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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO 3º ANO (2ª SÉRIE) DA ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO DE NOVA XAVANTINA - MT. Sônia Teresa Mantelli Orientador: prof. Ilso Fernandes do Carmo

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E

ALFABETIZAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO

3º ANO (2ª SÉRIE) DA ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO DE NOVA

XAVANTINA - MT.

Sônia Teresa Mantelli

Orientador: prof. Ilso Fernandes do Carmo

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NOVA XAVANTINA /2013

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E

ALFABETIZAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO

3º ANO (2ª SÉRIE) DA ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO DE NOVA

XAVANTINA - MT.

Sônia Teresa Mantelli

Orientador: prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Educação Infantil - Letramento e Alfrabetização. ”

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NOVA XAVANTINA / 2013

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus pela oportunidade de poder crescer, mais um degrau na

escada do conhecimento.

À minha família, por ter sido compreensiva em mais essa jornada.

Aos professores pelo apoio em nos orientar.

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DEDICATORIA

Dedico a Deus que me guiou durante todos os dias dessa minha caminhada,

me deu forças nos momento em que fraquejei para que eu pudesse concluir com

muita dedicação mais essa tarefa em que me propôs a fazer.

A minha família por ser paciente e entender minha ausência nos dias em

que tinha que estudar.

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“Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar se da escrita”.

FERREIRO (1999, p.23)

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RESUMO

O tema escolhido para esse estudo é a importância do Letramento no

processo de Alfabetização no 3º ano (2ª série) na Escola Municipal Monteiro Lobato

de Nova Xavantina - MT. Este estudo tem como objetivos principais repensar a

aquisição da língua escrita em uma visão de alfabetizar letrando; e ainda buscar

compreender os avanços teórico-metodológicos na área da alfabetização, visto que

muitas crianças continuam sendo alfabetizadas pelo método tradicional, que é

terrivelmente cego e empobrecedor, trazendo conseqüências drásticas para o aluno

do ensino fundamental, pois, o mesmo lê um texto, mas não o entende, só tem a

capacidade de decodificar e não de interpretar. Essa pesquisa se baseia na

obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a

situação real estudada. O presente estudo tem como referenciais metodológicos a

pesquisa bibliográfica e de campo. Entende-se que ensinar é muito mais que

transmitir informações, e foi com esta perspectiva que se teve uma visão reflexiva

acerca desse tema enquanto professora alfabetizadora. Justifica-se esse trabalho

pela necessidade de obter informações sobre o processo de ensino aprendizagem

de leitura e escrita no ambiente escolar. Entende-se que alfabetização não consiste

apenas em ensinar, mas diagnosticar, planejar, informar, orientar, exemplificar,

entender e comunicar. Com base neste exposto, analisamos com maior seriedade

possível as situações que se manifestam nas práticas escolares, optamos por

abordar sobre a Proposta de Alfabetização e Letramento. Esse estudo visa

reconhecer e valorizar a importância de se alfabetizar letrando no processo ensino-

aprendizagem.

Palavras – Chave: Letramento . Alfabetização. Aluno . Professor

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

CAPÍTULO I: 1. O Surgimento da escrita...................................................................10

1.1 O que é Letramento..............................................................................................12

1.2 Alfabetizar Letrando.............................................................................................14

1.3 Alfabetização no Desenvolvimento da Aprendizagem..........................................16

1.4 O Papel do Educador no Letramento...................................................................22

CAPITULO II: 2.0 Metodologia...................................................................................25

2.1 Discussão de dados.............................................................................................27

CONCLUSÃO ............................................................................................................33

BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................36

ANEXOS.....................................................................................................................39

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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como enfoque principal a Importância do Letramento

no Processo de Alfabetização no 3º ano (2ª série) da Escola Municipal Monteiro

Lobato.

Que como propõem FREIRE e MACEDO (1990, p. 167), a alfabetização é “a

relação entre o educando e o mundo, mediada pela prática transformadora deste

mundo” e o Letramento que, segundo SOARES (2000, p. 7), "é o estado em que

vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de

leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive."

Assim como a alfabetização e o letramento são processos que caminham

juntos, este trabalho, em específico, busca repensar a forma de alfabetização e

aquisição da língua escrita, baseado no alfabetizar letrando.

A linguagem é a expressão do pensamento, idéias e sentimentos e a sua

função é permitir que exista a comunicação. Sendo uma habilidade para receber,

compreender informações e mostrar significados através da fala gestos e escrita.

Portanto, a alfabetização deverá desenvolver em um contexto de letramento como

inicio da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da

leitura e da escrita nas práticas sociais. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e

escrever o mundo, ou seja, no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita,

tendo em vista que a linguagem é um fenômeno social.

Visto que na sociedade hoje, não basta ao indivíduo ser simplesmente

alfabetizado, ou seja, aprender meramente a decodificar. Faz-se necessário que o

mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas sociais de leitura e

escrita nesta sociedade.

Infelizmente, a situação de nosso país nas últimas décadas, com relação

aos índices de analfabetismo, é muito alarmante, pois muito se discute, mas, na

prática, muito pouco é feito.

O número de alunos aprovados ao final do primeiro ano escolar não é

satisfatório, assim como o número dos que chegam à 4ª série do ensino fundamental

sem estarem sequer alfabetizado-letrados também é preocupante.

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Justifica-se esse trabalho pela necessidade de obter informações sobre o

processo de ensino aprendizagem de leitura e escrita no ambiente escolar. Entende-

se que alfabetização não consiste apenas em ensinar, mas diagnosticar, planejar,

informar, orientar, exemplificar, entender e comunicar.

Com base neste exposto, analisamos com maior seriedade possível as

situações que se manifestam nas práticas escolares, optamos por abordar sobre A

Proposta de Alfabetização e Letramento. Esse estudo visa reconhecer e valorizar a

importância de se alfabetizar letrando no processo ensino-aprendizagem.

Este trabalho tem como objetivos principais repensar a aquisição da língua

escrita em uma visão de alfabetizar letrando; e ainda buscar compreender os

avanços teórico-metodológicos na área da alfabetização, visto que muitas crianças

continuam sendo alfabetizadas pelo método tradicional, que é terrivelmente cego e

empobrecedor, trazendo conseqüências drásticas para o aluno que, ao chegar à 5ª

série, por exemplo, lê um texto, mas não o entende, pois só tem a capacidade de

decodificar e não de interpretar.

O estudo desse novo paradigma contribuirá para um repensar do educador

atuante nas classes de alfabetização, pois este deve ter um conhecimento básico

dos princípios teórico metodológicos da alfabetização para que possa refletir sobre

sua prática pedagógica, podendo reconstruí-la.

Entende-se que ensinar é muito mais que transmitir informações, e foi com

esta perspectiva que se teve uma visão reflexiva acerca desse tema enquanto

professora alfabetizadora.

Percebe-se que aprender a ler e a escrever é apropriar-se do código

lingüístico gráfico e tornar-se de fato, um usuário da leitura e da escrita.

Portanto numa sociedade letrada o objetivo do ensino deve ser o de

aprimorar a competência e melhorar o desempenho lingüístico do educando, tendo

em vista a integração e a mobilidade sociais dos indivíduos, além de desenvolver o

ensino numa perspectiva produtiva. Por isso o ensino da leitura e da escrita deve ser

entendido como prática de um sujeito agindo sobre o mundo para transformá-lo e

afirmar a sua liberdade e fugindo da alienação.

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Este trabalho está dividido em dois capítulos, sendo que no primeiro traz

uma fundamentação teórica onde abordaremos um breve histórico de como se dava

o processo da escrita e da alfabetização mostrando ainda a evolução dessa

metodologia no decorrer dos tempos tendo, como enfoque principal a alfabetização

e o letramento.

No segundo capítulo trataremos da metodologia desenvolvida na busca da

melhor estratégia que venha beneficiar o ensino aprendizagem tantos dos alunos

quanto do educador nesse processo de ensino e aprendizagem.

Na conclusão apontaremos alguns pontos importantes que devem ser

revistos pelos nossos governantes para que haja de fato uma mudança no processo

de alfabetização e preparação de professores comprometidos com nessa tarefa.

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CAPÍTULO I

1.0 SURGIMENTO DA ESCRITA

Segundo CAGLIARI (1998, p.38), a escrita começou de maneira autônoma e

independente, na Suméria, por volta de 3300 a.C. É muito provável que no Egito, por

volta de 3000 a.C, e na China, por volta de 1500 a.C., esse processo autônomo

tenha se repetido. Os maias da América Central também inventaram um sistema de

escrita independentemente de um conhecimento prévio de outro sistema de escrita,

em um tempo indeterminado ainda pela ciência, que talvez se situe por volta do

início da era cristã. Todos os demais sistemas de escrita foram inventados por

pessoas que tiveram de uma maneira ou de outra, contato com algum sistema de

escrita.

Na Antigüidade, segundo CAGLIARI, ( 1998, p.15), os alunos alfabetizavam-

se aprendendo a ler algo escrito e, depois, copiando. Começavam com palavras

soltas e, depois, passavam para textos famosos, que eram estudados

exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho

de leitura e cópia era o segredo da alfabetização.

Segundo CAGLIARI , (1998, p.113),ao contrário que muita gente pensa,

inclusive professores de alfabetização, para alguém ser alfabetizado, não precisa

aprender a escrever, mas sim aprender a ler. Ou seja, no processo de alfabetização,

o professor poderia prescindir do ensino da escrita, mas não da leitura. Em outras

palavras, a alfabetização realiza-se quando o aprendiz descobre como o sistema da

escrita funciona, isto é, quando aprende a ler, a decifrar a escrita.

Não era preciso fazer cópias nem escrever: bastava ler. Para quem sabe ler,

escrever é algo que vem como conseqüência. Os semitas, segundo CAGLIARI ,

(1998), ao formarem seu sistema de escrita, escolheram um conjunto de palavras

cujo primeiro som fosse diferente dos demais. Nenhuma palavra, naquela língua,

começava por vogal, ficando a lista apenas com consoantes, reduzindo os modelos

silabários da época da escrita.

Para representá-las graficamente, foram escolhidos hieróglifos egípcios

cujos aspectos figurativos lembravam os significados das palavras daquela lista.

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Assim sendo, segundo CAGLIARI (1998), cada palavra da lista passou a ser

o nome da letra que representava a consoante inicial. Além disso, esse nome

passou a ser a chave para se saber que som a letra representava: ‘alef representava

a oclusiva global, por exemplo.

A escolha de uma lista de palavras como essa, segundo CAGLIARI, (1998),

constitui o que se chama de princípio acrofônico, ou seja, o som inicial do nome da

letra é o som que a letra representa: o desenho da cabeça de boi representa o som

da oclusiva glotal porque o nome dessa letra é ‘alef.

O princípio acrofônico, segundo CAGLIARI (1998), permitiu uma grande

simplificação no número de letras e trouxe a forma óbvia de como se devia proceder

para ler e escrever. Uma vez identificada à letra pelo nome, já se tinha um som para

ela. Juntando os sons das letras das palavras em seqüência, tinha-se a pronúncia

de uma dada palavra – o que, feitos os devidos ajustes, dava o resultado final de

sua pronúncia; e, pronunciando-a, o significado vinha automaticamente.

Para se alfabetizar nesse sistema de escrita, bastava à pessoa decorar a

lista dos nomes das letras, observarem a ocorrência de consoantes nas palavras e

transcrever esses sons consonantais usando o princípio acrofônico.

Já os gregos, apesar de manterem o princípio acrofônico, segundo

CAGLIARI (1998), se diferenciaram dos semitas, pois, em grego, o conjunto de

consoantes era diferente, e eram usadas, as vogais.

Quando os gregos passaram a usar o alfabeto, aprender a ler e a escrever

tornou-se uma tarefa de grande alcance popular. De fato, pode-se mesmo dizer que

na Grécia antiga havia as escolas do alfabeto.

Os romanos, segundo CAGLIARI (1998), assimilaram tudo o que puderam

da cultura grega, inclusive o alfabeto. A alfabetização, na Idade Média, em geral

ocorria menos nas escolas do que na vida privada das pessoas: quem sabia ler

ensinava a quem não sabia, mostrava o valor fonético das letras do alfabeto em

determinada língua, a forma ortográfica das palavras e a interpretação da forma

gráfica das letras e suas variações.

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1.1 O QUE É LETRAMENTO?

A palavra letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida

muito recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos datar com

precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi

usada pela primeira vez.

Segundo TFOUNI (1988), parece que a palavra letramento apareceu pela

primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva

psicolingüística, de 1986. Depois a palavra letramento aparece em 1988, no livro

que, pode-se dizer, lançou a palavra no mundo da educação, dedica páginas à

definição de letramento e busca distinguir letramento de alfabetização. Dois anos

depois, passou a representar um referencial no discurso da educação, ao ser

definido por TFOUNI em "Adultos não alfabetizados: o avesso dos avessos"

Mais recentemente, a palavra tornou-se bastante corrente, aparecendo até

mesmo em título de livros e de autores renomados.

Letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e

escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na

sociedade em que vive. (SOARES, 2000)

O termo letramento passou a ter veiculação no setor educacional há pouco

menos de vinte anos, primeiramente entre os lingüistas e estudiosos da língua

portuguesa.

Segundo SOARES (2003), foram feitas buscas em dicionários da língua

portuguesa quanto ao significado da palavra e nada foi encontrado nem mesmo nas

edições mais recentes dos anos de 1998 e 1999.

Na realidade, segundo SOARES (2010, p.35), o termo originou-se de uma

versão feita da palavra da língua inglesa "literacy", com a representação etimológica

de estado, condição ou qualidade de ser literate, e literate é definido como educado,

especialmente, para ler e escrever.

Assim como as sociedades no mundo inteiro, tornam-se cada vez mais

centradas na escrita, e com o Brasil não poderia ser diferente. E como ser

alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, é insuficiente para vivenciar plenamente

a cultura escrita e responder às demandas da sociedade atual, é preciso letrar-se,

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ou seja tornar-se um indivíduo que não só saiba ler e escrever, mas exercer as

práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive

(SOARES, 2000).

Para um sujeito ser considerado letrado não é necessário que tenha

freqüentado a escola ou que saiba ler e escrever, basta que o mesmo exercite a

leitura de mundo no seu cotidiano, sendo um cidadão partícipe de sua comunidade,

atuando em associações, clubes, instituições, igreja, entre outros.

Quem é letrado utiliza a escrita para escrever uma carta através de um outro indivíduo alfabetizado, um escriba, mas é necessário enfatizar que é o próprio analfabeto que dita o seu texto, logo ele lança mão de todos os recursos necessários da língua para se comunicar, mesmo que tudo seja carregado de sua particularidades. Ele demonstra com isso que conhece de alguma forma as estruturas e funções da escrita. O mesmo faz quando pede para alguém ler alguma carta que recebeu, ou texto que contém informações importantes para ele. (SOARES, 2003, p. 43 apud PEIXOTO et al, 2004).

O sujeito analfabeto não compreende a decodificação dos signos, mas

possui um determinado grau de letramento pela prática de vida que tem na

sociedade que ele convive, ele é letrado, porém não com plenitude.

Uma criança que mesmo antes de estar em contato com a escolarização, e que não saiba ainda ler e escrever, porém, tem contato com livros, revista ouve histórias lidas por pessoas alfabetizadas, presencia a prática de leitura, ou de escrita, e a partir daí também se interessa por ler, mesmo que seja só encenação, criando seus próprios textos "lidos", ela também pode ser considerada letrada. (SOARES, 2003, p. 43, apud PEIXOTO et al, 2004).

Como SOARES nos relata, este é outro grau de letramento, e há ainda

aquele indivíduo que, mesmo tendo escolarização ou sendo alfabetizado, possui um

grau de letramento muito baixo, ou seja, é capaz de ler e escrever, mas tem

dificuldade ao fazer o uso adequado da leitura e da escrita, não possuindo

habilidade para essas práticas, não sendo capaz de compreender e interpretar o que

lê assim como não consegue escrever cartas ou bilhetes. Por esse indivíduo ser

alfabetizado mas não dominar as práticas sociais da leitura e da escrita, considera-

se um sujeito iletrado.

No entanto, em nossa sociedade, acredita-se que não há sujeito com grau

"zero de letramento", ou seja, sujeito iletrado, pois os tipos e os níveis de letramento

estão ligados às necessidades e exigências de uma sociedade e de cada indivíduo

no seu meio social.

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Portanto, segundo SOARES (2010), o termo letramento surgiu porque

apareceu um fato novo para o qual precisávamos de um nome, um fenômeno que

não existia antes, ou, se existia, não nos dávamos conta dele e, como não nos

dávamos conta dele, não tínhamos um nome para ele.

1.2 ALFABETIZAR LETRANDO

Segundo BATISTA (2007, p.10), historicamente, o conceito de alfabetização

se identificou ao ensino-aprendizado da “tecnologia da escrita”, quer dizer, do

sistema alfabético de escrita, o que, em linhas gerais, significa, na leitura, a

capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em “sons”, e, na

escrita, a capacidade de codificar os sons da fala, transformando-os em sinais

gráficos.

A partir dos anos 1980, conforme SOARES (1991), o conceito de

alfabetização foi ampliado com as contribuições dos estudos sobre a psicogênese

da aquisição da língua escrita, particularmente com os trabalhos de Emilia Ferreiro e

Ana Teberosky. Progressivamente, o termo passou a designar o processo não

apenas de ensinar e aprender as habilidades de codificação e decodificação, mas

também o domínio dos conhecimentos que permitem o uso dessas habilidades nas

práticas sociais de leitura e escrita.

Com o surgimento dos termos letramento e alfabetização (ou alfabetismo)

funcional, muitos pesquisadores passaram a preferir distinguir alfabetização e

letramento. Passaram a utilizar o termo alfabetização em seu sentido restrito, para

designar o aprendizado inicial da leitura e da escrita, da natureza e do

funcionamento do sistema de escrita.

Porque alfabetização e letramento são conceitos freqüentemente confundidos ou sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo em que é importante também aproximá-los: a distinção se faz necessária porque a introdução, no campo da educação, do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele. (SOARES, 2003, p. 90 apud COLELLO, 2004)

O processo de letramento inicia-se quando a criança nasce em uma

sociedade grafocêntrica, começando a letrar-se a partir do momento em que convive

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com pessoas que fazem uso da língua escrita, e que vive em ambiente rodeado de

material escrito. Assim ela vai conhecendo e reconhecendo práticas da leitura e da

escrita. Já o processo da alfabetização inicia-se quando a criança chega à escola.

Cabe à educação formal orientar esse processo metodicamente.

Segundo PEIXOTO (et al, 2004), não basta apenas o saber ler e escrever,

necessário é saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de

leitura e de escrita que a sociedade faz, pois: enquanto a alfabetização se ocupa da

aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza

os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade. (TFOUNI, 1995, p. 20

apud COLELLO, 2004).

Depois que se iniciaram os estudos do letramento, o conceito de

alfabetização foi reduzido à mera decodificação, ao simples ensinar a ler e escrever.

Não devemos desmerecer a árdua tarefa, a importância de ensinar a ler e a

escrever, pois a aquisição do sistema alfabético se faz necessária para o indivíduo

entrar no mundo da leitura e da escrita.

Na realidade, alfabetização e letramento, esses dois processos, caminham

juntos, ou melhor, o processo de letramento, como vimos, antecede a alfabetização,

permeia todo o processo de alfabetização e continua a existir quando já estamos

alfabetizados.

Segundo SOARES (2000), alfabetizar letrando significa orientar a criança

para que aprenda a ler e a escrever levando-a a conviver com práticas reais de

leitura e de escrita: substituindo as tradicionais e artificiais cartilhas por livros, por

revistas, por jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na

sociedade, e criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de

produção de textos.

Diante do contexto se afirmar que a alfabetização é algo que não tem um

ponto final, então se diz que ela tem um continuum, e ainda, poderíamos dizer que

este é o letramento. Com isto, concordamos que os dois processos andam de mãos

dadas. Não queremos estabelecer uma ordem, ou seqüência, pois já defendemos

que todo tipo de indivíduo possui algum grau de letramento, mesmo que seja

mínimo. O que pretendemos é incentivar o educador a fazer uso do conhecimento

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nato de mundo que o educando possui e sua relação com a língua escrita, assim ele

poderá alfabetizar letrando.

O letramento, segundo SOARES (2003), é um fenômeno de cunho social, e

salienta as características sócio-históricas ao se adquirir um sistema de escrita por

um grupo social. Ele é o resultado da ação de ensinar e/ou de aprender a ler e

escrever, e denota estado ou condição em que um indivíduo ou sociedade obtém

como resultado de ter-se “apoderado” de um sistema de grafia.

Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e

escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas

sociais, é, BRASIL (2007), o estado ou condição que adquire um grupo social ou um

indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da língua escrita e de ter-se

inserido num mundo organizado diferentemente: a cultura escrita.

Sabe-se que ensinar a ler e escrever é uma das principais tarefas da escola.

A leitura e a escrita são muito importantes para que os indivíduos exerçam seus

direitos, possam trabalhar e participar na sociedade, se informar e aprender coisas

novas ao longo de toda a vida.

De acordo com CAGLIARI (1998, p.104):

A alfabetização é ensinar a ler e a escrever. O segredo da alfabetização é a leitura (decifração). Escrever é uma decorrência do conhecimento que se tem para ler. Portanto o ponto principal do trabalho é ensinar o aluno a decifrar a escrita e em seguida, a aplicar esse conhecimento para produzir sua própria escrita.

Com base nos pressupostos acima, ensinar a ler e a escrever está em

primeiro lugar, na compreensão de que as crianças, quando chegam à escola

dominam um código oral, aprendidas em seus contextos de existência, tendo em

vista de que as crianças aprendem a linguagem antes da entrada na escola. O

contato com o mundo das letras e as muitas informações que as crianças recebem

nos seus processos sociais e culturais constituem os conhecimentos prévios com os

quais essas crianças desenvolverão suas competências de leitores, o que permitirá

a criança aprender o código e entender o uso social da linguagem escrita e de

outras linguagens.

1.3 ALFABETIZAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

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A mais básica de todas as necessidades de aprendizagem continua sendo a

alfabetização.

Segundo FREIRE (1999, p.08), aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é

antes de tudo aprender a ler o mundo. A alfabetização é a criação ou a montagem

da expressão escrita e da expressão oral.

Desse ponto de vista, os processos de ensinar e de aprender a leitura e a

escrita na fase inicial de escolarização de crianças se apresentam como um

momento de passagem para um mundo novo para o Estado e para o cidadão o

mundo público da cultura letrada, que instaura novas formas de relação dos sujeitos

entre si, com a natureza, com a história e com o próprio Estado; um mundo novo

que instaura, enfim, novos modos e conteúdos de pensar, sentir, querer e agir.

“O jogo pode ser um elemento importante, pelo qual a criança aprende,

sendo sujeito ativo desta aprendizagem, que tem na ludicidade o prazer de

aprender.” (LIMA, 1999, p.33).

No entanto, especialmente desde as últimas duas décadas, as evidências

que sustentam originariamente essa associação entre escola e alfabetização vêm

sendo questionadas, em decorrência das dificuldades de se concretizarem as

promessas e os efeitos pretendidos com a ação da escola sobre o cidadão.

Explicada como problema decorrente, ora do método de ensino, ora do aluno, ora do

professor, ora do sistema escolar, ora das condições sociais, ora de políticas

públicas, a recorrência dessas dificuldades de a escola dar conta de sua tarefa

histórica fundamental não é, porém, exclusiva de nossa época.

Decorridos mais de cem anos desde a implantação, em nosso país, do

modelo republicano de escola, podemos observar que, desde essa época, o que

hoje denominamos “fracasso escolar na alfabetização” se vem impondo como

problema estratégico a demandar soluções urgentes e vem mobilizando

administradores públicos, legisladores do ensino, intelectuais de diferentes áreas de

conhecimento, educadores e professores.

Desde essa época, segundo MORTATTI (2000), observam-se repetidos

esforços de mudança, a partir da necessidade de superação daquilo que, em cada

momento histórico, considerava-se tradicional nesse ensino e fator responsável pelo

seu fracasso. Por quase um século, esses esforços se concentraram, sistemática e

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oficialmente, na questão dos métodos de ensino da leitura e escrita, e muitas foram

às disputas entre os que se consideravam portadores de um novo e revolucionário

método de alfabetização e aqueles que continuavam a defender os métodos

considerados antigos e tradicionais. A partir das duas últimas décadas, a questão

dos métodos passou a ser considerada tradicional, e os antigos e persistentes

problemas da alfabetização vêm sendo pensados e praticados predominantemente,

no âmbito das políticas públicas, a partir de outros pontos de vista, em especial a

compreensão do processo de aprendizagem da criança alfabetizada, de acordo com

a psicogênese da língua escrita.

Os estudos de Piaget, ainda na década de vinte foram elaborados no sentido

de compreender os processos internos de construção de conhecimento, ele busca a

gênese do conhecimento humano, constituindo-se a Epistemologia Genética.

Baseados nos estudos de PIAGET (1975, p.14), esse estudo é considerado

uma abordagem de grande impacto conceitual no campo da alfabetização, o

construtivismo que foi desenvolvido por Emilia Ferreiro tem como premissa a

psicogênese da língua escrita. É uma teoria que passa valorizar a forma como a

criança desenvolve a aprendizagem em relação à escrita, essa entendida como um

sistema de representação. O construtivismo, ao contrário do que muitos pensam,

não é um modelo pedagógico, mas uma teoria do conhecimento, que pode auxiliar

na ação pedagógica escolar.

O construtivismo se apresenta não como um método novo, mas como uma revolução “conceitual”, demandando, dentre outros aspectos, abandonarem-se as teorias e práticas tradicionais, desmetodizar-se o processo de alfabetização e se questionar a necessidade das cartilhas. (MORTATTI, 2000, p. 10).

Enfim, essa teoria lançou aos professores o desafio de planejar e

desenvolver a partir de uma nova compreensão sobre o processo de leitura e

escrita. Defende-se uma alfabetização contextualizada e significativa através da

adaptação didática das práticas de leitura e escrita para sala de aula, já que é

possível realizar a descoberta do princípio alfabético, quando as crianças são

expostas a situações-problema em que são desafiados a criar hipóteses no sentido

de refletir sobre a escrita.

O autor supracitado, afirma que a alfabetização parece enfrentar-se com um

dilema: ao estender o alcance dos serviços educativos, baixa-se a qualidade e se

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consegue apenas um mínimo de alfabetização, mecanismos encobertos de

discriminação que dificultam a alfabetização daqueles setores que mais necessitam

da escola para se alfabetizar.

Para LOPES (2002, p.63), o que caracteriza a aprendizagem é o movimento

de um saber fazer a um saber que não ocorre naturalmente, mas por abstração

reflexiva. É importante destacar a valorização do diagnóstico prévio do aluno e

considerando seus ‘erros’, como parte do processo de construção do conhecimento.

A criança não começa a aprender apenas quando ingressa na escola, o

contato com a linguagem escrita inicia no âmbito social. O aprendizado vai além de

uma interação mecânica, a criança elabora hipóteses para buscar compreender a

escrita, e isso acontece através da experimentação do ler e escrever, nessas

experimentações as crianças desenvolvem as escritas espontâneas, não podendo

ser considerado como “erros” e é através do levantamento dessas hipóteses que a

criança faz construções progressivas, ampliando seu conhecimento sobre a escrita.

Nessa perspectiva é importante a necessidade de refletir sobre as práticas

de ensino e aprendizagem que oportunizem aos alunos mais do que conhecer o

código, introduzir a palavra escrita em sua vida, em diferentes situações de

interação.

Para PIAGET, apud LIMA (1998. p. 108), o processo de alfabetização não

começa (como se faz com as cartilhas) com tentativas de leitura ou de

aprendizagem de letras e sílabas. A alfabetização (como linguagem em geral)

começa pelas mais primitivas e elementares produções da função semióticas

(processo figurativo e representativo): perceber índices, reagir a sinais, construir

símbolos (figuras-desenho) e, finalmente, compreender signos (palavras). A partir

dessa etapa figurativa (leis das Gestalten), a criança compreende a complexidade

do código da escrita (participação, deslocamento, etc). Temos, pois, duas etapas

bem nítidas na aprendizagem da leitura:

1. Fase figurativa (índices, signos, desenhos), em que predominam os

processos gestálicos.

2. Fase processual (compreensão da complexidade combinatória e participativa

do código alfabético).

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Segundo PIAGET (1995), a criança constrói seu conhecimento interagindo

com o meio em que vive. Para “ele” a criança de zero a dois anos (Fase sensório-

motor) explora o meio através do toque, da experimentação. Isso ocorre, por meio

de reflexos.

Nosso corpo se expressa numa linguagem que revela muito do que somos e

como entendemos o mundo (são atividades lúdicas que oferecem crescimento

cognitivo e ajudam a aliviar as tensões. Os gestos são sinais que transmitem idéias,

sentimentos, sensações e desejos não revelados).

Segundo PIAGET, apud FERREIRA (2002, p. 13), o desenvolvimento do

conhecimento é uma construção progressiva de estruturas que se alterem de acordo

com o crescimento, até a maioridade.

O termo alfabetização, em sentido estrito, significa adquirir o alfabeto. Existe

um código da língua cuja estrutura precisa ser conhecida e dominada pelos

indivíduos que nasceram em um determinado território, no caso da Língua

Portuguesa, o sistema é o alfabético, constituído por 26 símbolos, que oferecem

dificuldades à criança pela complexidade na correspondência fonema/grafema. O

contato com esse código se transforma nas habilidades de ler e escrever.

SOARES (2004, p. 15), afirma que: “pedagogicamente, atribuir significado

muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a especificidade...”

O conceito de alfabetização, a partir das pesquisas quem envolvem o

conhecimento de como o sujeito aprende, tem sido ampliado do conceito técnico de

codificação (escrita) e de decodificação (leitura) dos símbolos gráficos para um

conceito que, mesmo não deixando de lado o conceito técnico, leve em

consideração a questão política, cultural, econômica e social. Alfabetizar, portanto, é

um ato político, porque está ligado a constituição e desenvolvimento da consciência

de ser/estar no mundo. Essa finalização da alfabetização concebe ainda que a

língua não seja um todo uniforme e acabado, mas que é algo dinâmico e que sua

aprendizagem exige interlocutores, isto é, a criança aprende na interação com outro.

A alfabetização não deve ser abordada como um exercício mecânico da

repetição de letras e sílabas. Em pesquisas mais modernas e experiência de muitos

educadores podemos observar que esse tipo de prática está superada; caiu por terra

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a crença de que é preciso primeiro aprender as sílabas, depois as palavras, para só

então chegar ao texto.

VYGOSTSKY (1998), declara que aquilo que as crianças podem realizar

com a ajuda de outros pode ser mais indicativo de seu desenvolvimento mental do

que o que podem fazer por si mesmas “... a boa aprendizagem é somente aquela

que precede ao desenvolvimento.” (MINGUET & FLORENS, 1998. p. 112 e 113).

Os métodos de alfabetização são algo que antecipa ao sujeito, que dele não

tem controle; pelo contrário, a criança está sujeita a ele e a professora é direcionada

a ensinar por ele. Através de regras pré-estabelecidas, o sujeito é reduzido a “coisa”

e se torna mero repassador/receptor de conhecimento que se julga “científico” e com

valor de verdade. É regra fundamental, nesta concepção, que a criança esteja

“pronta” para aprender a ler e escrever. A aprendizagem só acontecerá através da

disciplina, do silêncio e do ato solitário de cumprir tarefas previas.

Um texto escrito tem eficácia quando expressa o significado pretendido por quem escreve e se faz compreensível a quem lê. Ou seja, quando há a máxima aproximação entre o que se quis dizer, o que efetivamente se disse e o que foi compreendido. (CADERNOS TV ESCOLA, 1999, p.11).

As experiências de aprendizagem providas devem ser aquelas mediante as

quais o educando adquira conhecimento desenvolva habilidades, destrezas, atitudes

e valores que lhe permitem estabelecer as bases facilitadoras da integração para

enfrentamento da sua própria realidade. A metodologia deve ser ativa, participativa,

orientada para a prática e para a reflexão, sendo fundamental para o educando o

aprender fazendo. Deve-se favorecer a participação da criança no planejamento das

atividades. A proposição de atividades diversificadas, envolvendo a criança,

propicia-lhe o desenvolvimento de autonomia, na medida em que é levada a fazer

opções.

MINGUET & FLORENS, (1998. p.113)., diz que:

... a partir do momento em que uma criança começa, pela primeira vez, a aprender a escrever até a hora que finalmente domina essa habilidade há um longo período, particularmente interessante para a pesquisa psicológica.

O processo para se chegar à aprendizagem é tão importante quanto ao

produto; para isso devem ser valorizados tanto as experiências individuais como

grupais. Nos educadores reconhecemos que a alfabetização não resume à

aprendizagem de como juntar as letras para formar palavras.

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1.4 O PAPEL DO EDUCADOR NO LETRAMENTO O educador que se dispõe a exercer o papel de "professor-letrador"

considera que:

[...] o ato de educar não é uma doação de conhecimento do professor aos educando, nem transmissão de idéias, mesmo que estas sejam consideradas muito boas. Ao contrário, é uma contribuição "no processo de humanização". Processo este de fundamental papel no exercício de educador que acredita na construção de saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento humano, e que para isso se torna um instrumento de cooperação para o crescimento dos seus educando, levando-os a criar seus próprios conceitos e conhecimento. (FREIRE, 1990 apud PEIXOTO et al, 2004).

Mas se faz necessário que o educador, principalmente o que já se encontra

há anos exercendo o papel de professor-alfabetizador e que confia plenamente na

mera aquisição de decodificação, aceite romper paradigmas e acreditar que as

transformações que ocorrem na sociedade contemporânea atingem todos os

setores, assim como também a escola e os saberes do educador, pois métodos que

aprenderam há décadas podem e devem ser aprimorados, atualizados ou até

mesmo modificados.

O conhecimento não pode manter-se estagnado, pois ele nunca se completa

ou se finda. Então, antes de o professor querer exercer esse papel de "professor-

letrador" é necessário que ele se conscientize e busque ser letrado, domine a

produção escrita, as ferramentas de busca de informação e seja um bom leitor e um

bom produtor de textos.

Mas para que se torne capaz de letrar seus alunos, é preciso que conheça o

processo de letramento e que reconheça suas características e peculiaridades.

Esta constatação não está relacionada somente ao educando, pois sabemos

que o educador tem que estar sempre adquirindo novos aprendizados, lançando-se

a novos saberes, e isto, resulta em mudanças de vários aspectos, como também,

gera o enriquecimento tanto para o educador quanto para o educando, que com

certeza lucrará com esse desenvolvimento. Então, necessário é que o educador

atente-se para aquilo que é sumariamente importante na sua formação, ou seja, “o

momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática”, e, “quanto mais

inquieta for uma pedagogia, mais crítica ela se tornará.” (FREIRE, 1990, p. 87).

O mesmo afirma que a pedagogia se tornará crítica se for investigativa e

menos certa de certezas, pois o ato de educar não é uma doação de conhecimento

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do professor aos educando, nem transmissão de idéias, mesmo que estas sejam

consideradas muito boas. Ao contrário, é uma contribuição no “processo de

humanização”.

Processo este de fundamental papel no exercício de educador que acredita

na construção de saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento humano, e

que para isso se torna um instrumento de cooperação para o crescimento dos seus

educando, levando-os a criar seus próprios conceitos e conhecimento.

Diante do exposto, acredita-se que o profissional de educação deve ser

capaz de fazer sua interferência na realidade, o que certamente, gerará novos

conhecimentos, e isto, é bem mais elevado do que simplesmente se enquadrar na

mesma. Já mencionamos por várias vezes que o letramento é um fenômeno social;

logo, essa intervenção que se faz necessária pode ser proporcionada por ele.

O letramento não está restrito ao sistema escolar, mas vamos neste trabalho

nos ater nesse meio por considerar que cabe à escola, fundamentalmente, levar os

seus educando a um processo mais profundo nas práticas sociais que envolvem a

leitura e a escrita. Saber ler e escrever um montante de palavras não é o bastante

para capacitar o indivíduo para a leitura diversificada, neste ponto entendemos que

surge a necessidade de se letrar os sujeitos envolvidos no processo de

aprendizagem.

"O professor tem que ser formado para ensinar ao aluno que ele tem que

aprender a aprender, tem que ter condições de buscar o que necessita, e em

achando saber interpretar." (SOARES, 2000, p. 31).

Nota-se a importância de se trabalhar numa proposta diversificada havendo

compreensão e entendimento entre alfabetização e letramento.

Entretanto, mostrar subsídios para educadores é uma tarefa difícil de ser

exercida, pois sabemos que alguns desses profissionais, num determinado

momento, se colocam em uma posição quase inatingível, completos de suas

certezas.

Porém, se há mutações contínuas na sociedade contemporânea, e essas

refletem em todos os setores, inclusive na escola, é lógico que a cristalização dos

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saberes do educador é um equívoco, pois o conhecimento nunca se completa, ou se

finda, e o letramento é um exemplo claro disso.

Reconhecidamente, enfatiza-se a importância da aplicação, ou a prática do

letramento por parte do professor, e em análise, ainda não finalizada, destacamos

alguns passos fundamentais para o desempenho do papel do “professor-letrador”:

Reconhece-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela

que contempla de maneira articulada e simultânea, a alfabetização é o letramento.

Atualmente, têm-se recursos a que o próprio educador pode recorrer para

aprimorar seu conhecimento. O professor, hoje em dia, tem a oportunidade de

estudar os Parâmetros Curriculares Nacionais e cito aqui, em especial, o de Língua

Portuguesa que traz, em linguagem simples, o ensino da língua de forma

contextualizada para auxiliá-lo em sua prática em sala de aula e em seu

planejamento.

Portanto letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e

a escrever bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas

sociais, é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo, como

conseqüência ter-se apropriado da língua escrita e de ter se inserido num mundo

organizado diferente: ou seja, a cultura escrita. Ou seja, ter aprendido a ler e a

escrever e ter apropriados e assumidos os mesmos adequadamente. Há diferentes

tipos e níveis de letramento, dependendo das necessidades, das demandas do

indivíduo e de seu meio, do contexto social e cultural.

Entende-se que letrar é função de todos os educadores em cada área de

conhecimento, porque a leitura e escrita está sempre inserida na construção de

conhecimento de cada educando.

Enfim, nos dias atuais o conhecimento é uma das ‘ferramentas’ para se

conquistar oportunidades de trabalho e renda. O educador deve estimular no

educando o pensamento critico, de modo que ele possa atuar na sociedade como

um individuo pensante e questionador.

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CAPITÚLO II - 2.0 METODOLOGIA

Esse estudo foi desenvolvido na Escola Municipal Monteiro Lobato com

alunos 3º ano (2ª série). A metodologia conduz toda a elaboração do método que

será empregado na resolução de um determinado problema.

A metodologia além de controlar os métodos e técnicas também orienta os

pesquisadores no desenvolver da pesquisa.

Essa pesquisa se baseia na obtenção de dados descritivos, obtidos no

contato direto do pesquisador com a situação real estudada;

O presente estudo tem como referenciais metodológicos a pesquisa

bibliográfica e de campo. O desenvolvimento do trabalho consiste na leitura de

autores que desenvolveram pesquisas que perpassam a temática em estudo a fim

de embasar, teoricamente, toda a pesquisa.

Na prática, foi realizado um estudo de caso que buscou elucidar como se dá

a aquisição da língua escrita através do alfabetizar letrando, por meio da análise das

hipóteses de escrita construídas pelos alunos do 3º anos no processo de

alfabetização, enfatizando as práticas educativas que permearam todo o processo

de aprendizagem do alfabetizar letrando.

Este estudo foi realizado através da diagnose que permitiu analisar,

periodicamente, a fase da escrita dos educando e as atividades realizadas no

cotidiano da sala de aula permeadas por diversos tipos textuais, consideradas

interessantes, na visão da professora da turma para compor o presente estudo. O

texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Portuguesa possibilitou a

fundamentação de todo o estudo de caso.

A pesquisa realizada nesse trabalho se dará através da utilização dos

métodos de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, através da revisão de

literatura em livros periódicos, revistas eletrônicas e/ou impressas, internet e demais

publicações pertinentes que possam contribuir para a construção do referencial

teórico que darão suporte a essa pesquisa, fundamentando todo o trabalho

desenvolvido.

A realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão. Ela servirá, como primeiro passo, para se saber em que estado se encontra

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atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. Como segundo passo, permitirá que se estabeleça um modelo teórico inicial de referência, da mesma forma que auxiliará da determinação das variáveis e elaboração do plano geral da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 188).

A pesquisa de campo será um estudo de caso descritivo, que para

MARCONI e LAKATOS (2004, p. 274), esse estudo refere-se ao levantamento de

dados com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano para analisar

as circunstâncias que os envolvem. Entretanto, é limitado, é feito um estudo de

algum caso em particular, e se restringe somente a este, não podendo ser

generalizado.

Já a pesquisa descritiva é caracterizada pela seleção de amostras aleatórias

de grandes ou pequenas populações sujeitas à pesquisa, visando obter

conhecimentos empíricos atuais. Este tipo de pesquisa leva a possibilidade de

generalização sobre a realidade pesquisada.

No que se refere aos dados coletados, este ocorreu

[ ...] interativamente ,num processo de idas e voltas, as diversas etapas e na interação com seus sujeitos. No desenvolvimento da pesquisa , os dados colhidos em diversas etapas são constantemente analisados e avaliados. Os aspectos particulares novos descobertos no processo de analise são investigados para orientar uma ação que modifique as condições e as circunstancias indesejadas( CHIZZOTTI,2001,p. 89).

Os métodos utilizados na pesquisa descritiva, geralmente, permitem ao

pesquisador investigar apenas um percentual da população alvo desejada, isto é,

existem casos que não há necessidade de pesquisar a população alvo na sua

totalidade.

A pesquisa descritiva deseja conhecer sua natureza, sua composição, processos que o constituem ou nele se realizam. Para alcançar os resultados válidos a pesquisa precisa estar de acordo com o método. Os dados obtidos podem ser qualitativos (utilizando palavras para descrever o fenômeno) ou quantitativos (expressos mediante símbolos numéricos). (RUDIO 1986 p.70)

A pesquisa descritiva, de acordo com FURASTÉ (2006, p. 38), relata os

fatos observados e analisados classificando-os e registrando-os sem interferência

alguma do pesquisador. Com o intuito de obter uma análise mais apurada dos

resultados da pesquisa.

A fim de responder os objetivos propostos nesse estudo os dados foram

coletados e analisados. As observações foram desenvolvidas na turma do (3º ano)

2ª série, que possui um total de 24 (vinte e quatro) alunos freqüentes.

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As observações aos alunos em processos de ensino aprendizagem iniciaram

no mês de fevereiro de 2013, essas foram feitas durante um período de 05 (cinco)

meses.

As fotos de algumas atividades desenvolvidas por esses alunos dos

trabalhos ministrados pela professora encontram-se no apêndice desse trabalho.

2.1 DISCUSSÃO DE DADOS

Portanto, neste estudo, vamos analisar as hipóteses de escrita construídas

por alunos da 2ª série (3º ano) do Ensino Fundamental.

Nesse período de observação pode-se verificar que a professora trabalha

com fichas de formação de palavras de sílabas e letras tendo em vista que alguns

dos seus alunos não sabiam fazer seu próprio nome. Nessa etapa pode-se detectar

ainda que alguns alunos possuem dificuldade de leitura não conseguem

acompanhar a leitura feita em grupo com os colegas. Verificou-se também que dois

alunos sabem copiar, mas não conseguem ler o que escreve. Alguns alunos

possuem dificuldades em lateralidade, observação, atenção, não tem limites.

A professora utiliza estratégias e recursos diferentes para ministrar suas

aulas, objetivando fazer com que os alunos prestassem mais atenção e

aprendessem com mais facilidade os conteúdos abordados. De acordo com a

professora essa foi uma forma que ela encontrou para prender a atenção dos

alunos. Ela desenvolve seu trabalho utilizando fichas, jogos constantemente.

Acredita-se que fazendo esse tipo de trabalho freqüentemente a atenção das

crianças e o interesse podem melhorar e a professora utilizando de sua criatividade,

teve oportunidades de valorizar e orientar melhor aqueles alunos com mais

dificuldade.

Nesse processo de letramento a criança aprende, mas, requer uma atenção

reforçada por parte do professor.

A professora nesse sentido buscou realizar momentos de descontração com

alunos, mas utilizando esse para revisar o processo de alfabetização. Por exemplo,

a professora levou para sala a letra da música “O pato” do cantor Vinicius de

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Moraes, ela cantou varias vezes com as crianças em seguida, fez um debate com

eles sobre a letra da musica e as situações que ocorria com o pato na canção. A

mesma buscou a refletir com os alunos situações do cotidiano deles para que eles

pudessem entender bem o sentido da musica e refletir na vida real, pediu ainda que

eles criassem uma historia em quadrinho e ilustrassem a mesma.

Este tipo de trabalho é interessante porque dá para perceber nitidamente a

compreensão do aluno, pois o mesmo descreve todos os passos da musica e foi

ilustrando de forma que qualquer pessoa que pegasse aquela historia para ver logo

saberia que se tratava de uma ilustração de um texto musical, podendo ser

constatado no desenho do anexo número um.

Segundo SOARES (2000, p. 5), "alfabetizar letrando significa orientar a

criança para que aprenda a ler e a escrever levando-a a conviver com práticas reais

de leitura e de escrita." Para elucidar este processo de aquisição da língua escrita,

buscamos evidenciar as práticas e intervenções realizadas pela professora

alfabetizadora na formação do sujeito letrado.

A professora utiliza também de texto no qual lê e dramatiza a historia para

os alunos, com essa atividade os alunos participam representando as personagens

da história.

As atividades realizadas com textos também proporcionam momentos

preciosismos de reflexões, uma vez que os alunos de escrita não-alfabética têm

como tarefa a ordenação de frases ou palavras do texto.

Nas atividades de "leitura" o aluno precisa analisar todos os indicadores disponíveis para descobrir o significado do escrito e poder realizar a "leitura"

(...) pelo ajuste da "leitura" do texto, que conhece de cor, aos segmentos escritos;

(...) garante que o esforço de atribuir significado às partes escritas coloque problemas que ajudem o aluno a refletir e aprender . (BRASIL, 2001, p. 83).

Sem dúvida, é preciso reconhecer: a leitura que conta, aquela que

efetivamente toca, toma, agarra, essa institui um espaço/tempo interior esplêndido,

com características distintas do mundo físico, concreto, objetivo em que nos

movemos: memória, imaginação, pensamento, afetos, emoções, sensibilidade são

algumas das forças mobilizadas e mobilizadoras dessa leitura que configura uma

experiência única e inigualável. Se gostarmos, se somos arrebatados pelo texto, a

viagem interna é grande e, como se diz com freqüência, esquecemos o mundo.

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Diante desse pensamento a professora trabalhou com o texto “A casa feia”

dos autores Eliardo França e Mary França onde os alunos participaram da historia

ativamente dramatizando suas personagens e vivenciando de fato cada situação

podendo descrever sua compreensão através da oralidade como também em

desenhos e iniciando sua hipótese de escrita. Sendo essa atividade representada no

anexo dois.

Embora não leiam de forma convencional, os alunos utilizam-se de critérios

para encontrar as palavras, como, por exemplo, identificando com que letra começa

e/ou termina determinada palavra. E, depois de concluída as ordenações fazem o

ajuste da leitura, uma vez que o texto já é de seu domínio oral. Para os alunos

alfabéticos, a realização da tarefa dá-se com a montagem do texto com letras

móveis (número exato de letras, sem sobrar alguma) ou a escrita do texto.

Nesse processo, o professor-letrador é o mediador desta relação sendo

modelo de leitor, aquele que colabora para a formação de um sujeito letrado, de um

futuro bom leitor. Se nos remetermos aos caminhos trilhados pela alfabetização aos

longos dos anos, verificamos que estes foram marcados pela memorização,

"decoreba", cópia e descontextualização.

E essas são marcas que não fazem mais sentido neste processo, pois, no

contexto atual a ênfase está na relação da criança com a contextualização do

mundo social.

Percebe-se que a forma de alfabetizar letrando utilizada pela professora tem

boa aceitação pelos alunos, uma vez que todos se envolvem nas atividades

desenvolvidas. Após observações percebe-se que a sala de aula é heterogênea,

cada um tem uma forma de aprender, entretanto os alunos estão mais interessados

em desenvolver as atividades propostas.

É importante que a professora trabalhe diariamente essa forma de

alfabetizar letrando. Acredita-se que para assumir uma nova postura perante o

ensino, as ações deverão ser diárias, através de criações de hábitos, pois uma

prática só se transforma em rotina na medida em que vai sendo exercitada. Não é

uma transformação que acontece do dia para noite, mas são alterações que vão

permeando a prática tradicional aos poucos, até se transformar numa forma válida

de abordar o conhecimento humano.

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Quando o esquema de assimilação sofre acomodação. A mente aumenta sua organização e sua adaptação ao meio a fim de funcionar em equilíbrio. Quando este equilíbrio é rompido por experiências não assimiláveis a mente se reestrutura (acomodação) a fim de construir novos esquemas de assimilação e novo equilíbrio; este processo reequilibrador (equilibração) é o fator preponderante na evolução, no desenvolvimento mental e na aprendizagem. (PIAGET, 1976, p.175).

Eis o motivo do papel do professor ser de fundamental importância no

processo ensino-aprendizagem, pois pode afetar a inteira capacidade de

assimilação do aluno. Aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o

nível de desenvolvimento real amanhã, ou seja, aquilo que um educando pode fazer

com assistência hoje, ele será capaz de fazer sozinho amanhã.

Finalmente, ha que se pensar em metodologias de ensino que articulem a

alfabetização e o letramento dos alunos. Isso porque os procedimentos

metodológicos precisam assegurar resultados positivos para a aprendizagem das

crianças, sempre considerando as especificidades do desenvolvimento infantil nessa

faixa etária.

Nessa perspectiva, a questão metodológica passa a ter um peso importante

nas práticas de alfabetização, no sentido de se buscar um equilíbrio entre as

diferentes perspectivas teóricas metodológicas que informam o processo de

aquisição da leitura e da escrita, articuladas aos conhecimentos e capacidades que

se pretende ensinar.

Neste ponto de vista, a preparação do professor e sua prática pedagógica

com o devido respaldo teórico-metodológico são de fundamental importância.

Educação é não colecionar informações na cabeça é saber processar criticamente

as informações é preparar para a liberdade. As pessoas são livres porque podem

escolher. E só podem escolher quando tem alternativas sem alternativas não há

liberdade é saber acreditar, desconfiar, investigar a realidade.

Nota-se que não basta ter acesso aos materiais, é necessário que os

educando sejam envolvidos em práticas para aprender a usá-los, tais como: roda de

leitura, contação de historias, leitura de livros, sistema de malas de leitura,

cantinhos, mostras literárias, brincadeiras com livros entre outras propostas esta,

que a professora utiliza sempre na sala como mostra no anexo quatro.

Neste sentido a professora preocupou- se em transforma suas aulas com

atividades que os alunos pudessem participar ativamente criando assim a situações

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concretas em que os alunos fossem questionados e incentivados a buscar respostas

a cada situação proposta pela professora concretizando deste modo o que diz

PIAGET (1975), o conhecimento não é transmitido. Ele é construído

progressivamente por meio de ações e coordenações de ações, que são

interiorizadas e se transformam. “A inteligência surge de um processo evolutivo no

quais muitos fatores devem ter tempo para encontrar seu equilíbrio.” (PIAGET (1972,

p.14) .

As relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na

realização comportamental e profissional de um indivíduo, daquele a quem

outorgamos confiança e direito de ensinar.

O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem mais abrangente

do que o espaço restrito do professor na sala de aula ou às atividades desenvolvidas

pelos alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a escola encontram-se em

contextos mais globais que interferem no processo educativo e precisam ser levados

em consideração na elaboração e execução do ensino. Ensinar algo a alguém

requer, sempre, duas coisas: uma visão de mundo (incluídos aqui os conteúdos da

aprendizagem) e planejamento.

O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu

processo de construção de conhecimento. Assumindo o educador um papel

fundamental nesse processo, como um indivíduo mais experiente. Por essa razão

cabe ao professor considerar também, o que o aluno já sabe, sua bagagem cultural

e intelectual, para a construção da aprendizagem.

Outro aspecto importante a ser considerado quando se refere à eficiência do

professor em sala de aula é o que GAUTHIER (1998), define como conhecimento do

conteúdo pedagógico, ou seja, uma combinação entre o conhecimento da matéria e

o modo de ensiná-la. Para ele, este tipo de conhecimento inclui a compreensão

sobre o que significa ensinar um tópico particular, assim como o conhecimento sobre

os princípios e técnicas requeridas para refazê-lo, ou seja, a forma de representar e

formular a matéria para a torná-la compreensível para os alunos.

Diante disso e nas observações feitas pela professora ela percebeu que

alem da dificuldade na leitura e escrita os alunos ainda tinham problemas para

trabalhar com os números e assimilar seus valores,para resolver esse problema ela

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construiu junto com eles um ábaco com material reciclado que foi aceito com muito

entusiasmo pelos alunos, com isso facilitou o aprendizado dos mesmo pois houve

uma participação ativa e sempre visando o cotidiano dos alunos e o seu uso no dia a

dia.Temos essa atividade registrada no anexo três. Sabemos o quanto é importante

o processo da leitura para a criança e isso também deve acontecer na disciplina de

matemática, pois não basta apresentar números, operações se não damos

condições do nosso aluno compreender de fato o esta fazendo e para quer serve.

Acredito que trabalhando assim estarei também alfabetizando e letrando

usando as diferentes disciplinas mesmo porque não da para fugir dessa

contextualização no mundo em que vivemos, onde letras e números dividem o

mesmo espaço dentro e fora da escola.

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CONCLUSÃO

A escola atual encontra-se cada vez mais heterogênea e composta por

alunos provenientes das mais variadas realidades sociais e culturais. Não há como

conceber um ensino na quais todos deva aprender de forma homogênea, mas onde

cada aluno seja respeitado em sua individualidade.

A alfabetização, há décadas, é vista como o nó da educação brasileira e

esse foi o foco de todo o estudo realizado.

Iniciamos com uma viagem pela história da alfabetização, antes mesmo de

ela ser entendida como tal, partindo do surgimento da escrita e concluindo com um

retrato de como se encontram hoje os níveis de alfabetização em nosso país.

Com isso, percebe-se que tudo que já foi feito ainda é pouco e que muita

teoria e discussão não foram suficientes para mudar as estatísticas. Do que

precisamos, verdadeiramente, é conscientizar o professor alfabetizador, pois

somente quando ele tiver consciência da importância de seu papel, na formação do

educando em seu exercício das práticas sociais de leitura e escrita na sociedade em

que vive, é que vai romper com paradigmas tradicionais e perceber que não basta

alfabetizar.

Hoje os nossos alunos necessitam de um processo de aprendizagem que

focalize o alfabetizar letrando. O alfabetizar letrando é importante dentro do contexto

da sala de aula esse estudo buscou elucidar, para o professor alfabetizador, o quão

simples é permear a alfabetização com o letramento, desde que se tenha uma

prática comprometida e uma dedicação contínua não só em relação à formação dos

educando, mas, principalmente, com a sua formação enquanto profissional da

educação.

O estudo de caso realizado nessa sala de aula possibilitou perceber como a

inserção de algumas práticas diárias (como a leitura compartilhada, a utilização de

textos que os alunos saibam compreender a leitura, a aprendizagem através de

musica e outras) reflete positivamente no desenvolvimento da língua escrita, assim

como no gosto pela leitura enriquecendo o processo alfabetizador.

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O mais curioso é que todas essas práticas já estão previstas, desde 2001,

nos Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Portuguesa, que é encontrado em

todas as escolas. Cabe, agora, o investimento em políticas públicas visando à

formação inicial e continuada do professor alfabetizador para que, antes de letrar o

educando, ele busque letrar-se.

Enquanto não houver uma ação significativa, um investimento na formação

do professor alfabetizador, as estatísticas continuarão gritando e retratando o que

encontramos em nossas escolas: alunos que chegam à 4ª série sem estarem

alfabetizados e letrados, e professores descomprometidos por falta de formação, de

conhecimento e de valorização.

Um dos principais desafios pedagógicos a serem enfrentados pela escola é

garantir que todos os educando se alfabetizem na etapa adequada e que se

desenvolvam suas habilidades de leitura e escrita ao longo de toda a educação

básica. Percebemos que o domínio da leitura e da escrita é condição para o bom

desenvolvimento de outros conceitos para que o cidadão possa continuar

aprendendo e se desenvolvendo com autonomia.

Evidencia-se que é a partir desse intenso contato, que as crianças começam

a elaborar hipóteses sobre a leitura e a escrita. É por isso que a leitura critica da

realidade inicia-se num processo de alfabetização, da percepção critica do que é

cultura da transformação do mundo e do trabalho humano. Ficou evidente para nós,

enquanto alfabetizadoras o quanto é importante e necessário o professor despertar

no aluno e todas as áreas do conhecimento o interesse, criatividade e gosto, tendo

em vista que o pensamento é expresso por palavras, gestos, oralidades, que se

transforma em escrita.

É preciso que possibilite ao educando momentos de leitura com prazer,

interesse, critica e que o mesmo adquira o hábito de ler durante toda a sua vida.

Portanto, a leitura não só nos ensina os mecanismos da linguagem escrita, e oral,

mas também é fonte inesgotável de idéias que nos ajudarão na tarefa de escrever,

produzir, interpretar e ampliar os conhecimentos adquiridos.

Compreendemos que aprender a ler e a escrever fazem parte de um longo

processo ligado à participação em práticas sociais de leitura e escrita. E é nesta

proposta de Alfabetização e o Letramento que o alfabetizando seja capaz de não

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apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras

em diferentes contextos.

A educação envolve um processo de desenvolvimento global da consciência

e da comunicação, integrando, numa visão de totalidade, os diferentes níveis de

conhecimento e de expressão. Educar o ser integral (corpo, mente, sentimentos,

espírito) é a meta, buscando as relações entre o pessoal e o grupal, o sensorial e o

racional, o abstrato e o concreto.

A função do professor transformador, questionador e encorajador do debate

e da investigação ganham nova dimensão com o uso das novas tecnologias

existentes nos dias de hoje. Cabe aos professores estimular o pensamento

cooperativo, engajando na busca de explicações para os fenômenos que os cercam.

Ao tentarem explicar e explicitar às idéias tomam consciência de suas próprias

concepções.

Espera-se que esse estudo possa contribuir para a forma de atuação dos

professores ao ministrar aulas nas varias disciplinas das séries iniciais do ensino

fundamental e principalmente, servir de parâmetros de comparação para se discutir

à análise curricular do processo ensino-aprendizagem atual, pois como vimos, é

necessário que o professor considere as escritas do ponto de vista construtivo,

representando a evolução de cada criança, é preciso que haja uma reestruturação

interna na escola com relação à alfabetização e também no que se refere às formas

de alfabetizar.

Esperamos que com essa nova proposta do governo em preparar

professores para trabalhar com a alfabetização e letramento o índice de crianças

não alfabetizadas até aos oito anos diminua, pois é vergonhoso deparamos com

crianças chegando ao 5° ano sem serem realmente alfabetizadas.

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ANEXOS

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1. Desenho feito por aluno.

Fonte : Acervo próprio

2. Dramatização da historia “A casa feia”. Fonte: Acervo próprio 3 - Construção do ábaco pelos alunos

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4 - Trabalho com contação de histórias Fonte: Acervo próprio Fonte: Acervo próprio

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Anexo 5 letra da musica

O Pato

Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há...(2x)

O Pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo...

Comeu um pedaço De genipapo Ficou engasgado Com dor no papo Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi prá panela...

Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há...(2x)

O Pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo...

Comeu um pedaço De genipapo Ficou engasgado Com dor no papo Caiu no poço Quebrou a tigela

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Tantas fez o moço Que foi prá panela...

Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi prá panela...

( Vinicius de Moraes )

Anexo 6 – A casa feia A CASA FEIA O gato fez uma casa. Veio o rato e falou: - Hum! ... Que casa feia! Casa bonita tem telhado. Ilustre o texto. Logo, logo o gato fez o telhado. Veio o pato e falou: - Hum!... Que casa feia! Casa bonita tem varanda. Ilustre o texto. O gato fez uma varanda. Veio o bode e falou: - Hum!... Que casa feia! Casa bonita é pintada. Ilustre o texto. E o gato pintou a casa. Mas ele falou: - Hum!... Casa bonita tem jardim. Ilustre o texto. Veio o rato, veio o pato, veio o bode de novo. - Nossa! Que casa linda! – Eles disseram. E o gato convidou todos para entrar. Mary França e Eliardo frança

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AINDA FALTA PROVIDENCIAR O QUE

SOLICITO ABAIXO

CAPÍTULO I

Na página 14 você cita SOARES (1991) e não possui esta autora com obra

deste ano em suas bibliografias.

Numere o restante do trabalho, conforme feito até o final de seu primeiro

capítulo e depois arrume o sumário.

Providencie o que solicito acima e envie o trabalho novamente para avalição

final. Prof. Ilso.