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INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA HOSPITALAR Bianca Callegari*, Vanessa Schiavon** Ana Paula Pacheco Moraes Maturana*** RESUMO O diagnóstico da insuficiência renal crônica representa várias alterações na vida do paciente e de sua família. O tratamento da doença implica em uma rotina monótona e invasiva, capaz de gerar alterações físicas e psicológicas. O objetivo deste trabalho se pauta em conhecer as principais contribuições do psicólogo junto aos pacientes em tratamento. Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico; para tanto, procedeu-se a uma busca em periódicos indexados em bancos de teses e dissertações, bem como em Bibliotecas Virtuais em Psicologia e Saúde (BVS-psi). Os resultados permitiram uma reflexão sobre o impacto da doença/tratamento. Constatou-se que o psicólogo em conjunto com a equipe multidisciplinar e o apoio familiar e social são bases para o fortalecimento e reestruturação do paciente. Palavras-chave: Psicologia Hospitalar. Insuficiência Renal Crônica. Hemodiálise. ABSTRACT The diagnosis of chronic renal failure represents several changes in the life of the patient and his family. Treatment of the disease involves a monotonous and invasive routine capable of generating physical and psychological changes. The objective of this study is to meet the main contributions of the psychologist with patients in treatment. It is a survey of bibliographical character; for that, we proceeded to a search of journals indexed in databases of theses and dissertations, as well as Virtual Libraries in Psychology and Health (VHL-psi). The results allowed a reflection on the impact of disease / treatment. It was found that the psychologist in conjunction with the multidisciplinary team and family and social support are bases for strengthening and restructuring of the patient. Keywords: Health Psychology. Chronic Renal Failure. Hemodialysis. * Psicóloga. Faculdades Integradas de Jaú. ** Psicóloga. Faculdades Integradas de Jaú. *** Psicóloga, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem UNESP, Doutoranda em Educação Especial, UFSCAR. Docente do Curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Jaú.

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA HOSPITALAR · 1 INTRODUÇÃO A história da psicologia hospitalar no Brasil tem seu início na década de 50. Segundo Almeida

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INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA HOSPITALAR

Bianca Callegari*, Vanessa Schiavon**

Ana Paula Pacheco Moraes Maturana***

RESUMO

O diagnóstico da insuficiência renal crônica representa várias alterações na vida dopaciente e de sua família. O tratamento da doença implica em uma rotina monótonae invasiva, capaz de gerar alterações físicas e psicológicas. O objetivo destetrabalho se pauta em conhecer as principais contribuições do psicólogo junto aospacientes em tratamento. Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico; paratanto, procedeu-se a uma busca em periódicos indexados em bancos de teses edissertações, bem como em Bibliotecas Virtuais em Psicologia e Saúde (BVS-psi).Os resultados permitiram uma reflexão sobre o impacto da doença/tratamento.Constatou-se que o psicólogo em conjunto com a equipe multidisciplinar e o apoiofamiliar e social são bases para o fortalecimento e reestruturação do paciente.

Palavras-chave: Psicologia Hospitalar. Insuficiência Renal Crônica. Hemodiálise.

ABSTRACT

The diagnosis of chronic renal failure represents several changes in the life of thepatient and his family. Treatment of the disease involves a monotonous and invasiveroutine capable of generating physical and psychological changes. The objective ofthis study is to meet the main contributions of the psychologist with patients intreatment. It is a survey of bibliographical character; for that, we proceeded to asearch of journals indexed in databases of theses and dissertations, as well asVirtual Libraries in Psychology and Health (VHL-psi). The results allowed a reflectionon the impact of disease / treatment. It was found that the psychologist in conjunctionwith the multidisciplinary team and family and social support are bases forstrengthening and restructuring of the patient.

Keywords: Health Psychology. Chronic Renal Failure. Hemodialysis.

* Psicóloga. Faculdades Integradas de Jaú.

** Psicóloga. Faculdades Integradas de Jaú.

*** Psicóloga, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem UNESP, Doutoranda em

Educação Especial, UFSCAR. Docente do Curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Jaú.

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1 INTRODUÇÃO

A história da psicologia hospitalar no Brasil tem seu início na década de 50.

Segundo Almeida (2007), Mathilde Neder foi uma das grandes pioneiras que

exerceu e expandiu a profissão. Desse modo, a psicologia foi se constituindo uma

área reconhecida não somente como saber, mas como prática e meio de produção

científica.

No caminho de sua estruturação, a psicologia hospitalar ganhou forças e

passou a ser aceita e divulgada, garantindo um novo modelo de atuação aos

profissionais. Ao longo dos anos, tornou-se nítida a evolução que essa área obteve,

ganhando espaços nos cursos de graduação, em eventos, publicações e

consequentemente, fazendo com que ocorressem mudanças na postura médica

diante do paciente e sua patologia, reconhecendo os aspectos emocionais do

mesmo e constituindo desse modo, a humanização dentro dos hospitais.

Toda enfermidade remete a alguma alteração na vida do paciente. Em

especial, o diagnóstico de uma doença crônica representa várias alterações tanto na

vida do paciente quanto de sua família, como mudanças de rotinas, costumes e

alterações físicas e psicológicas (CAIUBY; KARAM, 2010). A insuficiência renal

crônica, por ser uma patologia com altos índices de morbidade e mortalidade, tem se

tornado um problema de saúde pública que merece atenção.

A insuficiência renal crônica pode ser compreendida por uma lesão nos rins e

uma consequente perda progressiva e irreversível da atividade desses órgãos.

Dependendo do grau da evolução, os rins podem não mais conseguir manter a

homeostase do organismo, acarretando sérios prejuízos à saúde do indivíduo

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2014b).

Essa patologia não possui uma cura total, porém, é possível ser tratada

através de alguns recursos, sendo eles: o tratamento conservador, a diálise

peritoneal, a hemodiálise ou transplante renal, que podem, em maior ou menor

escala garantir uma qualidade de vida satisfatória ao indivíduo. Tais tratamentos são

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essenciais para a melhora e manutenção da saúde do paciente, porém podem ser

bastante dolorosos, monótonos e incisivos.

De acordo com Nakao (2014) em sua dissertação, os procedimentos dialíticos

são capazes de interferir significativamente na rotina dos pacientes, pois oferecem

sérias restrições que englobam tanto prejuízos à alimentação e ao consumo de

líquidos, quanto importantes alterações psicossociais e emocionais. As causas se

originam, por vezes, das várias perdas sofridas pelo paciente, como a perda da

saúde, de identidade, das condições de trabalho, de autodomínio, ou mesmo pelo

medo do desconhecido. Ainda, devido às grandes dificuldades enfrentadas, o

paciente pode desenvolver dependência familiar, alterando também sua autonomia e

própria autoimagem. Outras complicações psiquiátricas podem surgir durante o

período de tratamento, como reações com sintomas de depressão e ansiedade,

além de distorções da imagem e integridade corporal, de importância dentro da

sociedade, atrasos no desenvolvimento (no caso de crianças), disfunções sexuais, e

síndromes psico-orgânicas.

O tratamento geralmente é caracterizado como um processo bastante

invasivo, tanto para o paciente quanto para sua família. Em sua dissertação, Simone

(2011), defende que o paciente renal crônico luta para entender e aceitar sua

doença, procurando compreender a origem e seu tratamento. Diante desses

motivos, a tendência da Psicologia e das ciências da saúde é compreender as

limitações do tratamento e olhar para o paciente dentro de uma perspectiva que

integre as esferas biológica, psicológica e social, como uma forma de minimizar o

sofrimento do processo saúde-doença.

O psicólogo que atua no hospital trabalha com o paciente que a todo instante

procura resgatar sua essência, e muitas vezes, busca justificativas para seu estado

de saúde. Em sua pesquisa sobre a atuação do psicólogo junto ao paciente renal

crônico, Farias (2012), afirma que cabe ao profissional, portanto, buscar entender o

que está envolvido na queixa do paciente com uma visão ampla do caso, auxiliando

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o paciente no enfrentamento desse processo, bem como oferecendo suporte à

família e à equipe de saúde.

Em geral, as doenças crônicas são responsáveis por forte influência sobre o

desenvolvimento e as reações do paciente, da família e de seus grupos sociais.

Estratégias de enfrentamento dessas doenças possuem um papel importante de

equilíbrio entre o processo sujeito-saúde-doença. Estudos apontam que as práticas

de enfrentamento mais comuns entre os pacientes hospitalizados estão relacionadas

ao suporte social, a família, as práticas religiosas/pensamentos fantasiosos, a

autonomia, aos recursos culturais e materiais, valores, crenças e habilidades sociais

de cada indivíduo (BERTOLIN, 2007; FARIA; SEIDL, 2005; MADEIRO et al., 2010;

NUNES et al., 2013; RAVAGNANI; DOMINGOS; MIYAZAKI, 2007; SCHWARTZ et

al., 2009; ZIMMERMANN; CARVALHO; MARI, 2004). Desse modo, a intervenção do

psicólogo poderá estar pautada a esses recursos, reforçando de maneira positiva o

modo de encarar o tratamento e as dificuldades encontradas no decorrer do

processo.

Em resumo, a atuação do psicólogo hospitalar não se pauta somente em

bases teóricas, ela acontece em seu cotidiano com o contato com cada paciente, a

cada visita e intervenção feita. Ainda há muito a se fazer pelo avanço do psicólogo

nessa área de atuação, porém, é nítido o benefício que sua atuação oferece aos

pacientes e aos envolvidos no tratamento.

2 A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO BRASIL

Durante muitos anos, quando a psicologia ainda não havia se constituído

como uma ciência e profissão, a atenção dirigida aos pacientes hospitalizados era

de cunho religioso, praticada por freiras que auxiliavam os profissionais da saúde

dentro dos hospitais e sempre estavam dispostas a escutar as angústias e tristezas

dos enfermos como uma forma de apoio e conforto (BARROS; SILVA, 2006).

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A história e o reconhecimento da psicologia hospitalar começam a ser

desenhados em 1818, no Hospital McLean em Massachussets. Profissionais com

objetivos em comum, incluindo psicólogos, formaram a primeira equipe

multidisciplinar e, neste mesmo local, foi fundado em 1904, um laboratório de

psicologia que teve como intuito desenvolver pesquisas sobre a nova área que

estava surgindo (BRUSCATO, 2004).

No Brasil, o psicólogo junto à psiquiatria teve seu início quando os primeiros

serviços de Higiene Mental foram consolidados na década de 30. Juntos, tinham

como meta novas propostas e alternativas de internação psiquiátrica, firmando

assim, seu trabalho dentro das instituições de saúde (ALMEIDA, 2007). De acordo

com Lhullier (2003), a partir dessa época, há uma maior preocupação em integrar os

saberes médicos e psicológicos. Nesse momento, a psicologia ganha forma e passa

a ser considerada uma área do saber independente da medicina, entretanto,

apontada como mais eficaz quando vinculada a esta última.

Na década de 50, Mathilde Neder, pioneira na área hospitalar, desenvolveu

seu trabalho na Clínica Ortopédica e Traumatológica da Universidade de São Paulo

(USP), com a função de preparar pacientes que seriam submetidos a cirurgias de

coluna, bem como acompanhá-los em suas recuperações. Esse foi um dos primeiros

relatos sobre a inserção do psicólogo dentro do âmbito da saúde (ALMEIDA, 2007).

Cabe ressaltar que o marco do início da atuação em psicologia hospitalar

ocorreu antes mesmo da regulamentação da profissão do psicólogo no Brasil. Silva

(2006), explica que até então os profissionais que atuavam com práticas

psicológicas eram graduados em outras áreas das ciências humanas, podendo

complementar sua formação com aprimoramentos em Psicologia, como cursos de

especialização ou estágios.

Também considerada pioneira da área hospitalar, Bellkis W. R. Lamosa

registrou outro marco na história da psicologia a partir da implantação do Serviço de

Psicologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da USP (SILVA, 2006). Com essa inovação, Lamosa inseriu na graduação

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em psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo o curso de Atuação

do Psicólogo em Hospitais. Esse foi o primeiro curso de psicologia hospitalar no país

oferecido em uma graduação (ANGERAMI-CAMON, 2009).

Logo após a expansão e reconhecimento da necessidade do psicólogo dentro

do contexto hospitalar, vários profissionais da área começaram a desenvolver e

implantar trabalhos nas instituições de saúde, comprovando a relevância do

exercício da profissão (ANGERAMI-CAMON, 2009).

Ao longo dos anos, é nítida a evolução que a psicologia hospitalar obteve.

Ganhou espaços em eventos e publicações e fez com que ocorressem mudanças na

postura médica diante do paciente e sua patologia, reconhecendo os aspectos

emocionais do mesmo e contribuindo para a humanização dentro dos hospitais.

Com sua notoriedade, ocorreu o surgimento cada vez maior na graduação de cursos

que abordassem a realidade hospitalar, possibilitando aos futuros psicólogos o

conhecimento de mais uma área de importante atuação.

Através do exercício desenvolvido, o próprio psicólogo nota o quão valioso é

seu trabalho e especialmente sua palavra, pois é através dela que pode ocorrer o

alívio de um longo sofrimento, o ressurgimento da esperança e principalmente o

auxílio para a cura. Conforme aponta Angerami-Camon (2009, p. 138): “[...] A

psicologia hospitalar transforma tanto a realidade institucional como a realidade

interior do próprio psicólogo”. Ainda existem muitas batalhas pela frente e muito

trabalho a ser feito, explorado e divulgado. Entretanto, não se pode deixar de

comemorar o surgimento, reconhecimento e expansão da área, fruto das habilidades

e do comprometimento que os profissionais têm apresentado com o belo exercício

da psicologia.

3 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO HOSPITALAR

O trabalho do psicólogo dentro do ambiente hospitalar ainda é algo recente.

Sua inserção teve como meta integrar a equipe de saúde, juntamente com os

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demais profissionais atuantes nesse contexto, para suprir a necessidade de tornar

esse ambiente mais humanizado. Desse modo, o paciente começaria a ser visto não

somente como um corpo enfermo, mas como um ser visto em sua totalidade, dotado

de sentimentos e fragilidades (GARCIA, 2004).

Conforme Campos (1995) ressalta, em sua atuação, o profissional de

psicologia deve proporcionar ao paciente, no momento de sua permanência no

hospital, o alívio de seu sofrimento, deixando o mesmo falar sobre si, a doença, a

família, seus medos e angústias, enfim, prestar assistência, apoio e suporte para

que ocorra a minimização do sofrimento e a clarificação de seus sentimentos. Essa

escuta poderá acontecer tanto individualmente com o paciente, quanto em grupo.

A humanização no atendimento realizado pelo psicólogo tem o intuito de

auxiliar os pacientes e familiares, através de um processo de escuta e acolhimento.

Como exemplo dessa prática, pode ser citada a importância de chamar as pessoas

e principalmente o paciente pelo seu nome, fornecer informações adequadas, evitar

visitas ao leito que lesem a privacidade dos pacientes; dentre outras (ANGERAMI-

CAMON, 2009).

Na situação de hospitalização, é imprescindível que os atendimentos feitos

pelo psicólogo sejam realizados com dedicação e como se fossem únicos, não

esperando uma nova oportunidade de conversa com o paciente, pois poderá ocorrer

a alta. Além disso, o trabalho deverá ser focal.

Por se trabalhar com questões delicadas sobre a vida, é comum que a

palavra “morte” esteja presente em várias situações no ambiente hospitalar. É difícil

falar sobre esse acontecimento, como explica Campos (1995, p. 64-65), “[...] a morte

é temida e vista como um tabu, como algo que nem se deve comentar [...]”. Frente a

esse assunto, o psicólogo muitas vezes é chamado para explicar e expor a situação

da doença ao paciente e seus familiares e em algumas delas, é necessário falar

sobre a morte, não ocultando essa possibilidade.

De acordo com as demandas, o papel assumido pelo psicólogo no contexto

hospitalar é ativo e real, e não apenas interpretativo. Seu exercício acontece em

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nível de comunicação, sendo de grande importância a troca de conhecimentos,

experiências e aprendizados com toda a equipe, para que o profissional esteja mais

bem preparado para compreender os fenômenos decorrentes de todo processo que

o paciente enfrenta (CANTARELLI, 2009).

Atualmente, ainda é vista a relutância em aceitar o psicólogo dentro dos

hospitais, até mesmo por questões financeiras, porém é inaceitável negar a

contribuição e o alívio que o mesmo traz aos pacientes quando sua atuação tem

como foco a minimização do sofrimento provocado pela hospitalização (ANGERAMI-

CAMON, 2009).

As doenças crônicas originam um estado patológico no indivíduo que pode

ser caracterizado por apresentar incapacidade residual, alterações patológicas

incuráveis, períodos longos de reabilitação e cuidados extremos no decorrer da vida

(SANTOS; SEBASTIANI, 1996). Dessa forma, o indivíduo que recebe a notícia de

ser portador de Insuficiência Renal Crônica passa muitas vezes a apresentar seus

recursos emocionais de forma alterada, pois o diagnóstico da doença não apresenta

uma perspectiva de cura para esses casos (CESARINO; CASAGRANDE, 1998).

Para tanto, o acompanhamento psicológico é essencial para o paciente, sua família

e todos os envolvidos na hospitalização e no processo saúde-doença.

4 A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA E SEUS EFEITOS

O sistema urinário é composto por um conjunto de órgãos responsáveis pela

regulação de líquidos e sais minerais dentro do corpo. Em especial, este sistema é

capaz de produzir, armazenar e eliminar a urina.

O organismo humano com funcionamento normal possui dois rins situados no

espaço retroperitoneal, ou seja, na parede posterior do abdômen, e em ambos os

lados da coluna vertebral. Cada rim de uma pessoa adulta pesa em média cerca de

150 a 160 gramas, tem o tamanho aproximado de uma mão fechada e possui a

forma de um feijão (GUYTON; HALL, 2006; RIELLA, 1980).

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Os rins, por se tratarem de órgãos vitais, possuem importantes funções dentro

do organismo. Essencialmente, estes órgãos são responsáveis por quatro funções

básicas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2014a):

(1) eliminação de toxinas do sangue por um sistema de filtração,

(2) regulação da formação do sangue e da produção dos glóbulos vermelhos,

(3) regulação da pressão sanguínea,

(4) controle do equilíbrio químico e de líquidos do corpo.

O rim é o órgão responsável pela filtração do sangue transportado através

das artérias renais. Após circular pelos rins e ser filtrado, o sangue retorna à veia

cava abdominal através das veias renais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

NEFROLOGIA, 2014a). Ainda sobre a estrutura, os rins são formados por milhares

de unidades funcionais microscópicas chamadas de néfrons, cerca de um milhão por

rim, podendo ser definido como a unidade estrutural e funcional do rim, pois ele é

responsável pela formação da urina.

Com o surgimento de lesões, doenças ou mesmo o envelhecimento, o rim

pode perder grande parte de néfrons e comprometer, assim, o funcionamento do

órgão. É nesse momento que começam a surgir as doenças renais que podem

variar desde lesões leves até a insuficiência renal aguda e crônica, momento em que

grande parte do rim já está comprometido. Quando os rins atingem o estágio da

insuficiência renal crônica, passa a ser necessária a adesão de tratamentos que

ajudem os rins a cumprir suas funções (GUYTON; HALL, 2006).

A insuficiência renal crônica se origina basicamente por uma incapacidade em

manter a homeostase interna devido a perda de um grande número de néfrons

funcionais. Diversas são as patologias que acometem as funções do rim, sendo que

algumas comprometem a função renal rapidamente e outras o fazem de maneira

mais lenta, porém, ambas agem de forma progressiva e irreversível (RIELLA, 1980).

Por possuir a característica de ser lenta e progressiva, a insuficiência renal

crônica, por muitas vezes, mantém o paciente assintomático até que estes tenham

perdido cerca de 50% de suas funções renais. Quando o rim se torna mais

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debilitado, ou seja, possui menos de 10% da sua função normal, faz-se necessária a

intervenção de outros métodos de tratamento, como o processo de diálise ou o

transplante renal (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2014b).

De acordo com o Censo de Diálise de 2013 da Sociedade Brasileira de

Nefrologia (2014d), estima-se que no Brasil cerca de 100.397 pacientes encontram-

se em tratamento dialítico por ano e devido ao elevado índice de morbidade e

mortalidade, a doença renal vem sendo considerada um problema de saúde pública.

5 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As doenças crônicas são responsáveis por forte influência sobre o

desenvolvimento e as reações do paciente, da família e de seus grupos sociais.

Estratégias de enfrentamento dessas doenças têm papel de equilíbrio entre o

processo sujeito-saúde-doença (RAVAGNANI; DOMINGOS; MIYAZAKI, 2007).

De acordo com Abrunheiro (2005), o suporte social tem sido o aspecto mais

destacado ao se falar de meios de enfrentamento em conceitos relacionados à

Psicologia da Saúde. Isso porque tal domínio é capaz de diminuir situações de

estresse e até inibir o desenvolvimento de outras doenças, além de proporcionar

resultados positivos para a recuperação do paciente.

As atenções voltadas à terapêutica e à qualidade de vida dos pacientes renais

crônicos são recentes e originam-se da constatação de que recuperações mais

rápidas e efetivas são resultados de um bem estar físico e mental, lazer, autonomia,

preservação de esperança e senso de utilidade dos pacientes (MARTINS;

CESARINO, 2005).

Moraes (2012), em sua dissertação de mestrado, destaca a importância dos

autores Lazarus e Folkman a respeito do tema “estratégias de enfrentamento”

(coping). Segundo a autora, a partir da intenção de medir o coping e criar uma

medida padrão para uso em pesquisas, Lazarus e Folkman criaram o “Ways of

Coping Checklist”, um instrumento favorável ao trabalho de pesquisadores da área e

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que oferece vantagens por alguns motivos, tais como: é capaz de aferir o coping em

uma situação específica; pode ser utilizado tanto para análise intra-individual quanto

para análise de comparação; é considerado de fácil aplicação pelos autores.

Lazarus e Folkman, 1984 (apud Moraes, 2012) definem o coping como uma forma

individual pela qual são representadas as diferentes reações das pessoas frente ao

stress, sendo estas determinadas por questões pessoais, situacionais e pelos

recursos disponíveis.

O conceito de se buscar um ajustamento psicológico frente a situações

adversas remete à teoria de Viktor Frankl, a logoterapia, que propõe a busca de

sentido na vida, também conhecida como “terapia do sentido”. Tal denominação é

dada a partir da concepção de que a motivação primária do ser humano é a busca

pelo sentido da vida (FRANKL, 1985). Nessa perspectiva, o autor aponta que

encontrar sentido em meio a momentos de dor e sofrimento é de extrema

importância, pois permite superar a adversidade da melhor forma possível, bem

como dar-lhe valor e ressignificação. Tais experiências têm caráter positivo a partir

do momento que permite que a pessoa cresça em sua dimensão mais profunda: dar

sentido à sua dor.

Diante de uma doença crônica, é possível que se encontre sentido inclusive

na morte. A irreversibilidade da morte faz com que o homem oriente-se para

aproveitar oportunidades, satisfazer desejos e aproveitar seu tempo de vida,

garantindo uma melhora em seu bem-estar e na satisfação de dever cumprido

(MOREIRA; HOLANDA, 2010).

A doença crônica influencia a pessoa a refletir sobre a própria existência e, de

certo modo, questionar suas crenças e religiosidades (SCHWARTZ et al., 2009). De

acordo com Kübler-Ross (2011), é comum que frente a perdas significativas

apareçam estágios de negação, raiva, barganha, aceitação e esperança, como

busca por justificativas para a situação e como forma de tentar compreendê-la.

O suporte social, a família, a fé/espiritualidade, autonomia, aceitação, entre

outros, constituem o grande campo de estratégias de enfrentamento utilizadas por

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pacientes hospitalizados para amenizar o sofrimento da doença. Entretanto, maiores

estratégias por parte das equipes de saúde devem ser utilizadas para detectar essas

demandas e utilizá-las em possíveis intervenções, garantindo a promoção de um

atendimento integral. A participação do psicólogo nesse contexto é de fundamental

importância, pois considera um olhar humanizado ao paciente, ao seu sofrimento e

sua subjetividade. Como Resende et. al. (2007, p.93) pontuam: “O atendimento

psicológico auxilia a quebrar tabus e preconceitos, além de incentivar as pessoas a

desenvolverem suas capacidades, levando-as a verem a doença sob outros

ângulos”.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram realizadas pesquisas de artigos online sobre o tema em periódicos

indexados nas bases da Biblioteca Virtual em Psicologia e Saúde (BVS-psi) e do

Scientific Electronic Library Online (SciELO) com os descritores "insuficiência renal

crônica", "psicologia hospitalar", "hemodiálise". Inicialmente não foram encontrados

artigos para a pesquisa.

Para tanto, recorreu-se a buscas no banco de teses da CAPES a partir dos

descritores “psicologia hospitalar” e “doença renal crônica”, onde foram encontrados

282 registros sobre o assunto. A partir de uma busca avançada nos programas de

psicologia, foram encontradas cinco dissertações, um artigo e uma tese sobre o

assunto.

Dos resultados encontrados, foram escolhidas cinco dissertações e um artigo

para a discussão deste trabalho. Os critérios para a seleção foram: o tema

abordado, o ano de publicação (2004-2014), e a atuação e contribuição do psicólogo

junto ao paciente renal.

De acordo com os autores pesquisados, as conclusões sobre seus escritos

em relação ao tema proposto foram: deve-se dar uma maior atenção ao

cuidador/família do paciente; trabalhar com intervenções psicoeducativas; criar

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grupos com famílias que auxiliem em um melhor apoio e enfrentamento de todo o

processo; esclarecer desmistificar os significados atribuídos pelo paciente à doença;

necessidade de maior produção científica referente ao assunto; trabalhar com a

questão do significado atribuído à morte e às perdas; importância da relação

médico-paciente; qualidade no tratamento atribuído ao paciente; perspectivas de

futuro do paciente; abordar questões referentes ao transplante caso seja um desejo

do paciente e o incentivo a adesão ao tratamento.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir este estudo, foi possível notar as implicações resultantes da

descoberta da Insuficiência Renal Crônica (IRC) na vida do paciente e de seus

familiares, e os principais impactos causados não somente em seu estado físico,

mas principalmente emocional.

Verificou-se que o papel do psicólogo se faz fundamental no contexto

hospitalar e em casos de doenças crônicas. O trabalho do profissional de psicologia

precisa ser diretivo e contínuo, oferecendo respaldo e apoio necessário desde a

descoberta da doença até os processos pós-cirúrgicos, como nos casos de

transplante. Do mesmo modo, a família necessita de cuidado e atenção dos

profissionais da saúde. O conjunto harmonioso entre paciente, família e equipe

multidisciplinar é a chave para a boa evolução do tratamento.

O cuidado com a saúde mental do paciente se faz primordial para que o bem-

estar e a qualidade de vida se instalem. Para tanto, a psicoterapia tem fundamental

importância, pois têm o intuito de auxiliar os pacientes estimulando-os em seus

potenciais, modificando a visão sobre a doença, bem como apresentando outros

pontos importantes de reflexão que merecem ser valorizados. A escuta e o

acolhimento são primordiais em qualquer momento do tratamento, e somam mais

pontos positivos a partir do momento que auxiliam os pacientes a ressignificar o

momento em que estão passando.

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Ao longo do trabalho, pôde-se constatar que a função desempenhada pelo

psicólogo é de suporte à pessoa e à família que, muitas vezes, pode não estar

aceitando a situação e buscando justificativas para a doença. Esse suporte coloca o

psicólogo como profissional capaz de ter a visão do paciente como um todo, um ser

biopsicossocial, e o auxilia com a clarificação de seus sentimentos. A necessidade

de um profissional da saúde que saiba como entender e compreender o sofrimento

do outro se torna indiscutível no âmbito hospitalar.

Ainda que o psicólogo enfrente algumas dificuldades em ser aceito nessa

área de atuação, muitas vezes pelo seu custo, é nítida a necessidade de seu

trabalho junto ao hospital. Para tanto, a capacitação se faz necessária para um bom

respaldo teórico e técnico do profissional. Ainda assim, a troca de experiências é

essencial, além da divulgação de materiais atualizados capazes de nortear os novos

profissionais e contribuir para que a atuação nessa área seja mais valorizada e

reconhecida.

REFERÊNCIAS

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