132
Existem famílias de tudo quanto é tipo. Porém, todas têm algo em comum: a influência na educação dos filhos. Jovens gostam de liberdade, mas também gostam de atenção e precisam ter limites. Por isso, seja presente na vida deles, acompanhe o desempenho escolar, fique de olho no horário que chegam em casa, saiba com quem andam. Também dê carinho aos seus filhos, tenha momentos de lazer e sempre converse com eles, mas lembre-se, o melhor conselho é o exemplo. Quanto mais família, menos drogas. www.maisfamiliamenosdrogas.com.br

Revista [B+] 31

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Na capa, Fernando Barros fala sobre o mercado de mídia na Bahia. E mais: a primeira edição da [B+] Saúde e o Especial de Educação.

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Page 1: Revista [B+] 31

Existem famílias de tudo quanto é tipo. Porém, todastêm algo em comum: a influência na educação dos filhos.Jovens gostam de liberdade, mas também gostam de atençãoe precisam ter limites. Por isso, seja presente na vida deles, acompanhe o desempenho escolar, fique de olho no horário que chegam em casa, saiba com quem andam. Também dê carinho aos seus filhos, tenha momentos de lazer e sempre converse com eles, mas lembre-se, o melhor conselho é o exemplo. Quanto mais família, menos drogas.

www.maisfamiliamenosdrogas.com.br

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ago / set 2015 • ano 6 • nº 31 • www.grupobmais.com.br

a revista da bahia

EconomiaAs empresas que investemna Bahia em 2015

SEm vErbaA produção cultural no estado depois dos cortesno orçamento

nEgócioSPor que empresários baianos não conseguem vender dentro do estado?

agroA ressurreição docacau no sul da Bahia

EmprESariado baiano fala SobrE invEStimEntoS Em markEting Em tEmpoS dE criSE

Fernando Barros, diretor da ProPeg, Fala soBre ProPaganda, meios digitais e reinvenção: “a Bahia Precisa de vontade

Para sair do lugar-comum”

R$ 9,90

Tiragem auditada:15 mil exemplares

Page 4: Revista [B+] 31

PORTO SEGURO

ILHÉUS

VITÓRIA DA CONQUISTA

BARREIRAS

TEIXEIRA DE FREITAS

FEIRA DE SANTANA

PAULO AFONSO

LENÇÓIS

VALENÇA

Belo Horizonte – Campinas – Ribeirão Preto – Rio de Janeiro – Salvador - Maceió - São Paulo

Brasília – Belo Horizonte – Campinas – Rio de Janeiro

Brasília – Belo Horizonte – Campinas – Rio de Janeiro

Salvador - Campinas

Belo Horizonte – Salvador – São Paulo

Salvador

Campinas – Salvador – Vitória da Conquista - Miami

Belo Horizonte

Salvador - Brasília

Em breve, mais 13 aeroportos vão passar a contar com voos comerciais na Bahia:Guanambi • Irecê • Senhor do Bonfim • Bom Jesus da Lapa • Santa Maria da Vitória • Ibotirama

Jacobina • Jequié • Cipó • Maraú • Caravelas • Itaberaba • Comandatuba

Porto Seguro

FEIRA DE SANTANAlençÓis

VALENÇA

COMANDATUBA

CANAVIEIRAS

caravelas

guanambi

irecêjacobina

Paulo afonso

BARREIRAS

ILHÉUSvitória da conquista

teixeirade freitas

4 novos aeroportos

9 aeroportos EM REFORMA

55 novos voos semanaisem toda a Bahia

JEQUIÉMARAú

Bom Jesus da lapasanta maria da vitória

senhor do bonfim

AT 12440 - ANJ NOVOS VOOS - 404x266 Revista.indd 1 7/31/15 6:34 PM

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PORTO SEGURO

ILHÉUS

VITÓRIA DA CONQUISTA

BARREIRAS

TEIXEIRA DE FREITAS

FEIRA DE SANTANA

PAULO AFONSO

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VALENÇA

Belo Horizonte – Campinas – Ribeirão Preto – Rio de Janeiro – Salvador - Maceió - São Paulo

Brasília – Belo Horizonte – Campinas – Rio de Janeiro

Brasília – Belo Horizonte – Campinas – Rio de Janeiro

Salvador - Campinas

Belo Horizonte – Salvador – São Paulo

Salvador

Campinas – Salvador – Vitória da Conquista - Miami

Belo Horizonte

Salvador - Brasília

Em breve, mais 13 aeroportos vão passar a contar com voos comerciais na Bahia:Guanambi • Irecê • Senhor do Bonfim • Bom Jesus da Lapa • Santa Maria da Vitória • Ibotirama

Jacobina • Jequié • Cipó • Maraú • Caravelas • Itaberaba • Comandatuba

Porto Seguro

FEIRA DE SANTANAlençÓis

VALENÇA

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BARREIRAS

ILHÉUSvitória da conquista

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55 novos voos semanaisem toda a Bahia

JEQUIÉMARAú

Bom Jesus da lapasanta maria da vitória

senhor do bonfim

AT 12440 - ANJ NOVOS VOOS - 404x266 Revista.indd 1 7/31/15 6:34 PM

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sumário

12141618

26283032

333440444650

525658

5960

636466

6768707274

767880

81828688

GaleriaOnline e MuralFórum [B+]Bloco de notasacontece nordesteAgro+Imóveis+Mercado Pet

NEGÓCIOSempresas que investem na Bahiasanto de casa não faz milagre[C] a natureza do nosso trabalho O novo cacau[C] Salvador precisa perdero medo do novoentrevista: Fernando Barrosno caminho contrário[C] Por que investir em comunicação em plena crise

EDUCAÇÃODa escola para o mercado de trabalho

SUSTENTABILIDADEa nova onda do capitalismoTendências

ESTILO DE VIDASaborTurismoDecoraçãoCinco itens indispensáveis paraMarlon Gamaautos&MotosRoteiro: Baixio notas de tec

ARTE E ENTRETENIMENTOCultura sem verba. e agora? Uma pergunta para: Carlos Prazeres Conte aí

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Page 10: Revista [B+] 31

[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira

[Editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])

[Repórter]Tede Sampaio ([email protected])

[Designers]Adna Novaes, Gabriel Cayres e Rafaela Palma

[Projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres

[Fotografia]Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira

[Revisão]Cristiane Sampaio

[Colunistas]Armando Avena, Cristina Barude, Djalma Falcão, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina, Roberto Nunes

A revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ide ias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.

TIRAGeM AudITAdA15 MIl exeMplAReS

Revista [B+] edição 31Agosto /Setembro de 2015

[Periodicidade] Bimestral[Impressão] Grasb

CAPA[Foto] Luciano Oliveira[Produção] Luciano Oliveira e Pedro Hijo

A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída em 188 municípios do estado.

Pontos DE VEnDA

[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)

[Presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )

[Diretor Geral]Renato Simões Filho ([email protected])

[Diretor de Publicações]Claudio Vinagre ([email protected])

[Diretora de Marketing]Bianca Passos ([email protected])

[Gerente Comercial]Ana Beatriz Sampaio ([email protected])

Reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477

[Representantes]Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - [email protected] Feira de santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - [email protected] Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - [email protected] Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - [email protected] Rio de Janeiro e são Paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - [email protected]

Realização Editora Sopa de Letras Ltda.

Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477

CnPJ 13.805.573/0001-34

expediente

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11233B_AF_An_Rev_Bmais 202x266.indd 1 24/07/15 12:08

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editorial

Com 17 anos fui visitar a sede da Propeg em Salvador na busca de uma luz que

me fizesse entender qual caminho profissional seguir. Para muito além dos tes-

tes vocacionais propostos pelas tias do colégio, me vi rodeado de possibilidades

em frente a todo aquele histórico de propagandas que me foi apresentado.

Já tinha ouvido falar da Propeg. O jingle que tentava convencer os turistas

de que a Bahia era uma boa ecoou na minha cabeça durante alguns verões.

Mas o que mais me chamou a atenção foi uma peça feita para divulgar os

ensaios da Timbalada.

O comercial de poucos segundos mostrava um executivo que digitava em

um teclado de computador. Ao longo do filme, o barulho das teclas começava a

se transformar em um batuque e os dedos acompanhavam a música. Entrava o

som de atabaques ao fundo e a mensagem certeira fechava: “Ensaios da Timba-

lada, você vai aos domingos e lembra a semana inteira”.

Bastaram dois atores (estagiários da agência) e um computador para fazer

aquele que seria premiado como comercial do ano.

Para fazer a entrevista que gerou a capa desta edição fui à mesma Propeg,

quase 10 anos depois daquela minha visita, para conversar com Fernando

Barros, diretor da empresa, sobre criatividade e reinvenção. As ideias propostas

por Barros são muitas, mas a principal mensagem é que, diante de qualquer

crise, vence aquele que consegue ter visão e ousadia.

Há dois anos, a Propeg se juntou a mais duas agências, formando o Grupo

PPG, e, em 2015, lançou a primeira agência de live marketing voltada para

consumidores das favelas, mercado que movimenta R$ 64,5 bilhões por ano no

Brasil. De que adianta celebrar a crise? É preciso ir atrás de novos mercados.

Não optei por fazer publicidade, mas aqui estou sendo jornalista e traba-

lhando dobrado para tirar o melhor da minha equipe e transformar qualquer

crise em oportunidade. Celebrando cada conquista. Na [B+], estamos juntos

buscando caminhos para sermos mais criativos, mais transformadores, mais

propositivos a cada número que colocamos nas bancas e tablets, a cada post

que fazemos em nossas redes sociais, a cada projeto que lançamos.

Acompanha o lançamento desta edição 31,\ o primeiro número da revista

[B+] Saúde, publicação feita para contemplar um segmento que representa cer-

ca de 10% do PIB do país e que movimenta a economia, mesmo na crise. Além

disso, os Fóruns [B+] seguem com todo o gás promovendo o encontro de líderes

empresariais para debater sobre os mais diversos setores.

Mais do que nunca é preciso ter ousadia para seguir em frente. E a sua em-

presa? Está fazendo o que para se destacar? O futuro depende desta resposta.

Aproveite o momento

Pedro hijo, editor-chefe da Revista [B+]

12 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 13: Revista [B+] 31

Preço por trajeto comprando ida e volta.Tarifa sujeita a disponibilidade.Taxas de embarque não incluídas.

Para maiores informações (71) 3347-8899 | (11) 3876-5607

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Tarifa PrimeA nova businesssuper econômica chegou para ficar.

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Em cAdA cAnto um EncAnto

[01] Rio Vermelho, Salvador, [02] Gamboa, Salvador, [03] Ribeira, Salvador,[04] Ondina, Salvador, [05] Tancredo Neves, Salvador, [06] CAB, Salvador,[07] Barra, Salvador, [08] Piatã, Salvador, [09] Av. Oceânica, Salvador

Quer participar? tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no Instagram! As melhores serão publicadas na próxima edição

Pedimos aos nossos leitores para que marcassem fotos de cidades baianas com a hashtag #revistabmais no Instagram. Veja algumas abaixo.

[01]

[04]

[01]

[02]

[05]

[02]

[03]

[06]

[03]

galeria

@bruno_sa

@juliamodelodemodelo

@tedesampaio

@costaleo

@lkazon

@_manuelsa

@eu_fabioqueiroz

@sergiocayres

@vnc1us

14 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 15: Revista [B+] 31

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onlineemural

COMENTáRIOS ED.30

moldura hiP hoP“Os parceiros no mundão!”, russo passapusso, pela fanpage

“Parabéns e sucesso! ‘Bem-aventurados os que não morrem estagnados’”, por Edilaine Silva, pela fanpage

caPa as estratégias de Quem cresce na crise

Comentárioda edição“Excelente matéria de capa! A [B+] sempre à frente da realidade brasileira!”michelle Figueiredo, por e-mail

negócio de gente grande“Já vi alguns vídeos de Isaac e realmente o garoto é bom! É uma pena que ele não tenha ido para frente. Na torcida para que os empresários do Nordeste acordem para este tipo de investimento”, camila vieira, pelo site

“Hoje em dia a pessoa está mais interessada na experiência que o produto pode proporcionar baseado no que outra disse. Claro, ainda tem gente que consome pela marca e status, mas o sentimento de comprar algo que alguém recomendou está crescendo”, vinicius nascimento, pelo site

contra a corrente“Muito interessante divulgar esse tipo de mercado, que ainda é desconhecido e tem muito espaço para crescer na Bahia, por marcelo bohana, pela fanpage

gestão no FuteBol“Acho que só pelo fato de haver eleições diretas, o Bahia já está muito à frente do Vitória”, thais almeida, pelo site

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uma Pergunta Para: georgia gaBriela“Foi muito inspirador ler Gabriela contando sobre a sua trajetória. Nos mostra como o nosso lugar no mundo depende muito mais de nós mesmos que de qualquer outra coisa. Claro que há inúmeros fatores que nos impedem de realizar algumas tarefas, mas antes de desistir vale uma reflexão se realmente não há possibilidade de se tomar uma nova atitude”, vanessa mazzafera, pela fanpage

“Ótimos exemplos como o de Georgia inspiram e nos mostram que as dificuldades, por muitas vezes, são pequenas e irrelevantes diante do objetivo traçado. Mas acho que o caminho brasileiro seria menos tortuoso se o básico fosse oferecido. Educação pública de qualidade e com foco na formação do cidadão já é uma realidade em algumas regiões do país, o que torna as possibilidades mais reais para todos”, inácio macedo, pelo site

inForme PuBlicitário: conForto e soFisticaçãoNa última edição, informamos erroneamente o número do telefone de contato da Construtora Vitor Negrão. O telefone correto é o (71) 3450-7946.

errata

“[B+] deu show na edição 30! Enquanto uns focam nas tragédias, tratando as crises como o mais importante, outros olham para as oportunidades de crescimento. As crises sempre existiram, assim como as oportunidades. A diferença dos vencedores e dos perdedores é o interesse e a energia que colocamos em cada um desses dois lados da mesma moeda. Parabéns [B+], pelas escolhas e pela excelente matéria”,andré gustavo barbosa, pelo facebook

“A capa mais linda até hoje! Parabéns!”, antônio marcos, pela fanpage

“A cada edição fica mais linda!”, raoni libório, pelo instagram

16 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

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as obras que ilustram os pilares deste número são de autoria de almandrade, artista plástico baiano, arquiteto e mestre em design urbano pela Universidade Federal da Bahia. algumas peças estão disponíveis no acervo da galeria de arte Roberto alban. endereço: R. senta Pua, 1 - Rio Vermelho, salvador. telefone: (71) 3243-3982.

a Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. o que lhe agradou? o que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.

site www.grupobmais.com.br e-mail [email protected] telefone 71 3012-7477

@revista_bmais /revistabmais @revistabmais

NO pORTAL

Queremos te ouvir

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as mais curtidas em nossa FanPage

[01] Banda de Ilhéus se apresentará no mesmo palco que Paul McCartney e Pharrell Williams[02] Baianos que crescem na crise[03] os 15 profissionais requisitados no comércio, indústria e agronegócio[04] Com seis anos e grandes números na internet, Isaac do Vine atrai a atenção de grandes marcas com vídeos de humor[05] Felipe Pezzoni, da Banda eva, conta quais são os itens fundamentais para um pai de primeira viagem

Para Baixaras edições de todas as publicações do grupo [B+] estão disponíveis na versão digital (para ios e android). Baixe as revistas no seu tablet e mantenha-se informado.

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a Juventude Pede Passagem Confira um papo com o baiano Eduardo Grossman, único brasileiro selecionado para ir ao Vale do Silício.

pARA CURTIR UM SOM

Pedimos para saulo Fernandes reunir quais são os CDs que está ouvindo atualmente. a lista com as sugestões está em nosso portal. nesta edição, saulo também é responsável pelas dicas de aplicativos em notas de tec.

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 17

Page 18: Revista [B+] 31

é Preciso encarar a saúde como negócio

Especialistas e empresários debatem sobre governança corporativa nas organizações de saúde no 27º Fórum [B+]

[06]

[04]

[02]

[03]

[07]

[05]

[01] Francisco Balestrin (Anahp); [02] Manoelito Souza (Santa Casa); [03] Luciane Bitencourt (Fund. José Silveira); [04] Camila Cumming e José Ricardo Madureira (Santa Casa); [05] Cláudio Neves (Natulab); [06] Cláudio Vinagre (Grupo [B+]) e Edgar Simões (Odonto Daily); [07] Cristina Soares (Hospital Aliança)

fórum[B+]

Importante alavanca para a empregabilidade no país

e um dos poucos setores que conseguem respirar com

mais facilidade durante a crise, a saúde carece de discus-

são no que diz respeito à governança corporativa.

Francisco Balestrin, presidente do conselho da As-

sociação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e um

dos responsáveis pela instalação do Hospital Aliança

em Salvador, alerta para as dificuldades do setor, que

é formado primordialmente por empresas familiares e

com profissionais com pouca formação administrati-

va. “O problema da governança clínica são os médi-

cos, com 50 anos ou mais, que estudaram medicina

quando era mais arte do que negócio. Eles não são

capazes de entender os valores que interferem nesta

questão”, disse ele durante palestra no 27º Fórum [B+]

que discutiu sobre o assunto. Tais empresas, ainda se-

gundo Balestrin, não despertaram para a necessidade

de adotar novas práticas de governança como forma de

atrair novos investimentos.

Rubem Seidl, diretor da GC4corp, consultoria de

projetos de reestruturação empresarial, ratifica a

opinião de Balestrin. Para Seidl, é preciso “despirami-

zar” a organização das empresas de saúde. “Muitos dos

dirigentes destas empresas ainda não se convenceram

de que o velho modelo de administração, que incluía

um CEO, tem que ser substituído por um conselho de

acionistas e um conselho de administração que tome

medidas baseadas no mercado e nas necessidades em-

presariais”, diz. “Nós só vamos conseguir fazer saúde

quando ela for horizontalizada. É preciso pensar no

cidadão desde a promoção”.

[01]

Alerta: “empresas não despertaram para a necessidade de adotar novas práticas de governança como forma de atrair novos investimentos”, diz Balestrin

18 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 19: Revista [B+] 31

[15]

[14]

[11] [12][09][08] [10]

[16]

+ no site:veja fotosdo evento

[13]

[08] Geraldo Vargas (Hospital Sagrada Família); [09] Hermano Storti (Tam); [10] Litza Gusmão (Hospital São Rafael); [11] Eugênia Ávila (Lab. Leme); [12] Álvaro Souza (Fund. José Silveira); [13] Ruben Seidl (palestrante); [14] João Maurício Maltez (Nordeste Saúde Empresarial), Tânia Conduru (Hospital Atlântico Sul) e Eduardo Cruz (Itaigara Memorial); [15] Magda Vasconcelos e Iolanda Peltier (Cárdio Pulmonar); [16] Roberto Sá Menezes (Santa Casa)

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blocodenotas

ConsTrução

salvador sedia Encontro nacional da Indústria da Construção em setembroA Câmara Brasileira da Indústria da Construção esco-

lheu Salvador para sediar o 87º Encontro Nacional da

Indústria da Construção (Enic), a ser realizado entre os

dias 23 e 25 de setembro no auditório do Senai/Cimatec.

Com o tema “Brasil mais eficiente, país mais justo”, o

evento tem o propósito de unir toda a cadeia do setor

imobiliário para discutir o futuro da construção no país.

De acordo com Vicente Mattos, diretor de relações ins-

titucionais do Sindicato da Indústria da Construção do

Estado da Bahia (Sinduscon-BA), o Enic discutirá temas

como indústria imobiliária, obras públicas e meio am-

biente. Ao todo, são esperados 1.800 participantes com

o objetivo de apontar soluções e novos entendimentos

para o setor.

Da esquerda para a direita: Vicente Mattos, José Carlos Martins, Luciano Muricy e Carlos Henrique Passos

EConomia CriaTiva

Salvador concorre ao título de cidade da MúSicaNo fim de julho, a prefeitura lançou a candidatura da

capital. Caso seja selecionada, Salvador será a primei-

ra cidade brasileira a fazer parte da Rede de Cidades

Criativas da Unesco na área da música. A ideia é que o

título atraia investimentos no segmento da economia

criativa; o resultado da candidatura será divulgado

em dezembro.

R$ 800 milhões

Este é o valor do investimento previsto pelo estado da

Bahia para a requalificação de 20 aeroportos regionais

até 2033. O plano de reestruturação dos terminais é

baseado no aumento do uso do transporte aéreo pelos

baianos. Somente no aeroporto de Barreiras, na região

oeste, o movimento de passageiros aumentou 30% no

primeiro trimestre em relação ao mesmo período de

2014, segundo o secretário de Infraestrutura do estado

da Bahia, Marcus Cavalcanti. O projeto prevê que alguns

desses terminais passem a operar com voos regulares,

a exemplo de Vitória da Conquista, cujas obras já estão

adiantadas e permitirão receber aeronaves com capaci-

dade para 189 passageiros. Além desse, novos aeroportos

também serão construídos, em Bom Jesus da Lapa,

Senhor do Bonfim, Porto Seguro, Maraú e Ilhéus.

CidadE

impasse sobre as obras no rio vermelho continuapor LORENA DIAS, DE SALVADOR

A obra de requalificação do Rio Vermelho, que começou no

mês de junho, com investimento de R$ 44 milhões, tem dividi-

do os moradores. De um lado está o “Rio Vermelho em Ação”,

grupo que surgiu nas redes sociais e já partiu para as ruas,

realizando atos públicos. Em sua pauta está a reivindicação

de maior participação popular nos projetos da prefeitura. Do

outro estão a Amarv (Associação de Moradores e Amigos do

Rio Vermelho) e a prefeitura, que afirmam que o diálogo com a

população sempre existiu. “Nós estamos abertos na discussão

com moradores e comerciantes”, garante Tânia Scofield, presi-

dente da Fundação Mário Leal Ferreira e responsável pelo pro-

jeto. A obra, que deve ser entregue até o fim de janeiro de 2016,

abrange os trechos da orla que partem da Praia da Paciência,

passando pelo Largo da Mariquita, até a entrada da Fonte

do Boi, além de algumas ruas internas, como a João Gomes

e a Almerinda Dutra.

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mídia

soB nova direçãoMoacyr Maciel, da Ideia3, foi empossado como novo presidente da associação Brasileira das agências de Publicidade (abap Bahia). ele substitui Renato tourinho, da Propeg, que agora assume a vice-presidência da abap norte e nordeste. Conversamos com Maciel sobre os desafios de assumir a nova gestão.

como reforçar a importância da propaganda para o mercado?Este será o nosso próximo desafio. As empresas estão

precisando aumentar seus resultados, e pesquisas

feitas ao longo dos últimos 30 anos têm mostrado que

as empresas que investiram em propaganda durante

os tempos de crise são as que primeiro conseguem se

reerguer e, principalmente, ganham mais mercado

durante os tempos de desaceleração. Outro ponto que

precisamos trabalhar é o estímulo para o surgimen-

to de novos anunciantes, a propaganda é uma mola

propulsora do desenvolvimento de qualquer negócio.

Só assim o bolo publicitário aumenta e o resultado das

empresas acaba acontecendo.

o mercado tem percebido a importância deste investimento em propaganda? Você falou bem, é um investimento. É um equívoco

encarar propaganda como custo. Num momento onde

há menos gente comprando e menos gente aparecendo,

torna-se mais adequado investir em propaganda. O mer-

cado baiano tem percebido isso, as grandes empresas

têm percebido isso, porque é comprovado.

saúdE

medicamentos genuinamente baianos Dando sequência ao projeto de ampliação do novo complexo

industrial da Natulab, o governador Rui Costa inaugurou no

último mês as novas linhas de aerossol e dermocosméticos

da companhia em Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia.

A previsão é que até 2018 a produção de aerossóis chegue a 15

milhões de itens, enquanto os dermocosméticos alcancem o pa-

tamar dos 25 milhões. Com essa expansão, a expectativa é a ge-

ração de mil novos empregos diretos e cerca de 2400 indiretos,

tornando-se, assim, o maior parque farmacêutico do Nordeste.

nEgóCios

Salvador ganha agência para captar novoS inveStimentoSFoi lançada em julho a agência Salvador Negócios, que visa

promover o ambiente de mercado da cidade, articulando,

fortalecendo e ampliando oportunidades de investimentos

nacionais e internacionais. A iniciativa é fruto de uma parceria

público-privada entre a prefeitura, a Associação Baiana para

Gestão Competitiva (ABGC), a Federação das Indústrias do Es-

tado da Bahia (Fieb) e a Federação do Comércio de Bens, Servi-

ços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA). “A agência

tem características próprias que vão atender às necessidades

de Salvador, diferentemente daquelas encontradas em outros

estados, que também têm as suas características próprias”,

disse a secretária municipal de Desenvolvimento, Trabalho e

Emprego, Andréa Mendonça.

blocodenotas

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ção

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blocodenotas

CulTura

radar: reforma do cine madrigal continua paradapor IGOR LUz, DE VITÓRIA DA CONqUISTA

Depois de ser comprado pela prefeitura de Vitória da

Conquista em maio de 2014, o Cine Madrigal, um dos

primeiros cinemas do interior do estado, continua de

portas fechadas. No ano passado, o órgão investiu R$1

milhão na reforma do local, que estava há dez anos

de portas fechadas. Procurada pela [B+], a prefeitura

informou que o projeto para a revitalização já está

pronto, na fase de conclusão de orçamentos e, após

esta etapa, iniciará a captação de recursos para o

início das obras. A prefeitura informou ainda que ad-

quiriu o equipamento a fim de transformar o espaço

histórico em um local multifuncional destinado a

atividades culturais e educacionais. Após reformado,

o espaço também servirá para atividades pedagógicas

ligadas à rede municipal de ensino de Vitória da Con-

quista. A memória de Glauber Rocha fica no aguardo.

TraTamEnTo

BraSil Sai na frente no comBate à hepatite cO Ministério da Saúde anunciou que um novo tratamento

contra a doença estará disponível nos postos do Sistema Único

de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. A nova terapia tem

tempo de tratamento reduzido em comparação com a utilizada

atualmente, além de aumentar as chances de cura do paciente.

De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o Brasil é

um dos primeiros países em desenvolvimento a disponibilizar

esse tratamento na rede pública. Na Bahia foram registrados

526 casos de hepatite C em 2014, 16% menos que no ano ante-

rior. Em 2015 somente a capital apresentou 290 casos confirma-

dos das hepatites A, B e C. A doença é transmitida pelo contato

com o sangue contaminado em doações de sangue, relações

sexuais desprotegidas e utilização de materiais perfuro cor-

tantes, por exemplo.

instituições de nível superior registram recorde de inadimplência em 2015a inadimplência nas instituições de nível superior deve fechar 2015 na casa dos 18%, segundo o sindicato das empresas Mantenedoras do estado de são Paulo (semesp). o problema, que cresceu com o aumento do número de faculdades e o fácil acesso a essas instituições, foi potencializado com o corte de investimentos do governo federal na educação e já atinge diversos estados, a exemplo da Bahia. em salvador, instituições que desejam diminuir o índice de inadimplência buscam ajuda de empresas especializadas na área de recuperação de crédito, a exemplo da lP service gestão de Crédito, que, juntamente com o escritório lázaro Pontes advogados associados, são responsáveis por diminuir significativamente o índice de inadimplência no mercado.

lázaro Pontes advogados associados: (71) 3015-5890www.lazaropontes.com.br

liçõEs

O sociólogo italiano Domenico De Masi e o economista Edval

Passos ministrarão palestra sobre trabalho e empreendedo-

rismo no século 21, em Salvador. O encontro será no dia 21 de

agosto e será realizado em dois horários: das 8h às 12h no Cen-

tro Integrado de Manufatura e Tecnologia, em Piatã, e das 19h

às 22h, no Candyall Guetho Square, no bairro do Candeal.

informe publicitário

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24 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 25: Revista [B+] 31

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Qualidade e Certificações

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ENGENHARIA

• Especialização em Engenharia de Avaliação e Perícia

SAÚDE • Especialização em Enfermagem Obstétrica

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LINGUAGEM, CULTURA E EDUCAÇÃO

• Especialização em Estudos Culturais, História e Linguagens

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MEIO AMBIENTE

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SERVIÇO SOCIAL • Especialização em Serviço Social e Práticas em Saúde na Contemporaneidade

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Page 26: Revista [B+] 31

blocodenotas

logísTiCa

Ferrovia oeSte-leSte Sob aMeaçaDesde a declaração do ministro dos transportes, antônio Carlos Rodrigues, de que a Fiol (Ferrovia de Integração oeste-leste) não foi incluída na segunda fase do PIl 2 (Programa de Investimento e logística), muito se tem especulado sobre a paralisação das obras, que já estão atrasadas. De acordo com o ministro, as mesmas não foram e não serão paralisadas, porém, apenas aquelas já iniciadas serão concluídas. Paulo Roberto Fialho, superintendente da Valec (estatal responsável pela obra), informou que foram destinados R$190 milhões até agosto para que as os trabalhos não fossem interrompidos. ainda assim, um grupo de deputados e senadores baianos foi até Brasília com o intuito de destravar o projeto e dar continuidade à Fiol. em reunião com o ministro do tribunal de Contas da União, aroldo Cedraz, e a presidente do Ibama, Marilene oliveira, os políticos foram informados de que não há nenhum impedimento de ordem técnica referente à ferrovia.

rEforma

centro antigo de salvador tem revitalização iniciadaO projeto autorizado pelo governador Rui Costa contempla

200 ruas em onze diferentes bairros da região e está orçada em

R$123 milhões. Entre as mudanças previstas estão a requalifi-

cação das calçadas e calçamentos, implantação de pisos táteis,

rampas para cadeirantes e 73 km de ciclofaixas, além da subs-

tituição da fiação aérea pela subterrânea na Avenida Sete de

Setembro, Rua Chile e Rua Direita do Santo Antônio. As demais

localidades contempladas pelo projeto são Comércio, Água de

Meninos, Calçada, Campo Grande, Politeama, Dois de Julho,

Mouraria, Santo Antônio, Nazaré, Barbalho, Macaúba, Soledade

e Lapinha. Segundo o governador, o projeto será executado no

prazo de 18 meses. A expectativa dos moradores e comerciantes

locais é a de que, com a revitalização, melhore também a segu-

rança na região.

iniciativa PrivadaSeguindo o mesmo caminho, a iniciativa privada também deci-

diu investir no Centro Histórico de Salvador. As obras do Hotel

Fasano, iniciadas em 2013, foram retomadas com previsão de

término em 18 meses. Até o momento R$ 17 milhões foram inje-

tados no empreendimento, que contará com 70 suítes, piscina,

bares e restaurantes.

CrisE

empreSaS BaianaS Sofrem o impacto da lava Jato a operação lava Jato completou um ano no mês de março e a economia baiana já sente as consequências do escândalo que envolve algumas empresas públicas e privadas do país. De acordo com o economista edísio Freire, o principal legado negativo das investigações é a redução dos investimentos por parte do governo federal, impactado pelos escândalos de corrupção. “ao reduzir os investimentos, as empresas faturam menos, as pessoas ficam desempregadas e pagam menos impostos. É um ciclo que enfraquece a economia como um todo”. o estado já vinha sofrendo com a crise no mercado imobiliário e teve a situação agravada quando as empresas oas e odebrecht foram citadas na lava Jato. Para Freire, o envolvimento das empreiteiras baianas levou à perda de credibilidade e, consequentemente, à desvalorização do produto e aumento do desemprego. o especialista, entretanto, acredita na recuperação dessas empresas e da economia do país, tendo em vista a solidez com que foram construídas. “acredito que a médio ou longo prazo a oas e a odebrecht, assim como a própria Petrobrás e o Brasil superem essa crise e retomem o crescimento. assim como todo o parque industrial, que, impulsionada pelo câmbio alto, deverá importar menos e produzir mais”, completa.

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Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht S.A, teve a prisão temporária decretada na 14ª fase da Operação Lava Jato

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Page 28: Revista [B+] 31

acontecenordeste

maranhão

diminui o índice de conFiança dos emPresários maranhenses

rEgião

Região NoRdeste é a que mais abRe motéis No bRasil

De acordo com pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias do

Estado do Maranhão (Fiema), o Índice de Confiança do Empresário Industrial

(Icei-MA) assinalou uma queda, chegando a 40,4 pontos. O resultado fica

abaixo dos 50 pontos e indica preocupação do empresariado do estado. A

pesquisa apontou que tanto as empresas pequenas (45,2) quanto as médias e

grandes (37,9) estão pessimistas. A média de confiança no mês de junho ficou

acima da média nacional (38,9), mas abaixo da média da região Nordeste (42,7).

levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e tributação (IBPt) mostra que nos últimos três anos foram abertos 232 estabelecimentos na região nordeste. É o maior número do país. Ceará é o estado campeão em abertura de motéis, com 56 estabelecimentos nos três últimos anos. Pernambuco aparece em segundo lugar, com 55 novos motéis, e o Maranhão fica em terceiro lugar no ranking, com 29.

De acordo com o Caged (Cadastro geral de empregados e Desempregados), sergipe foi o estado da região nordeste que menos desempregou no mês de junho. De acordo com a pesquisa, a queda foi de 149 vagas de empregos formais em todas as atividades da economia. o estado nordestino que mais desempregou no mesmo período foi a Bahia, com uma baixa de 9.124 vagas. no primeiro semestre, o estado manteve um saldo de menos 6.176 postos de trabalhos, com destaque para a agropecuária, responsável por menos 3.423 vagas.

sErgiPE

sergipe é o estado que menos desempregou

o nanico Car deve começar a ser fabricado comercialmente no Brasil em 2016. o designer brasileiro Caio strumiello e seu sócio, o físico Paulo Roberto, estão negociando com a prefeitura do município cearense de são gonçalo do amarante a construção da fábrica para produzir o modelo na cidade. a unidade deverá ter capacidade para montar até 500 veículos por mês, gerando cerca de 100 empregos diretos, e tem investimento inicial de R$ 8 milhões. até agora, o nanico Car só foi produzido artesanalmente no país. o modelo produzido no Ceará terá versão tanto a gás quanto elétrico. a previsão é que, após regulamento, o carro custe a partir de R$ 15 mil.

CEará

produção do nanico car deve começar em 2016 no ceará

Dados do 3º termômetro empresa lIDe Pernambuco/Ibope mostram que donos de empresas de médio e grande porte de Pernambuco preocupam-se com a instabilidade política do país. Dos 200 entrevistados, 77% consideram o cenário político brasileiro o tema mais preocupante para a economia este ano, bem acima de fatores como inflação em alta e aumento do valor do dólar. o pessimismo se reflete no mercado: 41% planejam demitir e 44% acreditam que a situação dos seus negócios agora está pior do que no mesmo período de 2014.

PErnambuCo

Política é a maioR PReocuPação das emPResas de PeRNambuco

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Page 29: Revista [B+] 31

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Page 30: Revista [B+] 31

agro+

soja

oeste Baiano aPresenta Queda de 24,4% nas exPortações de soJa

180 hectares

brasil

EConomia

Em comparação com o mesmo período do

ano passado, o primeiro semestre de 2015 foi

pouco animador para os produtores baianos,

segundo pesquisa divulgada pela Superinten-

dência de Estudos Econômicos e Sociais da

Bahia (SEI). De maneira geral, de acordo com

a pesquisa da SEI, o estado diminuiu as ex-

portações para os principais mercados, como

Estados Unidos, União Europeia e Mercosul.

Por outro lado, as exportações para a China

aumentaram em 20%, mantendo o país asiáti-

co como principal importador da soja baiana.

PECuária

BAHiA EStá AutOrizAdA A ExPOrtAr CArnE “in nAturA” PArA OS EuAos 302 mil criadores de gado da Bahia podem comemorar. o estado, que tem 11 milhões de cabeças de gado, está capacitado para exportar carne “in natura” desde o mês passado. a avaliação de riscos feita pela agência do serviço de Inspeção de sanidade animal e Vegetal do Departamento de agricultura dos estados Unidos (UsDa) indica que a carne bovina, resfriada ou congelada, pode ser importada com segurança, contanto que certas condições sejam garantidas para evitar a chegada do vírus da febre aftosa aos eUa. Vale lembrar que desde 2001 a Bahia é reconhecida como zona livre da febre aftosa.

essa será a nova área destinada à fruticultura pela empresa agropecuária santa Felicidade, localizada no Vale do são Francisco. a fazenda, produtora e exportadora de uva sem caroço e manga, anunciou a aquisição de mais 40 hectares de área, totalizando 180 hectares destinados à produção. Com a expansão, a capacidade produtiva do empreendimento aumentará em 1,2 milhão de quilos de frutas – chegando a 5,4 milhões. esse número representa um aumento de 30% no faturamento.

Dados do primeiro trimestre de 2015, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)

afirmou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, durante pronuncia-

mento no fim de julho. Segundo a ministra, os setores mais importantes

para a pasta serão preservados em corte adicional de gastos do governo

de R$ 8,6 bilhões, anunciado pela equipe econômica no mês passado.

“nós não somos um ser extraterrestre que está fora da situação do país como um todo, se o país todo tem ajustes, o Ministério da agricultura não será diferente”,

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30 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 31: Revista [B+] 31

na Bahia..

Participe. Faça agora mesmosua inscrição pelo site:

De 23 a 25 de setembro de 2015, Salvador receberá

o 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção

(ENIC), o único evento que reúne toda a cadeia do setor

para discutir os caminhos para o futuro da construção.

Um espaço para o mercado avaliar o cenário, buscar

inovações e criar oportunidades através de debates e

trocas de experiências.

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Page 32: Revista [B+] 31

imóveis+

Criado em 1998 na capital baiana, pelo arquiteto Sidney quintela, o escri-

tório Sq+Arquitetos Associados tem hoje unidades em São Paulo, Lisboa e

Maputo. Foram mais de dois mil projetos entregues para clientes de vários

estados do Brasil, da Europa e África. “Vivemos em um mundo globalizado

e as chances de fazer um bom projeto podem estar em qualquer lugar.

As crises são cíclicas, fazem parte da história econômica, e nós buscamos

oportunidades para além do horizonte do Brasil”, comenta quintela.

Diversificação é a palavra-chave para a equipe da Sq+, que mantém

uma estrutura robusta com mais de 60 arquitetos. A empresa assina

desde projetos residenciais, da categoria econômica ou alto luxo, até

projetos de urbanismo.

Versátil, quintela está diretamente envolvido com os projetos de

urbanismo que requalificam a orla de Salvador. “O projeto básico e

executivo da orla da Barra fui eu que fiz e também estou trabalhando no

projeto do Rio Vermelho”, afirma o arquiteto. “Os dois têm linguagem se-

melhante, mas no Rio Vermelho não há modificação viária, apenas reor-

denamento do tráfego, para torná-lo mais fluido”, explica quintela. Ele é

um defensor da criação de espaços compartilhados, onde há convivência

entre automóveis, pedestres e ciclistas. “A população precisa conviver em

espaços públicos, resgatando o que a gente fazia no passado. E, melhor,

esse tipo de arquitetura é excelente para o turismo”, pondera.

mercado internacionalO escritório está desenvolvendo um projeto para o grupo Soico Televi-

são (STV), em Moçambique. Trata-se de um complexo de 4.500 metros

quadrados, envolvendo estúdios de rádio e TV, áreas administrativas e

de produção, equipadas com tecnologia de última geração. Em Lisboa,

quintela chegou à etapa final de um empreendimento que está atraindo

muitos investimentos estrangeiros. “O momento atual é de muito traba-

lho e exige de nós um esforço maior para a inovação e para prospectar

novos mercados”, resume.

Com sede no Recife e forte atuação em Pernambuco, alagoas, Rio grande do norte e Ceará, a Moura Dubeux (MD) faz a diferença no mercado baiano ao lançar empreendi-mentos diferenciados, no momento em que as concorrentes se retraem. no primeiro semestre deste ano, a incorporadora lançou o residencial singullare Iguatemi e o Mansão Bahiano de tênis, na graça.

em maio de 2015, a Moura era uma das quatro incorporadoras brasileiras com Rating aa, grau de classificação de risco de crédito. o singullare Iguatemi, mais recente lançamento da MD, será construído no Parque Bela Vista, próximo à região do Igua-temi, e comercializado a partir de R$270 mil. o residencial terá apenas uma torre de 22 andares, construída em um terreno de 5.500m², e será entregue com áreas comuns decoradas e equipadas.

Com escritórios na Bahia, em são Paulo, lisboa e Maputo, a sQ+arquitetos associados disponibiliza soluções diferenciadas para todos os continentes

nA BAHiA,nO BrASiLE nO mundO

sEm TEmEr a CrisE

Foto: Divulgação

32 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 33: Revista [B+] 31

núbia criStina

Produtora e apresentadora do Cbn imóveis e do Painel Empresarial Cbn

eNtRega aNteciPada

Ao lado, Eduardo Pedreira, diretor regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias, na entrega do Parque Tropical ao lado do presidente da empresa, Paul Altit

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Mantendo a tradição, a Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR)

entregou o Parque Tropical no dia 30 de junho, antes do prazo pac-

tuado com os clientes. O Parque Tropical é um condomínio de oito

torres, com unidades de três e quatro suítes, que ocupa uma área

de 33 mil m², em um terreno que fica a 34 metros do nível do mar.

Os apartamentos contam com ventilação privilegiada e vista para o

litoral ou para a reserva ecológica do Parque de Pituaçu.

Eduardo Pedreira destaca ainda que a incorporadora está

trabalhando em um projeto, para ser lançado em 2015, com grande

potencial de requalificação da cidade do Salvador.

Page 34: Revista [B+] 31

mais forte do que a crise, o amor pelos bichos de estimação movimenta setor econômico

por tHuAnnE SiLvA

VEry ImPOrtAnt PEt

Tratados como parte da família, os pets ganharam tratamento de luxo. O

mercado voltado para os animais de estimação faturou, apenas em 2014, nada

menos do que R$16,4 bilhões, colocando o Brasil em segunda posição no ranking

mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A previsão para este ano é

que o mercado siga aquecido, de acordo com a Associação Brasileira da Indús-

tria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Empreendedores baianos do segmento de saúde dos pets têm investido

pesado. Luciano Tanajura Requião, diretor técnico responsável pelo hospital

veterinário Semeve, em Salvador, apostou em equipamentos tecnológicos de

ponta como diferencial da clínica particular. O ambulatório de mil metros

quadrados conta com UTI, realiza diagnósticos por imagem, oferece também

especialistas em dermatologia, oncologia, neurologia, ortopedia e ainda dispõe

de laboratórios de análises clínicas e patológicas. A média gasta com todos os

equipamentos beira os R$2 milhões.

Para internar o melhor amigo, o cliente deve colocar a mão no bolso: os

valores da consulta variam de R$ 130 a R$ 250, enquanto o internamento custa

de R$ 350 a R$ 450 e em UTI R$ 600 a R$ 900.

Também pensando no bem-estar e na saúde dos animais, a veterinária

Mônica Aguiar criou a VitalPet, um plano de saúde voltado para pets. Mônica

acredita que os baianos estão aprendendo a ir ao veterinário não apenas

mão no bolSoo gasto mensal com cães pode chegar a R$ 308 para donos de raças de grande porte e a R$ 133 para raças de pequeno porte (considerando despesas com banho, tosa, consultas veterinárias e alimentação). Já o gasto geral com gatos chega a R$ 84,19. Aves são os animais que menos dão despesas, com a média de R$ 15 por mês.

*Dados da Abinpet

Foto

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A Semeve, em Salvador, oferece

UTI para os animais de estimação

mercadopet

para fazer uma consulta de emergência ou

tomar vacina, mas também para prevenir.

Para criar o plano de saúde e implantá-lo

na Bahia, Mônica e seus sócios realizaram

pesquisa de mercado e foram em busca de

clínicas parceiras. “Plano de saúde animal

é algo novo na Bahia, mas que já existia em

outros estados”, conta.

Com quatro anos e meio de mercado, 109

clínicas e veterinários credenciados e 2.500

clientes, a VitalPet oferece diferentes planos

mensais que variam entre R$59 e R$ 169. Atu-

almente, a empresa tem sede em Salvador,

mas também atua em Camaçari, Dias D’Ávila,

Feira de Santana e Lauro de Freitas. Segundo

a veterinária, a empresa está em expansão e

vai chegar também a Ilhéus e Itabuna. Hoje

são 16 funcionários de carteira assinada e

42 revendedores comissionados. Coisa de

cachorro grande.

34 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 35: Revista [B+] 31

As grandes empresas que apostam na BahiaBaianos que não conseguem vender dentro do estado

[c] tecnologia que escraviza o cacau está de volta

[c] Salvador precisa perder o medo do novoEntrevista: Fernando Barros

Fugir do marketing é um erro[c] Investir em comunicação para vencer a crise

nEgócIoS

ApoIo:

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Page 36: Revista [B+] 31

negóCIos | investimento

InsegURança

InstaBIlIDaDe

oPoRtUnIDaDe

MedO

SEM MEDO DE INVESTIREmpresários encontram alternativas em mercados com diferentes níveis de desempenho na Bahiapor ARTUR qUEIROz, LORENA DIAS E LUANA ASSIz

36 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 37: Revista [B+] 31

Em tempos de projeções econômicas pessimis-

tas, ainda é possível encontrar empresários

com boas perspectivas de crescimento no

mercado baiano. A possibilidade de fechar o

ano com números positivos vem das condições

naturais do estado. Da qualidade do solo, da

água e dos ventos.

“A Bahia continua sendo uma região

estratégica, seja pelo seu potencial de con-

sumo interno, seja por sua localização como

importante elo entre o Sudeste e o Nordeste”,

afirma o sócio da Deloitte Ricardo Teixeira.

Na lista de fatores que motivam o investi-

mento da iniciativa privada estão: infraestru-

tura, logística e disponibilidade de insumos,

serviços e mão de obra. Mas em todos esses

aspectos há dificuldades por aqui.

Os desafios de infraestrutura afetam toda

a cadeia do setor produtivo. “Hoje podemos

dizer que a indústria baiana sofre com a malha logística para distribuição dos

seus produtos. Dependemos quase que totalmente da malha rodoviária, o que

impacta significativamente no preço final”, avalia Eneida Leite, sócia da Tyno

Consultoria.

De acordo com a especialista, a política de atração de investimentos tropeça

também em outros obstáculos. “Competimos com um mercado global agres-

sivo. Possuímos uma carga tributária alta demais, de 35% do PIB, além dos

encargos na folha de empregados”, resume.

Ainda assim, a agropecuária mantém o ritmo de crescimento no PIB, com

avanço de aproximadamente 8% no segundo trimestre, de acordo com a Supe-

rintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

Apesar do recuo de cerca de 15% do setor de bebidas, o grupo peruano ISM

não se deixou impressionar com esse indicador e aproveitou a qualidade da

água no município de Alagoinhas para ampliar a oferta de produtos e expandir

as atividades no estado.

Apontado como vetor de desenvolvimento do futuro, o segmento de ener-

gia eólica começa a se destacar: desde maio, a Bahia ocupa a segunda posição

no ranking nacional de geração dessa matriz energética, ficando atrás apenas

do Rio Grande do Norte.

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 37

Page 38: Revista [B+] 31

negóCIos | investimento

agroPecuáriaOs custos de produção encarecem a atividade agro-

pecuária na Bahia, principalmente por causa da

falta de infraestrutura adequada para o escoamen-

to das commodities. Mas as dificuldades de trans-

porte e os altos gastos em insumos e energia não

assustam o engenheiro agrônomo e empresário

Júlio Cézar Busato, que cultiva em 45 mil hectares

no oeste baiano algodão, soja, milho e feijão. Ele

espera um crescimento de 1,5% neste ano.

“O agricultor é um otimista por natureza. Não

estamos vendo crise, mas um momento difícil

para a economia”, afirma Busato, que comemora

o resultado da última safra. Em plena estiagem,

colheu 49 sacas de soja por hectare, o equivalente

a 60 quilos dos grãos. “Há 28 anos, quando cheguei

aqui, os impactos da seca seriam desastrosos, terí-

amos colhido apenas 18 sacas de soja por hectare,

mas, com a tecnologia que foi criada, não sofre-

mos tanto esses efeitos do clima”, orgulha-se.

O aparato tecnológico associa técnicas de irri-

gação, equipamentos de última geração, variedade

de sementes mais produtivas e uso inteligente de

fertilizantes. “Tudo é feito via GPS e por moni-

toramento. Temos o que se chama MIP (manejo

integrado de pragas), que permite que o defensivo

agrícola atue apenas quando necessário”, expli-

ca. A qualificação da mão de obra em capacita-

ções oferecidas por fabricantes das máquinas

utilizadas no empreendimento é outro trunfo do

empresário, que emprega 900 funcionários.

No bojo do avanço de 12,5% em 2014 da

agropecuária, setor que mais contribuiu para o

crescimento de 1,5% da economia baiana no ano

passado, a AgroBahiana, unidade produtora de

bezerros geneticamente melhorados localizada

no município de São Gonçalo dos Campos, deve

crescer até 70% neste ano.

“As altas contínuas no preço do bezerro e do

boi gordo impactaram positivamente o bom

desenvolvimento do setor, resultado também

da queda do embargo da Rússia ao mercado

brasileiro e da reabertura das exportações para

os Estados Unidos”, afirma João Pedro Bahiana,

sócio-diretor da empresa. Em pouco menos de

um ano, a arroba do bezerro de corte apresentou

alta de 191%, sendo comercializado a até R$ 230.

Projeção de crescimento para 2015: 1,5%

número de funcionários: 900

número de unidades de produção: 45 mil hectares de área cultivada

situação do PIB do setor: a agropecuária cresceu 4,0% no primeiro

trimestre de 2015 em relação a igual período do ano anterior

Desafios do setor: resolver os problemas de logística no estado,

promover a industrialização no oeste baiano, para permitir a

transformação dos grãos em derivados, e adequar a legislação

trabalhista às especificidades da produção agrícola

“O agricultor é um otimista por natureza. Não estamos vendo crise, mas um momento difícil para a economia”júlio Cézar busato

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ção

38 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 39: Revista [B+] 31

energia eólicaO potencial da Bahia em energia eólica chama

a atenção de grandes grupos empresariais que

estão vendo no estado uma oportunidade de

investimento. O momento é favorável já que

as usinas hidrelétricas, principais geradoras

de energia no Brasil, estão passando por

um período de baixa desde o ano passado.

Segundo especialistas, a Bahia tem condições

geográficas ideais para o desenvolvimento de

tecnologia eólica.

De acordo com um levantamento da

Abeeólica (Associação Brasileira de Energia

Eólica), até 2019 a Bahia vai contar com mais de

200 parques eólicos. Até o momento o estado

tem 37 em funcionamento. O primeiro entrou

em operação em 2012 na cidade de Brotas de

Macaúbas, na Chapada Diamantina. O Alto

Sertão I, em Caetité, que ficou pronto em 2012,

é o maior parque do Brasil e também o maior

da América Latina. Foi investido R$ 1,2 bilhão na construção do parque, que é

administrado pela Renova Energia.

Tendo em vista a necessidade de compra dos equipamentos para a monta-

gem de torres eólicas, a empresa espanhola Gamesa instalou-se na Bahia no

ano passado visando se tornar fornecedora destes equipamentos. Em junho a

empresa inaugurou, em Camaçari, uma fábrica de naceles (tipo de suporte para

motor) com investimento de R$ 40 milhões.

“Além do investimento feito neste ano para a fábrica de naceles, ao longo de 2016

ainda serão investidos R$ 80 milhões na Bahia, que nós reconhecemos como uma

das regiões mais promissoras do mundo para o aporte em energia eólica”, disse o di-

retor-geral da Gamesa no Brasil, Edgard Corrochano. O planejamento da empresa é

de que a fábrica de Camaçari tenha uma produção anual de cerca de 150 naceles.

Ainda segundo Corrochano, a quantidade de parques eólicos instalados na

região Nordeste também foi determinante para o investimento na Bahia. “O Nor-

deste brasileiro tem um papel estratégico para a Gamesa, pois é uma região onde

se encontra grande parte dos parques eólicos nacionais graças a suas excelentes

condições de vento”, disse. A Gamesa tem um planejamento de que até o fim

deste ano o número de funcionários empregados pela empresa seja o dobro do

número atual, chegando à marca de 570 empregados.

Projeção de crescimento para 2015: desde 2011 a Gamesa já

instalou mais de 1.000 MW no Brasil e conta com pedidos

fechados para a geração de mais 1.500 MW no país

número de funcionários: 570 empregados diretos até o fim

de 2015

número de unidades de produção: uma fábrica de

aerogeradores e naceles na cidade de Camaçari (BA).

situação do PIB do setor: a energia eólica representa 0,5%

do Produto Interno Bruto do estado (participa com 5% no

setor de energia elétrica, que representa 7% do PIB)

Desafios da empresa: Manter-se como líder mundial no

desenvolvimento de tecnologia eólica e dar continuidade ao

investimento no Brasil em meio à crise econômica

“O Nordeste brasileiro tem um papel estratégico para a Gamesa, pois é uma região onde se encontra grande parte dos parques eólicos nacionais graças a suas excelentes condições de vento”, Edgard Corrochano

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negóCIos | investimento

BeBidasAo contrário do agronegócio e da energia eólica, o setor de bebidas não tem

dado indícios de crescimento. Segundo a Federação das Indústrias do Estado da

Bahia (Fieb), o setor apresentou retração de 7,5% no primeiro trimestre do ano.

Ainda assim, a Indústria São Miguel, instalada na Bahia desde 2012, já inves-

tiu US$ 49 milhões no Brasil desde a sua inauguração e pretende agora ampliar

a produção e melhorar a infraestrutura da sua fábrica na cidade de Alagoinhas,

que vai ganhar uma terceira linha de produção até dezembro. A empresa pre-

tende investir mais US$ 4 milhões no estado.

“Apesar do contexto atual que vive o país, a ISM segue confiante no crescimento

do mercado baiano, que se manteve estável nos últimos anos”, afirma a diretora-

geral da ISM Brasil, Katerina Añaños.

A instalação da fábrica na Bahia é um reflexo do interesse do grupo em

expandir o negócio pela América Latina. “A escolha da cidade de Alagoinhas foi

motivada pela excelente qualidade da água – segunda melhor do mundo –, pelo

clima da Bahia, entre outros fatores que contribuem para o desenvolvimento

de uma empresa de bebidas”, explica Katerina Añaños.

Atualmente, a ISM Brasil produz quatro marcas: o refrigerante Goob, o

energético EnerUp, o suco Yulo e a água mineral Lôa. Com a expansão, a fábrica

baiana deve aumentar em 10% sua produção,

que atualmente corresponde a 100 milhões

de litros/ano. Para isso, a empresa conta com

480 colaboradores diretos, número que deve

aumentar em 5%. “A meta da ISM é se consoli-

dar no mercado baiano e avançar para outras

praças. Já estamos com presença em Sergipe,

por meio de distribuidores, e continuaremos

expandindo nossa atuação”, garante a diretora.

A principal concorrente do grupo peruano

é a Brasil Kirin, que, segundo a Associação

Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e

Bebidas Não Alcoólicas (Abir), está entre as

empresas com maior volume de investimentos

e faturamento do setor, ao lado da Ambev e

Coca-Cola. A previsão da Indústria São Miguel

para 2015 é alcançar uma receita global de US$

300 milhões, volume 20% superior ao de 2014.

Projeção de crescimento para 2015: crescimento

mundial 10% superior ao de 2014

número de funcionários: 480 funcionários diretos, mais

de mil indiretos no empreendimento

número de unidades de produção: uma fábrica baiana,

20 mil pontos de venda no estado e três centros de

distribuição (Salvador, Alagoinhas e Feira de Santana)

situação do PIB do setor: segundo a Fieb,

o setor de bebidas representa 2,1% do Valor

de Transformação Industrial da Bahia (equivalente ao

PIB do setor)

Desafios da empresa: continuar expandindo o negócio

com mercado em crise e comandado pela Brasil Kirin

“A meta da ISM é se consolidar no mercado baiano e avançar para outras praças”,Katerina añaños

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negóCIos | mercado

sAnto DE CAsA não FAz MIlAGREempresários que vendem fora da Bahia apontam os motivos que fazem os seus mercados serem pouco expressivos no próprio estadopor JULIANA BRITO

Para algumas empresas baianas, o ditado “santo de casa não faz mila-gre” é uma realidade. a ausência de mercado consumidor suficiente para absorver a produção e a dificuldade em disputar com concorrentes de grande porte são alguns dos problemas que as levam, muitas vezes, a ser mais competitivas e reconhecidas fora do estado.

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çãoJoão Paulo Paschoarelli, da

MOG Marine Oil & Gas Energy Solutions: não consegue competir com grandes empresas do mercado local

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Criada há 22 anos em Salvador, com atuação no desen-

volvimento de tecnologias voltadas para combustíveis, a

MOG Marine Oil & Gas Energy Solutions nunca conseguiu

competir com as grandes empresas do mercado localmen-

te. A solução encontrada, desde o princípio, foi vender em

outros estados.

“Fomos nos apresentar a empresas de São Paulo e, ime-

diatamente, elas entenderam o nosso produto. Aqui não

acreditaram em nós. Há um comodismo grande das pessoas

em não saírem da zona de conforto”, resume João Paulo

Paschoarelli. Ele e Antônio José Carvalho Silva Jr. são os

responsáveis pela parte comercial do negócio, que dividem

com outros três sócios.

Paschoarelli explica que uma característica desse setor é que

80% do petróleo é extraído offshore (de plataformas marítimas),

mas que, para qualquer aposta em um novo produto, é necessá-

rio que seja antes testado onshore (em plataformas terrestres).

“Mas esse discurso das empresas de que são abertas aos peque-

nos negócios é mais do setor de responsabilidade social que do

operacional. Elas gostam é de negociar com as grandes”, diz.

Há cerca de um ano, a MOG trocou os produtos que desen-

volvia pela distribuição de uma marca americana. Ele afirma

que o faturamento aumentou 500%.

Disputar com empresas consagradas também pode ser

difícil para quem quer vender para o varejo, especialmente

quando se trata de produtos alimentícios e de higiene em

geral, diz o gerente da Unidade de Acesso a Mercado do Sebrae

Bahia, José Nilo Meira.

Para ele, a questão central não é o receio em apostar em

novos fornecedores, mas o cumprimento, por parte desses, de

requisitos importantes para os clientes. “Eles querem volume,

escala, qualidade e preço”, resume.

Meira acredita que o associativismo é uma alternativa

interessante para os pequenos negócios e cita os exemplos

da rede Boa Farma e da Redemix, formadas por empresários

que se juntaram para ganhar força no mercado. “Podem fazer

isso só para comprar ou para distribuir e vender também, se

quiserem”, explica.

O vice-presidente da Associação Bahiana de Supermerca-

dos (Abase) e dono da rede Atakarejo, Teobaldo Costa, diz que o

setor procura dar prioridade à economia regional, mas admite

que, na prática, produtos de outros estados ganham a prefe-

rência nas gôndolas, por serem mais baratos em média, 20% e

terem “mais nome”.

“As redes multinacionais têm acordos com as grandes

indústrias. Existe uma limitação de marcas por loja. quase não

sobra espaço para cadastrar fornecedores locais”, afirma.

“as redes multinacionais têm acordos com as grandes indústrias. existe uma limitação de marcas por loja. Quase não sobra espaço para cadastrar fornecedores locais”Teobaldo Costa, vice-presidente da associação bahiana de supermercados (abase) e dono da rede atakarejo

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Costa acredita que comprar de empresas baianas facili-

taria a logística e, portanto, também a estocagem, mas, por

outro lado, seria complicado para os varejistas negociar com

vários fornecedores.

“Mas houve avanço. Há 20 anos, praticamente trazíamos

tudo de fora. Hoje muita coisa já vem daqui”, ressalta Costa.

Para o economista Isaías Matos, conhecer bem o ambiente

no qual vai empreender é fundamental para conseguir vender.

“O importante é conhecer o mercado em que queremos

colocar nossos produtos, as limitações (potencial econômico da

região), público-alvo, principais concorrentes, fornecedores. A

tendência, em um mercado competitivo, é a alternância de forne-

cedores. Claro que alguns setores, pelas suas próprias caracte-

rísticas, evitam determinados riscos e apostam em fornecedores

consolidados e nas grandes marcas”, diz.

mercado PeQuenoPara outros negócios a dificuldade é a falta de consumido-

res locais. O ex-surfista Fábio Pinheiro há cinco anos criou

a Ucla Bodyboards, que comercializa materiais esportivos

para esse esporte. Ele afirma que 70% das vendas aconte-

cem fora da Bahia.

O empresário acredita que isso se deve ao menor poder

aquisitivo de quem pratica bodyboard por aqui. As caracte-

rísticas dos produtos também influenciam. “As pranchas que

vendo para água fria são muito caras, a partir de R$ 890. E têm

características bem específicas, não se adaptam bem à nossa

temperatura de água”, diz.

Produtor de cafés especiais, incluindo os orgânicos, na Cha-

pada Diamantina e proprietário da Latitude 13 Cafés Especiais,

Luca Allegro começou exportando, há 12 anos, para destinos

como o Vaticano e há três anos passou a vender de forma mais

significativa para o mercado nacional, com o crescimento da

demanda por café de qualidade.

O gerente do Sebrae acredita que esse tipo de situação é um

indicativo de que se trata de um bom produto. “Se o mercado

não estava preparado para absorver o produto dele, isso é algo

simples de reverter. É um caso até bom”, afirma.

Hoje, 30% da produção de café da empresa já é consumida

no Brasil, a maioria desse percentual na Bahia. Luca acredita

que é questão de tempo a ampliação do consumo no estado.

“Vejo perspectiva clara, especialmente para o café orgânico.

Estou com uma cafeteria na Ceasinha, que já é um ponto para

criar essa cultura do café”, diz.

“Fomos nos apresentar a empresas de São Paulo e, imediatamente, elas entenderam o nosso produto. Aqui não acreditaram em nós. Há um comodismo grande das pessoas em não saírem da zona de conforto”joão Paulo Paschoarelli, mog marine oil & gas Energy solutions

Foto: Roberto Viana/ageCoM

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negóCIos | mundo corporativo

A nAturEzA do noSSo trABAlho

Muito tem se falado a respeito de que o avanço da tecnologia nos

traria um mundo quase que perfeito em relação à dinâmica

do trabalho individual. Tema polêmico este, e bem antigo. Em

1880 Paul Lafargue, genro de Karl Marx, publicou o Direito à

preguiça (Editora Claridade) em uma época, em plena segunda

revolução industrial, em que a carga horária diária dos trabalhadores das fábricas

europeias era superior a 12 horas. Bem mais recentemente o italiano Domenico De

Masi nos trouxe sua polêmica obra O ócio criativo (Editora Sextante), em que argu-

menta que o avanço tecnológico implicaria tal incremento de produtividade que

seria irreversível o aumento do tempo livre dos profissionais, o que nos levaria, no

limite, a uma vida mais contemplativa ligada às artes, esportes e lazer.

Mais ácido, o americano Robert Reich publicou, a meu ver, um grande livro,

ainda em meados nos anos 90, O trabalho das nações (Editora Educator). Nele

o autor faz uma severa crítica do processo de concentração de renda observa-

do na economia norte-americana, chamando a atenção para o surgimento de

quatro fenômenos:

(1) O isolamento (em termos de preocupação e mesmo em termos de localização

geográfica de suas residências) das classes intelectualmente e financeiramen-

te líderes, em relação aos problemas diários das demais classes da população.

(2) A precarização do trabalho executado pelos níveis mais baixos da população.

(3) O surgimento do que ele define como analista simbólico: um profissional

que lida diariamente com o abstrato, com símbolos, ideias e emoções, seriam

eles desde médicos e cirurgiões de ponta a advogados renomados, economis-

tas estrelas do mercado, professores famosos, escritores, atores, diretores de

cinema e televisão, engenheiros, físicos e até esportistas milionários.

(4) Tudo isto junto estaria levando ao aumento da concentração de renda nos

EUA, que começou desde os anos 80 do século passado e não parou.

Confesso que, pelo que vivo e acompanho nos últimos anos no mercado,

estou bem mais para Reich que para Lafargue ou De Masi. A tecnologia barata e

disponível em nossas mãos aumentou exponencialmente nossa produtividade

(imagine o que seria escrever uma tese acadêmica há 30 anos, sem o Excel e o

Word), mas isso em vez de reduzir nosso tempo de trabalho nos faz escravos.

Resumindo: não conheço ninguém do meu ciclo de amizade que trabalhe

menos que tradicionais oito horas diárias. O WhatsApp, o e-mail no celular, o

Skype etc. nos fazem trabalhar em casa, nos fins de semana, em nosso relaxa-

mento, mesmo que achemos que não estamos trabalhando. O ócio foi embora e

virou uma escravidão.

Some-se a isso a miséria que está cada vez

mais próxima de nós. Não falo da miséria

terceiro-mundista que bate à nossa porta ou

no semiárido baiano, por exemplo, mas sim

das hordas de imigrantes ilegais africanos que

inundam as praias gordas e ricas da União

Europeia, beijando as areias do sul da Itália,

da França e da Sardenha, com seus lábios

secos, negros e famintos, fugindo da fome e –

agora – do extremismo islâmico que passou a

infernizar seus países.

Este pessoal absorvido na Europa irá tra-

balhar onde? Com qual qualificação? Claro

que eles farão o trabalho que os europeus,

mesmo em crise, não querem fazer. E a renda

se concentrará ainda mais no centro da eco-

nomia mundial.

Essa dinâmica global, relativa à concentra-

ção de renda e precarização do trabalho, bate

ainda mais forte no Brasil devido à recessão

que nos embala em 2015 e, infelizmente, espe-

ra-se, em 2016.

A tecnologia tem que ser entendida com

cuidado, ela abre portas, mas pode nos escra-

vizar. Nada como ficar todo o fim de semana

com o celular do trabalho desligado.

luiz marquES dE andradE filho

Economista, superintendente da fEa-ufba e professor de finanças e economia

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negóCIos | cacau

o novo cacauMais de 20 anos após ser varrida por uma praga, a cacauicultura é reinventada no sul da Bahiapor LÍVIA CABRAL fotos ANA LEE

Colheita, seleção, higienização, fermentação, secagem, análises

físico-químicas, microbiológicas e de degustação. Este é o ciclo

cuidadosamente realizado durante cerca de 20 dias para a

obtenção de amêndoas de cacau fino nas fazendas do sul da

Bahia. A matéria-prima tem elevado o status da Bahia – e do

Brasil – no paladar do mundo quando o assunto é chocolate de

qualidade. Prova disso é a crescente demanda pelo mercado

especializado, como a alta confeitaria.

Com importantes prêmios acumulados no currículo, o chef

Rafael Barros, à frente da confeitaria Opera Ganache, em São

Paulo, recentemente decidiu incorporar às suas receitas o

chocolate Fazenda Sagarana, do nanoprodutor baiano Hen-

rique Almeida. “Vi de perto o cuidado do produtor. A aten-

ção e carinho com que tudo é feito sem dúvida resulta num

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produto que pode competir com os impor-

tados”, aponta o confeiteiro. Outra autori-

dade da área que atesta esses predicados é a

consultora francesa Chloé Doutre-Roussel,

autora do livro The Chocolate Connoisseur.

“Há algum tempo produtores da Bahia estão

fazendo um trabalho de qualidade na manu-

tenção da fazenda, na secagem e no tostado,

e conseguindo um cacau de boa qualidade”,

conclui Chloé, que participou, no último mês

de junho, junto com o chef Rafael Barros e

outros grandes especialistas, da sétima edi-

ção do Festival Internacional do Chocolate e

Cacau, em Ilhéus.

Para Henrique Almeida, diretor do Instituto Biofábrica de Cacau e dono da marca Fazenda Sagarana, o terroir das amêndoas exerce forte influência sobre a qualidade do chocolate

Tratamento especial dado ao cacau superselecionado garante matéria-prima valorizada no mercado internacional

chocolate de origemMas, afinal, o raio “gourmetizador” atingiu o chocolate?

na verdade não. o que mudou foi o processo e a qualidade da matéria-prima, base para todo alimento considerado gourmet, fino, especial ou premium. todos esses adjetivos caracterizam um segmento de produto no qual as propriedades sensoriais são valorizadas, a exemplo do que ocorre com as amêndoas do cacau ou no caso do café gourmet. “Um chocolate premium é um chocolate de personalidade, que apresenta várias notas aromáticas, como frutas, cítricos, flores, especiarias, que permanecem na boca, mesmo após deglutir. estas notas vêm da personalidade da amêndoa do cacau, revelada pelos chocolateiros sem a necessidade de adicionar baunilha, e com uma quantidade de açúcar ideal para abrir os aromas”, ensina Raimundo Mororó, sócio da Mendoá Chocolates e ex-pesquisador da Comissão executiva do Plano da lavoura Cacaueira (Ceplac).

a denominação de origem controlada dos vinhos envolve o terroir, termo francês para explicar a influência dos fatores climáticos e geológicos sobre o sabor e aroma das uvas. Com o cacau não é diferente. Proprietário da marca Fazenda sagarana e diretor do Instituto Biofábrica de Cacau, em Ilhéus, Henrique almeida defende que a produção de um chocolate premium depende da seleção dos frutos, do tempo de fermentação e, acima de tudo, da origem. “Como no vinho, vários fatores influenciam, cada um tem sua especificidade. acredito que o terroir imprime mais a característica na amêndoa do que a variedade de cacau utilizada”, conclui Henrique, que chegou a levantar a hipótese de transformar a região sul do estado na “Champanhe do chocolate”.

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nEgóCios | cacau

nicho O mercado das amêndoas selecionadas é um universo

relativamente novo para os produtores da região. Forte-

mente abalada pela praga da vassoura-de-bruxa nos anos

90, a cacauicultura no sul da Bahia vem se reinventando.

O processo começou há alguns anos, depois da visita de

produtores locais ao Salon Du Chocolat de Paris e do contato

com o método de produção de chocolate chamado bean to

bar (da amêndoa à barra, em livre tradução). “Foi a partir daí

que surgiu um movimento de produtores valorizando mais

o seu cacau. Alguns deles começaram a produzir o próprio

chocolate, mesmo com limitação de equipamentos”, conta o

empresário Marco Lessa, idealizador do festival de ilhéus e

proprietário da marca de chocolate de origem ChOr.

O interesse de chocolateiros europeus por amêndoas de

qualidade do Brasil para a elaboração de chocolate fino na

Europa foi gerando o combustível que os cacauicultores baia-

nos precisavam para diversificar seu produto e não depender

apenas do desvantajoso mercado de commodities. A arroba

de cacau selecionado chega a valer duas vezes mais do que

comum. Ângelo Calmon de Sá, um dos maiores produtores do

país, contabiliza 72 mil arrobas por ano, sendo 5% de amêndoas

selecionadas, vendidas para indústrias como Nestlé e Barry

Callebaut. Para Calmon, além da valorização, outra grande

vantagem do cacau fino é que “a venda é feita de forma direta,

sem intermediários entre o chocolateiro e o produtor”.

Na Fazenda Riachuelo, em Ilhéus, toda a produção de cacau

selecionado - 5% das 60 mil arrobas anuais – se transforma

em chocolate premium na unidade fabril montada lá mesmo,

pelos donos da propriedade. “A ideia inicial era desenvolver

tecnologia para produzir cacau fino que pudesse ser comer-

cializado com valor de 3 a 4 vezes do preço da commodity,

para exportar para indústrias chocolateiras europeias”, revela

Mororó. Entretanto, o resultado foi tão bom que os sócios

deram preferência à produção própria e o chocolate Mendoá

tem recebido reconhecimento de qualidade e hoje é vendido

nos principais empórios gourmets do país.

desaFios Da produção total de suas três fazendas no sul da Bahia, o

empresário João Tavares seleciona 70% das amêndoas para o

mercado gourmet. Envia para Bélgica e França 25% do seu ca-

cau fino, enquanto o restante é comercializado para indústrias

O empresário Marco Lessa, ao lado, é o idealizador do Festival Internacional do Chocolate e Cacau, realizado há sete anos em Ilhéus. O evento contribuiu para impulsionar o novo nicho de mercado do cacau fino

Ex-pesquisador da Ceplac, Raimundo Mororó usa as amêndoas selecionadas da Fazenda

Riachuelo para produzir o chocolate Mendoá

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Page 51: Revista [B+] 31

no Brasil. Entre seus clientes figuram nomes como Nespresso,

Nugali (Santa Catarina) e Harald, indústria de São Paulo que

mantém a linha especial Unique Bahia 63% Fazenda João

Tavares. “Todo o cuidado na produção se justifica pelo preço

que conseguimos no produto. O prêmio varia de 70% a 100%.

A rentabilidade do cacau convencional é baixíssima”, destaca o

produtor. No entanto, Tavares reconhece que o negócio é inci-

piente. “O mercado interno precisa valorizar mais o chocolate

fino, com menos açúcar interferindo no sabor”, desabafa.

Na luta pela valorização do produto, os empresários

ganharam como aliada a senadora Lídice da Mata, autora do

Projeto de Lei PLS 93/2015, que estabelece um teor mínimo de

35% de cacau nos chocolates produzidos e comercializados

no Brasil. “Isso representa uma agregação de valor ao cacau,

que antes era exportado de forma bruta e ganha cada vez

mais mercado ao ser processado como chocolate. Além disso,

precisamos fazer com que o consumidor saiba o que está

comprando e tenha acesso ao autêntico chocolate”, justifica.

Tratamento especial dado ao cacau super selecionado garante matéria-prima valorizada no mercado internacional

Pratos Prontos Caldos e Sopas Linha sem Glúten

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negóCIos | cidade

SAlvAdor prEcISA pErdEr o mEdo do novo

No momento em que a prefeitura de Salvador

está modernizando a cidade, criando novos

espaços e repaginando a orla de Salvador e o

governo do estado está investindo na melho-

ria da mobilidade urbana da cidade, é preciso

estimular o setor privado a investir. Nesse sentido, é preciso

que o novo PDDU estude com carinho a questão da verticaliza-

ção da orla e da cidade.

A orla de Salvador é a mais feia do Nordeste e isso ocorre

por causa do medo irracional da construção de prédios, o que a

torna inabitada, criando a única orla comercial do planeta. Na

verdade, a não verticalização de Salvador é irracional e desper-

diça recursos públicos, afinal Salvador é uma península e, se

não for verticalizada, teremos que distribuir sua população de

três milhões de habitantes numa área enorme, com um custo

altíssimo de infraestrutura, criando uma cidade cada vez mais

espalhada ao longo da BR-324.

E imagine, leitor, o custo da infraestrutura de transporte, de

energia, de habitação desta cidade espraiada que, sem verti-

calização, terminará por se conurbar com Feira de Santana,

transformando-se num monstro urbano. E o pior é que o efeito

colateral da não verticalização de Salvador é a degradação de

sua orla, a única do Nordeste ocupada por supermercados,

terrenos baldios, borracharias, concessionárias e cabarés.

Se, ao contrário, a construção racional de prédios for per-

mitida – com parâmetros que impeçam o sombreamento, os

prédios adensados e outros critérios modernos - Salvador terá

uma orla muita mais bonita e habitada como, aliás, ocorre na

maioria das cidades do Nordeste.

Infelizmente, na Bahia há, em alguns círculos, um pavor da

verticalização, um medo quase freudiano dos edifícios, e tão

grande que, provavelmente, o bairro de La Defensé, em Paris,

com seus prédios monumentais, seria rejeitado por muitos

dos nossos urbanistas sob o argumento de que desvirtuaria o

armando avEna

Escritor, economista, professor da ufba e diretor do portal bahia Econômica

patrimônio da Cidade Luz. Mas La Defensé está lá, a poucos

quilômetros do centro de Paris, sem que isso afete sua história

e sua beleza. A pirâmide de vidro do Louvre nem pensar, como

colocar aquele troço modernoso no meio de prédios históricos

e seculares? E, no entanto, ela está lá, embelezando Paris e o

Louvre. É hora de construir uma lei com critérios modernos e

viáveis e fazer Salvador perder o medo do novo.

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Realização:

Patrocínio:

um novo jeito de fazer

Um novo jeito de fazer negócios vai além da inovação. Requer um pensar consciente, global e multifuncional.

Estimulados pelo caráter desafiador e criativo da Bossa Nova, símbolo de renovação na música brasileira, convidamos você a repensar conceitos e referências sobre as formas de se relacionar com o mercado nesta V edição do CEO Fórum da Amcham Salvador.

Participe dessa troca de experiências entre líderes que inspiram, conectam e trazem

um impacto positivo para as pessoas e para o mundo.

17 DE SETEMBRO1 6 H 30 ÀS 2 1 H 0 0COM COQUETEL DE RELACIONAMENTO

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Apoio: Mídia: Audiovisual:

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CaPa

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como tem sido 2015 para a propeg?Do mesmo jeito que o Brasil está passando por um ajuste, nós

também estamos. Estamos ajustando orçamentos, planos e

projetos a cada dia. A ideia é que a gente consiga chegar ao fim

do ano inteiro. Não queremos fazer mais cortes ou movimentos

bruscos, porque já fizemos isso no fim de 2014. Estamos apre-

ensivos, como todo empresário está, mas não chegamos a estar

pessimistas. Se a crise não significar um mergulho mais escuro,

chegamos lá.

como esta adaptação está se dando?A gente está trabalhando mais no ataque do que na defesa,

mas a gente sabe que a contração de mercado é real. Estamos

buscando mais anunciantes, mais mercados, e conversando

constantemente com os nossos clientes para alertá-los de que

de mangas levantadas, sentado em uma cadeira laranja no escritório localizado no bairro da barra, em salvador, Fernando barros discute so-bre os rumos do estado. Para o chairman do grupo PPg (formado pelas agências Propeg, invent live marketing, menta e Revolution), a bahia precisa de uma transformação, e ela começa pela indústria, “ainda incipiente por aqui”, nas palavras dele.

as sugestões de barros precisam ser ouvidas com atenção: home-nageado no 20º Festival mundial de Publicidade de gramado, no fim de junho, ele é presidente de uma das maiores empresas de publici-dade do país. está há 30 anos no comando da Propeg, que, em 2015, completou meio século.

as transformações propostas por barros refletem diretamente no mercado de propaganda, que vive um momento de reinvenção em tempos de crise e de consolidação de novos formatos de negócio que surgem a partir da tecnologia. “Não tenho medo que os meios digitais substituam as agências só porque eles negociam direta-mente com o cliente”, diz. “o valor da agência não foi abalado”.

Presidente da terceira maior empresa de publicidade do Brasil com capital 100% nacional, Fernando Barros aponta caminhos para a aceleração do mercado baiano: “O estado precisa entender que expor a marca é fundamental”

por PEDRO HIJOfotos LUCIANO OLIVEIRA

negócio

o melhor não é se esconder. Aqui dentro nós só temos uma

orientação: procurar ser o mais ousado possível. Enquanto a

gente puder proteger essa percepção de que somos vanguarda

e exportar isso para o resto do país, estaremos sobrevivendo,

mesmo em momentos de crise.

a propeg tem 50 anos e já presenciou altos e baixos na economia do país, vocês têm experiência em passar por essas crises... Pois é. O segredo é manter a alma de uma agência de propagan-

da viva, se nós não buscarmos proteger a criatividade, nós não

vamos chegar a canto nenhum. Tudo que vier a acontecer, se

vier a acontecer, e eu espero que não aconteça, aqui dentro vai

haver uma busca obsessiva pelo fazer diferente.

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 55

Page 56: Revista [B+] 31

como convencer o cliente de que é preciso investir em mídia neste momento?

Os mercados têm uma maneira muito estranha de se proteger

em épocas de crise. Começam a cortar custo e um dos primeiros

a serem cortados é a propaganda. Porque é mais fácil cortar a

propaganda, basta fazer um telefonema. Essa é a decisão mais

esquisita a ser tomada numa hora dessas, porque se você deixa

de buscar expor a marca num momento de crise, ela vai desabar. A

propaganda, mais do que nunca, é a alma do negócio. Se o volume

de vendas diminui, quanto mais agressivo você for, mais você se

firma no mercado que restou.

o mercado da bahia é lento?Na verdade, falta vontade de todo o mundo, a começar pelo governo e

pelas entidades empresariais. É preciso fazer com que, além de sermos

um estado empreendedor, a gente consiga sensibilizar outros empresá-

vivemos um momento em que o brasil cresce em direção às regiões fora dos grandes polos econômicos. as melhores oportunidades da economia estão fora dos eixos tradicio-nais, especialmente no nordeste. quais são as estratégias criadas pela propeg para acompanhar este crescimento?Nós buscamos estar aptos para atender qualquer anun-

ciante em qualquer categoria. Criamos o Grupo PPG

exatamente para abrir marcas que buscassem ser exce-

lência em segmentos específicos, como varejo, promo...

Para que o cardápio aumentasse e a gente pudesse

buscar mais oportunidades nessa linha. Seria muito

difícil atender a Coca-Cola somente com a Propeg,

mas a gente os atende na área de promo com a Invent,

por exemplo. Em fevereiro, nós lançamos dentro da

Invent, a primeira agência com expertise de traba-

lhar periferias e favelas, uma sociedade nossa com

rios de outros estados e países para investir aqui. De preferência na indústria

de transformação, porque na de base a gente já tem um pouco, é preciso focar

na terceira geração, na produção de objetos, automóveis, que começaram, mas

ainda não tiveram impulso. Eu penso que para a Bahia virar uma opção ela tem

que virar para dentro e se perguntar: “e aí? Como é que a gente vai mostrar que

aqui é um bom lugar para se investir?”. Sem governo você não faz isso. Ele precisa

compreender que o branding da marca é fundamental, senão os investidores vão

buscar estados que estão na prateleira. É preciso colocar a marca do estado como

primeira opção. Hoje a gente vive basicamente do varejo, do governo e do mercado

imobiliário que sofrem diretamente com a crise.

o setor de serviço não ajuda?O serviço dá respostas mais rápidas, mas a indústria transformadora é que faz a base

mais sólida. E olha que a gente ainda pode avançar na área de serviço, no setor eletrô-

nico, buscando ser um ponto de excelência para formulações digitais. Atrair para cá

talentos que consigam fazer isso. Até Campina Grande, na Paraíba, tem um porto digital

e a gente não tem. Os nossos talentos vão embora porque não têm como sobreviver aqui.

a Central Única de Favelas (Cufa). Nenhuma

empresa de comunicação tem essa expertise

para ser sócio dos caras. Nesse período crí-

tico econômico, o mercado das favelas tam-

bém encolheu. Encolheu, mas não acabou.

Na periferia você tem aproximadamente 1/3

da capacidade econômica do Brasil. Esse é

um projeto que estamos trabalhando com

muito afinco neste momento, porque é

uma oportunidade única.

as empresas competem entre elas?As empresas têm staffs separados que

eventualmente podem competir. Se um

cliente prefere a Invent por causa do tra-

balho que ela pode fazer na área de pro-

mo, por exemplo, e se eu tiver na Menta

“Para a Bahia virar uma opção ela tem que virar para dentro e se perguntar: ‘e aí? Como é que a gente vai mostrar que aqui é um bom lugar para se investir?’”

“Um país que tem mais de 200 milhões de almas, o maior patrimônio que ele tem está aí”

CaPa

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Page 57: Revista [B+] 31

ou na Propeg um cliente que dê colisão, não tem importância porque as estruturas

conversam entre si quando há interesse, quando não há, elas têm seus ativos próprios.

os meios digitais muitas vezes negociam com o cliente diretamente. você teme que o valor da agência seja abalado?Veja bem, a tecnologia é uma aliada. Ela como unidade de negócio é que não está

formatada para o jeito que se faz propaganda no Brasil. Lidar com a tecnologia é

uma questão de sobrevivência, mas ela não nos engole, porque sem o talento ela não

vai para canto nenhum. Eu não temo que os grandes players que fazem uma relação

direta com o anunciante acabem substituindo a figura da agência. Cada vez mais os

anunciantes vão ter necessidade de procurar unidades de inteligência para pensar de

forma estratégica, e a especialidade das agências é essa: treinar e reunir talentos.

vivemos um momento de muita turbulência não só na economia como na política. Especialmente nos últimos tempos, com casos de grandes empresários sendo presos. qual o papel da publicidade neste momento? você acha que falta um tom mais político à propaganda no país?

O Brasil tem uma vantagem em relação aos

outros países, porque há um amadureci-

mento político muito real, as instituições

funcionam e estão mantidas. O lado

político acaba sendo consertado porque,

ao final, as pessoas se unem e se salvam.

Um país que tem mais de 200 milhões

de almas, o maior patrimônio que ele

tem está aí. O maior patrimônio de um

país não é o dinheiro que está guarda-

do, é o mercado, e se ele for preserva-

do, já vai estar de bom tamanho para

todo mundo. A publicidade não tem

que tomar partido de nenhum parti-

do. Ela é a essência de um negócio e

não tem que fazer política, a gente

faz propaganda.

Fernando Barros ao lado de Vitor Barros, vice-presidente de Atendimento e Gestão do Grupo PPG

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 57

Page 58: Revista [B+] 31

negóCIos | mídia

levantamento desenvolvido por sindicato das agências de publicidade mostra que investimento do mercado baiano em marketing durante a crise não deve diminuirpor PEDRO HIJO

otimismo no Fimdo ano

Diria Henry Ford em algum trecho de sua

biografia que se lhe restasse apenas um dólar,

o investiria em propaganda. A máxima, reper-

cutida à exaustão nos livros de publicidade

pelo mundo, parece ser seguida pelos empre-

sários baianos durante as crises. Pesquisa

desenvolvida pelo Sindicato das Agências de

Propaganda do Estado da Bahia (Sinapro) em

junho deste ano mostra que investimentos

em marketing deverão ser mantidos ou ser

aumentados neste segundo semestre.

A pesquisa, feita com 30 grandes anuncian-

tes baianos de 10 segmentos de maior repre-

sentação econômica nas agências, questionou

qual o sentimento destes players diante da

publicidade durante a crise. Entre eles, con-

cessionárias, imobiliárias, supermercados, em-

presas de telefonia, saúde, educação, materiais

de construção, eletrônicos e indústria.

Américo Neto, diretor do Sinapro, explica

que o investimento em propaganda acompa-

nha os altos e baixos do mercado. “quando há

um período de crise, a propaganda não dá o

mesmo resultado que daria se as pessoas esti-

vessem comprando bastante”, explica. “Então,

não adianta investir um valor grande porque

você não vai receber na mesma proporção. Há

um ajuste”, completa.

Para Adriano Sampaio, empresário e

responsável técnico pela pesquisa há uma

confusão na interpretação do que é comuni-

cação por parte do mercado baiano. “Coloca-

se marketing, comunicação e comercial no

mesmo balaio”, comenta. “E este problema de

gestão é uma característica muito forte no

Nordeste. A percepção do Sudeste em relação à

propaganda é diferente, por exemplo, eles têm

essa visão de que a propaganda é um motor de

desenvolvimento da empresa”, completa.

58 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 59: Revista [B+] 31

Marketing [22,58%]

Recursos humanos [22,58%]

NS/NR [16,13%]

Tecnologia [12,90%]

Outros [25,81%]

5

43

SIM[92,31%]

NÃO[7,69%]

Aumentar 20% ou mais

Aumentar entre 10% e 20%

Aumentar até 10%

Permanecer o mesmo

Reduzir até 10%

Reduzir entre 10% e 20%

Reduzir 20% ou mais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Departamento interno

Agência de propaganda

Agência de marketing digital

Agência - redes sociais

0 2 4 6 8 10 12

O levantamento ainda trata sobre a presença online. Mais de 90% dos

entrevistados fazem uso do marketing digital em suas empresas e planejam

aumentar de 10 a 50% os investimentos neste segmento no segundo semestre

de 2015. Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria das empresas entrevistadas

não recorre a uma agência para realizar este tipo de ação.

Para o presidente nacional da Associação Brasileira das Agências de Publici-

dade (Abap), Orlando Marques, esta é a hora de se aproximar dos veículos tra-

dicionais. “As revistas e jornais têm sido parceiros das agências, mas os meios

digitais costumam trabalhar diretamente com os clientes e se acham superio-

res”, disse. “Eles até podem se oferecer a trabalhar conosco algum dia, mas nós

temos mais força com outros meios do que com eles”, completou.

nEsTE momEnTo, Em qual sETor na EmPrEsa voCê invEsTirá mEnos?

invEsTimEnTo Em ComuniCação E marKETing nEsTE ano

quEm rEaliza o mKT digiTal

uso domarKETing digiTal

grau dE imPorTânCia do marKETing no nEgóCio (entre 1 e 5)

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Page 60: Revista [B+] 31

negóCIos | comunicação

criStina barudE

diretora executiva da lume Comunicação, jornalista e especialista em comunicação corporativa

PoR quE InVEstIR EM CoMunICAção EM PlEnA CRIsE

Certamente nunca o mercado este-

ve tão consciente da necessidade

de se comunicar de forma eficaz

com os stakeholders quanto atu-

almente. Afinal, pode-se compa-

rar a comunicação com o oxigênio que garante

a existência de tudo o que é vivo. Mas será que

todos percebem este fenômeno desta forma,

ou ainda consideram comunicação um item

supérfluo nos investimentos das empresas?

A resposta vem através de outra pergunta:

dá para viver sem oxigênio? Talvez o paciente

sobreviva algumas horas e nem perceba que

está morrendo. E quando chegar a sua hora

extrema, poderá ser tarde demais para tomar

qualquer providência. Pois é assim que acon-

tece com a comunicação nas empresas.

Infelizmente algumas companhias ainda

adiam investimentos em comunicação sob

o pretexto de terem outras prioridades, ou

de que é mais importante dedicar tempo à

produção, a cumprir metas de venda, e mal

percebem que a falta de oxigênio pode levá

-las a situações irreversíveis.

Perceba o que acontece com empresas que

não se comunicam da forma correta e com

a frequência necessária com seus emprega-

dos. Certamente a imagem da companhia irá

despencar no conceito do público interno. Os

níveis de insatisfação e a falta de engajamen-

to com os propósitos da instituição irão subir

a níveis preocupantes, os relacionamentos

poderão ser abalados, a produtividade poderá

ficar comprometida.

O que muitos empresários não levam em

consideração é que, numa situação extrema,

o volume de investimentos na superação de

uma crise será infinitamente maior do que se

tivesse sido feito um trabalho preventivo. Da

mesma forma, comunicar-se com o público externo é vital para manter os negó-

cios bem-sucedidos, conquistar espaço junto ao consumidor, adquirir a confiança

do mercado, ter prestígio e credibilidade.

Já são clássicos os casos de empresas que até pretendiam oferecer treina-

mento para seus executivos se saírem bem nas entrevistas com a imprensa.

Mas adiaram tanto a realização do Media Training por “falta de tempo”, que a

crise chegou antes que se preparassem. O resultado foi o pior possível: uma sé-

rie de condutas inadequadas com a imprensa prejudicou em demasia a imagem

da companhia perante a opinião pública.

Comunicação é o oxigênio que circula no sangue das empresas. Impossível se

calar diante de um mercado ávido por informação, carente de contato e que exige

uma postura transparente das companhias, que elege como referência para o

consumo e as relações comerciais. Através de ações eficazes de comunicação com

a imprensa, ou focado em nichos de mercado, e ainda com estratégias de marke-

ting digital, cada vez mais empresas, ONGs, indivíduos e instituições diversas se

expressam e se arriscam neste intricado jogo da comunicação.

Todo CEO de uma companhia deveria ter ao seu lado um profissional de co-

municação ou uma agência especializada que oriente cada passo a ser dado, um

especialista que proteja a sua marca, trabalhe pela prevenção das crises de ima-

gem, abra canais de comunicação com a sociedade, fazendo fluir o oxigênio que

dá vida à empresa. Comunicar-se bem, em plena crise econômica, pode significar

salvar ou matar o paciente, a depender da dose de oxigênio que for aplicada.

Vá na contramão dos pessimistas. Aposte na comunicação e colha os frutos

deste importante investimento na saúde da empresa. Afinal, é o oxigênio que

mantém a vida.

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EducAção

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da escola para o mercado de trabalho 60

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Page 62: Revista [B+] 31

eDUCação | carreiras@

dA EScolA pArA o mErcAdo dE trABAlhoinstituições focam em projetos e parcerias com empresas para oferecer profissionais desejados e potencializar a inserção dos alunospor TAINARA FERREIRA

Ramon Rebouças é o criador do projeto Nabit, que há três anos serve como ferramenta digital de divulgação das atividades da escola onde o jovem estuda

Foto: luciano Oliveira

Com empresas cada vez mais exigentes e o

baixo número de profissionais qualificados,

as instituições de ensino estão investindo

desde cedo na preparação pessoal dos alunos.

Na Bahia, escolas estaduais e particulares

realizam projetos com o intuito de qualifi-

car e preparar os estudantes para que, ao

chegarem no mercado de trabalho, estejam

satisfeitos com a área de atuação e tenham

perspectivas de crescimento.

Na rede pública de ensino do estado, desde

2007, é realizado o programa Desenvolvimen-

to da Educação Profissional. A iniciativa tem

como objetivo proporcionar a formação pro-

fissional e integral dos jovens e trabalhadores,

62 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 63: Revista [B+] 31

além de elevar a escolaridade. Lá, os alunos

têm acesso a cursos que são constituídos por

componentes curriculares da formação técni-

ca geral, formação técnica específica e estágio

curricular. Atualmente, 71 Centros de Educa-

ção Profissional foram implantados por todo

o estado e mais de 75 mil alunos participam

do projeto, que acontece em 27 municípios

espalhados pela Bahia.

A diretora dos cursos, Cristina Kavalkie-

vicz, afirma que para o avanço do projeto

é necessário trabalhar com três objetivos:

ensino, pesquisa e extensão. “Os elementos

que compõem o nosso tripé fazem parte

das opções pedagógicas na rede estadual de

educação profissional. Eles são elementos

curriculares obrigatórios, estão presentes

em experimentos científicos e no melhora-

mento de tecnologia social e por meio de

intervenções sociais desenvolvidos nos cursos

técnicos. Desta forma, os estudantes prestam

serviços gratuitos à comunidade e aprendem

o valor social da profissão”, explicou.

quem já está colocando em prática os ensi-

namentos do programa é o estudante Ramon

Oliveira Rebouças, de 19 anos. O jovem está no

quarto ano do curso técnico de administração

oferecido pelo Centro Estadual de Educação

Profissional em Gestão, Negócios e Turismo

Luiz Navarro de Brito, que fica no bairro da

Lapinha, em Salvador, e que faz parte do

projeto. Ramon é o desenvolvedor do projeto

Nabit, que é responsável por capacitar alunos na criação de núcleos de publici-

dade juvenil dentro das escolas públicas.

“A ideia surgiu quando eu ainda estava no 1º ano do ensino médio. A in-

tenção era fazer com que os alunos da minha turma acompanhassem tudo o

que estava sendo apresentado em sala de aula. E eu sempre quis fazer algum

trabalho voluntário fora do país, mas, como ainda não pude viajar, resolvi criar

algo que ajudasse os alunos da minha escola”, disse o aluno, que viu no centro a

oportunidade de desenvolver, organizar e produzir o que tinha em mente.

Segundo Ana Claudia Athayde, presidente da Associação Brasileira de Re-

cursos Humanos (ABRH Bahia), motivar o aluno a se preparar para o mercado

de trabalho resulta no desenvolvimento do seu potencial criativo, além de

ensinar a trabalhar em equipe. Estimular os trabalhos mais integrados ao dia

a dia das empresas e às demandas do mundo contemporâneo, com tarefas que

requeiram recursos multidisciplinares, que propiciem ao aluno o poder de reso-

lução criativa, é uma forma de estimular o estudante na vida escolar”, contou.

Já na rede particular, o Programa Miniempresa, realizado pela Junior Achie-

vement Bahia, uma organização de educação prática em negócios, economia e

empreendedorismo, já faz parte do calendário de oito escolas em Salvador. O

projeto proporciona aos estudantes do 2º ano do ensino médio experiências na

organização e na operação de uma empresa. Uma das instituições participantes

é o Colégio Módulo. Lá, os alunos desenvolvem atividades empresariais.

O projeto, que funciona há cinco anos no Módulo, é acompanhado de perto

por Silvana Sarno, coordenadora do departamento cultural do colégio. “Aqui

eles têm também o projeto Sombra, que possibilita um dia de convivência com

um profissional e a oportunidade de reconhecer na prática o seu trabalho. No

fim da produção, eles adquirem a experiência de negociar o produto final esco-

lhido, convivendo com os alunos de outras escolas participantes”, explica.

O programa de desenvolvimento da educação profissional realizado nas redes públicas atende 75 mil alunos em 27 municípios do estado

Ao sair da faculdade, as notas altas não garantem que o recém-formado terá

sucesso na carreira profissional. É necessário que a instituição prepare e equipe

o aluno para que tenha a capacidade de se adaptar ao ambiente de trabalho e

ter noção do seguimento que quer dar na vida profissional. Pensando nisso,

algumas universidades de Salvador investem em centros profissionais para

acompanhar e auxiliar o aluno.

Na Unijorge existe um centro de desenvolvimento e articulação profissional

que tem o objetivo de apoiar a inserção no mercado de trabalho de alunos e

ex-alunos da instituição. De acordo com Alessandra Calheira, coordenadora do

núcleo, esse incentivo serve para que os estudantes enfrentem as etapas dos

processos de seleção mais confiantes. “O mercado é vivo e muito dinâmico. Pre

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 63

Page 64: Revista [B+] 31

EduCação | carreiras

“Ao prestar serviços gratuitos à comunidade, os alunos aprendem o valor social da profissão”a diretora Cristina Kavalkievicz acredita que os projetos desen-volvidos pelos alunos devem conter o valor social da profissão

Foto

: Div

ulga

ção

cisamos estar atentos à suas transformações para oferecer ao mercado o perfil

profissional desejado e, assim, potencializar a inserção dos nossos alunos”, conta.

Foi a partir do projeto que o estudante do curso de sistema de informações

Diego de Santana aproveitou a oportunidade, estagiou e foi contratado pela In-

dra, multinacional espanhola de tecnologia que tem uma unidade em Salvador.

Após passar por um curso, alguns estudantes foram selecionados para disputar

a vaga de estágio e ele foi um dos que passaram na seletiva. “Todo o curso foi

ministrado por profissionais da própria empresa nas dependências da univer-

sidade. Depois passamos por um novo ciclo de treinamento de acordo com as

necessidades da empresa para assumir as tarefas fundamentais de seus respec-

tivos projetos. Ao final do período do estágio,

todos foram contratados”, ressalta.

Outra instituição de ensino superior que

que também acompanha a trajetória acadê-

mica do estudante é a Universidade Salvador

(Unifacs). A instituição criou o Núcleo de

Acompanhamento da Trajetória Acadêmica

e Profissional (Trajetórias). Segundo Cecilia

Spinola, especialista em gestão de pessoa da

Unifacs, a questão já é trabalhada desde o

primeiro semestre. “Nós organizamos oficinas

para recepcionar os calouros para que isso

sirva de estímulo para que eles pensem no

mercado profissional do curso escolhido”, disse

a coordenadora, que ainda ressaltou a impor-

tância de parcerias com empresas. “Algumas

realizam processos seletivos dentro da facul-

dade. Nós cedemos o espaço para que o proces-

so seja realizado aqui, e isso acaba sendo um

bônus para o aluno da nossa instituição”.

Os alunos dos cursos técnicos também es-

tão tendo apoio das instituições para se capa-

citarem e chegarem preparados ao mercado. O

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

(Senai) oferece estandes de empresas parcei-

ras para a divulgação de estágio/emprego e

cadastro de currículo; orientação o mercado

de trabalho; oficina de currículo; oficinas para

a preparação de processos seletivos; além de

palestras com foco de gestão de carreira e

posturas comportamentais e profissionais.

“Essas ações mantêm uma iniciativa de

suporte aos nossos alunos, além de desen-

volver ações visando garantir um estreito

relacionamento com as empresas parceiras,

atendendo às demandas acadêmicas, dos

alunos e do mercado”, disse Maria Aparecida,

coordenadora do núcleo de carreira profissio-

nal da instituição.

Para a presidente da ABRH-BA, todos esses

projetos incentivados pelas escolas e faculda-

des se tornam um diferencial para o futuro

profissional do aluno. “Todo jovem deseja

aprender a empreender e quer se apresentar

no mundo do trabalho com mais autonomia e

capacidade de solução de problemas. Desen-

volver isso desde cedo é fundamental”.

64 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 65: Revista [B+] 31

SuStEntABIlIdAdEApoIo:

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novo estilo de capitalismotendências

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Page 66: Revista [B+] 31

A novA ondA do cApItAlISmoEmpresas que adotam modelo mais sustentável de vendas crescem até dez vezes mais e contribuem para uma sociedade mais justapor TEDE SAMPAIO

José Pimenta (esquerda) e Kiko Kislansky (direita) iniciaram a venda de camisetas em feiras culturais realizadas em praças de Salvador. Os empresários afirmam ter planos de abrirem uma loja física no futuro

Foto: Marcela Figueiredo e lucas Araponga

sUstentaBIlIDaDe | empresa verde

Alternativas para negócios mais sustentáveis são muito

bem-vindas em tempos de crise. O chamado “capitalismo

consciente”, onde a razão de existir do negócio deixa de ser

unicamente o lucro, é uma prática que começa a ser adotada

por algumas empresas.

A proposta do capitalismo consciente é que o lucro seja

apenas um dos valores que a empresa deve gerar. “O conceito

prega o afastamento da barganha e um alinhamento com a

oportunidade de criar um modelo que busque novas dimen-

sões de negociação que vão além do valor financeiro de uma

transação”, diz o diretor-geral do Instituto Capitalismo Cons-

ciente Brasil (ICCB), Thomas Eckschmidt.

À primeira vista, a ideia pode parecer estranha, mas vem

dando certo. Nos Estados Unidos, por exemplo, empresas

que aplicam os princípios do capitalismo consciente têm um

66 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 67: Revista [B+] 31

desempenho dez vezes superior ao do índice

da bolsa de valores. É o que aponta o estudo de

desempenho das empresas de capital aberto

nos Estados Unidos, intitulado Firms of En-

dearment (“empresa de ternura”, na tradução

literal), desenvolvido durante 15 anos.

em casaEm fevereiro deste ano, o publicitário baiano

José Luís Pimenta montou um negócio de

camisetas voltado para o público jovem que

está na internet. Com o sócio Kiko Kislansky,

investiram R$ 28 mil na ideia. A proposta da

Euzaria é que a cada camiseta vendida, outra

fosse doada para necessitados. “O modelo

de capitalismo que temos hoje não funciona

mais por si só, a nossa empresa já nasceu

com esse sonho e nós estamos conseguindo

concretizá-lo aos poucos”.

A ideia deu certo: com pouco mais de um

mês com vendas online (a empresa não tem

loja física), a Euzaria vendeu mais de 1400 uni-

dades, um faturamento de mais de R$ 124 mil.

“A empresa que nasce com esse modelo de

administração também busca lucro, mas este

não é o objetivo final”, diz José Pimenta. “O lucro

é importante para que a empresa consiga atin-

gir o seu objetivo. Então, ele existe mesmo a gen-

te fazendo as nossas ações sociais”, completa.

A ideia da Euzaria é mostrar que o capitalismo consciente também pode ser rentável

Em parceria com a Euzaria, a Companhia da Pizza promoveu a doação de 400 pizzas a moradores de rua em Salvador

Foto: Catarine BrumFoto: Divulgação

Apesar do pouco tempo de existência, o empresário afirma que a margem de

lucro está em torno dos 53% do montante investido. “Já foram pagos todos os

investimentos e, a partir da segunda remessa de produção, a empresa já estava

saudável, se pagando sem necessidade de aportes. Além disso, já conseguimos

manter um capital de giro ativo para sanar as necessidades corriqueiras”.

reação em cadeiaO modelo utilizado pela Euzaria foi adotado por outros empresários baianos.

O empresário Pedro Portela, sócio da Companhia da Pizza, doou uma pizza

a cada outra que fosse vendida, no dia em que a iguaria é comemorada. O

restaurante teve o movimento triplicado durante a ação. Ao todo, 400 pizzas

foram doadas a moradores de rua de Salvador.

“A gente percebeu que muita gente se preocupa com esse conceito cons-

ciente do capitalismo. Tenho certeza de que cada pessoa ali presente se

sentiu um pouco melhor em saber que estava ajudando alguém que ela nem

conhecia”, diz Portela. A ação foi uma parceria da Companhia da Pizza com a

empresa de camisetas.

Para Érica Rusch, mestre em direito econômico, o capitalismo consciente é um

caminho sem volta para as empresas que desejam se adequar ao cenário econô-

mico atual. “Daqui a alguns anos, encontraremos menos empresas hábeis a com-

petir no mercado sem que estejam inseridas nessa nova conjuntura”, comenta.

De acordo com a especialista, para captar investidores, as empresas pre-

cisarão demonstrar a sua atuação de forma consciente. “Na realidade, é uma

mudança de mão dupla. Enquanto a sociedade exige isso, a empresa percebe a

real necessidade de se incorporar nesse novo modelo, dependendo disso a sua

própria sobrevivência” completa.

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Page 68: Revista [B+] 31

sUstentaBIlIDaDe | tendências

água dE qualidadE

Paulo Afonso avança na despoluição de lagosA concentração de matéria orgânica nos lagos de Paulo Afonso,

norte do estado, vem reduzindo consideravelmente, é o que

apontam os estudos realizados com amostras da água de três

lagos do município (Centenário, da Vila Militar e O Boi e a

Cobra). Segundo a Empresa Baiana de Águas e Saneamento –

Embasa, responsável pela análise do material, a demanda bio-

química de oxigênio (DBO) reduziu de 14, 2 mg/l em 2014 para

12,4 mg/l em 2015, melhorando significativamente a qualidade

da água. A mudança é resultado da ampliação da cobertura

de esgotamento no entorno dos lagos, mais de 90%. Em toda a

cidade, a cobertura do sistema de esgotos passou de 4,5% para

36%, de acordo com a Embasa.

Dois jovens publicitários baianos estão em viagem pelas américas com o objetivo de espalhar boas ideias nos locais por onde passam. luma Pinto, 25, e eduardo Melo, 27, perceberam que podiam conciliar viagens com pequenas ações voluntárias que fazem diferença na vida de outras pessoas, criando, assim, um “mapa do bem”. no projeto intitulado de “Bem trilhado”, que pode ser acessado pelo endereço virtual bemtrilhado.com, o casal decidiu colocar à disposição de quem precise as suas habilidades com comunicação, marketing e música, por meio de atividades educacio-nais, esportivas, musicais ou qualquer outra que se considerem aptos a realizar. De acordo com Melo, para custear as viagens e conseguir verbas para alimentação e alojamento, por exemplo, eles utilizam a internet para trabalhar e vendem doces, para garantir a renda.

volunTariado

Mochileiros sociais

três cidades baianas estão cota-das para receber uma usina para transformação e industrialização de resíduos sólidos urbanos em energia

e matéria-prima reciclada. as unidades anunciadas para Feira de santana, Ilhéus e Vitória da Conquista vão contar com investimento individual de R$ 531 milhões e têm previsão de faturamento na ordem de R$ 363 milhões por ano. a expectativa é que, diariamente, cada uma das usinas transforme 470 mil toneladas de resíduos sólidos em material reciclável. o grupo investidor é formado por seis empresas brasileiras e duas norte-americanas.

rECiClagEm

cidadeS BaianaS podem ganhar uSinaS de reciclagem

a cidade de Maraú, um dos destinos turísticos mais requisitados da Bahia, será a primeira re-gião energética do país. Pelo menos é o que pro-mete o projeto desenvolvido por empresários locais que estão negociando aporte de R$700 mil no projeto Região energética de Maraú. entre as ações estão a distribuição de cartilhas com exemplo de melhores práticas de gestão da conta de energia para pequenas empresas, geração de energia a partir do lixo, incentivo para que pousadas usem placas de energia solar, uso de lanchas movidas a energia solar e a constru-ção de uma nova escola que possua ferramentas específicas para a educação ambiental.

auTossufiCiênCia

maraú será a primeira região a viver do que produz no Brasil

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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EStIlo dE vIdA

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Saborturismo

uma viagem ao mundo de vinícius de moraes e gessy gessecinco Itens indispensáveis: marlon gama

Autos&motosExpedição Baixio

notas de tec

68707274767880

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estIlo De VIDa | sabor aPoIo:

EnTrE o ora Pois E o oxEnTEMisturando referências, o chef português Gualter Freire mostra que a herança lusitana está na memória gastronômica do baiano

por tede samPaiofotos Rômulo PoRtela

A paixão pela gastronomia vem desde a infância em Portugal, quando

Gualter Freire ajudava a mãe nas tarefas da cozinha. É o que conta quan-

do questionado sobre a sua inspiração para criar as receitas que produz

na cozinha do restaurante Casa Lisboa, em Salvador. O que parecia ser

um simples afazer doméstico começou a ganhar força quando, aos 12

anos, Gualter passou a trabalhar como garçom num pequeno restau-

rante. De olho no ir e vir dos pratos, ele sabia: era detrás do fogão que

ele queria ficar. De lá para cá, a vontade de se tornar cozinheiro levou o

português a estudar no George Brown College, uma das melhores escolas

de gastronomia de Toronto, Canadá. “Eu sempre adorei o mundo dos

restaurantes, da gastronomia em si. Então, posso dizer que eu gosto de

culinária desde sempre”.

Em tempos em que quase todo mortal se arrisca na cozinha, Gualter

afirma que ser chef é mais do que simplesmente saber cozinhar. “É pre-

ciso saber dominar uma cozinha, coordenar e motivar a sua equipe, é da

função do chef fazer o restaurante funcionar.”

Para a [B+], Gualter escolheu um prato tipicamente português, mas

com um tempero baiano. Muito simples e altamente solicitado em seu

restaurante, o bacalhau agridoce com vinagrete de amêndoas e passas,

segundo o chef, contempla o paladar dos soteropolitanos, que tendem a

gostar da mistura de doce com salgado. “Eu sinto que a confiança do pú-

blico nos chefs está mais presente. As pessoas estão mais abertas a novas

experiências e, geralmente, não se decepcionam”, conta sorrindo.

70 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 71: Revista [B+] 31

RECEITA

ingredientes•4filésdebacalhaudessalgado

•1copodeóleodemilho

•1copodefarinhadetrigotempe-

rada com sal e pimenta branca

•1cebolaroxapicada

•1/2copodeuvapassa

•1/4copodenozessemcascaleve-

mente assadas

•1/4copodeamêndoastorradas

•1copodevinagredevinhotinto

•1/2copodeazeiteextravirgem

Filé de bacalhau agRidoce com salada cResPa

modo de PreParoEsquente o óleo em uma panela

efriteosfilésdebacalhauaté

queelesfiquemcrocantes.Em

outrapanela,refogueacebola

e adicione os outros ingredien-

tes.Cozinheportrêsminutos,

adicioneovinagreedeixeferver.

Cozinhepormaistrêsminutos.

Retireofogoereserveenquanto

prepara a salada que servirá

deacompanhamento.

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 71

Page 72: Revista [B+] 31

estIlo De VIDa | turismo

flica 2015 movimenta cachoeira

Passar as férias em orlando, nos estados Unidos, tem sido cada vez mais comum entre os turistas brasileiros. De acordo com a Visit orlando (agên-cia de propaganda e turismo oficial da cidade) o número de brasileiros que visitou a cidade chegou a 800 mil em 2014 e atualmente ocupa o primeiro lugar no ranking de turistas internacionais na cida-de. a importância dos brasileiros para a economia de orlando é tanta que o prefeito da cidade, Bud-dy Dyer, declarou o dia 15 de junho como o “dia de eduardo Vasconcellos e Kontik”. o reconhecimen-to é uma homenagem a empresa Kontik Franstur e ao seu diretor geral, o empresário eduardo vasconcelos, pelo pioneirismo da empresa, que há 60 anos leva turistas brasileiros para orlando. segundo Vasconcellos, a institucionalização da data é um reconhecimento pelo trabalho realiza-do. “É muito gratificante termos o nosso trabalho reconhecido dessa forma. Comprova que estamos dando o nosso melhor”. a Kontik possui unidades nos estados de são Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

DOMÍNIO BRASILEIRO EM ORLANDO

apesar da crise econômica que vem tirando o sono de muitos empresários brasileiros, o setor de turismo internacional parece ainda não ter sofrido os seus impactos. alternativas criadas por donos de agências de viagem con-seguiram, até o momento, driblar os efeitos da crise. a empresária suzana mamede, conta que disponibilização de novos roteiros, formas de pagamento diferenciadas e renegociações com os parceiros foram fatores essenciais

para sobreviver à crise. sócia e diretora comercial da happy Tour, agência e operadora de turismo atuando há 20 anos no mercado baiano, mamede explica ainda que é necessário ficar sempre atento às mudanças do mercado. “Estamos sempre muito ligados aos anseios dos nossos clientes. afinal eles são os nossos principais divulgadores também”. Este ano suzana mamede comemorou 30 anos acompa-nhando grupos de viagens para a disney.

setor de turismo cria alternativas Para minimizar a crise

a cidade de Cachoeira, no Re-côncavo Baiano, já se prepara para receber a 5ª edição da Festa literária Internacional de Cachoeira – Flica. o evento será realizado no mês de outubro e tem como proposta unir literatura e diversão no mesmo ambiente. embora os reali-zadores do evento ainda não tenham divulgado os nomes dos convidados para as palestras e mesas de debate, a norte americana Meg Cabot, autora da série Diário de Princesa, confirmou, através do seu site, a presença na Flica. Cachoeira está localizada há 130 km de salvador e se destaca pelo casario colonial e uma vida cultural ativa.

a Bahia iniciou uma campanha para trazer para a Baía de todos os santos as disputas de Vela e Remo dos Jogos olímpicos e Paralímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. a proposta surge como uma saída para as denúncias de que a água da Baía de guanabara não possui a qualidade necessária para abrigar as provas aquáticas. segundo uma investigação da associated Press, uma análise da água revelou níveis altos de vírus e bactérias. a notícia pre-ocupou o mundo esportivo e vem gerando duras críticas ao Brasil. De acordo com o secretário estadual do turismo da Bahia, nelson Pelegrino, o estado possui todas as condições necessá-rias para sediar os esportes aquáticos. “estamos trabalhando intensamente para demonstrar que a mudança proporcionará ganhos para os organizadores, atletas e público”, afirma.

BAíA DE toDos os sAntos PoDE sER PAlCo Dos JoGos olíMPICos 2016

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Foto: Divulgação

aPoIo:

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estIlo De VIDa | decoração

Passar algumas tardes em Itapuã. Assim de-

sejava a atriz, produtora cultural e empresária

baiana Luisa Proserpio quando decidiu adqui-

rir o imóvel onde moravam Vinícius de Moraes

e a atriz Gessy Gesse. Projetado pelos arquite-

tos Jamison Pedra e Silvio Robatto, o imóvel

é voltado para o mar da praia que embalou a

canção do poetinha e contempla cada detalhe

pensado por Vinícius durante a construção.

De acordo com Luisa, foi pela amizade com

Gesse que ela conheceu cada parte da casa e

entendeu mais sobre a vida baiana de Vina,

como Vinícius era chamado pelos amigos. Por

acreditar que essas memórias não deveriam

se perder, decidiu tornar o espaço funcional e

criar o restaurante Casa di Vina, que atual-

mente abriga um memorial para o artista. O

destaque do cardápio é o “frango à Gessy e

Vina”, que era preparado pelo artista para a

sua amada sempre que precisava reconquis-

ta-la após alguma briga. A receita foi ensinada

pela própria Gesse e tem frango e banana da

terra como elementos principais.

No memorial, por sua vez, estão expostas

cartas e fotografias do casal, assim como a

máquina de escrever utilizada pelo poeta. “Foi

um trabalho de mosaico, pensamos em cada

objeto e cada móvel. Tudo tinha que ter um

sentido”, conta. A montagem do espaço durou

oito meses e foi realizada pela própria Luisa

em parceria com o Usina de Criação, grupo

A admiração pelo trabalho e pela história de amor entre vinícius de moraes e Gessy Gesse motivou a empresária Luisa Proserpio a criar um memorial em homenagem ao casal por TEDE SAMPAIOfotos LUCIANO OLIVEIRA

voCê já é dE Casa

UM CONVITE à POESIA O violão, sempre tão presente na vida do poeta, fica à disposição de quem quiser dar uma palinha

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A Fé qUE CONTAGIA A parede, repleta de imagens e quadros, conta a história religiosa do filho de Oxalá e da filha de Iansã

de arquitetos ligados às artes cênicas e plásticas, que também

contou com o auxílio de Gesse.

O espaço, construído quase em sua totalidade em madeira,

tem aberturas voltadas para o nascer e o por do sol, prezando

pela iluminação natural, ao mesmo tempo que cria o clima de

ócio, tão desejado e vivido por Vinícius de Moraes durante o

tempo que morou na Bahia.

O memorial é aberto à visitação pública e a entrada é

gratuita. Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais

da intimidade do casal, o antigo quarto do casal funciona como

hotel. No ambiente, é possível desfrutar da famosa banheira uti-

lizada pelo artista para escrever seus versos enquanto, sempre

acompanhado do uísque, apreciava o mar de Itapuã.

Luisa acredita que a história do casal na Bahia deve ser contada e recontada por inúmeras vezes, para inspirar as pessoas

OS dONOS dA CASA Logo na entrada do memorial, uma foto do casal recepciona os visitantes e oferece um local para descanso e contemplação do mar da Bahia

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estIlo De VIDa | cinco itens

5 ItEnS IndISpEnSávEIS pArA Marlon GaMa

o equilíbrio entre o contemporâneo e o antigo marca os trabalhos do arquiteto baiano Marlon gama.

Internacionalmente conhecido, ele lista cinco itens que o inspiram no processo de criação.

por TEDE SAMPAIO fotos LUCIANO OLIVEIRAtela Presciliano silva“Sempre gostei de arte.

As obras de Prescilia-

no conseguem passar

o que se deseja sentir

no momento, seja

alegria, tristeza ou

ternura. Acredito que

essa inspiração seja

indispensável em meu

trabalho.”

láPis colorido“Não faço uso do

computador em meu

processo de criação,

sempre utilizo lápis

e canetas coloridos.

Vou riscando, criando

novas formas e cores.

Isso me ajuda muito a

desenvolver os meus

projetos e estudos.”

vaso de murano“Sempre trabalho com peças de

murano antigas. Esse vaso, em

especial, é muito rico pela mis-

tura de formas e cores. De certo

modo, essa mistura representa

os meus projetos.”

miniatura mesa saarinen e cadeira Panton“Criados há cem anos,

esses clássicos são,

ainda hoje, reprodu-

zidos e não saem de

moda. Então, acredito

que representam a

evolução do design,

contemporâneo e

atemporal.”

i love design“Essa peça tem uma

história muito interes-

sante e de certa forma

representa um pouco

a minha vida, pois é

a descrição do amor

e da sensibilidade ao

meu trabalho.”

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estIlo De VIDa | autos&motos

robErto nunES

jornalista especializado em indústria automotiva desde 2002

HONDA LANÇA A CBR 1000 RR MARC MáRqUEzatual bicampeão do MotogP, o espanhol inspirou as linhas da edição 2015 da superesportiva japonesa

A edição 2015 do MotoGP, a Fórmula 1 das motocicletas, está com

brigas homéricas entre o italiano Valentino Rossi (nove títulos) e o

espanhol Marc Márquez, atual bicampeão da competição. A Honda

aproveita a grande exposição do seu piloto para lançar no mercado

brasileiro a nova versão da esportiva CBR 1000 RR Fireblade.

A série especial Marc Márquez esbanja exclusividade e esporti-

vidade. São apenas 93 unidades do modelo que leva o número do

espanhol na carenagem da moto do Mundial de Motovelocidade.

A CBR 1000 RR Fireblade Marc Márquez traz as cores do team

Honda Repsol. Custa R$ 69.900 e oferece um pacote visual em que

prevalece a cor laranja da equipe do espanhol. A esportiva da Hon-

da possui um motor de 999,8 cc, com 180,8 cavalos de pura adrena-

lina. Produzida no Japão, a motocicleta pesa apenas 191 kg. Assim,

garante arrancadas surpreendentes, por oferecer uma relação de

peso-potência acima da média das grandes “máquinas” amansadas

para rodar nas ruas do mundo afora. Seu chassi é de alumínio do

tipo diamante e segura os trancos com uma suspensão esportiva e

freios de tecnologia C-ABS, com os sistemas ABS (Anti-lock Brake)

e CBS (Combined Brake).

A Honda também oferece o modelo com um visual mais sóbrio,

usando uma carenagem pintada com uma combinação tricolor

(azul, vermelho e branco). Com o mesmo pacote de alta performance,

a nova CBR 1000 RR Fireblade 2015 tem valor sugerido de R$ 66.500.

nA pIStA A Itaipava Arena Fonte Nova está com a Feira do

Automóvel até o mês de dezembro. Aos domingos,

o estacionamento-garagem é palco para a compra e

venda de modelos seminovos.

Davidson Botelho, da Bahia Harley-Davidson, tem

promoção na gama de motos HD. Uma delas é a Fat

Boy, modelo que voltou a ser usado no filme Exter-

minador do Futuro: Gênesis.

O empresário Naldo Sardinha comemora a abertura

da segunda loja da AutoSard Veículos. O ponto de

venda de seminovos fica na revenda FrutosDias, em

frente ao Detran.

tucson entra na BrigaA Caoa Hyundai renovou o Tucson no Brasil. Montado em

Anápolis (Goiás), o modelo quer seu espaço na briga dos

utilitários Ford EcoSport, Jeep Renegade e o badalado HR-

V, da japonesa Honda. Custa R$ 69.990 e, entre os atrativos,

possui motor 2.0 f lex, com comando de válvulas variável e

cabeçote em alumínio e injeção MPFi, gerando 146 cavalos.

Com amplo pacote de equipamentos, peca pela caixa de

câmbio automática de apenas quatro velocidades.

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o ressurgimento da eterna alFa romeoEm um evento grandioso em Milão (Itália), Sergio Marchionne,

CEO do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), anunciou a

produção do novo sedã de luxo Giulia, o carro que será o marco do

ressurgimento da Alfa Romeo no mundo.

Reconhecida pela valorização do design dos seus veículos e per-

formance nas pistas de corrida, a fabricante italiana volta em grande

estilo ao cenário automotivo global. Nas comemorações dos 105 da

Alfa Romeo, Marchionne reinaugurou também o Museu de Arese,

com 69 modelos expostos e mais de 300 carros no acervo, e garantiu

planos ousados com produção de 400 mil unidades até 2018, incluin-

do mais sete lançamentos (entre modelos SUVs, hatches e sedãs

derivados de novas plataformas) a partir do ano que vem.

O sedã Giulia será a vedete da marca no Salão de Frank-

furt, realizado entre os dias 17 e 29 de setembro. O carro

bebe na fonte da esportividade e esbanja linhas arrojadas.

A versão mais animadora traz tecnologia inspirada na

Ferrari, com sistema quadrifoglio (qV) no motor V6 bi-

turbo de 510 cavalos de potência. O bloco de alumínio foi

desenvolvido por engenheiros da Ferrari e oferece sistema

que liga e desliga os cilindros sob demanda. Segundo a

Alfa Romeo, o carro faz de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos.

Possui tração traseira e conta com distribuição 50/50 do

peso, graças ao uso de materiais como fibra de carbono no

eixo do motor, capô, teto e quadro dos bancos dianteiros.

Foto

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Page 80: Revista [B+] 31

estIlo De VIDa | roteiro

Localizado a 120 km do aeroporto internacional de Salvador, Baixio tem se des-

tacado como importante destino turístico no litoral norte baiano. O pequeno

povoado da cidade de Esplanada ganhou destaque por causa do ecoturismo e

atrai não só visitantes interessados em conhecer as suas belezas naturais, mas

grandes empresas de olho nesta nova possibilidade de mercado.

Entre os atrativos encontrados na região, as lagoas de águas cristalinas são

as mais procuradas. Nelas, o visitante pode praticar mergulho, stand up paddle

e canoagem, tendo como cenário um verdadeiro paraíso natural. Para quem

deseja um pouco mais de aventura, as expedições off-road 4x4 são excelentes

opções, já que permitem ao visitante conhecer espaços pouco explorados.

De acordo com Humberto Filho, diretor da empresa de turismo Bahiaventura,

o diferencial de Baixio frente a outros destinos é a sua configuração ambiental

propícia para o ecoturismo. “O turista não só visita o local, ele interage com a

natureza. E, o mais importante, é conscientizado sobre a preservação daquele

ambiente”. Baixio é uma comunidade tradicionalmente pesqueira e agora convive

com o desafio de se adaptar a essa nova realidade sem perder as suas principais

características: belezas naturais e preservação desses ambientes.

Humberto também realiza cursos de treinamento para novos guias locais. A

ação faz parte do Projeto Baixio, programa desenvolvido pela Prima Engenharia,

uma das empresas que estão investindo na região com a construção de um com-

plexo hoteleiro e imobiliário, o Ponta de Inhambupe. Segundo Luciano Lopes,

diretor-executivo da construtora, essa é uma preocupação que esteve presente

desde o início do projeto e serve como contrapartida. Ele explica que dos 99.900

m² de área total, apenas 15% do terreno possuirá edificações –“85% do espaço

será preservado. O projeto será um parque natural voltado para a interação do

homem com o meio ambiente de forma a preservar a fauna e a flora locais”.

O que você precisa saber!• Para garantir a preservação do

ambiente, cada lagoa possui um

número máximo de visitantes

simultaneamente, cerca de 80

pessoas. Por isso é bom fazer

a sua reserva.

• Para ter acesso à Lagoa Azul,

o visitante paga uma taxa

de manutenção e limpeza no

valor de R$40. O valor também

engloba o transporte até o local.

• O passeio off-road 4x4 pode ser

realizado por um grupo de no

mínimo seis veículos e custa

R$ 380 por grupo.

• Os passeios pelas lagoas exigem

a companhia de um guia

turístico autorizado. Este pode

ser facilmente encontrado no

Resortinho Escola.

rOtEirO: BAIxIoComunidade pesqueira atrai visitantes e oportunidades de negócios por TEDE SAMPAIO fotos HUMBERTO FILHO

80 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

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Page 82: Revista [B+] 31

A página Baú Histórico da Bahia no Facebook, administrada

pelo professor Vinícius Jacob, reúne fotos antigas do estado.

Segundo Jacob, a intenção do espaço é mostrar as peculia-

ridades políticas, sociais e culturais da Bahia. Os arquivos

(como este acima) são um resgate das pesquisas feitas pelo

professor. “Muitas fotos são enviadas pelos fãs da página

também”, comenta.

nascido em araci, município próximo a serrinha, o estudante Mateus Carvalho, de 22 anos, acaba de lançar um aplicativo voltado para mototaxistas e usuários do transporte. o “Motaxi” é inspirado nos modelos de aplicativos de táxis que figuram entre os mais baixados das principais lojas de apps. lançado em junho deste ano, o “Motaxi” já está funcionando em Feira de santana (Ba) e Manaus (aM). Mateus pretende levar o app ainda para Cruz das almas e alagoinhas. o serviço só é disponibilizado em cidades em que o serviço de mototáxi é regularizado pela prefeitura, e o mototaxista que quiser se cadastrar no banco de dados do aplicativo deve estar em dia com sua documentação no órgão controlador.

Play Kids“Sou pai! uso sempre com as crianças, elas adoram!”

cinco dicas dE AplIcAtIvoS – por SAulo FErnAndES

sPoTify“Esse aplicativo é ótimo para curtir um som. no momento estou ouvindo o novo disco de maga [margareth menezes] que tive a honra de participar”

Foto: Divulgação

Foto

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rodu

ção

Foto

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ção

insTagram“Entro sempre para sacar o que está rolando, especialmente depois dos shows. Gosto ver as fotos que a galera postou e saber o que sentiram em cada evento. É um canal de comunicação direto com a minha galera”

sET lisT maKEr“uso muito para montar repertório, organizar as coisas...”

soundCloud“uso para postar as músicas e ficar de olho no que está rolando também”

ai Que saudade da Bahia

em duas rodas

nem bem a tecnologia 4g entrou em funcionamento no Brasil e a União Internacional de telecomunicações definiu que a quinta geração da internet móvel precisa tornar-se comercializável até 2020. ainda é cedo para falar, mas a expectativa é que esse novo padrão revolucione as comunicações em todo o mundo ao oferecer a capacidade de transmissão de dados de 20 gigabits por segundo, velocidade suficiente para baixar um filme em alta resolução em poucos segundos. nos próximos cinco anos, o setor pretende investir quatro trilhões de dólares na tecnologia. Coreia do sul, estados Unidos, Japão e europa estão à frente das pesquisas.

internet móvel 5g Já tem data de lançamento deFinida

notasdetec

Jorge Amado e Carybé velam o corpo de mãe Ruinhó, em 1975

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ArtE & EntrEtEnImEnto

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produção cultural baiana na guerra contra a criseuma pergunta para carlos prazeres

conte aí

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Page 84: Revista [B+] 31

aRte & entRetenIMento | cultura

Em maio último, o que já era esperado pelos

profissionais da cultura no Brasil foi confir-

mado oficialmente: o governo anunciou um

corte de quase R$70 bilhões no orçamento

público, o que gerou redução de 33% no

investimento para a cultura. Com a crise estabelecida,

produtores e gestores culturais de todo o Brasil precisa-

ram repensar seus projetos e encontrar uma solução para

que a falta de dinheiro não abalasse os seus negócios e

impedisse a produção cultural brasileira de existir.

Na Bahia, a falta de dinheiro para a cultura agora as-

sume o papel de desafiá-los a continuar realizando suas

ações, pensando em alternativas de financiamento que

não afetem bruscamente as rotinas das suas empresas.

Em áreas como música, dança, audiovisual e teatro,

por exemplo, nas quais a Bahia tem mostrado grande

atividade empresarial, pensadas especialmente a partir

de financiamento via leis de incentivo e editais públicos,

a atual situação gera desconforto.

CuLturA SEm vErBA. E AGoRA?mesmo com os recentes cortes do orçamento público para a cultura, produtores e gestores culturais baianos buscam alternativas para manter suas empresas em atividadepor ANA CAMILA

Orkestra Rumpilezz teve turnê internacional viabilizada por

ações do MinC, SecultBA e da produtora Geysa Castro

Foto: netun lima

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Page 85: Revista [B+] 31

Caixa, além das que reservam parte do seu orçamento em ações

de marketing. Oferecer serviços como planejamento estratégico e

produção local de projetos patrocinados vindos de fora da Bahia e

de fontes financeiras diversas também ajudam a manter o fôlego

da Multi, que em cinco anos já atuou nas mais diversas áreas da

cultura no estado.

alternativas sustentáveisEntre acordos e negociações com artistas e fornecedores, além

de malabarismos para lidar com os seus caixas, as empresas se

equilibram numa corda bamba que as obriga a pensar em alter-

nativas sustentáveis e estratégias a longo prazo. Duas opções já

chamam a atenção: o financiamento colaborativo (crowdfunding)

e o internacional. O produtor Edson Bastos, sócio da empresa Voo

Audiovisal, com sede em Ipiaú, já teve duas experiências bem-

sucedidas com o financiamento colaborativo. A prensagem do

CD “Partir O Mar Em Banda”, do artista Ayam Ubráis Barco, e a

gravação do seu videoclipe “O quintal”, em 2015, foram realizadas

por meio da campanha de crowdfunding, que movimentou cerca

R$11 mil vindos diretamente do público. Mobilizar e sensibilizar

as pessoas, motivando-as a investir em ações das mais diversas

áreas, é uma alternativa de captação de recursos que está em

pauta em muitas empresas do setor. Ana Paula acredita que o

financiamento coletivo já é uma realidade e que semanalmente

vemos exemplos de ações culturais cujo sucesso vem da partici-

pação direta do público, como shows e feiras de rua, por exemplo.

“Não podemos esquecer que, para além de financiamento público

ou privado, existe um mercado cultural que funciona justamente

porque mobiliza as pessoas. Tudo isso sem investimento externo,

apenas com o recurso gerado pelo público presente”, observa.

Há alguns anos, Geysa Castro tem ampliado seu leque de

atuação no mercado internacional. Tendo a música como princi-

pal atividade, a empresária estreitou relações com parceiros em

países da Europa e nos Estados Unidos – parceria esta que, em

um conjunto de ações com o MinC e a SecultBA, viabiliza a turnê

A consciência de atuar em um setor no qual o inves-

timento público é um dos menores já deixa o terreno

preparado para os agentes culturais. Com o contingen-

ciamento dos recursos para editais da Secretaria de

Cultura do Estado da Bahia, muitos projetos de 2014

ainda não foram realizados ou concluídos, e dos editais

setoriais deste ano não se tem notícia concreta. Para

Geysa Castro, sócia-diretora da Ginga P, a gestão interna

da empresa tem que ser estratégica diante desta reali-

dade, que já não é uma surpresa. “Absorver o impacto

negativo e minimizar os prejuízos ao máximo é a saída

para pensar a sustentabilidade de forma equilibrada e

sem histeria”, opina.

Para Ana Paula Vasconcelos, da Multi Planejamento

Cultural, um dos fatores principais para manutenção

de uma empresa é a diversificação de suas fontes de

arrecadação. Mesmo que o financiamento público seja

ainda a principal forma de viabilizar o mercado cultural,

existem empresas que têm editais próprios, como a

o corteNo dia 22 de maio de 2015, o Ministério do

Planejamento informou que R$ 69,9

bilhões dos gastos do orçamento para 2015

aprovados pelo Congresso Nacional serão

bloqueados. O orçamento do MinC para

2015 era de R$ 1,069 bilhão, caindo para

R$927 milhões (cerca de 33%) com o corte

previsto. A ação foi divulgada como parte

do ajuste fiscal para equilibrar as contas

públicas do país. Ministérios das Cidades,

da Saúde e da Educação foram

os que sofreram o maior corte.

“as leis de incentivo são distorcidas porque viraram uma forma de as empresas privadas colocarem suas marcas em evidência sem mexer no seu orçamento”Joilson santos, produtor

W W W. P o Rta l B M a I s . C o M . B R 85

Page 86: Revista [B+] 31

arTE & EnTrETEnimEnTo | cultura

da Orkestra Rumpilezz nos EUA entre julho e agosto deste ano. A estraté-

gia foi unir esforços de todos os lados, promover intercâmbio entre os países e

ter paciência e traquejo para mostrar que o projeto é interessante para todos

os envolvidos. O Núcleo Viladança, coordenado por Cristina Castro, investe

no relacionamento institucional com parceiros no Brasil e fora dele, seja no

âmbito financeiro como no criativo. Desde maio de 2015, o Viladança promove

residências artísticas com coreógrafos internacionais, uma forma de estrei-

tar relações e investir na profissionalização de novos dançarinos baianos. O

programa tem patrocínio do Boticário na Dança, que desde 2014 investe em

diversas ações do grupo. “Essas parcerias duradouras são fruto de uma rela-

ção de confiança entre o financiador e o produtor, resultado de um trabalho

bem executado e que traz benefícios também às marcas envolvidas”, afirma

Cristina, que anualmente realiza o Festival Vivadança sob o patrocínio da Oi,

que já garantiu recursos para a edição de 2016.

Para além do incentivo FiscalÀ frente do Feira Coletivo, o produtor Joilson Santos desenvolve um núcleo

de ações que viabiliza projetos sem depender de dinheiro público para acon-

tecer. A partir de parcerias e planejamento de gastos e receita, o coletivo já

realizou, desde 2009, inúmeras ações culturais na cidade de Feira de Santana,

incluindo shows internacionais e de bandas de grande visibilidade nacional.

Tudo isso sem patrocínio público ou privado, exceto a última edição do Feira

Noise Festival em 2014, financiado pela Secult-BA por meio de edital.

Para Joilson, as leis de incentivo são distorci-

das, especialmente porque “viraram uma forma

de as empresas privadas colocarem suas mar-

cas em evidência sem mexer no seu orçamen-

to”. Ao mesmo tempo em que levam o crédito

de grandes financiadoras da cultura, o que não

procede, já que o dinheiro investido é público,

se dão ao luxo de investir somente em produtos

que lhes interesse em termos de marketing.

Dessa forma, projetos com menor projeção ou

inéditos são constantemente desprivilegiados.

Já Geysa Castro avalia que, mesmo com to-

dos os problemas e distorções, o incentivo fiscal

continua sendo um grande aliado. Segundo ela,

devemos seguir tentando minimizar os danos

e contradições das leis, e que o diálogo entre a

cadeia produtiva de cultura e as instâncias do

poder público é a melhor saída. “O Ministério

da Cultura para obter sucesso nestas reformas

propostas precisa da nossa participação. Somos

nós que estamos no campo, enfrentando as

consequências. Se queremos mudanças, apre-

sentemos também as soluções”, opina.

Ana Paula Vasconcelos, da Multi Planejamento Cultural: saída é a diversificação de suas fontes de arrecadação

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Foto: Divulgação

CARlos PRAzEREsCarlos Prazeres é carioca e deixou o Rio para assumir o comando e a direção artística da Orquestra Sinfônica da Bahia. Durante sua regência, o maestro implementou ações criativas que atraíram público para os concertos. Em 2013, por exemplo, a Osba tocou trilhas sonoras de filmes populares. Esse concerto lotou nove vezes o Teatro Castro Alves, de 1.600 lugares.

o baiano tem uma dificuldade natural de consumir a cultura erudita ou falta inovação para atraí-lo?

“O baiano é um povo especialmente sensível à arte, e isso se

deve a diversos fatores, dentre eles a própria miscigenação do

seu povo e a imensa riqueza arquitetônica e histórica presen-

te em seu território. Projetos criativos também proliferam a

cada dia na Bahia, seja na música de concerto com a Osba, por

exemplo, seja no teatro, nas mãos de excelentes diretores, como

Gil Vicente Tavares, ou ainda no jazz, com a incrível Rumpilezz.

Na área dos museus vale citar a gestão de Marcelo Resende no

MAM, revigorando aquele espaço de maneira única. Não tenho

nada contra a indústria do entretenimento, muito pelo con-

trário, também a consumo. O que precisamos na Bahia ou em

qualquer lugar do mundo é de um olhar constantemente atento

por parte das autoridades em prol de apoiar aquilo que realmen-

te precisa de apoio e não se utilizar desta mesma indústria de

entretenimento que naturalmente sempre encontrará apoio na

iniciativa privada, ávida por lucrar com a imagem que a mes-

ma produz - para fazer uma autopropaganda. A Bahia, como já

diria o visionário reitor da Ufba Edgard Santos, é, e precisa ser,

uma potência cultural do país. Suas orquestras, seus museus

e seus teatros precisam ser olhados de uma forma séria. Todo

e qualquer apoio a eles reflete imediatamente num consumo

voraz da cultura erudita por um povo sedento por ela, mesmo

que não saiba. E que tal cultura conviva de forma harmônica e

até interativa com a indústria do entretenimento. O fato é que

qualquer estado que faça uso somente desta última será única e

exclusivamente uma barraca de souvenir. Tenho fé de que esta

não será a nossa escolha. Tenho fé na Bahia”.

aRte & entRetenIMento | uma pergunta

88 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 89: Revista [B+] 31

Apresentações de alto impacto Como fazer uma apresentação que cause impacto nas pessoas? Este foi o tema do I Módulo do Curso "A Trilogia das Apresentações de Alto Impacto" ministrado pelo Joni Galvão, CEO da The Plot Company, empresa especializada no conceito do Storytelling. Os participantes puderam recriar o conceito de uma boa história através de fundamentos como a criação de um Roteiro que guie o apresentador. Autor do livro "Super Apresentações", Joni Galvão volta a Salvador nos dias 11 e 12 de agosto para a edição II e III dos módulos Plot Your Presentation e Plot You respectivamente.

Camaçari global em pauta na Amcham Salvador

Liderando as discussões da melhoria da competitividade do Polo Industrial de Camaçari, a Amcham Salvador promoveu no último dia 29/7 edição do Ciclo de Desenvolvimento Regional debatendo ações e estratégias empresariais para promover a maior atratividade global do complexo baiano. "O Polo Industrial de Camaçari precisa ser entendido com a maior riqueza de detalhes possível", aponta Thiago Mota, gerente regional da Amcham Salvador. O encontro reuniu o prefeito de Camaçari, Ademar Delgado; além de representantes da Federação das Indústrias da Bahia, da Tendências Consultoria, Kimberly Clark, Oxiteno, entre outros executivos.

Terceirização em foco Os prós e contras da Terceirização de mão de obra esteve na pauta do Fórum Jurídico promovido pela Amcham Salvador no último dia 24/7, com a presença de mais 80 associados. O especialista Ivan Pugliese tirou dúvidas e detalhou os riscos e benefícios da terceirização no ponto vista empresarial.

Agenda11/08 | Trilogia das Apresentações de Alto Impacto- Plot your Presentations12/08 | Trilogia das Apresentações de Alto Impacto - Plot You14/08 | Seminário de Inovação| O mundo mudou. E agora?17/09 | CEO Fórum| Bossa Nova: Um novo jeito de fazer

Acompanhe o calendário completo de atividades da Amcham: www.amcham.com.br/acontece

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Você sabia?

Na crise, cresce 23% interesse empresarial em capacitação

O atual cenário de incerteza econômica aumentou o interesse do empresário brasileiro em

fóruns, eventos e capacitações. Nos seis primeiros meses do ano, a Amcham com 14 escritórios regionais

no País observou um aumento na demanda executiva de 23% em comparação ao mesmo período de 2014. No

primeiro semestre de 2015, mais de 40 mil executivos e empresários participaram das 959 atividades de capacitação

promovida pela entidade.

Page 90: Revista [B+] 31

FAmíLiA: POr quE E PArA quê?

A Escola de Pais do Brasil, atenta

às inquietações dos pais, procu-

ra sempre, em seus círculos de

debates, salientar o verdadeiro

papel da família na sociedade,

qual seja: a formação integral do ser humano.

Para tanto, a família há que se debruçar

sobre si mesma e perguntar se está preparada

para cumprir esse papel que só a ela pertence e

a ninguém mais.

Olhando para si, a família descobre que não

é mais um conjunto de pessoas que se toleram.

É uma “consciência coletiva em ação”.

É uma comunidade, por isso mesmo, uma

pluralidade baseada na união da indestrutível

personalidade de cada um dos de seus inte-

grantes. trata-se, de início, de uma dualidade

marcada pelo encontro de dois seres que se

encontram e que desejam permanecer juntos.

A chegada dos filhos vem completar o universo

mais rico e mais complexo onde se desenrola

todo um fascinante processo de transforma-

ção: do ser animal em ser humano, isto é sua

passagem de simples indivíduo a pessoa. Cada

um dos integrantes tem uma permanência no

mundo, impossível de prever, mas inevitavel-

mente limitada no tempo. O grande mistério

reside no fato de que cada um desaparece, mas

a família não. Esta permanece, sobrevivendo

em seus membros, o que permite que alguns

grupos familiares possam se mirar em seus

antepassados. Sobre-existem vínculos imper-

ceptíveis sobre os quais repousa a segurança

da vida de cada um. não se trata de herança

genética. Em realidade, são elementos que se

transmitem por várias das gerações, caracteri-

zando a unidade da família ao longo dos anos.

tais elementos são, por certo, consistentes e destinados a permanecer, desde que

cultivados e estimulados.

dentre vários desses elementos há um que se destaca e se transforma em fun-

damental, tão fundamental que ousamos dizer que sem ele a família não cumpre

o seu papel de educadora por excelência: o espírito de família.

Este elemento, invisível, se constitui no “clima” que as pessoas estabelecem

entre si. deixemos claro que a família que não o possui, jamais será forte o sufi-

ciente para desempenhar o seu poder construtivo.

O espírito de família é um elemento psíquico (o conjunto de forças que

motivam ficar juntos) e relacional (as muitas formas com as quais essas forças se

expressam). não podemos dizer que conhecemos uma família só por ter conhe-

cido, isoladamente, cada um dos seus membros. Só a conhecemos quando os ve-

mos interagir. Assim, é esse elemento a mais que a vai diferenciar de um simples

agregado de pessoas. Formar uma família não significa estar juntos, mas estar

juntos a fim de construir um bem comum. Sem esse bem comum, sem esse clima,

a família não se concretiza, limita-se a um agregado de pessoas que facilmente

se pode desagregar. não criado o espírito familiar, o permanecer junto perde o

seu sentido, uma vez que faltam as motivações para se suportar os inevitáveis

conflitos de relacionamento.

Além de ser o cimento que une os seus membros, o espírito familiar tem ou-

tras importantes funções: proteger a família contra o assalto de agentes internos

e externos que tanto a fragilizam. É esse espírito que torna a família forte e faz

com que coletivamente cumpra o seu papel. vale nesse ponto uma reflexão: até

que ponto a minha família se comporta como tal? minha família construiu ou

está construindo um espaço intemporal onde se abriguem aqueles que se consti-

tuem a razão de nossa existência?

A convivência familiar supõe a comunidade de pais, filhos, irmãos que repre-

senta o primeiro ambiente em que se encontra o amor e se aprende que com ele

é possível fortalecer a harmonia e superar obstáculos.

muito poderia ser escrito sobre a comunidade familiar alicerçada na mística

da família. Fiquemos, a título de conclusão, com a constatação de que é na con-

vivência familiar que avultam a intimidade e a segurança. Os filhos se educam

no carinho e nutrem-se no acolhimento, na compreensão e na fidelidade do

amor entre seus membros. A casa deixa, então, de ser apenas um espaço para se

transformar num interior que nega a ausência porque exige presença. Ela conse-

gue ser então proposta permanente de acolhimento onde há sempre lugar para

todos, mas onde cada um tem o seu lugar.

conteaí

djalma falcão

Economista. mestre em família na sociedade contemporânea pela ucsal. membro do instituto geográfico e histórico da bahia. Com Terezinha, casal presidente nacional da Escola de Pais do brasil

90 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 91: Revista [B+] 31

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Page 92: Revista [B+] 31

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gErEntE dE projEtoS Local: Coração de Maria (BA)Gerenciar a construção da fábrica desde a primeira etapa até a conclusão, desenvolvendo plano de projeto e estratégias de execução. Definir os escopos de trabalho, fases do projeto e as prioridades para cada etapa. Preparar e gerenciar orçamentos, custos e prazos. Garantir o cumprimento das diretrizes orçamentárias, qualidade, normas ambientais e de segurança, prestadores de serviços, estabelecidos pelos órgãos governamentais competentes. Identificar os principais riscos, incluindo restrições, premissas e contingências com objetivo de minimizar ocorrências. Desenvolver postos de controle do projetos e mecanismos de comunicação de status. Supervisionar pessoas, alinhar conformidades, manter o cronograma de trabalho e assegurar que as tarefas sejam concluídas em tempo, dentro do orçamento.•Vivênciaemgerenciamentodeprojetos.Conhecimentodasferramentasetécnicasdegestãodeprodutos. Habilidades interpessoais. Capacidade de liderança. Boa comunicação, negociação e empatia.•Formaçãosuperiorcompletaemengenharia,arquiteturaouáreascorrelatas.Pós-graduaçãopreferencialmente em gerenciamento de projetos.•Teringlêsfluente.DesejávelpossuircertificadoPMP.

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analiSta dE logíSticaLocal: Camaçari (BA)Atuar nas atividades do setor de logística e almoxarifado. Realizar o recebimento, armazenagem e distribuição de materiais para sede e obras. Realizar o controle de estoque da sede e acompanhar o controle de estoque das obras. Implantar e treinar sede e obras na utilização dos procedimentos de logística e almoxarifado. Apoiar na realização de compras e contratações de serviços. Apoiar no controle e gestão de frotas da empresa. Analisar e sugerir melhoria nos procedimentos e responder nas auditorias internas e de certificação.•Conhecimentointermediárioemequipamentosemateriaisdaáreaindustrial.•Noçõescontábeisefiscais.ObrigatórioterboapráticanopacoteOffice.•DesejávelterconhecimentobásicoemnormasISO.•Ensinosuperioroutécnico.

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gErEntE dE unidadELocal: Alagoinhas (BA)Gerenciar a unidade de refeição industrial, liderar, capacitar e motivar a equipe. Assegurar o cumprimento das metas de produção, conforme padrão de qualidade. Controlar os custos e despesas da produção. Estabelecer contato com clientes e acompanhar a qualidade dos serviços prestados. Supervisionar as atividades administrativas e pertinentes da área. Controlar as planilhas e os relatórios gerenciais. Realizar planejamento, controle de pedidos, elaboração dos cardápios, controle de estoque, entre outros.•Experiênciacomgerenciamentodecozinhaindustrialdegrandeporte.•Ensinosuperiorcompletoemnutrição.

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EngEnhEiro químicoLocal: Candeias (BA)Gestão de processos produtivos. Planejamento de produção. Formulação de produtos. qualidade dos produtos. Gestão de indicadores de qualidade e produtividade. Gestão de pessoas. Estoque de matérias-primas e produtos. Ensaque e expedição de produtos acabados.•Experiênciaanterioremindústria.•Ensinosuperiorcompletoemengenhariaquímica.Salário: a combinarFonte: www.catho.com.br

rEprESEntantE comErcialLocal: Barreiras (BA)Deverá captar, atender, vender, acompanhar e finalizar os clientes e situações operacionais de todo processo. Montar, se possível, equipe de vendas e atuar junto a administradora em metas de qualidade e atendimento.•Conhecimentodemercadonoramodeconsórcios, automóveis e imóveis.Salário: de R$ 10.001,00 a R$ 15.000,00Fonte: www.catho.com.br

92 R e v I STA [ B + ] AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 93: Revista [B+] 31
Page 94: Revista [B+] 31

É da porta para dentro que a gestão, inovação e produtividade fazem a diferença. É aí que entra a mão do Sebrae para ajudar a fazer o seu negócio ser cada vez melhor.

SUA VIDA É SE SUPERAR A CADA DIA? ESTAMOS JUNTOS.

EMPREENDER ÉUMA PAIXÃO. E JUNTO DO SEBRAE,ELA VAI LONGE.

Page 95: Revista [B+] 31

É da porta para dentro que a gestão, inovação e produtividade fazem a diferença. É aí que entra a mão do Sebrae para ajudar a fazer o seu negócio ser cada vez melhor.

SUA VIDA É SE SUPERAR A CADA DIA? ESTAMOS JUNTOS.

EMPREENDER ÉUMA PAIXÃO. E JUNTO DO SEBRAE,ELA VAI LONGE.

dICAS pARA DIMInUIR os RISCOS de CânCeR De MaMa

5

pARA vIveR BeM

na palMa da Mão

Cresce mercado de aplicativos de

saúde. Mas eles são confiáveis?

Mais simplesInseminações artificiais agora podem ser feitas por convênio

QUaIs são os VIlões QUe estão na sUa alIMentação

organizando a CasaA importância da gestão nas empresas de saúde

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SaúdeWWW.PoRtalBMaIs.CoM.BR

Tiragem auditada:10 mil exemplares

Page 96: Revista [B+] 31

Eu me amo!

Alimentação saudável é uma dieta composta de proteínas, carboidratos, gorduras, �bras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas. O Orgânico oferece uma enorme variedade de alimentos e produtos orgânicos, que ajudam na manutenção desta dieta. Em nossas lojas você conta também com o auxílio de nutricionistas, que facilitam suas escolhas oferecendo informações para encontrar os produtos certos para garantir uma saúde plena e uma vida feliz. A�nal, quem se ama, se cuida.

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Page 97: Revista [B+] 31

Eu me amo!

Alimentação saudável é uma dieta composta de proteínas, carboidratos, gorduras, �bras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas. O Orgânico oferece uma enorme variedade de alimentos e produtos orgânicos, que ajudam na manutenção desta dieta. Em nossas lojas você conta também com o auxílio de nutricionistas, que facilitam suas escolhas oferecendo informações para encontrar os produtos certos para garantir uma saúde plena e uma vida feliz. A�nal, quem se ama, se cuida.

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sumário

editorial

Bloco de notasPesquisa e prevençãoo perigo dos alimentos industrializados Do campo à mesa: como entender o que você comeaplicativos de saúde[C] Inseminação artificial por meio do plano de saúdeModernização na gestão da saúde Declare guerra ao câncer de mama

81012141618

2022

SAÚde

O peito de peru que está no seu sanduíche

do café da manhã, o iogurte que você toma

durante o lanche e a sopa de saquinho da sua

dieta podem até ter cara de alimentos saudá-

veis, mas, de acordo com especialistas, eles

são alguns dos responsáveis pela aceleração

de doenças graves. Na primeira edição da

[B+] Saúde, nossa equipe topou o desafio de

Às claras

Pedro hijoeditor-chefe da Revista [B+]

desvendar quais são os vilões da vida saudável que estão na sua geladeira e nas

prateleiras dos supermercados. A jornalista Francine Lima, criadora do canal de

vídeos Do Campo à Mesa, dá dicas de como descobrir se o que você está comen-

do te faz bem ou não.

Com a missão de facilitar o monitoramento de doenças, aplicativos estão

sendo desenvolvidos e o número de downloads no país é crescente. Aqui mesmo,

na Bahia, no início do ano foi lançada uma plataforma que, acoplada a um

celular, promete diagnosticar a dengue e a febre chikungunya em vinte minutos.

Mas é preciso ter cautela. Mesmo com tanta modernidade, os apps não devem

ser usados para fins de automedicação. Saiba na página 16 como usar a tecnolo-

gia com inteligência. Além disso, as páginas seguintes trazem inovação, pesqui-

sa, bem-estar, dicas e o que há de melhor sobre o setor de saúde. Boa leitura.

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Page 100: Revista [B+] 31

[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira

[Editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])

[Repórter]Joseanne Guedes ([email protected])

[Designer]Edileno Capistrano Filho

[Projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres

[Fotografia]Studio Rômulo Portela

[Revisão]Cristiane Sampaio

[Colunista]Cândido Sá

A revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ideias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.

[B+] saúde

[Impressão] Grasb

CAPAGabriel Cayres

A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a Revista [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas.

Pontos DE VEnDA DA REVIstA [B+]

[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)

[Presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )

[Diretor Geral]Renato Simões Filho ([email protected])

[Diretor de Publicações]Claudio Vinagre ([email protected])

[Diretora de Marketing]Bianca Passos ([email protected])

[Gerente Comercial]Ana Beatriz Sampaio ([email protected])

Reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477

[Representantes]Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - [email protected] Feira de santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - [email protected] Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - [email protected] Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - [email protected] Rio de Janeiro e são Paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - [email protected]

Realização Editora Sopa de Letras Ltda.

Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477

CnPJ 13.805.573/0001-34

expediente

TIRAGeM AudITAdA10 MIl exeMplAReS

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Page 102: Revista [B+] 31

102 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Mutirão de diagnóstico de Alzheimer é realizado em salvador

A partir do projeto Neu-

rociência, a Fundação de

Neurologia e Neurocirurgia

da Bahia realiza um mutirão

que agiliza o diagnóstico da

doença. Este ano, o evento

será realizado em duas eta-

pas, sendo a primeira no dia

19 de setembro, na Faculdade

de Medicina do Brasil, no Ter-

reiro de Jesus, e a segunda no

dia 20 de setembro, quando

320 pessoas a partir de 60

anos serão avaliadas.

onu premia hospital do subúrbio na colômbiaApós uma disputa de mais de quatro mil experiências de

todo o mundo, o Prêmio do Serviço Público das Nações

Unidas, categoria ‘Melhoria na prestação de serviços públi-

cos’, foi para o Hospital do Subúrbio, em Salvador. Este é o

quarto prêmio internacional da unidade, cuja Parceria Pú-

blico-Privada é uma das duas únicas iniciativas da América

Latina e do Caribe a conquistar a premiação neste ano.

Laboratórios públicos e em-

presas privadas enviaram ao

Ministério da Saúde projetos

de parcerias para a produção

de medicamentos e equipa-

mentos estratégicos para

o Sistema Único de Saúde

(SUS). Foram apresentadas 39

propostas, sendo que 23 são

para a produção de medica-

mentos biológicos, que são

mais caros e com tecnologia

mais avançada. A lista final

dos selecionados será divul-

gada até dezembro deste ano.

A Bahia vai começar a produzir órteses, próteses e

testes rápidos para doenças como HIV, HCV e sífilis.

Memorandos de entendimento assinados entre o

governo do estado e representantes de dois labora-

tórios internacionais, em parceira com a Bahiafarma,

preveem ainda transferência de tecnologia para a

instituição. “Além da ampliação do acesso ao material,

haverá a diminuição de custos para o SUS”, afirma o

diretor Ronaldo Dias.

bahia vai PRoduziR óRteses, PRóteses e testes

Voltou a funcionar o serviço de cirurgia cardíaca pediátrica

do Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana,

que atende a 72 municípios. Desativado há mais de dois anos, o

procedimento estava sendo realizado nos hospitais Ana Nery

e Martagão Gesteira, na capital. Segundo a Secretaria da Saúde

do Estado da Bahia (Sesab), a reativação ajuda a diminuir o

tempo da espera pelo serviço.

REAtIVADA CIRuRGIA CARDíACA InFAntIl EM FEIRA

laboratórios apresentam projetos para o sus

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ção

saÚDe | bloco de notas

Page 103: Revista [B+] 31

É LEGAL PARTICIPARDE UM ENCONTRO ASSIM.

É LEGAL PARTICIPARÉ LEGAL PARTICIPAR

Nos dias 7 e 8 de outubro, você terá a oportunidade de participar do IV Fórum de Relações Trabalhistas. É hora de aprofundar seus conhecimentos sobre os assuntos relacionados à área legislativa do direito do trabalho, com a presença de renomados

palestrantes que irão abordar temas como: a possibilidade de recuperação judicial de empresas e sucessão trabalhista na áreada saúde e as principais mudanças que o novo CPC (Código de Processo Civil) trará ao processo do trabalho.

REALIZAÇÃO: APOIO INSTITUCIONAL: APOIO:

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104 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

saÚDe | inovação

a boa saúde está no topo da lista de aspirações das pessoas em qualquer lugar do mundo, mas o conhecimento e as ferramentas disponíveis nem sempre são adequados para resolver os problemas. Há uma necessidade constante de gerar novas informações e desenvolver manei-ras melhores, e mais efetivas, de proteger e promover a saúde. Pensar a saúde de forma integral significa, também, fortale-cer e incentivar as atividades de pesquisa e prevenção de riscos e doenças.

Por meio de sua Coordenação de Pesquisa, o Hospital são Rafael oferece assessoria científica que auxilia pesqui-sadores no planejamento do projeto de

Instituições baianas investem na produção de conhecimento científico e em prevenção para a melhoria da saúde

pESQuISA E prEvEnção

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Page 105: Revista [B+] 31

pesquisa, análise estatística e preparação da pu-blicação final, em um processo chamado de “ace-lerador Científico”. o hospital concede bolsas de produtividade de pesquisa para médicos, bolsas de iniciação científica para estudantes ligados a pesquisadores e fornece ajuda de custo para publicação de resultados da pesquisa.

o avanço tecnológico utilizado pela medici-na, associado ao alto conhecimento científico das doenças, permite que o médico estabeleça diagnósticos cada vez mais precoces, trata-mentos mais eficazes e maiores índices de cura, enquanto a atenção à pesquisa impulsio-na o pioneirismo e a inovação. não por acaso, o são Rafael investe na aquisição de novos equipamentos de apoio ao diagnóstico, impor-tantes ferramentas na prevenção ou detecção precoce de doenças.

“somos referência no norte-nordeste em tratamento oncológico e no ano passado adquirimos o Intrabeam, primeiro equipamento de radioterapia intraoperatória do Brasil, que representa um avanço para o tratamento de pacientes com câncer de mama. Diferentemente do procedimento conven-cional, ela é feita ainda durante a cirurgia de retirada do tumor, no próprio leito operatório”, destaca luís Correia, coordenador de pesquisa do hospital. a novidade reduz consideravelmente os efeitos colaterais da radioterapia e o tempo do tratamento.

outro caso de sucesso no âmbito da pesquisa em saúde é o laboratório sabin. o grupo investe cerca de meio milhão de reais por ano em pesquisa direta. Há pesquisas e trabalhos científicos que são produzidos a partir de dados internos e demográficos, além da ajuda a pesquisas externas por meio do núcleo de apoio à Pesquisa. “além das pesquisas em biologia molecular, que validam e desenvolvem exames, são desenvolvidos estudos relaciona-dos à análise de custos, gestão técnica, sustentabilidade e análise de vínculo genético. este último conquistou prêmios no Congresso Brasileiro de Pato-logia Clínica e no congresso da american association of Clinical Chemistry”, afirma o diretor técnico do sabin, Rafael Jácomo.

Page 106: Revista [B+] 31

106 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

saÚDe | capa

Corantes, aromatizantes, conservantes, antioxidantes, acidu-

lantes e as chamadas gorduras trans fazem parte da infinidade

de ingredientes com lugar cativo na maioria das mesas brasilei-

ras. Na contramão, especialistas alertam que esses aditivos

químicos – responsáveis por dar sabor, cheiro, aspectos natu-

rais e durabilidade aos produtos disponíveis nas prateleiras

de qualquer supermercado – formam uma poderosa receita

contra a saúde e o bem-estar. Como resultado da má alimenta-

ção, o país vem enfrentando aumento expressivo do sobrepeso

e da obesidade em todas as faixas etárias. O problema acomete

um a cada dois adultos e uma a cada três crianças, mas ainda

pode se aliar a doenças cardiovasculares, gastrointestinais e

diversos tipos de câncer.

De acordo com o “Guia Alimentar para a População Bra-

sileira 2014”, lançado pelo Ministério da Saúde, as principais

doenças que atingem os brasileiros deixaram de ser agudas

e passaram a ser crônicas, e são a principal causa de morte

entre adultos. Em sua segunda edição, o documento oficial que

aborda os princípios de uma alimentação adequada e saudável

recomenda dar preferência a produtores e comerciantes que

vendem alimentos in natura ou minimamente processados

e àqueles que comercializam alimentos orgânicos e de base

agroecológica.

“Sempre que possível, faça ao menos parte das suas com-

pras de alimentos em mercados, feiras livres, feiras de produ-

tores e outros locais, como sacolões ou varejões”. Outras boas

alternativas em algumas cidades são veículos que percorrem

as ruas comercializando frutas, verduras e legumes adquiridos

em centrais de abastecimento. Segundo o guia, a depender

de suas características, o sistema de produção e distribuição

dos alimentos pode promover justiça social e proteger o meio

ambiente. Do contrário, gera desigualdades sociais e ameaças

aos recursos naturais e à biodiversidade.

enlatados e embutidos apresentam altos índices de sódio e podem contribuir para aumentar a pressão arterial. os defumados estão intimamente relacionados a câncer no aparelho digestivo.

gordura trans, a gordura vegetal hidrogenada, presente em alimentos como biscoitos, pães, sorvetes e margarina, é responsável pelo aumento das taxas de colesterol e problemas

a população das grandes cidades recorre como nunca aos alimentos industrializados, em busca de uma praticidade que pode causar sérios danos à saúde

vilõescardiovasculares. substitua por frutas secas ou sementes (nozes, amendoins, castanhas).

conservantes, como o ácido benzoico, nitratos e nitritos, podem provocar alergias, distúrbios gastrointestinais, câncer gástrico e do esôfago e aumento de mutações genéticas.

estabilizantes podem causar cálculos renais e distúrbios

gastrointestinais. os corantes e flavorizantes são responsáveis por diversas reações alérgicas, e estudos recentes os relacionam a diferentes tipos de câncer.

acidulantes, como o ácido fosfórico presente nos refrigerantes, estão relacionados à descalcificação dos dentes e dos ossos. Corte os refrigerantes e sucos processados, substituindo-os por sucos de frutas, polpas ou água de coco.

Page 107: Revista [B+] 31

Para a nutricionista Ilana Nunes, é preciso considerar as mu-

danças econômicas, sociais e culturais brasileiras. Ela ressalta que

uma alimentação saudável não precisa ser cara, mas fresca, natural,

sustentável. “As pessoas alegam falta de tempo e dinheiro ao recorrer

aos alimentos processados e preterir os naturais. Não observam os

rótulos, origem e processamento dos alimentos. Mas, é possível uma

educação alimentar, diante de tantas opções práticas e industriali-

zadas. Basta determinação para adotar um novo estilo de vida, com

uma completa revisão dos hábitos alimentares”.

quem reforça o coro é a especialista em gastronomia saudável

Katia Borges, que trabalha há mais de 30 anos com alimentação e

qualidade de vida. No blog Cozinha com Saúde, a professora dá dicas

e receitas saborosas para quem quer ganhar tempo sem abrir mão de

um estilo de vida mais saudável. Para ela, o consumidor deve adqui-

rir o costume de ler os rótulos e verificar o que está levando. “Prepare

grãos e cereais como feijões, ervilhas, lentilhas, grão-de-bico e arroz

integral e congele-os, para que possa dispor desses produtos no

seu dia a dia. Invista em frutas e verduras frescas e, de preferência,

orgânicas. Faça destes alimentos sua principal fonte de alimentação”,

destaca a autora dos livros “Cozinha com Saúde” e “Sabor com Saúde”.

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Page 108: Revista [B+] 31

Jornalista cria canal no Youtube para alertar consumidores sobre “pegadinhas” nos rótulos dos produtos

COmEndO dE MEntIRInhA

Além das informações nutricionais, o que você sabe sobre os alimentos

que consome? Foi a dificuldade em decifrar os códigos das embalagens

que fez a jornalista Francine Lima iniciar sua pesquisa em rotulagem e

criar há dois anos o canal “Do campo à mesa”, mídia independente que

incentiva as pessoas a adotarem hábitos saudáveis e sustentáveis. Sob

o lema “Você é o que você sabe sobre o que come”, a mestre em nutrição

conta a verdade sobre os alimentos industrializados.

qual a sua principal crítica às embalagens dos alimentos? o que a indústria pode fazer para torná-los mais acessíveis ao consumidor?Os rótulos são veículos de comunicação de massa,

não podem contar meias-verdades sobre os

produtos. Temos muito a evoluir na informação

ao consumidor. O supermercado está cheio de

comida de mentira e de informação de mentira.

Eu não gosto da tabela nutricional, por exemplo,

e acho que ela deveria ser substituída por uma

forma bem mais amigável de comunicação.

de que forma funcionam os sistemas de rastreabilidade?Os sistemas de rastreabilidade conectam pro-

dutores e consumidores de uma forma inédita.

Não conheço esses sistemas a fundo. O que pude

analisar até agora é a utilidade da informação

que chega ao consumidor. Ela é pequena, e o pú-

blico não sabe como aplicar. O consumidor quer

saber se a comida que está comprando é segura e

saudável. É isso que precisa ser adequadamente

esclarecido.

como você avalia a atuação do poder público na garantia de uma alimentação saudável?Existe uma política nacional de alimentação

e nutrição que é mais ou menos recente. Aos

poucos, vão surgindo ações para incentivar a

agricultura familiar e o consumo de orgânicos,

por exemplo. Mas, ao mesmo tempo, continua

havendo incentivo ao uso de agrotóxicos e ao

plantio de transgênicos em larga escala. O Brasil

é cheio de contradições, porque há interesses

conflitantes em jogo. Parte do governo defende a

saúde, parte defende o PIB baseado no agro-

negócio exportador. Não são contradições tão

fáceis de lidar.

o que achou do guia alimentar para a população brasileira de 2014?Como marco teórico oficial, acho uma bela

conquista e certa ousadia importante. Como

orientação à população, ele é um produto de base

a ser aproveitado na criação de produtos de apelo

mais popular. As pessoas precisam de mensagens

claras e atraentes.

Você sabia que existem sistemas de rastreamento que contam a história de vida dos alimentos? Basta ter um celular com câmera e conectado à internet para acessar as informações sobre origem, distribuição e comercialização. Baixe um aplicativo para leitura daquela etiqueta branca com o código estampado em preto, o QR code. aproxime o aparelho do código e ele será aberto automaticamente. Fácil, não?

de onde vem?

saÚDe | entrevista

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108 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Page 109: Revista [B+] 31

informe publicitário

respire bem, viva melhorPRIMeIRo CentRo De HaloteRaPIa Da BaHIa É

oPoRtUnIDaDe PaRa QUeM DeseJa aPostaR na MeDICIna alteRnatIVa e CoMPleMentaR

embora antigos textos médicos chineses e até a Bíblia façam referência ao uso terapêutico do sal, foram as cavernas naturais de sal, comuns na alemanha e no leste europeu, que inspiraram as atuais salas usadas para simular o microclima daquela região. o primeiro espaço do gênero na Bahia foi instalado em março deste ano. Com uma atmosfera relaxante, suave e confortável, o Centro de Haloterapia la grotta di sale oferece uma opção de caráter complementar para o tratamento de doenças respiratórias como asma, hipersecretividade, rinite alérgica, sinusite e tosse.

a administradora do centro, Clarissa Quireza, explica que a técnica age na inflamação das vias respiratórias, remoção de se-creção nos brônquios e cavidades nasais, além de causar efeitos benéficos contra alguns problemas de pele. Com temperatura e umidade controladas, respiram-se micropartículas de sal lançadas na sala. a cromoterapia e a música ambiente induzem o relaxamento e atuam no combate da ansiedade e insônia.

a iniciativa pioneira no estado é da empresária Roberta de souza, que conheceu a técnica na Itália ao buscar tratamento na-tural para filha lara Basset (4), na época com 2 anos, que sofria de sérios problemas de ordem respiratória. Rose Mary de souza, só-cia do centro, reforça também os benefícios da haloterapia para a melhoria da concentração, meditação e redução do estresse.

outra adepta da técnica é a administradora teka schiochet (35), que começou as sessões há dois meses para tratar uma sinusite. ela é praticante de yoga e adepta da alimentação na-tural. “eu optei por mais qualidade de vida. Comecei a sentir o desbloqueio das vias aéreas e boa dilatação das narinas. Uma incrível sensação de bem-estar”.

la grotta di saleav. luiz viana filho, Wall street Empresarial, sala 308-b – Paralela(71) 3461-2983/9288-8504/9946-4843www.grottasalesalvador.com.brE-mail: [email protected]

A terapia é feita em uma sala cujas paredes e piso são cobertos com sal

da esquerda para a direita:

as diretoras Roberta de

Souza, Rose Mary de Souza e Clarissa quireza

Page 110: Revista [B+] 31

110 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

daniel Frota (à esquerda) e Laurent Rezette: “queremos facilitar a vida das pessoas”

saÚDe | tecnologia

Balanças com wifi e medidores de pressão que conver-

sam via bluetooth com os smartphones, ferramentas que

prometem rastrear o consumo calórico, monitorar o sono

e incentivar a prática de exercícios físicos. A onda tecno-

lógica que pretende revolucionar a medicina começa a

inundar o Brasil, onde o mercado de aplicativos em saúde

segue em expansão, mesmo sem uma regulamentação a

respeito. São milhares de apps disponíveis para todas as

plataformas móveis. De fitness ao controle e monitora-

mento de doenças como epilepsia, diabetes e obesidade.

Profissionais da área acreditam que os aplicativos de saú-

de e serviços de mobile health podem ser aliados da saúde

e do bem-estar, desde que usados corretamente.

Mesmo com tanta modernidade, os apps não devem

ser usados para fins de automedicação, pois nada substi-

tui uma consulta médica. É o que afirma o subsecretário

de Saúde do estado da Bahia, Roberto Badaró. Entusiasta

do uso das tecnologias de informação e de comunicação

no contexto da saúde, o infectologista é responsável por

um aplicativo que está em fase de validação, mas já pode

ser considerado um divisor de águas no combate à den-

gue e à febre chikungunya. O app promete realizar, em 20

minutos, um teste rápido inédito no Brasil e diagnosticar

o paciente infectado, além de mapear e localizar pontos

de foco de doença.

“Um leitor chamado ‘smart reader’ é acoplado ao

celular, utilizamos uma gota de sangue do paciente, que é

colocada sobre uma fita. Selecionamos os sintomas, sele-

ciona-se a doença e o teste diz qual a probabilidade para

positivo ou negativo”, explica. O subsecretário revela que,

no mês de agosto, analisará três mil amostras com um

grupo para validar o teste desenvolvido por ele. “É preciso

utilizar métodos clássicos e ver se estão batendo. “Não

nA pAlmA dA mãoaplicativos voltados para a saúde auxiliam no controle e monitoramento de doenças, além de facilitarem a interação entre profissionais e pacientes

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Roberto Badaró: “Aplicativos não devem ser usados para

fins de automedicação”

Page 111: Revista [B+] 31

podemos disponibilizar uma tecnologia que não seja muito bem comprovada. Depois

de validado, vamos convidar a empresa desenvolvedora para produzir na Bahiafarma

e baratear os custos para nós”.

automedicação Com a tríplice epidemia das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti – dengue,

zika vírus e chikungunya –, uma preocupação adicional toma conta dos profissionais

da saúde: os riscos da automedicação. Em junho, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab)

divulgou o registro de mais de 40 mil casos de dengue no estado. Os medicamentos,

principalmente os isentos de prescrição (MIP), são os agentes que causam o maior

número de intoxicação no Brasil. Os analgésicos, por exemplo, podem elevar o risco de

hemorragia ou até mesmo causar hepatite medicamentosa.

Maria Fernanda Barros, farmacêutica responsável pelo Centro de Informação de

Medicamentos do Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia (CIM/CRF-BA),

afirma que tratamentos farmacoterapêuticos devem ser realizados com orientação

profissional. “Nenhum medicamento é inócuo ao organismo e seu uso sem orientação

pode causar sérios riscos à saúde, podendo levar a reação adversa, alergia ou até gra-

ves intoxicações. Caso seja um antibiótico, poderá até causar resistência bacteriana,

quando as bactérias ficam multirresistentes aos medicamentos utilizados de forma

equivocada”, alerta.

Consulte um especialista antes de iniciar restrições alimentares ou praticar atividade física

os apps funcionam se você inserir corretamente os dados e fizer escolhas corretas

Pesquise para ter certeza de que o aplicativo é seguro

Informe ao seu médico sua intenção de adquirir um aplicativo e consulte-o sobre os resultados

não use os monitoramentos eletrônicos para substituir a avaliação regular de saúde

não faça automedicação

como usar

Horários de atendimento:

Segunda à sexta: 6h30 às 16h

Sábado, domingo e feriados: 7h às 11h

Itaigara

Av. Antônio Carlos Magalhães, nº 56

Itapuã

Av. Dorival Caymmi, nº 14.154, Centro

Médico Dr. Joaquim Pereira de Souza

(em frente ao Bom Preço)

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Av. Praia de Itapuã, nº 652, Quadra A4,

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O Laboratório Sabin possui mais de

20 unidades em Salvador e Lauro de

Freitas. Para a sua comodidade, as

unidades Vilas do Atlântico, Itapuã e

Avenida ACM funcionam de domingo a

domingo. Além disso, você conta com

o serviço de coleta em domicílio todos

os dias. O Sabin está sempre pronto

para atender você e sua família.

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112 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

saÚDe | coluna

cândido Sá

Especialista em direito civil e de defesa do consumidor e pós- graduado em direito ambiental pela PuC-sP

Agora é uma realidade: as inse-

minações artificiais podem ser

realizadas por intermédio dos

planos de saúde. Em uma ação

baiana com vitória histórica, a

justiça reforçou o respeito ao direito dos casais

a realizarem o sonho de aumentar as famílias

através da gestação assistida. Mais que isso. É

uma vitória das mulheres, que podem adiar o

sonho de serem mães sem conviver com o fan-

tasma da infertilidade e dos comprometimen-

tos de saúde peculiares a esta escolha.

A decisão judicial decorrente da ação obri-

gou uma operadora de saúde a arcar com as

despesas oriundas dos tratamentos e procedi-

mentos de fertilização in vitro, comprovados

os problemas de saúde que impossibilitavam

a concepção pelos métodos naturais. Essa

decisão tem como base o direito à saúde e ao

planejamento familiar como um pré-requisito

à existência e ao exercício de todos os outros

direitos individuais e coletivos dos cidadãos

brasileiros. Por princípio, o direito à saúde

deve ser promovido pelas operadoras de forma

integral, incluindo todas as ações necessárias à

prevenção da doença e à recuperação, manu-

tenção e reabilitação da saúde.

Portanto, o amparo à saúde das famílias inférteis pode e deve ser

feito também nos casos de reprodução assistida de forma integral

pelas operadoras de saúde, principalmente considerando que o Con-

selho Federal de Medicina reconhece a infertilidade como doença e

que o avanço dos conhecimentos e técnicas científicas proporciona a

solução desses casos utilizando a inseminação artificial.

Com relação ao planejamento familiar, a decisão chega num

momento acertado, tendo em vista que hoje as mulheres decidem ter

filhos mais tarde, priorizando a atuação profissional. Esta decisão

muitas vezes é impossibilitada por problemas de saúde comuns ao

amadurecimento do corpo feminino. A Conferência das Nações Unidas

sobre a População e Desenvolvimento realizada no Cairo (1994) é clara

ao defender o papel do Estado para assegurar a igualdade de opor-

tunidades entre os gêneros por meio de medidas de saúde pública,

incluindo o acesso à reprodução. Nossa Constituição também assegura

que o planejamento familiar é de livre decisão do casal e veda qualquer

forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

Essa vitória é importante num contexto de batalha pela igualdade

de oportunidade pelas mulheres. O papel e a presença do sexo feminino

nos ambientes profissionais e políticos cresceu muito, mas a gestação e

os cuidados com os filhos ainda é uma barreira. Então, a decisão de gerar

filhos surge cada vez mais tarde, balizada pelos avanços da medicina. No

entanto, essa possibilidade de gestação tardia muitas vezes era abortada

por doenças ou pelos altos preços das gestações in vitro.

Comemoramos, então, não apenas a jurisprudência que permite

a cobertura de um procedimento médico pelas operadoras de saúde.

Comemoramos um importante passo rumo à igualdade de gêneros!

Êxito em ação é vetor na luta das mulheres pela igualdade de gêneros

InSEmInAção ArtIFIcIAl por mEIo dE plAno dE SAúdE

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114 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

saÚDe | gestão

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Durante muito tempo essa

máxima traduziu a atmosfera de um mundo do trabalho baseado na relação

chefe-subordinado. Em um cenário de contínuas mudanças, especialistas

alertam que a geração atual requer cada vez mais a modernização dos mo-

delos de gestão das empresas. No âmbito dos serviços essenciais, as orga-

nizações de saúde encaram a difícil tarefa de olhar para dentro e construir

equipes engajadas e comprometidas, em meio ao encontro de gerações que

não foram preparadas para transições entre o desejo e o fato, entre a vontade

e o sucesso, o anseio e a satisfação.

Para o administrador de empresas Ângelo Veiga, sócio-fundador do Ins-

tituto Planos, o perfil inovador na relação líder-liderado faz toda a diferença.

Estimular o compromisso funcional e o envolvimento emocional das pessoas

com os valores das instituições surtiria mais efeito que ordenar. “Pessoas

felizes são mais produtivas. Mantê-las felizes profissionalmente e emocio-

nalmente é possível através de treinamentos, desenvolvimento humano. E

financeiramente? Por meio de programas de meritocracia: produziu resulta-

dos, ganha mais”, explica.

Durante sua participação na oitava edição do Worksaúde, encontro pro-

movido pelo Sindicato das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantró-

picas do Estado da Bahia (Sindifiba), Ângelo Veiga destacou o envelhecimento

da força de trabalho. “O relacionamento intergeracional é um desafio, princi-

palmente para os líderes de mais idade, que dividem o ambiente de trabalho

com meninos cuja cabeça funciona de outra

forma”. Para ele, a terceira idade tem que se

atualizar, para transmitir sua valiosa experiên-

cia e aproveitar toda a vontade de uma geração

tão multitarefa quanto seu smartphone.

inovação O consultor organizacional da Corpo RH,

Alfredo Rocha, também destaca o papel das lide-

ranças para vencer os desafios. “É necessário en-

corajar as pessoas a darem o melhor de si, olhar

novas janelas, enxergar outros ângulos, assumir

o desafio de inovar. Há muitas diferenças entre

liderar e mandar. Influenciar é despertar nas

pessoas o querer fazer. Ideias, ações e exemplos

influenciam. Cargos não”, defende Rocha, que há

25 anos percorre o Brasil ministrando palestras.

Responsável por uma equipe de 120

pessoas, a assistente social Cláudia Moraes

coordena os multicentros municipais do Vale

das Pedrinhas e de Amaralina, sob a gestão do

Hospital Santa Izabel. “A maior lição é que a

equipe que eu lidero é o meu reflexo. Preten-

do reavaliar minha motivação, pois descobri

atitudes que eu não sabia que tinha”.

“ideias, atitudes, ações e exemplos influenciam. cargos não”alfredo rocha, consultor organizacional da Corpo rh

rEtEndO tALEntOS

O Worksaúde reuniu em Salvador mais

de 200 pessoas

Boa liderança constrói as bases para manter profissionais engajados nas equipes de saúde

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116 [ B + ] SAÚ d e AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Alvo de uma série de campanhas, o câncer de mama é uma doença de difícil prevenção,

por estar ligada ao histórico familiar e aos hábitos de vida. Embora a grande arma

seja o diagnóstico precoce, existe uma série de precauções que pode minimizar

as chances de desenvolver a doença, que é o segundo tipo mais frequente no mundo

e o mais comum entre as mulheres. Confira algumas recomendações do oncologista

clínico José Alberto Nogueira, chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Aristides

Maltez (HAM), em Salvador.

conheça seu corpo – O autoexame é muito importante para conhecer a

própria mama. Com o toque, é possível notar alterações no formato, feridas ao

redor do mamilo, mudança de cor ou espessura da pele, saliências e secreções. Todas

as mulheres devem fazer a partir dos 20 anos de idade, a cada mês.

mamografia – É o procedimento mais importante para a detecção precoce da doença

e não é substituído pelo autoexame, pois sua alta definição é capaz de descobrir

tumores de meio milímetro. Ele deve ser realizado anualmente a partir de 40 anos, mas

pacientes com alto risco de desenvolver câncer de mama devem fazer a partir dos

35 anos, podendo ser associado a outros métodos, como a ultrassonografia.

fatores de risco – Segundo o especialista, o câncer de mama é resultado da

interação de fatores genéticos com o estilo de vida e o meio ambiente: parentes em

primeiro grau (mãe e irmã) com câncer de mama, menarca precoce (menor que 12

anos), menopausa tardia (maior que 55 anos), obesidade e ingestão alcóolica exces-

siva. Cerca de 90% a 95% dos casos são esporádicos e 5% a 10% decorrem da carga

hereditária e são de origem familiar.

Estilo de vida – Entre os cuidados para diminuir as chances de desenvolver a doença,

José Alberto Nogueira recomenda evitar o sedentarismo, praticar exercícios físicos,

dormir bem, fugir do uso indiscriminado de hormônios e do alto consumo de carne

vermelha e de alimentos gordurosos. A dica é adotar uma alimentação balanceada,

consumo de frutas, hortaliças e legumes, soja em grãos e alimentos ricos em ômega-3.

Sim, tem cura! – O câncer não é uma sentença de morte. Com os diversos tipos

de cirurgia, avanço da radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia, a cura é uma

realidade. Em fase inicial (até 1 cm), existe mais de 90% de chances. Mesmo em fase

mais avançada (5 cm ou mais), esse percentual é de cerca de 30%. quanto mais cedo for

detectado, maiores são as chances de êxito.

SE tOquE!Hábitos saudáveis e alguns cuidados simples podem diminuir os riscos de câncer de mama

Com as mãos Ensaboadas Para mElhor dEslizar, vErifiquE sE há Caroços ou EndurECimEnTo Em suas mamas E axilas

em frenteao espelho

no chuveiro

deitada

AUTOExAME

Com os braços EsTiCados, obsErvE as mamas, Em busCa dE alTEraçõEs. aPalPE as mamas Com os braços aCima da CabEça

dE barriga Para Cima, ExaminE as duas mamas, Com movimEnTos CirCularEs, médios E forTEs

saÚDe | dicas

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Page 117: Revista [B+] 31

Quanto melhor a pergunta. Melhor a resposta. Melhor o mundo de negócios.

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Pensar fora da caixa? Que caixa?O verdadeiro espírito empreendedor não percebe fronteiras. Onde alguns enxergam obstáculos, os empreendedores veem chances de inovar, melhorar o desempenho e crescer.

A EY também não vê fronteiras. Em toda a região Nordeste, inclusive em Salvador, conte conosco.

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Page 119: Revista [B+] 31

O NEOJIBA - Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis

da Bahia é um programa do Governo do Estado, que faz da música

uma oportunidade de desenvolvimento social para crianças,

adolescentes e jovens. Mais de 4.600 beneficiados já descobriram

seu talento e enchem nossa terra de orgulho, em apresentações

prestigiadas por mais de 240 mil pessoas. Aqui também foi formada

a primeira orquestra juvenil do Brasil a se apresentar na Europa.

E, através da parceria com o Programa Pacto pela Vida, são

realizadas ações musicais e pedagógicas nas Bases Comunitárias

de Segurança, beneficiando a população mais carente.

Neojiba. É a música tocando vidas.

Page 120: Revista [B+] 31
Page 121: Revista [B+] 31

sUPleMento Da eDIção 31 Da ReVIsta [B+] • WWW.PoRtalBMaIs.CoM.BR

EspEcial Educação

Parceria entre empresas e escola cria oportunidades para desenvolver o mercado de trabalho

O seu funciOnáriO sairá daqui

engajamentoos novos líderes

crescem na sala de aula

ricardo alban, da fieb: “sem educação

básica de qualidade, nós não temos como formar

a mão de obra”

Tiragem auditada:10 mil exemplares

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Page 122: Revista [B+] 31

[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira

[Editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])

[Repórter]Vanessa Aragão ([email protected])

[Designer]Adna Novaes ([email protected])

[Projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres

[Fotografia]Studio Rômulo Portela

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[B+] Educação

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CAPAAdna novaes

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124 [ B + ] e D U C aç ão AG O STO / S e T e M B R O d e 2 0 1 5

Preparar estudantes para suprir as demandas do

mercado. Manter profissionais nas suas cidades

de origem. Corresponder às expectativas das em-

presas. Para que estes objetivos sejam alcançados,

são estritamente necessárias a educação básica

de qualidade e a formação profissional, assim

como parcerias que as fomentem.

“Para fortalecer uma sociedade é preciso haver

uma corresponsabilidade de vários setores para

o desenvolvimento. Uma rede de colaboração de

questões de interesse público é fundamental para

resgatar essas parcerias na Bahia. quanto mais

educação Profissional habilita jovens para o mercado e coloca o ensino como vetor para o desenvolvimento

educar Para desenvolver

Estudantes se preparam para o exercício profissional

esPeCIal eDUCação | mercado de trabalho

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Na Bahia, a Educação Profissional tem a segunda maior rede estadual do país na oferta de cursos técnicos de nível médio

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Uma rede de colaboração de questões de interesse público é fundamental para resgatar essas parcerias na Bahia. Quanto mais articulação e esforço conjunto, mais rápido vamos superar as dificuldades econômicas e políticasanna Penido, diretora do Instituto Inspirare.

articulação e esforço conjunto, mais rápido vamos superar as dificuldades eco-

nômicas e políticas”, afirma Anna Penido, especialista em educação e diretora

do Instituto Inspirare.

Na Bahia, a educação profissional tem a segunda maior rede estadual do país

na oferta de cursos técnicos de nível médio, segundo o Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Nos últimos oito

anos foram implantados 71 cursos estaduais e territoriais de educação profissio-

nal, que formam os estudantes para uma inserção cidadã no mundo do trabalho.

Segundo Antonio Almerico Lima, superintendente de Desenvolvimento da

Educação Profissional do Estado, os profissionais saem qualificados tanto para

ocupar os postos de trabalho assalariado quanto para empreender. “A formação

integral e generalista permite que o egresso possa transitar por várias oportu-

nidades de ocupação”.

As vagas para os cursos passaram de 4.016 matriculados, em 2007, para mais

de 75 mil em 2015. A meta é beneficiar 150 mil estudantes até 2018. “O curso me

deu oportunidade de adquirir bastante conhecimento. Também pude contar

com um estágio remunerado na área de recursos humanos em uma metalúrgica

da cidade. Foi uma experiência bastante rica”, conta Leonardo Batista, 19 anos,

que concluiu o curso de recursos humanos no no Centro Estadual de Educação

Profissional em Gestão e Meio Ambiente (Ceep), em Brumado.

Com o crescimento contínuo da rede estadual de educação profissional, a

demanda de estágio também tem sido expandida, e com ela a necessidade de

implantação do Programa Primeiro Estágio/Primeiro Emprego. A iniciativa

atende os estudantes de escolas públicas com estágios em empresas, órgãos

públicos e instituições sem fins lucrativos.

Todos os centros possuem um conselho que reúne, além da comunidade

escolar, o empresariado, sindicatos de trabalhadores, prefeituras e movimentos

sociais. Antonio Almerico assegura que a participação da comunidade é muito

importante e que isso permite uma maior aproximação com a realidade da

demanda de pessoal qualificado. “Mas é preciso ampliar: as grandes empresas

precisam “descobrir” o técnico oriundo da escola pública”, enfatiza.

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esPeCIal eDUCação | mercado de trabalho

como tem sido a cooperação entre a fieb e o programa Educar para trans-formar – um pacto pela Educação?Estamos iniciando os entendimentos e conhecendo todo o programa para que

possamos contribuir, dentro do nosso limite de competência, somando esforços

para essa importante iniciativa.

qual a importância dessa parceria para a federação, para a educação e a sociedade como um todo?O compromisso com a educação deve ser de toda a sociedade. Para a Fieb, a

adesão ao Pacto pela Educação proposto pelo governo do estado será mais uma

demonstração do nosso empenho diuturno em contribuir para levar a um novo

patamar a qualidade do ensino no nosso estado.

você acha que as empresas de uma forma geral têm que estar mais atentas à educação? por quê?O capital humano é essencial à competitividade de qualquer empresa. Sem

educação básica de qualidade, nós não temos como formar a mão de obra de que

precisamos para enfrentar os grandes desafios da nossa indústria. Percebo que

cada vez mais as empresas estão atentas à sua parcela de responsabilidade com

a formação das novas gerações, e o Pacto pela Educação é uma boa oportunidade

para transformar esta preocupação em resultados concretos, os quais, obvia-

mente, surgirão ao longo do tempo, através de um processo de mudança cultural.

1) Elevar a escolaridade dostrabalhadores

2) Adesão aos projetos do Educar para Transformar, como o Primeiro Estágio e o Primeiro Emprego

3) Incentivar os trabalha-dores a participar da vida escolar dos filhos 4) Patrocinar projetos espe-ciais da educação pública

Presidente da Fieb mostra a relevância da união entre empresas e educação pública

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EmPrEsas dos mais divErsos sETorEs PodEm ConTribuir Com a EduCação Com algumas açõEs

“sem educação não conseguimos Formar mão de oBra”

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esPeCIal eDUCação | liderança

Articular, propor melhorias, solucionar pro-

blemas, intermediar. Liderar está relacionado

ao acúmulo de experiências adquiridas de

circunstâncias cotidianas. Por isso, é impres-

cindível o estímulo tanto para que os alunos

participem dos processos eleitorais na escola

quanto para o despertar da vontade de ser um

líder de turma, uma das propostas contidas

no programa Educar para Transformar.

A aluna Kelly Bárbara Santos, 18 anos,

tornou-se líder de classe no Colégio Estadual

Doutor João Pedro dos Santos. Ela cursa o 3º

ano. “É importante porque junta todos pelos

interesses da turma, e isso faz com que eu ad-

quira experiência para o mercado de trabalho”.

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“Na minha opinião, esse programa da Secretaria de Educação da Bahia é muito positivo para que os jovens estudantes possam desenvolver com naturalidade suas habilidades de liderança, independentemente do cargo ou profissão que virem a exercer no futuro”.César souza, presidente do grupo empreenda, autor de best-sellers e palestrante.

Caio Paixão, de 17 anos, é líder de turma: “Trabalhar em equipe me ajudará no mercado de trabalho”

A LidErAnçAnASCE nA ESCOLAlíderes de classe aprendem desde cedo as responsabilidades, dificuldades e prazeres de conduzir pessoas

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“É importante porque junta todos pelos interesses da turma, e isso faz com que eu adquira experiência para o mercado de trabalho”.Kelly Bárbara santos, 18 anos, cursa o 3º ano do Colégio estadual Doutor João Pedro dos santos.

A crença de que a liderança é inata conduz

a inúmeros erros na hora de selecionar

candidatos, escolher parceiros, educar filhos,

relacionar-se com alunos. De acordo com

César Souza, presidente do Grupo Empreen-

da, autor de best-sellers e palestrante sobre

o tema, esse mito precisa ser combatido. Ele

afirma que todas as pessoas podem aprender

a ser líder e o quanto antes tiverem essa per-

cepção, melhor será o resultado. “Programas

que estimulam a liderança são muito positi-

vos para que os jovens estudantes possam desenvolver com naturalidade suas

habilidades, independentemente do cargo ou profissão que virem a exercer no

futuro”, pontua.

Em 2015, cerca de 20 mil líderes estudantis foram eleitos no programa

Educar para Transformar – Um Pacto pela Educação, promovido pelo governo

do estado. Com a intenção de potencializar a participação dos jovens, a ideia

é que os alunos se envolvam nas ações realizadas nos colégios, contribuindo

para a gestão democrática e participativa. Andreza França Pires, de 14 anos,

8ª série, fala dessa intermediação. “O fato de falar todos os problemas com a

direção, defender a turma, é muito importante. Vale a pena ser líder por isso”.

Caio Paixão, de 17 anos, 3º ano, também foi eleito líder e conta dessa res-

ponsabilidade a mais. “Tenho que ficar por dentro dos assuntos da escola, re-

clamar, falar com o diretor quando algo não está correto. Trabalhar em equipe

vai me ajudar a desempenhar funções no mundo do trabalho”, conclui.

O diretor do Colégio Estadual Doutor João Pedro dos Santos, Everaldo Mat-

tos, onde os garotos estudam, descreve como essa função é essencial dentro

do ambiente escolar. “A formação de líderes contribui para abrir novos hori-

zontes para os estudantes. Essa é uma excelente proposta para que aprendam

a respeitar os direitos e deveres, além de lutar pelos interesses em comum da

turma, afinal, estamos formando pessoas para questionar”.

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esPeCIal eDUCação | dicas

Educar é um processo que demanda a ação de várias esferas em conjunto. Uma

delas é a integração entre pais e filhos. A participação da família é indispensável

para atingir os objetivos do programa Educar para Transformar – Um Pacto pela

Educação, do governo da Bahia, alfabetizando todas as crianças até os oito anos de

idade e garantindo a presença de jovens e crianças na escola com bom rendimento.

Um exemplo da integração família-escola é o Colégio Estadual Padre João

Montez, em Pojuca. Pais, filhos, professores e gestores participam de ações inte-

gradoras, a exemplo de caminhadas para convocar a população para seminários

na unidade. “Essa união é muito importante para nós, alunos, porque, quando

os pais mostram que se importam com o nosso desenvolvimento, temos mais

compromissos com os estudos”, conta a estudante da 8ª série desse colégio Lorena

Ferreira, de 14 anos.

Outra referência nesse quesito é o Centro Educacional Carneiro Ribeiro –

Escola Parque, em Salvador. Nele são realizadas mais de 20 oficinas oferecidas

pelo Núcleo de Artes Visuais, em que participam estudantes e seus familiares,

beneficiando cerca de 700 pessoas da comunidade. “quando a gente se interes-

sa pela vida escolar dos nossos filhos, eles ficam mais comprometidos com os

estudos, porque sabem que tem alguém que lhes cobrará um bom rendimento”,

conta Maria Edna Passos, participante da oficina de artes plásticas e mãe da

estudante Roberto Passos, de 21 anos.

IntEgrAr pArA FortAlEcEr o EnSInoaproximação entre pais e alunos é um dos pontos principais na educação escolar

Foto: shutterstock

“Precisa-se de estratégias para atrair os

pais para as escolas, porque todas as pesquisas

demonstram sucesso quando há a aproximação

deles no processo educacional. Essa relação tem

implicação direta no ensino-aprendizagem”,

afirma Eni Bastos, professora e assessora do

gabinete da secretaria.

listamos abaixo as principais di-cas de Eni bastos para o acompa-nhamento eficaz dos pais diante da rotina escolar dos filhos:

1) Supervisionar o desempenho escolar (participação dos pais em reuniões, diálogo com professores e gestores)

2) Verificar os estudos em casa

3) Acordar quanto aos horários das tarefas e do lazer

4) Apoiar no desenvolvimento das tarefas, quando possível

5) Acompanhar a atuação da escola (cumprimento do ano letivo, período das aulas, se há professores e gesto-res regularmente)

6) Cobrar ambientes favoráveis para os alunos

7) Participar de colegiados e organi-zação de eventos

8) Mobilizar a comunidade para as ações da escola, colaborando nas atividades

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O Colégio Estadual Helena Matheus nem parece mais aquele de antes. Desde

junho deste ano, as paredes cinza “ganharam cores e vida”, tal como escreveu a

estudante Lais Cruz, 17 anos, do 2º ano do ensino médio, em sua redação ao se

deparar com a nova área de convivência no retorno às aulas.

A iniciativa de modificar um dos ambientes do colégio, localizado no

bairro de São Cristóvão, em Salvador, partiu da diretora da unidade escolar,

Liliane Fonseca, que, com o auxílio luxuoso da comunidade, melhorou a

convivência da escola.

A reforma da área de alimentação foi feita através de paletes cedidos pelas

empresas VW e Tico Dil, que, junto com troncos de árvores, foram transforma-

dos em bancos acolchoados. “Mais empresas deveriam olhar para as escolas,

pois isso auxilia no aprendizado e na relação dos alunos com seu ambiente.

Temos que atentar para o fato de que ali está o futuro do nosso país”, diz o

designer de interiores Vener Pereira, proprietário da VW.

Em posse dos equipamentos, as pessoas da comunidade ajudaram com

a mão de obra voluntariamente, o que deu um grande retorno pedagógico

para os alunos. De acordo com Liliane, a proposta ajudou os estudantes a se

perceberem como um instrumento criador ao transformar o espaço escolar. O

próximo passo é envolver os alunos no processo de customização de carteiras

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“Acredito que mais empresas deveriam olhar para as escolas, pois isso auxilia no aprendizado e na relação dos estudantes com seu ambiente. Temos que atentar para o fato de que ali está o futuro da nossa nação”.

escolares. “Iremos reformar a quadra esporti-

va com ajuda dos meninos também”, diz.

Leila Abreu, a designer de interiores que par-

ticipou do projeto, mostra que, com um pouco

de boa vontade, profissionais e empresariado

colaboram para um convívio mais prazeroso.

“Ter um ambiente limpo, alegre e construído

com materiais reaproveitáveis, conscientizando

de que pessoas e ambientes estão interliga-

dos”, diz. “Essa parceria de elevada consciência

precisa existir sempre, principalmente quando

se trata de educação, de preparar o ser humano

para o mundo”, completa.

Sobre a redação da aluna Lais, ela termina

da seguinte forma: “O lugar mudou muito.

Acho que não tem como explicar tamanha

emoção e orgulho de estar estudando aqui”. O

que ratifica o valor das pequenas mudanças e

grandes resultados.

Vener Pereira, proprietário da VW,empresa que fez a doação de paletes para a reforma.

DE CARA noVAao promover melhorias, empresariado e profissionais contribuem na relação entre alunos e escolas

esPeCIal eDUCação | parceria

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