MUSICA TRADICIONALMUSICA TRADICIONAL MADEIRENSE MADEIRENSE

Educação MusicalEducação Musical

Laura AntunesAluna nº 70

5º3

1. CANTIGAS TRADICIONAIS DA1. CANTIGAS TRADICIONAIS DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRAREGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

O arquipélago da Madeira não é terra muito fértil em espécimes musicais.

Existem, no entanto, três tipos de cantigas que, de uma forma ou de outra, deram origem às outras, que são conhecidas por fundamentais e se intitulam de charamba, mourisca e bailinho das camacheiras.

As cantigas que se dizem por madeirenses não foram criadas pelos nossos antepassados, mas adaptadas das vindas de outras paragens, o que se compreende facilmente, visto a nossa ilha ter sido colonizada por outros povos.

O CharambaÉ uma das poucas e raras cantigas do folclore

da Madeira e Porto Santo, sendo considerada a mais importante. Segundo dizem os entendidos, parece ser de origem árabe. Esta cantiga, contrariamente ao baile das camacheiras e à mourisca, é só cantada, e nunca, e em caso, algum dançada. Dizem ser de origem mais recente do que a mourisca.

A MouriscaAntigamente, só conhecida como dança, tem

vindo a sofrer modificações ao ponto de, actualmente, também ser cantada, e é muito do agrado público em geral.

O seu andamento é binário, com divisão ternária, nomeadamente o compasso seis por oito e, afirma-se, tal e qual como o charamba, ter sido importada aquando do 2º tempo do donatário do Funchal, que trouxe grande número de prisioneiros das praças de África.

Existe quem atribua a sua origem ao vira minhoto, o que não é de todo difícil desfezadosr, visto a Madeira ter sido colonizada por povos vindos dessas paragens.

Esta dança de mouros era, então, conhecida em algumas zonas da Madeira por baile dos vilões. Na era actual, caiu no desuso tal denominação.

Em algumas zonas (principalmente S. Martinho e Fajã da Ovelha), era também conhecida por Alla Moda.

Bailinho das Camacheiras

É uma das cantigas fundamentais madeirenses e da qual derivam muitas outras, de entre as quais se salienta o nosso muito querido despique, tanto do agrado dos madeirenses residentes como dos emigrados, bem como de todos os que vão tendo o contacto com esta cantiga tradicional.

Esta cantiga, principalmente no seu derivado despique, é comum às ilhas da Madeira e Porto Santo, sendo a mais cantada e divulgada em festas e arraiais da nossa Região Autónoma.

Em virtude da sua semelhança com alguns ritmos continentais, supomos ser o bailinho de origem algarvia, trazido nos tempos da colonização pelos povos que daquela região vieram arrotear as fertilíssimas terras da Madeira. É uma das melodias mais usadas para bailar, pela sua regularidade rítmica.

Cantiga da EiraEsta cantiga, derivada da mourisca, era cantada

outrora aquando da faina da debulha do trigo nas eiras, sendo uma cantiga muito lenta, quase sonolenta, face à função para que era utilizada.

Cantiga da CeifaMelodia de cariz muito semelhante à anterior,

tem origem no charamba e noutros tempos era cantada pela ocasião da apanha (ceifa) das cearas, como o seu nome assim o faz indicar.

Outras cantigasExistem outras cantigas características, que são

cantadas com frequência na R. A. M, tais como: os jogos de roda; as cantigas do Espírito Santo; as religiosas; as dos reis e as cantigas de embalar.

2. INSTRUMENTOS 2. INSTRUMENTOS TRADICIONAIS DATRADICIONAIS DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRAREGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

Todos os Povos possuem os seus próprios instrumentos, que diferem de cultura para cultura. Os de origem erudita são o resultado da evolução de variantes populares.

Na Ilha da Madeira, subsistem sempre as trovas, bem características, cantadas pelo Povo com acompanhamento da viola de arame, do rajão, do braguinha, da rabeca, da harmónica, de pandeiros, pandeiretas, bombo, outros instrumentos de percussão e mais recentemente do acordeão.

2.1. Instrumentos de cordas

Machete (Braguinha)A Braguinha ou Machete é um instrumento

muito utilizado na ilha da Madeira. É uma pequena viola, com quatro cordas de tripa. Este instrumento é usado pelos camponeses para acompanhar a voz e a dança.

O Machete é um pequeno cordofone de mão, de caixa em forma de oito, usado em Portugal pelo menos desde o século XVIII e pertencente à família das violas de mão.

As ilhas do Havaí têm um instrumento similar ao Machete chamado ukulele, também com quatro cordas e um formato semelhante ao do cavaquinho, que se julga ser uma alteração do cavaquinho, trazido por emigrantes portugueses em1879.

Viola de ArameDepois do Machete é provavelmente a Viola de

arame com as suas 9 cordas, o instrumento mais usado para acompanhar as canções e as danças populares na Ilha da Madeira.

De qualquer modo a Viola madeirense denominada de arame, em virtude do seu encordoamento ser em maioria feito de fios de latão ou aço, faz uso de uma afinação muito diferente dos restantes instrumentos.

Se compararmos a afinação e a disposição das cordas da Viola de arame com as do Machete, verificamos que os dois instrumentos são afinados sobre o acorde de sol M.

Rajão Deixámos paro o fim o Rajão, com as suas 5 cordas que parece uma viola pequenina. Para todos os efeitos é como os anteriores um cordofone de mão de caixa em forma de oito, com 5 cordas simples; as suas dimensões encontram-se entre o Machete e a Viola de arame e pertence, como estes, à grande família das violas de mão.

O instrumento é sobretudo acompanhador do canto e da dança, desconhecendo-se o seu uso em estilho ponteado.Provavelmente o actual Rajão é uma forma

popularizada na Ilha da Madeira da "viola requinta" usada, pelo menos, desde os finais do século XVI.

2.2. Instrumentos de Percussão

Estes instrumentos são de grande utilidade na música folclórica e tradicional/popular da Região Autónoma da Madeira sendo que, no entanto, nenhum deles poderá ser considerado de origem madeirense havendo, no entanto, algumas adaptações dos originais vindos de outras paragens.

Diz-se que rara é a romaria ou folguedo onde não estejam presentes alguns destes instrumentos.

Este tipo de instrumento tem utilização em festas profanas ou religiosas, servindo de acompanhamento aos cordofones atrás descritos.

Os FerrinhosConstituído por um varão cilíndrico de aço

dobrado em triângulo, com as quinas quebradas e uma abertura num dos vértices de modo a que o som seja mais vibrato quando tocado. Segurado por um cordel, preso a um dos vértices e percutido com uma vareta de metal, propaga um som agudo. A sua introdução neste tipo de grupos dá-se a partir do século XVIII.

É muito usado pelo povo e grupos folclóricos e de música tradicional/popular, sendo quase sempre

tocado do princípio ao fim na parte instrumental das nossas cantigas. Os grupos de música tradicional, que se vêm formando desde 1980 a esta parte, utilizam-nos só em determinadas partes das cantigas, vendo-se que os elementos tocadores destes instrumentos têm uma percepção musical mais apurada.

Pandeiros e PandeiretasOs pandeiros diferenciam-se das pandeiretas

por serem de tamanho maior, apesar de na sua forma de tocar não haver grandes diferenças. Noutros tempos, dizia-se ser instrumento usado, maioritariamente, pelas pessoas do sexo feminino mas, com o andar dos tempos, essa característica

foi-se perdendo e, actualmente, é tocado por novos, velhos, homens ou mulheres.

O BrinquinhoÉ um instrumento de percussão muito vulgar e

popular na Região Autónoma da Madeira e um dos mais queridos, senão o mais querido do povo e dos turistas que nos visitam.

Este conjunto de sete bonecos de pano tem, no seu interior, na maior parte dos casos, serradura e são revestidos com trajes típicos do nosso arquipélago, portadores de castanholas, situadas vulgarmente nas costas dos bonecos, dispostos em roda de dois arcos circulares, construídos em arame grosso. Toda esta engrenagem assenta numa cana vieira, possuindo na parte inferior um cabo em madeira (onde o tocador pega, normalmente, com a mão direita), preso a uma verga de arame centralizado no interior da mesma que, por sua vez, é ligado aos arcos circulares, acima descritos, ficando a mão esquerda fixa na cana que suporta todo o este esquema.

Toca-se num movimento de acima e abaixo, de modo a ser possível percutir as castanholas.

Reco reco ou raspadeira

O reco-reco ou raspadeira é também um dos instrumentos de percussão mais utilizados nos grupos de música tradicional, sendo que os de folclore só o utilizam raramente.

Este instrumento é constituído por duas canas-vieira, uma maior e mais grossa, que pode oscilar entre os 50 e 70 cm de comprimento e onde são abertos uns rasgos, e outra mais fina e pequena, que serve para arrastar ou friccionar sobre os rasgos existentes na mais grossa, dando-lhe o ritmo adequado da cantiga a interpretar.

BIBLIOGRAFIA

Http://www.attambur.comHttp://www.jose-lucio.comHttp://pt.wikipedia.org/wiki

http://www.encontrosdaeira.com/