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Integração das Políticas Públicas do Mar Meios de Financiamento Nacionais e Europeus e Integração das Políticas de Desenvolvimento

Integração das Políticas Públicas do Mar

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Page 1: Integração das Políticas Públicas do Mar

Integração das Políticas Públicas do Mar

Meios de Financiamento Nacionais e Europeus e Integração das Políticas de Desenvolvimento  

Page 2: Integração das Políticas Públicas do Mar

*  Combinação  e  gestão  dos  financiamentos  *  Os  instrumentos  das  polí8cas  do  mar  *  Avaliação  das  polí8cas  públicas  *  A  União  Europeia  e  a  governação  dos  oceanos  

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Page 3: Integração das Políticas Públicas do Mar

Combinação  e  gestão  dos  financiamentos  

Investindo  Combinando  e  articulando  

meios  

FEEI  (FC,FEDER,  FSE,  FEAMP)  

Horizonte  2020  

COSME  LIFE  

EEA  Grants  

Investimento  Privado  

Outros  

Orçamento  Estado  

f[Y(t)]mar  =  f[K,L,A,….]  

Humanos  Financeiros  Materiais  De  informação  

Combinação  de  meios:  

Page 4: Integração das Políticas Públicas do Mar

Monitorização do Mar no PT 2020

Regulamentos  Europeus  

Preparação  do  Acordo  de  

Parceria  

Programas  Operacionais   ITI  Mar  

•  Quadro  de  Referência    •  Trabalho  coopera8vo  coordenado  pela  

DGPM  •  Inclui:  

ü  Mecanismo  de  assistência  a  potenciais  promotores  

ü  Monitorização  e  avaliação  integradas  do  Portugal  2020  no  Mar    

Page 5: Integração das Políticas Públicas do Mar

Fundos disponíveis e Mecanismos de apoio

h:p://www.dgpm.mam.gov.pt/Pages/ApoiosFinanceiros.aspx  

ENM 2013 2020 : Articulação e coordenação de meios

Page 6: Integração das Políticas Públicas do Mar

ESTRATÉGICO  (Objetivos)  

 INTERMÉDIO  (Programas  de  

Ação)    

OPERATIONAL  (Iniciativas)  

     

ENM  2013-­‐2020  -­‐  Indicadores  -­‐     Nível  da  monitorização  

Impacto  

Resultado  

Produtos    

ENM  2013-­‐2020    Projetos  monitorização  

em  curso  

ENM 2013 2020 : Monitorização e avaliação

Page 7: Integração das Políticas Públicas do Mar

Na  implementação  das  políGcas  públicas  marinhas,  como  nas  outras,  uGlizam-­‐se  diversos  instrumentos  (cenouras,  paus  e  sermões)  que  foram  evoluindo  ao  longo  dos  tempos.  Começaram  por  ser  regulamentos  legais  de  intervenção  dos  governos  na  proibição  direta  de  determinadas  praGcas,  depois  foram-­‐se  sofisGcando  na  tentaGva  de  corrigir  falhas  de  mercado  e  de  limitar  externalidade  e  os  mais  recentes  consGtuem  instrumentos  de  persuasivos  que  tentam  condicionar  o  comportamento  dos  agentes.      

*  Instrumentos  de  regulamentação  

*  Instrumentos  económicos  (instrumentos  com  base  em  preços;  impostos  e  taxas;  quotas  e  instrumentos  baseados  nas  quantidades;  licenças  e  direitos  transacionáveis)  

*  Instrumentos  de  mercado  (subsídios;  concessões;  sistemas  de  depósito  com  reembolso;  direitos  de  propriedade;  apoio  específico  para  fomento  de  novos  mercados)  

*  Instrumentos  informais  (informação;  pesquisa;  participação  pública;  certificação  de  produtos;  medidas  de  incentivo  ao  desempenho)  

*  Instrumentos  voluntários     7

Instrumentos  das  Polí8cas  do  Mar  

Page 8: Integração das Políticas Públicas do Mar

MINISTÉRIO DO MAR

Instrumentos  das  polí0cas    Prestação  direta        Regulamentação  específica          Regulamentação  flexível      Quotas  e  direitos  transacionáveis  

Exemplos  de  aplicação  nas  zonas  marinhas    Criação  de  parques  marinhos;  Estabelecimento  de  regras  para  o  tratamento  de  efluentes;  Criação  de  novas  linhas  de  navegação    Planeamento  espacial  maríGmo;  Regulamentação  da  pesca  (períodos  de  tempo,  equipamentos,  localização);  Multas  por  descargas  no  mar;  Regras  para  controlo  de  emissões  de  enxofre    Limites  de  qualidade  na  descarga  de  efluentes;  Tratamento  das  águas  de  lastro    Atribuição  de  quotas  de  pesca  transacionáveis;  Licenças  de  emissões  atmosféricas  

Fonte:  Adaptado  de  Sterner  and  Coria  (2012)  

Exemplos de instrumentos na gestão das zonas marinhas

Page 9: Integração das Políticas Públicas do Mar

MINISTÉRIO DO MAR

Instrumentos  das  polí0cas    Impostos,  taxas  e  encargos      Subsídios  e  redução  progressiva  dos  subsídios    Sistemas  de  depósito  e  reembolso    Criação  de  direitos  de  propriedade    Recursos  em  propriedade  comum      

Exemplos  de  aplicação  nas  zonas  marinhas    Licenças  de  pesca;  Taxas  de  estacionamento;  Taxas  de  descarga  de  poluentes  industriais    Promoção  de  novas  zonas  de  pesca;  Desenvolvimento  da  aquacultura  offshore    Gestão  de  resíduos  perigosos      Parques  marinhos  privados;  Direitos  de  pesca  exclusivos    Gestão  de  recursos  pelas  comunidades  locais  (exemplo  da  floresta  de  mangue  e  da  aquacultura  de  camarão)      

Exemplos de instrumentos na gestão das zonas marinhas

Fonte:  Adaptado  de  Sterner  and  Coria  (2012)  

Page 10: Integração das Políticas Públicas do Mar

MINISTÉRIO DO MAR

Instrumentos  das  polí0cas      Mecanismos  legais  e  de  responsabilidade      Acordos  voluntários        Rotulagem  e  informação  aos  consumidores    Tratados  internacionais  

Exemplos  de  aplicação  nas  zonas  marinhas      Títulos  de  responsabilidade  pela  exploração  e  transporte  de  hidrocarbonetos;  Gestão  de  resíduos  perigosos;  Mineração  submarina    Normas  para  os  operadores  maríGmo  turísGcos;  Regras  de  ecoturismo;  ParGlha  transfronteiriça  de  recursos  de  pesca  comuns    CerGficação  da  pesca  sustentável;  Denominação  de  origem  (lagosta  de  Cabo  Verde  e  da  Mauritânia)    Convenção  das  Nações  Unidas  sobre  o  direito  no  mar           Fonte:  Adaptado  de  Sterner  and  Coria  (2012)  

Exemplos de instrumentos na gestão das zonas marinhas

Page 11: Integração das Políticas Públicas do Mar

Instrumentos da Política Marítima: Impostos, taxas e encargos

MINISTÉRIO DO MAR

Os  impostos  apresentam  um  carácter  universal  (paga  e  não  idenGfica  o  que  recebe  em  troca),  já  as  taxas  pressupõem  uma  relação  bilateral  (pago  mas  recebo  algo  em  troca).  Sterner  e  Coria  (2012)  sugerem  que  se  devem  aplicar  impostos,  taxas  e  outros  encargos  quando:    •  Se  idenGficam  riscos  de  que  os  custos  económicos  associados  à  falta  de  proteção  

ambiental  podem  disparar  e  ser  excessivos,  comprometendo  os  recursos  e  o  mercado;  

•  For  possível  idenGficar  que  os  bens  ou  serviços  a  taxar  são  a  causa  direta,  ou  estão  de  alguma  forma  relacionados,  com  determinadas  falhas  de  mercado  ou  externalidades;    

•  Existe  o  conhecimento  de  como  é  que  os  diversos  agentes  são  afetados  por  alterações  nos  encargos  e  existe  também  algum  consenso  em  como  é  que  os  recursos  captados  serão  usados  (exemplo  fundo  de  carbono);  

•  Sabe-­‐se  como  é  que  as  alterações  no  valor  dos  encargos  afectam  os  comportamentos  de  forma  a  reduzir  ou  a  eliminar  externalidades;  

•  Quando  o  objeGvo  é  evitar  vantagens  compeGGvas  consideradas  injustas;  

•  Se  pretende  melhorar  o  controlo  de  custos  e  aumentar  as  receitas.    

Page 12: Integração das Políticas Públicas do Mar

MINISTÉRIO DO MAR

Os Instrumentos das Políticas Públicas do Mar

Regulamentação      �  Cumprimento  

de  regras  obrigatórias  

�  Proibições  �  Licenças  e  

quotas  obrigatórias  

�  Regras  de  gestão  de  áreas  recorrendo  ao  planeamento  espacial  maríGmo  

Instrumentos  de  mercado    �  Responsabilidades  �  Subsídios  

decrescentes  �  Impostos  e  taxas  

ambientais  �  Taxas  de  uGlização  �  Sistemas  de  

depósito  com  reembolso  

�  Subsídios  direcionados  

�  Seguros  �  Doações  e  

emprésGmos  

Criação  de  novos  mercados    �  Direitos  de  

propriedade  �  Licenças  e  

direitos  transacionáveis  

�  Esquemas  de  compensação  internacional  

Instrumentos  informais    �  Fornecimento  de  

informação  �  Pesquisa  e  

parGcipação  pública  

�  Transparência  �  CerGficação  de  

produtos  �  Medidas  de  

incenGvo  ao  desempenho  

�  Gestão  parGcipada  

�  Gestão  direta  

Fonte:  adaptado  do  Banco  Mundial  (1997)  

Page 13: Integração das Políticas Públicas do Mar

Os participantes nas políticas marinhas

MINISTÉRIO DO MAR

Os  atores  nas  poliGcas  marinhas  são  os  parGcipantes  nas  poliGcas  ou  aqueles  que  podem  vir  a  ser  afectados  pelo  seu  desenvolvimento  e  podem  pertencer  a  um  ou  mais  dos  seguintes  grupos:    •  Cidadãos  ou  público  em  geral:  representam  os  diversos  interesses  ambientais,  

aGvidades  recreaGvas,  interesses  locais  e  outros,  e  podem  incluir  cienGstas  e  invesGgadores,  jornalistas  e  meios  de  comunicação  social  e  ainda  organizações  não  governamentais.  

•  Atores  do  mercado:  representam  os  interesses  dos  produtores  de  bens  ou  de  serviços,  podem  incluir  associações  de  pescadores,  de  aGvidades  turísGcas  ligadas  ao  mar,  associações  de  armadores,  grupos  de  pressão,  esGvadores,  sindicatos  de  trabalhadores  grupos  de  pensadores  sobre  estratégia  entre  outros.  

 •  Atores  do  estado:  representam  os  políGcos  eleitos,  os  quadros  superiores  da  

administração  publica  nomeados  pelo  governo,  agentes  da  administração  com  funções  execuGvas,  judiciais  e  legislaGvas,  e  podem  ainda  incluir  cienGstas  e  invesGgadores  nomeados  pelo  governo,  cuja  função  seja  representar  os  cidadãos  ou  grupos  de  interesse  económico.  

Page 14: Integração das Políticas Públicas do Mar

A  análise  das  políGcas  marinhas  tem-­‐se  vindo  a  caracterizar  por  inúmeras  abordagens  independentes  e  desconexas  entre  si  mas  que  se  podem  classificar  em  dois  Gpos  fundamentais:    1.   Análise  prospec8va    das  polí8cas  marinhas,  também  denominada  ex  ante,  a  priori  e  pre  hoc,  é  

realizada  antes  ou  durante  o  desenvolvimento  das  poliGcas  como  forma  de  registar  a  sua  evolução,  selecionar  os  diversos  caminhos  alternaGvos  e  fornecer  as  necessárias  recomendações  aos  decisores  políGcos.  Esta  análise,  parGndo  dos  dados  existentes  da  analise  quanGtaGva  e  qualitaGva,  pretende  antever  e  recomentar  potenciais  soluções  e  espera  ser  capaz  de  informar  corretamente  os  decisores  políGcos,  antecipando  os  resultados  previsíveis  das  diversas  opções  e  alternaGvas  das  poliGcas  marinhas.  

2.   Análise  retrospec8va  das  polí8cas  marinhas,  também  chamada  análise  ex  post,  a  posteriori  e  post  hoc  aplica-­‐se  depois  da  políGca  ter  sido  desenhada,  adoptada  e  implementada.  Trata-­‐se  de  uma  avaliação  que  informa  se  as  poliGcas  desenvolvidas  foram  ou  não  capazes  de  aGngir  os  objecGvos  que  os  nortearam.  Esta  abordagem  requer  frequentemente  uma  exausGva  recolha  e  analise  de  dados  e  invesGgação  praGca  para  descrever  e  interpretar  se  os  resultados  das  poliGcas  convergem  para  os  objecGvos  definidos.  Nalguns  casos  a  analise  retrospecGva  avalia  o  estado  atual  da  situação,  por  exemplo  o  estado  de  determinado  recurso  (população  de  sardinha)  e  o  seu  suposto  contexto  histórico,  como  forma  de  avaliar  se  as  opções  poliGcas  escolhidas  foram  de  facto  as  mais  adequadas  e  se  as  poliGcas  desenvolvidas  estão  a  ter  os  resultados  esperados.  

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Abordagens  à  Análise  das  Polí8cas  

Page 15: Integração das Políticas Públicas do Mar

Existem  situações  mais  complexas  em  que  as  políGcas  marinhas  se  tornam  dihceis  de  analisar.  Nestes  casos  um  conhecimento  mais  profundo  do  funcionamento  dos  sistemas  oceânicos  permite  idenGficar  novas  interações  com  resultados  não  anteriormente  previstos  nos  objecGvos  das  políGcas.    Determinadas  políGcas  específicas  são  frequentemente  influenciadas  por  outras,  tornando  a  relação  causa-­‐efeito  pouco  clara.      Mais  do  que  nos  sistemas  terrestres  o  oceano  não  tem  fronteiras  e  existem  muitos  casos  nas  políGcas  marinhas  em  que  os  resultados  de  umas  aGvidades  humanas,  e  das  políGcas  marinhas  parGculares  que  estas  pretendem  gerir,  influenciam  o  enquadramento,  os  dados  de  base  e  o  ambiente  em  que  se  pretendem  desenvolver  outras  políGcas  especificas.      Nestes  casos  em  que  o  trabalho  experimental  pode  apresentar  grandes  limitações  podemos  justificar  o  uso  dos  modelos  matemáticos  de  simulação  dinâmica  como  alternativa.      

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Abordagens  à  Análise  das  Polí8cas  

Page 16: Integração das Políticas Públicas do Mar

Alguns  exemplos  da  vantagem  no  uso  de  modelos  que  evidenciam  como  o  trabalho  experimental  pode  ser  dispendioso,  perigoso,  demorado  e  difícil  de  concretizar:    -­‐  Desaconselha-­‐se  dar  a  formação  ao  pessoal  de  uma  central  nuclear  aos  comandos  da  própria  

instalação.  Existem  para  isso  modelos  da  central  que  permitem  testar,  em  ambiente  controlado  e  sem  riscos,  as  diversas  intervenções.  

   -­‐  Pode  levar  imenso  tempo  conseguir  obter  experimentalmente  a  composição  ótima  de  uma  

mistura,  a  pressão  atmosférica  e  a  temperatura  ideais,  num  processo  químico  complexo,  sem  o  recurso  a  modelos  de  simulação.    

 -­‐  Torna-­‐se  praticamente  impossível,  sem  o  recurso  a  modelos  matemáticos  ou  reduzidos,  testar  o  

efeito  dos  ventos  numa  ponte  ainda  por  construir.    

-­‐  É  muito  dispendioso  em  vez  de  usar  modelos  matemáticos,  lançar  foguetes  para  a  lua  até́  que  um  acerte.  

Também  no  conhecimento  dos  oceanos,  na  previsão  das  marés  e  correntes,  na  dispersão  de  poluentes,  na  dinâmica  dos  ecossistemas  e  na  implementação  das  políGcas  marinhas  o  recurso  a  modelos  de  simulação  dinâmica  é  indispensável.  

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Abordagens  à  Análise  das  Polí8cas  

Page 17: Integração das Políticas Públicas do Mar

 Usam-­‐se  dos  modelos  matemáticos  de  simulação  dinâmica  na  gestão  dos  oceanos.      

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Abordagens  à  Análise  das  Polí8cas  

Page 18: Integração das Políticas Públicas do Mar

Atualmente  dispomos  de  ferramentas  únicas.  Os  sistemas  globais  de  observação  dos  oceanos  permitem  alimentar  modelos  matemáticos  de  simulação  de  apoio  à  tomada  de  decisão  na  análise  das  políticas  públicas  dedicadas  à  gestão  dos  oceanos.      

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Abordagens  à  Análise  das  Polí8cas  

Page 19: Integração das Políticas Públicas do Mar

Não  se  entende  a  avaliação  apenas  como  ferramenta  técnica  de  uGlidade  para  o  nível  de  gestão  dos  governos,  mas  sim  como  um  instrumento  de  fortalecimento  estratégico  do  Estado,  sob  os  princípios  de  um  bom  governo  que  tendem  a  tornar  a  ação  pública  cada  vez  mais  transparente  e  responsável  e  que  melhoram  a  eficiência  da  gestão  do  sector  público,  permiGndo  que  os  atores  das  poliGcas  públicas  venham  a  ter  um  papel  progressivamente  mais  aGvo.    Acontece  que  as  questões  relacionadas  com  a  avaliação  das  poliGcas  públicas  e  que  podem  responder  às  exigências  do  um  novo  paradigma  da  governação,  não  têm  vindo  a  ser  incorporadas  no  discurso  políGco  português.  De  resto,  não  se  pode  dizer  que  a  avaliação  tenha  sido  alguma  vez  sistemaGzada  e  considerada  uma  políGca  pública  autónoma  em  Portugal.    A  aGvidade  de  avaliação  vem  ocorrendo  em  Portugal  há  vários  anos,  com  uma  aceleração  e  mudança  qualitaGva  desde  a  segunda  metade  do  século,  mas  ainda  não  reverteu  num  sistema  de  avaliação  consolidado.  Isto  aponta  para  o  ainda  longo  e  complexo  caminho  a  percorrer  no  senGdo  da  insGtucionalização  de  um  sistema  de  avaliação  das  poliGcas  publicas  em  Portugal.      

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Avaliação  das  Polí8cas  Públicas  em  Portugal  

Page 20: Integração das Políticas Públicas do Mar

À  medida  que  aumenta  a  pressão  das  populações  sobre  as  regiões  costeiras,  sobre  os  recursos  dos  oceanos  e  sobre  os  ecossistemas  marinhos  aumentam  os  conflitos  e  cresce  a  importância  relaGva  das  políGcas  maríGmas    •  aumento  populacional    •  a  migração  das  populações  do  interior  para  as  regiões  costeiras    •  o  aumento  da  procura  dos  recursos  vivos  e  não  vivos  dos  oceanos  •  degradação  dos  ecossistemas  marinhos  •  perda  de  biodiversidade      Como  grande  parte  destes  problemas  se  devem  sobretudo  a  falhas  das  insGtuições  prevê-­‐se  que  o  futuro  das  políGcas  marinhas  passe  necessariamente  por  uma  reformulação  da  arquitetura  e  modos  de  funcionamento  das  insGtuições  responsáveis  pela  governação  dos  oceanos    As  soluções  vão  passar  pela  clarificação  e  eventualmente  pelo  estabelecimento  de  novos  direitos  de  propriedade  nos  mares  e  pela  melhoria  do  seu  controlo,  recorrendo  eventualmente  a  novas  tecnologias  que  permitam  reduzir  os  seus  elevados  custos  de  monitorização      

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Integração  das  Polí8cas  Marí8mas  

Page 21: Integração das Políticas Públicas do Mar

A  escolha  das  poliGcas  que  afectam  a  alocação  dos  recursos  dos  oceanos  levanta  questões  relaGvamente  à  sua  eficiência  e  à  capacidade  das  insGtuições  para  em  cada  momento  definirem  objecGvos  e  reverem  a  ação      Apesar  do  avanço  relaGvo  das  tecnologias  e  das  ciências  marinhas,  atualmente  os  decisores  das  poliGcas  marinhas  ainda  enfrentam  frequentemente  tomadas  de  decisão  com  um  elevado  grau  de  incerteza.  Perante  a  incerteza  a  analise  das  poliGcas  maríGmas  é  frequente  incompreendida  e  até  inconclusiva  e  os  decisores  optam  frequentemente  pela  precaução  ou  até  pela  inação.    Esperam-­‐se  alterações  profundas  no  quadro  de  referencia  insGtucional  que  serve  hoje  de  suporte  às  aGvidades  nas  zonas  costeiras  e  nos  oceanos.  Adivinha-­‐se  uma  passagem  progressiva  de  uma  gestão  sectorial  dos  oceanos  para  uma  cada  vez  maior  integração  das  poliGcas  maríGmas.  

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Integração  das  Polí8cas  Marí8mas  

Page 22: Integração das Políticas Públicas do Mar

*  Combinação  e  gestão  dos  financiamentos  *  Os  instrumentos  das  polí8cas  do  mar  *  Avaliação  das  polí8cas  públicas  *  A  União  Europeia  e  a  governação  dos  oceanos  

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Page 23: Integração das Políticas Públicas do Mar

Para  a  Europa  os  oceanos  são  um  elemento  fundamental.      •   A  economia  marítima  da  UE  emprega  mais  de  3,6  milhões  de  pessoas  e  gera  um  valor  

acrescentado  bruto  de  quase  500  mil  milhões  de  EUR  por  ano,  sendo  o  seu  potencial  de  crescimento  elevado.  A  Europa  está  e  estará́  cada  vez  mais  dependente  dos  oceanos  para  o  abastecimento  em  proteínas  de  peixe,  minerais  e  energia  de  fontes  renováveis.    

•  O  mercado  único  da  UE  é  o  maior  mercado  de  produtos  da  pesca  do  mundo.  É  por  via  marítima  que  se  efetuam  90%  do  comercio  externo  da  UE  e  40%  do  seu  comercio  interno.  Coletivamente,  os  Estados-­‐Membros  da  União  exercem  jurisdição  sobre  a  maior  zona  económica  exclusiva  do  mundo,  cuja  superfície  é  superior  a  20  milhões  de  km2.  

•  Nos  últimos  10  anos,  a  UE  reforçou  internamente  os  seus  processos  de  governação  dos  oceanos  e  elaborou  uma  estratégia  de  crescimento  azul  de  longo  prazo,  para  apoiar  o  crescimento  sustentável  nos  sectores  marinho  e  marítimo.  A  União  Europeia  concilia  crescimento  económico,  e  proteção  e  conservação  da  natureza  através  de  uma  gestão  baseada  nos  ecossistemas,  como  duas  faces  da  mesma  moeda.  

 

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A  Posição  da  União  Europeia  sobre  a  Governação  Internacional  dos  Oceanos  

Page 24: Integração das Políticas Públicas do Mar

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Page 25: Integração das Políticas Públicas do Mar

 A  importância  atribuída  pela  União  à  definição  de  um  novo  quadro  mais  eficaz  de  governação  internacional  dos  oceanos  é  muito  oportuna,  porquanto:      *  Existe  uma  pressão  crescente  sobre  os  oceanos  e  mares,  que  ameaça  o  ambiente  marinho  e  

os  ecossistemas,  mina,  frequentemente,  o  capital  natural  que  constitui  a  base  do  crescimento  sustentável  de  atividades  azuis,  de  que  depende  a  economia  marítima  da  Europa;    

*  A  UE  e  seus  Estados-­‐Membros  têm  acumulado  significativa  experiência  na  elaboração  de  políticas  marítimas  coerentes  e  integradas,  que  resultam  numa  governação  mais  eficaz  dos  oceanos;    

*  A  UE  e  seus  Estados-­‐Membros  intervêm  já́  ativamente  nas  instâncias  internacionais  competentes,  assim  como  nas  negociações  aos  níveis  regional  e  mundial.    

*  As  políticas  da  UE,  designadamente  a  política  de  desenvolvimento,  contribuem  ativamente  para  o  aperfeiçoamento  da  governação  nos  países  em  desenvolvimento,  em  consonância  com  o  princípio  da  coerência  das  políticas  de  desenvolvimento.    

       

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A  Posição  da  União  Europeia  sobre  a  Governação  Internacional  dos  Oceanos  

Page 26: Integração das Políticas Públicas do Mar

*   A  Comissão  Europeia  definiu  pela  primeira  vez  a  sua  visão  de  uma  governação  internacional  dos  oceanos  na  comunicação  de  2009  intitulada  «Desenvolver  a  dimensão  internacional  da  política  marítima  integrada  da  União  Europeia»  [COM(2009)  536].  

*  Ao  nível  da  bacia  marítima,  na  comunicação  «Para  uma  política  marítima  integrada  que  garanta  uma  melhor  governação  no  Mediterrâneo»  [COM(2009)  466].    

*  Em  conjunto  com  a  Estratégia  de  Biodiversidade  da  UE  para  2020  e  o  7º  Programa  de  Ação  em  matéria  de  Ambiente,  a  Diretiva-­‐Quadro  «Estratégia  Marinha»  (2008/56/CE)  e  as  Diretivas  «Ordenamento  do  Espaço  Marítimo»  (2014/89/UE)  passaram  a  constituir  um  novo,  abrangente  e  sólido  quadro  jurídico  da  UE,  que  tem  por  finalidade  a  boa  governação  dos  oceanos  e  o  cumprimento  dos  compromissos  internacionais.    

*  A  Comunicação  COM(2012)  662  contém  uma  análise  da  contribuição  da  Diretiva-­‐Quadro  «Estratégia  Marinha»  para  as  atuais  estruturas  de  governação  internacional  dos  oceanos.  

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A  Posição  da  União  Europeia  sobre  a  Governação  Internacional  dos  Oceanos  

Page 27: Integração das Políticas Públicas do Mar

*  Pela  sua  carta  de  missão,  emanada  do  presidente  da  Comissão  Europeia,  Jean-­‐Claude  Juncker,  o  comissário  europeu  responsável  pelo  Ambiente,  Assuntos  Marítimos  e  Pescas,  Karmenu  Vella,  foi  mandatado  para  participar  na  configuração  da  governação  internacional  dos  oceanos,  nas  Nações  Unidas  e  noutras  instâncias  multilaterais  e  bilaterais,  com  os  principais  parceiros  a  nível  mundial.  Em  2015  foi  lançada  uma  consulta  para  recolher  os  pontos  de  vista  de  todas  as  partes  interessadas,  públicas  e  privadas,  e  organizações  internacionais  governamentais  e  não  governamentais,  sobre  a  forma  que  deve  assumir  o  contributo  da  UE  para  a  consecução  de  uma  melhor  governação  internacional  dos  oceanos  e  dos  mares,  em  prol  do  crescimento  azul  sustentável.    

       

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A  Posição  da  União  Europeia  sobre  a  Governação  Internacional  dos  Oceanos  

*  Com  base  nos  resultados  e  noutras  fontes  de  dados  e  de  informação,  a  Comissão  Europeia  ponderará  sobre  a  melhor  forma  de  elaborar  uma  política  europeia  de  aperfeiçoamento  do  quadro  de  governação  internacional  dos  oceanos,  que  seja  mais  coerente,  abrangente  e  eficaz.    

       

Page 28: Integração das Políticas Públicas do Mar

A  generalidade  dos  participantes  na  consulta  pública  da  UE  sobre  governação  dos  oceanos  concorda  que:  *   O  sistema  atual  não  garante  a  gestão  

sustentável  (poluição,  sobre-­‐exploração  de  recursos,  alterações  climáticas  e  acidificação).  

*  O  sistema  é  fragmentado  e  existe  a  necessidade  de  melhor  implementação  e  maior  coordenação  das  políticas.      

       

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A  Posição  da  União  Europeia  sobre  a  Governação  Internacional  dos  Oceanos  

*  Identificam-­‐se  lacunas  na  gestão  para  além  das  áreas  sob  jurisdição  nacional.  

*  Falta  conhecimento  sobre  o  funcionamento  dos  oceanos  e  sobre  as  consequências  das  atividades  humanas  nos  ecossistemas  marinhos.  

*  Existe  evidente  necessidade  de  reforço  na  partilha  de  informação.  

*  Falta  liderança  e  falta  cooperação.