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Instituto Superior de Engenharia do Porto Licenciatura em Engenharia Informática Ramo Computadores e Sistemas Portais Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio Setembro de 2004 Hélder Sousa

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Instituto Superior de Engenharia do Porto

Licenciatura em Engenharia Informática Ramo Computadores e

Sistemas

Portais Componentes de Estratégias de

Integração de Soluções Empresariais e

dos seus Processos de Negócio

Setembro de 2004

Hélder Sousa

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Portais - Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

Autor do Projecto

Hélder Tomé Matias de Sousa

Nº 980321

Orientador do Projecto

Eng. Alexandre Manuel Tavares Bragança

- III -

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Portais - Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

Resumo Este projecto nasceu a partir da necessidade de investigar a melhor maneira

de integrar as várias aplicações Web existentes na empresa em que me

encontro a trabalhar (I2S, Sistemas e Serviços SA). Essas aplicações foram

desenvolvidas em vários sectores da empresa, cada uma delas com as suas

próprias funcionalidades, sendo necessário existir integração entre elas de

modo a disponibilizar aos clientes da empresa uma “aplicação global” com

todas essas funcionalidades.

A solução mais generalizada para o efeito é o uso de “Portais Web” que

todos conhecem um pouco, existindo no entanto muitas confusões sobre o

assunto, pois existem muitas definições de “portal”, cada uma delas à

medida de cada um de modo a se adequarem às estratégias de negócio e

marketing das empresas.

Neste projecto tentar-se-á dar uma visão global sobre a tecnologia de

portais, aprofundando a vertente empresarial, tendo como objectivo a

integração de aplicações.

- V -

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Portais - Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

Índice

Autor do Projecto .............................................................................. III

Orientador do Projecto ....................................................................... III

Resumo ............................................................................................ V

Índice ............................................................................................. VII

Índice de Imagens............................................................................. IX

Acrónimos ........................................................................................ XI

1. Introdução .................................................................................1

1.1. Evolução dos Portais .................................................................2

1.1.1. Primeira Geração Portais......................................................2

1.1.2. Segunda Geração de Portais .................................................2

1.1.3. Terceira Geração de portais..................................................3

2. O que é um Portal?......................................................................5

2.1. Portais Horizontais vs. Portais Verticais........................................7

2.2. Portais e as suas vertentes ........................................................8

2.2.1. Collaborative Portals............................................................8

2.2.2. Business Intelligence Portals.................................................8

2.3. Tipos de Portais .......................................................................9

2.3.1. Corporate ou Enterprise (Intranet) Portals............................10

2.3.2. e-Business (Extranet) Portals .............................................12

2.3.3. Personal Portals................................................................13

2.3.4. Public ou Mega (Internet) Portals ........................................13

2.4. Áreas de Negócio e os Portais ..................................................14

3. Arquitectura de Portais ..............................................................19

3.1. Características Funcionais de um Portal .....................................19

3.2. Características Técnicas de um Portal ........................................21

3.2.1. Portlets ...........................................................................23

3.2.2. Portlet Container...............................................................23

- VII -

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3.2.3. Portal Services..................................................................25

3.2.4. Portal Server ....................................................................29

3.3. Análise de uma Solução de Portal..............................................31

3.3.1. Obtenção de ganhos com o uso do portal .............................32

3.3.2. Aspectos do Negócio para a escolha de uma solução ..............32

3.3.3. Aspectos Tecnológicos para a escolha de uma solução............34

3.3.4. Benefícios ........................................................................36

3.3.5. Limitações........................................................................36

3.4. Etapas recomendadas para a criação de um portal ......................37

3.4.1. Planear ............................................................................37

3.4.2. Executar ..........................................................................37

3.4.3. Implementar ....................................................................38

4. Conclusões ...............................................................................39

5. Bibliografia ...............................................................................41

- VIII -

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Portais - Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

Índice de Imagens

Figura 1 – Integração de componentes de um portal ................................5

Figura 2 – Portais Verticais e Portais Horizontais ......................................7

Figura 3 – Arquitectura global de um portal...........................................22

Figura 4 – Contextualização das portlets no portlet container...................24

Figura 5 – Ambiente de execução do Portal Server .................................29

Figura 6 – Processamento típico de um pedido de uma página do portal....31

- IX -

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Acrónimos API – Application Programming Interface

B2B – Business to Business

B2C – Business to consumer

B2E – Business to employee

BI – Business Intelligence

CRM – Customer Relationship Management

EAI – Enterprise Application Integration

EEP – Enterprise Expertise Portals

EIP – Enterprise Information Portals

EKP – Enterprise Knowledge Portals

EPC – Enterprise Collaborative Portals

HTML – HyperText Markup Language

OLAP – On-Line Analytical Processing

PDA – Personal Digital Assistant

RI – Reference Implementation

SPI – Service Provider Interface

VPN – Virtual Private Network

WML – Wireless Markup Language

XHTML – Extensible Hypertext Markup Language

XML – eXtensible Markup Language

XSLT – eXtensible Stylesheet Language Transformations

- XI -

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1. Introdução Hoje em dia é comum ouvir-se falar do termo Portal e, é já há algum tempo

uma realidade presente nas organizações e na Internet. No entanto este

termo tornou-se muito genérico e abrangente, possuindo significados

diferentes para pessoas diferentes. A grande maioria dos utilizadores aplica

o conceito Portal a sites que disponibilizam grandes quantidades de

informações bem como links para os mais variados temas. No senso comum,

um portal é uma “porta” para o mundo da Internet. Entre os exemplos mais

conhecidos, a nível internacional, encontram-se os sites www.msn.com,

www.yahoo.com e até mesmo o www.google.com, apesar de diferente no

tipo e disposição de conteúdos, enquanto que a nível nacional os sites

www.sapo.pt e www.clix.pt são dos “portais” mais procurados pelos

utilizadores. O facto de estes sites abrangerem os mais variados temas,

disponibilizando links praticamente para tudo o que um utilizador procura,

leva a que esses sites sejam apelidados erradamente de “portais” se

tivermos em conta as principais características de um Portal, na actualidade.

Por isso, uma das principais questões que se põe é “O que é um Portal?”. É

importante definir muito bem o que é um portal pois a tecnologia de portais

tem-se desenvolvido e evoluindo muito rapidamente, sendo necessário

perceber e agrupar os diferentes tipos de portais existentes.

No próximo capítulo serão abordados estes aspectos relacionados com os

portais, bem como outras questões que aparecerão no decurso dos

esclarecimentos apresentados, inerentes ao conceito “Portal”. Nos capítulos

seguintes é apresentado um desenvolvimento mais detalhado sobre os

portais e as suas arquitecturas de modo a permitirem a integração de

aplicações, o tema nuclear do projecto.

Para já, será apresentado um resumo da história dos portais para se ficar

com uma noção da evolução dos portais ao longo do tempo.

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1.1. Evolução dos Portais

Olhando para o passado, no tempo quem que os computadores pessoais

corriam uma aplicação em todo o ecrã disponível, usando todos os recursos

da máquina, o advento do sistema operativo Windows revolucionou a

interacção do utilizador com o computador. Tal facto deveu-se à

possibilidade de o utilizador já não precisar de encerrar uma aplicação para

poder usar outra. De um modo simplista, cada aplicação estava “suspensa”

num desktop.

Esta “revolução” está acontecer igualmente na Internet com a globalização

da tecnologia de portais. Assim, e tal como todas as tecnologias, esta

também sofreu várias evoluções, sendo distinguidas três gerações de portais

que serão abordadas de seguida.

1.1.1. Primeira Geração Portais

A primeira geração de portais caracteriza-se por disponibilizar

essencialmente conteúdos estáticos e documentos. Num ambiente

empresarial, este tipo de portais destina-se a disponibilizar um local único

onde se pode encontrar informação sobre a organização, tal como notícias,

dados dos colaboradores, documentos com as políticas da organização e

links chave, entre outros.

1.1.2. Segunda Geração de Portais

A segunda geração de portais é orientada para os conteúdos específicos e

aplicações. Os portais desta geração incorporam a ideia de disponibilização

de serviços lado a lado com a disponibilização de conteúdos. Outras das

características destes portais é a colaboração, ou seja, a possibilidade de

equipas trabalharem num escritório virtual, disponibilizando serviços para a

gestão de conteúdos lado a lado com serviços de interacção entre os

- 2 -

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membros da equipa tais como e-mail, chat, calendários comuns, e

comunidades de utilizadores.

1.1.3. Terceira Geração de portais

Os portais de terceira geração são concebidos de modo a incluir soluções

caracterizadas por conceitos de e-business, para que sejam disponibilizadas

fora da organização permitindo o uso dessas mesmas soluções por

empregados, fornecedores e clientes. Uma das características principais

desta geração de portais é a integração de servidores aplicacionais,

permitindo assim um único ponto de integração de conteúdos e aplicações,

bem como serviços colaborativos. Permitem ainda acesso a partir de vários

tipos de dispositivos, de modo a englobar diversas comunidades de

utilizadores que necessitam de serviços específicos. Os portais desta geração

caracterizam-se por serem aqueles que oferecem os conteúdos mais ricos

em informação, bem como uma grande diversidade de aplicações que o

utilizador pode escolher, para além de disponibilizarem personalização

automática.

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2. O que é um Portal? Resumidamente, pode-se definir Portal como sendo uma aplicação Web que

integra informação, aplicações e serviços permitindo a sua personalização.

Um portal disponibiliza aos utilizadores, num único ponto de acesso, vastos

e variados conteúdos, dados e serviços de uma empresa. Os conteúdos

apresentados no portal podem ser personalizados com base nas preferências

do utilizador, no design do site ou ainda em campanhas de marketing. Um

portal disponibiliza ainda integração de conteúdos e aplicações numa área de

trabalho comum.

Serviços Processos de

Negócio

Personalização Conteúdos

Portal

Figura 1 – Integração de componentes de um portal

De um modo geral, pode-se considerar que as principais características de

um portal são as seguintes:

♦ Agregação de Informação

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♦ Informação personalizada e direccionada

♦ Acessibilidade

♦ Único login

Com o uso de um portal é de esperar um aumento de produtividade pois

todas as aplicações encontram-se num único sítio, permitindo definir

contextos para os utilizadores de modo a obterem acesso a tudo o que

precisam para realizarem as suas tarefas em qualquer altura, em qualquer

sítio.

Os portais distinguem-se ainda pelo facto de, estarem acessíveis via

dispositivos que permitam o acesso a aplicações Web contrariamente às

aplicações desktop que têm se ser executas em computadores num

determinado sistema operativo.

De uma maneira geral, um portal difere de um site pelos seguintes motivos:

♦ Único ponto de acesso a todos os recursos disponíveis no domínio

do portal

♦ Interacção personalizada com o utilizador

♦ Acesso autorizado a inúmeros dados bem como repositórios, ambos

agregados e categorizados.

♦ Capacidades de colaboração e integração entre utilizadores

♦ Integração com aplicações e sistemas de workflow.

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Portais – Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

2.1. Portais Horizontais vs. Portais Verticais

É usual encontrar-se na literatura dois conceitos relativos aos portais,

“Portais Horizontais” e “Portais Verticais”. Esta caracterização dos portais

surgiu praticamente ao mesmo tempo que o próprio conceito de portal e,

tenta agrupar os portais tendo em consideração a sua focalização das áreas

de negócio. Se um portal foca uma área específica ou as necessidades de

um departamento então é caracterizado como sendo um “Portal Vertical”.

Portal para

parceiros

Portal para os

Funcionários

Portal B2B Portal para o

Consumidor

Infra-estrutura Portal Horizontal

Figura 2 – Portais Verticais e Portais Horizontais

Caso o portal seja mais abrangente no que concerne às áreas de negócio,

permitindo a ligação aos mais variados conteúdos e disponibilizando serviços

comuns que permitam a integração de portais verticais, então esse portal é

caracterizado como sendo um “Portal Horizontal”.

De um modo geral pode-se afirmar que os portais horizontais são a infra-

estrutura principal para a criação de um portal. Os portais verticais são

construídos sobre a “camada horizontal” e representam uma instância de um

portal específico, normalmente denominado por domínio.

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Portais – Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

2.2. Portais e as suas vertentes

Hoje em dia cada vez mais são os produtos disponíveis no mercado para a

implementação de soluções baseadas em portais. No fundo um produto que

disponibilize uma interface para o negócio das organizações pode ser

considerado um portal. Por tal os portais, dependendo dos processos de

negócio que pretendem implementar, podem ser classificados em duas

categorias principais, Collaborative Portals ou Business Intelligence Portals.

No entanto, é necessário ter em conta que, devido às exigências do

mercado, estas duas vertentes têm sido unificadas, dando origem a portais

mais completos.

2.2.1. Collaborative Portals

Os Collaborative Portals, ou Portais de Colaboração, permitem que os

colaboradores das empresas possam organizar, pesquisar e partilhar dados,

disponibilizando serviços e conteúdos destinados aos utilizadores em geral,

como por exemplo e-mail, fóruns de discussão, formulários, memorandos,

entre outros.

Este tipo de portais diferem das Intranets não só por disponibilizarem um

maior leque de informação, mas também por permitirem manutenção dos

conteúdos do portal e disponibilizarem serviços de colaboração.

2.2.2. Business Intelligence Portals

Os BI Portals1 , ou Portais de Conhecimento do Negócio, disponibilizam aos

gestores e analistas do negócio da organização um fácil acesso ao

conhecimento do negócio para os ajudar na tomada de decisões. Este tipo

de portais caracteriza-se por indexar análises e relatórios, realização de

1 BI - Business Intelligence

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Portais – Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

inquéritos, etc., associados com a gestão financeira, CRM2, gestão de

fornecedores, etc. Estes portais disponibilizam ainda acesso a ferramentas

relacionadas com a gestão do negócio, tais como criação de relatórios,

OLAP3 e Data Mining, bem como o suporte para alertas, publicação e

subscrição de documentos.

O problema deste tipo de portais é que eles são baseados em ferramentas

de produtores de BI software, que expandem o seu software de modo a

comportarem o conceito de Portal, estando na maior parte dos casos

limitados às implementações do produtor de software, não sendo possível

uma fácil integração com outras ferramentas de outros produtores. Na maior

parte dos casos, este tipo de portais apenas é usado internamente nas

organizações, de modo a permitem uma maior facilidade no uso das

ferramentas de negócio já disponíveis.

2.3. Tipos de Portais

Como já foi referido anteriormente, os portais evoluíram rapidamente, que a

nível de conceito, quer a nível de tecnologia, sendo necessário perceber e

distinguir os vários tipos de portais e as suas aplicações e finalidades. Assim,

os portais foram divididos em quatro grandes categorias que serão

abordadas de seguida. No entanto é importante frisar que a implementação

de um portal pode ser uma mistura de vários tipos de portais levando a uma

solução híbrida. As quatro categorias de portais não são mutuamente

exclusivas e devem permitir a sua coexistência e integração entre elas.

2 CRM – Customer Relationship Management 3 OLAP - On-Line Analytical Processing.

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2.3.1. Corporate ou Enterprise (Intranet) Portals

Os “Enterprise Information Portals” (EIP) são portais desenvolvidos para a

implementação de processos, comunidades e actividades B2E de modo a

melhorar o acesso, processamento e partilha de informação por toda a

empresa. Este tipo de portais inclui também grupos, processos, workflow,

colaboração, gestão de conteúdos, aplicações empresariais e a lógica de

negócio. Os EIPs permitem ainda que os colaboradores da empresa acedam

a outros tipos de portal, tais como portais e-Business, portais pessoais e

portais públicos. A união de departamentos ou grupos de portais

independentes numa única solução é dado o nome de “Federal Portal”. EIPs

disponibilizam ainda acesso a conteúdos fornecidos por entidades externas,

como por exemplo as cotações da bolsa.

Os EIPs definem-se como “applications that enable companies to UNLOCK

internally stored information, and provide users with a single gateway to

PERSONALIZED information and knowledge to make informed business

DECISIONS” [Shilakes & Tyleman, Merrill Lynch, Inc.]. Desta definição pode-

se concluir que os EIPs disponibilizam informação, outrora apenas acessível

internamente, que pode ser personalizada à medida dos utilizadores, de

modo a permitir a tomada de decisões bem alicerçadas.

Os exemplos de EIPs incluem os seguintes portais.

♦ Business Intelligence Portals

São portais que permite que os utilizadores acedam e produzam relatórios

baseados nas mais diversas informações disponíveis, para poderem

tomarem decisões.

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Portais – Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

♦ Business Area (Intranet) Portals

Este tipo de portal suporta funcionalidades ou processos específicos e

aplicações intrinsecamente ligadas à organização. Os portais de Recursos

Humanos, portais ERP (Enterprise Resouce Planning), portais de Vendas e

Marketing e portais de Gestão de Fornecedores são alguns dos tipos de

portais incluídos nos “Business Área Portals”

♦ Horizontal Portals

Os portais horizontais, como já foi referido anteriormente, são por natureza

genéricos e estão disponíveis para toda a empresa. Entre os exemplos de

portais horizontais encontram-se os “Enterprise Collaborative Portals” (EPC)

que disponibilizam uma área de trabalho comum; os “Enterprise Expertise

Portals” (EEP) que fornecem ligações entre os colaboradores baseadas nos

seus conhecimentos; os “Enterprise Knowledge Portals” (EKP) que incluem

as funcionalidades dos dois anteriores e que disponibilizam automaticamente

ligações para a informação e os colaboradores que estão directamente

ligados a uma tarefa a ser executada por um determinado utilizador, em

tempo real; os portais orientados à gestão de conteúdos e gestão de

documentos.

♦ Role Portals

Este tipo de portais caracteriza-se por suportar os três modelos de negócio,

B2E, B2C e B2B. “Role Portal” para B2E suportam o acesso e a

disponibilidade de informações personalizadas para os empregados, bem

como comunicação entre os funcionários via salas de chat, grupos de

discussão, etc., funcionando também como self-service para os mesmos. Em

relação a B2C, são disponibilizadas as ligações e relações entre a

organização e os seus clientes, suportando serviços de encomenda e de

cobrança, serviços de suporte pré e pós-venda, workflow e colaboração

entre a organização e os clientes. Este tipo de portal funciona igualmente

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Portais – Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

como self-service para os clientes. Finalmente, “Role Portals” para B2B

disponibilizam o fluxo de informação, processos e actividades de negócio que

se encontram distribuídos pela organização e pelos seus fornecedores e

parceiros de negócio, tendo em vista a distribuição e processos de

encomendas de matérias-primas. Um portal B2B típico disponibilizará

processos automáticos (compra, revenda, pagamentos, etc.) entre a

organização e os seus parceiros, processando muito mais informação do que

num portal B2E.

2.3.2. e-Business (Extranet) Portals

Estes tipos de portais estão divididos em três sub-categorias:

♦ Extended Enterprise Portals

Os exemplos deste tipo de portais incluem os portais B2C, B2E e B2B,

abordados anteriormente, que permitem uma ramificação da empresa até

aos seus diversos pontos de contacto.

♦ e-Marketplace Portals

Este tipo de portais disponibiliza serviços relacionados com transacções

comerciais entre a sua comunidade de compradores, vendedores e sites de

vendas electrónicas. Estes portais fazem a ponte entre os compradores e

vendedores online, disponibilizando notícias específicas e produtos da

indústria e serviços de informação. Os compradores podem aceder

facilmente a informação que precisam para encontrar, comparar preços e

comprar um determinado produto ou serviço. Os vendedores podem

encontrar potenciais compradores recorrendo a apresentações dos seus

produtos e serviços em múltiplos locais da Internet. Este tipo de portais é

muito usado por retalhistas que compram e vendem produtos e serviços.

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♦ Application Service Provider (ASP) Portals

Os portais ASP são portais B2B que possuem como principal característica a

possibilidade dos clientes alugarem ou subscreverem produtos e serviços.

2.3.3. Personal Portals

Existem duas grandes categorias de “Personal Portals”.

♦ Pervasive Portals ou Mobility Portals

Nesta categoria estão incluídos os portais presentes nos telemóveis, PDAs

wireless, pagers, etc. Estes portais são cada vez mais populares e

importantes para os consumidores e funcionários pois permitem obter

informação sobre produtos e serviços, preços, descontos, disponibilidade,

estado de encomendas, estado de pagamentos.

♦ Appliance Portals

São os tipos de portais que estão presentes noutros dispositivos que não se

enquadram nos que já foram referidos. Não são muito conhecidos em

Portugal, mas existe o WebTV que está disponível em televisão noutros

países, ou o OnStar presente em alguns automóveis.

2.3.4. Public ou Mega (Internet) Portals

As organizações que disponibilizam este tipo de portais são organizações

que estão empenhadas em obter grandes audiências on-line, normalmente

orientadas para determinados contextos profissionais ou demográficos.

Existem dois tipos de portais públicos, os Portais Públicos Genéricos que se

destinam a toda a Internet, em oposto a comunidades específicas, e os

Portais Empresariais que se destinam a um público específico (portais de

bancos, seguradoras, etc.), caracterizando-se, por isso, como portais

verticais.

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2.4. Áreas de Negócio e os Portais

Existem quatro comunidades de utilizadores que estão intrinsecamente

ligadas às empresas. Essas quatro comunidades são os funcionários, os

clientes, os fornecedores e os parceiros de negócio. Cada uma das

comunidades gera e usa informação específica relacionada com os

requisitos, processos, workflow, necessidades, aplicações e tecnologia da

sua área de negócio, que conduzem o negócio e cria mais-valias.

É a partir da identificação da informação particular requerida para uma dada

comunidade, que a arquitectura de uma solução de portal pode ser definida.

Estas soluções devem aproveitar as aplicações e infra-estruturas existentes

de modo a obter uma maior produtividade e aumentar os ganhos da

empresa. De seguida serão abordadas as características de cada uma das

comunidades e as suas ligações à organização.

♦ Comunidade de Funcionários

Os maiores recursos de uma organização são os seus funcionários. Os

“Employee Portals” são desenvolvidos para tornar a componente humana da

empresa a mais produtiva possível permitindo alcançar elevados níveis de

sucesso. De realçar ainda que cada vez mais as empresas distribuem

autoridades, responsabilidades e poder de decisão a funcionários chave,

enfatizando ainda grupos de trabalho, para tomarem decisões chave de

modo a orientar as actividades diárias de modo a atingir a produtividade e o

sucesso referidos. Todas estas iniciativas das organizações são

especialmente orientadas para as áreas de recursos humanos,

recrutamento, formação, contabilidade, planos financeiros e análise,

tecnologias de informação, gestão de projectos, investigação e

desenvolvimento. Com portais para as comunidades de funcionários, as

organizações disponibilizam dados e informação acerca dos seus

funcionários e gestão dos mesmos, para permitir que um funcionário ou um

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grupo de trabalhos seja mais produtivo, permitir a partilha dos melhores

métodos de trabalho, trabalhar com mais eficiência e tomar as melhores

decisões.

♦ Comunidade de Clientes

A principal função de um portal para uma comunidade de clientes é

aumentar a capacidade da organização de ganhar, servir e manter os

clientes. As organizações competem entre si pelos clientes criando relações

de longo termo com os mesmos. A vantagem nesta competitividade começa

a estar mais ligada com a intimidade com o cliente, relações comerciais e

serviços, do que propriamente as características dos produtos ou a sua

inovação. Com um portal seguro e escalável, as organizações podem

disponibilizar informações chave para o exterior da organização, de modo a

que os seus clientes possam visualizar os produtos, encomendas, consultar

inventários e obterem informações sobre a entrega e pedidos de serviços. O

nível de informação disponível para os clientes e a possibilidade de self-

service aumentam as relações comerciais com os mesmos e a sua

fidelização. Com a disponibilização de informação interna para os clientes, as

organizações recebem destes, dados que lhes poderão ser úteis para

realizarem melhores campanhas de marketing, prospecção de mercado,

vendas, melhoramento de serviços e suporte, gestão das relações

comerciais, encomendas, aumentar serviços ao cliente entre outros.

♦ Comunidade de Fornecedores

Os portais para as comunidades de fornecedores são direccionados para

aumentar a capacidade das organizações de identificar, manter e gerir os

seus fornecedores. As organizações estão cada vez mais a integrar e a

transformar as suas cadeias de fornecimento, criando informação em tempo

real para gerir mais eficientemente essas mesmas cadeias de fornecimento.

As organizações estão a tentar também reduzir redundâncias, diminuir o seu

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tempo de resposta às necessidades do mercado, reduzindo os custos

globais. Um fluxo de informação melhorado disponível em toda a

organização e nas cadeias de fornecimento possibilita que os funcionários

tomem decisões pró activas, baseadas em factos de modo a aperfeiçoar

alguns aspectos, tais como as ordens de encomendas, a obtenção de

matérias-primas, o planeamento de materiais, controlo de inventário, a

logística e distribuição, entre outros. Os portais orientados para estas

comunidades de fornecedores permitem que tantos os funcionários das

organizações como parceiros externos possam usar informação em cada

ponto da cadeia de fornecimento para melhorar os processos relacionados

com o fornecimento de matérias-primas.

♦ Comunidade de Parceiros

Hoje em dia as organizações estão cada vez mais focalizadas no seu “know-

how” especializando as suas competências num pequeno conjunto de tarefas

nucleares para a produção dos seus produtos ou serviços, contando com

parceiros estratégicos e altamente especializados noutras tarefas

necessárias para a produção dos seus produtos e serviços finais, para terem

uma maior competitividade e fatias de mercado. Tal como já foi referido, as

organizações estão sempre a tentar diminuir os seus custos, aumentar o seu

tempo de resposta às necessidades do mercado, aperfeiçoar a sua eficiência

e melhorar as suas relações com parceiros. As organizações necessitam de

flexibilidade e agilidade para criarem ou terminarem parcerias conforme for

mais vantajoso ou não, baseando-se nas mudanças dinâmicas e pressões

competitivas do mercado. Assim, os portais criados para as comunidades de

parceiros permitem que, tanto os funcionários como os parceiros, tenham

acesso a informação interna da organização ou a informação dos parceiros

de negócio, como por exemplo, documentação de mercado, lançamento de

novos produtos, distribuição para canais de venda, gestão de previsões de

múltiplos parceiros, compilação de toda a informação de parceiros,

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colaboração e oportunidades de vendas conjuntas, acesso a formação

específica dos parceiros, entre muitas outras informações. Na generalidade,

ambas as organizações querem saber que produtos estão a vender, quanto

é o rendimento gerado, qual a quantidade de pedidos e qual a quantidade de

recursos que são necessários para satisfazer esses pedidos. Adicionalmente,

as organizações têm necessidade de conhecer quais os pontos de gargalo

nos processos e como melhorar a combinação de processos.

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3. Arquitectura de Portais De seguida serão abordados os aspectos técnicos nas arquitecturas de

portais.

3.1. Características Funcionais de um Portal

Como já foi referido anteriormente, os portais podem tomar diferentes

formas quer a nível dos dados, quer a nível da estrutura. Apesar de ja terem

sido referidas anteriormente algumas características, existem três

características funcionais, que são comuns a todos os portais e que importa

focar.

Assim, podemos considerar como principais, as seguintes características:

♦ Agregação de conteúdos e Integração de serviços

Uma das principais funções dos portais é disponibilizar

informação e serviços que um utilizador necessite para efectuar

as suas tarefas. A informação disponível pode ser dividida em:

• Informação estruturada – dados organizados de maneira a

permitir uma fácil compreensão da mesma e permitir

pesquisas rápidas pela informação pretendida. Este tipo de

informação estruturada contem muitas vezes relatórios,

análises e outros dados relativos à componente de negócio

que a informação pretende descrever. Os exemplos mais

comuns deste tipo de informação são os catálogos de

produtos.

• Informação não estruturada – este tipo de informação

caracteriza-se por uma difícil compreensão e dificuldade de

pesquisa da mesma, pois está desorganizada, estando

normalmente em formatos de texto, áudio, vídeo ou imagem

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e tomam a forma de documentos, memorandos, e-mails,

actas de reuniões, entre outros.

Em relação aos serviços podem ser divididos em:

• Serviços colaborativos – também conhecidos como serviços

orientados à comunicação, permitem que os colaboradores

possam falar uns com os outros recorrendo a chats, encontrar

know-how acerca de determinados assuntos, partilha de um

calendário comum, participar em grupos de discussão, entre

outros.

• Serviços de gestão de conteúdos – disponibilizam

funcionalidades de pesquisa, data mining, entre outras que

permitam gerir os conteúdos do portal.

• “Self-services” – permitem que os utilizadores do portal

possam interagir directamente com outros sistemas, sem ser

necessário recorrer a um intermediário (exemplo,

representante de um cliente ou técnico de vendas). A

realização de encomendas ou compra de produtos, marcação

de reuniões, verificação de contas de cliente, entre outras,

são algumas das operações disponibilizadas por este tipo de

serviços.

♦ Personalização e customização

Uma outra característica muito interessante num portal é a

possibilidade de este poder ser diferente de pessoa para pessoa.

Tal é possível devido à possibilidade de personalizar e

customizar.

• Personalizar um portal implica uma escolha do que deve ser

mostrado, ou seja, que conteúdos o utilizador deverá

visualizar. Esta escolha pode ser automática, baseando-se em

regras de negócio tal como o papel do colaborador na

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organização. Por exemplo, quando um vendedor acede ao

portal, este poderá apresentar uma lista de novos produtos.

• Customizar um portal permite indicar como o aspecto gráfico

do portal, qual o modelo de navegação possível, e onde é que

a informação deverá estar colocada a nível de layout.

A personalização e a customização permitem que o portal possa

ser direccionado para uma determinada comunidade de

utilizadores (por exemplo clientes, parceiros ou empregados),

bem como permitir a individualização do portal tendo em conta

as preferências de um utilizador.

♦ Acessibilidade

Sendo os portais baseados em tecnologias Web, eles são

acessíveis a qualquer altura, a partir de qualquer dispositivo que

disponibilize um browser standard. Entre os dispositivos mais

conhecidos, para além dos computadores pessoais, encontram-

se os PDA’s e os telemóveis que já permitem navegação na

Internet, sendo por isso possível aceder a um portal através de

um destes dispositivos.

3.2. Características Técnicas de um Portal

Tal como já foi referido anteriormente um portal disponibiliza um único

ponto de acesso para vários conteúdos e aplicações personalizadas para os

utilizadores. Alguns aspectos dessas aplicações são comuns, sendo

necessário existirem infra-estruturas escaláveis, uma framework de

apresentação poderosa e flexível e ainda uma framework que permita criar

facilmente componentes para os portais. Cada uma delas necessita ainda de

um nível de personalização elevado de modo a apresentar apenas a

informação mais importante para o utilizador, permitindo assim uma

interacção mais produtiva e a fidelização do utilizador ao portal. Dependendo

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da natureza do portal e da especificidade da informação, poderá ser

necessário um sistema de segurança fiável, que deverá incluir várias formas

de autenticação e controlo de acesso. Portais destinados ao consumidor

normalmente fazem a gestão de segurança, nomeadamente no que respeita

aos dados de autenticação dos utilizadores, possuindo uma base de dados

própria para o efeito. Por outro lado, nos portais para ambientes

empresariais é necessário que estes possuam mecanismos que permitam

integração com bases de dados de utilizadores existentes, bem como outros

sistemas de registo de utilizadores. Todos estes aspectos e funcionalidades

são implementados recorrendo a frameworks de portais que disponibilizam

os conceitos necessários para a implementação das mesmas. Existem várias

frameworks de portais de várias organizações, tais como a IBM com o

“Websphere Portal Server” e a Microsoft com o “SharePoint Portal Server”.

De seguida irão ser abordados alguns conceitos presentes na framework

usada pela IBM, pois é baseada na tecnologia JAVA, caracterizada pela sua

universalidade. A imagem seguinte mostra de uma maneira global, a

arquitectura de um portal, onde poderemos visualizar alguns dos conceitos

que irão ser abordados de seguida.

F gura 3 – Arquitectura global de um portal

-

i

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3.2.1. Portlets

Os portlets são como que os “tijolos” de um portal. São componentes de

interface com os utilizadores implementados em JAVA, que processam

pedidos e geram conteúdos dinâmicos. Os portlets são executados nos

chamados “portlets containers”, apresentando os seus conteúdos em áreas

do browser, como se fosse uma janela, possuindo um barra de título com

controlos para maximizar ou minimizar a portlet. De se notar que um portlet

é o conteúdo dessa “janela” e não a janela. Uma página do portal pode

conter vários portlets. Os clientes Web interagem com uma portlet usando o

paradigma pedido/resposta existente hoje em dia nos sites Web. Para um

determinado ciclo de pedido, cada portlet gera conteúdos específicos

denomidados por “fragments”. Como já foi referido anteriormente, cada

fragmento representa uma porção de linguagem “markup” (HTML ou XHTML)

que é agregado com outros “fragments” para produzirem a resposta final a

ser devolvida ao cliente. Tendo em conta que as portlets são como que

fragmentos de um conjunto (a página final), estas podem ser facilmente

alteráveis sem provocar impactos na estrutura final. Por outro lado, um vez

implementada uma portlet, esta pode ser usada em vários portais, pois são

independentes do portal.

3.2.2. Portlet Container

As frameworks de portais disponibilizam um ambiente de execução de

portlets, denominado “portlet container”. Este ambiente de execução é

responsável por instanciar, invocar e destruir as portlets no servidor Web,

quando recebe pedidos do servidor do portal.

Pode-se considerar que o portlet container é um dos elementos nucleares de

um portal, sendo necessário que este componente tenha um conhecimento

profundo do portal, de modo a reutilizar código comum, estando o portlet

container completamente separado dos outros componentes do portal.

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Figura 4 – Contextualização das portlets no portlet container.

Deste modo é possível usar o portlet container em qualquer portal, sendo

apenas necessário cumprir os requisitos do portlet container, para que um

portal o possa usar. Existe ainda a “Portlet Container Invoker API” que

implementa a interface de entrada no portlet container. Esta API implementa

o ciclo de vida de uma portlet (init e destroy), possuindo métodos baseados

em pedidos (initPage(), performTitle(), portletService() entre outros). O

portal, para além de usar a API fornecida pelo portlet container, deverá

implementar SPIs (Service Provider Interface) definidas no portlet container.

Deste modo, a “Reference Implementation” (RI) do portal disponibiliza

“container services” que não mais do que componentes nucleares registados

no portlet container, disponibilizando funcionalidades básicas, podendo até

ser extendidas de modo a aumentar essas funcionalidades. A RI

normalmente disponibiliza de raiz os seguintes container services:

♦ Information Provider

Responsável pela disponibilização da informação guardada no

portlet container sobre o portal e a sua infra-estrutura. Apenas

guarda informação, ou então, permite que a informação que está

armazenada no portal seja acessível via este serviço.

♦ Factory Manager

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Define como é que se obtém uma implementação de um objecto

usando uma “fábrica” de objectos. Normalmente um portal já

tem a sua própria implementação.

♦ Log Service

Disponibiliza uma ferramenta de log. Este serviço, normalmente,

também já está implementado no portal.

♦ Config Service

Define como é que se obtêm valores da configuração. Mais uma

vez, o portal já deverá ter este serviço implementado.

3.2.3. Portal Services

De modo a ser possível desenhar uma solução de portal é necessário que se

divida os vários componentes relacionados com o portal em camadas de

serviços. Este tipo de framework permite que as organizações desenhem

uma arquitectura sólida para o desenvolvimento de vários portais, em vez

de estarem dependentes de um fornecedor de soluções de portais. Uma

framework flexível e escalável permitem que os portais de uma organização

evoluam de modo a incorporarem novas tecnologias e funcionalidades.

Assim, os componentes relacionados com os portais podem-se enquadrar

nos seguintes camadas de serviços:

♦ Serviços de Apresentação

Esta camada da framework de portais é responsável pela

apresentação gráfica dos conteúdos ou portlets do portal aos

utilizadores finais, servindo de interface Web. A janela principal

do browser pode ser segmentada em várias áreas para cada

uma das aplicações ou então pode ser aberta uma nova janela

de browser com uma nova aplicação. Estas interfaces são

tipicamente implementadas em HTML e ou nas suas variantes,

mas também podem ser criadas em WML para dispositivos

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wireless, ou qualquer outro formato no futuro. Devido à

particularidade de um portal ser uma colecção de diferentes

portlets, põe-se a questão de página poder ser gerada toda de

uma vez ou não. Em muitos portais, cada portlet gera o seu

código HTML e depois o servidor agrega o HTML de cada portlet

gerando o HTML final da página. Noutros portais, cada portlet é

na realidade um Web Service que retorna XML e, usando um

XSLT, o servidor transforma esse XML no formato de

apresentação final.

♦ Serviços de Informação

Um portal é uma agregação de vários serviços de informação.

Um serviço de informação pode ser entendido como algo que

disponibiliza informação com significado, que pode ser obtida de

fontes de dados estruturados (base de dados), conteúdos não

estruturados existentes na organização, ou informação externa

disponíveis em sites Web, públicos ou privados. A informação

pode ser obtida de terceiros com o recurso a Web Services ou

mesmo disponibilizados sob a forma de documentos. Os

utilizadores finais podem subscrever um ou mais serviços de

informação personalizados, como parte integrante da

personalização do portal.

♦ Serviços de Infra-estruturas

Uma framework de portais robusta inclui múltiplos níveis de

serviços de infra-estruturas que disponibilizam uma plataforma

de integração e unificação amigável. Incluem aqui os serviços

relacionados com o balanceamento de carga, caching, alta

disponibilidade e performance que são disponibilizados tanto

pelo ambiente do servidor Web, como pelas infra-estruturas de

segurança existentes. A infra-estrutura de segurança nesta

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camada de serviços está relacionada com aspectos de acessos

seguros tais como firewalls, VPNs, etc. Estão ainda incluídos

sincronização LDAP, autenticação unificada, login único em

várias plataformas e serviços de autorização do portal.

♦ Serviços de Segurança e Gestão de Identidades

Esta camada é responsável pelos aspectos relacionados com

segurança ao nível do portal e das aplicações. Nesses aspectos

incluem-se serviços de autenticação (gestão de utilizadores e

password, sincronização LDAP, único login, grupos, etc), serviços

de autorização que mapeiam os grupos, privilégios e utilizadores

finais a politicas de segurança e conteúdos de domínios

intrinsecamente ligados ao portal. Apesar de a infra-estrutura de

gestão de autorizações é disponibilizada nesta camada de

serviços, os utilizadores finais configuram as seguranças das

portlets ou directórios de conteúdos usando os serviços de

Administração e Gestão e/ou os serviços de Conteúdos. Numa

arquitectura de portais bem integrada, o front end

disponibilizado por esses serviços deveriam comunicar com

serviços de segurança subjacentes, independentes.

♦ Serviços de Administração e Gestão

Estes serviços são necessários para permitir uma fácil

administração dos portais, permitindo aos administradores

configurarem os portais para as comunidades dos utilizadores

finais. Adicionalmente, os departamentos de informática podem

configurar, gerir e dar suporte técnico ao ambiente de execução

do portal. Os serviços de administração podem ser acessíveis via

uma interface Web, como acontece na maior parte dos portais,

ou então via uma aplicação cliente/servidor separada que

permitem uma fácil administração. Estes serviços podem incluir

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gestão de utilizadores, gestão de grupos, registo de novos

módulos e serviços de informação.

♦ Serviços de Integração e Acesso

Uma solução de portal generalista deverá disponibilizar uma

arquitectura que permita a ligação a base de dados e aplicações.

A camada de serviços de Integração e Acesso disponibiliza esta

funcionalidade ao portal, ou até às portlets individualmente. Esta

camada pode recorrer a uma solução EAI existente de modo a

ter acesso a APIs e fontes de dados específicas. Uma camada de

serviços de Integração e Acesso bem implementada permitirá

um fácil desenvolvimento de novos componentes para novos

sistemas quando forem necessários.

♦ Serviços de Conteúdos

Os serviços de conteúdos são uma parte importante de uma

solução de portal generalista. Os serviços de conteúdos

interagem com a gestão de recursos digitais não estruturados

existentes no portal. Entre os serviços típicos encontram-se

motores de indexação de todos os dados, repositório de

metadata, e um sistema de gestão de conteúdos que permite

submeter e aprovar conteúdos para o portal.

♦ Serviços de Colaboração

Serviços de colaboração permitem que os utilizadores finais

trabalhem em grupo mais facilmente pois são disponibilizados

áreas de trabalho comuns, repositórios de documentos comuns,

interacção em tempo-real e fóruns de discussão comuns. Estes

tipos de serviços disponibilizam ainda a definição e execução de

workflows dentro da organização ou fora desta.

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♦ Serviços de Desenvolvimento

Os serviços desta camada disponibilizam um ambiente para

desenvolvimento de novos módulos e portlets, bem como

desenvolvimentos a nível da estrutura do portal, sendo que as

portlets normalmente são implementadas na forma de camadas

de Web Services. Nesta camada, para além de serem

disponibilizados, para o desenvolvimento dos módulos, serviços

de HTTP, renderização, costumização e serviços relacionados

com XML, estão disponíveis ferramentas e metodologias de

desenvolvimento.

♦ Serviços Aplicacionais

Estes são os serviços obtidos a partir do motor de um portal, ou

de uma API do portal ou ainda de uma camada EAI. Estes

serviços incluem interfaces e integração de pacotes de software,

podendo também disponibilizar acesso a outros sistemas já

existentes, permitir gestão de conteúdos e gestão de

documentos.

3.2.4. Portal Server

O Portal Server é uma aplicação servidora especializada que disponibiliza um

ambiente de execução de aplicações de portais, bem como possibilita o

desenvolvimento da infra-estrutura do portal. Normalmente o portal server é

executado num servidor Web, de modo a poder processar pedidos de

clientes.

Figura 5 –

Ambiente de

execução do

Portal Server

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O exemplo seguinte mostra um exemplo típico do processamento de um

pedido ao portal, aquando de um pedido HTTP realizado por um utilizador no

seu dispositivo:

1. Um dispositivo usado por um utilizador, por exemplo um PDA ou

um computador com browser, faz um pedido HTTP solicitando uma

página do portal, ao servidor Web.

2. O servidor Web reconhece o pedido de uma página do portal e

reencaminha para o portal server.

3. O portal server determina se o pedido contém uma acção válida

para a portlet da página invocada. Se for o caso, o portal server

solicita ao portlet container a invocação da portlet para processar a

acção.

4. O portal server invoca todas as portlets da página.

5. O portal server solicita a todas a portlets que gerem o fragmento

HTML respectivo.

6. Os fragmentos são devolvidos ao portal server que os agrega

produzindo a página final.

7. A página final é retornada para o dispositivo do utilizador para ser

visualizada.

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Figura 6 – Processamento típico de um pedido de uma página do portal.

3.3. Análise de uma Solução de Portal

Os portais são aplicações bastantes complexas e caras, pelo que nem

sempre serão a melhor solução. As organizações apenas devem considerar a

utilização de um portal se necessitam de:

♦ Agregação de informação e serviços

♦ Disponibilizar informação específica a um público-alvo

♦ Juntar e gerir informação num único local

♦ Analisar o uso da informação

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De seguida iremos ver quais as condicionantes que devem ser levadas em

conta na tomada de decisão para o uso de um portal.

3.3.1. Obtenção de ganhos com o uso do portal

Um portal deve disponibilizar vários mecanismos que, em conjunto, devem

disponibilizar a informação apropriada usando sistemas já existentes de

modo a servir os interesses da organização. Por exemplo, quando a

organização pretende aumentar a atenção e o conhecimento dos clientes nos

seus produtos, um portal deverá disponibilizar a informação apropriada aos

vários utilizadores que interagem com os clientes de modo a que esse

objectivo seja atingido. Esta fidelização pode ser atingida de várias

maneiras. Apenas é necessário relembrar que se os clientes sentirem que os

seus pedidos e as suas necessidades são identificadas e satisfeitas, a

probabilidade dos clientes se fidelizarem à organização é muito grande. Por

outro lado os clientes pretendem que esses pedidos e necessidades possam

ser satisfeitos baseados na liderança do mercado, em serviços ao cliente de

alta qualidade ou em processos de transacção altamente eficientes. As

características de personalização, acesso de múltiplos dispositivos,

mecanismos de apresentação de informação e um motor de regras de

negócio são combinadas com a possibilidade de pesquisa e indexação de

informação de vários tipos e formatos, bem como a gestão de conteúdos via

processos de workflow de modo a permitir tanto a agregação de conteúdos,

como um ambiente de colaboração. Um portal pode ajudar a ganhar fatias

de mercado, reter os clientes existentes e reduzir os custos através da

possibilidade de levar informação específica a público-alvo.

3.3.2. Aspectos do Negócio para a escolha de uma solução

É necessário então ver quais os objectivos da organização que devem ser

levados em conta para escolher um portal. Na maior parte dos casos esses

objectivos passar por reduzir custos, aumentar vendas ou aumentar a

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produtividade. A estudo de uma solução de portal pode até clarificar

objectivos e ajudar a analisar as interacções que devem existir de modo a

serem atingidos esses mesmos objectivos. Os vários caminhos que podem

ser tomados para atingir as metas a que a organização se propõe incluem os

seguintes aspectos:

♦ Conhecimento profundo dos clientes

♦ Liderança de mercado

♦ Eficiência dos processos e transacções

Assim, é necessário reconhecer a informação desejada, a audiência a que se

destina essa informação, e uma análise da utilidade da mesma para

rectificar linhas de orientação das organizações. Estes aspectos permitem

que seja possível encontrar um caminho mais adequado para alcançar os

objectos da organização. Conceitos ligados à fácil utilização de portais, como

por exemplo o único login ou aspectos de segurança, são objectivos da

implementação de portais que darão suporte aos três aspectos referidos

acima. De uma maneira mais concreta existem os seguintes objectivos

específicos, que levarão a ganhos em toda a organização:

♦ Menor tempo de resposta às necessidades do mercado

♦ Aumentar eficiência organizacional

♦ Reduzir a latência de eventos na área de negócio

♦ Rápida adaptação durante processos de fusão ou aquisição de

organizações

♦ Integração através de múltiplos canais de negócio

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♦ Unificação de processos perante os clientes

♦ Maior suporte de vendas cruzadas

♦ Suporte para reconfiguração de produtos

3.3.3. Aspectos Tecnológicos para a escolha de uma solução

Em todas as organizações os aspectos tecnológicos são importantes para a

tomada de decisões, sendo que estes são influenciados pelos aspectos de

negócio referidos acima. Os aspectos tecnológicos devem ter em conta os

seguintes objectivos:

♦ Minimização da complexidade da aplicação.

♦ Uso os conhecimentos existentes

♦ Uso os recursos tecnológicos existentes

♦ Integração de “back-end applications”

♦ Suporte para manutenção

♦ Sistema escalável

♦ Suporte para alta disponibilidade

A maior parte destes aspectos estão orientados para a redução de custos

através da redução da complexidade, sendo que podem ser agrupados nos

seguintes conceitos tecnológicos nucleares:

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Portais – Componentes de Estratégias de Integração de Soluções Empresariais e dos seus Processos de Negócio

♦ Disponibilidade

As organizações necessitam que a solução escolhida esteja

sempre disponível, ou seja, os clientes devem ter acesso à

informação que necessitam quando quiserem.

♦ Reutilização

A solução escolhida deverá permitir a reutilização de código e

aplicações já existente, bem como a reutilização de fontes de

dados da organização, de modo a diminuir custos globais.

♦ Manutenção

A manutenção é um dos principais objectivos das organizações

porque a mudança de objectivos poderá levar à disponibilização

ou eliminação de funcionalidades. Por outro lado, as fontes de

dados podem mudar. Assim, é necessário que a solução

escolhida permita a adaptação a alterações do ambiente inicial.

Uma das soluções para esta situação passa pelo isolamento dos

vários componentes da solução, de modo a que estes não se

afectem uns aos outros.

♦ Escalabilidade

Um portal é uma integração de vários componentes, sendo que

estes componentes podem ser escolhidos à medida, de modo a

obter um sistema mais escalável. A escabilidade é também

importante pois o sistema deve ser desenhado e implementado

apenas uma vez, devendo permitir posteriormente upgrades

com relativa facilidade.

♦ Expansibilidade

A expansibilidade num sistema permite melhoramentos

funcionais no portal com uma maior facilidade, permitindo

extender as funcionalidades existentes.

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3.3.4. Benefícios

Uma vez determinada, por parte da organização, a necessidade de agregar

informação, disponibilizar informação específica para utilizadores específicos,

analisar o seu uso, obter e gerir essa mesma informação, pode-se concluir

que a criação de um portal pode ser a solução para satisfazer estas

necessidades. A criação de um portal pode gerar os seguintes benefícios:

♦ Uma única visualização de conteúdos agregados, específicos por

cliente.

♦ Possibilidade de analisar padrões para tornar as campanhas de

marketing mais eficazes.

♦ Possibilidade de definir uma interface gráfica para grupos de

utilizadores, tendo em conta características como a cultura, língua

ou nacionalidade, entre outras.

♦ Único login permitindo que o utilizador ganhe tempo no acesso a

informação, sendo menores os requisitos para uma interacção com

a organização.

3.3.5. Limitações

A criação de um portal é bastante complexa pois é necessário ligar vários

sistemas, por vezes incompatíveis, de modo a disponibilizar um único local

de visualização de informação na empresa. Por tal, essa complexidade

afecta a organização em vários aspectos, tais como:

♦ Alterações na organização

♦ Alterações de Processos

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♦ Reestruturação de fontes de dados existentes

♦ Reescrita de aplicações existentes para suportar opção de

conectividade

♦ Análises muito mais detalhadas (do que as que existem) dos vários

grupos de utilizadores que necessitam de suporte

3.4. Etapas recomendadas para a criação de um portal

3.4.1. Planear

Nesta fase é formulada e documentada uma solução genérica que descreve

claramente as estratégias de negócio e as necessidades da organização. O

planeamento deve detalhar o âmbito do projecto, os objectivos da

organização e contexto de negócio.

3.4.2. Executar

A fase de execução cria uma arquitectura que traduz os requisitos de

negócio numa aplicação de portal. Tal como em qualquer aplicação, a

arquitectura encontrada deve abordar tanto o domínio funcional como o

domínio aplicacional.

O domínio funcional está directamente ligado às regras de negócio do portal.

Este domínio descreve a estrutura e a modularidade dos componentes de

software que irão servir de base para a implementação das regras de

negócio, a interacção dos componentes e as interfaces entre eles.

O domínio operacional descreve a organização do sistema (plataformas de

hardware, ligações, locais físicos, topologia, etc.), a localização do software

e das fontes de dados, os requisitos não funcionais (performance,

disponibilidade, segurança, etc.) e gestão do sistema (planeamento de

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capacidade, distribuição de software, cópia de segurança e recuperação,

etc.)

A arquitectura tem também de alinhavar a solução com as estratégias de

negócio e disponibilizar a estratégia para a implementação da solução.

3.4.3. Implementar

Na fase de implementação, tal como o próprio nome indica, é implementada

a solução desenvolvida e refinada nas fases anteriores. Nesta fase inclui-se o

desenho, desenvolvimento, testes e distribuição da aplicação. Tipicamente

os analistas de software não estão envolvidos nesta fase, sendo que, quando

é necessário, existe um consultor para garantir que os requisitos e

expectativas da organização são cumpridos.

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4. Conclusões Após a elaboração deste trabalho pode-se concluir que os portais são uma

boa resposta para uma das grandes questões das organizações: “O que é

possível fazer-se para se obter vantagens competitivas no mercado actual,

um mercado cada vez mais global?”.

As características de uma solução baseada num portal possibilitam que seja

possível fidelizar e captar mais clientes, pois permitem uma interacção muito

mais rica entre estes e as organizações. Assim, os portais podem ser uma

grande mais-valia numa organização e o seu investimento rapidamente se

verificará profícuo.

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5. Bibliografia

Architecting Portal Solutions

http://publib-b.boulder.ibm.com/abstracts/sg247011.html?Open

Portal Application Design and Development Guidelines

http://publib-b.boulder.ibm.com/abstracts/redp3829.html?Open

IBM WebSphere Portal V5 - A Guide for Portlet Application

Development

http://publib-b.boulder.ibm.com/abstracts/sg246076.html?Open

JSR-000168 Portlet Specification

http://www.jcp.org/aboutJava/communityprocess/final/jsr168/

Introducing the Portlet Specification

http://www.javaworld.net/javaworld/jw-09-2003/jw-0905-portlet2.html

Services Portal Solutions – White Paper

http://www.proiv.com/p4web/home/services/portal/white_paper.xsp

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