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Integração em Revista - nº 31

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Janeiro de 2015

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DestaqueDestaqueDestaque

Ir. Wanilda Melo Barbara, RCM

Educar mentes e corações

pelo mundo à luz do

Evangelho

No decorrer deste ano de 2014, foram inúmeros os aconteci-mentos que chegaram aos nossos ouvidos, tocaram a nossa mente e o nosso coração.

Podemos dizer que todos buscamos caminhos de esperança, de sonhos e de realizações que propiciem vida melhor para todos. Muitas vezes os caminhos são difíceis, árduos e nem

sempre bem sucedidos. Mas sabemos que o cristão não pode ser pessoa triste, sem esperança, desanimado, porque há motivos muitos superiores que o colocam acima de qualquer situação: a alegria de saber-se pessoa amada por Deus, destinada à plenitude da vida em Cristo Ressuscitado.

Vivemos cada dia do ano, à luz do mistério Redentor que se inicia com o Natal do Senhor, prossegue com sua vida de doação, de anúncio do Reino, sua entrega definitiva ao Pai por nosso amor e sua plenitude na Ressurreição e Ascenção junto do Pai, de onde nos acompanha e respeita nossos passos e caminhada.

Portanto, temos motivos de sobra para caminharmos na certeza de que nossa vida está direcionada para o futuro e este pode ser melhor, porque damos passos de crescimento pessoal e coletivo.

Mais um ano termina e outro desponta. Estamos a caminho do ano de 2015. Mais um ano que chega trazendo consigo novos planos, desejos e realizações. Entre os diversos acontecimentos que marcarão este novo perío-do, a Igreja Católica celebrará em 2015 o Ano dedicado à Vida Consagrada e o ano do Sínodo sobre a Família, temas que se relacionam com o dia a dia de nossa missão educativa Concepcionista espalhada por várias partes do mundo, com o compromisso de educar mentes e corações de crianças e adolescentes, à luz do Evangelho.

Nesta 31ª edição da “Integração em Revista”, você poderá conhecer um pouco do trabalho das obras Concepcionistas nos diversos lugares, a chegada da Congregação em mais um país: o Haiti, que ainda sofre a dor das cicatrizes deixadas pelo terremoto que assolou o país em 2010, e que até hoje vive em situação política, econômica e social precárias.

Também vai conhecer o trabalho feito pela ONG “Siempre Adelante”, que nasceu na Sede da Congregação, em Madri, para prestar assistência solidária, evangelizadora e de serviço às comunidades Concepcionistas que necessitam de ajuda. Neste ano de 2014 a ONG Siempre Adelante completou dez anos de existência.

Esta nova edição ainda traz novidades do que acontece no Brasil em rela-ção à inauguração de mais uma obra social Concepcionista: a Escola Santa Carmen Sallés, cujo objetivo é proporcionar às crianças carentes melhores condições de desenvolvimento integral.

A tecnologia está se inovando constantemente e cada vez mais está presente na vida das pessoas, onde quer que estejam. Por isso a Rede Con-cepcionista acaba de lançar um aplicativo que permite aos pais de alunos conferir o desempenho escolar dos seus filhos pelo smartphone. Nesta edição você vai conhecer mais a este respeito.

A revista também traz os projetos e artigos que expressam a preocupação dos educadores com uma educação preventiva e integradora.

Desejamos que todos possam aproveitar os conteúdos apresentados e pedimos que Santa Carmen Sallés continue guiando os passos de todos os que se unem a nós nesta missão, durante cada dia de 2015!

DestaqueDestaqueDestaqueEditorial

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SEDE PROVINCIAL Rua Humberto I, Nº 395 - Vila Mariana

Cep: 04018-031 – São Paulo – SPTel. (11) 5539-2577 – Fax (11) 5549 5743

E-mail: [email protected]

COLÉGIO MARIA IMACULADAAv. Bernardino De Campos , 79

Cep: 04004-050 - São Paulo - SPTel.: (11) 3283-2111

Site: www.colegiomariaimaculada.com.brE-mail: [email protected]

ESCOLA SANtA CARMEN SALLÉSRua Dr. Domingos Freire, nº 209

Cep: 02764-070 - Freguesia do Ó - São Paulo/SPTel.: (11) 5083-0941

RECANtO BEtÂNIARodovia José Simões Louro Jr. , 3284Cep: 06900-000 - Embu Guaçu - SP

Tel.: (011) 4661-1449E-mail: [email protected]

COLÉGIO MARIA IMACULADARua Francisco Gomes, 661

Cep:13730-320 - Mococa - SPTel.: (19) 3656-0107

Site: www.cmimococa.com.brE-mail: [email protected]

LAR MARIA IMACULADARua Prudente de Morais, Nº 533Cep: 13730-400 – Mococa – SP

Telefax: (19) 3656-0020Site: www.larmariaimaculada.com.br

E-mail: [email protected]

COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃORua Professor José Cândido, 238 - Centro

Cep: 37750-000 - Machado - MGTel.: ( 35) 3295 1168

E-mail: [email protected]

COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃORua Cristiano Stockler, Nº 271Cep: 37900-150 – Passos - MG

Tel.: (35) 3521-8777 – Fax: (35) 3521-6221Site: www.cicpassos.com.brE-mail: [email protected]

COLÉGIO REGINA PACISRua Daniel de Carvalho, 1424

Cep: 30441-152 - Belo Horizonte - MGTel.: (31) 3337-5945

Site: www.rpacisbh.com.brE-mail: [email protected]

CASA NOVICIADORua Herculano de Freitas, 1.566 - BarrocaCep: 30431-080 – Belo Horizonte - MG

Tel.: (31) 3332-3933 e 3332-9741E-mail: [email protected]

RESIDENCIAL SANtA CARMEN SALLÉS Rua Conselheiro Rodrigues Alves, Nº 419

Vila MarianaCep: 04014-011 – São Paulo - SP

Tel.: (11) 5083-0941

COLÉGIO MADRE CARMEN SALLÉSAv. L2 Norte, Quadra 604

Cep: 70830-154 - Brasília- DFTel.: (061) 3223-2863

Site: www.carmensalles.com.br

CRECHE MADRE CARMEN SALLÉSQR 431, Conj. 1 - Lotes 10, 11 e 15Cep: 72329-101 - Samambaia- DF

Tel.: (61) 3359-4901E-mail: [email protected]

COLÉGIO MARIA IMACULADAQI 05 - CH 72 - Lago Sul

Cep: 71600-790 – Brasília - DFTel.: (61) 3248-4768 – Fax: (61) 3248-6464

E-mail: [email protected]

OBRA SOCIAL MARIA IMACULADAQR 431, Conjunto 1, Lotes 12 e 13

Cep: 72329-101 – Samambaia - DFTel.: (61) 3359-4901

COLÉGIO MARIA IMACULADARua São Francisco Xavier, 935

Cep: 20550- 017 - Rio de Janeiro - RJTel.: (21) 2264-4998 - Fax: (21) 2569-4481

Site: www.cmirj.com.brE-mail: [email protected]

Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensinowww.concepcionistas.com.br

Nesta Edição

Conduzidos pela Coordenação da Pastoral, jovens do CMI de São Paulo realizam trabalhos voluntários periódicos e dão depoimentos sobre como essa experiência pode ajudar no processo formativo e também a dar maior valor à vida.

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Num país ainda devastado pelo terremoto ocorrido em 2010, chegam ao Haiti as Irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino para levar um

pouco da alegria e do Carisma Concepcionista, por meio da acolhida e educação evangelizadora.

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vOluntariadO nO prOcessO fOrmativO humanO

chegada das cOncepciOnistas aO haiti

escOla santa carmen sallés é inaugurada em sãO paulO

38As Irmãs Concepcionistas continuam a espalhar sementes de educação preventiva pelo Brasil e pelo resto do mundo. Em 2014, o CMI de São Paulo inaugurou mais uma obra social Concepcionista: a Escola Santa Carmen Sallés.

dez anOs da Ong “siempre adelante”

12 A história da fundação e do desenvolvimento da ONG que nasceu com o intuito de prestar assistência solidária, evangelizadora e de serviços

às comunidades Concepcionistas que necessitam de ajuda no cumprimento de sua missão.

cOncepciOnistas mObile

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Em 2015 tem novidade para os pais de alunos dos colégios Concepcionistas do Brasil: eles poderão acompanhar o desempenho escolar dos filhos pelo celular graças ao lançamento do aplicativo Concepcionistas Mobile. Entenda como ele funciona.

Aconteceu no CMI de Mococa a Feira do Livro 2014, onde os alunos apresentaram a seus familiares os trabalhos de leitura e escrita desenvolvidos por eles, incluindo recitação de poesias, danças e apresentações teatrais.

universO literáriO

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Ano XVI - Nº 31 - Jan 2015

Expediente

Uma publicação semestral das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino - Província do Brasil, feita com a colaboração de Pais, Educadores e Religiosas da RedeConcepcionista de Ensino

Diretora Responsável:Ir. Wanilda Melo Barbara([email protected])

Jornalista ResponsávelMariana da Cruz Mascarenhas([email protected])MTB 0070174SP

Produção Gráfica: Edenilson S. Coelho ([email protected])

Redação:Sede ProvincialRua Humberto I, nº 395 - Vila MarianaSão Paulo - SP - Cep: 04018-031

Impressão e acabamento: Referência Gráfica - São Paulo

Tiragem desta Edição: 6500 exemplares (Distribuição gratuita e dirigida)

integr çãoaem revista

No Portal Concepcionista você pode consultar e fazer download de todas as edições de Integração em Revista.

Basta acessarwww.concepcionistas.com.bre clicar em “Revista Integração”

online

ISSN 1981-8246

E-mail: [email protected] ou, se preferir v ia Correio: Rua Humberto I, nº 395 - Vila Mariana - Cep: 04018-031 - São Paulo - SPAos cuidados de Edenilson CoelhoConosco

Sua opinião é importante para nós! Envie seus comentários, críticas ou sugestões para:

Fale Obs.: Por motivo de espaço da publicação, as cartas enviadas podem ser resumidas a critério da redação da revista.

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cOncepciOnistas mObile

Profissionais da saúde foram ao CIC de Machado para esclarecer dúvidas dos alunos e orientá-los sobre os perigos trazidos pelos suplementos alimentares, esteroides, anabolizantes e doping.

Os perigOs dO cOrpO perfeitO a tOdO custO

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Uma reflexão sobre o perfil do Educador Concepcionista em sua missão de formar cidadãos conscientes por meio de princípios bíblicos e também sobre a importância de partilhar ideias e conhecimento com os colegas de trabalho.

educar é evangelizar

visita à estaçãO de tratamentO de água (eta)

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a verdadeira mudança que O planeta precisa

Quanto ouvimos falar do desejo de mudanças! Mas será que de fato fazemos a nossa parte para que as mudanças aconteçam? A verdadeira mudança passa pela consciência de que a outra pessoa tem direitos e deveres como eu.

pai, eu já pOssO cOmer sOzinhO

IFaz parte do processo de desenvolvimento da autonomia auxiliar a criança para que pouco a pouco vá aprendendo a alimentar-se. Veja o que o artigo apresenta sobre este tema tão importante.

58Em tempos de crise hídrica e da necessidade de não desperdiçar água, os alunos do Centro Educacional Recanto Betânia visitaram uma ETA, em Alto Cotia, e receberam orientações sobre como economizar água.

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Pelo Mundo

Num país que ainda carrega consigo as cicatrizes deixadas pelo terrível

terremoto que assolou a região em 2010, chegam as Irmãs Concepcionistas para espalhar sementes de amor e cumprir a missão deixada por Santa Carmen Sallés.

Localizada na América Cen-tral, com uma população de mais de 10 milhões de habitantes, numa exten-são territorial de 27.750 quilômetros quadrados,

a República do Haiti é uma antiga colônia francesa, fundada em 1804 pelos escravos, sendo a primeira república negra do mundo. O país pertence à região do Caribe, ocupan-do uma pequena porção ocidental da ilha Hispaniola, no arquipélago das Grandes Antilhas, que partilha com a República Dominicana. A maioria

Pelo Mundo

dos habitantes vive em áreas rurais (48,3%), e a cidade que possui maior concentração populacional é a capital, Porto Príncipe, 2.143.000 habitantes (censo de 2010).

Primeiro país a se tornar indepen-dente da América Latina e do Caribe, em 1804, o Haiti é o único país do mundo formado como resultado de uma bem-sucedida revolta de escra-vos. O país tem como línguas oficiais o francês e o crioulo haitiano. O cato-licismo romano é a religião professada pela maioria populacional (80%), embora ultimamente tenha havido

A Missão Concepcionista no Haiti

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Cont

inua

várias conversões ao protestantismo (16%). A padroeira do Haiti é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

O Haiti é o país economicamente mais pobre da América, com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente americano, se-gundo dados da ONU. Cerca de 60% da população haitiana é subnutrida e mais da metade está abaixo da linha de pobreza, vivendo com cerca de menos de 1,25 dólar ao dia. Outros dados preocupantes são o índice de analfabetismo (38%), a taxa de mortalidade infantil (62 para cada mil nascidos vivos) e a expectativa de vida que chega a ser de apenas 60 anos.

A economia do país é muito pouco desenvolvida, e no setor primário resi-de o principal responsável por trazer lucro à nação. Já a política do Haiti é marcada por uma série de governos ditatoriais e golpes de estado que acabam dificultando a entrada de investimentos estrangeiros. Tal situ-ação fez com que a ONU interviesse na política nacional, fazendo do Brasil um dos maiores responsáveis pela pacificação naquele país.

Para piorar a situação, no dia 12 de janeiro de 2010 o país sofreu um terremoto, de magnitude 7,0 na escala Richter, provocando o desaba-mento de diversos prédios, incluindo o palácio presidencial na capital Porto Príncipe.

De acordo com o Serviço Geológi-co dos Estados Unidos, o terremoto ocorreu a cerca de 10 quilômetros de profundidade, a 22 quilômetros de Porto Príncipe. Esse primeiro ter-remoto antecedeu outros dois de magnitudes 5,9 e 5,5. Tal fator de-vastou a nação haitiana, deixando um saldo de cerca de 300 mil mortos, 1,5 milhão de desabrigados e um prejuízo bilionário ao país.

Passados quatro anos desta tra-gédia considerada o maior desastre

A Missão Concepcionista no Haiti

Localização: América Central

Capital: Porto Príncipe

Área: 27.750 km2

População: 10.032.619 habitantes.

Densidade demográfica: 361,5 hab/km².

População residente em área urbana: 48,3%.

População residente em área rural: 51,7%.

Esperança de vida ao nascer: 60 anos.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,404.

Governo: República com forma mista de governo.

Atual Presidente: René Préval.

Moeda: gourde.

Produto Interno Bruto

(PIB): 7 bilhões de dólares.

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natural enfrentado pela ONU, o Haiti continua a sofrer prejuízos. Apesar de 90% dos desabrigados terem voltado para suas casas, 146 mil haitianos distribuídos em 271 campos de refu-giados espalhados pelo país seguem em situação de risco. O sistema sani-tário não funciona adequadamente, faltam serviços básicos como água e luz e são numerosos os casos de violência sexual.

A capital Porto Príncipe continua devastada e os planos de reconstru-

ção dos principais prédios não saíram do papel até hoje. Diante de tudo isto, a população haitiana tem levantado sua voz para clamar contra a lentidão do governo na tomada de ações.

Chegada das Concepcionistas ao Haiti

É neste cenário ainda tão devas-tado pelo terremoto de 2010 – que deixou profundas cicatrizes em muitas famílias que perderam entes queridos

Pelo MundoPelo Mundo

O Haiti é o país economicamente mais pobre da América, com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente americano, segundo dados da ONU.

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e também suas moradias e ainda hoje não possuem acesso ao básico para sobreviver – que as Irmãs Concepcio-nistas decidiram levar um pouco da alegria e do carisma Concepcionista, por meio da acolhida e da educação evangelizadora, inspiradas em Santa Carmen Sallés.

No dia 7 setembro de 2013, as Irmãs Concepcionistas iniciaram sua missão no Haiti. Visitaram muitos lugares no país em busca de um local onde pudessem se instalar. Em meio às dificuldades para tal, dada a precá-ria situação haitiana encontram uma luz chamada “Fé e Alegria”.

Denominado como Movimento de Educação Popular Integral e Promo-ção Social, o “Fé e Alegria” nasceu em Caracas, na Venezuela, no bairro de Cátia, onde o padre jesuíta José María Veláz prestava serviços de assistência social aos moradores da região, juntamente com estudantes da universidade jesuíta UCAB (Univer-sidade Católica Andrés Bello).

Uma vez indagado sobre a maior necessidade do bairro venezuelano, o pedreiro Abraham apontou para o problema da falta de escolas na região e ofereceu a própria casa, que estava construindo há sete anos para viver com a família de oito filhos, para se transformar numa escola, diante da falta de terrenos livres para cons-truções. Surgiu então, em 1955, a primeira escola para crianças carentes do Movimento, que nove anos depois expandiu-se para outros países, es-tando hoje presente em nações como Brasil, Espanha, Chile, Bolívia, Argen-

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Pelo MundoPelo Mundo

tina, Haiti, entre muitos outros... Patrocinado pela Companhia de

Jesus, os jesuítas do “Fé e Alegria” passaram a motivar as congregações religiosas a assumirem centros educa-tivos em áreas marginalizadas.

E foi justamente o que aconteceu no Haiti, assim que as Irmãs Concep-cionistas receberam um convite dos padres jesuítas do “Fé e Alegria” para assumirem uma de suas escolas no povoado de Dilaire. O Movimento – que desde o terremoto vem fazendo um trabalho intenso de fortalecimento e expansão educacional, de tal modo que antes da tragédia havia assumido apenas duas escolas e hoje já conta com 17 instituições no país – abriu os

caminhos para que a missão deixada por Santa Carmen Sallés continue espalhando suas sementes cada vez mais longe.

Nomeada Eben Ezer, Foi et Joie, a escola assumida pelas Irmãs Concepcionistas havia sido entregue antes ao “Fé e Alegria” pelos seus antigos fundadores, diante da dificuldade em administrá-la. Após assumi-la, o Movimento reconstruiu a escola, tornando-a digna para oferecer educação às crianças pobres e confiou às Concepcionistas a missão de conduzi-la.

A missão da comunidade Con-cepcionista consiste em assumir a direção da escola, formar professores

e oferecer formação educacional e re-ligiosa às crianças. Realizam também um trabalho paroquial que envolve a pastoral vocacional e catequese para jovens. A instituição conta ainda com projeto de alimentação para os estu-dantes, apoiado pelo Programa de Alimentação Mundial (PAM).

Pertencente à Província do Caribe, atualmente a comunidade Concepcio-nista do Haiti é constituída por quatro religiosas: duas da comunidade da República Dominicana, uma da Vene-zuela e outra do Congo e atende 800 crianças, oferecendo ensino a partir do nível pré-escolar (3 anos) até o sexto ano. Integra a comunidade uma aspirante à vida religiosa que se cha-

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ma Ephise Pierre e que está vivendo com as quatro Irmãs Concepcionistas desde o dia 1º de outubro de 2014.

A comunidade do Haiti realizou um acampamento de verão com as crianças, que obtendo grande provei-to. A ideia surgiu das próprias Irmãs Concepcionistas que, ao chegarem ao Haiti, constataram que as crianças praticamente não tinham nenhuma ocupação durante o período de férias. As Irmãs então compartilharam a ideia do acampamento com as religiosas da comunidade Concepcionista dos Estados Unidos, que as apoiaram mandando não apenas ajuda mate-rial, como um grupo de jovens que foram para o Haiti acampar com os pequenos da comunidade.

Mais uma vez Santa Carmen Sallés fala aos corações das Irmãs Concep-cionistas, que levam um pouco de paz, alegria, evangelização e educação às crianças do Haiti, alimentando suas esperanças.

“Precisamos viver a esperança e transmiti-la. Temos razão de sobra para isso: o amor de Deus não falha” (Santa Carmen Sallés).

Integração em Revista

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Pelo Mundo

ONG “Siempre Adelante”

Fundada em 5 de novembro de 2004, Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONG) nasceu com o intuito de prestar assistência solidária, evangelizadora e de serviço às comunidades Concepcionistas que necessitam de ajuda para realizar sua missão. Conheça melhor sua história

Pelo MundoPelo Mundo

Voluntárias no projeto missionário de Evinayong - Guiné Equatorial

completa dez anos de fundação

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ONG “Siempre Adelante”

Arealidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticarem o bem, a não se acos-tumarem com o mal,

e sim vencê-lo. Estas sábias palavras do Papa Francisco nos fazem refletir sobre como a prática do bem, se estimulada e transmitida de pessoa para pessoa, pode proporcionar uma verdadeira revolução na humanidade, transformando o mundo num lugar melhor para se viver. Se cada um fizer a sua parte, certamente a esperança de tantos necessitados – que cla-mam por justiça, paz e fraternidade – reacenderá e se concretizará com demonstrações de união e amor ao próximo.

É com o coração ardendo e inspira-das nos exemplos de Jesus que as Ir-mãs Concepcionistas Missionárias do Ensino, há mais de 100 anos, seguem firmes em sua missão de evangelizar através da educação pelos quatro can-tos do mundo. Hoje a Congregação Concepcionista está atuando em 17 países, sendo considerada um verda-deiro exemplo de luta e perseverança no cumprimento de sua missão, que muitas vezes não é nada fácil. São vários os países em que as Irmãs en-contram diversas dificuldades dadas as condições econômicas, políticas e sociais em que se encontram.

Foi ampliando o olhar para as dife-rentes realidades da missão Concep-cionista que a Congregação fundou, no dia 5 de novembro de 2004, a

nha, onde foi criada com o intuito de prestar assistência solidária, evange-lizadora e de serviço às comunidades Concepcionistas que necessitam de ajuda para a manutenção de sua missão.

A ONG “Siempre Adelante” destaca-se por executar projetos voltados para as melhorias nas instalações elétricas e hidráulicas das escolas da Congregação, ampliar salas de aula, fornecer material didático e alimentação aos alunos, formar educadores, promoção da mulher, alfabetização de adultos, etc. Desde 2005, a ONG já financiou e realizou 94 projetos assistenciais e segue firme no compromisso de

Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento “Siempre Adelante”.

A ONG acaba de completar dez anos e sua Sede Geral é na Espa-

completa dez anos de fundação

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14Janeiro 2015integr çãoa

fortalecer a missão Concepcionista. Todos os projetos estão relacionados com o mundo da educação nos diferentes aspectos.

Além disso, algumas Campanhas são promovidas anualmente como:

“Se podes, dá-lhes uma opor-tunidade”. Através dessa campanha se busca dar uma resposta às necessi-dades educativas de muitas crianças

que não poderiam ir à escola se não recebessem uma bolsa de estudos. Em cada colégio Concepcionista da Espanha se estimula o apadrinhamen-to de crianças, pelas classes, grupos de professores, pais, etc., que contri-buem com o valor de 100 euros ao ano. Com essa ajuda, atualmente são 1.324 crianças de sete países em vias de desenvolvimento, que disfrutam

Pelo MundoPelo MundoPelo Mundo

M. Josefina com crianças de Dilaire (Haití)

Morichalito - Venezuela (2011)

Voluntária da ONG “Siempre Adelante” Voluntárias em Consuelo (República Dominicana)

de uma educação, graças à resposta de muitas pessoas generosas.

“Aproximando Culturas”

Esta campanha tem como pro-posta financiar projetos de melhorias nas estruturas e equipamentos de escolas Concepcionistas em lugares de missão.

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Todas estas atividades são feitas graças a ajuda de voluntários que atuam na ONG e estão divididos em voluntários da Sede e voluntários missionários. Os primeiros atuam na Sede Geral e nas Sedes Locais, sendo responsáveis por preparar e coordenar as atividades de caráter solidário que são realizadas.

Já os voluntários missionários são encarregados de atuar nos países onde existem escolas Concepcionis-tas, dedicando uma parte de suas férias de verão para acompanhar e ajudar nas atividades planejadas pela ONG, como aulas de reforço, palestras educativas, animação de celebrações religiosas, visitas às famílias pobres e etc.

A ONG Siempre Adelante, atual-mente, está presente em 11 países: Espanha (Sede Geral da Fundação), Venezuela, República Dominicana, Haiti, Camarões, Guiné Equatorial, República do Congo, República Democrática do Congo, Indonésia, Índia e Filipinas. Oferece sua ajuda solidária a esses países, cumprindo seus objetivos e dando oportunidades a crianças e jovens de construírem um futuro melhor.

Parabéns a todos os envolvidos nos trabalhos realizados pela ONG “Siem-pre Adelante” e que estes dez anos de existência se desdobrem em muitos outros anos de carinho, acolhida e assistência a quem precisa.

Para saber mais sobre o trabalho realizado pela ONG, basta acessar o site http://sadelante.wordpress.com.

Mariana da Cruz Mascarenhas Jornalista e ex-aluna do CMI (SP)

Aula de informática - África

Morichalito - Venezuela

M. Rebeca com crianças de Consuelo

Morichalito - Venezuela

AfricaComunidades indígenas de Morichalito

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Pastoral

Voluntariado no processo formativo

do adolescente

Educandos do Colégio Maria Imaculada (SP) fazem constantes visitas à casa de acolhida aos moradores de ruas e de imigrantes e contam como essa experiência pode ser verdadeiro exemplo motivacional, para aprendermos a valorizar o que

realmente é importante na vida.

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Jovens do Colégio Maria Ima-culada de São Paulo, condu-zidos pela Coordenação da Pastoral, há mais de um ano, são tocados por um trabalho de voluntariado periódico

que se propõem a fazer. Auxiliando uma pessoa mais necessitada de bens materiais, de acolhida e de respeito, contribuem para seu próprio processo formativo, em que o viver em socie-dade, de maneira humana e ética, se faz presente.

Este texto, além de depoimentos de professores e alunos que partici-pam dessa jornada de solidariedade, visa relatar a importância do trabalho voluntário na formação do jovem e fazê-lo refletir sobre ele.

Uma casa de acolhida

Desde 2013, alguns estudantes do Ensino Médio participam de uma ação social visitando o Arsenal da Es-perança, local que acolhe diariamente 1200 homens, moradores de rua ou imigrantes, que se encontram em di-ficuldades devido à falta de trabalho, de casa, de alimentação, de saúde e de família. Quem ingressa nessa casa recebe uma acolhida digna e, sobre-tudo, a oportunidade de transformar a sua própria condição de vida.

Atualmente, esse lugar de fraterni-dade é um ponto de referência para jovens, entre eles, os alunos do Colé-gio Maria Imaculada que, ao adentra-rem tal espaço físico, confrontam-se com um "outro mundo possível", em que se pratica bondade e caridade para desarticular as desigualdades e as injustiças geradoras de sofrimen-to, abrindo, assim, um espaço para o diálogo. Centenas de encontros com esses jovens, fundados nessas convicções e experiências, fazem com que eles percebam, ali, uma casa que semeia "outra" cultura entre as novas gerações, livre da violência, mas capaz de reconciliação e volta àqueles que sofrem.

Para Fabiana Scoleso, professora de Hitória de nossa escola, “o Arsenal da Esperança representa a possibi-lidade de reinserção social para um número significativo de moradores de rua. Todo o projeto e sua execu-

ção de atividades de requalificação profissional são recheados de coisas que têm, constantemente, faltado em nossa sociedade: amor e respeito. Ter a possibilidade de fazer parte desse projeto e de vivenciar essa experiên-cia com meus alunos tornou-se uma lição de vida a mais. E essa lição se traduz no quanto ainda precisamos fazer para que todas as pessoas se-jam tratadas com respeito. Estamos fazendo uma parte muito pequena ainda, mas, quem sabe com o tempo, possamos integrar atividades como essa no nosso cotidiano, sempre a fim de doar parte do que somos e do que sabemos aos outros. Espero que essas lições sejam marcas permanentes nos alunos do Colégio Maria Imaculada”.

A Espiritualidade:sedentos de Deus

Na primeira visita, em 14 de mar-ço de 2013, surgiu, da parte de um grupo dos nossos jovens, a necessi-dade de continuar esse trabalho de aprendizagem, amor e caridade em relação ao próximo.

Após a chegada ao Arsenal, loca-lizado à Rua Dr. Almeida Lima, 900, os educandos, participantes do MAJC (Movimento de Adolescente e Jovem Concepcionista), foram acolhidos em uma sala e, por meio de dinâmicas,

leituras, exposições e reflexões, foram levados a tomar consciência da impor-tância de se voltar para o outro. Esse momento de sensibilização e evange-lização é essencial para que o aluno perceba que, em qualquer coisa que faça, Deus está com ele e age nele. Sua mentalidade é assim transformada de acordo com uma lógica que não é mais a dele, mas é a lógica de Deus. Como bem disse Santa Carmen Sallés: “O verdadeiro amor a Deus nos levará a amar aos irmãos e nos unirá a eles.”

Yasmin Beijo, aluna do 2º ano A do Ensino Médio, relata-nos como foi marcante seu primeiro contato com o Arsenal: “Assim que chegamos, fomos levados a uma sala e recebidos, carinhosamente, por uma pessoa da casa, que, sempre com um sorriso no rosto, se apresenta, olha em nossos olhos, pergunta o nome de cada um e fala sobre a importância de fazer bem feito nosso trabalho voluntário. Um simples arrumar de cama ou separar produtos de higiene passa a ser de extrema importância.” Stella Mariane Couto do 3° ano A assimilou, duran-te esses momentos, que, ao final de todos os dias, ela deve-se perguntar: “O que eu aprendi hoje?” e, caso não encontre uma resposta, perceber seu dia como um desperdício. Longe de ser desmotivador, esse pensamento

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faz com que ela pense em maneiras de se tornar uma pessoa melhor. As sextas-feiras, quando ocorre esse aprendizado fraterno, fazem esses dias úteis para ela e para os outros.

É fundamental para o processo formativo do aluno, em sua inte-gralidade, que ele se torne crítico e autônomo para atuar de maneira mais humana na comunidade a que pertence. Reflexões sobre valores da sociedade, em que convivemos com violência e desrespeito aos direitos humanos, promovem, no aluno so-bretudo, o brotar da esperança num mundo mais humano, pleno de amor e com possibilidade de assegurar aos habitantes do Arsenal da Esperança que ainda existem bondade e carinho no meio de todos os problemas da cidade, tornando único esse momento de evangelização.

Mãos à obra: com alegria trabalhemos em auxílio de

nosso irmão

Terminado esse momento de encontro consigo mesmo para o des-

pertar de criticidade, solidariedade e comunhão com Deus, os educandos, já conscientes da importância do trabalho que farão naquele dia, são convidados a auxiliar alguma ativida-de da casa, como separar produtos, arrumar as camas para os abrigados ou ajudar no bazar. Nathália Prince, aluna do 2° ano A, narra-nos sua ex-periência: “Comecei a ir ao Arsenal da Esperança assim que entrei no Colégio Maria Imaculada e, realmente, isso me fez muito bem, pois, ao ajudarmos os outros, nós mesmos nos ajudamos e é assim que me sinto, quando participo desse trabalho voluntário. Nós tam-bém sugerimos à escola doações de sabonetes, pasta de dentes e outros produtos de higiene básica”.

Donato Mazzaro, professor de Biologia do Ensino Médio, acredita que as visitas a essa entidade trazem--lhe uma renovação espiritual. “É um trabalho fantástico, pois sempre saio melhor do que entrei, revigoro--me com a paz, com a alegria, com a solidariedade e com a bondade que encontro no local.”

Doar: um ato de amor

Desde o ano passado, a Pastoral do Colégio Maria Imaculada, em parceria com o Arsenal da Esperança, planeja campanhas de doações para contribuir materialmente a favor dos

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abrigados. Mais do que a doação fí-sica, o importante é educar os alunos a compartilhar com o próximo, sendo solidários ao sofrimento do outro. Foram feitas várias campanhas: do agasalho, dos chinelos, dos produtos de higiene básica e alimentícios.

A aluna Ana Carolina Santos Mon-teiro, do 3º A, conta-nos que sua atitude perante a existência mudou, depois que passou a conhecer a vida de alguns abrigados do Arsenal: “Per-cebi que, muitas vezes, preocupo-me com coisas muito pequenas. Alguns dos moradores perderam tudo e, mes-mo assim, conseguem recomeçar e seguir em frente, pois o abrigo oferece oportunidades de reinclusão social por meio de um local para dormir, refeições diárias e a oportunidade de se comprar roupas e outros produtos de uso pessoal no bazar, por um preço ínfimo e com uma moeda corrente deles, que pode ser adquirida com o fruto de trabalho. Além disso, o estabelecimento oferece assistência social, psicológica e orientação para regularização de documentos. Como se diz por lá: o problema do outro passa a ser meu problema. O Arsenal, além de mudar o cotidiano dos abri-gados, transforma a vida de quem o frequenta voluntariamente, pois abre nossos olhos para realidades distintas do nosso entorno”.

Promovendo a Paz:a bondade que desarma

Compactuando com a filosofia do Arsenal da Esperança de que a paz é possível, foi, com muita alegria, que o Colégio Maria Imaculada, em 24 de maio de 2014, tornou-se um dos cinquenta pontos de paz da cidade de São Paulo.

Essa paz só existirá se desejada pelos homens de coração desarmado, praticando reconciliação, perdão re-cíproco, dissolução do ódio, emersão do respeito, concórdia e mansidão entre eles.

Para Thaísa, aluna do 3° A, não foi nada difícil colaborar com a prepa-ração do colégio para ser um ponto de paz, pois ela tem vivenciado essa experiência no Arsenal que, segundo ela, é um local em que “a desilusão converte-se em esperança e o conflito com seu próprio eu transforma-se em paz”.

Nesse dia ocorreu um encontro aberto à comunidade educativa em que músicas temáticas foram ento-adas; bandeiras foram distribuídas; jogos e atividades foram realizados em prol da paz. Participaram desse evento, educadores, pais, alunos, funcionários e demais pessoas em busca da paz. Segundo o Arsenal, “a bondade desarma: coloca a pessoa antes de qualquer razão ou interesse,

considera o outro não como potencial inimigo, mas como alguém com quem é possível dialogar, reúne os homens além de sua diversidade e faz senti-la como riqueza que ajuda a crescer.”

Conta comigo:a humildade que constrói

Com o objetivo de que o colé-gio se tornasse um ponto de paz, foi necessário que participássemos do Conta Comigo, momento que envolveu muitos jovens e que nos impulsionou para fazermos ainda mais a diferença. O Colégio Maria Imaculada, juntamente com outros colégios de São Paulo, participou de uma manhã de fraternidade, de cons-trução e de esperança. Muitas foram as atividades, aqui expostas pelo olhar atento da aluna Stephanie Borgani, do 3º ano A, que nos relata como foi essa experiência: “Aproximamo-nos do portão do Arsenal da Esperança e fomos recebidos com bandeiras da paz e sorrisos. Iniciava-se o ‘Conta Comigo’. Era dia 17 de maio de 2014. Esse evento anual busca informar aos que comparecem à proposta da instituição, levando-os a uma maior consciência daquilo que lhes é des-conhecido, muitas vezes, dentro de nossa própria cidade, como as formas pelas quais cada um pode contribuir para uma sociedade melhor”.

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dever ajudá-los. Igualmente, se outros tiverem tido bondades e alegrias em suas vidas, resta-lhes repercuti-las aos outros, pois merecemos ser alegres.

Foi-nos dito, em discurso como-vente, que ajudar o próximo não é feito sem esforço. É preciso trabalhar, é preciso praticar, pois tudo melhora com a prática. Após essa reflexão inicial, dividimo-nos em grupos com tarefas diversas.

Os grupos espalharam-se, uns per-manecendo dentro do Arsenal, outros saindo pelas ruas adjacentes. Paredes foram pintadas, doações recolhidas, livros organizados e idosos alegrados.

Nós, especificamente, fomos visitar uma casa de repouso: momento de ouvir, de cantar, de acolher e de nos transformar! Celebramos a vida e sa-ímos animados, mais uma vez, com a certeza de que a Paz desarma!

Deu para perceber, no final, que é exatamente este o objetivo primário

Somos enormemente significantes e a existência de todo ser humano é um milagre. Infelizmente, no dia de hoje, especialmente em uma cidade tão grande como São Paulo, as pesso-as acabam sendo reduzidas a números e estatísticas. Essa situação nos foi apresentada no início do Conta Co-migo 2014. Uma vez que estávamos reunidos, foram mostradas manchetes de jornal com cenas reais de violência e agressão contra cidadãos de nossa cidade.

A partir da mensagem comparti-lhada, pudemos chegar a uma nova compreensão dos dias de hoje: se, na pequenez humana frente a tudo o que existe, nós somos tão únicos e espe-ciais, então somos irmãos, dos mais fraternos! Somos irmãos e devemos agir como tal.

Quando há a infelicidade de nossos semelhantes estarem sofrendo vio-lência, ou fome, ou pobreza, é nosso

dessa estrutura social: propiciar a ale-gria aos menos felizes, restaurar a paz aos conturbados e oferecer esperança aos desanimados.

Museu da Imigração:o silêncio que fala

O Arsenal da Esperança, no intuito de sensibilizar ainda mais os jovens que ali frequentam e doam um pouco de seu tempo para o trabalho volun-tário, conduziu nossos alunos para visitarem o Museu da Imigração. Vi-mos e refletimos sobre quantos irmãos nossos aqui chegaram e precisaram, rapidamente, adaptar-se ao novo país. Pudemos compreender melhor o sofrimento daqueles que chegam a terras estrangeiras, sem abrigo, dinheiro ou trabalho, sonhando, ape-nas, com a perspectiva de um futuro promissor. Analisamos, ainda, a nossa realidade, em que irmãos africanos e haitianos, também auxiliados por essa casa, buscam abrigo no Brasil. Então, surgiu a ideia de auxiliarmos com uma campanha de agasalho àqueles que mal chegaram com a roupa do corpo.

Semana da Vocação:intercâmbio de solidariedade

No dia 25 de agosto, teve início a Jornada Vocacional-Profissional para os alunos do Ensino Médio, durante a qual, recebemos a presença de Si-mone Bernardi, integrante do Arsenal da Esperança. Ela fez um relato do despertar de sua vocação. Explanou, de maneira clara e didática, sua opção em doar a vida para auxiliar os mais necessitados. Narrou-nos as suas dificuldades, sonhos e planos na ado-lescência, mostrando a difícil tarefa de tomarmos decisões assertivas em que os ideais e a luta por eles devem predominar.

Vigília: ser com Deus

O Arsenal, conforme já visto, propõe-se a ser um lugar de fraterni-dade, aberto à acolhida e ao encontro com quem quiser procurar o sentido da sua vida. Durante o mês da Bíblia, setembro, houve, no Arsenal, uma Vi-

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gília para a leitura desse livro sagrado, que contou com a participação de professores, alunos e as Irmãs Cícera e Carmen de Ciccio. A leitura contínua foi aberta com o primeiro capítulo do livro de Josué, lido pelo Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. Essa vígilia nos deu a oportunidade de perceber que orar é restituir o tempo a Deus, desejar que Ele habite em nosso co-ração, pensar no que Lhe agrada e no que Ele quer, enquanto caminhamos na Sua presença.

Fazer o bem também pode ser uma atitude concreta de oração! Segundo Yasmin Beijo, do 2º ano A, ir ao Arse-nal é uma das melhores experiências de sua vida, pois concretiza o projeto de Deus do amor ao próximo: “É maravilhoso ajudar as pessoas com pequenos gestos e minha alma se enche de alegria”.

As visitas ao Arsenal não terminam naquele espaço físico, a reflexão do que se aprendeu é levada pelos alu-nos, que participam desse momento

de auxílio ao próximo, para fora dos muros que demarcam materialmente o trabalho voluntário. Mariana Matos Medeiros, do 3º ano A, acredita que “na verdade, o Arsenal não tem de nos agradecer pelas nossas visitas, nós é que temos de lhe agradecer, pois é muito bom participar desse trabalho

voluntário. O ambiente me faz bem e, quando eu tiro um pouco do meu tempo para doá-lo a outro, eu me torno uma pessoa melhor, porque vejo uma realidade totalmente dife-rente. Vejo que precisamos valorizar mais o que temos e parar de reclamar por problemas que achamos imensos, mas que, olhando para tudo que vivenciamos no Arsenal, se tornam pequenos”.

Para saber mais:http://www.sermig.org/arsenalda-

esperancahttp://www.cmisp.com.br/pastoral.

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Carlyne PaivaProfessora de Português - Ensino Fundamental.

Maria Amélia C.F. FernandesProfessora de Religião e Filosofia do EF e EM . Coordenadora da Pastoral

Colégio Maria Imaculada São Paulo - SP

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Pastoral

Pastoral Educativae Vocacional

“ O Setor de Pastoral realiza o 2º Encontro do ano com Coordenadores de Pastoral e Animadoras Vocacionais nos dias 26 e 27 de setembro de 2014, no Colégio Maria Imaculada – SP”.

A palavra pastoral é derivada de pastor, que é aquele que cuida, organiza e zela pelo rebanho. A ação pastoral revela-se na

transformação da pessoa no âmbito pessoal e comunitário buscando sua totalidade na dimensão humana por meio do encontro com Jesus Cristo.

Mulher atenta aos sinais de seu tempo, Santa Carmen Sallés dedicou sua vida e vocação ao pastoreio de crianças e jovens através da educa-ção. O Carisma Concepcionista, ins-pirado pelo Espírito Santo e inserido na Igreja por nossa fundadora, ultra-passa gerações através do anúncio do seguimento de Jesus permeado

pela ação pastoral e evangelizadora. Nas escolas e comunidades reli-

giosas Concepcionistas, a pastoral escolar e a animação vocacional são dimensões presentes e significativas na ação evangelizadora da Igreja. São ações transformadoras e eficazes que buscam anunciar o Reino de Deus jun-to daqueles e daquelas que vivenciam o carisma Concepcionista.

Motivados/as pelo seguimento a Jesus Cristo e imbuídos da beleza das dimensões pastoral e vocacional das escolas e comunidades religiosas, foi realizado o 2º Encontro anual de Coordenadores de Pastoral e Anima-doras Vocacionais nos dias 26 e 27 de setembro de 2014, no Colégio Maria Imaculada – SP. Os objetivos desse

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encontro foram oferecer momentos de reflexão aos participantes, rever a caminhada do ano de 2014, de acordo com as propostas estabele-cidas na reunião, no início do ano, e planejar as atividades integradas da Pastoral e SAVC (Serviço de Animação Vocacional Concepcionista) para o próximo ano.

Participaram desse momento co-ordenadores e integrantes da pastoral da Rede Concepcionista pertencentes à comunidade do Recanto Betânia (SP), dos Colégios Maria Imaculada, de São Paulo e Mococa, dos Colégios Imaculada Conceição, de Machado e Passos, do Colégio Maria Imaculada, do Rio de Janeiro, do Colégio Regina Pacis, de Belo Horizonte, do Colégio Madre Carmen Sallés e do Colégio Maria Imaculada, do Distrito Federal, da comunidade religiosa de Jeremo-abo (BA) e as irmãs animadoras vo-cacionais das comunidades religiosas.

As atividades foram iniciadas com a acolhida feita pela Irmã Wanilda, que relembrou a importância de cada um na missão pastoral e vocacional em seu local de atuação. Em seguida, a representante do Colégio de Mococa convidou-nos, na oração da manhã, a rezar inspirados pela imagem de “Jesus que está a porta e bate” (Ap 3,20). Ele pede que deixemos o nosso coração aberto para que a ação do espírito seja realizada através do seu amor.

“Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe,

e pelo caminho perguntou-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8,27). Com esta provo-cação, Irmã Sarah Reis, em um mo-mento de reflexão e espiritualidade, apresentou a pessoa de Jesus através dos fatos e acontecimentos vividos na perspectiva da transformação e liberdade de anunciar aquele que doou-se totalmente por toda a huma-nidade. Após a apresentação, fomos convidados a rezar o texto bíblico (Mc 8,27-33), em um momento de oração pessoal, colocando-nos como discípulos do Mestre e percebendo a beleza das palavras e os ensinamen-tos deste homem que foi o maior pastor de todos os tempos.

O período da tarde iniciou-se com a apresentação de uma atividade sig-nificativa, realizada em cada colégio/obra. A cada apresentação, perce-bíamos a riqueza e a profundidade com que as atividades pastorais são desenvolvidas e elaboradas pelas unidades educacionais. Dedicação, carinho, brilho no olhar e entu-

siasmo eram perceptíveis em cada coordenador/a quando falava sobre sua ação pastoral.

Em seguida, Irmã Wanilda apresen-tou as ilustrações dos livros de Ensino Religioso que estão em processo de elaboração. Também falou-se sobre as datas e alguns encaminhamentos para as atividades a serem realizadas no próximo ano, em nível de Província. O dia foi encerrado agradecendo a Deus com a Celebração Eucarística prepa-rada pelo Colégio Madre Carmen Sallés – DF, na comunidade religiosa do Colégio Maria Imaculada.

Os integrantes do setor de pastoral do Colégio Regina Pacis – BH, inicia-ram os trabalhos no sábado com a oração da manhã, refletindo sobre a parábola do semeador (Mt 13, 1-9). A simbologia da semente diz muito sobre a missão pastoral nas unidades. Ao lançar as sementes no coração das crianças e jovens, os frutos serão colhidos através das atitudes e gestos que cada um cultivou com cuidado e atenção. Após essa reflexão, iniciou-se a elaboração do plano de pastoral no qual cada unidade educacional traçou seus objetivos e atividades para 2015.

O encontro encerrou-se com uma oração de agradecimento pelos momentos de partilha, comunhão e vivência do trabalho pastoral e voca-cional de cada participante. Impulsio-nados pela missão de Jesus, pela fé e pela alegria, voltamos para nossas unidades na certeza de que somos, a cada dia, convidados a anunciar o Reino Deus através do Carisma Con-cepcionista às crianças, adolescentes e jovens.

André LevyCoordenador de Pastoral Colégio Regina Pacis – BH/MG

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Pastoral

A vocação e a missão da família na Igreja e no

mundo contemporâneo

A caminho do Sínodo Ordinário

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D. Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de janeiro apresenta o panorama do Sínodo Ordinário que tratará sobre o tema da família em continuidade às reflexões sobre o tema iniciado na terceira Assembleia Geral Extraordinária do sínodo dos Bispos, realizada em outubro deste ano, em Roma.

A Terceira Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que aprofundou os de-safios pastorais sobre a família no contexto da

evangelização, foi uma segunda etapa de um processo de aprofundamento que o Papa Francisco está inovando neste tempo de mudança de época.

Em 2015 estaremos comemorando o cinquentenário da criação deste instrumento, fruto do Concílio Vati-cano II e criado pelo Papa Paulo VI, beatificado no domingo passado. É um organismo que ajuda a Igreja a aprofundar os temas importantes da atualidade, consultando as bases e refletindo com os Bispos, em Assem-bleia, que entregam ao Papa suas sugestões sobre o assunto, e que, a seu devido tempo, se encarrega de escrever e publicar um documento chamado Exortação Pós-Sinodal.

Em fevereiro deste ano, o Papa Francisco quis que uma primeira abor-dagem sobre o tema acontecesse no consistório, quando o Cardeal Kasper fez a sua colocação sobre o assunto. Muito já se falou desse texto e desse pronunciamento.

A secretaria geral do sínodo enviou para todas as dioceses do mundo uma consulta com um texto sobre o assun-to e perguntas para serem respondi-das por todos os interessados, o que aconteceu pelo mundo afora. Dessas respostas gerou-se o documento de trabalho que serviu de base para esta Assembleia Extraordinária. Do texto gerado por ela deverá sair um novo documento com perguntas para se-rem respondidas pela Igreja toda, que desencadeará um novo instrumento de trabalho para a 14ª Assembleia do Sínodo Ordinário, convocado para outubro de 2015, sobre a vocação e missão da família na igreja e no mun-do contemporâneo.

A imprensa deu muita cobertura sobre o tema desde o primeiro mo-mento que foi anunciado. De certa forma nota-se que há um grande interesse para saber por onde se move a Igreja com relação a este tema tão importante para a sociedade. Aliás, ele já foi aprofundado no passado e gerou o documento papal “Familiaris Consortio”. Agora, é uma nova abor-dagem sobre as novas situações que a família enfrenta atualmente.

O grande desafio hoje é como repropor às pessoas, em especial aos jovens, a beleza da família e a neces-sidade de vínculos definitivos e fiéis. A sociedade hodierna vai por outros caminhos. E a Igreja sabe que aqui se joga o futuro da humanidade.

Por outro lado, também a Igreja, como mãe carinhosa, procura ir ao encontro das pessoas e famílias que no decorrer da caminhada foram

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machucadas pela vida e pela história. O Papa, junto com os membros do Sínodo, demonstrou grande interesse em encontrar caminhos para que pu-dessem sentir a proximidade da Igreja, ao mesmo tempo que encontrassem acolhida e cura de suas feridas. O Pontífice lembrou que não seria ape-nas um colocar ataduras em cima de chagas abertas sem primeiro ajudar a cura das mesmas. Ou seja, será necessário aprofundar os caminhos com honestidade e carinho.

Alguns assuntos polêmicos me-receram um destaque da imprensa: a comunhão dos casais de segunda união e mesmo a possibilidade dessa outra união, como também a ques-tão dos homossexuais. Sabemos que muitas pessoas, devido ao tipo do noticiário, ficaram atônitas diante das várias versões que foram publicadas. O clima no Sínodo foi muito sincero em colocar os problemas, e fraterno na discussão dos mesmos. O grande interesse é como anunciar o Evan-gelho hoje e também estar próximo das pessoas que sofrem devido a tantas situações que a modernidade as conduziu.

O Papa Francisco disse que temos que ser criativos e nos deixar surpre-ender por Deus, e que uma Igreja evangelizadora "se ajoelha para lavar os pés", "se envolve", "estende pon-tes para diminuir as distâncias", "se abaixa quando é necessário", "abraça a vida humana e toca na carne do sofrimento dos outros".

Como é que a Igreja pode desen-volver cada vez mais essas caracterís-ticas? O Papa Francisco acredita que o caminho é a misericórdia. No coração da Evangelii Gaudium, ele cita o Dou-tor Angélico: Tomás explica que, “no tocante às obras externas, a miseri-córdia é a maior de todas as virtudes: ´em si, a misericórdia é a maior das virtudes, uma vez que todas as outras

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Pastoral

giram em torno dela e, mais do que isso, ela supre as suas deficiências´” (Evangelii Gaudium, 37). Ao passar às consequências pastorais deste caminho da misericórdia, o Papa diz que, “quando falamos mais da lei do que da graça”, temos como resulta-do um desequilíbrio, no qual a nossa mensagem deixa de ter “a fragrância do Evangelho” (EG, 38-39).

Numa época de confusão quase universal sobre Deus e sobre o ser humano, como é que vamos trans-mitir uma mensagem de graça e de misericórdia sem negligenciar o magistério da Igreja? Era uma das perguntas que nos faziam durante o Sínodo: como conciliar a doutri-na com as necessidades pastorais. Uma dificuldade é que a enunciação daquilo em que acreditamos já é sentida como um ataque contra as pessoas que vivem de forma diferen-te. Abre-se uma distância acentuada entre nós, quando deveríamos pro-mover um vínculo materno muito próximo.

Outra dificuldade é o fato de que falar mais sobre a graça e o perdão do que sobre a lei parece implicar um risco moral em todos os contextos comuns: por que não haveria esse risco também nas questões espiritu-ais? Não há uma resposta fácil para isto. São questões difíceis. Neste sentido, o Papa está nos levando a aprofundar e encontrar caminhos necessários para a missão evangeli-zadora da Igreja.

O Papa Francisco espera do Sínodo: um trabalho árduo em cima de um ca-minho de misericórdia, aplicado à crise humanitária mais urgente dos nossos dias: o fracasso epidêmico em viver o casamento e a família de maneira coerente com o autêntico floresci-mento humano. Há uma mudança de conceitos e de valores impressionante no mundo de hoje. Como agir nesse contexto sem deixar as verdades da revelação e, ao mesmo tempo, en-

contrando caminhos de proximidade daqueles que passam pelos ferimentos das batalhas da vida?

O Prefácio do instrumento de tra-balho desta Assembleia Extraordinária lembra: “Esta ênfase na misericórdia tem tido um grande impacto inclusive nas questões relativas ao casamento e à família, na medida em que, longe de qualquer tipo de moralismo, ela confirma a perspectiva cristã sobre a vida e abre novas possibilidades para o futuro, independentemente de limitações pessoais ou de pecados cometidos. A misericórdia de Deus é uma abertura para uma contínua con-versão e um contínuo renascimento”.

O tema da misericórdia está cada vez mais em primeiro plano como um ponto de vista importante no anúncio do Evangelho; a relação des-tacou que a misericórdia não elimina a verdade e não a relativiza, mas leva a interpretá-la corretamente no contexto da hierarquia das verdades. “A misericórdia, portanto, tampouco anula os compromissos que nascem das exigências do vínculo matrimonial. Estes continuam subsistindo inclusive quando o amor humano se debilitou ou cessou”, assinala o texto.

A Mensagem Final inicia recor-dando a importância da família: “Manifestamos a nossa admiração e gratidão pelo testemunho cotidiano que vocês oferecem a nós e ao mundo com a sua fidelidade, fé, esperança e amor”. E conclui: “Vos pedimos para caminhar conosco em direção ao pró-ximo Sínodo”. Portanto, o caminho foi aberto e traçado. Cabe, durante este ano que nos separa do Sínodo Ordinário, aprofundarmos os temas e rezarmos para que o Espírito Santo nos inspire os melhores caminhos e soluções para que, como cristãos e católicos, fermento no meio da massa, fazermos a nossa parte neste tempo de tantas mudanças, indo ao encontro das várias necessidades e indicando caminhos de superação. “Senhor, doa a todos a possibilidade de ver florescer uma Igreja sempre mais fiel e credível, uma cidade justa e humana, um mun-do que ame a verdade, a justiça e a misericórdia”.

Cardeal Orani João TempestaArcebispo do Rio de Janeiro

Numa época de

confusão quase

universal sobre Deus

e sobre o ser humano,

como é que vamos

transmitir uma

mensagem de graça

e de misericórdia

sem negligenciar o

magistério da Igreja?

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Mensagem final da Assembleia Extraordinária dos Bispos sobre a Família

A família está no coração da Igreja e por isso foi tema da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que neste artigo nos apresentam sua mensagem final.

Os Padres Sinodais apro-varam, no decorrer da 14ª Congregação Geral na manhã deste sábado, a mensagem final da III Assembleia

Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”. O documento conclusivo do Sínodo - Relatio Syno-di - será divulgado posteriormente enquanto o documento final será provavelmente publicado na forma de uma Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, em 2015, após o Sínodo Ordinário.

Segue a mensagem na íntegra:

Nós, Padres Sinodais, reunidos em Roma junto ao Santo Padre na Assem-bleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, nos dirigimos a todas as famílias dos diversos continentes e, em particular, àquelas que seguem Cristo Caminho, Verdade e Vida. Manifestamos a nossa admiração e gratidão pelo testemunho cotidiano que vocês oferecem a nós e ao mundo com a sua fidelidade, fé, esperança e amor.

Também nós, pastores da Igreja, nascemos e crescemos em uma fa-mília com as mais diversas histórias e acontecimentos. Como sacerdotes e bispos, encontramos e vivemos ao lado de famílias que nos narraram em palavras e nos mostraram em atos uma longa série de esplendores mas também de cansaços.

A própria preparação desta assem-bleia sinodal, a partir das respostas ao questionário enviado às Igrejas do mundo inteiro, nos permitiu escutar a voz de tantas experiências familiares. O nosso diálogo nos dias do Sínodo nos enriqueceu reciprocamente, ajudando-nos a olhar toda a realidade viva e complexa em que as famílias vivem. A vocês, apresentamos as palavras de Cristo: "Eis que estou à

porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Como costumava fazer du-rante os seus percursos ao longo das estradas da Terra Santa, entrando nas casas dos povoados, Jesus continua a passar também hoje pelos caminhos das nossas cidades. Nas vossas casas se experimentam luzes e sombras, desafios exaltantes mas, às vezes, também provações dramáticas. A es-curidão se faz ainda mais densa até se tornar trevas, quando se insinuam no coração da família o mal e o pecado.

Existe, antes de tudo, os grandes desafios da fidelidade no amor conju-gal, do enfraquecimento da fé e dos valores, do individualismo, do empo-brecimento das relações, do stress, de um alvoroço que ignora a reflexão, que também marcam a vida familiar. Se assiste, assim, a não poucas crises matrimoniais enfrentadas, frequente-mente, em modo apressado e sem a coragem da paciência, da verificação, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício. Os fracassos dão, assim, origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações fami-liares complexas e problemáticas para a escolha cristã.

Entre estes desafios queremos evocar também o cansaço da própria existência. Pensemos no sofrimento que pode aparecer em um filho por-tador de deficiência, em uma doença grave, na degeneração neurológica da velhice, na morte de uma pessoa que-rida. É admirável a fidelidade generosa de muitas famílias que vivem estas provações com coragem, fé e amor, considerando-as não como alguma coisa que é arrancada ou infligida, mas como alguma coisa que é doada a eles e que eles doam, vendo Cristo sofredor naquelas carnes doentes.

Pensemos nas dificuldades econô-micas causadas por sistemas perver-sos, pelo “fetichismo do dinheiro e

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Pastoralna ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeira-mente humano” (Evangelii Gaudium 55), que humilha a dignidade das pessoas. Pensemos no pai ou na mãe desempregados, impotentes diante das necessidades também primárias de suas famílias, e nos jovens que se encontram diante de dias vazios e sem expectativas, e que podem tornar-se presa dos desvios na droga e na cri-minalidade.

Pensemos também na multidão das famílias pobres, naquelas que se agarram em um barco para atin-gir uma meta de sobrevivência, nas famílias refugiadas que sem espe-rança migram nos desertos, naquelas perseguidas simplesmente pela sua fé e pelos seus valores espirituais e humanos, naquelas atingidas pela brutalidade das guerras e das opres-sões. Pensemos também nas mulheres que sofrem violência e são submetidas à exploração, no tráfico de pessoas, nas crianças e jovens vítimas de abu-sos até mesmo por parte daqueles que deveriam protegê-las e fazê-las crescer na confiança e nos membros de tantas famílias humilhadas e em dificuldade. “A cultura do bem-estar anestesia-nos e (...) todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma” (Evangelii Gaudium, 54). Fazemos apelo aos governos e às organizações internacionais para promoverem os direitos da família para o bem comum.

Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém. Somos, por isso, agradecidos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a assumir as dilace-rações interiores e sociais dos casais e das famílias.

Existe, contudo, também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povo-ados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas. Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, se acende com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Gênesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante do outro,

em uma “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca. O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo. É isto que ma-nifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua...eu sou do meu amado e meu amado é meu” (Cnt 2,16; 6,3).

Para que este encontro seja autêntico, o itinerário inicia com o noivado, tempo de espera e de pre-paração. Realiza-se em plenitude no Sacramento onde Deus coloca o seu selo, a sua presença e a sua graça. Este caminho conhece também a se-xualidade, a ternura, e a beleza, que perduram também além do vigor e do frescor juvenil. O amor tende pela sua natureza ser para sempre, até dar a vida pela pessoa que se ama (cf. João 15,13). Nesta luz, o amor conjugal único e indissolúvel persis-te, apesar das tantas dificuldades do limite humano; é um dos milagres mais belos, embora seja também o mais comum.

Este amor se difunde por meio da fecundidade e do ‘gerativismo’, que não é somente procriação, mas tam-bém dom da vida divina no Batismo, educação e catequese dos filhos. É também capacidade de oferecer vida, afeto, valores, uma experiência possível também a quem não pode gerar. As famílias que vivem esta aventura luminosa tornam-se um testemunho para todos, em parti-cular para os jovens.

Durante este caminho, que às vezes é um percurso instável, com cansaços e caídas, se tem sempre a presença e o acompanhamento de Deus. A família de Deus expe-rimenta isto no afeto e no diálogo entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs. Depois vive isto ao escutar juntos a Palavra de Deus e na oração comum, um pequeno oásis do espírito a ser cria-do em qualquer momento a cada dia. Existem, portanto, o empenho cotidiano na educação à fé e à vida boa e bonita do Evangelho, à santi-

dade. Esta tarefa é, frequentemente, partilhada e exercida com grande afeto e dedicação também pelos avôs e avós. Assim, a família se apresenta como autêntica Igreja doméstica, que se alarga à família das famílias que é a comunidade eclesial. Os cônjuges cristãos são chamados a tornarem-se mestres na fé e no amor também para os jovens casais.

O vértice que reúne e sintetiza to-dos os elos da comunhão com Deus e com o próximo é a Eucaristia dominical quando, com toda a Igreja, a família se senta à mesa com o Senhor. Ele se doa a todos nós, peregrinos na história em direção à meta do encontro último quando “Cristo será tudo em todos” (Col 3,11). Por isto, na primeira etapa do nosso caminho sinodal, refletimos sobre o acompanhamento pastoral e sobre o acesso aos sacramentos pelos divorciados recasados.

Nós, Padres Sinodais, vos pedimos para caminhar conosco em direção ao próximo Sínodo. Em vocês se confirma a presença da família de Jesus, Maria e José na sua modesta casa. Também nós, unindo-nos à Família de Nazaré, elevamos ao Pai de todos a nossa in-vocação pelas famílias da terra:

Senhor, doa a todas as famílias a presença de esposos fortes e sábios, que sejam vertente de uma família livre e unida.

Senhor, doa aos pais a possibilida-de de ter uma casa onde viver em paz com a família.

Senhor, doa aos filhos a possibili-dade de serem signo de confiança e aos jovens a coragem do compromisso estável e fiel.

Senhor, doa a todos a possibilidade de ganhar o pão com as suas próprias mãos, de provar a serenidade do es-pírito e de manter viva a chama da fé mesmo na escuridão.

Senhor, doa a todos a possibilidade de ver florescer uma Igreja sempre mais fiel e credível, uma cidade justa e humana, um mundo que ame a verdade, a justiça e a misericórdia.

Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

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IR. MARGARITA DA SILVA

Ir. Margarita da Silva (Ana Terezinha) foi a primeira con-cepcionista natural do estado da Bahia, nascida na cidade de Riacho de Santana, filha do Sr. Pedro Rodrigues da Silva e

Maria Teresa daConceição, em 9 de fevereiro de

1920. Viveu 94 anos, dos quais foi concepcionista por 66 anos.

Pessoa simples, dedicada, alegre e trabalhadora, era muito expressiva e conversava com todos os que a visita-vam, sempre com um sorriso no rosto.

Com seus "94" anos manteve--se lúcida, participando diariamente da Eucaristia e dos momentos da Comunidade. Tinha uma devoção especial ao "Divino Pai eterno" e a Nossa Senhora Aparecida. A Eucaristia e a devoção a Imaculada María eram suas paixões.

M. Margarita era muito grata por tudo, e diante dos pequenos gestos de ajuda, sempre dizia “Muito Obri-

Deixaram suas marcas entre nós

Durante o segundo semestre de 2014, duas irmãs concepcionistas foram ao encontro do Pai: Ir. Margarita da Silva e Ir. Ângela Lopez

gada”, expressão mais pronunciada por ela em seus últimos dias.

Agradecemos a Deus a vida escon-dida e simples de Ir. Margarida, seu testemunho de fidelidade e de alegria.

NOTA BIOGRÁFICA:Nascimento: 02/09/1922 – Riacho de Santana Postulantado: 10/07/1946 – MococaNoviciado: 16/07/1947 – MococaPrimeira profissão: 19/08/1948 – MococaProfessao perpétua: 02/11/1954 – São PauloFalecimento: 12/09/2014 - São Paulo

IR. ÂNGELA LOPEZ LORENZO

Em um dia de muita festa e alegria, 31 de dezembro, comemoração da virada do ano 2014/2015 Ir. Ângela Lopez Lorenzo partiu ao encontro do Pai, aos 84 anos de idade, após um

mês de tratamento na UTI da Benefi-cência Portuguesa.

Entrou muito jovem na Congre-gação e, em 1952, fez sua primeira profissão. Viveu a experiência de postulantado no pós-guerra, época de provação e frequentemente re-cordava como tudo era racionado e como todas levavam tudo com muita alegria, louvando a Deus pelo pouco que tinham. Foram 62 anos de Vida Religiosa Concepcionista, e desses, 58 anos em terras brasileiras.

Uma das características marcan-tes de Ir. Angela era a sua alegria e disposição. As irmãs que conviviam com ela na Sede Provincial diziam que tinha rodinhas nos pés, não parava um minuto andando para cima e para baixo e sempre cantarolando, nunca reclamava de cansaço e realizava seu trabalho com disponibilidade, buscan-do em tudo a perfeição.

Deixa uma lacuna na Província, mas a certeza de termos mais uma intercessora no céu.

NOTA BIOGRÁFICA:Nascimento: 17/02/1930 - San Mar-tin de Tabara - ZamoraPostulantado: 24/09/1950 - Marcilla - EspanhaNoviciado: 25/03/1951 - Marcilla - Espanha1ª Profissão: 26/09/1952 - Marcilla - EspanhaProfissão Perpétua: 16/03/1958 - São Paulo - SP

Fizeram memória

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Literatura

Crônica da satisfação de mais uma aula

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Na vida de qualquer edu-cador comprometido, há sempre indagações que consideramos vitais: Que modelo de escola queremos? Que escola

construímos? O que queremos que o aluno saiba? O que faremos para juntos atingirmos nosso objetivo? E ainda, como garantir aos nossos alu-nos uma plena e efetiva participação social? Então trabalhamos e, sem necessariamente chegar ao fim para responder a essas questões, buscamos meios, baseados na crença de que, em meio a tantas novas exigências, um poder nos reveste de forma bastante palpável: a fé na educação.

Então, em nossas reuniões peda-gógicas, a maior preocupação são os meios de desenvolver aulas que possam estabelecer referências inter-disciplinares, situações de aprendi-zagem para a verdadeira construção de cidadãos “extramuros escolares”, valorizando o conhecimento das diver-sas disciplinas, como fundamentos de construção de um repertório cultural e virtudes para a vida.

Essas reuniões são animadas, cheias de ideias e ideais. Mas a última foi diferente. Sentíamos necessidade de mais... de experimentar... de ino-var...Vão surgindo várias propostas: “Faremos aulas temáticas?” “Que tal atualidades?” “E um ‘aulão’?”... Sim, um aulão! Ainda não realizamos essa experiência. Há uma inesgotável vontade de chegar ao Auditório da escola e dar o “aulão”.

Mas atividades pedagógicas envol-vem um projeto. E ele começa a surgir. Primeiro pensar no uso do auditório e o recurso audiovisual. A coordenação avalia a turma que vai participar. Aos

professores cabe orientar os alunos quanto à relação do conteúdo. Era ne-cessário uma justificativa. “Um aulão para o Enem”. Não existe projeto sem objetivo: “Uma revisão para o Enem”.

Agora havia um projeto. Pro-fessores analisavam questões que perpassavam pelas mais diversas com-petências e habilidades em conteúdos multidisciplinares e prepararam as suas aulas. Todos, cada um com o seu pen-drive – ou usando a “computação na nuvem”, estávamos “armados”. No auditório, alunos entusiasmados... professores esperando para o seu momento de “fama”... E como um espetáculo, abrem-se as cortinas... Começa o aulão.

Logo a euforia cedeu espaço à se-riedade da construção de uma narrati-va em capítulos de humanas, exatas e biológicas, não de fragmentos... aulas que poderiam ser algo comparado à leitura de Vidas Secas... você pode ler a partir do capítulo que escolher. Professores declamavam seus conte-údos, alunos faziam coro... Imagens mobilizaram e sensibilizaram. O aulão foi um sucesso. E pensar que todos os dias na escola é um aulão. Mas o que havia sido diferente? Não tocou a campainha? Não houve intervalo... Aula é aula? E aulão é aulão? É mais uma indagação.

Aulas findam o ano, fechando um ciclo em momentos de reflexão. Um número incontável de aulas satisfa-tórias, algumas não. Essas algumas, angustiantes, fazem repensar a prática e os conteúdos, levam a reaprender com as frustrações e a construir com os nossos alunos o inesgotável proces-so de ensinar e aprender. O aulão foi uma dessas aulas satisfatórias como muitas as são. Mas o aulão tinha um

caráter mais encorajador. Mais que meia hora de conteúdo, as palavras de cada professor eram encorajadoras. Eram de alento. Havia a mensagem única de lembrar ao aluno o seu es-forço e a confiança de que ele está preparado para a vida. O Enem tinha sido um pretexto... Queríamos mesmo só mais uma chance de demonstrar a importância do aluno para nós mes-mos. Precisamos de mais aulões, ou de valorizar, a cada aula, o esforço diário de professores, alunos e todos os envolvidos nesse processo, num transparente, incansável e mais hones-to diálogo sobre a educação desejada.

E em aulas ou aulões, entre nú-meros e equações, fórmulas e mapas e textos, vamos tentando garantir aos alunos resultados provenientes de iniciativas de natureza cultural e pedagógica que lhes proporcionem mais que aprendizagem, mas segu-rança em experiências coletivas que os encorajem a sonhar e voar, voar alto. E, naturalmente as respostas começam a se delinear... Mas, para quem educar é meio sinônimo de filosofar no sentido de pensar a edu-cação como forma de planejamento e reflexão constantes, as respostas não parecem uma necessidade imediata... Válidos são os meios, os nossos meios. As nossas aulas, armadas de tecnolo-gia ou de quadro e giz, são as nossas aulas. É bom escrever uma crônica da satisfação de mais uma aula.

Selma Botazini Pereira Mestre em Letras Professora de Língua Portuguesa para Ensino Médio no Colégio Imaculada Conceição – Machado/MG

Em nossas reuniões pedagógicas, a maior preocupação são os meios de desenvolver aulas que possam estabelecer referências interdisciplinares e situações de aprendizagem para a verdadeira construção de cidadãos “extramuros escolares”.

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Gestão Escolar

Biblioteca Escolar não é depósito

“Temo o homem de um livro só” (São Tomás de Aquino).

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Quem é que nunca ou-viu as frases: “Che-gou atrasado? Vá para a biblioteca!” ;

“Não fez a tare-fa? Manda para a

biblioteca!”; “Levou advertência? Já para a biblioteca!”

Infelizmente, todos nós já ouvimos pelo menos uma delas. Ora! Biblio-teca não é depósito! Não é um lugar para ser tratado com desdém. Quem trata um “santuário” literário dessa forma, jamais poderá mencionar o tão conhecido comentário: “Meus alunos não gostam de ler!”. Claro que não gostam!

Alguns estão tão acostumados a encarar a biblioteca como um refúgio para os atrasos ou uma sala de espera para o próximo horário de aula, que até se esquecem de que ali, naquele mesmo lugar, eles podem encontrar um mundo de conhecimento infinito.

Imagino, no caso de uma cena dessas, a decepção da bibliotecária que, por amor aos livros, concluiu seu curso de Biblioteconomia. Isso mesmo! Bibliotecárias são formadas, conhecem autores, histórias, sabem muito bem a explosão cerebral que um conto, uma crônica, uma poesia, uma biografia podem causar na vida de um leitor, principalmente do leitor iniciante. Sem contar na entediante e incansável missão que elas têm de classificar, indexar e catalogar um livro, no compromisso e na respon-

sabilidade de indicar o livro certo para a idade certa, já que estamos colaborando para a formação de um ser humano.

Escolas que tratam a biblioteca como coletivo de livros, como casa de sonhos, como meio de transporte que leva o leitor para dar a volta ao mundo sem sair do lugar, merecem o meu respeito e o meu muito obrigada, afinal, biblioteca não é depósito!

“No Egito, as bibliotecas eram chamadas ‘Tesouro dos remédios da alma’. De fato, é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras” (Jacques Bossuet).

Tatiana Vieira Professora do 5ºB CMI/DF Formação em Magistério e Letras

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Gestão Escolar

Biblioteca Escolar

“Para melhorar a qualidade do ensino, faz-se necessário despertar em nossos alunos o gosto pela leitura”.

A missão da biblioteca escolar é dar o apoio necessário a toda a comunidade escolar: alunos, professores e demais colaboradores.

Sendo de livre acesso, ela é a base para a formação de leitores, dispo-nibilizando material bibliográfico e acadêmico que atenda aos objetivos da escola para todos os segmentos. Biblioteca não é um depósito de livros.

Para melhorar a qualidade do en-sino, faz-se necessário despertar em nossos alunos (crianças e adolescen-tes) não somente o hábito de leitura,

mas principalmente o gosto por ela. Portanto, deve-se implementar estra-tégias que induzam ao uso frequente da biblioteca.

Devemos formar leitores críticos e aptos para acompanharem as mu-danças que têm ocorrido no que diz respeito, principalmente, à quantida-de de informações simultâneas que recebem diariamente. Com a evolução da tecnologia, principalmente da in-ternet, nossos alunos diminuíram sua frequência à biblioteca e, consequen-temente, da leitura de livros.

O papel da biblioteca (bibliotecá-rios), hoje, é ajudar essas crianças e

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jovens a trabalhar com todas essas informações, diferenciando o que é de relevância e o que é descartável.

A biblioteca escolar deve ser uma extensão da sala de aula, bem como de sua casa. E, para isso, faz-se neces-sário que o profissional da biblioteca interaja e atue mais diretamente com o seu público alvo, que são as crianças e adolescentes, e com os professores, para que possam usar o espaço da biblioteca para dar continuidade à sua aula.

Precisamos nos preocupar em in-centivar e oferecer espaços adequados e oportunidades para nossos alunos; para isso são necessárias algumas estratégias:

Disponibilizar espaço adequado para receber os alunos;

Separar as coleções por faixa etá-ria com etiquetas coloridas para diferenciá-las de forma mais fácil, visual e lúdica;

Agrupar livros por coleções e/ou autores;

Trabalhar a oralidade da criança através do reconto do livro;

Promover a hora do conto.A fascinante viagem propiciada

pela leitura é uma propriedade in-trínseca através de livros de literatura, os quais induzem a criatividade e aguçam a imaginação dos alunos, levando-os a interpretações diferen-ciadas de uma mesma leitura.

É preciso resgatar a leitura conven-cional de livros clássicos e modernos, mesmo diante da competição acirra-da com as novas mídias sedutoras, sendo o ideal uma utilização simul-tânea e ponderada desses recursos.

Nesse contexto, a biblioteca Madre Carmen Sallés, do Colégio Imacu-lada Conceição (Machado), tem se empenhado para atender as novas tendências conceituais no que tange à Biblioteconomia e à Tecnologia da Informação.

Rosa Maria Brassi LuccasBibliotecária (CRB 2103/MG). Colégio Imaculada Conceição - Machado – Minas Gerais

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Gestão Escolar

Liderar de forma responsável e

compartilhada

É importante que pensemos que muitos fatores relacionados à ação de liderança na gestão escolar devem promover, de forma responsável e compartilhada, todo o trabalho.

Este ano, realizamos em nossa escola um estudo sobre a liderança de edu-cadores. Refletimos como deve ser um educador líder e como pensar sua prática

pedagógica enquanto gestor que realiza seu trabalho preocupado em promover o crescimento da equipe e o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos.

Segundo a autora Heloísa Luck, o trabalho dos gestores escolares (educadores) se assenta sobre sua capacidade de liderança, isto é, de

influenciar a atuação de pessoas para o trabalho, a aprendizagem e construção de conhecimentos, e tem em vista que a gestão se constitui em processo de mobilização e organiza-ção do talento humano para atuar de forma compartilhada na promoção dos objetivos educacionais.

O trabalho escolar é grandioso e complexo e, para desenvolver o mesmo com eficácia, é necessário desdobrar o conceito de liderança em espaços e momentos de co-liderança, ou seja, o compartilhamento com outros profissionais do espaço e opor-

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Cont

inua

tunidade de influência sobre todos os membros da comunidade escolar. É preciso deixar bem claro que toda a comunidade escolar é protagonista e responsável pelo trabalho que deve ser realizado.

Heloísa Luck afirma que muitos profissionais que assumem cargos diversos devem compreender a li-derança como promotora de uma cultura educacional proativa, sinérgica e voltada para a aprendizagem, pois o ensino de qualidade demanda de uma escola diálogo, confiança, trabalho em equipe, empatia, autenticidade, amor pelo trabalho, entre outros. Estes são os componentes da liderança de um gestor educacional, que deve ser compartilhada com responsabilidade no ambiente escolar.

Luck apresenta alguns elementos que emergem como características de atuações de liderança efetiva:

Influência sobre pessoas, a partir de sua motivação para uma ativi-dade;

Propósitos claros de orientação, assumidos por essas pessoas;

Processos sociais dinâmicos, inte-rativos e participativos;

Modelagem de valores educacio-nais elevados;

Orientação para o desenvolvimen-to e aprendizagem contínuos.

“Liderança é um conjunto de fato-res associados, como por exemplo, a dedicação, a visão, os valores, o entu-siasmo, a competência e a integridade expressos por uma pessoa que inspira os outros a trabalharem conjuntamen-te para atingirem objetivos e metas coletivos e se traduz na capacidade de influenciar positivamente os grupos e inspirá-los a se unirem em ações comuns coordenadas” (Luck, Freitas, Girling e Keith,2006, p. 33).

Observamos assim que somos “responsáveis pela maneira como nos deixamos liderar. Não depende ape-nas do líder, mas também do liderado, que espécie de liderança aceitará” (GRUN, 2006, p. 105). Portanto, lí-deres e liderados se complementam.

Heloísa Luck apresenta algumas dimensões de liderança:

A Liderança Transformacional: é orientada fortemente por va-

lores, integridade, confiança e um sentido de verdade, comungado por todos em uma organização, que ofe-recem uma visão transformadora de processos sociais e da organização como um todo.

A Liderança Transacional: fo-caliza muito mais as interações das pessoas e estilos de relacionamento mantidos por elas, como forma de promover a unidade da organização e melhores condições de realização de seus objetivos.

A Liderança Distribuída: esta liderança situa-se no contexto das organizações de gestão democrá-tica, em que a tomada de decisão é disseminada e compartilhada pelos participantes da comunidade escolar, e em que as pessoas têm liberdade e sentem-se à vontade para agir criativamente, a fim de pro-moverem a realização dos objetivos da organização.

Luck apresenta as atitudes de pes-soas que expressam comportamento de liderança como:

Aceita desafiosPossui autoconfiança, autocon-

trole e autodeterminaçãoPossui comprometimento e de-

dicaçãoEmpatia e gosto pelo trabalhoApresenta iniciativa, inteligência

emocional e socialPossui maturidade social e psico-

lógica e entusiasmoTem motivação e perseverançaÉ persistente e empreendedoraSabe trabalhar em equipe, possui

entusiasmo e resiliênciaÉ flexível, possui espírito de equi-

pePossui expectativas elevadas e

tolera desafios A teoria de estilos de liderança

baseia-se na ênfase que o poder ou é centralizado ou é distribuído no ambiente de liderança. Um ambiente de liderança pode ser autocrático ou

democrático. O ambiente autocrático, como apresenta Heloísa Luck, possui como característica o fato do dirigen-te centralizar a tomada de decisão e assumir uma liderança de forma individual e imbuído de sua verdade. Ele é o guia, o condutor. O líder atua como pensador e planejador. É um estilo mais orientado para a eficiência que para a eficácia. E o ambiente de-mocrático é baseado na participação e tomada de decisão compartilhada, seguida de ações colaborativas, em que, em equipe, os membros da orga-nização assumem responsabilidades conjuntas pelo seu desenvolvimento e realização de objetivos elevados. Este estilo é marcado pelo fortalecimento da escola como um todo.

Podemos pensar então como que-remos nosso ambiente de trabalho. É importante que pensemos que muitos fatores relacionados à ação de liderança na gestão escolar devem promover de forma responsável e compartilhada todo o trabalho, com objetivos claros e precisos e envolver toda a equipe de educadores.

A equipe de educadores deve ser uma equipe de lideranças, que conhe-ça bem a natureza de seus trabalhos e deve atuar no sentido de promover um trabalho que possa ampliar os horizontes das pessoas que atuam e estudam na escola e mostrar qual a responsabilidade de cada um na atividade que realiza.

“Áspero é o caminho da apren-dizagem... Mas dessa experiência pessoal resulta a suavidade da exis-tência.” (Herrigel, 1983, p. 57)

(Referência: LUCK, Heloísa. Lide-rança em Gestão Escolar. Petrópolis, Vozes, 2008.)

“Tratar de educar? Porta-te como sábio médico e como carinhosa mãe. Trato maternal e rigor, tratando de harmonizar ambos. Este deve ser nosso princípio de autoridade”

(Santa Carmen Sallés)

Rosangela G. de O. SantosPedagoga (Universidade de Santo Amaro; Pós Graduação em Metodolo-gia do Ensino de Filosofia e Sociologia pela Uniasselvi; e Curso de Formação em Teologia pelo IntelSé)Diretora Pedagógica e Coordenadora de Pastoral do C.E. Recanto Betânia.

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Escola Santa Carmen Sallés

Inaugurada em agosto de 2014, no bairro paulistano da Freguesia do Ó, a Escola Santa Carmen Sallés é uma obra social Concepcionista com o intuito de prestar auxílio sócio-educativo às crianças, proporcionando-lhes melhores condições de desenvolvimento integral.

Ação Social

No dia 12 de agosto de 2014, mais uma obra Concepcionista foi inaugurada em São Paulo para realizar a missão de evangeli-

zar através da educação preventiva. É a escola Santa Carmen Sallés - situada no bairro da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. A obra é uma filial do Colégio Maria Imaculada, do bairro Paraiso em São Paulo.

Trata-se de mais uma obra social Concepcionista voltada especialmente para o atendimento a crianças caren-tes a partir de dois anos e meio de idade, cujos pais não têm onde deixar seus filhos, por motivos de trabalho. Inicialmente atenderá somente as crianças de 2 e 3 anos, mas a proposta

é oferecer educação das crianças até o 5º ano do Ensino Fundamental, após a ampliação que deverá ser realizada a partir de janeiro de 2015.

A Escola Santa Carmen Sallés destina-se a prestar auxílio sócio--educativo às crianças, proporcionan-do-lhes melhores condições de de-

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Escola Santa Carmen Sallés:Rua Dr. Domingos Freire, 209, Parque Itaberaba, São Paulo – SP Tel: (11) 5083-0941

Integração em Revista

senvolvimento integral nos aspectos afetivo, espiritual, intelectual, social e educacional, além de orientação e apoio sócio-familiar.

No atendimento às crianças a Ins-tituição oferece:

Apoio efetivo e emocional;

Orientação sobre os cuidados com a saúde;

Desenvolvimento social, espiritual e intelectual;

Integração da família no processo educativo da criança.

Com a formação das educadoras dentro da pedagogia de Santa Car-men Sallés, busca-se que as crianças desenvolvam sua autonomia, criati-vidade e cresçam de forma saudável para que sejam pessoas melhores, segundo o projeto de Deus para cada uma. De acordo com a Proposta Educativa Concepcionista partimos do princípio de que cada criança é única

e traz em sí um potencial que pode ser desenvolvido para ser uma pessoa melhor. É preciso ir descobrindo suas capacidades e estimulando-as no crescimento a partir das pequenas cir-cunstâncias que o dia a dia da escola proporciona. É notável o crescimento obtido pelas crianças nesses quatro primeiros meses de funcionamento da Escola Santa Carmen.

A escolha do local considerou a necessidade da região para atender crianças de baixa renda e ajudar as famílias na educação dessas crianças. Desde o seu início procura-se contar com a parceria das famílias, condição indispensável para que ocorra o de-senvolvimento esperado das crianças. Sabemos que quanto mais sintonia houver entre família e escola, maior será a possibilidade de sucesso na educação que desejamos.

Desde o início a Obra teve plena acolhida no bairro, tanto pelas famílias que procuraram matricular seus filhos como os moradores da vizinhança, que logo se dispuseram a oferecer sua colaboração. Um apoio fundamental

foi o que obtivemos da Paróquia dos Santos Apóstolos, especialmente do Pe. Toninho, que muito estimulou o processo inicial dessa obra, que está no coração de todos os envolvidos.

As reuniões com os pais, as ativi-dades realizadas até agora, todo o processo de gestão revelam que a obra está em processo seguro de implan-tação e que conta com a intercessão constante de Santa Carmen Sallés, que revelava uma predileção especial pelas crianças a quem considerava: “um pedacinho do cena terra.”

Certamente sabemos que há muito ainda por fazer, e que são inúmeras as crianças que ainda não tem a opor-tunidade de frequentarem uma boa escola, mas seguimos na certeza de que esta é uma obra que atende ao apelo de Jesus: “o que fizerem a um desses meus irmãos mais pequeninos é a mim que estão fazendo”.

Desejamos que todos os engajados nesta nova missão possam receber a cada dia a inspiração divina para con-tinuarem a missão iniciada por Santa Carmen Sallés que dizia:

“A educação é o apostolado pró-prio das Concepcionistas. Esta voca-ção exige valorizar em alto grau esta missão e preparar-se para realizá-la melhor a cada dia”.

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Tecnologia

A vida escolar napalma das mãos

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A Rede Concepcionista de Ensino lança aplicativo para permitir que os pais de alunos acompanhem o desempenho escolar de seus filhos em smartphones e tablets: o “Concepcionistas Mobile”. Previsão de lançamento em toda a Rede é para o começo de 2015.

Você conseguiria ficar sem celular duran-te um dia inteiro? Já imaginou como seria passar diversas horas do dia – principalmen-

te se estiver na rua, sem contato com qualquer PC ou telefone fixo – sem ver mensagens, acessar e-mails e falar com quem precisa? Para muitas pes-soas isto seria quase impossível, dada a importância que os celulares, em especial os smartphones, passaram a ter na vida de muita gente.

Diante da correria do dia a dia, estes pequenos aparelhos móveis aca-baram facilitando a vida de muitos, ao permitir que eles façam determinadas tarefas no caminho para o trabalho, por exemplo, agilizando assim suas pendências. Há tempos que já é pos-sível usar o celular para pagar uma conta, fazer compras, responder os e-mails, entre inúmeras outras opções proporcionadas pelos smartphones e seus famosos aplicativos.

Os brasileiros sabem bem disso. De acordo com uma pesquisa realizada pela revista Time, mais da metade dos usuários de smartphones no Bra-sil estão viciados nesta tecnologia. A pesquisa ainda mostra que, do total de brasileiros entrevistados, 58% dis-seram verificar se há novas notifi-cações no celular a cada 30 minutos, enquanto que 35% faz essa checagem a cada 10 minutos. O levantamento também revela que o lugar fa-vorito para os brasileiros utilizarem seus aparelhos móveis é no transporte pú-blico (68%). O Brasil já é o quarto país em número de smartphones do mundo (70 milhões), de acordo com a consultoria Morgan Stanley.

Mas os brasileiros não usam seus celulares apenas para entretenimento. Muitos acreditam que estes eletrôni-cos também podem ser usados para melhorar serviços como saúde, educação e segurança. E, justamente pensando nestas utilidades, que vão muito além do entreter, a Rede Concepcio-

nista de Ensino do Brasil acaba de lançar o “Concepcionistas Mobile”, um aplicativo de celular que permi-tirá aos pais de alunos dos colégios Concepcionistas acompanharem o desempenho de seus filhos em ta-blets ou smartphones com Sistema Android (versão 4.0 ou superior), primeiramente.

Desenvolvido pelo programador de sistemas da Sede Provincial, Cristiano de Paula, o aplicativo foi lançado em

novembro de 2014, primeiramente para os pais de alunos do Colégio Maria Imaculada, em

São Paulo. “Durante este período, fase de teste, os pais dos educan-dos foram utilizando e avaliando o aplicativo, apresentando sugestões e críticas e assim contribuindo para aperfeiçoá-lo e aprimorá-lo. Já no começo de 2015, o ‘Concepcionistas Mobile’ será lançado para todos os colégios Concepcionistas do Brasil”, afirma Cristiano.

Para acessar o aplicativo, basta bai-xá-lo gratuitamente na loja do Google e informar o login e a senha (que são enviados por e-mail ou também podem ser solicitados na secretaria do colégio). Em seguida o aplicativo já remete os pais de alunos à página de seu(s) filho(s) que estuda(m) na instituição.

O “Concepcionistas Mobile” dis-ponibiliza as seguintes informações:

Boletim de notas e faltas dos alu-nos;

Ocorrências do aluno;Tarefas registradas pelos profes-

sores no site;Calendário de provas e atividades

registrado no site;Links para acesso direto às páginas

do facebook, twitter, youtube e site do colégio.

Portanto, em 2015, os pais de alunos dos colégios Concepcionistas do Brasil já poderão acompanhar o desempenho escolar de seus filhos na palma de suas mãos e assim ampliar ainda mais o conhecimento sobre

eles, graças a essa agilização da comunicação escola-família, proporcionada pelo aplicativo. Afinal, a escola é uma grande colaboradora da família na educação, mas são os pais os primeiros e mais duradouros educadores na vida de seus filhos, acompanhando e orientando o que eles fazem.

Em breve, o “Concepcionistas Mobile” terá também versão para o Sistema IOS (iPhone e iPad). Aguarde!

Mariana da Cruz Mascarenhas Jornalista e ex-aluna do CMI (SP)

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Reflexão

Perfil do Educador Concepcionista

“Estamos, entre nós, educadores, dividindo um dos maiores e mais importantes bens: a função de formar um cidadão de acordo com os princípios evangélicos” .

Outubro, mês do pro-fessor, época de re-pensar a vocação! De fazer um “balanço” da vida profissional. Será que estou indo

bem? Qual será a lembrança que es-tou deixando para meus alunos? Será que “plantei” coisas boas no coração de cada um deles? Será que segui a Palavra de Deus em todos os momen-tos fáceis e difíceis? Várias dúvidas surgem nessa época. Fazer um exame de consciência faz bem para a alma.

Será que fui, que sou um educador Concepcionista?

Com os alunos e com a família

Quem é que nunca ouviu dizer que aluno é reflexo de professor?

Alguns educadores se esquecem de que são exemplos, espelhos. De-monstrar ao seu aluno que você é uma pessoa que gosta do que faz, que crê em Deus, que “vive” a Igreja e que, principalmente, pratica o que ensina,

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torna-se extremamente necessário quando se é um Educador Concep-cionista de verdade.

Faz-se necessário, também, de-monstrar tudo isso em seu relacio-namento com os colegas de trabalho e no comportamento diante de seus alunos.

O verdadeiro Educador Concep-cionista sabe que o aluno não é seu ou de outro(a) professor(a), e sim da escola, portanto, todos os educadores são responsáveis por esse aluno, seja ele de sua turma ou de outra.

O Educador Concepcionista traz a sua família para dentro da comuni-dade escolar, pois o trabalho, de tão agradável, torna-se extensão de sua casa. Além de trazer a sua família, ele também traz a família de seu aluno.

Com os colegasde trabalho

Colega de trabalho, amiga(o), companheira(o), parceira(o), não im-porta o título. O importante é o elo que deve existir entre os educadores, principalmente entre aqueles que di-videm turmas. Somos seres humanos, imperfeitos, às vezes (ou muitas vezes) impacientes, mal-humorados, donos da razão, superiores, perfeccionistas.

Defeitos muito comuns entre qual-quer pessoa, até mesmo àqueles que não receberam a difícil e prazerosa missão de educar e de participar da formação de uma pessoa, no caso, de um aluno.

De acordo com o dicionário Auré-lio, PARTILHA quer dizer:

• Divisão de bens, de herança, de lucros, etc;

• Quinhão;• Dote; atributo;Qual será o significado que melhor

se aplica quando o assunto é o perfil do Educador Concepcionista?

Não precisamos pensar muito para descobrir que é divisão de bens. Bens especiais e não materiais. Estamos, entre nós, educadores, dividindo um dos maiores e mais importantes bens: a função de formar um cidadão de acordo com os princípios bíblicos. Para ser um Educador Concepcionista é preciso desapegar-se de melindres. Conversar ao invés de discutir. Ouvir

mais e falar menos também são exem-plos de partilha, pois espalha o bem e ajuda a tornar o seu local de trabalho o melhor lugar do mundo.

Educadores que são mesquinhos e egoístas, que agem como se somente a sua turma existisse, não têm perfil Concepcionista.

É preciso saber partilhar ideias com o colega que trabalha com você, sem medo de que ele “apareça” mais. Algumas pessoas são, por natureza, mais habilidosas ou mais criativas. Não tenha medo delas! Junte-se a elas, cresça e apareça também. Você tem muito a acrescentar na vida do outro. Não seja orgulhoso! Peça desculpas quando necessário. Acolha, abrace, sorria, converse, desabafe, partilhe.

É preciso ousar, ter segurança, não se acomodar e não se incomodar. Trabalhar em conjunto é uma fórmula Concepcionista provada e aprovada.

Dá certo! Experimente! Trabalhe junto de sua equipe! Não insista na ilusão de que, sozinho, você consegui-rá fazer mais vista perante a direção ou coordenação. Aliás, a Direção Concepcionista preza (e muito) o edu-cador que sabe trabalhar em parceria.

Transmita valores, mas lembre-se: só quem os tem é capaz de fazer isso com o coração.

O Educador Concepcionista não compete, divide. Ele não quer só para si o reconhecimento por um bom tra-balho, ele quer levar e gosta de levar

o nome da comunidade educativa com ele.

Com Deus

O Educador Concepcionista, mes-mo com tantos defeitos, tem que “vestir a camisa” do amor, da pa-ciência, da doação, da partilha e, é claro, da oração.

O mundo de hoje, como assisti-mos e ouvimos todos os dias, está cada vez mais contra nós, pois ele apresenta e oferece violência por todos os lados. Tenta levar o jovem para outros caminhos, como drogas, assaltos... e o educador, verdadeira-mente Concepcionista, não desiste! Ele enfrenta esse desafio. Ele conta com a mais poderosa de todas as armas: a fé em Deus.

Ele sabe quem foi Carmen Sallés e segue seus ensinamentos.

Ele ora, dá graças e louva a Deus todos os dias, inclusive com seus alunos.

Se o seu perfil tem: amor, fé, oração, parceria, alegria, sabedoria, insistência e partilha, parabéns, você é um legítimo EDUCADOR CONCEP-CIONISTA.

Tatiana VieiraFormada em Magistério e Letras. Pro-fessora do 5º ano B - Colégio Maria Imaculada - Brasília - DF

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Reflexão

Como viver um tempo novo

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“O que temos feito para ter um “tempo novo” e não um tempo velho, só pintado de novo, remendado às carreiras? O que podemos fazer para aproveitar cada momento, pintando nosso arco-íris, espalhando sementes do vir a ser, aproveitando cada momento simples e passageiro?”.

Sou só eu ou você também tem a sensação de, a cada ano, o tempo passar mais depressa? Lembro-me da minha infância, quando o Natal demorava um longo

tempo para chegar. Era uma espera, a qual tenho a sensação de tê-la questionado dia após dia aos adultos: “Ainda falta muito para o Natal?” Não era uma questão apenas de ficar à espera de presentes: minha família

nunca teve esse costume de trocar presentes nessa data. Também

não era o fato de o Natal ser no período de férias... Era uma

questão apenas de saber: Natal é sempre no final do ano; um novo tempo está para começar.

Hoje em dia, nem bem se pensa no início do ano e já estamos no seu fim. Parece um ciclo rápido demais: o mês se inicia, de repente já se passou o 15º dia e, num piscar de olhos, já estamos de novo no final do ano.

O ano de 2014 não foi diferente, pelo

contrário, sobretudo na questão escolar, foi

muito agitado: início de ano letivo, carnaval, mês

de maio, festas juninas, Copa do Mundo (sim, sobre-

vivemos a ela, apesar do 7x0!) férias ou recesso escolar, mês

vocacional, mês da Bíblia, mês missionário, feriados escolares, per-

meados por planejamentos, previsões orçamentárias, reuniões de encerra-mento do ano letivo e ops!... Natal de novo! Sem falar no calendário de avaliações, de atividades, reuniões com pais, professores e colabora-

dores, atividades da Igreja, projetos sociais, reuniões de amigos, visitas a familiares... Só de elencar assim já tira o fôlego! Se não nos dermos conta, o ano passa, como no dito popular, “por cima da cabeça”.

Sim, mais um ano está no fim. E o que ele teve de novo? Eu me lem-bro da poesia de Drummond: “Para ganhar um Ano Novo, (...) você, meu caro, tem de merecê-lo; você tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente”. O que temos feito para ter um “tem-po novo” e não um tempo velho, só pintado de novo, remendado às carreiras? O que podemos fazer para aproveitar cada momento, pintando nosso arco-íris, espalhando sementes do vir a ser, aproveitando cada mo-mento simples e passageiro?

Talvez você não tenha percebi-do, até eu não percebi. Mas já se passaram alguns minutos desde que estamos juntos nessa leitura. Logo já terão passado horas e, em pouco tempo, meses e anos. Daqui há um tempo não teremos forças físicas mais. Depois será um pouco tarde. Ainda terá o tempo em que existam pessoas mais qualificadas e mais dis-postas para fazer melhor.

O que importa é viver o mo-mento, intensamente. Não deve haver um descarte do passado, ele é história. Nem um dar de ombros ao futuro, ele é promessa. De tanta promessa, merece ser semeado, re-gado e cuidado. Ceifado no tempo certo. Um sorriso no rosto, olhar sereno, uma respiração bem funda para encarar a cada dia como se ele fosse único e especial, porque ele assim o é.

O tempo kronós passa rápido demais. O tempo kairós parece ser mais perene e menos tumultuado. Mas é preciso lembrar que o kairós se mistura ao kronós. Assim como no episódio da transfiguração, quando os bem-aventurados propõem a Jesus: “Armemos três tendas”, ou seja, vamos ficar nesse tempo kai-rós, favorável, tranquilo, Ele mesmo adverte: “Levantai-vos, não tenhais medo!”. Esse é um convite para voltar ao tempo kronós, é preciso descer a montanha, abrir-se e entre-gar-se à missão: o tempo favorável de ação é agora!

Ao invés de esperar um novo ano que venha pintado de novo, vamos à luta. “Experimente, tente, ‘cons-ciente’”! As cores do “ano velho” já conhecemos. Já temos uma ideia das cores que queremos para o novo tempo. Desafios sempre existirão. Coragem não deve faltar. Confiança em Deus e aquele sorriso no rosto, para derrubar as primeiras barreiras. Se falta chuva, se chove demais, se venta forte, se o sol é muito quente ou faz muito frio, não importa: as se-mentes estão em nossas mãos para se plantar um novo tempo. Vamos?

Eliel Silva Pedagogo; Assistente de Direção Administrativa ; Colégio Imaculada Conceição - Machado/MG

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A verdadeira mudança que o planeta precisa

“Se queremos mudança,

devemos parar para

refletir que a maior

mudança em todo o

planeta depende da

nossa conscientização da

existência do próximo.

Conscientização esta que

não se resume a uma

simples esmola oferecida

a um pedinte, mas sim

no discernimento dos

clamores e necessidades

daqueles que não têm o

básico para viver”.

O segundo semestre de 2014 foi um pe-ríodo bem agitado para o Brasil. Mal os brasileiros recupera-ram fôlego da trágica

derrota que a seleção brasileira sofreu contra a Alemanha – o inesquecível 7x1 – na fase das semifinais da Copa do Mundo e, algum tempo depois, eles já se viam diante da propaganda eleitoral gratuita, pensando em quem votar para senador, deputado estadual e federal, governador e presidente, nas eleições que aconteceram em outubro de 2014.

Algo que me intrigou muito ne-gativamente nestas eleições, espe-cialmente nos dias que antecederam a votação para segundo turno, foi a forma como os eleitores se atacavam nas redes sociais e até mesmo em protestos realizados na rua, onde cada um defendia seu candidato como se estivesse defendendo um time de fute-bol. As páginas do facebook pareciam torcidas organizadas de estádio em dias de jogos clássicos.

A situação foi apenas piorando, pois os níveis de xingamentos e ofen-sas entre internautas foi se agravando cada vez mais. Não era um discurso sobre política no qual cada um defen-dia seus argumentos sobre o porquê votar em determinado candidato, mas sim uma verdadeira jaula na qual os seres humanos deixaram aflorar seus comportamentos mais primitivos para simplesmente atacar os demais, usando como desculpa apenas o fato dos atacados apresentarem escolhas políticas diferentes das suas.

Um fator predominante que pode ter ajudado a fomentar toda essa agressividade verbal entre os eleitores

pode ser a t r i bu -í d o à própria f o r m a c o m o os candi-datos se r e f e r i am u n s a o s outros nas campanhas polít icas e nos debates. Num dado m o m e n t o destas cam-panhas, já não sabíamos mais as propostas de cada candidato, que transforma-ram os veículos de comunicação em verdadeiros ringues onde se atacavam acen-tuadamente.

Independente da esco-lha que fiz nas urnas, senti uma grande insatisfação por ambos os candidatos para presidente no segundo turno, dado o número de acusações que um insistia em fazer ao outro sem ao menos preocupar-se se aquilo era ver-dade ou não. Foi o atacar por atacar. É mais do que óbvio que, se estamos numa democracia, temos o total direi-to de saber o que nossos governantes estão fazendo para podermos escolher nossos candidatos e, se estão enga-nando o povo, devem pagar por isso. Mas o fato é que a chuva de ataques acabou virando um festival de ofensas sem deixar claras as propostas de cada

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A verdadeira mudança que o planeta precisa

candidato e o que realmente cada um fez de errado.

Esse mau exemplo dado pelos candidatos, portanto, pode ter contribuído e muito para influenciar seus eleitores, que praticamente declararam uma guerra política e, o que é pior, sem se embasarem em argumentos sólidos e verdadeiros para propor um debate articulador de ideias, este sim considerado um verdadeiro passo para a mudança do país.

“Mudança”: muito se falou nes-ta palavra durante estas eleições. “Acorda Brasil!”, “O país precisa mudar!”, “O gigante deve voltar a acordar!” Em meio a tudo isto, pro-ponho um questionamento reflexivo:

independentemente da escolha que fazemos nas urnas – e é claro que defendo uma escolha consciente na qual eleitores ao menos acompanhem o que seus candidatos estão fazen-

do – a mudança tão defendida pelos cidadãos brasileiros não deve ter seu ponto de partida em cada um de nós?

Eu sou a mudança

A palavra mudança deve envolver a todos, seu desejo deve pulsar

fortemente no coração de todos, incluindo aqueles que ainda não votam, ou melhor, espe-cialmente em quem ainda não vota, pois estes representam a geração futura que dará continuidade à existência de nossa sociedade. Mais do que nunca os jovens também

estão ligados a tudo o que acontece, especialmente no

mundo dos smartphones, que co-nectam tudo a todos e vice-versa,

a todo o momento. Por isso, se queremos tanta mudança,

porque nós não passamos a ser os protagonistas de nossos próprios anseios?

Falar em protagoni-zar mudanças pode parecer fácil, mas tornar essa afir-

mação uma rea-lidade é que são elas, pois quan-

tas vezes nós mesmos elabo-ramos listas e listas de tudo o que preten-demos fazer e , na hora

de realizar, ma l sa -ímos da primeira l i n h a .

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Cidadania

Então o que fazer? Várias regiões do

Brasil vêm sofrendo com um problema que está afetando a vida de muitos mora-dores: a crise hídrica, levando a um racio-namento de água em vários bairros, pois os reservatórios que os abastecem estão quase vazios, em razão da falta de chuvas.

É certo que não podemos culpar so-mente a natureza por este cenário e devemos entender que nós, seres hu-manos, também somos responsáveis pela falta deste importantíssimo recurso natural que é a água, ao agredir sua fonte, a mãe natureza; com desmatamentos e emissão de poluentes que contribuem para o aquecimento global. Isso sem falar na corrupção dos políticos gananciosos que desviam o dinheiro pago pelos trabalhadores na forma de impostos, dinheiro este que poderia ter sido utilizado na ampliação de sistemas de abastecimento, como a construção de mais reservatórios para contenção de água, por exemplo, mas acaba nos bolsos destes governantes para uso pessoal.

Nunca se falou tanto em econo-mia de água como agora. O incentivo a atitudes como não deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes ou lavar as louças, tomar banhos rá-pidos, não lavar calçadas e nem auto-móveis com mangueiras, reaproveitar a água da lavagem de roupas e dos banhos, etc vêm ganhando espaço na mídia diariamente. Atitudes estas que já deveriam há tempos – mesmo sem o risco da falta de água – serem obrigatórias na vida dos cidadãos, mas acabam não sendo em razão da falta de algo fundamental para iniciarmos a mudança: o amor e a compreensão ao próximo e a tudo que nos cerca.

De acordo com dados recentes da Agência Reguladora de Saneamento

e Energia de Estado (Arsesp) somente o Estado de São Paulo desperdiça quase um trilhão de litros de água por ano. É certo que, deste total, 32,1% são provenientes de falhas técnicas, tais como vazamentos em redes de distribuição – o que revela um panorama muito grave em rela-ção à falta de manutenção dessas redes – mas a quantidade de água que o ser humano desperdiça no dia a dia também é muito preocupante.

Enquanto isto, cerca de 783 mi-lhões de pessoas no mundo não tem acesso à água potável, de acordo com a ONU. No Brasil, o número de brasileiros que não têm acesso ao abastecimento de água regular e de qualidade chega a 77 milhões. Isso num país que detém de 12% de toda a quantidade de água doce do mundo.

Portanto, se queremos mudança, devemos parar para refletir que a maior mudança em todo o planeta está na nossa conscientização da existência do próximo. Conscien-tização esta que não se resume a uma simples esmola oferecida a um pedinte, mas sim no discernimento dos clamores e necessidades daque-les que não têm o básico para viver, enquanto muitos de nós possuímos além do que precisamos e não damos o devido valor desperdiçando-o.

Isto não vale apenas para a falta d’água, mas também para a escassez

de alimentos em fa-mílias pobres, ocasio-nada não necessaria-mente pela falta de recursos e sim pela desigualdade social e pelo desperdício alimentar. De acor-do com informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mais de 1 bilhão de toneladas de alimen-tos são desperdiça-das no mundo por ano. Diante deste cenário, não é mo-mento de pararmos para pensar quantas

vezes nós desperdiçamos comida, simplesmente por gula, e por que não começar a mudar este hábito?

E quanto ao consumismo? Quantas vezes já torramos dinheiro em roupas, sapatos e eletrônicos sem mesmo precisarmos? Será que alguma vez paramos para pensar que nos basti-dores das grandes marcas produtoras destes itens, existe um grande número de trabalhadores sendo explorados e traficados para trabalhar incontáveis horas diárias ganhando uma miséria para isso?

Enfim, a conclusão que se pode tirar é que antes de exigirmos mu-dança, devemos começá-la em nós mesmos para servirmos de exemplo aos demais. E se não estamos satisfei-tos com os nossos governantes, que acompanhemos seus atos e ilegalida-des para discutirmos e reivindicarmos por nossos direitos, sem a necessidade de humilhar e ofender ninguém. Que a partir de agora possamos começar a ser a verdadeira esperança deste planeta, inspirados nas belas e sábias palavras do Papa Francisco:

“A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumar com o mal, e sim vencê-lo”

Mariana da Cruz Mascarenhas Jornalista e ex-aluna do CMI (SP)

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Futuros políticos

Com o intuito de preparar os alunos para atuarem futuramente na vida social e política brasileira, educadoras do CIC de Passos realizam atividades como simulação de votação e debates entre os estudantes.

É nítido, em nosso país, um certo desinteresse e des-conhecimento envolvendo política e atividades dos governantes. De acordo com a pesquisa da Secre-

taria Nacional da Juventude (SNJ), 38% dos jovens entre 15 e 29 anos não gostam e não se envolvem com política. Apenas 54% acreditam na sua importância para a sociedade.

É nítido o despreparo dos candi-datos que, ao invés de discutirem propostas de governo, nos debates e campanhas, atacam-se mutuamente. Diante desse fato, acreditamos ser papel dos pais e da escola começar a politizar as crianças.

Uma das formas de conscientizar e formar nas crianças e jovens o papel de cidadãos, é incentivá-los, desde cedo, a acompanhar os noticiários da TV para saber o que se passa no mundo. Nos conflitos diários em família, aprender a negociar e ceder, respeitar e se fazer respeitar. Nos lugares públicos, manter as normas

cial e política brasileira, é preciso que ela seja estimulada a desenvolver na escola, conhecimentos e habilidades para a formação do convívio social.

Pensando nisso, nós, professoras dos 5º anos Alfa e Beta do Colégio Imaculada Conceição, durante os meses de setembro e outubro de 2014, trabalhamos em nossas aulas de Geografia e História, atividades relacionadas ao plebiscito, ocorrido no dia 05 de outubro do mesmo ano.

As atividades foram realizadas du-rante as aulas, por meio de debates, e incentivo aos alunos(as) para que os mesmos assistissem aos debates com a família e discutissem as propostas dos candidatos. Foram observadas as atitudes dos alunos durante a expo-sição de seus pareceres e de ideias. Conversamos sobre o trabalho das pessoas envolvidas durante toda a campanha eleitoral e a importância para a sociedade, principalmente do mesário. Como faríamos o plebiscito, realizamos uma votação na sala, a fim de que cada aluno colocasse sua pro-

e fazer valer os direitos e jamais julgar ou assumir atitudes de preconceito. É necessário preservar e manter atitudes respeitosas com o bairro e com as pessoas do mesmo.

Para que a criança futuramente tenha condições de atuar na vida so-

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Cidadaniaposta para ser votada como mesário e representante da classe.

Todos se envolveram e se dedica-ram muito, foi muito gratificante ver aquele aluno, que durante meses dizia que não gostava de política, defender seus interesses e o interesse do povo brasileiro, questionar e se fazer ouvir sobre assuntos antes considerados chatos, desinteressantes e de adultos.

Para encerrar, no dia 03 de ou-tubro, aconteceu o plebiscito com a participação de alunos com tão pouca idade, mas com tamanho conheci-mento de causa. Momento de dever cumprido e satisfação garantida, por ter feito o papel de cidadão.

A sensação de ver em nossos alunos(as) a alegria de saber que eles são realmente importantes para o fu-turo do nosso país e o contentamento da nossa profissão como Educadoras Concepcionistas não tem preço. É ver em nossas mãos o futuro de um país, que necessita de bons líderes, a fim de estabelecer a real democracia.

Seguem alguns depoimentos de alunos que participaram das

atividades:

“Foi uma experiência maravilhosa! Eu adorei sentir na pele como brasilei-ra e cidadã o que é uma democracia justa e honesta. Para nós mulheres o voto foi uma grande conquista. Gosto muito das matérias de História e Geografia, então eu adorei a expe-riência” Maria Paula Soares Godoy - 5º Ano Alfa.

“Gostei muito de ser mesária. Confesso que na hora não acreditei quando quase todos votaram em mim, no segundo turno. Mas fiquei muito feliz, pois quando eu crescer, quero ser convocada para ser mesária. Assim posso fazer parte da democra-cia do nosso país” Anna Emannuella – 5º Ano Alfa.

“Como eu acredito que a melhor forma de governo é a democracia e sendo a eleição o fato mais impor-tante, como futuro cidadão brasileiro, acredito que ser mesário em uma eleição é um privilégio e uma honra para o desenvolvimento do sistema democrático” João Guilherme Ma-cedo – 5º Ano Alfa.

“Nas nossas aulas de Geografia, eu gostei muito do plebiscito, porque nós votamos como os adultos e nós tivemos uma mesária e fizemos um debate sobre tudo isso” Eduarda Reis Pereira Teófilo – 5º Ano Alfa.

“Eu achei muito legal, porque eu votei e fiz um título de eleitor, tam-bém gostei porque a professora expli-cou tudo sobre a matéria” Augusto Henrique Marchiodi - 5º Ano Alfa.

“Eu gostei, sempre quis saber como funcionavam as eleições e os debates e nessas aulas eu aprendi como tudo funciona. Nós confeccio-namos um título de eleitor, fizemos debates em nossas aulas, votamos e depositamos o nosso voto em uma urna, depois ganhamos um compro-

vante de votação, pois se tiver o 2º turno precisamos dele para votar de novo”. Ana Luiza Gomes Silveira – 5º Ano Alfa.

“Gostei muito das eleições, fize-mos uma urna, um debate e aí teve a eleição, tínhamos título de eleitor, mesárias e até comprovante de voto. Depois teremos o segundo turno” Felipe Mosbacher Azevedo – 5º Ano Alfa.

“Gostei de ser mesária, porque pude saber como e qual é a função dela e saber o quanto é importante para as pessoas terem o direito de escolher o seu candidato” Ana Clara Jarreta – 5º Ano Beta.

“Agora é a vez das crianças vota-rem também! Achei a atividade de votação feita pelos alunos ótima, pois aprendemos sobre como era feito o voto, sobre os direitos de votar e como é a sensação de estar escolhendo um novo futuro para o meu país. Eu ado-rei votar!” Sofia Angeluni Faria de Alcântara Dias – 5º Ano Beta.

“Eu achei ótima essa experiência de votar na minha escola, foi super democrático, teve mesária, título de eleitor e, sempre que eu pude, assisti aos debates dos candidatos pela TV. Com o voto secreto ninguém fica te incomodando e, na apuração, achei que ganharam aqueles que foram os melhores candidatos para a nossa sociedade” Júlia Andrade Amin – 5º Ano Beta.

“A experiência que tivemos foi muito interessante, porque nos mos-trou um pouco da realidade, nos ensinou a ter democracia e nós não fomos pressionados a votar em nin-guém. Essa votação nos fez pesquisar cada candidato e escolher o melhor na nossa opinião para um futuro me-lhor (mesmo esta votação não tendo valor)” Pedro Barros Lemos – 5º Ano Beta.

Márcia Maria da Silva Vieira Eliane Melo

Professoras - Colégio Imaculada Con-ceição - Passos (MG)

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Simulandouma eleição

Com o intuito de estimular o interesse em política e, além disso, demonstrar como é e como já foi o processo da votação brasileira, os alunos do CMI (RJ), orientados pela Professora de Informática, participaram de uma simulação eleitoral.

Sob a orientação da Pro-fessora Daiana Tureta, os alunos do Fundamental I participaram de uma votação onde todos eram candidatos e estariam li-

vres para votar em quem quisessem. Cada estudante, ao entrar na “zona eleitoral”, deveria assinar a lista de presença, sentar-se em frente à urna e digitar o número do seu candida-to – numeração que fora fornecida anteriormente pela professora. Ao

digitar na tela, o eleitor deveria aguar-dar a foto do seu escolhido e somente depois confirmar o voto. A contagem de votos foi secreta e anunciada horas depois.

Na Educação Infantil, aconteceu um pouco diferente, pois os alunos deveriam eleger um mascote que representasse a Educação Infantil. Os candidatos foram: Pipo (um cachor-ro), Pingo (um pinguim), Filó (uma coruja) e Tecla (um canguru- fêmea) Cada aluno se apresentou em frente

à réplica da urna, feita com papelão, escolheu uma cé-dula com a imagem do seu candidato e a depositou na caixa. Foi eleita a candidata Tecla!

Sabemos que nenhum deles têm por obrigação votar, mas achamos im-portante estimular a cons-ciência e as atitudes de um bom cidadão. Além de demonstrar-lhes o quanto é fundamental a serenidade

na hora da escolha, pois o candidato eleito se tornará o representande de um grupo até o término das aulas.

A maior gratificação foi verificar o interesse e a motivação dos estu-dantes em querer participar e a total preocupação em não anular ou votar em branco, pois eles compreenderam que todos os eleitos dependeriam de cada voto recebido e que são capa-zes de fazer a diferença em qualquer situação, seja em uma simulação ou a futura eleição oficial daqui há alguns anos.

Daiana TuretaProfª de Informática e Webmaster Colégio Maria Imaculada - Rio de Janeiro - RJ

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Psicologia

Pai, eu já posso comer sozinho

Para se desenvolver de for-ma integral, o indivíduo necessita ser estimulado, ainda criança, a aprender a fazer escolhas, tomar atitudes e refletir sobre

seus atos. Com o intuito de que esse desenvolvimento seja pleno, é importante que os adultos estejam dispostos a auxiliar nesse processo de descobertas e maturação do in-divíduo.

Um ser autônomo é capaz de realizar tarefas, fazer escolhas e autoavaliar suas ações, conseguindo estabelecer um pensamento de certo e errado, vinculados à moral e à ética. Junto a esse desenvolvimento da au-tonomia, outras atitudes, tais como, a responsabilidade, a autoescolha e a autoliderança são estimuladas e firmadas pelo próprio ser como algo coerente a ser desenvolvido.

Ao estimular a evolução da crian-ça, o adulto não se torna menos importante, ao invés disso, torna-se um exemplo para que a criança siga seus passos e estabeleça relações de confiança e amizade. A tarefa do adulto passa a ser a de propor mo-mentos privilegiados de conquistas, descobertas e superação.

É essencial sempre mostrar aos pequenos que muitas vezes são ne-cessárias várias tentativas até alcançar o êxito. É um momento importante para o desenvolvimento do aprendiz, que se torna cada vez mais capaz de tentar, desenvolvendo suas potencia-lidades, estimulando-se diariamente e, por fim, sentindo-se capaz.

Ao ir à escola, a criança passa por um processo de adaptação social e cultural, pois sai de seu ambiente fa-miliar e parte em direção à porta do conhecimento do mundo.

Esse é um momento crucial para a criança, para a família e para a escola, pois todos têm um papel fundamental nessa fase da vida. Principalmente, por ser nessa primeira fase o processo de construção da personalidade sau-dável, que só é possibilitada a partir do desenvolvimento da autonomia.

É nessa fase ainda que são es-tabelecidas relações que tendem a perdurar ao longo da vida. Sendo as-sim, a criança precisa sentir-se segura para dar esse passo em frente. Logo, quem lhe deve transmitir tal seguran-ça é a família, que muitas vezes não consegue passar essa tranquilidade aos pequeninos, pois não se resolveu profundamente sobre o assunto.

A escola, por sua vez, sabendo dessa realidade constante de insegu-rança, geralmente faz um trabalho de mediação entre família, educando e escola, com a finalidade de trans-mitir segurança aos pais e ensiná-los a passar confiança às crianças, que, quando bem asseguradas, passam pela fase de adaptação ao mundo escolar de forma rápida e começam a se desenvolver integralmente em seus aspectos físico, cognitivo, emocional, cultural e pessoal, adquirindo conhe-cimentos e construindo seu processo de aprendizagem.

E tão breve a criança começa a testar seus conhecimentos, seus limites corporais e emocionais, passa a se ver,

a se reconhecer e a se identifi-car como ser humano, tor-nando-se capaz de realizar tarefas por si mesma. Dessa forma, vai ganhando coragem e autonomia para explorar a si e o meio em que vive. Autonomia essa que deveria ser comemorada e incentivada constantemente por todos os envolvidos em seu processo educativo, mas, infelizmente, o que acontece em muitos casos é que a família, por insegurança, hábito, medo, comodismo ou outros motivos, coloca em dúvida a potencialidade da criança, impondo vários empecilhos para o desenvolvimento individual do seu filho.

É importante ressaltar que a autonomia na vida dos filhos depende da minimização da dependência dos pais e de outros adultos que colabo-ram com sua formação.

Por isso, é necessário que os pais incentivem a autonomia dos filhos, o que nem sempre é uma tarefa fácil, mas que com certeza contribui-rá para o crescimento, desenvolvimento e ama-durecimento da criança. Atitudes que acarretem mais segurança e confiança ao laço familiar podem ajudar a criança a per-ceber suas potencialidades. Segundo Moran (2013, p. 73) o importante é

[...] acreditarmos no potencial de

A autonomia transformando a relação familiar.

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“Ao estimular a evolução da criança, o adulto não se torna menos importante, ao invés disso, torna-se um exemplo para que a criança siga seus passos e estabeleça relações de confiança e amizade. A tarefa do adulto passa a ser a de propor momentos privilegiados de conquistas,

descobertas e superação”.

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Psicologiaaprendizagem pessoal, na capaci-dade de evoluir, de integrar sempre novas experiências e dimensões no cotidiano, ao mesmo tempo em que compreendemos e aceitamos nossos limites, nosso jeito de ser, nossa his-tória pessoal.

Pequenos gestos dos pais enfra-quecem a relação de autonomia das crianças, sendo muito comum veri-ficar que muitas delas, na Educação Infantil, ainda são alimentadas diaria-mente pelos pais ou outros adultos, que, por pressa ou medo da criança não comer o suficiente, deixam-se levar pelo hábito e continuam a dar a alimentação na boca dos pequenos.

Após uma pesquisa realizada com pais de educandos da Educação In-fantil, constatou-se que cerca de 80% deles ainda se sentem inseguros fren-te a questionamentos como: será que meu filho consegue comer sozinho? Comendo sozinho ele se alimentará direito? Meu filho já pode se vestir sozinho? Ele consegue realizar as atividades pedagógicas sem auxílio?

Dentro da sala de aula da Educa-ção Infantil, ainda é muito comum o professor verificar que a lição de casa não foi de fato realizada pela crian-ça com a supervisão de um adulto, mas sim, inteiramente realizada pelo adulto.

Coisas simples como grafar letras e números ou ainda recortar e colar gravuras são processos importantes para o desenvolvimento da criança, mas que muitas vezes são realizadas pelos pais, por medo de uma possível “reprovação” em alguma habilidade de seus filhos, enquanto que, na verdade, tais atitudes são de extrema importância para o desenvolvimento motor, social, cognitivo e, às vezes, até emocional da criança.

É necessário ressaltar que o proces-so de desenvolvimento da criança é um processo individual, que permite que ela vá se conhecendo e se tor-nando protagonista de sua própria vida, se capacitando, adquirindo autonomia e se desenvolvendo em seu aspecto integral.

A família, por sua vez, pode auxi-liar positivamente esse processo, tor-nando a educação de seus pequenos

uma ação libertária, educando para as descobertas, para o crescimento e propondo uma educação

[...] para o conhecimento integral, para integrar todas as dimensões, para ampliar a consciência pessoal, interpessoal, social e ecológica, uni-versal, cósmica. Buscar conhecer os outros, romper barreiras, compreen-der as diferenças, interagir com os demais em níveis mais ricos e amplos (MORAN, 2013, p. 67).

A conquista desse espaço de decisão e planejamento da sua própria vida pode ser mediada e estimulada pela família e pela escola, tornando-se um momento de grande realização para os envolvidos no processo, que irão permitir o desenvolvimento da criança em sua potencialidade.

Muitos podem questionar-se quanto ao ritmo individual de cada criança, o que é ressabido; porém, o importante é que as crianças recebam estímulos adequados para que se de-senvolvam em seu tempo, que para algumas pode ocorrer de forma mais rápida, enquanto que para outras pode ser um pouco mais devagar. Deve-se refletir que o mais importan-te é sempre estimular a evolução do processo de maturação da criança.

Ainda é preciso quebrar algumas barreiras para que tal situação acon-teça no cotidiano das famílias, pois, como foi observado, é comum que os adultos ainda julguem que suas crianças não têm maturidade sufi-ciente para a realização de pequenas tarefas como se alimentar, vestir-se,

organizar seus próprios pertences, além de auxiliar a família em peque-nos afazeres, como organizar seus sapatos ou sua própria cama.

Ações simples que possibilitam uma tomada de consciência da criança, que irá crescer sabendo que existem outros espaços além do seu próprio universo, tomando cons-ciência de si e, por consequência, dominando sua autonomia.

Essa autonomia consiste em um processo contínuo de aprendizagem em que a criança aprende a fazer escolhas, a decidir-se entre possibi-lidades distintas, e passa a ter seus próprios motivos, seus critérios, ao optar por uma ou outra situação.

Por isso, é muito importante que desde cedo a família proponha momentos de aprendizagem para as crianças, dando-lhes definidas tarefas, proporcionando autonomia e responsabilidade, mostrando a im-portância de todos os papéis dentro de sua família, em que todos podem colaborar para o bem comum.

Assim, o educando tomará cons-ciência de suas responsabilidades, de modo a assumir suas relações e as consequências de suas ações na formação de seus projetos pessoais, obtendo como resultado um sentido claro para a existência humana.

Faz-se “necessário educar para participação social, para o reconhe-cimento das diferenças entre vários grupos sociais, para a diversidade cultural, para os valores e direitos humanos” (LIBÂNEO, 2001 p. 38).

Camilla Raquel dos Santos DiasPedagoga, especialista em Orien-tação Educacional e Psicopedago-gia. Professora Ed. Infantil – Colégio Madre Carmen Sallés (DF).

LIBÂNEO, José Carlos. Organiza-ção e Gestão da Escola Teoria e Prática. 3. ed. Alternativa, Goiâ-nia/GO, 2001.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. São Paulo: Papi-rus, 2013.

Bibl

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afia

“Cerca de 80% dos

pais ainda se sentem

inseguros frente a

questionamentos

como: será que meu

filho consegue comer

sozinho?”.

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Falando de sexualidade

“A sexualidade é uma força viva no indivíduo, um meio de expressão dos afetos, uma maneira de cada pessoa se descobrir e descobrir o outro”.

Falar de sexualidade é consi-derá-la como algo inerente à vida, à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. É falar do respei-to por si e pelo outro, das

discriminações e dos estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos.

O desenvolvimento da sexualidade humana começa com o contato físi-co, quando os bebês são segurados no colo, afagados e acariciados. A proximidade física e mental dos

pais cria no bebê uma sensação de segurança e amor. É no início da vida que o ser humano adquire a imagem boa ou frustradora da mãe e do pai. Cada um de nós carrega ao longo da vida essa imagem, a qual influenciará nossa capacidade amorosa e nossa sensação íntima de bem estar, mesmo nas situações mais difíceis.

Caminhos para lidarcom a sexualidade

Embora a grande maioria dos pais tenha consciência da sua responsa-

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56Janeiro 2015integr çãoa

Psicologia

bilidade em dar orientação sexual aos filhos, uma parte se sente des-preparada para exercer essa tarefa. Alguns sentem o desejo de obter uma receita de “como fazer melhor”, uma dica para controlar ou diminuir a sexualidade do filho. Porém, poucos manifestam a vontade de pensar sobre o assunto. Esses sentimentos não compreendidos e às vezes de-sagradáveis geram nos pais o desejo de obter a resolução dos conflitos, dificultando a reflexão ou a procura por um aumento de conhecimento para um diálogo aberto e consciente.

Os pais precisam ficar atentos aos questionamentos dos filhos para responder aquilo que está sendo perguntado. O tom de voz, o olhar, a postura de quem responde devem ser valorizados para que não sejam artificiais nem repressores. A resposta deve restringir-se à pergunta feita, sem se estender. É importante a dis-ponibilidade dos pais no momento que a criança necessite de orientação e esclarecimentos.

Sexualidade na escola

Segundo os Parâmetros Curri-culares Nacionais (PCNs), “é dever da escola oferecer aos adolescentes orientações relacionadas à educação sexual. É preciso promover a reflexão e o debate sobre a sexualidade e potencializar o senso crítico e res-ponsável do citado sobre este tema, preparando-os para fazerem escolhas com responsabilidade.”

No Colégio Imaculada Conceição de Passos, esse trabalho é desenvolvi-do no 5º ano pelas professoras e pela Orientadora Educacional. São traba-lhadas questões como: a percepção

das transformações que a puberdade e a adolescência provocam no corpo e no comportamento, o processo de reprodução humana e a sexualidade. O objetivo deste trabalho é evitar as atitudes indesejáveis de ansiedade, insegurança e de agressões verbais.

Assim, as crianças tendem a mo-dificar a relação agitada diante desse tema. Vão aos poucos perdendo o gosto pelo desenho dos órgãos genitais, os risos encabulados e as gozações.

O pré-adolescente é orientado a entender e saber lidar com as transformações próprias do amadu-recimento sexual, trabalhar a cons-trução positiva da imagem corporal, colaborando com sua autoestima e autoconfiança, que irão refletir em toda sua vida futura.

Gláucia Maria Oliveira Zaparoli Orientadora Educacional - Educação Infantil – Segmento l- 1º ao 5º anoColégio Imaculada Conceição Pas-sos - MG

Ciências -Manual do Professor – Sistema Anglo de Ensino

- Orientação Sexual vence pre-conceitos na escola – Revista do Professor

Parâmetros Curriculares Nacio-nais

Bibl

iogr

afia

É preciso promover a reflexão e o debate sobre a sexualidade e potencializar o senso crítico e responsável do citado sobre este tema.

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Judô Concepcionista: Educando para a vida

“Nós, professores, somos os jardineiros, temos que saber cuidar dessas plantinhas chamadas crianças, devemos saber podar, para que elas cresçam e se renovem cada vez mais”.

A influência psicológica mais marcante que a criança recebe, princi-palmente no início de sua escolaridade é a do professor.

A adaptação na escola, o desenvol-vimento cognitivo emocional, a perso-nalidade e o desempenho acadêmico da criança refletem, em grande parte, o trabalho, o carinho e a técnica do professor.

No cotidiano escolar, o professor precisa promover o bem estar de cada criança, avaliar suas tensões, seus problemas e receios, proporcionando um espaço em que ela se sinta bem acolhida, que não se sinta repreendi-da ou humilhada. Ela deve saber que tem a liberdade para errar e para se expressar livremente, podendo contar

seus desejos, anseios, segredos, apre-ensões e alegrias...

Promovendo esse bem estar emo-cional, as crianças ficarão mais tran-quilas, interessadas, participativas e motivadas a aprender todo conteúdo que lhes é oferecido.

Nós, professores, somos os jar-dineiros, temos que saber cuidar dessas plantinhas chamadas crianças, devemos saber podar, para que elas cresçam e se renovem cada vez mais.

Esse é um dos grandes objetivos do Judô Concepcionista – colaborar com a formação do ser humano, desde sua infância.

Leonardo TavaresProfessor de Educação Física e Judô; Faixa preta 1 º Dan FEMEJU-DF - Colégio Maria Imaculada Brasília DF

Esporte

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Ecologia

Água: Alunos do Centro

Educacional Recanto

Betânia visitaram a

Estação de Tratamento de

Água, em Alto Cotia, para

acompanhar de perto o

processo de tratamento e

distribuição de água para

as cidades.

Muito se fala so-bre a importância da preservação da água. Este assunto é uma preocupação do Planeta Terra. E

como a escola não pode ficar alheia a uma situação importante como esta, o Centro Educacional Recanto Betânia levou os alunos para fazerem um estudo do Meio no ETA – Estação de Tratamento de Água, em Alto Cotia. O objetivo desta estação de tratamento de água é o de garantir o abastecimento de água para cerca de 400 mil habitantes das cidades de Co-tia, Embu, Itapecerica da Serra, Embu Guaçu e Vargem Grande. Este sistema começou a ser construído em 1914. Em 1979, uma Lei Estadual criou a Reserva de Morro Grande, uma das maiores florestas do Estado de São

Fonte de VidaPaulo. Devido a sua grande importân-cia, ela foi tombada pela Secretaria de Estado da Cultura e, em 1994, foi incorporada à reserva do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo.

Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer como é tratada a água que chega até nossas casas e como é importante preservá-la, pois trata-se de um bem que não é permanente.

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São Paulo, hoje, está passando por um racionamento, porque a chuva não chegou às cabeceiras das principais represas que abastecem grande parte da cidade e, como recurso, a Compa-nhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já está retirando a água que fica no fundo da represa (o chamado volume morto), que é a reserva para as emergências. Levando em consideração esses problemas, a conscientização se faz necessária. A água é um bem precioso e o mesmo passa a ser limitado, na medida em que não é feito uso de maneira correta e consciente. Assim sendo, ela poderá acabar ou diminuir.

Na Estação de Tratamento de Alto Cotia, os alunos vivenciaram vários momentos, eles acompanharam a limpeza dos filtros e viram que a água bruta passa por diversos processos. Os principais são Desinfecção, Co-agulação, Floculação, Decantação, Filtração, Correção do PH e Fluoreta-ção e, o mais importante, eles viram que mesmo o Brasil, que possui uma das maiores reservas de água doce do mundo, poderá ficar sem água num futuro próximo.

Aprenderam que devem combater o desperdício e economizar e que já existem empresas que fazem a reu-tilização da água, que é tratada nas ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto, porém esta água ainda não é própria para o consumo humano. As instituições que utilizam as águas das ETEs são empresas que usam a água para resfriar caldeiras e a prefeitura, para lavar ruas.

Os alunos também acompanha-ram como é feita a última parte do tratamento da água, que passa pelo carvão ativado, areia, cascalho e pedregulho. A filtração da água é

realizada a cada 30 horas e, depois, ela recebe o flúor e o cloro e vai para a adutora que faz a distribuição para as cidades de Embu Guaçu, Embu, Cotia, Vargem Grande e Itapecerica da Serra. Esta estação, hoje, está com 58% de sua capacidade e é a reserva que mais tem água em São Paulo. A área verde da Estação é de 41 mil hectares de

mata e lá dentro nascem duas repre-sas e cinco rios que abastecem uma boa parte da população de algumas cidades de São Paulo.

Maria de Lourdes O. Carrasco Coordenadora Pedagógica Fundamental II Centro Educacional Recanto Betânia

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Ciências

Estação Meteorológica no Colégio Regina Pacis

Para aprimorar o conteúdo sobre ciências atmosféricas aprendido em sala de aula, o Colégio Regina Pacis adquiriu uma estação meteorológica profissional, que permite aos educandos fazer a leitura das condições atmosféricas e até mesmo perceber melhor os impactos que as mudanças climáticas vem causando no planeta.

Será que vai chover ou fazer sol? Todo mundo já fez essa pergunta algum dia. Olhar para o céu e ten-tar adivinhar como será o tempo é um ato bastante

automático, quase diário entre as pes-soas. As aplicações da meteorologia são bastante amplas. O planejamento das atividades agrícolas é dependente da meteorologia. A difícil tarefa de estabelecer uma política energética em um país como o Brasil, detentor da maior bacia hidrográfica do planeta, também vai depender das previsões do tempo. Estratégias militares e construção civil também dependem da meteorologia, ou seja, a previsão do tempo influencia o cotidiano de toda a sociedade.

Instalada no ponto mais alto do colégio, a estação meteorológica fica sem a interferência de elementos ex-ternos que poderiam comprometer a qualidade de seus dados coletados e registrados automaticamente.

O real objetivo da aquisição desta estação meteorológica foi aproximar a teoria aprendida em sala de aula, sobretudo na disciplina de Geografia, como também em disciplinas que fazem parte de um conjunto das ciências atmosféricas, podendo esti-mular alunos de todos os segmentos, juntamente com seus professores, a elaborarem trabalhos científicos e investigativos, ajudando a elevar ou mesmo despertar o conhecimento de todos, visando a possibilidade para que especialmente os alunos possam, num futuro próximo, seguir carreiras que busquem a investigação dos fenômenos atmosféricos ou mesmo se tornem pessoas mais habilitadas a descrever as condições do tempo com maiores competências técnicas.

No ambiente do colégio já é possí-vel perceber que vários alunos têm co-mentado as condições momentâneas do tempo, observando a tela que fica instalada na parte interna do prédio que registra as informações recebidas da central de monitoramento, esta alojada na parte externa do colégio, juntamente com os equipamentos como, anemômetro, termômetro externo e higrômetro, barômetro e

Pensando nos estudos sobre o tempo e o clima, o Colégio Regina Pacis deu um importante passo nesta área, ao adquirir uma estação meteorológica profissional, capaz de monitorar as atividades climáticas, como temperatura interna e externa, pluviosidade, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento e pressão atmosférica.

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coletor de chuva. Todos os dados são transferidos automaticamente dos equipamentos para a central via sensores sem fios. Coletadas as informações, estas são novamente transferidas para um computador instalado internamente e que possui uma tela de 17 polegadas em local de grande circulação de alunos e demais pessoas da comunidade escolar.

Vale lembrar que a estação me-teorológica oferece uma excelente condição de estudo do micro-clima, alimentada por células solares e programação da previsão do tempo para 12/24 horas em um raio de 32 a 48 km.

Diariamente, após o momento sintonia, um aluno(a) faz a leitura das condições registradas pelo equipamen-to, possibilitando a todos uma maior interação e entendimento das condi-ções atmosféricas ao longo do dia.

Todos têm percebido as mudanças climáticas que vêm ocorrendo em nosso planeta provocando chuvas em excesso ou escassez dela, ora percebemos tempos mais quentes ou mais frios atípicos para a época que estão ocorrendo e fenômenos como ilhas de calor em cidades como Belo Horizonte, com grande adensamento urbano.

Todo este esforço pretende tornar corriqueiro para os estudantes essa linguagem climática que é muito técnica, porém que se tornou de fácil compreensão para os nossos “cientis-tas” do clima. Contudo, é de extrema urgência que fortaleçamos a consciên-cia coletiva para uma sociedade mais sustentável, com menos consumismo, menos desperdício e garantindo para as gerações futuras recursos naturais, recursos estes que nos foi confiado por Deus para que todos usem e reti-rem deles o seu meio de vida.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Equipada com sensores sem fio

alimentados por células solares.Saída de dados serial padrão RS-

232 permitindo conexão ao com-putador para armazenamento de

dados.Anemômetro:

Velocidade do vento de 0 a 200 Km/hora (0 a 56 m/s) com resolu-ção de 0,65 km/h (0,2 m/s);

Direção do vento de 0 a 359 graus (com resolução de 1 grau);

Alimentação por célula solar e pilhas de reserva

Termômetro (externo) e Higrômetro:

Temperatura Externa de -14 a 70°C;

Umidade relativa do ar de 0 a 96% com resolução de 1%;

Temperatura do vento (sensação térmica) de 0 a 50°C;

Alimentação por célula solar e pilhas de reserva.

Termômetro (interno), Barômetro e Higrômetro (interno):

Temperatura Interna de -5 a 50°C;Umidade relativa do Ar de 0 a 96%

com resolução de 1%;Pressão Barométrica de 795 a

1050 milibares com resolução de 1mb;

Alimentação 4 pilhas AAA (palito).

Coletor de Chuva:

Precipitação em milímetros/hora (0 a 999 mm/hr);

O coletor se auto-esvasia, apresen-tando a precipitação de 24 em 24 horas;

Amostragem da precipitação acu-mulada por 9 dias;

Alimentação por célula solar e pilhas de reserva.

- Software Meteorológico. - Compatível: Win95/98/2000/NT4/

ME/XP/VISTA/W7.- Idiomas: Inglês*Dados fornecidos pelo fabricante.

Flávio Alexander Ribeiro Licenciado e Bacharel em Geografia

Antônio CláudioLicenciado e Bacharel em Geografia.

Colégio Regina Pacis - Belo Horizonte (BH)

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Psicomotricidade

Sala de EstimulaçãoPsicomotora e Sensorial

O Colégio Regina

Pacis criou a Sala de

Estimulação Psicomotora

e Sensorial, espaço

destinado a realização de

diferentes atividades que

visam contribuir para a

formação, estruturação e

aprendizado dos alunos

por meio da exploração

de movimentos e

sentidos.

Desde o seu nascimento, a criança passa por diversas e constantes mudanças, observan-do tudo que acontece no seu cotidiano e,

quanto mais ela participa dessas pri-meiras experiências, maior será o seu desenvolvimento infantil. E essas des-cobertas e as aprendizagens na fase pré-escolar ocorrem por sua vivência corporal, pela exploração do ambiente e pela manipulação dos objetos.

Ensinar a criança a utilizar o próprio

corpo como ferramenta a ser explora-da e a se desenvolver é de fato muito importante para a aquisição de novas competências escolares, mas sempre respeitando e enfatizando aos alunos de que todos possuem limites (ROCHA & NETO, 2012).

A psicomotricidade tem um papel fundamental para auxiliar os professo-res da Educação Infantil no desenvol-vimento global da criança, focando os aspectos motores, cognitivos e socioa-fetivos, aspectos indispensáveis para a formação do indivíduo e levando-o à tomada de consciência do seu corpo por meio do movimento. A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade a con-ceitua como sendo uma ciência que estuda o homem através do seu mo-vimento nas diversas relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua expressão dinâmica.

Le Boulch (1985, p. 221) observa que “75% do desenvolvimento psi-comotor ocorre na fase pré-escolar, e o bom funcionamento dessa área facilitará o processo de aprendizagem futura”.

Para que ocorra o desenvolvimento global da criança, é de grande impor-tância estimular o toque, a percepção do próprio corpo, o pular, o correr, o subir, o descer, o andar descalço, perceber as diferentes texturas, ma-nipular objetos de diferentes tama-nhos, trabalhar a percepção visual e

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sonora. “Todos os estímulos NÃO são desenvolvidos separadamente; é um trabalho integrado que necessita da interação: adulto/criança, criança/criança e criança/objeto, e com o seu meio ambiente, explorando, experi-mentando e ampliando os sentidos, as sensações, os sentimentos e seu agir (SCHIAVO & RIBÓ, 2007)”.

Portanto, foi criada em nosso colégio a Sala de Estimulação Psico-motora e Sensorial, espaço de uso exclusivo para os alunos da Educação Infantil, composta por uma diversida-de de objetos e jogos que exploram a aprendizagem e a estimulação psico-motora e sensorial de forma lúdica e interativa. O espaço irá contribuir de maneira expressiva para a formação e estruturação do aluno e a apren-dizagem irá acontecer através da exploração do movimento e sentidos.

A estimulação psicomotora tem como objetivo principal o movimento, conhecimento do seu corpo e habi-lidades motoras. As atividades serão realizadas através de conteúdos que desenvolvam a lateralidade, o esque-ma corporal, organização espacial, orientação espacial e o equilíbrio. A estimulação sensorial é parte

fundamental da psicomotricidade e envolve a visão, a audição, o olfato, o tato e o paladar (sentido que não será muito explorado neste espaço). Estes estímulos provocam ações que desenvolvem as sensações e as sensibilidades internas e externas da criança. As atividades serão realizadas através de diferentes tipos de texturas, painel com sachês com diferentes cheiros, brincadeiras com jogo de luzes, músicas e a manipulação de objetos de diversos tamanhos e cores.

Pesquisas mostram que as expres-sões motoras e sensoriais vividas na primeira infância desempenham um papel fundamental na formação do cérebro (REVISTA NOVA ESCOLA, 2007).

O Colégio Regina Pacis e seus edu-cadores, em seus papéis de agentes motivadores do desenvolvimento infantil, têm de proporcionar aos nossos alunos os benefícios motores, do autoconhecimento, da identida-de, da afetividade, da socialização, da vivência de novas descobertas e a relação aluno-aluno, aluno-objeto e aluno-professor, de forma lúdica e prazerosa.

Luciana Santos Professora de Educação Física da Educação Infantil; Graduada em Educação Física e Pós-graduada em Treinamento Esportivo.Colégio Regina Pacis - Belo Horizonte – MG

Revista Nova Escola, Agosto 2007Site: Sociedade Brasileira de Psicomo-tricidade

Bibliografia

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Pedagogia

Os jogos matemáticos na Educação Infantil

As atividades lúdicas de

Matemática são muito

importantes em sala

de aula. Confira alguns

exemplos de jogos

que podem tornar a

Matemática significativa

na vida dos pequenos.

Como trazer a Matemática de forma significativa para a Educação Infan-til? Essa é uma pergun-ta frequente quando os professores se veem

diante da preparação de suas aulas. Principalmente nos momentos em que pretendem oferecer situações que envolvam suas turmas no processo de construção dos conceitos matemáti-cos. Tem-se então um grande desafio!

Nosso objetivo é permitir que as crianças reflitam e criem hipóteses sobre a Matemática, que expliquem como chegaram às conclusões e sejam desafiadas a conhecer o caminho que outros colegas trilharam.

Para elas desenvolverem o raciocí-

nio lógico-matemático, é necessário que interajam com o meio de forma prazerosa, que despertem o interesse por números, por meio de diferentes jogos e brincadeiras com desafios matemáticos.

A ideia principal não é permitir que a criança participe dessa atividade de modo espontâneo. Devemos traçar metas a serem alcançadas e objetivos a serem cumpridos. Ela não pode ver o jogo como um brinquedo na sala de aula, pois o educador destina um momento propício para que isso acon-teça. Com esse olhar diferenciado para a proposta realizada, cada uma usará seus conhecimentos e suas ex-periências para interagir, argumentar, propor soluções na busca de resulta-

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dos esperados, somar os pontos dos dados, andar ou recuar casas, anotar seus pontos e entrar em acordo sobre as regras do jogo e respeitá-las.

Dessa forma, a utilização de ativida-des lúdicas na Matemática é totalmen-te relacionada ao desenvolvimento cognitivo da criança. Com a utilização de jogos, conseguimos promover o desenvolvimento do senso crítico, in-vestigador, que ajuda na compreensão e no entendimento de determinados tópicos relacionados ao ensino da Matemática e em situações-problemas que acontecem no seu cotidiano.

O jogo, usado em sala de aula, des-perta na criança um grande interesse, conseguindo provocar uma participa-ção e um compromisso maior do que teria numa atividade tradicionalmente escolar. Além de planejar situações diferenciadas de ensino, o professor pode controlar e avaliar a aprendiza-gem significativa dos alunos.

Assim, podemos perceber que o jogo deve ser considerado como um instrumento que impulsiona a apren-dizagem, porque ajuda a criança a consolidar habilidades e destrezas. Nesse sentido, desempenha um papel muito positivo sobre o desenvolvi-mento psicológico. Por essa razão, devemos fazer com que nossos alunos dediquem a essa atividade o maior tempo possível, abandonando a ideia de que a brincadeira é incompatível com a aprendizagem e destacando que o prazer, a diversão e o entreteni-mento, derivados da atividade lúdica, também são incompatíveis com a aquisição de novos conhecimentos e habilidades (ORTIZ, 2005).

Atribuições do professor frente aos jogos:

Providenciar ambiente e tempo adequados para o jogo infantil. Atenção ao tempo disponível x tempo necessário para a realização da proposta (evite parar no meio da jogada);

Selecionar materiais adequados à idade e que sejam suficientes na quantidade e diversidade. É impor-tante organizar e separar antes os

materiais para garantir um ritmo sem interrupções;

Escolher os jogos e definir bem os objetivos de aprendizagem em cada um;

É importante apresentar o jogo, treiná-lo algumas vezes em roda, para que depois as crianças pos-sam praticá-lo sozinhas;

Fazer as adequações necessárias das regras e problemas colocados pelos jogos, considerando as capa-cidades que as crianças já têm e as que pretendem desenvolver;

Permitir a repetição dos jogos (os alunos deverão sentir prazer, ter segurança e ficar animados com o ganho de habilidades);

Enriquecer e valorizar os jogos realizados pelas crianças (introdu-zir novos desafios, aumentando possibilidades de aprendizagem);

Ajudar a resolver conflitos (ensinar a negociar, a compartilhar e apoiá-las na resolução de problemas);

Respeitar não só as preferências de cada criança, mas também convidá-las e estimular a partici-

pação delas nos diferentes jogos;

Observá-las permanentemente enquanto elas trabalham, para que possam atualizar as adequações e colocar problemas enquanto jogam;

Preservar sempre o caráter de brincadeira do jogo. Não se trata de deixar jogar à vontade e nem tampouco de transformá-la em uma prática escolarizada destituída de sentido para os pequenos.

EXEMPLOS DE JOGOS

Jogo: Dados e Palitos

Número de participantes:a partir de 2

Material:dados e palitos

Desenvolvimento:cada criança joga o dado e faz a contagem das bolinhas. Em seguida, separa a quantidade de palitos cor-respondente ao número de bolinhas.

Adequações à faixa etária:jogar com 2 dadosObservações:

Cont

inua

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Pedagogia

Variação: Em vez de separar os palitos de acordo com o dado, cada criança inicia o jogo com um número x de palitos, por exemplo, 20 em cada prato. A cada resultado obtido no dado, vão retirando os palitos. Ganha quem ficar sem palitos primeiro.

Objetivos:

Contar quantas bolinhas aparecem em cada face do dado;

Reconhecer perceptualmente as faces do dado;

Associar a quantidade de palitos à quantidade representada no dado;

Comparar as quantidades.

Conteúdos:• Contagem• Sequência numérica• Quantificação• Comparação

Jogo: Bingo

Número de participantes:2 ou mais

Material:bingo com números de 1 a 30Cartela de bingo com números alea-tórios de 1 a 30

Marcadores (botões, grãos, etc.)

Desenvolvimento:cada criança recebe uma cartela e os marcadores. Os números são ditados e elas têm que procurá-los na cartela. A professora pode ajudar na leitura do número apontando a régua numérica (exposta no mural), escrevendo-o na lousa ou convidando um aluno para identificá-lo. Quem acabar de preen-cher a cartela, grita BINGO!

Adequações à faixa etária:aumentar o intervalo numérico; es-colher uma criança para cantar os números; uma dupla pode jogar com uma só cartela, etc.

ORTIZ, J. P. Aproximação teórica à realidade do jogo. In: MURCIA, J. A. M. et col. Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed, 2005.

LERNER, DELIA E SADOVSKY, PA-TRÍCIA - O sistema de numeração: um problema didático, Didática da Matemática - Editora Artmed, 1996.

Bibl

iogr

afia

Objetivos:

Ler os números;

Procurar o número sorteado em meio a outros;

Conhecer a escrita de alguns nu-merais;

Ajudar o colega que precisar de ajuda.

Conteúdos:• Leitura dos números• Escrita convencional dos números• Utilização da régua numérica• Valor posicional

Ana Beatriz Nizo Pereira SilvaPedagoga e PsicólogaProfessora da Educação Infantil - Colé-gio Maria Imaculada - São Paulo - SP

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Expressão oral: um critério de avaliação

“A avaliação só faz sentido quando serve para auxiliar o estudante a superar as dificuldades” (PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais)

A avaliação desde mui-to tempo foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos. As referidas provas bimestrais, por

exemplo, serviam como uma ameaça. Felizmente, esse modelo ficou ultra-passado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos profes-sores para alcançar o principal objetivo da escola: a aprendizagem. Ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendiza-do e oferecer alternativas para uma evolução mais segura.

É de conformidade entre os educa-dores que o aprendizado, na sala, não se dá de forma uniforme. Cada um de nós tem seu ritmo, temos dificuldades

e facilidades. Afinal, somos pessoas diferentes. "Sim, todos merecem ser julgados em relação a si mesmos, não na comparação com os colegas", afirma Antoni Zabala. "Não dá para fugir", continua ele. "É essencial atender à diversidade dos estudantes"

Nessa perspectiva, a avaliação oral vem como uma “ferramenta”, como

um “método” ou “estratégia” para desenvolver a arguição oral, criando oportunidades capazes de contribuir na comunicação e raciocínio. Nesse sentido, o aluno deve pesquisar sobre o assunto em questão, criando estra-tégias de organização e despertando o interesse ao aprendizado.

A avaliação oral deve ser somente um dos critérios de avaliação, usa-do pelo professor com objetivo de construção do conhecimento em um determinado assunto, para que o alu-no tenha condições de interpretá-lo e relacioná-lo com outros assuntos já adquiridos.

Claudia Mara Maciel Rezende Mãe da aluna Marina Maciel Rezende Professora de Ciências do Fundamen-tal 2 do Colégio Imaculada Conceição – Machado/MG. Mestre em Química Orgânica pela Unifal – Alfenas/MG.

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Pedagogia

Construindo jogos

Ciente da importância que os jogos têm na vida das crianças, tanto para o seu desenvolvimento intelectual quanto para o seu aprendizado de convivência com diferentes sentimentos, o CIC de Machado estimulou os alunos de 3º a 5º anos do Fundamental I a criarem diversos jogos. O resultado foi um “show de criatividade e responsabilidade”.

É importante explicar que a palavra "jogo" se origi-na do vocábulo latino lu-dus, que significa diversão, brincadeira, e que é tido como um recurso capaz de

promover um ambiente planejado, motivador, agradável e enriquecido, possibilitando a aprendizagem de várias habilidades.

Brincar é colocar a imaginação em ação e o bom jogo não é aquele que a criança pode dominar corretamente, o importante é que a criança possa jogar de maneira lógica e desafiadora, e que o jogo proporcione um contex-to estimulador para suas atividades mentais e amplie sua capacidade de cooperação e libertação.

Para Vygotsky, "... é na brincadei-ra que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A criança vivencia uma ex-periência no brinquedo como se ela fosse maior do que é na realidade... o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência da criança”.

A brincadeira constitui um incenti-vo ao desenvolvimento de novas habi-lidades e à busca de novas explicações, pois, para as crianças, é sempre mais agradável trabalhar sobre situações imaginárias e hipotéticas, seguindo determinadas regras.

Os jogos e as brincadeiras são fontes de felicidade e prazer que se fundamentam no exercício da liber-dade e, por isso, representam a con-quista de quem pode sonhar, sentir, decidir, arquitetar, aventurar e agir com energia para superar os desafios da brincadeira, recriando o tempo, o lugar e os objetos.

Através da brincadeira, a criança se apropria da realidade, criando um espaço de aprendizagem em que possa expressar, de modo simbólico, suas fantasias, desejos, medos, senti-mentos, sexualidade e agressividade.

Piaget defendeu que a atividade lúdica é o berço obrigatório das ativi-dades intelectuais da criança. Elas não são apenas uma forma de desafogo ou algum entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desen-

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Construindo jogos

volvimento intelectual. Ele afirma: "O jogo é, portanto, sob as suas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem que se forneça a

elas um material conveniente, a fim de que, jogando elas cheguem a as-similar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil".

Verificamos, portanto, que as atividades lúdicas propiciam à crian-ça a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos, os quais fazem parte de seu interior. Elas de-monstram através das brincadeiras como veem e constroem o mundo, como gostariam que ele fosse, quais as suas preocupações e que proble-mas as estão atormentando, ou seja, expressam na brincadeira o que têm dificuldade de expressar com palavras. E aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno. Um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto:

“O jogo, como promotor da apren-dizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escola-res como importante aliado para o en-sino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser

uma boa estratégia com o intuito de aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola”(1994, p. 13)

Os alunos do 4º ano do EF1 foram divididos em dois grupos: Português e Matemática. Assim, o desafio foi lançado... Teriam que criar, junto com sua família, um jogo e sua regra, usan-do material reciclável e abordando a disciplina correspondente.

Foi um show de criatividade e res-ponsabilidade...

No dia marcado, os alunos apre-sentaram seus jogos para os colegas, coordenadora e professora em sala de aula e posteriormente para as outras séries da escola.

Os alunos do 3º, 4º e 5º anos fo-ram divididos em grupos no pátio da escola para jogarem e assim podemos constatar que o objetivo foi alcançado.

Pollyani Signoretti G. Nannetti Ex-aluna e mãe dos alunos Otávio e Rafael; graduada em Ciências Con-tábeis e Pedagogia; pós-graduada em Educação Infantil e cursando Pós-graduação em Educação Especial e Inclusiva. Professora do 4º ano EF1 no Colégio Imaculada Conceição de Machado/MG.

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70Janeiro 2015integr çãoa

Pedagogia

Tapetinho de Matemática:Tabuada de Pitágoras

“Pensar é agir sobre o

objeto e transformá-lo.

O ideal da educação não

é aprender ao máximo,

maximizar os resultados,

mas é, antes de tudo,

aprender a aprender, é

aprender a se desenvolver

e aprender a continuar a

se desenvolver depois da

escola” (J. Piaget).

Pensando nos alunos que recebemos hoje na escola, tão dinâmicos e cheios de informações, vindos de di-ferentes realidades, surge entre nós, professores, a ân-

sia de progredir com estes conheci-mentos, aprimorando-os para que se encontre sua eficácia no dia a dia destes pequenos.

Quando a criança é levada a levan-tar hipóteses e observar as hipóteses dos colegas, encontra maiores possi-bilidades de confrontar seus conhe-cimentos e construir novos conceitos que a levem para o caráter ativo da aprendizagem.

Para Piaget, “conhecer é agir sobre um objeto, é modificar, transformar o objeto e entender o processo des-ta transformação” (apud. Ana Ruth Starepravo).

O lúdico, neste contexto, apre-senta-se na matemática das séries iniciais como um importantíssimo

instrumento para a criança colocar em jogo seus conhecimentos, visto que, de maneira informal, o aluno se sente mais à vontade para expor seus pensamentos.

As tabuadas são identificadas, muito frequentemente, como marco divisório entre uma concepção tradi-cional e uma concepção atualizada de ensino da Matemática. A memoriza-ção dos fatos fundamentais das ope-rações foi duramente criticada, como exemplo de um ensino baseado em regras e bastante descontextualizado.

Desse modo, há algumas décadas passou-se a defender que o aluno de-veria, ao invés de decorar a tabuada, compreender o significado das escri-tas multiplicativas, o que é bastante defensável.

No entanto, essa proposição não se confronta com a da necessidade de, uma vez compreendido o significado de tais escritas, a partir da exploração de variadas situações-problema, o

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aluno descobrir regularidades numa sequência de resultados e, a partir daí, sabê-los “de cor”, sendo que estes são fundamentais, inclusive para resolver multiplicações envolvendo números com duas ou mais ordens. Sem saber a “tabuada” fica, de fato, muito difícil essa tarefa.

Evidentemente, não se trata de de-fender a mecanização pura e simples da tabuada, obrigando os alunos a recitarem os fatos ou copiá-los cen-tenas de vezes e assim memorizá-los. É necessário, sim, desenvolver sequ-ências didáticas apropriadas para a finalidade pretendida.

As tabuadas são “tábuas” (tabelas) referentes às operações que envolvem números menores que 10, como por exemplo: 3 + 5; 7 X 8 e, no caso da tabuada da multiplicação, o desenvol-vimento de algumas atividades pode ajudar as crianças na memorização dos fatos.

Pensando na possibilidade de facilitar o aprendizado dos fatos de meus alunos, tornado-o mais praze-roso, construí um “tapetinho” com a tabuada de Pitágoras. Para construir os tapetinhos usei TNT (tecido não tecido) para a base e tampinhas co-bertas de EVA (Espuma vinil acrílica) como material de contagem. Ficou tudo bem colorido e agradável para o manuseio das crianças.

São 100 tampinhas por aluno, e, portanto, uma mão-de-obra para conseguir juntar as 3.400 peças! Ima-ginem! Mas em uma ação conjunta, na qual foi mobilizada muita gente (crianças, pais, tios, avós, irmãos,

meus “anjos da guarda” que me ajudaram, etc...) conseguimos juntar a quantidade necessária. Fiquei co-nhecida até como a “Tia Pô das tam-pinhas”... Enfim, foi muito trabalho, muita ajuda e dedicação, sem medir esforços, para conquistar, brincar, interagir, unir a turma, motivar as crianças e fazê-las sentir prazer em ir à escola, ensiná-los a se desenvolver e criar esta autonomia tão esperada, para que eles coloquem a mão na massa, não só dando os peixes, mas ensinando-os a pescar.

Cada aluno leva o material para sua casa para estudo e também o usam na escola, como auxílio, na hora de uma dificuldade nas operações.

Já anteriormente trabalhado linha e coluna, com o tapetinho, eles envol-

vem uma trança de barbante no fator desejado e podem contar no concreto, caso haja dúvida. Assim, de maneira agradável, os fatores com certeza serão memorizados.

Pollyani Signoretti G. Nannetti Professora do 4º ano EF1 noolégio Imaculada Conceiçãode Machado/MG.

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Pedagogia

Portfólio: ‘Resgate daPesquisa Manual”

Explorando a criatividade e resgatando a valorização da pesquisa em revistas e livros, ao invés da internet, alunos do CIC de Machado criam portfólio manual.

A ideia do resgate de um trabalho tão rico e informativo veio logo que comecei a lecionar no Colégio Imaculada Conceição de Macha-

do- MG. De início, os alunos acharam engraçado fazer um caderno com pesquisas, contendo a biografia dos filósofos, suas obras e conceitos filo-sóficos com uma dinâmica diferente e por vezes tradicional sem o uso de textos digitados, mas sim escritos por eles mesmos de forma manuscrita.

A resposta para tal proposta foi excelente, pois os alunos se dispuse-ram a confeccioná-lo sem problema

algum, e o que mais chamou a aten-ção desse trabalho foi a criatividade usada com riquezas de detalhes nas capas personalizadas, e criatividade na elaboração textual, abordando as informações colhidas em revistas e livros.

O engrandecimento contextua-lizado das pesquisas e a beleza do trabalho elaborado fizeram renascer o desejo do conhecimento através do simples, de condições mais concretas. A criação do trabalho com o intuito de aprender com o que é feito, a satisfação dos alunos ao entregarem o portfólio mostrava a valorização do trabalho manual, artesanal. Com a

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introdução da tecnologia e da inter-net, houve inibição do aluno de criar sua ideia, no sentido mais real e não tão superficial de encontrar pesquisas prontas e facilitadas, tendo a neces-sidade de se preocupar com o fazer e tecer informações mais objetivas e bem elaboradas.

O portfólio engrandece as pesqui-sas, e o conjunto dessas pode ter infi-nitas versões e criações espetaculares.

Significação

Portfólio é uma coleção de traba-lhos já realizados de uma empresa ou de um profissional.

Muitas organizações têm seus por-tfólios separados por departamentos ou unidade de negócios. Existem diversos tipos de portfólios, depende do segmento da empresa e do pro-fissional.

Um tipo de portfólio é o de inves-timentos, que é o conjunto de aplica-ções no mercado de ações; portfólio exploratório é conhecido como os pro-jetos de empresas de petróleo; existe também o portfólio de bens, quando é mais relacionado a imóveis; portfólio de quadros e fotografias; portfólio de publicitários; portfólio de educação e muitos outros.

O portfólio é um termo vindo do inglês e tem uma importância muito grande para profissionais com a ne-cessidade de mostrar suas qualifica-ções que vão além de seu currículo. Ele agrega valor para o indivíduo e normalmente é iniciado durante a vida acadêmica, principalmente para profissionais da área da comunicação.

Para um designer gráfico, é essen-cial ter um bom portfólio, ou seja, uma compilação dos seus trabalhos, que demonstre a sua capacidade na área profissional.

A palavra portfólio também é usa-da para descrever um papel dobrado ou uma pasta que serve para armaze-nar documentos ou trabalhos.

Portfólio acadêmico

O portfólio acadêmico é uma fer-ramenta pedagógica que consiste em uma listagem de trabalhos realizados

por um estudante ou até trabalhos realizados no contexto profissional. Essa lista costuma estar organizada de forma cronológica e serve para de-monstrar as competências adquiridas através de tarefas realizadas. Nesse caso, o portfólio também pode facilitar o pensamento crítico em relação ao processo acadêmico.

Portfólio escolar

Existe também o portfólio escolar, que é um sistema de registros muito desenvolvido na área da educação, com o objetivo de acompanhar o de-senvolvimento de todos os alunos. É um registro muito importante porque faz com que pais e professores acom-panhem o desenvolvimento das crian-ças, para poder controlar e verificar os conhecimentos adquiridos.

Metodologia

O método utilizado por mim foi a confecção a partir de um caderno de brochura normal ou de capa dura, na qual os alunos personalizam sobre o seu tema. Logo após, escrevem uma breve introdução do assunto e a iden-tificação de dados necessários, e em seguida, o roteiro do que é proposto. Tem-se um conjunto de regras, não muito densas, para seguir e o restante do trabalho o aluno desenvolve com sua criatividade, utilizando imagens e reportagens, algo que possa ser atra-tivo na elaboração do portfólio.

A percepção do interesse, e a en-trega de 121 portfólios de 123 alunos mostraram que a liberdade de criação

faz do adolescente protagonista do conhecimento, líder de si mesmo; quando acionado, consegue corres-ponder às expectativas do professor sem a pressão e esgotamento que uma pesquisa poderia trazer ao aluno.

Filosofia é uma disciplina desafia-dora, trabalha a busca do conheci-mento autônomo, a necessidade da descoberta de si, o que sou e por que sou, interfere e muito nesse querer al-cançar independências. E o fato de ser um estudo profundo e, muitas vezes maçante, a dinamização de trabalhos e a contextualização junto à interdis-ciplinaridade, faz o conteúdo se tornar atrativo e cativante para os alunos que assistem às aulas e se interessam pela centralização do ser como agente do seu conhecimento e vivências.

Acredito que reformular, trazer cara nova para o portfólio, possibilitou essa centralidade, liberdade na busca do conhecimento pelo próprio ser que percorre esse caminho da autonomia do saber.

Experiência vivida, técnica utilizada, através dele, eu repasso um trabalho tão valioso e rico para que, por esse exemplo, algum outro professor Con-cepcionista resgate o portfólio e possa também vivenciar desse modelo do saber tradicional, porém renovado.

Matheus Assis Souza Graduado em Geografia – CESEP/FEM – Machado; pós-Graduado em Ensino de Geografia e História – PUC – Minas. Pós- Graduando em Filosofia – PUC – Minas. Professor de Filosofia, História e Ensino Religioso no Colégio Imacu-lada Conceição – Machado (MG).

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Pedagogia

Ciência Maluca

Com o intuito de tornar as aulas de Ciências ainda mais dinâmicas, criativas e desafiadoras, alunos do Colégio Regina Pacis, em Belo Horizonte, preparam mais de 20 experiências diferentes e criativas no laboratório.

Entender a ciência é sim-plesmente observar o que ocorre na natureza atra-vés de questionamentos e experiências que levem a compreensão dos fenôme-

nos naturais. O laboratório de Ciências sempre

despertou interesse e a imaginação de alunos de todas as idades, tornando o processo de ensino-aprendizagem muito mais dinâmico, criativo, desa-fiador e, claro, emocionante.

Sendo assim, o professor de Ciên-cias do Colégio Regina Pacis lançou um desafio a todos os alunos do 6º

e 7º Ano para que preparassem ex-periências curtas, rápidas e seguras para serem apresentadas a todos os alunos da sala. O dia da apresentação foi batizado de “Ciência Maluca”.

As turmas foram divididas em pequenos grupos e uma cópia de cada experimento escolhido pelos alunos contendo os procedimentos e materiais necessários foram entre-gues com antecedência ao professor

responsável para que o experimento fosse aprovado. Experimentos longos ou que usassem fogo ou materiais perigosos foram descartados e os alunos providenciaram outros.

Foram realizadas mais de vinte experiências como o “sólido-líquido”, “telepatia do palito”, “lâmpada de lava”, “dedo mágico”, “bolha de sabão”, “ímãs inteligentes”, “degelo colorido”, “o ovo e a garrafa”, o “lei-te psicodélico” entre outras.

Uma das mais interessantes foi o “tornado de gelo seco”, na qual um grupo de alunos do 6º Ano criou um simulador de tornados e de forma surpreendente recriou esse fenômeno fascinante que ocorre em algumas partes do planeta.

Todos os grupos aprenderam com seus experimentos, sendo fenômenos físicos, químicos ou biológicos e o melhor: ensinaram aos outros alunos o que aprenderam.

Henrique Amormino Albini Pós-Graduado em Educação Ambi-ental - Colégio Regina Pacis - Belo Horizonte (MG)

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Por que estudar música na escola?“O estudo musical

forma culturalmente

e artisticamente o

indivíduo, permitindo

conhecer sua cultura,

se inserir nela e

ter subsídios para

observar, compreender

e viver os fenômenos

artísticos que o cerca”.

Mas, será que o ensino da música é tratado com relevância assim como os saberes exigidos no currículo tradicio-nal, como Língua Portuguesa, Mate-mática, História, Ciências etc.? Qual é a verdadeira significação do ensino de música na formação e na vida dos alunos? O que o domínio dos conheci-mentos musicais pode desenvolver ou proporcionar ao indivíduo, o qual ele só terá acesso nas aulas de Música? Música é festa? É terapia? Serve para auxiliar o desenvolvimento de outras áreas? Quem deverá trabalhar com esse conhecimento?

Tais questões permeiam o univer-so de professores e alunos e devem ser pensadas constantemente para orientar as práticas educacionais e dar significação e objetivos claros ao ensino dos conhecimentos musicais.

É inegável a importância do co-nhecimento de artes, e, nesse caso específico, da música na formação intelectual e cultural do indivíduo; contudo, para que se possa refletir sobre as questões colocadas ante-riormente, precisamos ir um pouco mais além.

Podemos justificar o ensino mu-sical com fatores em que a música é um meio para desenvolver outras habilidades, mas também podemos justificar esse ensino com fatores em que a música é a própria finalidade do conhecimento. Ambos dão maior clareza no entendimento da relevân-cia da educação musical no contexto escolar e na vida dos alunos propria-mente dita.

Considerando o “som” como o elemento principal para a existência da arte musical, seu estudo no con-

texto escolar é de notória importância para a compreensão e vivência por parte dos alunos dos fenômenos sonoros presentes na vida humana e na sociedade.

Diferentemente do tratamento dado ao “som” em outras disciplinas como Física, Matemática, Biologia, etc., o estudo dos fenômenos sono-ros em música traz uma abordagem única e que só será explorada com o ensino musical. Ao contrário do tratamento científico que é dado ao som em outras disciplinas, no estudo musical é desenvolvida uma aborda-gem de cunho artístico, o que dá ao aluno uma maior aproximação com o universo sonoro, faz o aluno experi-mentar o “fazer musical”, o “fazer ar-tístico”, trabalhar diretamente com o material sonoro e não só manuseá-lo, mas também usá-lo para desenvolver sua percepção auditiva, sensibilidade musical, concentração, coordenação motora, etc.

Além disso, o estudo musical for-ma culturalmente e artisticamente o indivíduo, permitindo conhecer sua cultura, se inserir nela e ter subsídios para observar, compreender e viver os fenômenos artísticos que o cerca.

Tomando como pressuposto que a arte não está dissociada da vida e sim que ela é uma representação ou for-ma de expressão da realidade que nos cerca, podemos entender o estudo de música como sendo um elemento essencial na construção dos saberes necessários a qualquer indivíduo.

Fernando Sobrinho Professor de Música - Colégio Maria Imaculada RJ

A música está pre-sente em todos os lugares e é uma prática inerente ao ser humano; a todo momen e em todo

t e m p o s o m o s r o d e a d o s d e sons e de fenômenos sonoros que fazem parte do mundo e da vida humana. Sendo assim, a música, en-quanto arte, não pode ser dissociada da própria vida, já que se insere dire-tamente nela. Com base apenas nesse pressuposto, já teríamos aí um bom motivo para justificar a importância do conhecimento musical, sendo ele um conhecimento inerente à vida.

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Projetos

O perigo dos suplementos alimentares, esteroides anabolizantes e doping

Alunos do CIC de Machado participam de debate com profissionais da saúde, instrutor de academia e ex-jogador da seleção brasileira para tirar dúvidas sobre o perigo de determinados produtos, usados por muito jovens que estão em busca de um corpo sarado e perfeito.

Atualmente, ter o cor-po definido é o sonho de grande parte da população. Podemos notar nos adolescentes e adultos a busca por

um corpo sarado e perfeito. Insatis-feitos com sua imagem, chegam ao extremo, na busca de um físico bem definido. Cultuam o corpo de maneira extremista, muitas vezes, por influên-cia da sociedade e também da mídia. No caso dos adolescentes, esse pode ser um problema sério, ao considerar-mos que estão em fase de alterações fisiológicas e comportamentais e que determinadas atitudes e escolhas podem influenciar no processo de desenvolvimento como um todo.

Um desses caminhos na busca de um físico perfeito é o uso de anabo-lizantes, suplementos alimentares e doping. Tais substâncias são produtos sintéticos semelhantes à testosterona, que provocam o ganho muscular por meio da retenção de íons e água. Es-

ses produtos são recomendados com orientação médica para aqueles que apresentam um quadro de deficiência hormonal. Entretanto, seu uso tem sido feito sem prescrição médica e de forma contínua, considerando a gravidade do seu uso - inclusive com grande incidência de jovens recorren-do àqueles produtos direcionados aos animais como os bovinos.

As consequências nesses indivíduos se manifestam através de várias com-plicações, como: problemas renais e hepáticos, rigidez muscular, hipertrofia cardíaca, aumento da pressão arterial e maiores riscos de sofrer infarto do miocárdio e de cânceres. Além disso, o usuário está sujeito a sofrer de atrofia testicular, esterilidade e impotência, pela diminuição dos hormônios que estimulam a produção de testosterona (FSH e LH). Muitas vezes, utilizados concomitantemente aos anabolizan-tes, suplementos alimentares ricos em proteína podem provocar a sobrecarga dos rins e gerar quadros de carência nutricional, caso não seja adotada uma dieta equilibrada.

Com o conhecimento dos efeitos colaterais através do uso indiscrimina-do dessas substâncias, e, sabendo que grande maioria dos jovens frequenta academias e convive com pessoas que fazem uso dos anabolizantes e suplementos, elaborei o projeto “Mesa Redonda”, que foi executado pelos alunos do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II.

Os convidados que fizeram par-te da “Mesa Redonda” foram: um médico cardiologista (Dr. Guilherme Pereira Caixeta), uma nutricionista (Dra. Juliana Garcia O. Dias), um atleta profissional machadense, ex-jogador

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da seleção brasileira da Copa de 1986 (Elzo Coelho) e um instrutor de academia (Prof. Francisco Caixeta Neto). Por ser de interesse dos alunos, foram previamente elaboradas ques-tões pertinentes ao assunto para tirar suas dúvidas.

Seguem amostras de alguns ques-tionamentos feitos:

Os suplementos alimentares, aqueles que vemos em lojas específicas e em farmácias na-queles potes imensos, são bem diferentes dos anabolizantes. Os suplementos são substâncias não hormonais, compostas por car-boidratos, aminoácidos ou pro-teínas, vitaminas, sais minerais, separadas ou em associação. O uso inadequado dos suplementos também traz efeitos colaterais?

Os atletas de academia exploram

os limites do corpo ingerindo adi-tivos sem avaliar as consequências e os riscos a que estão expostos. Como era sua alimentação diária e também nos dias dos jogos oficiais, durante os anos em que foi jogador profissional e quando fez parte da seleção brasileira de 1986?

Os frequentadores de academia

recorrem ao uso de suplementos alimentares sem noção alguma dos prejuízos e benefícios para sua saúde. Quais as contraindica-ções para o uso desregrado desse aditivo nutricional?

Sabendo que adolescentes e

jovens sonham com um corpo sarado, escultural, fazem dietas milagrosas, malham em ritmo frenético, usam e abusam de medicamentos, anabolizantes e suplementos alimentares, sem sa-ber de fato qual a função de cada produto, quais são os perigos des-tes produtos, quando consumidos sem orientação médica ou por um especialista?

Os anabolizantes causam muitos efeitos colaterais, dentre eles a

“Os suplementos alimentares não devem ser usados sem orien-tação médica ou nutricionista, pois são preparações destinadas a completar a dieta e fornecer nutrientes que podem estar faltando na alimentação e essa necessidade é individualizada. E se for usado indiscriminadamen-te pode levar a sérios problemas como risco cardíaco aumenta-do, problema renal e hepático, problema neurológico, distúrbio hormonal e da tireóide, aumento de peso e acúmulo de gordura corporal.

Para fazer o uso de suple-mentos é preciso saber a rotina da alimentação do paciente, se há deficiência de nutrientes, se a quantidade e intensidade de exercícios pedem suplementa-ção ou se já são supridas pelas refeições. Fora isso, ainda é necessário fazer uma avaliação clínica do atleta ou desportista para saber se há uma pré- dispo-sição a doenças renais, hepáticas e cardíacas, para se ter indicação correta de suplementos”.

Dra Juliana Garcia Oliveira Guerra – Especialista em Nutri-ção Clínica (UFMG) e Nutrição Humana e Saúde (UFLA).

acne, impotência sexual, insônia, dentre outros. Mas qual é o órgão mais afetado pelo uso dessas subs-tâncias? E o que ele acarreta? Diante da falta de informação

sobre os efeitos nocivos dos anabo-lizantes e seu uso indiscriminado e pela facilidade de obtenção, alguns atletas profissionais de várias moda-lidades esportivas recorrem ao uso para conseguir medalhas ou obter reconhecimento internacional e pres-tígio. Você conhece ou conheceu, no seu caminho de atleta profissional, casos, dentro do futebol, do uso de esteróides anabolizantes e quais fo-ram as penalidades?

Os especialistas convidados funda-mentaram bem suas respostas, cada um dentro de sua área específica, de modo a satisfazer a curiosidade da plateia.

O projeto também contou com a participação dos alunos do 6º ano a 3º série do Ensino Médio e foi de grande aproveitamento para todos, porque, além de ter feito parte do projeto interdisciplinar “Brasil em Rede”, que envolveu toda a escola, também é um assunto atual de grande interesse e de suma importância para essa faixa etária.

Maria de Fátima Nery Dias Graduada em Ciências Biológicas Pós-graduada em Biologia. Professora de Ciências para Ens. Fundamental II - Colégio Imaculada Conceição – Machado/MG.

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78Janeiro 2015integr çãoa

Projetos

Alunos do CIC de passos viajaram no tempo ao conhecer objetos de décadas atrás e souberam como funcionavamas brincadeiras do tempo antigo. Projeto também contou com a elaboração de cartas para a Cápsula do Tempo e uma homenagem aos avós dos estudantes.

Criado e idealizado pelas professoras dos segun-dos anos, juntamente à coordenadora pedagó-gica, o Projeto “Sabo-res do Tempo” motivou

toda a equipe e se transformou em um grande evento divulgado nacionalmente em parceria com a Microkids.

Com intuito de enriquecer ain-da mais o conteúdo estudado em Tecnologia Digital Empreendedora e História e Geografia, o mesmo disponibilizou-se de uma série de pro-gramações baseadas em um mesmo objetivo: “Resgatar a memória do tempo, relembrar a história familiar e preservar a cultura da sociedade”.

Inicialmente, houve a visita ao Museu do Café, no Campus da USP, em Ribeirão Preto, onde os alunos tiveram a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre a história da região e a importância das antiguida-des guardadas numa sala preservada.

Por conseguinte, as turmas viaja-ram no tempo e conheceram alguns objetos que foram substituídos por outros com o passar dos anos. Apesar de nem sempre estarem bem conser-vados, são guardados pelas famílias, pertencentes aos pais ou avós, para relembrar a história familiar: o passado que faz entender o presente!

A máquina datilográfica, o gra-mofone, os monóculos e o ferro à brasa, além de muitos outros objetos

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antigos, fizeram parte da tão esperada exposição, acompanhada de um chá especial aos avós.

Marcando as comemorações deste dia, um historiador da cidade abrilhantou ainda mais o evento, contando como eram as brincadeiras no tempo antigo. Em sequência, os alunos fizeram um ato simbólico de armazenar cartas subscritas na Cáp-sula do Tempo, com o compromisso destes documentos serem abertos após 10 anos.

Nas cartas, além de expressarem seus sentimentos quanto ao presente e o futuro, eles contam quais tecno-logias usam atualmente em casa e, principalmente, na escola. Certamen-te, serão surpreendidos ao abrirem as cartas e descobrirem, após uma década, já na porta da universidade, que os recursos tecnológicos consi-derados moderníssimos tornaram-se obsoletos.

No encerramento, os netos e as netas prepararam uma homenagem musical aos avós, registrando o evento com uma foto de lembrança. Foi um dia de resgate ao passado, de uma época que ficou na memória de quem traz consigo a sabedoria.

Em desfecho a este projeto, vale ressaltar as palavras do Papa Francis-co, que afirma:

“Os avós são um tesouro, de forma que a memória desses antepassados leva o homem a imitar sua fé. A sa-bedoria deles é uma herança que se deve receber. Um povo que não cuida dos avós, um povo que não respeita os avós, não tem futuro, porque não tem memória. Deve-se cuidar, escutar e ve-nerar os antepassados, os tesouros da sociedade. Aos avós que receberam a benção de verem os netos, foi confia-da a tarefa de transmitir a experiência de vida, a história da família e partilhar com simplicidade a sabedoria e a fé, que é a herança mais preciosa. Bem aventuradas as famílias que têm os avós próximos! O avô é pai duas vezes e a avó é mãe duas vezes”.

Camila T. de Carvalho Vasconcelos.Graduada em Letras/Pedagogia.. Especialista em Língua Portuguesa e Literatura.

Flávia Cristina Rodrigues.Graduada em Pedagogia.

Professoras dos 2ºs Anos do Ensino Fundamental I – Colégio Imaculada Conceição - Passos - MG

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80Janeiro 2015integr çãoa

Projetos

FolcloreBrasileiro

Projeto levou alunos

do CMI (DF) a viajar no

mundo dos personagens

folclóricos do Brasil e

também a conhecer

melhor as lendas,

brincadeiras e comidas

típicas das regiões

brasileiras.

A diversidade da cultura brasileira é bastante rica, e mostrar que essa cultura está pre-sente no nosso dia a dia é uma função

muito importante.Pensando desta forma e com os

objetivos de resgatar e manter viva uma de nossas grandes riquezas, que é o folclore, envolvi-me por completo em um projeto que valoriza as lendas, comidas típicas e danças das regiões brasileiras.

Durante uma semana do mês de agosto, trabalhei com meus alunos tudo sobre o Folclore Brasileiro: len-das, trovas, contos, brincadeiras, adi-vinhas, personagens e trava-línguas.

Depois de várias atividades envol-

vendo pesquisa, ilustrações, recontos e criação de trovas, encerrei a ativida-de com um belo piquenique de pratos típicos das regiões brasileiras.

Quanto enriquecimento e valoriza-ção da nossa cultura!

Não posso deixar de agradecer aos pais pela colaboração, participação e incentivo.

Meus objetivos foram para lá de alcançados.

Dar sequência a uma história é tarefa fácil, difícil é fazer essa his-tória permanecer viva por décadas, séculos...

Silvia Maria Alves Lopes Formação em Magistério e Pedagogia

Professora 2º ano - Colégio Maria Imaculada - Brasília - DF

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uem disse que árvore só da flor e fruto?Quem disse que árvore só dá aquela maravilho-sa sombra?A história não é bem assim, não!

No pomar do CMI (DF), as árvores dão outro tipo de frutos, elas dão ... LIVROS!

Isso mesmo!Os alunos do 5º B provaram e

aprovaram essa delícia.Eu e a bibliotecária Sandra Lima

unimos nossas ideias e montamos o projeto “Um pé de quê?”

O passo a passo foi assim:Escolhemos as melhores árvores

(as mais baixas para as crianças alcançarem);

“Plantamos” vários livros, de di-versos autores;

“Regamos” com bastante prazer pela leitura;

Alunos do CMI (DF)

tiveram um momento

divertido e prazeroso,

reunindo-se no

pomar da escola para

“cultivar” livros de

uma forma diferente.

Hora da colheita!Os alunos chegaram e escolheram

o melhor lugar para a degustação.A hora da colheita chegou!Com brilho nos olhos e sede por

aventura, eles colheram as histórias de sua preferência.

Encerramos a atividade com um piquenique diferente: cada aluno alimentando a alma com imaginação, com poesia, com alegria, embaixo de uma refrescante sombra. Foi uma atividade muito gratificante.

Esperamos ter plantado a semente desse fruto no pomar interno de cada aluno para que, no futuro, a leitura não seja um “alimento em extinção.”

Tatiana VieiraFormação em Magistério e LetrasProfessora do 5ºB - Colégio Maria Imaculada - Brasília - DF

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82Janeiro 2015integr çãoa

Projetos

Apresentação Teatral

Alunos do Colégio Maria Imaculada de Mococa – SP desenvolvem projeto de teatro e música durante o ano letivo e apresentam aos pais e à comunidade.

No dia 7 de novembro de 2014, no Teatro Muni-cipal de Mococa “Pe-dro Ângelo Camim”, foi apresentada a peça de comédia nonsense

“Q Arte é Esta”. O público teve momentos intensos

de lazer e cultura que oscilaram com os momentos de reflexão e indaga-ção, enquanto riam dos quadros de humor, cujos gêneros variaram da comédia de costumes à comédia do absurdo.

Os alunos se prepararam o ano todo para esta apresentação, que foi baseada na proposta de Grotowski, teatrólogo polonês, que propõe que toda a dramaturgia tem que ser desenvolvida única e exclusivamente

pelo ator, erradicando o cenário e até o figurino, o que tornou o desafio muito maior, uma vez que uma peça com cenário e figurino já descreve e prescreve muito o contexto.

Uma peça teatral, geralmente, pode ser avaliada pelos critérios estético, poético, histórico, técnico e conceitual. Esta peça, escrita pelo professor Tiago de Jesus Pereira, explora o conceitual, o técnico e o poético, instigando o público a buscar a relação entre um esquete e outro e a compreender as complexidades das mensagens que foram transmitidas pelos símbolos que abordaram a vida moderna, a alienação, o consumismo e os hábitos peculiares dos seres humanos do século XXI, com construções e desconstruções de

significados e conceitos. A peça foi, em prólogo, anunciada como“sem-pé-nem-cabeça”, porém, a cada cena, iam se somando conteúdos, ideias e ideologias que findaram num “EX Machina” inesperado e muito diferente das corriqueiras e monótonas novelas do dia a dia.

Os alunos estão de parabéns por terem topado o desafio, todos, sem exceção, vestindo-se apenas com rou-pas pretas e tendo como ferramentas o corpo, a voz, as expressões e os movimentos, deram conta do recado e conseguiram cativar o público do começo ao fim.

Tiago de Jesus PereiraProfessor de Teatro e MúsicaColégio Maria Imaculada Mococa- SP

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84Janeiro 2015integr çãoa

Projetos

Entre cores, flores e bichos

As professoras da Educação Infantil desenvolveram com os alunos um projeto sobre animais, plantas e bichos de jardim com o objetivo de conscientizá-los da importância da preservação da natureza e da vida em grupo.

Os alunos do Nível I do Colégio Maria Ima-culada de Mococa participaram, com as professoras Luciana Amato e Fernanda

Pexeiro, de uma aventura maravilhosa, estudando, na Apostila do Sistema Anglo de Ensino, o tema Entre “Cores, Flores e Bichos”.

A proposta básica deste tema foi desenvolver na criança a consciência de que, por meio dos sentidos, ela pode perceber o mundo que está a sua volta, as cores da natureza, as plantas e os animais de canteiros de jardim.

O trabalho teve início no jardim da escola, no momento em que puderam aprender um pouco com as pessoas que cuidam dele. Além de observarem as cores, as folhas e

flores, as crianças encontraram uma lagarta, que foi coletada e levada até a sala de aula, onde ela foi observa-da transformando-se em casulo até o momento especial de virar uma

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borboleta e receber um nome, antes de ser solta na natureza pelos alunos.

O trabalho ainda envolveu diversas pesquisas, conversas e visitas ao jardim da escola, onde puderam descobrir diferentes tipos de insetos de jardim: cigarras, grilos, borboletas, aranhas, joaninhas e muitos outros.

Foram momentos interessantes, em que puderam aprofundar os conheci-mentos sobre esses animais, suas dife-rentes espécies, tipos de alimentação, habitat, comportamento e o modo de vida de cada um deles.

A finalização do trabalho ocorreu em um passeio pelo sítio “A Boa Ter-ra”, na cidade de Itobi-SP, local onde as crianças tiveram a oportunidade de ficar o dia todo em contato com a natureza, observando os diferentes tipos de plantações, alimentando-se com uma comida saudável e até par-ticiparam da deliciosa experiência de plantar em recipientes alguns legumes e verduras, como: pimentão, salsinha,

cebolinha. Aprenderam a preparar a terra, regá-la e levaram o que planta-ram para casa, onde estão cuidando.

O projeto Entre Cores, Flores e Bichos foi muito prazeroso para as crianças, que mostraram interesse em todo o momento, atingindo o objetivo proposto: a conscientização para a

preservação da natureza, fazendo com que as crianças possam descobrir que ninguém vive sozinho, que dependem e precisam uns dos outros.

Luciana Amato e Fernanda PexeiroProfessoras do Nível I – Educação In-fantil. Graduadas em Pedagogia.Colégio Maria Imaculada – Mococa - SP

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Feira do LivroAlunos do Colégio Maria Imaculada, de Mococa (SP), desenvolvem projeto de leitura e escrita e apresentam suas obras para pais e comunidade.

A leitura se faz importante desde o momento em que compreendemos o mundo que nos cerca, no âmbito individual, social e cultural.

O hábito da leitura deve ser incen-tivado desde a infância, pela família e pela escola, como algo prazeroso, de descoberta e fantasia. Mas sua impor-tância vai além, pois a leitura torna os cidadãos mais informados e críticos na sociedade atual.

A leitura é uma experiência que adquirimos durante toda nossa vida e, além da família, a escola tem um papel fundamental para que os alunos tenham contato com os vários gêne-ros literários e para que desenvolvam esse hábito com prazer e não por obrigação.

No Colégio Maria Imaculada, Mo-coca – SP, o projeto de leitura inicia-se na Educação Infantil, dando continui-

dade no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, durante todo o ano letivo.

Nos dias 25 e 26 de setembro, os trabalhos desenvolvidos de leitura e escrita foram expostos para os pais e comunidade na III Feira do Livro, onde os alunos recitaram poesias, dançaram e apresentaram peças te-atrais, além de uma bonita exposição de livros confeccionados pelos alunos de todas as turmas.

Foi com grande alegria que os estudantes apresentaram seus livros, cheios de criatividade e imaginação, aos pais e amigos. Também pude-

ram conhecer as histórias de seus colegas, com momentos prazerosos de partilha.

O desenvolvimento do projeto foi enriquecedor para todos os alunos envolvidos, despertando o leitor e escritor em cada um. O trabalho re-alizado pelos professores certamente colaborou para a formação de cida-dãos criativos, autônomos e críticos.

Maria do Carmo GiglioProfessora do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental. Graduada em Letras e Pedagogia - Colégio Maria Imaculada Mococa - SP

Projetos

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Projeto Literatura

Turmas do 1º Ano do Ensino Fundamental, do CMI (SP), “mergulharam” no universo das histórias de Monteiro Lobato, conhecendo melhor a obra e a biografia do autor e visitando o Sítio do Picapau Amarelo, em Mairiporã, onde puderam interagir e brincar com os personagens.

Cont

inua

A criança que lê e tem contato com a litera-tura desde cedo é be-neficiada em diversos sentidos: aprende me-lhor, pronuncia melhor

as palavras e comunica-se melhor de forma geral.

Por meio da leitura, ela desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores.

Sabendo disso, nós, professoras, desenvolvemos com as turmas do 1º ano do Ensino Fundamental o Projeto Literatura.

Baseando-nos na obra de Monteiro Lobato, estimulamos e desenvolve-mos a imaginação, as emoções e os sentimentos de nossos alunos com histórias e personagens encantadores

do Sítio do Picapau Amarelo, de forma prazerosa e criativa.

Iniciamos o projeto a partir dos conhecimentos prévios das crianças e elaboramos atividades que con-templassem os interesses do grupo e despertassem novos conhecimentos.

Realizamos a leitura da biografia de Monteiro Lobato, manuseamos livros com fotos, e então os alunos fizeram a releitura do rosto do autor observando e salientando os traços marcantes, como sobrancelhas grossas, bigode e cabelo grisalho.

Os alunos também pesquisaram sobre os personagens principais do “Sítio” e dedicaram-se a leituras individuais e coletivas. Cada turma escolheu três entre eles para com-pletar pequenos relatos com escrita

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espontânea e destacando suas carac-terísticas principais. Posteriormente, esses trabalhos foram pendurados num "Varal Literário".

Organizamos “oficinas interativas” com o intuito de fazer um intercâmbio com as turmas do Infantil e apresen-tar-lhes os conhecimentos adquiridos sobre esse assunto.

Nessas oficinas, cada grupo ficou responsável por um dos três, e, pre-viamente, enviamos uma circular aos pais, solicitando que cada criança vies-se, no dia estipulado, caracterizada do tipo escolhido.

Além disso, os grupos realizaram atividades artísticas com colegas menores como: viseira da Emília, marcador de livros do Visconde, jogo

da memória do Pedrinho e porta ma-çaneta da Narizinho.

Para tornar esse projeto ainda mais real e atraente, participamos de um Estudo do Meio, no Sítio do Picapau Amarelo, que fica na cidade de Mairiporã.

Lá, as crianças viram de perto os personagens e os ambientes e pude-ram interagir e participar de atividades diversificadas e culturais.

Deliciaram-se com as aventuras de Pedrinho, com as invenções do Visconde de Sabugosa, com as peri-pécias de Emília, com as histórias de Narizinho e de Dona Benta, com os sa-borosos bolinhos de chuva de Tia Nas-tácia e com as traquinagens do Saci e da Cuca. Foi um dia inesquecível,

recheado de histórias, conhecimento e entretenimento. Com certeza, esses momentos ficarão guardados na me-mória de nossas crianças.

E é claro que nós podemos conti-nuar incentivando-as com pequenas mudanças de atitudes, como substituir o tempo em frente à TV, ao compu-tador ou ao videogame pela leitura, que também pode ser feita pelos pais, porque, antes de mais nada, isso vai estreitar o vínculo familiar por tratar-se de uma experiência compartilhada.

Ao ler, você ri e emociona-se, mos-tra à criança seu lado humano e capta seus sentimentos, além de ajudar a fixar a grafia correta das palavras e aumentar seu repertório linguístico.

Sempre que estiver lendo um jornal, chame seu filho para ver algo interes-sante que você encontrou. Pode ser uma tirinha engraçada, uma imagem ou uma notícia do interesse dele.

Quem “convive” com a leitura desde bebezinho torna-se muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. E é isso que nós queremos para nossas crianças.

Então não esqueça: pequenas ações podem fazer a diferença!

Comece já!

Rosemeire de AbreuPedagoga e Especialista em Alfabeti-zação. Professora do 1o ano do EFColégio Maria Imaculada - São Paulo

Projetos

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Projeto Jornal na Escola

Todo ser humano é pro-dutor de cultura, pois in-terage com o mundo em que vive, influenciando e sendo influenciado por ele. Segundo o professor

Murilo Ramos, da UNB, “o papel do jornal na sociedade democrática é de formar cidadãos e não apenas de informar consumidores”. Esse pen-samento está muito ligado a um dos objetivos do Colégio Regina Pacis, que é formar cidadãos conscientes e protagonistas de sua história.

O trabalho com o jornal em sala de aula é um momento ímpar na formação do senso crítico dos jovens por permitir um leque diversificado de

atividades e reflexões que motivam a troca de ideias e experiências sobre assuntos do cotidiano. A elaboração do jornal envolve as diversas áreas do conhecimento e leva os alunos a perceberem que o conhecimento tem um caráter histórico, dinâmico, construído com o passar do tempo e que sofre alterações provocadas pela própria sociedade. Essa característica do texto jornalístico escapa, muitas vezes, aos livros didáticos.

Com o objetivo de incentivar os alunos do 2º Ano do Ensino Médio a produzirem o jornal da escola, o Projeto Pé-na-estrada propiciou uma visita ao Jornal O Tempo, onde pu-deram vivenciar todas as etapas da

elaboração de um jornal diário, da pauta à distribuição. Foi uma expe-riência rica e instigante, pois, a partir dela, os alunos foram desafiados a produzir o primeiro jornal do colégio, que será lançado na Mostra Cultural. Toda a turma está empenhada e muito motivada com os trabalhos, organizando pautas, reportagens, entrevistas, notas, eleição de nome e logotipo, enfim, são “os focas” em ação. Aguardem! Vem aí o Jornal do Regina Pacis.

Rosandra Sêda Cardoso FurtadoProfessora de Português/RedaçãoColégio Regina Pacis – Belo Horizonte

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Projetos

Tecnologia e Educação:

Com o intuito de favorecer a inclusão da tecnologia no ensino, e também possibilitar a ampliação da discussão de temas relevantes para a sociedade, educandos, professores e pais de alunos do Colégio Regina Pacis assistem e debatem filmes que abordam diferentes contextos sociais de modo reflexivo. É o Projeto CINE CLUBE

A prática educacional contemporânea exige tanto das instituições quanto de professores o desenvolvimento de novas práticas peda-

gógicas que possibilitem de maneira eficiente o aprendizado dos alunos.

Currículos que em alguns mo-mentos se mostram desligados do universo de crianças e jovens; novas estruturas familiares que a cada dia delegam e exigem novas atribuições à escola e aos professores; uma vi-vência cada vez mais ligada – ou seria melhor conectada? – às tecnologias que se mostram mais interessantes e cativantes do que uma simples fala ou algumas palavras, termos e conceitos impressos no quadro. Es-tes são apenas alguns motivos que provocam - ou deveriam provocar – indagações em todos os membros

Parceria possível e eficaz

da comunidade escolar (entenda-se como membros: pais, tios, professo-res, coordenadores, diretores, alunos). As poucas palavras que tomam estas páginas tratarão justamente do últi-mo tópico, ou seja, o uso de novas tecnologias.

A ideia de usar novas tecnologias em sala de aula pode parecer extre-mamente complicada uma vez que equipamentos touch screen, com-partilhamento de dados instantanea-mente, participação em redes sociais, nem sempre são visualizadas como práticas cotidianas por professores. Ou melhor, como práticas que podem ser inseridas no cotidiano escolar e não apenas serem vistas como fuga das responsabilidades escolares. Neste sentido é necessário conhecer novos instrumentos, mas também é rele-vante analisar o que realmente pode e deve ser inserido na prática escolar.

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Tendo como referência estas discussões, vislumbrou-se desenvol-ver um projeto interdisciplinar que favorecesse a inclusão de tecnologia no ensino, mas também que possi-bilitasse uma discussão mais ampla de temas importantes para toda a sociedade tais como: violência, uso de drogas, poder do Estado, ineficiência do Estado, etc.

O projeto que tomou corpo, desen-volvido pelos professores de História, Filosofia e Sociologia (é claro que apoiado em várias instâncias pelas demais áreas do conhecimento e da organização da instituição) do Colégio Regina Pácis – BH recebeu o nome de CINE CLUBE. Neste projeto, a tecno-logia escolhida foi a do cinema, que por si só já nasceu com o objetivo de encantar, gerar questionamentos e despertar sonhos. Seria ideal então aliar as características próprias da arte cinematográfica em prol de discus-sões curriculares e interdisciplinares.

O projeto, que iniciou no 1º semes-tre/2014 (especificamente nos meses de abril, maio e junho), funciona com a seguinte dinâmica: mensalmente, em horário extra-turno, uma obra cinematográfica é exibida para pais, alunos e professores no auditório da escola. Logo após a exibição do filme, os professores e coordenadores promovem a mediação de um debate de acordo com o enredo da obra e os temas propostos para a noite.

A primeira sessão ocorreu com a exibição do filme nacional Era Uma Vez. O filme trata da realidade de jovens vivendo contextos sociais diver-

sos e que, após iniciarem uma relação, passam a viver um contexto de críticas e preconceitos. Posteriormente, foi exibido o filme A Onda, que trabalha de maneira realista e questionadora aspectos da sociedade alemã pareci-dos com dramas de nossa realidade como desapego familiar, consumo de drogas, baixo rendimento escolar, sucateamento do ensino, e princi-palmente, a valorização de regimes totalitários em momentos de crise. Por fim, foi exibida a obra V de Vingança, que relata a trajetória de um misterioso mascarado inglês que, em uma Ingla-terra do futuro, organiza compatriotas com o objetivo de promover uma revolução e eliminar o regime tirânico que causa medo e terror.

A exibição de tais obras, aliada com a discussão/debate, serviu de base para um diálogo de análise da conjuntura político-social vivida no Brasil. Um contexto marcado, na época, pela euforia de uma Copa do Mundo de Futebol e pela realização de obras quase faraônicas por várias capitais convivendo com problemas sociais graves. Somado a isto o desejo de promover manifestações em busca de mudanças sociais e o medo da ma-nipulação de informações e a instau-ração da repressão como mecanismo de controle social. Os debates foram acalorados superando as expectativas de todos os participantes e, o mais importante, com grande adesão de alunos e familiares.

Ficou claro que é possível utilizar, de maneira clara e eficiente, tecno-logias que antes ficavam restritas a determinados conteúdos ou discipli-nas. A grande questão é como utilizar tais tecnologias de modo a estreitar o elo entre escola e alunos; alunos e realidade; escola e comunidade. Trabalho difícil, mas extremamente gratificante. Estamos no caminho.

Claudio Lima Ribeiro Junior Graduado em História e Mestre em História Social pela UFMGProfessor de História do Ensino Fun-damental II do ColégioRegina Pacis (MG)

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Projetos

Projeto Rádio Escola - RPMIX

Alunos do Colégio Regina

Pacis montam programa

de rádio para transmitir

notícias e curiosidades a

todos os educandos do

colégio.

Diversas maneiras podem ser vistas como eficazes e pertinentes no mo-mento escolar, no que diz respeito às formas de ensinar, buscando

alcançar o entendimento de todos os alunos quanto à matéria lecionada. O uso de vídeos, o uso da sala de informática, multimídia, laboratórios e a sala de aula são exemplos de re-cursos utilizados pelas instituições na exposição de conteúdos, discussão e compreensão dos mesmos para um posterior passo pelo aluno na sua formação. A rádio na escola é outra maneira de tornar o processo educativo ainda mais prazeroso, uma proposta diferente e que educa sem imposição, mas pela informação.

A educomunicação projeta uma vertente de ensino-aprendizagem vol-tada à educação falada pelo locutor, ouvida e compreendida de diferentes maneiras pelo ouvinte e passível a discussão entre ambos, pela interati-vidade. A comunicação no processo de interação humana é o alicerce do processo educativo e com esse intuito apresentamos o projeto “Rádio na escola” – “Rádio Regina Pacis Mix” (RPMIX) – que propicia um novo desa-fio aos alunos quanto a organização, responsabilidade e entretenimento, delegando aos mesmos a montagem de uma guia de programação a ser apresentada na escola, além de de-senvolver questões pedagógicas, com desafios e perguntas durante a pro-gramação, e questões informativas, com relação aos eventos escolares e notícias pertinentes a ideologia pro-posta pela escola.

A proposta é, em um primeiro momento, produzir uma transmissão semanal de modo a atender os objeti-vos descritos anteriormente, se esten-dendo a mais transmissões, em mais de uma vez na semana, no decorrer do projeto, motivada pelo empenho e dedicação dos alunos.

A ideia é realizar um programa que inclui uma programação produzida pelos alunos, incluindo curiosidades, informes, músicas, entrevistas e questionamentos relacionados aos conteúdos verificados em sala de aula. A transmissão é feita no intervalo com tempo e roteiro previamente estipulados.

O roteiro, com proposta de progra-mação, músicas, entrevistas e notícias, é organizado pelos alunos sob super-visão de um professor, coordenador pedagógico e supervisão escolar, de

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modo a atender às necessidades e anseios dos alunos, mas que tenham um cunho pedagógico vinculado e verificado pelos supervisores.

A proposta segue os seguintes momentos, levantados como tópicos a seguir:

Escolha da equipe

um grupo de alunos, 4 a 5 alunos, que apresentam uma boa dinâmi-ca de improvisação, boa dicção e fluência na fala, além de estarem compromissados à proposta.

os alunos serão divididos em rotei-ristas, locutores, manipulador de equipamentos, repórter e contra regra.

Montagem da programação

os alunos organizarão um roteiro com a apresentação da rádio, mú-sicas a serem tocadas, os informes e notícias organizadas na forma de curiosidades, charadas, perguntas, entre outras, com uma certa ante-cipação.

Supervisão

os supervisores verificarão o rotei-ro, validando o mesmo para que possa ser apresentado.

oportunizar os alunos o contato com os recursos a serem utilizados na Rádio.

A programação deverá seguir um roteiro por dia de apresentação seguindo os seguintes parâmetros:

Rádio EscolaRegina Pacis MIX

A Rádio Regina Pacis será trans-mitida ao vivo com participação dos alunos, corpo docente e funcionários em geral.

Apresentação: uma faixa de abertu-ra padrão a ser gravada com efeitos sonoros com o nome da rádio e desejando um bom dia a todos – 30 segundos.

1ª Fala do locutor: apresentação do mesmo e do roteiro do dia, com um entrevistado e sobre o assunto a ser discutido com ele e a disciplina da qual será feita perguntas ou levantadas algumas curiosidades. A pergunta deverá ser feita neste momento para que algum aluno tenha tempo de respondê-la (pode valer alguma pre-miação). Na sequência uma apresen-tação de música – 3 minutos.

Música: apresentação de uma música – em média 4 minutos.

2ª Fala do locutor: retomada depois da música indicando o cantor e o nome da música. Se possível alguma curiosidade da mesma (ano, algum filme, etc) - 1 minuto

3ª Fala do locutor: retomada com a programação (entrevista) - 2 minutos no máximo

4ª Fala do locutor: resposta da per-gunta. Despedida e apresentação de uma última música para encerramento da programação. É bom indicar o nome da música e cantor antes da mesma, pois depois haverá o sinal

para que os alunos retornem a sala de aula – 5 minutos.

A proposta de tornar os alunos manipuladores do projeto visa atender as necessidades do colégio, promover a autonomia, a responsabilidade, a dedicação e a retomada de valores educacionais necessários para o de-senvolvimento pleno do educando como cidadão e formação escolar.

Quanto às questões pedagógicas de ensino-aprendizagem, a rádio tem o objetivo de trazer informações relacionadas à sala de aula, curiosida-des, desafios na forma de perguntas, entre outras questões que possam agregar valor às disciplinas lecionadas na instituição.

Em relação ao caráter informati-vo, a rádio deve divulgar notícias de âmbito escolar, pertinentes a própria instituição como datas previstas de atividades escolares, eventos promo-vidos pelo colégio, além de notícias da Congregação, do bairro, da cidade, estado e também do mundo. Notícias que possam ser estendidas a discus-sões mais elaboradas em sala de aula.

Há também a necessidade de tor-nar o intervalo das aulas, recreio, um tempo prazeroso, com brincadeiras, músicas e esperado momento de descanso.

A intenção é que os alunos pro-duzam uma rádio para os próprios alunos, trazendo novidades, notí-cias, curiosidades, músicas e outras produções de cunho pedagógico, atrelando a um momento de prazer aos ouvintes.

À proposta de cunho pedagógico, de interação, lúdica e de recreação, a rádio na escola deverá agregar valores como a responsabilidade social com relação à informação a ser levanta-da e levada aos ouvintes, além de promover uma nova perspectiva de aprendizagem realizada em um es-paço anteriormente ocioso.

Wellington Geraldo Lima AmaralGraduado em Química. Pós-graduado em Mídias na Educação e Ensino de Ciências por Investigação. Colégio Regina Pacis Belo Horizonte (MG)

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Atividades

Amazônia e sua biodiversidade

Alunos do CMI (RJ) “mergulham a fundo” na região da Amazônia sem sair da sala de aula por meio de atividades e dinâmicas sobre a região.

A turma do 4º ano B do Colégio Maria Imacu-lada (RJ) trabalhou no 4º bimestre algumas maneiras de conhecer melhor a Amazônia

através de um texto jornalístico de Gabriela Romeu.

A dinâmica foi realizada em grupos na sala de aula, onde trabalhamos em interdisciplinalidade com as áreas de: Língua Portuguesa, explorando a escrita e os elementos integrantes do texto; Ciências, entendendo o cuidado com o meio ambiente e o ciclo das águas e História, estudando a ocupação da Amazônia como prio-ridade de governo.

Os grupos perceberam a biodiver-sidade com a necessidade de garantir a preservação da floresta Amazônica e o modo de vida das populações tradicionais amazônicas.

Com essa interação, os grupos conseguiram produzir textos com o tema: A biodiversidade da Amazônia.

Tatiana RochaProfessora do 4º ano B Colégio Maria Imaculada - Rio de Janeiro - RJ

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Meu Projeto de Vida A fim de refletirem sobre os desafios que surgem na nova etapa da vida de formação no colégio, alunos do 3º Ano do Ensino Médio, do Colégio Regina Pacis, participaram de momentos de espiritualidade, reflexão e descontração em fazenda de Igarapé (MG)

No dia 08 de outubro, os alunos do 3º Ano participaram do Dia de Convivência “MEU PROJETO DE VIDA”, na Fazenda Canta Galo em

Igarapé – MG, com a participação da equipe de Pastoral, André e Ir. Maria José, orientador Oldach e as profes-soras Patrícia e Stelamares.

O momento de espiritualidade aconteceu na parte da manhã, quan-do os alunos refletiram sobre esta importante etapa de suas vidas – a finalização do Ensino Médio, os desa-fios do ENEM e demais vestibulares, a escolha da profissão e a necessidade

de elaboração do Projeto de Vida, como meio facilitador de atingirem os seus objetivos traçados para os próximos anos.

Um delicioso almoço foi preparado pelas professoras Patrícia e Stelamares, partilhado com a família do aluno Pau-lo Lopes, que gentilmente nos acolheu neste dia. Após o almoço, atividades recreativas e esportivas proporciona-ram o momento de descontração e integração entre os participantes.

Oldach Benjamin de OliveiraOrientador Educacional do Colégio Regina Pacis - BH

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Nutrição

Educação nutricional se faz na escola

“Antes de ser uma nutricionista, sou uma Educadora Alimentar:

aquela que ensina, orienta, conscientiza e informa sobre os alimentos, mas não

faz imposições. Cada um utiliza aquilo que

aprendeu como e quando quiser”.

Era uma vez uma nutri-cionista que primeiro se transformou em mãe e depois em professora...

Minha história poderia começar assim, mas vou de-

talhá-la para a compreensão de todos.Há 15 anos, me formei nutricionista

e tinha uma certeza de que levaria ao “pé da letra” o significado da palavra nutrir (alimentar, sustentar, desen-volver, educar e instruir). Porém, no início, não consegui aplicá-la como imaginava, pois estava com o propó-sito certo no lugar errado.

Atendendo a uma senhora amputa-da, num leito de um hospital, ela me disse em tom de lamentação de que lhe fez falta alguém explicar a ela de forma tão compreensível, como fiz

naquele momento, o que a doença diabetes faria com ela. Neste caso, já era tarde demais. Sempre me recordo desta cena e, talvez seja ela a razão de eu nunca ter desanimado do meu propósito de prevenir.

Mas, teria que me tornar mãe, por-que existe a maneira certa de aplicar os conhecimentos que adquirimos nas cadeiras da faculdade, já que, em alguns momentos, a teoria dos livros é completamente diferente da prática. Somente a habilidade e a sabedoria materna, compreendida dia após dia, com meus 2 filhos, me proporciona-riam tamanha façanha.

Quando iniciei meus primeiros tra-balhos na escola, a convite da saudosa Ir. Eny, a minha tarefa basicamente seria simples. Mas, não menos desa-fiadora.

Na época, havia sido decretada uma lei que proibia expressamente a venda de alimentos que não es-tivessem enquadrados nas “Leis da Nutrição”, nas cantinas das escolas. E eu precisaria apenas adequar tais alimentos.

Foi observado que crianças e jovens, muito acostumados com o consumo diário de refrigerantes e outros alimentos pouco nutritivos, fizeram até motim na hora do recreio. Trouxeram de casa uma garrafa pet tamanho família de refrigerante, in-clusive com os copos descartáveis, e saíram distribuindo-os e afrontando a todos. Na época, eu disse que preci-saria de calma. O primeiro passo seria educá-los em relação à alimentação. A partir daí, comecei o meu trabalho de “formiguinha”.

Sozinha, sem muitos adeptos, sempre tive um desejo estranho de ser, pensar e agir. Sendo uma ideia inovadora, passou a ser um desafio colocá-la em prática. Enfrentei ainda o rótulo de que a nutricionista é aquela profissional “chata”, que tira tudo de

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Educação nutricional se faz na escola

de atividades pedagógicas e lúdicas detalhadamente planejadas, um novo conceito de uma alimentação saudável. Sem o apoio das mestras, profissionais habilitadas a ensinar, indicadas a propagar ideias, o projeto nada seria. Elas me oferecem recursos, espaço e oportunidade para que eu possa realizar o meu projeto.

Este era o meu sonho e hoje é a nossa realidade.

Seguem alguns depoimentos de professoras, mães e alunos:

“O trabalho que a Lilian desen-volve na escola é excelente. Além de ser muito clara e objetiva em suas palestras, ela age de forma lúdica. É impossível, depois de ouvi-la, não repensarmos a forma como nos ali-mentamos. O trabalho em conjunto

também (escola/ nutricionista/família) é essencial para alcançar os objetivos propostos. Lilian não mede esforços para que tudo dê certo. São de pro-fissionais e parceiros como ela que a educação tanto necessita. Obrigada pelo seu carinho e dedicação” (Prof. Márcia Vieira/ 5º Ano Alfa – Colé-gio Imaculada Conceição - Passos).

“Lanche Coletivo é uma aula prá-tica que aproveitamos para trabalhar muitos conteúdos. Abordamos a matemática: cores, formas, texturas, classificação. Na natureza e sociedade, discutimos a conservação dos alimen-tos e os diferentes tipos de sabores, além dos hábitos de higiene.

Na Educação Religiosa, agradece-mos o alimento e aprendemos a re-partir. Enfim, o Lanche Coletivo é um momento muito rico que traz vários

Cont

inua

bom que é de comer e coloca apenas o ruim na rotina alimentar.

Por isso, hoje, antes de ser uma nutricionista, sou uma Educadora Alimentar: aquela que ensina, orien-ta, conscientiza e informa sobre os alimentos, mas não faz imposições. Cada um utiliza aquilo que aprendeu como e quando quiser.

Sempre me perguntam por que ser uma Educadora Alimentar na escola e com crianças. Primeiro, porque tudo aquilo que escutamos e aprendemos nos bancos da escola é o que levamos a sério e para a vida toda. E, segun-do, porque crianças são muito mais abertas ao aprendizado, não têm pro-blema algum em abandonar o velho e imediatamente começar a aplicar o novo, desde que sejam envolvidas de modo compreensível a fazer isso.

Embora tivesse absoluta certeza de que esse seria o caminho mais adequado de levar conhecimentos sobre a nutrição da forma certa e no tempo hábil, precisaria de muitos e muitos colaboradores. Como diz o ditado, “uma andorinha só não faz verão”, precisaria de uma equipe que me apoiasse, pois as minhas ideias precisavam ganhar formas e sabores, e ainda teriam que passar pelo criterioso e exigente padrão de aceitação alimentar infantil. Foram muitas as experiências e tentativas sem sucesso, como as alterações de receitas, até chegar ao ponto certo. E a equipe de trabalho não mediu esforços em embarcar comigo nas minhas “viagens lúdicas”, criando e reproduzindo verdadeiras delícias na cozinha da cantina da escola.

Hoje começamos a colher alguns frutos daquelas sementinhas que foram semeadas lá no início. São 300 crianças envolvidas em um trabalho prazeroso de Educação Nutricional Infantil, realizado através do Lanche Coletivo. Proporcionamos, por meio

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Nutrição

benefícios. Mas, para mim, o ponto forte do lanche é o combinado que construímos em sala de aula, no qual todo lanche deve ser experimentado, pois somente assim poderemos avaliar se gostamos ou não. Como é gostoso ver as crianças vencerem as barreiras e experimentarem novos alimentos” (Prof. Roberta Lemos Rezende Araújo/ Pré-escola – Colégio Ima-culada Conceição – Passos).

“A Tia Lilian nos ensinou a impor-tância dos alimentos para o nosso corpo e muitas outras curiosidades sobre eles. A Tia Lilian é muito legal e explica as coisas sem palavras difíceis. Gostamos muito dela” (Larissa do 3º Ano e Arthur do 5º Ano /Alunos do Colégio Imaculada Conceição – Passos).

“Sempre fui muito preocupada com a alimentação da minha família, principalmente com os filhos em fase de crescimento. Estava procurando

uma linguagem que os motivassem a interessar por uma alimentação saudável, sem cobranças. Foi quando conheci a Tia Lilian e sua metodologia de trabalho. Ela trouxe às crianças in-formações importantes de um modo lúdico, que os incentivaram muito a experimentar novos alimentos e a comerem com prazer. O mais im-portante de tudo foi que as crianças amaram aprender” (Patrícia Oli-veira Andrade de Faria / Mãe dos alunos Larissa e Arthur do Colégio Imaculada Conceição – Passos).

“Sendo mãe de três alunas do Colégio, vejo as minhas filhas envol-vidas com a forma diferenciada que o lanche está sendo apresentado. Elas olham todos os dias o cardápio do lanche, que fica anexado às agendas, e já ficam imaginando como o lanche daquele dia será apresentado; seja um arco-íris de frutas ou uma cesta de frutas da Chapeuzinho. Enfim, todo esse mundinho lúdico faz a

imaginação delas fluir e daí a vontade de experimentar as novidades.

“Sendo professora de Inglês e parceira da nutricionista Lilian, temos realizado atividades pedagógicas num contexto atrativo. Seja no pátio em um piquenique ou mesmo em sala de aula, utilizamos as frutas como ferramentas e, através delas, posso ensinar em inglês seus nomes e cores de forma lúdica e prazerosa. É uma aprendizagem que se concre-tiza dentro do mundo da fantasia” (Marilene Ribeiro Almeida Costa – Professora de Inglês / Educação Infantil do Colégio Imaculada Conceição – Passos).

“Na condição de mãe, sempre sa-tisfazemos os desejos de nossos filhos e, com isso, a alimentação deles nem sempre é a mais nutritivas. Julia, após entrar na escola e com o trabalho das professoras e da nutricionista, adquiriu novos hábitos alimentares. Passou a comer frutas diariamente ao invés de doces, em especial a maçã verde. Hoje, ela não vive sem elas. Recomendamos que todas as mães observem o que seus filhos comem e os motivem a fazer uso constante de alimentos saudáveis e naturais. A Educação Alimentar tem que ini-ciar cedo, a fim de garantir a saúde dos nossos pequeninos no futuro!” (Julia Lima de Andrade - filha de Ana Paula Blanco e aluna da professora Marta Helena Silva do Pré-escolar do Colégio Imaculada Conceição – Passos).

Lilian Custodio Nutricionista; Educadora Alimentar e mãe dos alunos Enrico, do 2º Ano Beta, e Frederico, do Maternal II Delta - Colégio Imaculada Conceição - Pas-sos (MG).

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