Click here to load reader
Upload
truongquynh
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Integração de ServiçosModos de Transferência de Informação
FEUP/DEECRedes de Banda Larga
MIEEC – 2008/09José Ruela
Separação versus Integração de Serviços
• No passado as redes de comunicações eram planeadas e optimizadas para um determinado serviço (voz, dados, difusão de programas de rádio ou televisão, etc.), de acordo com os requisitos específicos de cada serviço
– Estas redes tiveram origem e evolução independente, utilizando diferentes tecnologias e meios de transmissão
– A separação por serviço implicava a necessidade de providenciar acessos separados para as diversas redes
– A adopção de interfaces e protocolos diferentes e normalmente incompatíveis comprometia seriamente a possibilidade de interfuncionamento entre as diferentes redes
– A existência de redes separadas não impedia, no entanto, a partilha duma mesma infraestrutura de transmissão, recorrendo a técnicas de multiplexagem
• Esta situação traduzia-se em desvantagens económicas e operacionais para os operadores e fornecedores de serviços e colocava restrições aos fabricantes de equipamento e aos utilizadores
Integração de Serviços
• O conceito de integração de serviços pode ser descrito de forma simplista pela possibilidade de transportar tráfego de diferentes serviços numa mesma rede
– A partilha duma infraestrutura de transmissão por fluxos de tráfego de vários serviços é uma condição necessária mas não suficiente para uma integração de serviços plena
– Os diferentes fluxos de tráfego devem ser transportados de forma coerente e logicamente unificada (com base numa arquitectura comum),em lugar da segregação física por serviço, traduzida na criação de redeslogicamente independentes
– A rede deve assegurar tratamento diferenciado de fluxos, de acordo com as características e os requisitos específicos de cada serviço, numa lógica de optimização global de recursos
• A integração de serviços tem, por isso, de ser perspectivada nos seus vários aspectos complementares e a sua viabilidade tem de ser analisada dos pontos de vista tecnológico e económico
Tecnologias de suporte
• A exploração do conceito de integração de serviços tornou-se viável com os avanços das tecnologias digital e óptica
– Tecnologia digital • Permite integrar as operações de multiplexagem e comutação no
mesmo equipamento (convergência das tecnologias de transmissão ecomutação)
• Permite uma forma comum (digital) de representação de informação e o seu transporte independente do conteúdo (convergência de serviços)
• Permite explorar novas arquitecturas e funcionalidades avançadas em equipamentos terminais e de rede, possíveis com o aumento da capacidade de processamento e de memória
– Recurso a técnicas de Processamento Digital de Sinais (por exemplo, compressão de sinais audiovisuais)
– Redução do tempo de execução de operações críticas (por exemplo, comutação rápida em hardware)
– Desenvolvimento de aplicações / arquitecturas multimédia
– Tecnologia óptica• Viabiliza sistemas de transmissão de elevada capacidade
Redes com integração de serviços
• A exploração do conceito de integração de serviços em redes públicas de telecomunicações é recente e começou por concretizar-se em duassoluções normalizadas pelo ITU-T
• A Rede Digital com Integração de Serviços (RDIS) foi concebida comouma evolução da rede telefónica digital ou Rede Digital Integrada (RDI) e permitia suportar apenas serviços ditos de banda estreita (débitos até 2 Mbit/s)
• A evolução para uma Rede Digital com Integração de Serviços de Banda Larga (RDIS-BL) baseava-se na extensão dos princípios da RDIS de forma a cobrir todos os tipos de serviços (banda estreita e banda larga) e de utilizadores, mas a sua concretização pressupunha o projecto e a implantação de uma nova infraestrutura de rede, segundo um paradigma diferente do adoptado na RDIS
– Neste contexto o ITU-T propôs a adopção do modo de transferência assíncrono (ATM – Asynchronous Transfer Mode) como solução alvo para a RDIS-BL e a designação ATM passou a ser usada para designar a solução especificada pelo ITU-T
Redes com integração de serviços
• A integração de serviços é hoje indissociável da existência de Redes de Banda Larga, mas não se restringe a redes públicas nem tem de se realizar necessariamente segundo o modelo e as soluções preconizadas pelo ITU-T
– Com excepção da adopção da tecnologia ATM, o conceito de RDIS-BL como idealizado pelo ITU-T não chegou a concretizar-se
• A integração de serviços em LANs é actualmente potenciada pela utilização de comutadores (LAN switches), pela elevada capacidade de comutação disponível (ordem de Gbit/s) e por novas soluções arquitectónicas (VLANs, comutadores multi-camada, etc.)
• A integração de serviços em redes IP tornou-se possível com recurso arouters de elevado desempenho (gigabit routers), com a adopção de modelos e mecanismos de suporte à Qualidade de Serviço (QoS) e com a exploração de novas arquitecturas (como MPLS – Multiprotocol Label Switching) que integram as funções de encaminhamento (routing) e comutação (switching)
Redes de Banda Larga
• A designação Redes de Banda Larga não deve se vista com carácter absoluto
– A ordem de grandeza da capacidade que é possível disponibilizar, com custo aceitável e com a tecnologia existente, e que é necessária para satisfazer os requisitos típicos dos utilizadores/aplicações, tem aumentado ao longo do tempo
– Hoje em dia, é possível disponibilizar em LANs e WANs capacidades de transmissão e comutação da ordem de Gbit/s, pelo que as expressões Broadband Networks, High Speed Networks e Gigabit Networks são usadas com significado semelhante
• A separação de serviços ditos de banda estreita e de banda larga era tradicionalmente (como no caso da RDIS) colocada nos 2 Mbit/s
– Esta separação é algo artificial e estava relacionada com as limitações próprias da RDIS e das técnicas de codificação então utilizadas
– O recurso a técnicas de compressão hoje generalizadas permitiu reduzir de forma significativa o débito de alguns serviços (por exemplo, distribuição de vídeo com qualidade de televisão) de valores da ordem de dezenas de Mbit/s para valores da ordem de (ou mesmo inferiores a) 2 Mbit/s
LANs e WANs – passado
• As soluções disponíveis em LANs e WANs eram até há pouco tempo bastante diferentes no que se refere à forma como a capacidade era disponibilizada aos utilizadores nas interfaces de acesso
– Em WANs era apenas disponibilizada uma pequena fracção (até alguns Mbit/s) da capacidade total instalada (por razões de custo ou porque os padrões de utilização e os requisitos das aplicações tipo não justificavam valores mais elevados)
– Em LANs baseadas num único canal partilhado, cada utilizador tinha disponível, aquando do acesso, toda a capacidade do meio, que era partilhada dinamicamente por todos os utilizadores activos
• Actualmente estas diferenças tendem a esbater-se– As diferenças tecnológicas em LANs e WANs atenuam-se (nalguns casos
a mesma tecnologia pode ser usada em LANs e WANs)
– Os modelos de comunicação são cada vez mais transparentes à localização física dos recursos e os volumes de tráfego e a competição entre operadores permite uma redução significativa dos custos de comunicação
LANs e WANs – presente
• Em WANs existe actualmente uma grande diversidade de oferta de tecnologias de acesso (com e sem fios) e a capacidade disponibilizada nas interfaces de acesso tende a aumentar (acessos de banda larga),existindo igualmente uma maior flexibilidade na sua atribuição (uma vez que a oferta não se reduz às tradicionais interfaces de acesso dos sistemas PDH e SDH)
• Em LANs verificaram-se também alterações significativas, tendo a evolução ocorrido em duas direcções
– Aumento da capacidade das interfaces de acesso ao meio (por exemplo, de 10/100 Mbit/s até 1/10 Gbit/s, em LANS IEEE 802.3)
– Aumento da capacidade total instalada, com a introdução de comutadores, em alternativa a soluções baseadas num único canal partilhado
• Não só um utilizador dispõe de maior capacidade no acesso ao meio, como essa capacidade lhe é dedicada (estando apenas limitada por possível sobrecarga nas portas de saída dos comutadores e não pela contenção no acesso ao meio)
Viabilidade das redes de banda larga
• A viabilidade tecnológica das redes de banda larga está ligada ao– Aumento da capacidade dos sistemas de transmissão (em particular,
sistemas ópticos em ligações de longa distância)
– Aumento da capacidade de sistemas de comutação, nomeadamente a possibilidade de comutação dinâmica e com pequena latência de fluxos deelevado débito
• O aumento da capacidade de processamento e memória e a exploração de técnicas de processamento digital de sinais permitem suportar serviços avançados em terminais de uso genérico
– Serviços com requisitos de tempo real (áudio e vídeo), com redução significativa do débito, recorrendo a técnicas de compressão
– Serviços multimédia, exigentes do ponto de vista da largura de banda que consomem
• A representação de todo o tipo de informação sob forma digital permite a convergência e portanto a integração de serviços
Viabilidade das redes de banda larga
• A evolução da tecnologia digital contribuiu naturalmente para avanços simultâneos no domínio das redes de banda larga, dos equipamentos terminais e das aplicações e para a sua convergência
– Aplicações com requisitos críticos do ponto de vista da largura de banda ou do atraso necessitam e tiram partido da capacidade disponibilizada por redes de banda larga
– As redes de banda larga justificam-se do ponto de vista económico pelo volume de tráfego que lhes é submetido, que resulta da sua capacidade de integração de serviços e de satisfação dos requisitos cada vez mais exigentes de utilizadores e aplicações
• Aplicações multimédia geram grandes volumes de tráfego e são por isso consumidoras de elevada largura de banda
• Aplicações com requisitos de tempo real necessitam de tempos de resposta críticos e controlo de atrasos, o que exige garantias de largura de banda
• O número crescente de utilizadores e de aplicações consumidoras de largura de banda contribuem para o aumento exponencial do volumes de tráfego a transportar nas redes de banda larga
Níveis de Integração
• Para discutir os vários aspectos da integração de serviços podemos adoptar um modelo simplificado, considerando os equipamentos terminais, uma rede e as respectivas interfaces de acesso
– Equipamentos terminais• Suportam uma pilha protocolar completa, incluindo a execução de aplicações
(clientes ou servidores)– Permitem que os utilizadores (clientes) acedam a serviços– Disponibilizam serviços (servidores) ou o acesso indirecto a serviços
– Rede• Constituída por sistemas de transmissão / multiplexagem e comutação (isto é,
uma rede é caracterizada por um modo de transferência)• Fornece serviços nativos ou permite acesso a serviços externos
disponibilizados através de outras redes (fornecedores de serviços)– Acesso à rede
• O acesso pode ou não ser partilhado por vários terminais• O acesso pode ou não ser partilhado por vários serviços (no mesmo terminal
ou em terminais diferentes)
• Estes vários níveis de integração podem ser analisados, a título de exemplo, considerando a evolução preconizada pelo ITU-T (RDI, RDIS, RDIS-BL)
Integração ao nível de acesso
• A interface de acesso é partilhada por vários terminais ou por vários serviços num mesmo terminal
– Multiplexagem de fluxos de diferentes terminais ou serviços
– Requer acesso digital (exemplo: RDIS)
– Permite evolução de terminais especializados por serviço para terminais multifuncionais ou terminais integrados
• Os serviços podem ser suportados em redes diferentes– Exemplo: serviço telefónico RDIS e serviço X.25 via RDIS
– Pode ser necessário distinguir os procedimentos para estabelecer canais de acesso ao serviço (exemplo: canais B ou D na RDIS) dos procedimentos para acesso ao serviço (exemplo: serviço X.25, suportado na RDIS ou acedido através da RDIS)
– Procedimentos para acesso a diferentes serviços podem ser diferentes (exemplo: serviço telefónico na RDIS e serviço X.25)
Integração ao nível de transporte
• Transmissão– Partilha da infraestrutura de transmissão (entre nós de comutação),
usando técnicas de multiplexagem• Exemplo: multiplexagem temporal síncrona ou assíncrona
– Pode haver integração ao nível da transmissão, continuando a existir redes logicamente separadas
• Os comutadores podem ser especializados por tipo de serviço (porexemplo, comutadores separados de circuitos e de pacotes)
• Comutação– A integração a este nível pressupõe que todo o tráfego é comutado
por um único tipo de comutador• Não suportado na RDIS• A escolha de uma tecnologia de comutação, ou melhor, de um modo
de transferência (transmissão e comutação) tornou-se uma questão central no contexto da evolução preconizada pelo ITU-T para a RDISde Banda Larga
Integração funcional
• A integração a este nível significa a adopção de procedimentos uniformes de sinalização para aceder aos diferentes serviços
– Estabelecimento de ligação (lógica) a um serviço
– Negociação de facilidades e atribuição de recursos
– Integração de vários meios num terminal multimédia
• Este nível de integração oferece inúmeras vantagens– Partilha e reutilização de software (sinalização, controlo, gestão)
– Modelo comum para partilha de recursos
– Facilidade de integração homogénea de vários componentes (meios) no mesmo equipamento
• O modelo arquitectónico adoptado na RDIS contempla este nível de integração, embora na RDIS não seja possível a sua completa exploração (devido às limitações que lhe são inerentes)
Evolução – da RDI à RDIS-BL
• RDI (Rede Digital Integrada)– Integração ao nível de transmissão (multiplexagem temporal
síncrona)
– Integração de transmissão e comutação digital (apenas comutação de circuitos)
• RDIS– Integração ao nível de acesso (interfaces 2B+D, 30B+D, etc.)
– Procedimentos de sinalização uniformes (para acesso a recursos e serviços nativos)
• RDIS-BL– Integração ao nível da comutação (ATM)
– Extensão dos procedimentos de sinalização da RDIS
– Mecanismos de controlo de tráfego e suporte de QoS
RDIS de Banda Larga
• A RDIS apresenta sérias limitações tecnológicas e arquitectónicas que não permitem a plena integração de serviços
– Sendo uma evolução da rede telefónica digital oferece nativamente comunicações em modo circuito (canais com capacidade fixa: 64 kbit/s e múltiplos de 64 kbit/s até 2 Mbit/s)
– O suporte nativo de serviços em modo pacote e modo trama requer componentes funcionais específicos (Packet Handlers e Frame Handlers, respectivamente) e apenas oferece um grau limitado de integração (modelo overlay)
• A integração total, numa única rede, de serviços de banda estreita e banda larga, com características e requisitos muito diferentes, colocou a necessidade de criar de raiz uma nova infraestrutura de comutação
– Reconhecendo este facto, o ITU-T começou por definir os princípios arquitectónicos e um modo de transferência (multiplexagem e comutação) adequados a estes objectivos e iniciou o processo de normalização visando a implantação da então designada Rede Digital com Integração de Serviços de Banda Larga (RDIS-BL)
Modo de Transferência – requisitos de serviços
• A escolha de um modo de transferência para a RDIS-BL teve em conta, entre outros factores, a necessidade de suportar serviços com características e requisitos de desempenho muito diferentes
– Serviços com débito constante ou variável (contínuo ou on-off), numa gama muito ampla de valores (desde alguns kbit/s até possivelmente algumas dezenas de Mbit/s)
– Serviços que geram tráfego bidireccional (simétrico ou assimétrico) ou unidireccional
– Serviços com diferentes graus de tolerância quanto ao atraso e àvariação do atraso ou quanto às perdas
• Serviços de tempo real requerem controlo do atraso (transparência temporal)
• Serviços de dados requerem normalmente controlo de erros para recuperação de perdas (transparência semântica)
– Serviços multimédia, que podem requerer sincronização entre os vários meios (componentes)
Modo de Transferência – objectivos e atributos
• Considerou-se que o modo de transferência a adoptar na RDIS-BL deveria possuir alguns atributos essenciais de forma a satisfazer diversos objectivos, para além dos requisitos de desempenho
– Independência de serviços• Devia ser flexível e genérico, oferecendo uma plataforma (tecnologia) comum
para todos os serviços, actuais ou futuros
– Rapidez de comutação• Devia ser simples (complexidade reduzida) de modo a ser possível realizar em
hardware as funções críticas, condição para se conseguir elevada capacidade de comutação e pequena latência
– Independência da velocidade e distância• Devia ser escalável, permitindo utilizar a mesma tecnologia em LANs, MANs e
WANs, favorecendo o respectivo interfuncionamento
– Utilização eficiente de recursos e níveis diferenciados de QoS• Devia combinar as vantagens da comutação de circuitos e de pacotes,
permitindo diferentes modos de reserva e atribuição de recursos, podendo assim satisfazer diferentes compromissos entre eficiência e garantias de QoS
Modo de Transferência – alternativas
• Genericamente podem considerar-se duas grandes alternativas– Modo síncrono (Synchronous Time Division Multiplexing)
• Orientado aos circuitos– Canais (físicos) com capacidade fixa
• Multiplexagem com base na posição de slots numa trama periódica
• Atribuição estática (determinística) de recursos
– Modo assíncrono (Asynchronous Time Division Multiplexing) • Orientado aos pacotes
– Canais (lógicos ou virtuais) com capacidade inerentemente variável
• Multiplexagem com base no conteúdo do cabeçalho (etiqueta, endereço)– Circuitos virtuais (connection oriented) ou datagramas (connectionless)
• Atribuição dinâmica de recursos (estatística, em muitos casos)
• Foram consideradas diversas variantes destes dois modos, tendo em atenção soluções existentes ou em desenvolvimento
Modos Síncrono e Assíncrono – variantes
• Modo Síncrono– Comutação de Circuitos– Comutação de Circuitos Multi-débito– Comutação Rápida de Circuitos (Fast Circuit Switching)
• Modo Assíncrono– Comutação de Pacotes (X.25, IP)– Comutação de Tramas (Frame Relaying / Switching)– Comutação Rápida de Pacotes
• FPS – Fast Packet Switching (Jonathan Turner / U. Washington)• ATD – Asynchronous Time Division (J. P. Coudreuse / CNET)• ATM – Asynchronous Transfer Mode (ITU-T)
• A expressão Asynchronous Transfer Mode pode designar, em sentido lato, qualquer forma de comutação de pacotes; contudo, éhoje usada universalmente para referir a solução alvo normalizada pelo ITU-T
Comutação de Circuitos
• Um circuito ocupa o mesmo time slot em tramas sucessivas– A capacidade do circuito (canal básico) é fixa e fica definida pelo
tamanho do time slot (bits) e pelo período de repetição da trama
• Inflexível e ineficiente– Considerando serviços com débitos muito diferentes, a escolha da
capacidade do canal básico é condicionada pelo serviço com maior débito, o que torna a solução tanto mais ineficiente quanto menor for o débito dos restantes serviços
– Considerando serviços com débito variável, o dimensionamento da capacidade do canal com base no débito máximo instantâneo causa desperdício de recursos; por outro lado, outros critérios de dimensionamento originam variação de QoS
– A agregação de vários canais básicos (inverse multiplexing) pode resolver alguns dos problemas referidos, mas não é suportada nativamente pela rede, pelo que os problemas de sincronização entre canais são da responsabilidade dos utilizadores
• A rede oferece um canal básico (tal como em comutação de circuitos), mas a uma conexão (serviço) podem ser atribuídos vários canais básicos, com sincronização assegurada pela rede (exemplo: canais H0 na RDIS), o que aumenta a complexidade
• A escolha da capacidade do canal básico é problemática– Um valor baixo requer um número elevado de canais para
serviços de alto débito, o que torna a gestão complexa
– Um valor elevado (para atenuar o problema anterior) torna a solução ineficiente para serviços de menor débito
– Um compromisso possível consiste em suportar um conjunto limitado de canais básicos com débitos diferentes, mas a solução torna-se inflexível e ineficiente, pois poderá não ser possível atribuir canais de um dado tipo (por estarem todos ocupados) apesar de globalmente poderem existir recursos disponíveis
Comutação de Circuitos Multi-débito
• Estende o princípio da comutação de circuitos a fluxos de tráfego de natureza bursty
– No estabelecimento duma ligação os recursos necessários são solicitados e contabilizados (para efeito de controlo de admissão), mas não são reservados (atribuídos) de forma permanente
– Os recursos são atribuídos apenas quando existe informação a transmitir (no início de um burst) e libertados no final do burst
– A atribuição de recursos por burst requer técnicas de sinalização que permitam a atribuição e libertação rápida de recursos (o que justifica as designações fast circuit switching ou burst switching)
– Uma vez que os recursos são atribuídos a pedido existe o risco de que não seja possível satisfazer imediatamente os pedidos (o que origina atrasos e, eventualmente, perdas)
• Esta técnica foi experimentada em serviço de voz (em que existe algum grau de previsibilidade quanto à duração dos períodos de conversação e silêncio) mas torna-se complexa para outros serviços e para combinações de serviços
Comutação Rápida de Circuitos
• A tecnologia de comutação de pacotes foi concebida para suportar serviços de dados tolerantes ao atraso, o que dispensa reserva de recursos e permite a exploração de multiplexagem estatística, visando uma utilização eficiente dos recursos da rede
– Redes que comutam datagramas (e.g., IP) oferecem um serviço best effort, remetendo para a camada de Transporte a disponibilização de um serviço fiável (se necessário)
– Redes que comutam circuitos virtuais (e.g., X.25) podem oferecerum serviço fiável, com controlo de erros e de fluxo na camada de ligação de dados e controlo de fluxo por circuito virtual na camada de rede, o que introduz um overhead significativo (capacidade de comutação limitada e elevada latência)
• Pelas razões apontadas, nenhuma das formas básicas de comutação de pacotes foi concebida com o objectivo de garantir QoS, não sendo portanto adequadas para suportar integração de serviços
Comutação de Pacotes
Comutação de Tramas
• Serviços de suporte em modo trama (normalmente designados por Frame Relay) são uma evolução natural do serviço tradicional das redes X.25 e dos serviços em modo pacote da RDIS
– A eliminação de mecanismos de controlo de erros (viável com circuitos digitais de elevada qualidade) e de controlo de fluxo nos nós da redepermite maiores débitos e menores atrasos que em X.25
• A interface de acesso aos serviços em modo trama foi definida tendo como principal objectivo o suporte de aplicações de dados, constituindo uma alternativa quer ao serviço X.25 quer ao aluguer de circuitos (por exemplo, para interligação de LANs)
– O serviço Frame Relay não foi concebido com o objectivo de integração de serviços, pois não dispõe, a nível da rede, de mecanismos que ofereçam as garantias de QoS necessárias
– É, no entanto, possível explorar multiplexagem de fluxos de diferentes serviços (voz, fax, dados) entre dispositivos de acesso (FRAD – Frame Relay Access Devices), beneficiando da possibilidade de negociação de parâmetros de tráfego (CIR, Bc, Be)
Comutação Rápida de Pacotes
• A flexibilidade inerente ao modo de transferência assíncrono conduziu à exploração de novas soluções de comutação rápida de pacotes que requerem funcionalidade mínima nos comutadores
– Mecanismos complexos de controlo de erros e de fluxo são simplificados ou completamente eliminados nos nós da rede
– O processo de comutação é igualmente simplificado com a adopção de circuitos virtuais
– A redução do overhead de processamento e a possibilidade de realizar as funções críticas em hardware contribuem para aumentar a capacidade de comutação e reduzir a latência nos nós da rede
• Exemplos de arquitecturas de comutação rápida de pacotes descritas na literatura partilham estas características
– Na solução concebida por J. Turner (Fast Packet Switching) ospacotes tinham comprimento variável, enquanto que em ATM (ITU-T) os pacotes têm comprimento fixo e pequeno (células)
Arquitecturas baseadas em ATM
• O conceito de RDIS de Banda Larga, tal como preconizado pelo ITU-T, não chegou a ser concretizado
– No entanto, a infraestrutura actual das redes de muitos operadores de telecomunicações é baseada na tecnologia ATM, concebida tendo em vista a RDIS-BL
• Neste contexto, uma rede ATM fornece serviços de nível 2, citando-se dois exemplos em que eram exploradas as suas principais caracteríticas (elevada capacidade de comutação e baixa latência)
– A tecnologia ATM foi adoptada no núcleo das redes de fornecedores de serviços Internet, para interligação de routers IP colocados na periferia
• A solução inicial – CLIP (Classical IP over ATM) – era do tipo overlay e, por esse motivo, apresentava sérias limitações
– A introdução de ATMs em LANs seguiu igualmente o modelo overlay e concretizou-se em duas arquitecturas especificadas pelo ATM Forum, que acabaram por não se impor – LANE (LAN Emulation) e MPOA (Multiprotocol over ATM)
ATM e IP – evolução
• A exploração de forma combinada das melhores características das redes IP e ATM motivou a pesquisa de soluções que promovessem a respectiva integração (e não a sua simples co-existência)
• Entre as várias soluções propostas, destaca-se a arquitectura MPLS (Multiprotocol Label Switching), especificada pelo IETF
• O MPLS combina técnicas de encaminhamento de nível 3 (típicas das redes IP) com técnicas de comutação de nível 2 baseadas em etiquetas (mas não necessariamente ATM)
– O MPLS tem um mecanismo próprio de etiquetagem que permite o transporte de tráfego IP sobre diversas tecnologias de nível 2 (ATM, LAN, PPP, etc.), mesmo que estas não sejam nativamente baseadas em etiquetas
• O MPLS introduz um plano de controlo unificado em redes IP e permite dotá-las com mecanismos de Engenharia de Tráfego, inexistentes nas redes IP convencionais
IP como plataforma universal
• A tendência actual é no sentido de adoptar o IP como plataforma universal de comunicações, para o que concorrem vários factores
– O IP pode correr sobre qualquer tecnologia de nível 2 (incluindo o ATM), o que é particularmente relevante no contexto actual em que as redes de acesso são heterogéneas
– É possível dotar redes IP / MPLS com mecanismos de Engenharia de Tráfego
– Foram desenvolvidos modelos de QoS para redes IP – IntServ e DiffServ
– O IETF definiu um arquitectura multimédia IP, que usa como protocolos nucleares o IP, o TCP e o UDP (a exemplo, aliás, do que acontece com a arquitectura H.32x especificada pelo ITU)
• Esta evolução contraria os pressupostos que estiveram na génese do ATM (embora não ponham em causa a utilidade desta tecnologia)