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CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA 2003 Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia e Conservation International do Brasil 1 INSTRUMENTOS ECONÔMICOS E DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESTABELECIMENTO DO CORREDOR CENTRAL Keith N. Alger 1,3 , Kenneth M. Chomitz 2 , Paulo Vila Nova 3 , Heloísa Orlando 3 1- Center for Applied Biodiversity, Conservation International, 1919 M Street, NW Suite 600, Washington, DC 20036, [email protected] 2 - Development Research Group, World Bank, 1818 H Street, N.W. Washington, DC 20433 U.S.A., [email protected] 3 - Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia, Caixa Postal 84, Ilhéus - BA, Brasil, CEP 45653-970, [email protected] Resumo. Desenvolvemos um sistema de apoio a decisões baseado em sistemas de informação geográficas, para auxiliar a identificação de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na região do Corredor Central da Mata Atlêntica. O sistema (TAMARIN) integra princípios de biologia da conservação com teoria econômica, para criar cenários alternativos de conervação e avaliar seus ganhos e perdas em termos ambientais e sociais. Os sistema TAMARIN apoia-se em pesquisas sócio-econômicas de campo, que incluem um inventários de preços de terra, que permitiu a interpolação espacial dos custos de oportunidade, e grupos participativos para avaliar a percepção que os diversos atores sociais têm da viabilidade de políticas públicas baseadas em instrumentos de incentivo econômico. Abstratc. A GIS-based spatial decision support system was developed to assist development planners in the Central Atlantic Forest Corridor region in prioritizing areas for biodiversity conservation. The planning framework (TAMARIN) integrates principles from conservation biology with economic theory both in the design of alternative scenarios and the evaluation of the tradeoffs between environmental and other social goals. The socio-economic research underlying TAMARIN includes a survey of land prices for the region permitting the spatial interpolation of opportunity costs, and focus-group research on stakeholders' perception of thefeasibility of public policies that would use economic instruments for implementation. INTRODUÇÃO A política pública que aborda a criação e manejo de áreas protegidas evoluiu historicamente a partir de objetivos diversos, como relata Diegues: "A criação de áreas protegidas para a conservação da biodiversidade é um objetivo recente, uma vez que, como já foi visto, os parques foram criados fundamentalmente para a recreação e enlevo das populações urbanas, para educação ambiental e pesquisa". (Diegues e Arruda, 2001) Com a constatação da acelerada redução nas populações de espécies de fauna e flora no período de rápida industrialização e substituição de habitats nativos nos anos 60 e 70, a ciência biológica, ciente da irreversibilidade da extinção de espécies, passou a enfatizar para o público o papel insubstituível de áreas protegidas na conservação da biodiversidade. Na medida que florestas foram utilizadas para energia e substituídas por agricultura, um número crescente de espécies entrou nas listas vermelhas de risco de extinção, como as mantidas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Para as aves na Mata Atlântica, por exemplo, em 1996 haviam 16 espécies criticamente ameaçadas de extinção, 25 ameaçados, 22 vulneráveis e 37 próximas a serem ameaçadas (Cordeiro, 2001). A categoria

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CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA 2003 Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia e Conservation International do Brasil 1

INSTRUMENTOS ECONÔMICOS E DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESTABELECIMENTO DO CORREDOR CENTRAL

Keith N. Alger1,3 , Kenneth M. Chomitz2, Paulo Vila Nova3, Heloísa Orlando3

1- Center for Applied Biodiversity, Conservation International, 1919 M Street, NW Suite 600, Washington, DC 20036, [email protected] 2 - Development Research Group, World Bank, 1818 H Street, N.W. Washington, DC 20433 U.S.A., [email protected] 3 - Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia, Caixa Postal 84, Ilhéus - BA, Brasil, CEP 45653-970, [email protected]

Resumo. Desenvolvemos um sistema de apoio a decisões baseado em sistemas de informação geográficas, para auxiliar a identificação de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na região do Corredor Central da Mata Atlêntica. O sistema (TAMARIN) integra princípios de biologia da conservação com teoria econômica, para criar cenários alternativos de conervação e avaliar seus ganhos e perdas em termos ambientais e sociais. Os sistema TAMARIN apoia-se em pesquisas sócio-econômicas de campo, que incluem um inventários de preços de terra, que permitiu a interpolação espacial dos custos de oportunidade, e grupos participativos para avaliar a percepção que os diversos atores sociais têm da viabilidade de políticas públicas baseadas em instrumentos de incentivo econômico. Abstratc. A GIS-based spatial decision support system was developed to assist development planners in the Central Atlantic Forest Corridor region in prioritizing areas for biodiversity conservation. The planning framework (TAMARIN) integrates principles from conservation biology with economic theory both in the design of alternative scenarios and the evaluation of the tradeoffs between environmental and other social goals. The socio-economic research underlying TAMARIN includes a survey of land prices for the region permitting the spatial interpolation of opportunity costs, and focus-group research on stakeholders' perception of thefeasibility of public policies that would use economic instruments for implementation. INTRODUÇÃO

A política pública que aborda a criação e

manejo de áreas protegidas evoluiu historicamente a partir de objetivos diversos, como relata Diegues:

"A criação de áreas protegidas para a

conservação da biodiversidade é um objetivo recente, uma vez que, como já foi visto, os parques foram criados fundamentalmente para a recreação e enlevo das populações urbanas, para educação ambiental e pesquisa". (Diegues e Arruda, 2001)

Com a constatação da acelerada redução

nas populações de espécies de fauna e

flora no período de rápida industrialização e substituição de habitats nativos nos anos 60 e 70, a ciência biológica, ciente da irreversibilidade da extinção de espécies, passou a enfatizar para o público o papel insubstituível de áreas protegidas na conservação da biodiversidade. Na medida que florestas foram utilizadas para energia e substituídas por agricultura, um número crescente de espécies entrou nas listas vermelhas de risco de extinção, como as mantidas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Para as aves na Mata Atlântica, por exemplo, em 1996 haviam 16 espécies criticamente ameaçadas de extinção, 25 ameaçados, 22 vulneráveis e 37 próximas a serem ameaçadas (Cordeiro, 2001). A categoria

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de maior risco, “criticamente ameaçada,” significa que a espécie tem somente 50% de chance de persistir nos próximos 10 anos. Recentemente, as políticas públicas relacionadas com a localização, desenho e manejo de áreas protegidas têm priorizado o funcionamento destas áreas para a conservação da biodiversidade, antevendo as consequências econômicas e culturais de uma onda de extinções que poderia debilitar o funcionamento de ecossistemas.

O enfoque mais utilizado para minimizar os efeitos da degradação e fragmentação de ecossistemas naturais busca o estabelecimento de unidades de conservação em áreas representativas dos habitats naturais, assegurando a preservação de amostras de hábitats protegidas da ação do homem. Por outro lado, os ramos da biologia da conservação e da ecologia de paisagens têm cada vez mais evidenciado que essa estratégia, dissociada de abordagens que visem assegurar a conservação de extensões mais abrangentes da paisagem natural e modificada, não irá assegurar a manutenção de comunidades ecologicamente viáveis a longo prazo (Soulé et al., 1979; Weinz, 1996; Fonseca, 1997). Os fragmentos protegidos são invariavelmente insuficientes em tamanho ou formato, ante a necessidade da manutenção de populações mínimas viáveis daquelas espécies com maior requerimento de área (Soulé et al., 1979), além de sofrerem uma deterioração progressiva de seus ambientes a partir das bordas, desencadeando uma reação em cadeia que leva à erosão da diversidade biológica que originalmente abrigavam (Laurence et al., 1997a; Laurence et al., 1997b).

Na Mata Atlântica existem muitos centros de endemismo, e, assim, há a necessidade urgente de que as políticas públicas busquem a viabilidade de áreas protegidas em cada centro, para de forma a frear a depauperação do bioma.

O planejamento de conservação na escala do centro de endemismo Bahia/Espirito Santo, na “meso-escala” regional, permite a conciliação de usos econômicos com conservação não perceptíveis no nível do bioma. Com este intuito, o projeto corredor do Sul da Bahia, coordenado pelo IESB e CI, e desenvolvido

no âmbito do PROBIO-MMA, examinou a viabilidade de uma série de instrumentos e políticas que possibilitem a formação de uma matriz de uso e proteção pela paisagem do Sul da Bahia, que além de cumprir os requerimentos mínimos de viabilidade ecológica descritos anteriormente, possam também ser passíveis de controle e fiscalização, e que idealmente sejam aqueles de menor custo financeiro, aproveitando o custo-oportunidade associado ao valor da terra na região. Esses instrumentos incluem, dentre outros, a aquisição direta de terras de alto valor biológico, o pagamento de incentivos financeiros para conservação (instrumento similar aos incentivos associados às RPPNs, em utilização em vários países, em particular na Costa Rica), o subsídio periódico para a não-utilização da terra (um exemplo é o mecanismo de ICMS Ecológico, em operação em quatro estados da federação), impostos sobre produtos gerados através de práticas ambientalmente danosas, introdução de “direitos negociáveis de desenvolvimento” (criar um mercado para transações associadas a mecanismos legais existentes, e.g., a lei dos 20% de reserva legal, ou outras passíveis de introdução), a venda de serviços ecossistêmicos associados ao seqüestro de carbono (Chomitz e Constantino, 1999). Estes instrumentos complementariam os mecanismos de comando e controle usuais, como multas e outras penalidades associadas ao descumprimento de dispositivos que proíbem o desmatamento.

O conceito de “paisagens sustentáveis” foi divulgado em publicação do IESB e Conservation International, com dados preliminares do projeto, em linguagem acessível para tomadores de decisão em Outubro de 2000 (CI/CABS e IESB, 2000). Informação ambiental utilizada

Para analisar as oportunidades de conciliar uso econômico de áreas com conservação, os atuais usos foram mapeados usando imagens Landsat (Figura 1, Landau et al. 2003). Pesquisas de campo com mamíferos, anfíbios, aves e plantas foram usadas para indicar metas de representação necessárias para evitar extinções no sul da Bahia (Cordeiro, 2003a, b, c, Moura 2003, Silvano e

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Pimenta 2003). A análise de vegetação nativa, e a distribuição de endemismo fitogeográfico serviram de base desta análise (Thomas 2003). Análises de viabilidade populacional indicaram que para espécies de maior requerimento de área, um mínimo de duas áreas protegidas de 10.000 hectares seria necessário em cada uma das 5 sub-regiões da bioma Mata Atlântica no Sul da Bahia (Paglia 2003).

Pesquisa Sócio-Econômica

Um levantamento de 250 terrenos vendidos em 1998-1999 permitiu a elaboração de um modelo econométrico de regressão para prever o valor da terra em função da qualidade do solo, distância de estradas e litoral, declividade, tipos de cultivos, e área de mata da propriedade. A extrapolação do modelo para toda a área, à partir do banco de dados geográficos da região inteira, permitiu a estimativa da topografia econômica da região. Para os

gestores de política pública, esta topografia indica que a manutenção de usos de baixo impacto na biodiversidade custaria muito mais caro, se a propriedade em questão for localizada nas áreas avermelhadas da Figura 4. No entanto, a existência de áreas de menos valor econômico indica que se fosse incentivado a criação de áreas protegidas particulares, seria possível ampliar as áreas protegidas para atingir as metas de representação e viabilidade. Assim, política públicas, estrategicamente orientadas para incentivar conservação nas áreas de alto valor biológico, mas com menos custo de oportunidade, têm mais chances de sucesso, e representam opções com melhores relações custo/benefício..

Amostragem do preço de terra

A amostra estratificada de propriedades rurais foi realizada em 1999. A estratificação foi orientada pelo conceito regional do IBGE: Sub-região de Valença, Sub-região de Ilhéus-Itabuna e Sub-região

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de Porto-Seguro. Fazendas vendidas nos últimos 2 anos foram levantadas em cada município em cada sub-região. A sub-divisão de cada sub-região em três zonas (leste, centro e oeste) definiu dos municípios visitados. Os maiores remanescentes florestais estão localizados na zona leste ao longo da costa, e, por isso, esta foi a primeira zona a ser visitada.

Foram inicialmente utilizadas duas maneiras para obter informações de preço de venda. A primeira identificou fazendas recentemente vendidas, usando informações dos corretores em cada município. Propriedades foram selecionadas por tamanho e por ter maior quantidade de mata, e foram visitadas para se adquirir adicionais informações sobre topografia e cobertura florestal. Foi aplicado um questionário ao comprador do imóvel, com sete tópicos: 1) referência do imóvel, 2) valor da terra, 3) cobertura vegetal, 4) uso da terra, 5) benfeitorias, 6) outros dados (distância da estrada asfaltada, rios, declividade, fertilidade do solo, área de turismo, distância da cidade mais próxima) e 7) situação legal. Para localização geográfica das fazendas foram usadas cartas topográficas da região, e obtidas coordenadas em UTM de sua sede, usando um aparelho de GPS. Croquis de cada área visitada foram desenhados, com a ajuda do proprietário ou administrador da fazenda, especificando as zonas de uso da terra.

Além das informações obtidas com os corretores locais, foram utilizadas outras informações extraídas da guia de Imposto de Transmissão Inter Vivos (ITIV). As consultas foram feitas no setor de tributação da prefeitura de cada município. Constam os seguintes no documento do ITIV: valor de venda do imóvel, valor da avaliação, características do imóvel (área, principais cultivos e benfeitorias), nome e/ou endereço do vendedor e nome e/ou endereço do comprador. Depois de algumas tentativas de levantamento dos valores no ITIV e de compilação das informações no banco de dados, uma análise preliminar demonstrou que os preços de terra declarados no ITIV eram de 30 a 50% menores que o valor real de

venda. Por causa dessas limitações e distorções, as informações do ITIV não foram mais confirmadas.

A segunda maneira utilizada para obter informações de preço de venda de terra foi uma avaliação das propriedades que não demandasse visitação in loco. Este método avaliou as fazendas vendidas sem considerar o ITIV, consultando corretores locais e utilizando-se os mesmos recursos adotados na primeira metodologia: aplicação de questionário e obtenção de coordenadas geográficas. Para que esse método pudesse conferir preço de venda por uma fonte independente, foi utilizado um avaliador que pudesse avaliar fazendas reais, recentemente vendidas.

O modelo espacial bioeconômico necessitava de um levantamento em toda a extensão geográfica para a estimativa dos preços de terra. Assim, para que um maior número de fazendas fossem amostradas no tempo estabelecido, foi priorizado apenas o levantamento de preços reais, simplificando o questionário e adotando o método utilizado para avaliação que não demandasse visitação in loco. Foi difícil, no entanto, encontrar pessoas que fossem capazes de localizar as propriedades nos mapas topográficos. Quando os corretores não eram capazes de localizar a terra vendida na carta topográfica, o procedimento adotado foi visitar a propriedade para obter as coordenadas e entrevistar o proprietário ou administrador. Nesta avaliação, os questionários foram respondidos pelo corretor que vendeu a propriedade, que, portanto, sabia as características do imóvel. Quando o corretor não sabia responder ou tinha dúvidas sobre as questões, os proprietários eram procurados para respondê-las.

Depois de coletar os dados, uma avaliação preliminar foi feita a partir de gráficos de dispersão relacionando preço de venda com distância da estrada. Assim, os casos excepcionais foram identificados, e os fatores elevando ou rebaixando preços nestes casos analisados, para verificar se poderiam ser considerados excepcionais (Apêdice I).

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Tabela 1. Regressão múltipla do preço de venda da terra por hectare (em logaritmo natural) em função de características da terra.

Variável Coeficiente t

Declividade 5% - 15% -0.1077 -0.724 Declividade 16% - 25% -0.1057 -0.722 Declividade 26% - 40% -0.2760 * -1.855 Declividade 41% - 55% -0.3381 ** -2.291 Declividade 56% - 70% -0.2120 -1.462 Declividade > 70% -0.4139 -1.465 1, se índice de solo for > 0 -3.2854 ** -2.322 Índice de solo 1.0754 ** 2.344 Índice de solo quadrado -0.0763 ** -2.057 1, se for dentro de 5 km da litoral 0.9624 *** 3.617 Distância (km) para estrada mais próxima, para áreas dentro de 5 km da praia.

-0.2245 ** -2.411

Distância (km) para estrada mais próxima -0.0250 ** -2.076 Área em floresta primária (%) -1.2062 *** -5.080 Área em floresta secundária (%) -0.7968 *** -5.097 Área em cabruca (%) -0.3100 -1.639 Data da entrevista -2.49E-04 -1.579 Índice de Uso Potencial entre 70 - 85 -0.0661 -0.520 Índice de Uso Potencial > 115 -0.1833 ** -1.993 Intercepto 10.1023 *** 4.403 Significância estatística: * 10%; ** 5%; *** 1%.

Análise de Regressão

A distribuição das fazendas amostradas, por classes de valor está na Figura 3. Os casos na amostra foram subseqüentemente analisados com o método de regressão linear. O valor por hectare, em logaritmo natural, da terra nua das fazendas foi usado como variável dependente, em função das características das fazendas. Dados das entrevistas estabeleceram a proporção da terra com floresta primária e secundaria, e área com cacau. Usando o local da fazenda e cartas do RADAMBRASIL, cada fazenda foi classificada de acordo com o índice de solo, o índice de “Uso Potencial da Terra,” declividade, distância da estrada mais próxima e do litoral. O índice de Uso Potencial da Terra foi calculado pelo projeto RADAMBRASIL à partir da combinação de declividade, solos, e pluviosidade. Estas informações foram digitalizadas por Stoms (2003). A data da venda da fazenda foi usada para controlar

o prazo dentro do qual a fazenda foi vendida. Não foi constatada autocorrelação espacial significativa entre as variáveis,. Existe a possibilidade que uma amostra de fazendas recentemente vendidas neste período não seja representativa de todas as propriedades vendidas, mas a metodologia não permite testar esta hipótese. A Tabela 1 mostra os resultados da análise.

Nas fazendas amostradas, o menor preço de venda foi de R$125,00 por hectare e o maior, R$6.500,00 por hectare, com preço médio de R$618,00 por hectare. A regressão mostra que a aptidão para agricultura tem grande influência no valor da terra. Maior declividade está associada com menores valores de terra. Índices de solo mais favoráveis são associados com maiores valores de terra. Maiores valores no índice de Uso Potencial, resumindo falta de aptidão agrícola, indicam menores valores.

A proximidade de estradas principais aumenta os preços, mas não muito: uma

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fazenda na distância máxima (13 Km) vale somente 23% menos do que uma à beira da estrada, em iguais condições. A combinação de proximidade com estrada e litoral, no entanto, tem grande influência.

Controlado os outros fatores, terra com mata secundária vale 56% menos, e terra com mata primária vale 70% menos que terra com atividade agrícola. Este resultado, importante para conservação, tem duas explicações possíveis e complementares. Primeiro, numa área acessível e cultivada há muito tempo, a presença de remanescentes de floresta pode ser um forte indicador de que a terra não seja apta para agricultura, por razões não capturadas totalmente pelos índices de solo, declividade e uso potencial. Segundo, leis de reserva legal e o decreto 750, que impede desmatamento na área da Mata Atlântica, podem ser suficientes para reduzir o valor da terra florestada e restringir usos alternativos, mesmo que a lei e o decreto não estejam implementados por completo.

O valor de terra com cultivo de cacau não se mostrou estatisticamente diferente de outras terras na região em termos de agricultura. Considerada historicamente a terra mais valiosa da região, este resultado resume a situação da economia do cacau do Brasil no final do século 20. O declínio de competitividade do cacau brasileiro está relacionado com os maiores custos de produção no Brasil em comparação com outros produtores mundiais. Comparativamente, o principal custo é o de mão de obra, seguido pelo custo imposto pela baixa produtividade causada pela doença vassoura-de-bruxa (Crinipelis perniciosa). De fato, Hardner (2003) mostra que embora a lucratividade do cacau seja inferior à observada em outros países produtores, não é superada por qualquer outro cultivo na região que seja adaptado a clima e declividade. Outras culturas com potencial de produção, como bananas, não têm um sistema de escoamento e marketing de produção.

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Projeção da topografia de preço de terra

As características geofísicas das 253 fazendas usadas como variáveis independentes na regressão foram também reunidas em um banco de dados geográficos para toda a região, com valores calculados para cada quilômetro quadrado. Para isto, os dados de vegetação remanescente, solos, declividade, uso potencial, proximidade de estradas e litoral foram consolidados num grid de 76.404 células de 990 m2. O grid representa a superfície de 75.640 km2 do Sul da Bahia. Na base de dados, por exemplo, para cada célula, a porcentagem de floresta primária e secundária está resumida nas células de acordo com os dados (raster) de remanescentes da análise de vegetação por imagem de satélite Landsat. Da mesma forma, os dados geográficos em formatos vetoriais em linhas, como estradas, ou em polígonos, como tipo de solo e grau de declividade foram generalizados para o grid de células. Os dados do RADAMBRASIL foram digitalizados a partir de cartas do 1:250.000 (IBGE, 1978, Stoms 2003). Estradas foram digitalizadas à partir de cartas da SUDENE (SUDENE, 1978, Landau et al. 2003).

Como todas as células para a região receberam valores para as variáveis independentes da regressão, foi possível aplicar os parâmetros de Tabela 1 para estimar um preço de terra para cada célula de toda a região. A Figura 4 mostra a projeção espacial do preço de terra estimado com esta metodologia. A estimativa pode ser menos confiável na área oeste da BR101, que não foi amostrada no levantamento de fazendas vendidas. Os valores nesta região dependem de parâmetros obtidos das outros subregiões. Note que as áreas litorâneas do extremo sul e sul, próximas a estradas, são previstas pelo modelo como áreas de maior valor. Valores para a parte norte são geralmente mais baixos, devido aos valores no índice de solos e do índice de uso potencial.

Apresentação de modelos de pacotes de políticas públicas para atores sociais ("Focus groups")

Foram realizados em 1999 sete "focus groups" com representantes de diversos setores. Os grupos incluíram:

9 Pequenos produtores de cacau,

reunidos em Santa Luzia, 13/09/99 10 Proprietários grandes e médios,

reunidos em St. Luzia, 15/09/99 10 Assentados em projetos da reforma

agrária, reunidos em Santa Luzia, 14/09/99

8 Médios e grandes produtores reunidos em Ilhéus, 29/09/99

8 representantes de entidades governamentais e não-governamentais : (CRA, Sasop, Gambá, Car, Ceplac, Fundação Dias D’avila, DDF,) reunidos em Salvador da Bahia 10/18/99

18 promotores públicos reunidos em Salvador, Bahia, 12/06/99

As políticas públicas discutidas como

instrumentos para implementação do corredor foram: • A reserva legal • As áreas de preservação permanente • Pagamento por conservação de áreas ou

serviços ecológicos (“Easements”) • TDR (Transferência do Direito de

Desenvolvimento). Donos de terras com florestas excedentes aos 20% de Reserva Legal, poderiam fazer concessão pelo não uso da floresta.

• CDM (Mecanismo de desenvolvimento limpo)

• ICMS ecológico • Troca de dívida do cacau para

conservação As principais conclusões dos

participantes sobre a viabilidade do uso de instrumentos econômicos para implementar políticas públicas foram:

Enquanto não existe confiabilidade na

administração das leis ambientais, pequenos e grandes proprietários desconfiam da capacidade do poder público de administrar incentivos. Poucos se interessam em “vender concessões” ou receber pagamentos por serviços ambientais enquanto o governo agir como intermediador.

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Como pagamento por serviços do não-uso da terra, o instrumento mais aceitável foi a compra da terra.

Grandes produtores preferiram troca de dívida pela manutenção de cacau. Pequenos produtores acharam injusta a isenção de dívida dos grandes proprietários.

Os promotores públicos se interessam pela aplicação da lei ambiental, mas não têm conhecimento sobre o assunto. Os promotores sentem-se obstruídos pela sobreposição de responsabilidades entre administrações municipais, estaduais, e federais.

Uma das principais conclusões dos "focus groups" foi que a racionalização na administração da fiscalização, para aumentar a percepção da capacidade do governo na área ambiental, é prioritária. Uma maneira de promover racionalização é entender, através de estudos mais profundos (como Akella e Cannon 2002), os “gargalos” no sistema de fiscalização, que impedem o desfecho do processo de controle ambiental.

Análise participativa de cenários no desenho de políticas públicas

Para testar e aperfeiçoar o sistema de

apoio a decisões que desenvolveu, o Projeto Corredor Central realizou um workshop com representantes do poder público, ONGs, empresas, e instituições de pesquisa. O workshop foi realizado no Auditório Nadja Viana, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Iniciou-se no dia 10 de junho, com a preparação dos facilitadores, instalação de equipamentos e organização dos grupos de trabalho.

No dia 11 de junho, realizou-se a abertura dos trabalhos com a presença da Diretora do Instituto de Biologia da UFBa e do Secretário-Executivo do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera e Comitê de Gestão do Projeto Corredores Ecológicos (PPG-7). Em seguida Dr. Keneth Chomitz (DECRG), deu as boas vindas a todos os presentes, apresentou os objetivos do workshop e junto com Dr.Keith Alger (CI - Washington) fez

apresentação do programa TAMARIN. Logo após, Sandor Sohn (Instituto Ambiental do Paraná) fez apresentação do Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (SISLEG) do Estado do Paraná.

As informações produzidas pelo Projeto Corredor Central (ver Pardo et al. 2003) foram analisadas no workshop. O mapeamento dos remanescentes florestais e uso da terra, integrado com a utilização da topografia econômica, permitiu um avanço inédito na análise da dinâmica espacial, mostrando o valor dessa ferramenta para o planejamento local e regional. Visando a integração dos dados produzidos pelo projeto e o estabelecimento de ferramentas tecnológicas como auxílio de análise, foi elaborado um software denominado TAMARIN (Toolbox for Analysis of Mata Atlântica Restoration INcentives). O TAMARIN funciona como uma planilha de custos com representações geográficas, simulando diferentes cenários para o futuro do Corredor Central da Mata Atlântica. TAMARIN foi desenvolvido por Frank Davis e David Stoms (Stoms et al., 2003, Stoms et al. no prelo), da Universidade da Califórnia Santa Barbara para este projeto, sob contrato com a Conservation International e o Banco Mundial. Utilizando informações sobre as tendências do uso da terra, variáveis ambientais e dados sócio-econômicos, o programa fornece os cenários possíveis e auxilia na identificação das melhores estratégias para alcançar os objetivos estabelecidos para a manutenção de paisagens mais adequadas à conservação da biodiversidade.

Cinco camadas de informação espacial são necessárias para o TAMARIN. Usando esta informação, o programa pode avaliar o sucesso de um projeto de rede de áreas protegidas dentro de uma matriz de outros usos do solo. As camadas necessárias são:

1. Classificação da cobertura vegetal atual, a partir de imagens de sensoriamento remoto

2. Projeção de cobertura vegetal futura, baseada na premissa que “nada mais para conservação fosse feito”

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3 .Metas de representação por bio-região, estabeleçendo o tamanho e conectividade mínima dos fragmentos necessários para a sobrevivência das espécies endêmicas com maior área mínima de habitat.

4. Localização das pressões antrópicas mais críticas para os fragmentos-chave de mata .

5. Custo de oportunidade econômica. O projeto preliminar de áreas para

proteção de habitat, feito por tomadores

de decisão, é avaliado pelo TAMARIN, que lhe atribui uma “nota”, em função de quatro critérios:

1. Representação: O sistema de áreas

protegidas inclui todas as espécies endêmicas?

2. Viabilidade: O sistema de áreas protegidas e matriz de usos compatíveis com a manutenção da biodiversidade oferece o tamanho e/ou conectividade para evitar a extinção das espécies guarda-chuva?

3. Pressões: A projeção de degradação do habitat indica onde ações mais imediatas são necessárias para evitar perda de habitat insubstituível?

4.Custo: Os custos econômicos são minimizados, sujeito aos objetivos acima?

O workshop permitiu o uso interativo dos

dados coletados pelo Projeto sobre as áreas necessárias para a conservação da biodiversidade no Sul da Bahia, e o custo de oportunidade. Para introduzir o conceito de “cenários” criados pelo planejador e avaliado por TAMARIN, os quatro cenários (abaixo) foram apresentados. Os cenários demonstram que idéias simplistas sobre de corredores ecológicos muitas vezes não são satisfatórias. No cenário 1, com as áreas protegidas atuais, e com a eventual degradação prevista no sistema de cacau-cabruca, somente uma das cinco biorregiões teriam remanescentes florestais viáveis para espécies guarda-chuva (acima de 10.000 ha). O cenário 2, baseado numa idéia simplista de “corredores” físicos, mostra a impossibilidade de representar mais do que uma das 5 biorregiões consideradas, porque boa parte do investimento em áreas protegidas é comprometido pelo “efeito de borda.” No cenário 3, a área de cacau é totalmente selecionado para compra e, mesmo com um valor de R$378 milhões, ainda não é possível garantir a conservação da biodiversidade em mais de 2 das 5 biorregiões. O Cenário 4, também simplista, mostra que, selecionando-se as maiores áreas de floresta contígua existentes e que tenham menor custo, é possível ter áreas protegidas em todas as biorregiões , a um custo de R$45 milhões. Mesmo alto, este custo demonstra que numa das áreas do Brasil mais

Figura 5 - Cenários hipotéticos de conservação. As áreas prioritárias estão em vermelho. Da esquerda para direita e do alto para baixo: I -Áreas Protegidas Atuais: Bio-Regiões com 2 habitats viáveis: 1/5, Razão Borda/Núcleo: 15/85, Custo de Aquisição: R$0, Custo de compensação R$ 0; II - Conectando as áreas protegidas: Bio-Regiões com 2 habitats viáveis : 1/5, Razão borda/núcleo : ~67/33, Custo de aquisição: R$ 60 milhões, Custo de compensação: R$ 29 milhões; III - : Preservando o sistema tradicional de cabruca: Bio-Regiões com habitats viáveis: 2/5, Razão borda/núcleo:, Custo de Aquisição:R$378 milhões, Custo de compensação R$ 143 milhões; IV - Fragmentos Viáveis: Bio-Regiões com 2 habitats viáveis : 5/5, Razão borda/núcleo : ~11/89, Custo de aquisição: R$ 45 milhões, Custo de compensação: R$ 14 milhões.

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densamente utilizadas e fragmentadas, é ainda possível imaginar a conservação duradoura se, se contarmos com recursos de várias fontes, e um planejamento para a conservação que o aplique nas áreas onde o custo de oportunidade é baixo.

Na tarde do dia 11 de junho, os 65 participantes foram divididos em três grupos de trabalho. Cada grupo debateu e estabeleceu os seus critérios e medidas necessárias para a construção do Corredor Ecológico no Sul da Bahia, com a ajuda do programa TAMARIN. No exercício cada grupo tinha recursos “hipotéticos” de R$5.000,00, para decidir, na sub-região sul (região cacaueira), quais as áreas deveriam receber incentivos, e quais incentivos deveriam ser dados para garantir a viabilidade do sistema de áreas protegidas. Este exercício de estabelecimento de critérios e medidas para a construção do corredor com o uso de TAMARIN continuou até o final da manhã do dia 12 de junho. Os resultados (Figs. 6-8) produzidos pelos 3 grupos de trabalho, mostram, em seu conjunto:

1. Que existe mais de uma maneira de construir o habitat mínimo para garantir a viabilidade da sobrevivência das espécies da região. Quando convidados a considerar os custos e respeitar um limite orçamentário, todos os participantes reduziram a abrangência espacial na aplicação dos incentivos para atingir áreas estratégicas para as metas.

2. Todos os grupos optaram por aumentar as áreas de unidades de conservação existentes, para garantir a existência mínima de 2 áreas de 10.000 ha em cada sub-região.

3. Todos os grupos afirmaram que com maiores recursos, teriam escolhidos áreas dos outros grupos, indicando que mesmo em grupos de participação diversa, o uso do modelo permite uma convergência.

Além disto, as principais críticas e sugestões dos grupos foram: 1. Inclusão de uma camada de

informações com redes de drenagem, importante para o valor da terra, essencial para conservação da biodiversidade;

Figura 6 - resultados do grupo de Trabalho 1: na região de cabruca comprar áreas > 400 ha e aplicar compensação em áreas de agroflorestas em seu entorno, para ligá-las com a Rebio Una. (Verde-água). No entorno dos parques, compra de áreas sob alta pressão de degradação, e compensação de áreas de agrofloresta, para ligar as UC’s existentes. (Azul e verde-escuro)

Figura 7 - Resultados do grupo de Trabalho 2: Grupo de Trabalho 2: Entorno do P.E. Conduru: compensação de áreas florestadas na zona-tampão, para garantir a viabilidade do fragmento. Sudoeste: Criação de nova UC, através de compra dos últimos remanescentes florrestais na área.

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2. O modelo deveria considerar efeitos de borda de tamanhos diferentes dependendo do ambiente contíguo ao fragmento;

3. Algumas premissas limitam a simulação (efeito de borda, tamanho viável do corredor);

4. Deveria ser possível a combinação de compra de terra e compensação em um único cenário;

A maior parte destas sugestões já foi incorporada na versão atual do TAMARIN (Stoms e Davis 2003)

CONCLUSÕES Além de seu valor intrínseco como

informação científica sobre a área, acreditamos que os resultados do Projeto Corredor Central possuem importância ímpar para as políticas públicas de implementação de corredores ecológicos, por ter sido elaborado e analisado em colaboração com entidades governamentais de todos os níveis, e com a sociedade civil. Um resultado concreto disso é a influência dos conceitos e análises aqui usados no planejamento e implementação do projeto PPG7 do Corredor Central da Mata Atlântica.

AGRADECIMENTOS Este trabalho é um produto do projeto "Abordagens ecológicas e instrumentos econômicos para o estabelecimento do Corredor Central da Mata Atlântica:uma estratégia para reverter a fragmentação florestal na Mata Atlântica do sul da Bahia", que foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), através do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Contamos ainda com o suporte financeiro do Centro para Pesquisa Aplicada à Biodiversidade (CABS) da Conservation International, e do Grupo de Pesquisa de Desenvolvimento do Banco Mundial (DECRG). Nossos agradecimentos a estas instituições, e também à Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Fundação Ford, ao Programa Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais, à Ford Motor Company, à Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação da Bahia (SFC), ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), à Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, ao Centro de Pesquisas do Cacau (CEPLAC), ao Jardim Botânico de Nova Iorque, à Universidade da Califórnia/Santa Bárbara (UCSB), e à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e aos proprietários das áreas pesquisadas, pelo generoso apoio dado à pesquisa do Corredor Central da Mata Atlântica. BIBLIOGRAFIA AKELLA, A., e CANNON, J., 1999, Debt

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Figura 8 - Entorno da REBIO Una: compra de terras para ampliação e proteção contra pressões elevadas. (verde-claro). Região de cabruca: compensação de agroflorestas com importância para a conservação, incluindo fragmentos > 400 ha. (vermelho)

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R$ 0.00

R$ 1,000.00

R$ 2,000.00

R$ 3,000.00

R$ 4,000.00

R$ 5,000.00

R$ 6,000.00

R$ 7,000.00

R$ 8,000.00

R$ 9,000.00

R$ 10,000.00

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

distância asfalto

R$\

ha

101

183

181

301

2821520200

185278

12

282

APÊNDICE I -Análises de Valores Excepcionais nas Regressões de Preço de Terra

A1: Todos os Casos (N=253) Casos excepcionais Com alto valor: Faz. 101: Valorizada por estar em área de forte interesse turístico Faz. 183: Valorizada por estar em uma área de forte interesse turístico e ecológico (os proprietários pretendem

construir um parque aquático). Faz. 181: Área de forte interesse turístico, comprada para construção de um hotel fazenda. Faz. 301: A proximidade com a estrada asfaltada ajuda a explicar a valorização desta propriedade. Faz. 278: Sem explicação aparente. Faz.185: Localizada em área de forte interesse turístico, onde os proprietários pretendem construir um hotel de

nível internacional. Faz. 282: Sua Localização, às margens da rodovia que liga os municípios de Teixeira de Freitas e Medeiros

Neto, e proximidade ao "aeroporto" de Teixeira, ajudam a explicar o seu valor, além do fato de ter sido comprada pela Aracruz celulose ( a compra de propriedades por está empresa inflacionou o mercado de imóveis rurais nesta região).

Faz. 125: Esta propriedade, além da sua proximidade com a BR101, possui uma boa estrutura de sede, chegou a ser avaliada pelo INCRA em R$2.308,87/ha

Casos com distâncias elevadas: Faz. 289: Localizada próximo a sede do município de Jucuruçu, a cerca de 100 km da BR101. Faz. 215: Propriedade não afetada pela Vassoura de bruxa, que ainda não chegou nesta região, às margens do

rio Mucurí. Existia um projeto de construção de uma usina termoelétrica nesta região

Faz. 203: Área comprada por uma indústria de Celulose (Veracel) para plantação de eucaliptos. Localizada entre a Ba001 e a BR101.

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Faz. 200: Área comprada por uma indústria de Celulose (Veracel) para plantação de eucaliptos. Esta área também possui acesso pelo rio Jequitinhonha. (a 30 km de Belmonte pelo rio).

A2:Excluindo casos excepcionais em A1 (N=241) Casos com alto valor: Faz. 101: Valorizada por estar em área de forte interesse turístico Faz. 183: Valorizada por estar em uma área de forte interesse turístico e ecológico (os proprietários pretendem construir um parque aquático). Faz. 181: Área de forte interesse turístico, comprada para construção de um hotel fazenda. Faz. 301: A proximidade com a estrada asfaltada ajuda a explicar a valorização desta propriedade. Faz. 278: Sem explicação aparente. Faz.185: Localizada em área de forte interesse turístico, onde os proprietários pretendem construir um hotel de nível internacional. Faz. 282: Sua Localização, as margens da rodovia que liga os municípios de Teixeira de Freitas e Medeiros Neto, e proximidade ao "aeroporto" de Teixeira, ajudam a explicar o seu valor, além do fato de ter sido comprada pela Aracruz celulose ( a compra de propriedades por está empresa inflacionou o mercado de imóveis rurais nesta região). Faz. 125: Esta propriedade além da sua proximidade com a BR101 possui uma boa estrutura de sede, chegou a ser avaliada pelo INCRA em R$2.308,87/ha Casos com distâncias elevadas: Faz. 289: Localizada próximo a sede do município de Jucuruçu, a cerca de 100km da BR101. Faz. 215: Propriedade não afetada pela Vassoura de bruxa, que ainda não chegou nesta região, as margens do rio Mucurí. Existia um projeto de construção de uma usina termoelétrica nesta região Faz. 203: Área comprada por uma industria de Celulose (Veracel) para plantação de eucaliptos. Localizada entre a Ba001 e a BR101.

Faz. 200: Área comprada por uma industria de Celulose (Veracel) para plantação de eucaliptos. Esta área também possui acesso pelo rio Jequitinhonha. (À 30 km de Belmonte via rio).

R$ 0.00

R$ 200.00

R$ 400.00

R$ 600.00

R$ 800.00

R$ 1,000.00

R$ 1,200.00

R$ 1,400.00

R$ 1,600.00

R$ 1,800.00

R$ 2,000.00

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Km

R$\

ha

Y<R$2000

165317256

234

279

280131 213

345173

270

184

134

202

220

178

206

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A3: Excluindo caso excepcionais em A1 e A2 (N=224) Casos com alto valor Faz.165: Sem explicação aparente. Faz. 317: Área comprada de uma grande fazenda vizinha, para unir à área principal. Faz. 256: Proximidade com a estrada asfaltada ajuda a explicar o seu valor. Faz. 234: Região tradicionalmente de pecuária, onde valoriza-se um pasto pronto e bem cuidado, como o desta

fazenda, o que pode explicar o valor do imóvel. Faz. 279: Localizada próxima à sede do municipio e a estrada asfaltada. Faz. 280: O valor pode estar relacionado à sua proximidade com a estrada asfaltada. Faz. 213: Região de pecuária, onde as terras são bem valorizadas. Faz. 131: Proxima a estrada asfaltada, o proprietário desta área é um conservacionista. Faz. 345: Sem explicação aparente. Faz. 173: Área próxima a estrada asfalto e à sede do município de Eunápolis. Casos com distâncias elevadas Faz. 270: Sem explicação aparente. Faz. 184 Apenas parte desta área é titulada Faz. 134: Localizada em área de interesse turístico, teve proposta de reforma agrária enviada para a secretaria

de agricultura com um valor de R$800,00/ha Faz. 202: Comprada por uma indústria de celulose. Faz. 220: Localizada a 12 km da sede do municipio de Piraí do Norte. Faz. 178: Localizada em região de pecuária. Faz. 206: Comprada por uma indústria de celulose.

R$ 0.00

R$ 200.00

R$ 400.00

R$ 600.00

R$ 800.00

R$ 1,000.00

R$ 1,200.00

R$ 1,400.00

R$ 1,600.00

0 5 10 15 20 25 30 35

km

R$

Y< R$1400

121

126

214236292

248

286 310

28

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APÊNDICE II - Instituições representadas no Workshop de análise participativa de cenários para a conservação (Salvador, junho de 2001). ONG's

Cepedes, Eunápolis, Bahia Gambá, Salvador, Bahia Sasop, Camamú, Bahia Flora Brasil, Porto Seguro, Bahia Terra Viva, Itamarajú, Bahia Papamel, Ipiaú, Bahia IDES, Ituberá, Bahia IPEMA, Vitória, ES WWF, Brasília, DF SPVS, Curitiba, PR Associação dos Engenheiros Florestais, Vitória, ES Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, São Paulo, SP Instituto Amigos da Reserva da Biosfera, São Paulo, SP Conservation Internacional, Belo Horizonte, MG

Organizações Internacionais

The World Bank, Washington, USA Conservation International, Washington, USA Universidade da California, Santa Barbara, USA The New York Botanical Garden, USA

Universidades

Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Estadual de Campinas Universidade Estadual de Santa Cruz Universidade Federal da Bahia Universidade Federal do Rio de Janeiro

Órgãos Governamentais Federais

Ministério do Meio Ambiente - Probio, Brasília,DF Ibama, Brasília, DF IBGE, Salvador, BA Ceplac, Ilhéus, BA

Órgãos Governamentais Municipais

Prefeitura Municipal de Ilhéus, Bahia Associação dos Municípios da Região Cacaueira, Bahia

Órgãos Governamentais Estaduais

Secretaria de Planejamento Ciência e Tecnologia, Bahia Secretaria da Fazenda, Bahia Secretaria de Meio Ambiente, Espírito Santo Centro de Recursos Ambientais, Bahia Diretoria de Desenvolvimento Floresta, Bahia Superintendência de Recursos Hídricos, Bahia Instituto Ambiental, Paraná

Empresas Privadas

BahiaSul Celulose S/A, Mucuri, Bahia Aracruz Celulose S/A, Aracruz, Espírito Santo Veracel Celulose S/A, Eunápolis, Bahia