução eficiente dos problemas.

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Em primeiro momento, no período de Medicalização dos problemas de

aprendizagem, estas crianças eram encaminhadas ao médico: pediatra e depois ao

neurologista.

Em segundo momento, denominado Psicologização dos problemas de

aprendizagem, onde eram encaminhadas ao psicólogo, submetendo a criança a

uma bateria de testes. Frente a estas situações, não se chegava a uma explicação

clara sobre as dificuldades da criança, foi-se criando a consciência da necessidade

de formação de um único profissional apto a integrar conhecimentos e para atuar de

maneira objetiva e eficaz, não só na resolução dos problemas escolares, mas

também que atuasse na prevenção dos mesmos, facilitando o vínculo do aluno com

o processo de aprendizagem e o resgate do prazer de aprender, melhorando assim,

o desempenho escolar do aluno.

Assim nasceu a Psicopedagogia, cujo termo apresenta-se hoje com uma

característica especial. Devido a complexidade dos problemas de aprendizagem, a

Psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar, que busca

conhecimento em diversas outra áreas de conhecimento, além da psicologia e da

pedagogia. É necessário ter noções de:

Linguística, para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem

humana e sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita.

Conhecimentos sobre o desenvolvimento neurológico, sobre suas disfunções

que acabam dificultando a aprendizagem;

Conhecimentos filosóficos e sociológicos, que nos oferece o entendimento

sobre a visão do homem, seus relacionamentos a cada momento histórico e

sua correspondente concepção de aprendizagem (FERREIRA, 2006).

Sobre a corrente europeia que influenciou significativamente a Argentina,

Bossa (2000) citando estudos de Alícia Fernandez nos conta que a Psicopedagogia

surgiu na Argentina há mais de 40 anos e foi em Buenos Aires, sua capital, a

primeira cidade a oferecer o curso de Psicopedagogia, portanto, foram nos anos

1970 que surgiram por lá, os Centros de Saúde Mental, onde equipes de

psicopedagogos atuavam fazendo diagnóstico e tratamento.

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Estes psicopedagogos perceberam um ano após o tratamento, que os

pacientes resolviam seus problemas de aprendizagem, mas desenvolviam distúrbios

de personalidade como deslocamento de sintoma. Resolveram então incluir o olhar

e a escuta clínica psicanalítica, perfil atual do psicopedagogo argentino (BOSSA,

2000).

Ao Brasil, a Psicopedagogia chegou na década de 1970, cujas dificuldades

de aprendizagem nesta época eram associadas a uma disfunção neurológica

denominada de Disfunção Cerebral Mínima (DCM) que virou moda neste período,

servindo para camuflar problemas sócio-pedagógicos. Fora introduzida baseada nos

modelos médicos de atuação e foi dentro desta concepção de problemas de

aprendizagem que se iniciaram, a partir de 1970, cursos de formação de

especialistas em Psicopedagogia na Clínica Médico-Pedagógica de Porto Alegre,

com a duração de dois anos (BOSSA, 2000, p. 48-52).

De acordo com Visca apud Bossa (2000, p. 21), a Psicopedagogia foi

inicialmente uma ação subsidiada da Medicina e da Psicologia, perfilando-se

posteriormente como um conhecimento independente e complementar, possuída de

um objeto de estudo, denominado de processo de aprendizagem, e de recursos

diagnósticos, corretores e preventivos próprios.

Com esta visão de uma formação independente, porém complementar

destas duas áreas, o Brasil recebeu contribuições para o desenvolvimento da área

psicopedagógica, de profissionais argentinos tais como: Sara Paín, Jacob Feldmann,

Ana Maria Muniz, Jorge Visca, dentre muitos outros.

O professor argentino Jorge Visca, tido como um dos maiores contribuintes

da difusão psicopedagógica no Brasil, foi o criador da Epistemologia Convergente,

linha teórica que propõe um trabalho com a aprendizagem utilizando-se da

integração de três linhas da Psicologia:

1. Escola de Genebra – Psicogenética de Piaget (já que ninguém pode aprender

além do que sua estrutura cognitiva permite);

2. Escola Psicanalítica – Freud (já que dois sujeitos com igual nível cognitivo e

distintos investimentos afetivos em relação a um objeto aprenderão de forma

diferente);

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3. Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière (pois se ocorresse uma

paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de distinta cultura, também

suas aprendizagens em relação a um mesmo objeto seriam diferentes, devido

às influências que sofreram por seus meios socioculturais).

Assim, a análise do sujeito através de correntes distintas do pensamento

psicológico concebeu uma proposta de diagnóstico, de processo corretor e de

prevenção, dando origem ao método clínico psicopedagógico, que influencia os

profissionais até o presente momento.

[...] Quando se fala de psicopedagogia clínica, se está fazendo referência a

um método com o qual se tenta conduzir à aprendizagem e não a uma corrente

teórica ou escola. Em concordância com o método clínico podem-se utilizar

diferentes enfoques teóricos. O que eu preconizo é o da epistemologia convergente

(VISCA, 1987, p. 16 apud BOSSA, 2000).

A psicopedagogia tem sofrido influências de diversas correntes teóricas ao

longo de sua existência.

A partir da década de 1950/1960, no seu início, tinha uma visão médica,

enfocando o problema que acontecia com o sujeito com relação à aprendizagem.

Esta visão partia de uma abordagem neuropsicológica, uma vez que existindo um

problema de aprendizagem, este deveria ser sanado investigando-se qual

dificuldade apresentada pelo sujeito, que ocasionava o fracasso escolar (SCHMID,

2006).

Na década de 1960/1970, permeou-se pela visão behaviorista, ou seja,

parou de abordar as falhas e começou a trabalhar os condicionamentos, avaliando o

desempenho do sujeito.

Na década de 1980, seu estudo começa a possuir uma visão social, dialética

devido à influência da teoria de Vygotsky que considera relevante o meio social do

sujeito para sua aprendizagem. Neste momento, surge o profissional

psicopedagogo/educador interdisciplinar, que dá importância ao processo de

aprendizagem. Começa-se a pensar porque este sujeito fracassa e não mais como

ele fracassa, levando-se em conta o meio social do sujeito.

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Já na década de 1990 até hoje, sua visão passou a ser de

interdisciplinaridade, sofrendo influência da Psicolinguística, neurociências e

sociologia.

Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp, s/d)

a Psicopedagogia no Brasil enquanto área de atuação é sustentada por referenciais

teóricos, isto é uma práxis psicopedagógica. É reconhecida academicamente

através das produções científicas materializadas em teses, publicações e reuniões

científicas organizadas pelo órgão de classe (ABPp) e por outros órgãos

representados pelos profissionais e áreas afins. Diferentemente dos primórdios do

movimento educacional preocupado em compreender as razões do insucesso das

crianças na escola, buscando apenas no aluno as respostas, a tendência

contemporânea é considerar o insucesso enquanto sintoma social e não apenas

como uma patologia do aluno.

Hoje é inegável o reconhecimento da contribuição social e científica da

Psicopedagogia e dos Psicopedagogos na realidade brasileira. Embora nossa

referência seja a Psicopedagogia, enquanto área de atuação preocupada com a

questão da aprendizagem humana, sabemos que muitos são os estilos dos

psicopedagogos, pois cada um os constrói a partir de sua singularidade, a qual

determina as diferentes opções pelos modelos e referenciais teóricos.

Entende-se que existe uma profunda relação e entrelaçamento entre os

aspectos teóricos, a formação e o modus operandi do profissional. Como não há

uniformidade de modelos teóricos, não há uma única práxis psicopedagógica. O

fundamental é desencadear a consciência do compromisso na formação

profissional. É a formação continuada que fundamenta a práxis psicopedagógica.

Para que o tripé modelos teóricos/ formação/ modus operandi se sustente, hoje é

preciso fazer uma distinção entre legitimidade e legalização. A legitimidade da

Psicopedagogia enquanto práxis e do Psicopedagogo enquanto profissional, já foi

alcançada. É preciso agora legalizar/oficializar através de leis o que já está

legitimado (ABPP, s/d).

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1.2 Conceituações, influências e contribuições

A Psicopedagogia é um campo do conhecimento que se propõe a integrar,

de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes ciências humanas com

a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes

ao aprender humano (BEAUCLAIR, 2004).

Enquanto área de conhecimento multidisciplinar interessa a Psicopedagogia,

compreender como ocorrem os processos de aprendizagem e entender as possíveis

dificuldades situadas neste movimento. Para tal, faz uso da integração e síntese de

vários campos do conhecimento, tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a

Psicologia Transpessoal, a Pedagogia, a Neurologia, entre outros.

A Psicopedagogia é um corpo de conhecimentos estruturada de diferentes

maneiras. A seguir destacamos algumas definições.

De acordo com Alves e Bossa (2006) a Psicopedagogia é um campo no

qual floresceu o conceito de sujeito autor, é uma área de estudo interdisciplinar que

olha para o sujeito como um todo no contexto no qual está inserido, que estuda os

caminhos do sujeito que aprende e apreende, adquire, elabora, saboreia e

transforma em saber o conhecimento. A concepção de sujeito autor como aquele

que constrói seu pensamento se faz presente através de um “corpo” que sente,

existe, ama e proclama sua liberdade de ser, de estar e viver no eterno presente, no

eterno agora.

Para Bossa (2000) a Psicopedagogia é concebida com uma configuração

clínica, ainda que sua prática se dê em um enfoque preventivo e, esse caráter

clínico significa levar em conta a singularidade do processo a ser investigado,

recorrendo tanto aos diagnósticos e intervenções que lhe são comuns no trabalho

institucional e clínico. Para a autora, o termo distingue-se em três conotações:

1. Como uma prática;

2. Como um campo de investigação do ato de aprender e,

3. Como uma saber científico.

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A Psicopedagogia é entendida como uma área de aplicação que antecede o

status de área de estudos, a qual tem procurado sistematizar um corpo teórico

próprio, definir o seu objeto de estudo e delimitar o seu campo de atuação.

Segundo a mesma autora, a Psicopedagogia deve se ocupar do estudo da

aprendizagem humana e, portanto, preocupar-se inicialmente com o processo de

aprendizagem (como se aprende, como essa aprendizagem varia evolutivamente e

está condicionada por diversos fatores, como se produzem as alterações na

aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las).

Seu objeto de estudo é, portanto, um sujeito a ser estudado por outro

sujeito. Esse estudo pode ser através de um trabalho clínico ou preventivo.

O primeiro se dá na relação entre um sujeito com sua história pessoal e sua

modalidade de aprendizagem buscando compreender a mensagem de outro sujeito,

implícita no não aprender. Nesse processo, investigador e objeto-sujeito interagem

constantemente.

No segundo, a instituição (espaço físico e psíquico da aprendizagem) é

objeto de estudos uma vez que são avaliados os processos didático-metodológicos

e a dinâmica institucional que interferem no processo de aprendizagem.

A psicopedagogia, hoje, é entendida num contexto de interdisciplinaridade,

sem, contudo, perder de vista que „os diferentes níveis de realidade são acessíveis

ao conhecimento humano graças à existência de diferentes níveis de percepção,

que se acham em correspondência biunívoca com os níveis de realidade‟ [...] sem

jamais difere-la completamente (RUBINSTEIN, 1996, p.23).

A mesma autora (1999) nos dá uma boa pista quando ressalta que a

Psicopedagogia deve ser compreendida como uma práxis dinâmica, tanto em seu

contexto interno, isto é, no interior da relação terapêutica, no processo, nos

recursos e necessidades do paciente, como no contexto externo, no sentido que as

diferentes concepções teóricas que sustentam a prática estão muito relacionadas

com o percurso acadêmico e com o contexto particular de formação pessoal do

profissional que exerce a função.

Deste modo, a psicopedagogia é uma ciência que abre espaço para

descobertas, investigações, que cria condições e viabiliza espaços para a troca e

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consequente expansão do conhecimento, que permite o intercâmbio cultural das

ciências que se reportam ao entendimento do sujeito, que permite ao ser humano

ser autor de seu pensamento, e que permite, portanto, a viagem e a interação entre

o velho e o novo, entre o tradicional e o moderno, entre o ideal e o real, entre o

masculino e o feminino, entre o subjetivo e o objetivo. É uma ciência capaz de unir,

integrar, viabilizar, promover, portanto, é a ciência que se reporta ao ser aprendente,

ao que dá ao ser humano a condição de constituir-se na aprendizagem e esse

processo se dá desde o seu nascimento e perpetua até sua morte.

A psicopedagogia lida com o processo de aprendizagem e trabalha com a

construção do ser cognoscente, capaz de construir seu próprio conhecimento, isto é,

a psicopedagogia, ao longo dos tempos, passou a objetivar a reconstrução,

integração e expansão do sujeito na construção de sua autonomia e o eu

cognoscente e sua relação com a aprendizagem (SCHMID, 2006).

Pode auxiliar no enfrentamento da exclusão e na luta pela não exclusão

através de pesquisas e produções científicas, orientação e ação pontual sobre as

situações já existentes e prevenção tanto no grupo familiar, quanto escolar.

Entre as possíveis ações, a Psicopedagogia pode:

Propiciar a reflexão na escola, auxiliá-la a repensar seus valores e crenças

com relação à diversidade e à igualdade;

Auxiliar os pais a pensarem sobre as dificuldades de seus filhos e

perceberem se a insistência a respeito da inclusão não está atrelada à

negação da dificuldade;

Auxiliar a escola a encontrar saídas metodológicas e avaliativas não

exclusivas;

Divulgar uma proposta de trabalho grupal, descentralizador do papel do

professor;

Divulgar o ensino pela pesquisa, para que todos possam participar,

independente de suas dificuldades.

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Ela ainda possibilita uma nova reflexão sobre o contexto sociopolítico e

sobre a diferença na sociedade, levando também a repensar sobre o papel do

profissional da saúde e da educação na questão da inclusão.

Junto à Educação tem como papel, instituir caminhos entre os opostos que

liguam o saber e o não saber, o acesso ao conhecimento e a falta desse acesso, a

facilidade e a dificuldade, a rapidez e a lentidão e outros opostos que possam se

apresentar em um processo de aprendizagem.

Segundo Barbosa (2006) o campo que se esboça é vasto; olhar a diferença

sem perder a dimensão da igualdade é um dos maiores desafios educacionais neste

século. E enquanto uma das áreas responsáveis pela aprendizagem, a

psicopedagogia tem muito a aprender e muito a contribuir.

Segundo Moojen (1983), ao conceituarmos a Psicopedagogia, deveremos

proceder com cautela, pois um conceito teórico deve atender a determinadas

características, devendo ser: dinâmico, histórico, flexível e contextualizado.

Diferentemente do que ocorre na conceitualização apresentada pelo Dicionário

Aurélio da Língua Portuguesa. Pois, segundo o dicionário, A Psicopedagogia é “a

aplicação da psicologia experimental à Pedagogia”. E, segundo a autora, esta

definição é restrita para a ação Psicopedagógica, mas, que foi originada como um

reflexo das concepções iniciais da Psicopedagogia na década de 1950 e de 1960.

Esclarecendo ainda que mesmo com a falta de nitidez conceitual e de identificação

do corpo teórico psicopedagógico, encontra-se em nosso país, uma prática

psicopedagógica bastante eficaz.

1.3 Seu Campo de atuação

Sabendo que, na verdade, a Psicopedagogia situa-se em um campo que, ao

atuar de forma preventiva e terapêutica, posiciona-se para compreender os

processos do desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias

áreas e estratégias pedagógicas objetivando se ocupar dos problemas que podem

surgir nos processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos (possíveis

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dificuldades e transtornos), o papel essencial do psicopedagogo vem a ser o de

mediador em todo esse movimento.

Beauclair (2004) analisa que se for além da simples junção

dos conhecimentos da Psicologia e da Pedagogia, o psicopedagogo pode atuar em

diferentes campos de ação, situando-se tanto na Saúde como na Educação, já que

seu fazer visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana, que,

afinal, ocorrem em todos os espaços e tempos sociais.

A questão da aprendizagem é, então, uma questão central da

psicopedagogia, existindo milhões de teorias para diferenciá-la, mas que nunca será

explicada totalmente, porque todos fazem parte da aprendizagem. Ela é processo, é

vida, não é finito, ou melhor, só deixa-se de aprender quando morre, pois é esta a

última aprendizagem (BEAUCLAIR, 2004).

Pensando assim, para Gasparian (2006), nenhuma teoria de aprendizagem

será abrangente para se trabalhar, então trabalha-se parte deste todo que pode

representar o todo, mas não é o todo, porque o todo é muito mais do que a soma de

suas partes.

Uma situação é certa, o psicopedagogo tem que trabalhar dentro das

diferenças, entrar de cabeça dentro de um paradoxo que faz parte de nossa vida,

por isso tem que ter muita reflexão.

1.4 Suas divisões – clínica e institucional

Partindo da premissa que a ciência Psicopedagogia apresenta um campo de

atuação vasto, ao seu profissional cabe assumir com discernimento e compromisso

sua complexa tarefa e ainda, construí-la sob base sólida de formações teórico-

práticas. Antes de seguirmos para os campos mais conhecidos de sua atuação,

vamos discorrer um pouco sobre esse profissional: o Psicopedagogo!

Formado em cursos de pós-graduação ou especialização (curso

regulamentado pelo MEC com carga horária mínima de 360 hs), esse profissional

reúne conhecimento de várias áreas e estratégias pedagógicas e psicológicas que o

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possibilita voltar-se para o processo de desenvolvimento e aprendizagem, atuando

numa linha preventiva e/ou terapêutica.

Sua contribuição na dinâmica escolar é muito importante. Sua atividade

caracteriza-se pelo aspecto interacional, ou seja, pode fazer parte de uma equipe

interdisciplinar atuando nas questões de discussão de problemática docente,

discente e administrativa.

Contribuirá das diversas formas, tendo em vista que o profissional de

Psicopedagogia tem bem claro como se processa a evolução do pensamento (LIMA,

2003).

Algumas de suas atuações possíveis:

Assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo

de ensino-aprendizagem;

Esclarecer que as dificuldades de aprendizagem não têm como causas

apenas deficiências do aluno, mas como consequências de problemas

escolares advindos da organização da instituição, dos métodos de ensino;

Ao trabalhar com conceitos e pré-requisitos para a aprendizagem, auxilia para

que as situações de ensino sejam organizadas de acordo com o

desenvolvimento;

Auxilia a determinar prioridades com relação aos objetivos educacionais junto

à equipe curricular.

Ao considerar os problemas de aprendizagem do ponto de vista sistêmico,

evidencia-se a relevância para que o indivíduo possa ser trabalhado no seu

ambiente escolar, deixando assim que sejam encaminhados para serviços especiais

os casos mais sérios, que necessitam de diagnóstico especializado e exames

complementares.

Nessa linha de pensamento atuará terapeuticamente na escola de modo a:

Preparar o professor para realização de atendimentos pedagógicos

individualizados,

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Auxiliar na compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao

professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem

intervir,

Participar no diagnóstico dos distúrbios específicos da aprendizagem;

Atender pequenos grupos de alunos.

O Psicopedagogo preocupa-se fundamentalmente, com que as experiências

de aprendizagem sejam prazerosas para o indivíduo e, sobretudo, que sejam

estruturalizantes, isto é, que promovam o desenvolvimento das capacidades de Ego

para lidar com o meio ambiente, numa linha de evolução o mais natural possível

(LIMA, 2003).

Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo:

Detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem;

Participar da dinâmica das relações da comunidade educativa afim de

favorecer o processo de integração e troca;

Promover orientações metodológicas de acordo com as características dos

indivíduos e grupos;

Realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto

na forma individual quanto em grupo.

Segundo Macedo (1992), o psicopedagogo no Brasil ocupa-se das

seguintes atividades:

Orientação de estudos: consiste em organizar a vida escolar da criança

quando esta não sabe fazê-lo espontaneamente. Procura-se promover o

melhor uso do tempo, a elaboração de uma agenda e tudo aquilo que é

necessário ao “como estudar” (como ler um texto, como escrever, como

estudar para prova, etc.).

Apropriação dos conteúdos escolares: o psicopedagogo visa propiciar

domínio de disciplinas escolares em que a criança não vem tendo um bom

aproveitamento. Ele se diferencia do professor particular, pois o conteúdo

escolar é usado apenas como uma estratégia para ajudar e fornecer ao aluno

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o domínio de si próprio e as condições necessárias ao desenvolvimento

cognitivo.

Desenvolvimento do raciocínio: trabalho feito com os processos de

pensamento necessários ao ato de aprender. Os jogos são muito utilizados,

pois são férteis no sentido de criarem um contexto de observação e diálogo

sobre processos de pensar e de construir o conhecimento. Este procedimento

pode promover um desenvolvimento cognitivo maior do que aquele que as

escolas costumar conseguir.

Atendimento de crianças: A psicopedagogia se presta a atender deficientes

mentais, autistas ou com comprometimentos orgânicos mais graves, podendo

até substituir o trabalho da escola.

O campo de atuação passa basicamente pela clínica que envolve

diagnóstico, avaliação e intervenção e pela prevenção. A distinção entre o trabalho

clínico e o preventivo é fundamental. O primeiro visa buscar os obstáculos e as

causas para o problema de aprendizagem já instalado; e o segundo, estudar as

condições evolutivas da aprendizagem apontando caminhos para um aprender mais

eficiente.

As áreas de estudo se traduzem na observação de diferentes dimensões no

processo de aprendizagem: orgânico, cognitivo, emocional, social e pedagógico

(posteriormente em outra apostila veremos em detalhes cada dimensão). “A

interligação desses aspectos ajudará a construir uma visão gestáltica da

pluricausalidade deste fenômeno, possibilitando uma abordagem global do sujeito

em suas múltiplas facetas” (WEISS, 1992, p. 22).

Psicopedagogia Clínica enfocando a Hospitalar

A Psicopedagogia Clínica tem como missão retirar as pessoas de sua

condição inadequada de aprendizagem, dotando-as de sentimentos de alta auto-

estima, fazendo-se perceber suas potencialidades, recuperando desta forma, seus

processos internos de apreensão de uma realidade, nos aspectos: cognitivo, afetivo-

emocional e de conteúdos acadêmicos.

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Segundo Schroeder e Macking (2006), cabe ao Psicopedagogo Clínico ou

terapêutico as seguintes missões:

Avaliar e diagnosticar as condições da aprendizagem, identificando as áreas

de competência e de insucesso do aprendente; de acordo com Bossa (2000,

p.102), em geral, no diagnóstico clínico, além de entrevistas e anamnese,

utilizam-se provas psicomotoras, provas de linguagem, provas de nível

mental, provas pedagógicas, provas de percepção, provas projetivas e outras,

conforme o referencial teórico adotado pelo profissional.

Realizar devolutivas para os pais ou responsáveis, para a escola e para o

aprendente;

Atender o aprendente, estabelecendo um processo corretor psicopedagógico

com o objetivo de superar as dificuldades encontradas na avaliação;

Orientar os pais quanto às suas atitudes para com seus filhos, bem como

professores para com seus alunos;

Pesquisar e conhecer a etiologia ou a patologia do aprendente, com

profundidade.

O Psicopedagogo é um profissional que deverá ter conhecimentos

multidisciplinares para usar na avaliação diagnóstica, uma vez que é preciso

estabelecer e interpretar dados em várias áreas, tais como: auditiva e visual, motora,

intelectual, cognitiva, acadêmica e emocional. Este conhecimento favorecerá

também a escolha da metodologia mais adequada para ajudar o aprendente a

superar suas inadequações.

Deve ainda pautar seu trabalho clínico procurando escutar com

sensibilidade, pois seu trabalho é de cunho investigatório, interventivo e contínuo, e

assim, mobilizar ações que venham levantar hipóteses sobre as possíveis causas

que estão intervindo no processo de construção da aprendizagem.

Os instrumentos utilizados nesta modalidade são: entrevistas com a família,

entrevistas com o sujeito, contato com a escola e com outros profissionais que

venha complementar o diagnóstico e, por fim, a devolutiva, na qual o profissional

solicitado irá fazer uma síntese do processo que foi realizado, durante o período

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terapêutico, pontuando a necessidade ou não de encaminhar o aluno para um outro

especialista (SANTOS et al, 2002).

É preciso falar ainda que dentro da psicopedagogia clínica, temos a

modalidade hospitalar, local que também é uma instituição, pois o psicopedagogo

poderá trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem,

poderá também estar trabalhando com a equipe multidisciplinar dessa instituição,

tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos.

No ambiente hospitalar, o psicopedagogo busca compreender o modo como

se dá a construção do conhecimento e que fatores podem facilitar ou intervir nesse

processo dentro do hospital. A aprendizagem irá ocorrer, embora intuitivamente,

com todos que mantenham alguma ligação com a instituição hospitalar, uma vez que

ela se dá a partir das relações de uns com os outros e com o ambiente em que

estão inseridos, onde as pessoas influenciam e são influenciadas ao mesmo tempo,

numa troca constante de experiências e saberes.

Assim, o trabalho do psicopedagogo no hospital não objetiva só o paciente,

a criança ou adolescente em hospitalização, mas pode estender-se também às

mães ou acompanhantes, aos funcionários, ao motorista da ambulância que vem do

interior do Estado, ao vendedor ambulante da calçada, enfim, qualquer pessoa que

faça parte, de alguma forma, do dia-a-dia do hospital.

O psicopedagogo será o profissional que buscará compreender como as

pessoas constroem seu saber no ambiente hospitalar intervindo de forma a integrar

o indivíduo ou o grupo a realidade da instituição e dela tirar algum proveito.

Já Psicopedagogia em hospitalização, refere-se especificamente ao

paciente. No momento em que ele entra em contato com a realidade do hospital,

passa a se relacionar com pessoas, objetos, vocabulários e sentimentos novos,

passando a fazer parte, interagir e se envolver com essa nova realidade, mesmo

sem perceber. E se “aprender é estar completamente envolvido naquilo, é estar

presente,” como afirma Pedro Demo (2001, p. 50) em entrevista a revista NOVA

ESCOLA, existe aí, sem dúvida alguma, um ambiente propício para a aprendizagem

que, como sabemos, não se limita ao espaço escolar ou a um determinado período

da vida da criança e muitos menos depende da sua condição física.

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Psicopedagogia Institucional enfocando a educacional

Institucionalmente, no ambiente escolar, o psicopedagogo pode trabalhar

prestando assessoria aos professores e demais educadores para que estes possam

melhorar a qualidade de sua atuação, através de reflexões sobre questões

pedagógicas e de novas alternativas de trabalho, propiciando a análise de como

acontece o processo de ensino-aprendizagem, frisando sempre a importância dos

fatores orgânicos, cognitivos, afetivos/sociais e pedagógicos, na construção do

conhecimento pelos indivíduos cognoscentes. Além disso, a sua função também

perpassa a instalação de um clima de cooperatividade entre todos os profissionais

da escola, possibilitando a participação destes, na construção do Projeto

Pedagógico, em discussões sobre situações e casos especiais ocorridos com os

alunos.

Segundo Gasparian (2006) deve ser parceiro da professora, entrar na

classe, construir junto com ela, detectar os nichos das crianças rejeitadas, das

crianças atentas, das desatentas, das que faltam, etc., enfim, construir um perfil da

classe.

Ainda falando sobre a atuação do psicopedagogo na escola, esta também

configura-se no atendimento aos alunos com problemas de aprendizagem já

instalados (realizando atividades com grupos) bem como, na prevenção dos

mesmos, buscando realizar um trabalho global junto aos alunos, através do

desenvolvimento do raciocínio e resgate da autoestima, a fim de despertar o prazer

e a vontade de aprender (SANTOS et al, 2002).

Enfim, ele atua sempre no campo clínico-preventivo porque está sempre

interferindo no processo de ensino e aprendizagem, podendo trabalhar com

formação continuada de professores, de reflexão sobre currículos e programas junto

com a coordenação pedagógica, atuando junto com famílias e comunidade e com

alunos com dificuldades de aprendizagem detectando fraturas neste processo.

Caso o aluno precise de uma orientação mais específica ele deverá

diferenciá-lo para um trabalho individual (clínico), mas depois de verificar se o aluno

tem ou não um comprometimento cognitivo ou se é apenas defasagem de conteúdo

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escolar. É um trabalho complexo e requer do profissional sensibilidade para detectar

essas dificuldades e as reais necessidades da escola.

Já nas empresas, sua atuação é pautada em ajudar nas relações entre as

pessoas, e destas com a empresa, percebendo que esta é parceira e não rival,

ajudando na construção e aplicação da ética, da moral e da criatividade humana.

Enfim, o psicopedagogo vai trabalhar a pessoa do professor, do gerente, o

que ele tem de melhor, o aqui e agora, é um trabalho bem gestáltico, é um trabalho

de transformação, que segundo Gasparian (2006) fará com que o professor não veja

o seu aluno como inimigo, que o gerente não veja que o seu subordinado quer pegar

o seu lugar, mas que se vejam como parceiros, sempre um trabalho de parceria.

Esse profissional pode trabalhar também com as classes de EJA.

A partir da influência que exerce no âmbito da educação, o psicopedagogo,

portanto, precisa utilizar seu papel articulador para auxiliar no enfrentamento das

dificuldades que o processo de inclusão pode trazer.

A escola regular ao oferecer o ensino fundamental tem como objetivo a

educação da criança, esquecendo-se que o adulto não teve acesso à escola na

idade certa e que se encontra à margem do conhecimento e do saber, necessitando,

pois de apoio pedagógico e psicopedagógico.

Hoje, a inclusão dos jovens e adultos nos projetos de alfabetização tem

nascido basicamente da exigência do mercado de trabalho, onde o ensino

fundamental não significa somente acesso ao mesmo, mas principalmente

permanência, para isto é indispensável que os diversos setores da sociedade

busquem inserir e possibilitar a permanência na escola, para que os cidadãos

possam participar ativamente da sociedade, da vida cidadã, cultural e política do seu

país.

Para Fernández (1994), quem não conhece morre para a vida, não existindo

o conhecimento não há lugar para a sexualidade humana, para o trabalho, para a

procriação de filhos, de novos seres humanos que, reproduzindo os velhos,

ressignificam a história.

No momento em que o ser humano ressignifica sua aprendizagem no nível

desejante, o papel da escola, do professor, do psicopedagogo e da sociedade, são

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fundamentais principalmente por não ocultar ao aprendiz o caráter de sujeito

pensante.

Sobre sua metodologia de trabalho, sabe-se que ele se torna mais completo

se a família estiver integrada às relações do aprendiz com a psicopedagoga, mas no

caso do aprendiz-adulto, se torna mais difícil, uma vez que pode existir um bloqueio

em sua aprendizagem.

Segundo Tfouni (1995), '”para que ocorra o letramento e alfabetização, é

necessário analisar a sociedade letrada'”, isto é, na instituição de ensino superior e

mesmo nas escolas regulares, as práticas de leitura e escrita são práticas

cotidianas, com grande estímulo visual, pois vive-se entre letras, símbolos e

imagens, o que não ocorre, obviamente no ambiente comum das classes de EJA,

assim, essas dificuldades de aprendizagem devem ser encaradas no mínimo com

muita cautela e alguma desconfiança.

Na mesma linha, temos Orlandi (1987) quando diz que os conhecimentos

não são compartilhados homogeneamente, mas sim distribuídos socialmente,

contribuindo para uma desigualdade visível.

Portanto, metodologicamente, um diagnóstico bem aplicado e analisado pelo

psicopedagogo pode trazer uma situação presente, desde o real, como trampolim

para investigar o lugar do paciente designado problema de aprendizagem, como

depositário da enfermidade de todo o grupo familiar, como signo de um conjunto de

vínculos alterados, como porta-voz ou intérprete dos não ditos familiares, etc.

(FERNÁNDEZ, 1991).

Finalizando e baseando em Fernández (1994), que afirma ser a

aprendizagem a apropriação, a reconstrução do conhecimento do outro, a partir do

saber pessoal, as patologias na aprendizagem, tanto individual como social,

correspondem a uma não coincidência entre o conhecimento e o saber, vindo, então

o psicopedagogo tem a missão de analisar os fatores inconscientes, promovendo

uma intervenção re (construtiva) sobre essas determinações inconscientes que

permeiam o ensino-aprendizagem, abrindo espaços de liberdade humana, de

pensar, de ser e de agir.

O psicopedagogo atua de forma preventiva e terapêutica, posicionando-se

para compreender os processos do desenvolvimento e das aprendizagens humanas,

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recorrendo a várias áreas e estratégias pedagógicas objetivando se ocupar dos

problemas que podem surgir nos processos de transmissão e apropriação dos

conhecimentos (possíveis dificuldades e transtornos) (BEAUCLAIR, 2004).

De acordo com o Código Brasileiro de Ocupações (CBO) na ocupação de

um Psicopedagogo são necessárias algumas habilidades e competências tais como:

Implantar e executar,

Avaliar e coordenar a (re) construção do projeto pedagógico de escolas de

educação infantil, de ensino médio ou ensino profissionalizante com a equipe

escolar.

No desenvolvimento das atividades, viabilizar o trabalho pedagógico coletivo

e facilitar o processo comunicativo da comunidade escolar e de associações a

ela vinculadas.

Atuar nas atividades de ensino nas esferas públicas e privadas.

São estatutários ou empregados com carteira assinada; trabalham tanto

individualmente como em equipe interdisciplinar, com supervisão ocasional, em

ambientes fechados e em horário diurno e noturno. Em algumas atividades podem

trabalhar sob pressão, levando-os à situação de estresse. O exercício dessas

ocupações requer curso superior na área de educação ou áreas correlatas. O

desempenho pleno das atividades ocorre após três ou quatro anos de exercício

profissional (CBO, 2002).

Numa instituição visa a fortalecer-lhe a identidade, bem como buscar o

resgate das raízes dessa instituição, ao mesmo tempo em que procura sintonizá-la

com a realidade que está sendo vivenciada no momento histórico atual, buscando

adequar essa escola às reais demandas da sociedade.

Durante todo o processo educativo, procura investir numa concepção de

ensino-aprendizagem que:

Fomente interações interpessoais;

Incentive os sujeitos da ação educativa a atuarem considerando

integradamente as bagagens intelectual e moral;

Estimule a postura transformadora de toda a comunidade educativa para, de

fato, inovar a prática escolar; contextualizando-a;

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Enfatize o essencial: conceitos e conteúdos estruturantes, com significado

relevante, de acordo com a demanda em questão;

Oriente e interaja com o corpo docente no sentido de desenvolver mais o

raciocínio do aluno, ajudando-o a aprender a pensar e a estabelecer relações

entre os diversos conteúdos trabalhados;

Reforce a parceria entre escola e família;

Lance as bases para a orientação do aluno na construção de seu projeto de

vida, com clareza de raciocínio e equilíbrio;

Incentive a implementação de projetos que estimulem a autonomia de

professores e alunos;

Atue junto ao corpo docente para que se conscientize de sua posição de

“eterno aprendiz”, de sua importância e envolvimento no processo de

aprendizagem, com ênfase na avaliação do aluno, evitando mecanismos

menores de seleção, que dirigem apenas ao vestibular e não à vida

(BEAUCLAIR, 2004).

Nesse sentido, o material didático adotado, após criteriosa análise, deve ser

utilizado como orientador do trabalho do professor e nunca como o único recurso de

sua atuação docente.

Com certeza, se o profissional almejar contribuir para a evolução de um

mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade, os alunos

precisam ser capazes de olhar esse mundo real em que vivemos, interpretá-lo,

decifrá-lo e nele ter condições de interferir com segurança e competência.

Para tanto, juntamente com toda a Equipe Escolar, o Psicopedagogo estará

mobilizado na construção de um espaço concreto de ensino-aprendizagem, espaço

este orientado pela visão de processo, através do qual todos os participantes se

articulam e mobilizam na identificação dos pontos principais a serem intensificados

e hierarquizados, para que não haja ruptura da ação, e sim continuidade crítica que

impulsione a todos em direção ao saber que definem e lutam por alcançar

(FERREIRA, 2006).

Considerando a escola responsável por parcela significativa da formação do

ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escolar, chamada de

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psicopedagogia preventiva, cumpre a importante função de socializar os

conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção

de normas de conduta inseridas num mais amplo projeto social, procurando afastar,

contrabalançar a necessidade de repressão.

Assim, a escola, como mediadora no processo de socialização, vem a ser

produto da sociedade em que o indivíduo vive e participa. Nela, o professor não

apenas ensina, mas também aprende. Aprende conteúdos, aprende a ensinar, a

dialogar e liderar; aprende a ser cada vez mais um cidadão do mundo, coerente com

sua época e seu papel de ensinante, que é também aprendente. Agindo assim, a

maioria das questões poderão ser tratadas de forma preventiva, antes que se

tornem verdadeiros problemas (DI SANTO, 2007).

1.5 As relações com as demais disciplinas

A Psicopedagogia se relaciona com as mais diversas disciplinas, aqui, no

entanto, falar-se-á daquelas que causam alguma confusão em termos de limites dos

seus espaços de atuação e que mais interessam a esta revisão de literatura.

Portanto, quando se trabalha na área das ciências humanas, é preciso

reconhecer que esta área é de extrema amplidão e complexidade. Em se tratando

da Filosofia, ela está e sempre esteve por trás do trabalho psicopedagógico, pois

não há como trabalhar o sujeito sem refletir sobre a condição humana, seja em seu

âmbito particular, seja em seu âmbito genérico.

Assim, ao trabalhar na área clínica, é preciso sempre pensar sobre quem é

aquele sujeito que será atendido, quais são seus valores, quais são suas regras

morais e éticas, quais são suas aspirações, para que assim o psicopedagogo possa

tentar diferenciá-lo e, com isto, compreender seu modo de funcionamento e de

absorção da realidade, da vida à sua volta.

A filosofia é um campo de conhecimento que pode ser aplicado à

psicopedagogia, desde que se trabalhe especificamente com ele. A associação da

psicopedagogia com a filosofia enquanto forma de lidar com aspectos preventivos

das dificuldades de aprendizagem é muito relativa; pois estão absolutamente

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entrelaçadas por princípio. O seu uso irá depender do Psicopedagogo que manusear

este tipo de relação, dando maior ou menor ênfase aos conceitos que deseje

anunciar, analisar, usar como estímulo à reflexão.

Nada impede que dentro do campo de trabalho, o psicopedagogo pesquise

um determinado autor/filósofo ou uma determinada linha de pensamento e associe

tais pensamentos, conceitos e reflexões à prática psicopedagógica.

Em se tratando da Psicologia Escolar, existem três maneiras de diferenciá-la

da Psicopedagogia:

1. Quanto à origem histórica, pois a Psicologia Escolar surgiu para explicar

o fracasso escolar, enquanto a Psicopedagogia surgiu como um trabalho clínico

dedicado e voltado para aqueles que apresentavam dificuldades na aprendizagem

por problemas específicos.

2. Quanto à formação, uma vez que a Psicologia Escolar é uma

especialização do curso de graduação em Psicologia, enquanto o curso de

Psicopedagogia é um curso de especialização, que recebe graduados em diversos

cursos.

3. Quanto ao campo de atuação, onde encontra-se a diferença mais

significativa. O trabalho da Psicologia Escolar se realiza nos limites da Psicologia,

enquanto o trabalho Psicopedagógico se realiza na interface da Psicologia e da

Pedagogia ou, mais recentemente, na interface da Psicanálise e da Pedagogia.

Analisando sua relação com a psicanálise, esta relaciona-se à

psicopedagogia enquanto teoria que abrange a compreensão da dinâmica do

aparelho psíquico e, em especial, do desenvolvimento emocional do sujeito. Deste

modo, nos auxilia a compreender melhor o sujeito com o qual trabalhamos em

psicopedagogia, bem como as dificuldades que ele apresenta.

A diferença existente entre Psicopedagogia e Psicanálise está em seu

próprio objeto de trabalho: a Psicopedagogia trabalha com questões relacionadas à

aprendizagem, tanto no que diz respeito ao processo quanto ao que diz respeito às

dificuldades encontradas neste processo; tanto no que diz respeito ao sujeito quanto

ao que diz respeito ao grupo ou à instituição. Para tanto, dispõe de uma série de

técnicas e teorias próprias que lhe permitem analisar profundamente cada caso.

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A psicanálise, por sua vez, dispõe não apenas da teoria como também de

sua técnica específica, a qual é bastante peculiar e muito diferente da

psicopedagógica. Além disto, a aprendizagem não é o seu foco principal de estudo

ou de trabalho.

Deste modo, poderia inferir que a Psicopedagogia está no lugar dos três,

onde um mais um é igual a três. Portanto, ela não é uma disciplina. Ela é

interdisciplinar, ou seja, está inter-relacionada com duas ou mais disciplinas, que

transcende o espaço da subjetividade para ir ao encontro de muitas

subjetividades/disciplinas em diálogos que caminham na mesma direção.

1.6 Os eixos norteadores da Psicopedagogia Institucional

Para Coll (1989) citado por Ferreira (2006) o amplo conjunto de tarefas e

funções realizadas pelos profissionais que prestam assessoramento

psicopedagógico às escolas, apesar de sua diversidade, pode ser organizado em

torno de quatro eixos.

1. O primeiro relativo à natureza dos objetivos da intervenção, cujos polos

caracterizam respectivamente as tarefas que se centram, prioritariamente no

sujeito e aquelas que têm como finalidade incidir no contexto educacional.

Assim, as tarefas incluídas são tanto as que têm como objetivo prioritário o

atendimento a um aluno, quanto as que aparecem vinculadas a aspectos

curriculares e organizacionais.

2. O segundo eixo afeta as modalidades de intervenção, que podem ser

consideradas como corretivas, ou preventivas e enriquecedoras. Qualquer

intervenção realizada na escola pode ser caracterizada, em um determinado

momento, embora, em um momento posterior, sua consideração se

modifique.

3. O terceiro eixo diferencia modelos de intervenção. Embora tenha como

objetivo final o aluno, pode ter diferenças consideráveis: enquanto alguns

psicopedagogos trabalham diretamente com o aluno, orientam-no e, inclusive,

manejam tratamentos educacionais individualizados, outros combinam

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momentos de intervenção direta com intervenções indiretas, (por exemplo, no

caso de uma avaliação psicopedagógica), centradas nos agentes

educacionais que interagem com ele (no próprio processo de avaliação

psicopedagógica, na tomada de decisões sobre o plano de trabalho mais

adequado para esse aluno). São frequentes as consultas formuladas por um

professor ao psicopedagogo em relação a um aluno que não vai manter

nenhum contato direto com esse profissional.

4. O quarto eixo indica o lugar preferencial de intervenção, que entende-se

como a diversidade de níveis e contextos, inclusive quando circunscrita ao

marco educacional escolar. Este eixo inclui tanto as tarefas localizadas no

nível de sala de aula, em algum subsistema dentro da escola, na instituição

em seu conjunto, ano, série, assim como aquelas que se dirigem ao sistema

familiar, à zona de influência, etc.

O fato que se deve considerar, concordando com Ferreira (2006) é que as

tarefas que aparecem englobadas nos eixos precedentes, objeto da intervenção

psicopedagógica, não significa necessariamente que todos os psicopedagogos as

executem em seu conjunto e, obviamente, não significa que as realizem da mesma

forma.

O amplo conjunto de tarefas, funções e possibilidades ao alcance do

psicopedagogo educacional deixa no ar a vontade de ter em cada escola, um

profissional deste calibre. Infelizmente as escolas, principalmente as públicas não

contam em seu quadro de funcionários, nem mesmo para algumas horas na

semana, com um profissional de tantas habilidades como é o psicopedagogo.

Pensamos que as escolas deveriam se empenhar na contratação deste

profissional, uma vez que respeitando a forma e o ritmo próprio de cada educando,

introduzindo propostas ricas e desafiadores, teriam neste profissional um suporte

para transformar as dificuldades dos alunos em algo construtivo e produtivo.

Contudo, a Psicopedagogia não é uma terapia para as dificuldades de

aquisição dos códigos ou linguagens que permitem a produção do conhecimento.

Conhecimento esse que é um processo contínuo, de acordo com a filosofia da

ciência, mas precisamos situar a psicopedagogia num patamar mais alto e entendê-

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la como uma área de estudos interdisciplinar, abrangendo diferentes outras áreas,

além de perceber que seu campo de atuação está voltado para identificar as

dificuldades do educando no processo ensino-aprendizagem.

Esperamos que tenham percebido que a formação desse profissional tem

alguns pontos que devem ser levantados:

1º - precisa ter formação acadêmica de nível superior, voltada para a área

humana e direcionada para a educação;

2º - seu objeto de atuação é a escola e a criança em processo de

aprendizagem;

3º - deve conhecer este objeto de atuação de uma forma ampla, através das

teorias de desenvolvimento e de aprendizagem e suas dificuldades;

4º - precisa ter conhecimento sobre avaliação e recursos de atuação

psicopedagógica, que possibilite ao profissional que trabalha na área,

melhorar o desempenho acadêmico do aluno, como também, prevenir e

remediar o fracasso escolar.

Portanto, a regulamentação de sua profissão contribui para a percepção

global do fato educativo, para a compreensão satisfatória dos objetivos da Educação

e da finalidade da escola, possibilitando uma ação transformadora (ROCHA, 2002).

Ainda, é preciso salientar que a ação desse profissional jamais pode ser

isolada, mas integrada à ação da equipe escolar, buscando, em conjunto, vivenciar a

escola, não só como espaço de aprendizagem de conteúdos educacionais, mas de

convívio, de cultura, de valores, de pesquisa e experimentação, que possibilitem a

flexibilização de atividades docentes e discentes.

Segundo Weiss (s/d apud Scoz et al,1987, p.76), [...] muitas vezes existem

dificuldades no ler, escrever, calcular que não interferem na vida do sujeito, só

transformando em sintoma, face a uma exigência ambiental. [...] ao se

instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente para o

significado do sintoma a nível familiar e escolar, e não o veja apenas em um recorte

artificial, como uma deficiência do sujeito a ser por ele tratado. É essencial

procurarmos o não dito, implícito existente no não aprender.

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Os profissionais da educação, precisam voltar seus olhares para a escola e

ter uma visão íntegra da visão da aprendizagem e visão de mundo. E ao

psicopedagogo institucional, através de uma profunda e clara observação das

dimensões que envolvem o diagnóstico de aprendizagem, o qual envolve presença e

ausência de saber, desenvolver seu papel.

Finalmente, o diagnóstico, como veremos na última apostila do curso, do

ponto de vista do psicopedagogo deve ser encarado como bússola que norteará sua

intervenção junto à escola, ao aluno, ao seu histórico familiar atual e passado, o

sociocultural, o educacional, à superação dos obstáculos surgidos e à construção de

novos conhecimentos.

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2 CÓDIGO DE ÉTICA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

PSICOPEDAGOGIA

Reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96

CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS

Artigo 1º - A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação

que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e

patológicos, considerando a influência do meio _ família, escola e sociedade _ no

seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.

Parágrafo único - A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do

conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem

Artigo 2º - A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos

das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender,

no sentido ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprios.

Artigo 3º - O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de

caráter preventivo e/ou remediativo.

Artigo 4º - Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os

profissionais graduados em 3º grau, portadores de certificados de curso de Pós-

Graduação de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial

e/ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se

à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.

Artigo 5º - O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a

aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento profissional,

devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação interprofissional; (ii)

realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.

CAPÍTULO II - DAS RESPONSABILIDADES DOS PSICOPEDAGOGOS

Artigo 6º - São deveres fundamentais dos psicopedagogos:

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A) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos

que tratem o fenômeno da aprendizagem humana;

B) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas,

mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões

do mundo;

C) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado

dentro dos limites da competência psicopedagógica;

D) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;

E) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de

classe sempre que possível;

F) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma

definição clara do seu diagnóstico;

G) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e

discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;

H) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;

I) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser

conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O

respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do

psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito público.

CAPÍTULO III - DAS RELAÇÕES COM OUTRAS PROFISSÕES

Artigo 7º - O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações

com os componentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este

fim, o seguinte:

A) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhes são reservadas;

B) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de

especialização; encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o

atendimento;

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CAPÍTULO IV - DO SIGILO

Artigo 8º - O psicopedagogo está obrigado a guardar segredo sobre fatos de

que tenha conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade.

Parágrafo Único

Não se entende como quebra de sigilo, informar sobre cliente a especialistas

comprometidos com o atendimento.

Artigo 9º - O psicopedagogo não revelará, como testemunha, fatos de que

tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a

depor perante autoridade competente.

Artigo 10 - Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros

interessados, mediante concordância do próprio avaliado ou do seu representante

legal.

Artigo 11 - Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e a

eles não será franqueado o acesso a pessoas estranhas ao caso.

CAPÍTULO V - DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS

Artigo 12 - Na publicação de trabalhos científicos, deverão ser observadas as

seguintes normas:

a) A discordância ou críticas deverão ser dirigidas à matéria e não ao autor;

b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase

aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores

àquele que mais contribuir para a realização do trabalho;

c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição hierarquia

para fazer publicar em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua

orientação;

d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica

utilizada, bem como esclarecidas as ideias descobertas e ilustrações extraídas de

cada autor.

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CAPÍTULO VI - DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL

Artigo 13 - O psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus

serviços, deverá fazê-lo com exatidão e honestidade.

Artigo 14 - O psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em

organizações que visem o lucro com venda de produtos, desde que busque sempre

a qualidade dos mesmos.

CAPÍTULO VII - DOS HONORÁRIOS

Artigo 15 - Os honorários deverão ser fixados com cuidado, a fim de que

representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados

previamente.

CAPÍTULO VIII - DAS RELAÇÕES COM SAÚDE E EDUCAÇÃO

Artigo 16 - O psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades

competentes sobre a organização, implantação e execução de projetos de Educação

e Saúde Pública relativo às questões psicopedagógicas.

CAPÍTULO IX - DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA

Artigo 17 - Cabe ao psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir

este código.

Artigo 18 - Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel

observância dos princípios éticos da classe.

Artigo 19 - O presente código só poderá ser alterado por proposta do

Conselho da ABPp e aprovado em Assembleia Geral.

CAPÍTULO X - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 20 - O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação

em Assembleia Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de

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Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração proposta

pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96, sendo aprovado em

19/07/1996, na Assembleia Geral do III Congresso Brasileiro de

Psicopedagogia da ABPp, da qual resultou a presente solução.

FONTE: http://www.abpp.com.br/leis_regulamentacao_etica.htm

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REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS

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AVALIAÇÃO

1)São necessários vários tipos de conhecimento (de outras áreas) por parte do

Psicopedagogo para um trabalho eficaz. Qual das opções abaixo condiz com os

conhecimentos que nos oferece o entendimento sobre a visão do homem, seus

relacionamentos a cada momento histórico e sua correspondente concepção de

aprendizagem?

A( )Linguística

B( )conhecimento biológico

C( )conhecimento neurológico

D( )conhecimentos filosóficos e sociológicos

2)Qual a linha teórica de trabalho psicopedagógico segue o argentino Jorge Visca?

A( )Epistemologia convergente

B( )Epistemologia divergente

C( )Epistemologia central

D( )n.r.a

3) A psicopedagogia tem sofrido influências de diversas correntes teóricas ao longo

de sua existência. Qual a corrente prevaleceu nas décadas de 1960/1970?

A( )a corrente médica

B( )a corrente behaviorista

C( )a corrente social e dialética

D( )n.r.a.

4)Leia atentamente as afirmativas abaixo e assinale a resposta correta:

I – Não há uniformidade de modelos teóricos, não há uma única práxis

psicopedagógica.

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II – É a formação continuada que fundamenta a práxis psicopedagógica.

III – Para que o tripé modelos teóricos/ formação/ modus operandi se sustente, hoje

é preciso fazer uma distinção entre legitimidade e legalização.

A( )Somente estão corretas as afirmativas I e III

B( )Somente está correta a afirmativa II

C( )Todas as afirmativas estão corretas

D( )Todas as afirmativas estão erradas

5) O estudo que se dá na relação entre um sujeito com sua história pessoal e sua

modalidade de aprendizagem buscando compreender a mensagem de outro sujeito,

implícita no não aprender e tem nesse processo, investigador e objeto-sujeito

interagindo constantemente é: assinale a alternativa correta

A( )um trabalho psicopedagógico clínico

B( )um trabalho psicopedagógico preventivo

C( )um trabalho psicopedagógico tanto clínico quanto preventivo

D( )n.r.a.

6)O Psicopedagogo pode atuar de várias maneiras possíveis. Assinale a opção que

não representa uma de suas atuações.

A( ) Esclarecer que as dificuldades de aprendizagem só tem como causas as

deficiências do aluno, e nunca que os problemas escolares sejam advindos da

organização da instituição, dos métodos de ensino.

B( ) Ao trabalhar com conceitos e pré-requisitos para a aprendizagem, auxilia para

que as situações de ensino sejam organizadas de acordo com o desenvolvimento.

C( ) Auxilia a determinar prioridades com relação aos objetivos educacionais junto

à equipe curricular.

D( ) Assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo

de ensino-aprendizagem.

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7) Segundo Macedo (1992), o psicopedagogo no Brasil ocupa-se das seguintes

atividades: orientação de estudos, apropriação dos conteúdos escolares,

desenvolvimento do raciocínio e atendimento de crianças. Qual das opções

relaciona-se com a orientação dos estudos?

A( ) visa propiciar domínio de disciplinas escolares em que a criança não vem

tendo um bom aproveitamento. Ele se diferencia do professor particular, pois o

conteúdo escolar é usado apenas como uma estratégia para ajudar e fornecer ao

aluno o domínio de si próprio e as condições necessárias ao desenvolvimento

cognitivo.

B( ) consiste em organizar a vida escolar da criança quando esta não sabe fazê-lo

espontaneamente. Procura-se promover o melhor uso do tempo, a elaboração de

uma agenda e tudo aquilo que é necessário ao “como estudar” (como ler um texto,

como escrever, como estudar para prova, etc.).

C( ) trabalho feito com os processos de pensamento necessários ao ato de

aprender.

D( ) se presta a atender deficientes mentais, autistas ou com comprometimentos

orgânicos mais graves, podendo até substituir o trabalho da escola.

8)São habilidades e competências do Psicopedagogo segundo o Código Brasileiro

de Ocupações (CBO):

A( )implantar e executar, avaliar e coordenar a (re) construção do projeto

pedagógico de escolas de educação infantil, de ensino médio ou ensino

profissionalizante com a equipe escolar.

B( ) desenvolver as atividades, viabilizar o trabalho pedagógico coletivo e facilitar o

processo comunicativo da comunidade escolar e de associações a ela vinculadas.

C( ) Atuar nas atividades de ensino nas esferas públicas e privadas.

D( )Todas as alternativas são verdadeiras.

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9) Em se tratando da Psicologia Escolar, existem três maneiras de diferenciá-la da

Psicopedagogia. Qual das alternativas abaixo se relaciona com o campo de

atuação?

A( )A Psicologia Escolar surgiu para explicar o fracasso escolar, enquanto a

Psicopedagogia surgiu como um trabalho clínico dedicado e voltado para aqueles

que apresentavam dificuldades na aprendizagem por problemas específicos.

B( )A Psicologia Escolar é uma especialização do curso de graduação em

Psicologia, enquanto o curso de Psicopedagogia é um curso de especialização, que

recebe graduados em diversos cursos.

C( )É aqui que se encontra a diferença mais significativa. O trabalho da Psicologia

Escolar se realiza nos limites da Psicologia, enquanto o trabalho Psicopedagógico

se realiza na interface da Psicologia e da Pedagogia ou, mais recentemente, na

interface da Psicanálise e da Pedagogia.

D( )n.r.a.

10) Para Coll (1989) citado por Ferreira (2006) o amplo conjunto de tarefas e

funções realizadas pelos profissionais que prestam assessoramento

psicopedagógico às escolas, apesar de sua diversidade, pode ser organizado em

torno de quatro eixos. “as tarefas incluídas são tanto as que têm como objetivo

prioritário o atendimento a um aluno, quanto as que aparecem vinculadas a aspectos

curriculares e organizacionais”. Qual das opções abaixo apresenta o eixo definido

acima?

A( )Eixo relativo às modalidades de intervenção.

B( )Eixo relativo à natureza dos objetivos da intervenção.

C( )Eixo relativo aos modelos de intervenção.

D( )Eixo relativo ao lugar preferencial de intervenção.

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GABARITO DE PSICOPEDAGOGIA

(MÓDULO 5)

Nome do aluno:_______________________________________

Matrícula:___________

Curso:_______________________________________________

Data do envio:____/____/_______.

Assinatura do aluno:____________________________________________

Teoria e Prática em Psicopedagogia

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