10

Internacional - Mountain VoicesTempos atrás um amigo meu, Alexandre Lorenzetto (Sassá), comentou que no de-senvolvimento de pesquisa em montanha, como em outros assuntos relacionados

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • www.m

    ountainvoices.com.br

    18

    www.m

    ountainvoices.com.br

    03

    GRAZIELA OLIVEIRA | RJ

    Internacional

    Copa do Mundo de Escalada - BoulderA Copa do Mundo ocorreu dentro do tradi-cional evento Teva Mountain Games.Daniel Woods foi o único competidor queresolveu mais de um problema, atingindoa maior pontuação no masculino, conquis-tando assim o primeiro lugar. Entre asmulheres, a final teve uma furiosa com-petição, garantindo à Chloe Graftiaux oprimeiro lugar após o menor número derepetições.Resultado final masculino:1. Daniel Woods (EUA)2. Tsukuru Hori (Japão)3. Kilian Fischhuber (Áustria)4. Jernej Kruder (Eslovênia)5. Francois Kaiser (França)6. Wouter Jongeneenlen (Países Baixos)42. Felipe Camargo (BRA)49. Anderson Gouveia (BRA)49. Carlos Augusto Gouveia (BRA)Resultado final feminino:1. Chloe Graftiaux (Bélgica)2. Anna Stohr (Áustria)3. Juliane Wurm (Alemanha)4. Alex Puccio (EUA)5. Alex Johnson (EUA)6. Maud Ansade (França)Acompanhe o mundo da escalada espor-tiva no site ifsc-climbing.org

    Adam Ondra na SuíçaSua visita pode ser resumida em um lim-pa. Em Chironico Adam mandou em umdia três 8b franceses (10b) e três 8a+(10a), sendo um deles em flash. Em MagicWood em dois diasde escalada ele mandou três 8b+ (10c),sendo um deles o boulder Riverside, umFA, graduado entre 8b+.O resumo de seus feitos na viagem:Riverside, 8b+ (10c), FA, Magic WoodUnendliche Geschichte, 8b+ (10c), MagicWoodFrom shallow waters to riverbed, 8b+(10c),3ª entrada, Magic WoodEinfisch kleinfisch, 8b (10b), ChironicoThe crackline, 8b (10b), ChironicoDelusion of grandeur, 8b (10b), ChironicoSteppenwolf, 8b (10b), Magic WoodOutros quatro 8a+ (10a) e quatro 8a (9c)

    Jovens no EverestCorreu pelo mundo a conquista docaliforniano Jordan Romero, 13 anos - tor-nou-se o mais jovem escalador a atingir ocume do Monte Everest. O fato foi dura-mente criticado pela comunidade médicaespecialista. Agora o sherpa Pemba Dorje,que escalou o Everest em oito horas e 10minutos em 2004, esperança de encon-trar um jovem alpinista nepalês que ve-nha bater o recorde no ano que vem - tem

    considerado levar seu filho de nove anosde idade.Até a conquista de Jordan Romero, o de-tentor do recorde era o nepalês de 16 anosde idade Temba Tsheri, parente de PembaDorje. Temba ocupou o recorde por maisde 10 anos.

    Everest 2 - BrasilA amazonense residente nos EUA,Cleonice Pacheco Weidlich chegou aocume do Everest no dia 17 de maio as8h11, tornando-se a segunda brasileira aalcançar o topo do mundo (Ana ElisaBoscarioli foi a primeira em 2006). Nomesmo dia 17, o brasileiro Manuel Mor-gado chegou ao cume às 8h00.

    Ainda Everest - Brevíssimo resumo datemporadaO controverso cume teve em 2010 um anode sucesso e segurança, salvo algunsincidentes. Foram aproximadamente 500felizes montanhistas que alcançaram ocume, com 5 mortes reportadas, todasna Face Norte. O número total de cumesalcançou 5.000 desde 1953(provávelmente em razão dos múltiploscumes de sherpas e guias, esse númeroseja maior).Pela primeira vez em muitos anos, o Nor-te foi operado normalmente, e à seme-

    lhança dos anos anteriores, o maior peri-go na Face Sul continuou sendo a cascatade gelo Khumbu. Uma equipe com aproxi-madamente 20 sherpas foi montada paraatuar na ação de limpeza que removeumuitos corpos da montanhas, e perto de410 kilos de lixo foi coletado.A montanhista Gerlinde Kaltenbrunner al-cançou o cume sem oxigênio suplemen-tar, totalizando seu 13º cume acima de8000m. Outros montanhistas sem oxigê-nio complementar completaram a saga noEverest, sendo eles: Silvio Mondinelli, AbeleBlanc, Marco Camandona, Michele Enzio eLaval St. Germain.Cindy Abbott, 51 anos, portadora de doen-ça incurável (granulomatose de Wegener)atingiu o topo do mundo também.As mortes - O primeiro foi Tom Jorgenson,que faleceu no Vale Tibetano após a desci-da. O segundo, Peter Kinloch, faleceu apóso cume. Teve sua cegueira e abandonoreportada por vários meios de comunica-ção, porém a localização e estado precáriode saúde obrigaram a equipe à deixá-lo.Outra tragédia abalou o Everest quandoLászló Várkony, excelente montanhista hún-garo foi morto em uma avalanche. Ojapones Hiroshi faleceu no C3, ao norte.Além dele, o montanhista russo SergeiDuganov, faleceu no Lhotse.

  • www.m

    ountainvoices.com.br

    04 ecos

    www.m

    ountainvoices.com.br

    05

    Decreto Estadual de Uso Públiconos Parques foi assinado em maio no Rio de Janeiro

    ASSESSORIA DE IMPRENSA FEMERJ

    No dia da Mata Atlântica (bioma do nossoestado), os montanhistas do Estado doRio de Janeiro ganharam mais um moti-vo para comemorar a data: a assinaturado decreto nº 42.483, de 27 de maio de2010, que regulamenta o uso público dosparques estaduais. O texto esteve sob con-sulta pública na página do Instituto Esta-dual do Ambiente (INEA) por cerca de doismeses, quando recebeu várias contribui-ções que aperfeiçoaram a proposta origi-nal. A FEMERJ, que tem um Termo de Co-operação Técnica com o Instituto desde2002, participou ativamente da elabora-ção da proposta, especialmente da partereferente ao montanhismo. “Mais um im-portante passo foi dado para que possa-mos continuar a praticar o montanhismonos parques estaduais com liberdade e,como sempre, com responsabilidade”,comemorou Bernardo Collares, presiden-te da FEMERJ.Estiveram presentes, compondo a mesado evento, o governador do estado do Riode Janeiro Sergio Cabral, o vice-governa-dor Luiz Fernando Pezão, a secretária doAmbiente do Rio de Janeiro, Marilene Ra-mos, o presidente do Instituto Estadualdo Ambiente, Luiz Firmino, o diretor deBiodiversidade e Áreas Protegidas doINEA, André Ilha e o ex-ministro do MeioAmbiente e o deputado estadual CarlosMinc.Silvério Nery, presidente da ConfederaçãoBrasileira de Montanhismo e Escalada(CBME), veio de São Paulo especialmen-te para o evento. Bernardo Collares, pre-sidente da FEMERJ, Felipe Edney, presi-dente da AGUIPERJ e muitosmontanhistas de vários clubes demontanhismo e independentes tambémestiveram presentes, assim como repre-sentantes de vários outros esportes deaventura também participaram, como porexemplo, João Bandeira, da Associaçãode Corrida de Aventura do Estado do Riode Janeiro, Raphael Raine, coordenadorregional da ABETA no Rio de Janeiro eHaroldo Castro-Neves, vice-presidente daAssociação Brasileira de Vôo Livre (ABVL).

    Fato históricoNo seu discurso, Silvério Nery pontuou agrande satisfação da comunidademontanhista com a assinatura deste de-creto, que vem preencher uma grande la-cuna na legislação brasileira. “Agora nóstemos uma ótima legislação que vai aoencontro de muitas reivindicações quetemos feito há anos. Este decreto tem queservir de exemplo para os outros estadosdo Brasil. Ele é uma verdadeira constitui-ção dos parques”, celebrou Silvério.Depois dos discursos das autoridades,que unanimemente citaram omontanhismo como exemplo de ativida-de aliada da conservação da natureza, foi

    FEMERJ contribuiu ativamente na elaboração da proposta com base no Termo de Coopera-ção Técnica com o INEA.

    assinado o decreto pelo governador Ser-gio Cabral. O texto completo pode ser lidona página da FEMERJ (www.femerj.org).“Agradeço imensamente a todos osmontanhistas e outros praticantes de es-portes de aventura, que prestigiaram oevento. Isso foi muito importante para queo Governador, a Secretária e mesmo oPresidente do INEA pudessem ver quehavia uma grane expectativa positiva emtorno deste ato”, escreveu André Ilha, nalista da FEMERJ.Ele ainda lembrou a expectativa que exis-te em torno da assinatura, pelo prefeitode Petrópolis, Paulo Mustrangi, de um atosimilar ao que foi assinado por EduardoPaes, prefeito do Rio de Janeiro (decretomunicipal nº 31906, de 12 de fevereiro),que criou o Programa Municipal de Incen-tivo ao Montanhismo; e também da inten-ção do prefeito de Teresópolis, Jorge Ma-rio, em reconhecer igualmente omontanhismo como uma atividade tradi-cional na cidade, através de um projetode lei. A assinatura destes dois documen-tos é aguardada para o dia 5 de junho,quando é comemorado o Dia Mundial doMeio Ambiente.“Cada vez mais somos reconhecidos evamos ocupando o nosso espaço. É umtrabalho de longo prazo e é feito passo apasso, dia a dia. Não tem fórmula mági-ca, é trabalhar, ver as coisas com pers-pectiva e saber que nada ocorre de umahora para outra. Anos atrás, as autorida-des nos olhavam como se tivéssemos co-meçado a fazer montanhismo há poucotempo. Mas, com o nosso trabalho duran-te todos estes anos, os órgãos públicos eas autoridades estão descobrindo e re-conhecendo o nosso nível de organiza-ção e que já fazemos isso há mais de 90anos”, exaltou Bernardo Collares.

    Rob

    erta

    Gua

    glia

    rdi

    Silvério Nery discursando no evento de assinatura do decreto estadual.

  • 06

    www.m

    ountainvoices.com.br

    07

    www.m

    ountainvoices.com.br

    Pesquisa em montanha

    EDSON “DU BOIS” STRUMINSKI | PR

    on the rockson the rocks

    Tempos atrás um amigo meu, AlexandreLorenzetto (Sassá), comentou que no de-senvolvimento de pesquisa em montanha,como em outros assuntos relacionadoscom montanha, eu teria de ser um pionei-ro, tendo, com isto, de suportar alguns far-dos extras. De fato, quando me remeto aoano de 1989, quando me iniciei de formasistemática em atividades de pesquisa emmontanha, percebo que não havia, real-mente, muito o que dizer a respeito de umaidentidade relacionada a pesquisas emambientes montanhosos. Pesquisava-seinstabilidade de taludes, Floresta Atlânti-ca, fauna de encostas, erosões, etc.Evidentemente a atividade de pesquisa emmontanha já existe há muito tempo, sécu-los eu diria, porém a identidade “pesqui-sador em montanha”, é algo recente, que,ao meu ver, tem relação direta com nossaexperiência de montanhismo, um interes-se particular, talvez, em permanecer umtempo a mais estudando um ambiente quetanto nos fascina. Existem muitos biólo-gos, geólogos, etc, que acabam abraçan-do os temas da natureza em montanhas,porém, quando este profissional tem umaexperiência adicional de escalar paredesou de se embrenhar em locais não usu-ais em montanhas, é claro que sua pes-quisa ganha mais qualidade e sabor.Na verdade desde muito tempo os pes-quisadores, principalmente aqueles quetrabalham em áreas naturais, já devem terpercebido vantagens em associar suasatividades com os montanhistas. Comoos equipamentos usados pelosmontanhistas são leves e resistentes, aca-bam se tornando o ideal para quem querque faça alguma pesquisa na natureza,seja subindo até a copa de árvores, sejapesquisando morcegos em uma caverna.Com isto acredito também que hoje o le-que de assuntos pesquisados em mon-tanha é muito variado. Isto acontece por-que existem muito mais montanhas sen-do acessadas por pesquisadores, novosassuntos em montanhas que requerematenção e também uma nova geração depesquisadores/montanhistas disposta acontribuir com seus esforços.Também existe um número maior de usu-ários de montanha, de tal forma que esteassunto, gente na montanha, se tornou umtema recorrente em trabalhos acadêmicosque eu leio. Então sociólogos, psicólogos,filósofos, encontram também temas far-tos para pesquisar quando o tema envol-ve montanhas.

    Espaços para pesquisa

    Imagino que, talvez, como disse o Sassá,meu pioneirismo tenha relação com a ne-cessidade de firmar a identidade do “pes-quisador montanhista” e de proporcionar

    espaço para que este pesquisador pos-sa mostrar e valorizar sua atividade, algoque, a meu ver, o diferencia dos demaispesquisadores, pois o ambiente naturalda montanha simplesmente gera deman-das físicas e psicológicas adicionais queos demais pesquisadores, não se veemobrigados a enfrentar. Por exemplo, umpesquisador que instale uma estaçãometeorológica em uma montanha terá deenfrentar caminhadas duras para obter omesmo dado que na cidade ele teria sim-plesmente consultando a internet.Como iniciativas recentes para valorizaresta identidade do “pesquisadormontanhista”, fomentei a criação de doisespaços importantes para a pesquisanestes ambientes. O primeiro é um espa-ço informal, um portal da internet, owww.pesquisaemmontanha.wordpress.com,provavelmente já conhecido por muito lei-tores do MV. Neste portal são feitos resu-mos e links para trabalhos técnicos e ci-entíficos, mapas, imagens e fotos sobreassuntos relacionados a montanhas. Oportal foi desenhado por mim e por HebertSato e recebe trabalhos de todos os luga-res do Brasil e de docs em espanhol eportuguês de Portugal. Ele irá se ampli-ando naturalmente e com o passar dotempo deverá ser aperfeiçoado para faci-litar a busca dos leitores. Ele está abertopara receber trabalhos e contribuições ejá possui alguns milhares de acesso edowloads de trabalhos.Outro espaço, porém com caráter formal,do qual participei da criação foi o Grupode Pesquisa em Montanha junto ao Con-selho Nacional de Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico (CNPq) e à UFPR.Este grupo congrega alguns pesquisado-res ligados à UFPR ou convidados quedesenvolvem pesquisas em montanhas,sendo, portanto, identificados com esteambiente natural. Acredito que com o pas-sar do tempo este grupo de pesquisaspoderá fomentar projetos e arrecadar re-cursos para treinar mais pessoas paradesenvolver pesquisas.

    Porque das pesquisasem montanha?

    Embora tenha tentado inicialmente (des-de 2005) fomentar estes espaços em ins-tituições de montanha (clubes, federa-ções), acabei chegando à conclusão queo perfil de pesquisa se encaixa melhordentro de instituições científicas tradicio-nais, como a universidade.Apesar de não ser muito comum, já ouvicontestações sobre minha propensão adivulgar pesquisas feitas em montanhasem ambientes da internet. Também já lideclarações de repúdio a atividades depesquisadores em montanha, ou mesmonarizes torcidos por ter desenvolvido pes-

    quisas que acabaram, no final, trazendobenefícios direto aos montanhistas (comopor exemplo sobre ecologia de trilhas),por desconhecimento das metodologiasusadas nas pesquisas. Entendo que su-portar este tipo de declaração é um dosfardos de ser pioneiro, pois são comen-tários que apenas demonstram falta deconhecimento ou mesmo preconceitoquanto ao valor da ciência, algo que hojeem dia já não leva a lugar nenhum. Pes-soalmente acho que se temos pesquisa-dores montanhistas, somente temos aganhar, pois são pessoas sensíveis aosambientes das montanhas e às necessi-dades que temos em escalar-las.Além disso, embora a pesquisa em mon-tanha seja um assunto bastante técnicoe nem sempre acessível ou do interessede muitas pessoas que frequentam mon-tanhas, é evidente que nós,montanhistas, nos beneficiamos direta-

    O cenário se repete, um competidor de ponta daCopa do Mundo de boulder se classifica em pri-meiro nas eliminatórias, desbancando os gran-des nomes em jogo, já na fase seguinte, o mes-mo não é capaz de se classificar para as finaisentre os oito melhores. Como pode essa diferen-ça tão gritante ser fator limitante dentro da mes-ma competição? E em um espaço de tempo tãocurto? A complexidade na escalada é a respon-sável por tantas variáveis.Por mais que a escalada tenha sido reconhecidasomente agora pelo COI, e em alguns anos nasolimpíadas, este esporte apresenta uma série decomplexidades e detalhes que a transforma emum dos esportes mais completos que se tem no-tícia, não só pelo aspecto físico, que por si sórenderia aqui páginas e páginas, mas do pontode vista tático, técnico e psicológico, se tornouum esporte tão complexo, que poucos estudoscientíficos existem à disposição para se abaste-cer de informações. Muitos livros, vídeos e re-vistam podem teorizar e apresentar técnicas esoluções, mas só a real vivência ou “mão naagarra” no dia a dia para experimentar movimen-tos e “movimentos”.É comum a seguinte analogia: um pianista podecomeçar a tocar desde criança, o que resultaráem um excelente músico se tocar por toda suacarreira e vida, mas é impossível até mesmo paraeste indivíduo, conseguir tocar todas as combi-nações possíveis de notas musicais oferecidaspelo piano. Na escalada acontece algo similar.Mesmo as gerações nascidas entre montanhase equipamentos, tendem a superar a cada dianovas barreiras, escalando graus até então nãoimaginados, mas até mesmo para eles, um movi-mento ou alguns movimentos inéditos podem apa-recer dentro de uma via ou boulder escaladopela primeira vez, forçando o mesmo a se adap-tar ou tentar encontrar outra solução que estejafora do seu repertório.E é exatamente o que tem acontecido principal-mente em etapas da Copa do Mundo de Boulder.A cada fase, uma competição paralela acontece,ou seja, a cada boulder, movimentos e estilosdistintos se apresentam para os competidores,deixando desorientado até mesmo o mais forte

    Complexidades da escalada

    fisicamente e mentalmente, onde, para uma com-petição deste nível, estar bem preparado, tatica-mente e tecnicamente, é fundamental e pode simsuperar um bom par de braços fortes.Se considerarmos que uma agarra pode girar360º com um aperto de chave, e que esta podecombinar com uma ou duas agarras de pé, e queesta combinação pode variar em distâncias einclinações de positivas a negativas, temos as-sim combinações infinitas, ou pelo menos traba-lho em tentar catalogar ou experimentar o máxi-mo possível de movimentos por muitos e muitosanos. É por esse motivo que dentro do aprendi-zado da escalada, quanto mais movimentos (cor-retos) um escalador conseguir realizar em suasessão de treinos, mais completo e eficaz serásua evolução, e a referência a “correto” se apli-ca aos movimentos mais eficazes em relaçãoao“ posicionamento básico”, onde uma formamais equilibrada e encaixada na parede resultaem uma economia maior de energia e movimen-tos fluídos, e esses movimentos mais utilizadosfrequentemente, podem e devem ser armazena-dos em uma “pasta” de rápido acesso no seu“HD”; já os movimentos mais estranhos, a princí-pio, podem ir para outra “pasta” de acesso pos-terior, quando a movimentação passa a ser maisexplosiva, fora de esquadro ou desequilibrada.Geralmente quando se entra na fase do bouldermais intenso, aqueles movimentos que até entãoforam descartados por serem totalmente forados padrões normais, podem servir perfeitamen-te nesta fase.Uma parede cheia de agarras e opções sempreserá uma boa ferramenta para experimentar earmazenar movimentos. Agora imagine que há15 anos atrás, as paredes tinham poucas agar-ras para treinos , o que, de certa forma, contri-buiu por sua vez em forçarmos a inventar ereinventar movimentos para podermos treinar,criando, assim, movimentos tão estranhos que,após tantos anos, as “pastas “ com estes movi-mentos passam a ser abertas e utilizadas commais frequência, e o que era para nós antesdesmotivante, se converteu em uma base muitosólida dentro da evolução.

    mente da pesquisa e do desenvolvimentocientífico e tecnológico. Nosso equipamen-to deriva de pesquisa contínua, caso con-trário ainda estaríamos escalando comcordas de sisal e mosquetões de aço. Senão houvessem pesquisas, estaríamosandando somente em trilhas degradadas.Muitos dos locais onde andamos, aliás,são unidades de conservação que deri-vam do trabalho de pesquisadores.Acredito que, na falta de coisa melhor, de-penderemos cada vez mais da ciência eda tecnologia para conservar nossas mon-tanhas. O melhor que nós montanhistasfaremos será, cada vez mais, tentar colo-car esta excelente ferramenta a nosso fa-vor e a favor da conservação das monta-nhas que tanto amamos, dialogando eapoiando os pesquisadores.

    Medição no Anhangava

    Elis

    eu F

    rech

    ou

    Edson Struminski

    Existem escaladores que “sobem” uma via e ou-tros que “escalam” esta via, não que o estilo sejafator determinante, mas presenciar uma escala-da feita com total domínio é no mínimo um fato aser acrescentado dentro de seu repertório ge-ral, pois paralelo a esta execução de movimen-tos, o fator psicológico sempre anda agregado,por vezes trazendo muita motivação, mas poroutras, uma desestruturação geral. Acrescen-tando mais um item dentro desta infinidade decombinações, existem ainda os “dias e dias daescalada”, dias que inexplicavelmente seu cor-po e mente simplesmente não reagem como nodia anterior ou posterior, medo de quedas ououtros medos, acrescentam várias “pitadas” amais nessa receita tão complexa.Aprender a escalar pode ser uma arte, uma dan-ça, um esporte completo e complexo, mas domi-nar técnicas e estilos é muito mais do que sair dochão e chegar ao topo, muito se consegue nabase da insistência e adaptações físicas, masos escaladores mais completos hoje em dia sãoos que conseguem se adaptar com mais rapi-dez, e como num jogo de cartas, se apresentadoum jogo que lhe dê alguma vantagem, é um golpede sorte, mas ter na manga boas cartas e saberjogar na hora certa é o que faz a diferença, sejaem um boulder, uma fase, uma competição intei-ra, ou na escalada em rocha, aquele que “flutua”em qualquer tipo de rocha, altura ou inclinação, eo mais importante: deixando o grau comoconsequência de uma base sólida adquirida commuitas horas de “voo”.

    ANDRÉ BEREZOSKI | SP

  • 08 on the rocks

    www.m

    ountainvoices.com.br

    09

    www.m

    ountainvoices.com.br

    Na manhã de 3 de fevereiro de 1959, após6 dias enfurnado numa cova de gelo, es-perando em vão os companheiros CesareMaestri e Toni Egger que estavam na faceleste do Cerro Torre, Cesarino Fava nãotinha mais dúvidas a respeito da perda dosamigos.Fava então arrumou sua mochila e come-çou o caminho de volta. Num último olharpara a montanha, avistou um ponto negrono glaciar e no mesmo momento largouseus equipamentos e correu ao encontrodo ponto que se mostrou ser Maestri. Maismorto do que vivo, o escalador italiano sóconseguiu pronunciar três palavras: “Toni,Toni, Toni”. Iniciou-se ali uma das maio-res polêmicas no montanhismo moder-no.Cesare Maestri já era lenda nomontanhismo mundial quando nesta oca-sião, reclamou para si e Egger a primeiraascensão do Cerro Torre, um pico consi-derado inatingível até então. Infelizmente,

    sua ascensão careceu de provas, e sórestou sua voz para anunciá-la, uma vezque seu companheiro Toni Egger sucum-biu num dos rapéis da descida. O mundose dividiu entre os que acreditavam e osque duvidavam no italiano. O renomedoalpinista francês Lionel Terray, conquista-dor do Fitz Roy, considerou a façanha deMaestri a escalada mais difícil do mundo.Mesmo assim, já cansado da polêmica,Maestri retornou ao Torre 11 anos depois.

    CompressorA ascensão de 1970 também foi polêmi-ca. Com uma estratégia de subir à qual-quer custo, Maestri carregou para cima umcompressor, com o qual instalou 450 gram-pos na parte superior da montanha, inclu-sive na chamada “bolt ladder”. Estes, pro-vavelmente são os grampos mais famo-sos da história das montanhas. ReinholdMessner escreveu na época um artigochamado “O assassinato do impossível”,

    Ede

    mils

    on P

    adilh

    a

    ELISEU FRECHOU | SP

    no qual falou: “Os tempos mudam, assimcomo seus conceitos e valores. A crençano equipamento, foi substituída pela pró-pria crença...”Em 1971, um ano após a conquista, o in-glês Leo Dickinson escalou e filmou a rotado Compressor Route. Dickinson na oca-sião, deixou apenas algumas peças naparte alta da montanha, perto das torresde gelo. Apesar de não ter atingido o topo,também não adicionou qualquer equipa-mento fixo.Em novembro de 2009, o jovem escaladoresportivo David Lama partiu para aPatagônia argentina com seu companhei-ro Daniel Steuerer para tentar liberar a viado Compressor e no projeto, produzir umfilme para seu patrocinador. Após trêsmeses de mal tempo, o time de Lama seretirou, desistindo do projeto, mas para aira dos montanhistas de todo o mundo,deixando para trás 700 metros de cordasfixas na montanha e cerca de 60 gramposadicionados à rota de Maestri, sujando deforma definitiva a rocha e ferindo o direitoautoral.Em entrevista no site www.redbull.comantes da viagem, Lama comparou a éticade Maestri com a atual “Maestri, que fez aascensão de 1970 deixou para trás umaferrovia de grampos e pítons na face su-doeste, que não condiz com a ética atual...Antigamente, o importante era atingir otopo, não a forma como foi feito.... Não édo nosso interesse deixar nenhum traçona montanha”. O que aconteceu então?Segundo o guia argentino Horacio Graton,foram inclusive instalados grampos paraum novo rapel do Col de La Patiencia até ochão, pela equipe de filmagem, e de acor-do com o também renomado guia argenti-no Rolando Garibotti, “era possível de se-rem usados proteções móveis e naturais,mesmo por que, Maestri não adicionounenhum grampo lá”, e diga-se de passa-gem, Maestri rebocou seu compressorquase até o cume do Cerro Torre.Graton e outros montanhistas foram con-tratados no final da estação para limparparte do equipamento da montanha, masos grampos inúteis ficarão lá, para sem-pre.

    Veja abaixo, o que Edemilson Padilha, quejá escalou as Agulhas Guillaumet, Mocho,Media Luna, De La “S”, Rafael Juarez,Poincenot, Saint Exupery, Cerro Fitz Roy eCerro Torre tem a dizer sobre o ocorrido:

    De tempos em tempos esta montanhaemblemática volta à cena, sempre por con-ta de controvérsias, conflitos e também porfeitos impressionantes do alpinismo mun-dial. Este ano, mais uma vez vem à tona o

    assunto Cerro Torre na crônica do alpinis-mo internacional, agora por conta de um“dilema ético”, como disse o grandeescalador argentino Rolando Garibotti, emartigo para a Desnivel (http://www.desnivel.com/deportes/alpinismo/object.php?o=20025).Tudo começou com a divulgação de umgrande projeto de escalada patrocinadopela Red Bull. Nele, o jovem escaladorDavid Lama publicitou que faria uma tenta-tiva de escalar a controversa Via do Com-pressor “em livre”. Até aí tudo bem, mas oproblema teve início quando este abando-nou 700 metros de corda pela via e nadamenos de 60 proteções fixas na primeirametade da via! E por causa do mau temponão conseguiu liberar nem um metro se-quer de via.Realmente é um problema ético, porquenem Maestri quando conquistou a via doCompressor em 1970 necessitou colocarproteções fixas neste trecho de sua rota.Em 2005 fui o terceiro brasileiro a escalaresta via, e realmente nesta parte há muitasopções de fissuras para colocar proteçõesmóveis e pitons. Uma prova disso é queem 1990 o cineasta Werner Herzog filmouNo Coração da Montanha (Scream of Stone)também no Cerro Torre e não adicionounenhuma proteção. Parece meio ilógico co-locar mais proteções em uma via que jápossui cerca de 400 grampos de expan-são!Adicionar proteções fixas em uma via exis-tente vai contra todas as normas de bomcomportamento nas montanhas, ou seja,é contrário à ética que devemos respeitarpara podermos nos mover pelo mundo damontanha. Este conjunto de normas estáexpresso na Declaração de Ética de Mon-tanha da UIAA (União Internacional das As-sociações de Alpinismo) (http://www.desnivel.com/object.php?o=19385).Nela está escrito que “não pode ser auto-maticamente assumido como aceitávelcolocar ancoragens fixas em vias novas ouantigas” e que quando vamos a um localfora de nosso país ou de nosso ambientede escalada, devemos “respeitar a ética eo estilo local”. Bem, até mesmo Maestri,quando colocou todos aqueles gramposfoi duramente criticado, pois atualmente sequestiona que poderia ter forçado uma li-nha mais “natural”. É realmente lamentá-vel esta atitude de David Lama e de RedBull, pois demonstra um comportamentoegoísta e desrespeitoso.Segundo relatos, as cordas fixas foram re-tiradas por escaladores argentinos, masas chapeletas ficarão para sempre. Pelomenos esperamos que elas sirvam comoexemplo do que não se pode fazer nasmontanhas.

    Leo Dickinson filmando no Torre em 1971

    Quando a ética é deixada de lado - ou se con-funde com estilo - quem sofre é a montanha.Na temporada passada, um escalador esportivotentou liberar a rota do Compressor no CerroTorre, e deixou para trás um verdadeiro rastrode lixo na montanha.

    Escalada e Trekkingem Alta MontanhaComo o próprio título diz, o livro trata dos as-suntos relacionados às atividades em AltaMontanha, seja um trekking ao acampamen-to base do Everest ou escaladas das gran-des montanhas.

    Aborda assuntos importantes como planeja-mento, logística, escolha de equipamentos,técnicas de segurança em trânsito deglaciares, escalada em gelo, orientação, usode GPS, mínimo impacto, fisiologia de altitu-de, tratamento de doenças típicas de altitu-de e como bônus ainda traz a “Declaraçãodo Tirol”.

    Fartamente ilustrado e com mais de 400 pá-ginas o livro pode ser encomendado pelo sitedo autor : www.marski.org e custa R$ 47,50já com o frete incluso para qualquer lugar doBrasil.

    O autor, Davi Marski é escalador e guia demontanha há mais de 20 anos tendo escala-do dezenas de montanhas com mais de4.000m.

  • 10

    www.m

    ountainvoices.com.br

    11

    www.m

    ountainvoices.com.br

    on the rocks

    Setor MacarrãoO setor Macarrão está localizado na cidade dePonta Grossa, a apenas 100 km de Curitiba, ecertamente junto com os setores de São Luis doPurunã e o salto São Jorge são os principais pointsde escalada em arenito no Paraná.Os primeiros top ropes surgiram na década de 90com o Wilson de Souza e a galera do grupo deEscalada Cidade de Pedra (GECP), inclusive opróprio nome do setor surgiu por causa de um miojoque não fez uma boa digestão no Wilson.Após um tempo parado o setor foi ganhar a pri-meira via chapeletada em 2000, quando o Alissone o Marcelo Tereza resolveram investir e grampea-ram uma linha inteira que hoje é a Fenda do Tere-za (9b, bateram algumas chapas no meio da pare-de e mais nada. Após isso, em 2004 Eu, Ed e oVal fomos dar uma conferida na parede, chega-mos abrir uma via em artificial (rsrs) que hoje é um9a/b (Ritmo terminal), mas na época a visão eraoutra e deixamos o setor.Praticamente esquecido e abandonado, após ummês de chuvas em 2007 e nada de escaladas eu,Marcos, Bina e Fabiano (Paolo) resolvemos fazeruma caminhada à procura de algumas paredes no-vas e ver aquelas paredes novamente com um olharmais clínico; não caminhamos muito e nos depa-ramos onde hoje é o setor da Frente, que comaquela chuva estava sequinho, era só escalar.Estava resolvido nosso problema! Vias negativas,agarras grandes e ainda não molhava... Um para-íso! Voltamos para casa decididos e já sabíamosonde gastaríamos as energias dos meses seguin-tes.Começamos a primeira via na marreta mesmo nofim de semana seguinte e não paramos mais, tive-mos a ajuda do Ed, Val, Kava e do Binho que con-tribuíram com algumas vias também. Hoje o setordo Macarrão já conta com mais de 50 vias contan-do todas variantes e travessias.

    Setores e viasO setor da Frente possui vias mais fácies, de 6º a8 º grau, e travessias que chegam a ter 18 costu-ras e com possibilidade de 10º grau; já o setor dofundo é mais silencioso, menos freqüentado,comparedes maiores, agarras menores, muitos abau-lados, de mais respeito. Hoje ele já tem 18 viasque vão de 7º a 10ºB e ainda varias possibilidadesde novas linhas. Para quem não conhece fica o convite, garantoque não vai se arrepender,Boas escaladas!!!Ps: como chegar: quando entrar em Ponta Gros-sa, tocar sentido centro e depois ir sentido ocampus da Universidade Estadual de Ponta Gros-sa, na rótula da entrada do Campus seguir senti-do Buraco do Padre (+ - 28Km), entrar na estradade chão que indica o caminho do Buraco do Pa-dre, depois de uns 5 Km, atravessar a ponte virara esquerda e no lugar de continuar na estrada,abrir a porteira e ir em direção as paredes, nãotem erro, tem um lugar próprio para deixar o carrono fim da estrada. Os croquis se encontram emuma garrafa na base das vias e em breve estarásaindo o guia com todas as rotas que o FabioBarros ( Binho ) e a Lilian (Malu) estão publican-do.Não acampe na base das vias, não ande com ocarro em cima da plantação, não faça fogueiras; aárea é particular e todos deverão respeitar paranão perdermos o setor.Infos: www.willianlacerda.blogspot.com

    Text

    o:

    Willia

    n L

    ac

    erd

    a,

    PR

    Elis

    eu F

    rech

    ou

    Ed

    son

    Str

    um

    insk

    i

    Willian Lacerda naBurlando a lei, 8c

    Eliseu Frechou naAlém do alcance, 7c

    Setor da Frente

  • www.m

    ountainvoices.com.br

    1312

    www.m

    ountainvoices.com.br

    on the rocks

    Aiuruoca, “ casa de papagaio” na língua dos antigoshabitantes indígenas do local, se refere ao pico queservia de morada a um grande numero destas aves. Omunicípio abriga um conjunto de montanhas que fazemparte da Serra da Mantiqueira. De povo hospitaleiro eacolhedor faz da pequena cidade um lugar místico!Seja para escaladores ou montanhistas sua belezaencanta, nela esta situado o Parque Estadual da Serrado Papagaio com seu pico chegando a 2.200 mts dealtitude e dividindo vários setores de escalada naparte alta da serra. São eles: pedra redonda, pedra dofogão, Santuário. e muitos boulders espalhados portoda parte alta. Alguns picos foram citados no guia doPlanalto do Itatiaia e região sul do RJ e MG, por EliseuFrechou e Felipe Guimarães em 2007.Esta falésia foi descoberta em 2003 por Marcossherpa e eu quando andávamos pelas bandas a procu-ra de locais para abrir novas vias e mais desafios jáque na região havia poucos escaladores e vias espor-tivas, pra ir escalar tínhamos que caminhar cerca de2 horas até a parte alta do pico papagaio para um batee volta, trilha pesada e longa, mas muito bonita. Eprecisávamos de um local mais próximo e fácil acessopara escalar. Ai encontramos a falésia do leão umgranito escondido por entre as árvores que se divideem setores próximos, está localizada em propriedadeparticular, fora dos limites do parque na estrada quevai para capoeira grande, trilha de fácil acesso e pou-cos minutos de caminhada de onde se deixa o carro.Não acreditamos no que vimos pois as possibilidadeseram muitas, teto, paredes verticais de regletes cons-tantes, fendas perfeitas, paredes negativas e muitasurpresa ainda.

    Rotas maravilhosasDe primeira abrimos a via vôo da coruja 5º móvel, poiso Fabinho (universo vertical) tinha emprestado as pe-ças pra gente brincar um pouco e dei inicio a via leõesda triboo. E o pico ficou sem mais conquistas e esque-cido por um tempo! Já que tínhamos outras vias naparte alta do pico do papagaio para terminar e o tramponão podia parar pois as vias longas estavam surgindo.Em abril de 2009 eu chamei Emilio (cigano) e Samuelpara dar continuidade em uma via a leões da triboo ainão paramos mais as marretadas, conquistas e aber-turas de novas vias com muito suor, dedicação e atebivaque no local com encontros inesperáveis comcascaveis, ufa... A falésia foi divididas em váriossetores: Setor arapuá, Setor do mirante, Setor do teto,e Setor platô! Ao todo já são 21 vias na maioria deresistência e muitos regletes, abaulados,batentes, umpouco de tudo, constantes, a rocha é negativa nomais abrasivo granito com colorações laranja, chegan-do a 30 metros em alguns setores! Todas as viaspossuem paradas duplas com grampos 1/2 e chapeletasfixe! Ainda tem potencial para abertura de novas vias

    A - Arapuá B- Platô C- Mirante D- Teto

    em outros setores próximos e mais vias vêem surgin-do com trabalho de vários escaladores que dedicam osfinais de semana de trabalho duro! Cuidado na trilhae também com o local, pois os setores ficam entre asarvores em local preservado, escaladores já encontra-ram com cascavéis, e aranhas por isso vale redobrara atenção!

    Para a realização, contenção de trilhas, trampo de ralaçãoe muito mais, agradeço ao brothers: Emilio (cigano),Daniel Arantes, MarcosSherpa,RaulQuintiliano,Mateuzinho, Andrézinho,Samuel, Galera de Aiuruoca: Pedro guatimosim,Tiaguinho, Antônio,Carlos. Pedro cruzíllia, Ewerton (tutu), Rafael Arantes, e mts outros.

    Setor tetoJaratataka 8c (Marcel e Emílio)Poder do leão 8a (Marcel e Daniel Arantes)Leões da Triboo 7b mista (Marcel , Emilio, Samuel)Birro Birro 8c (Marcel , Emillio)Locura não tem cura 8b mista (Marcel, Daniel Arantes)Chaminé marcos sherpa 5º (Marcos Sherpa)

    Setor MiranteVôo da coruja 5º móvel (Marcos sherpa, Marcel )Caça ao tesouro 7b mista (Mateus e Marcel)Evolution – projeto ( Marcel e Emílio)Black gold 8º b ( Marcel e Daniel Arantes)

    Setor PlatôFire Bird 9a ( Marcel e Emilio)Sexta-feira 13, 8c (Marcel, Tutu, Emílio)Sinfonia 8a ( Marcel e Emílio)

    Setor ArapuáBuraco negro 7b (Marcel e Emilio)Arapuá nervoso 7a ( Marcel e Emilio)Buraco do Raul 8b (Raul Quintiliano, Marcel, Emilio)Kaninana 8b (Marcel e Emilio)Rei leão 7b (Emilio, Marcel, Samuel)Feromônio 8a (Marcel, Emilio )Cascavenosa 7a móvel (Marcel, Emilio)Pumba 7a (Marcel, Emilio)

    Como chegarA partir de caxambu sul de minas seguir sentido juiz defora MG pela BR 267 após 35 km estará no trevo deAiuruoca MG ai só mais 5 km ate a entrada a direita naplaca (verde) parque estadual serra do papagaio , se-guir em estrada de terra mais 5 km e virar a esquerdasentido capoeira grande ( Placa ) a falésia já vai estara sua direita os totens marcam a entrada da trilha!Deixar o veiculo parado ao lado da estrada! Contato:(35)33413221 ou (35)91168179 e pelo [email protected]

  • www.m

    ountainvoices.com.br

    1514

    www.m

    ountainvoices.com.br

    montanhismo

    Está sendo gestado mais um Parque Na-cional no Brasil, unindo as terras doespigão central da Serra da Mantiqueira.A proposta da criação do PNAM - Par-que Nacional Altos da Mantiqueira é bemrecente, datando de 2009. Foi prepara-da pelo ICM Bio – Instituto Chico Men-des, o mais novo órgão ambiental doGoverno. Ele substituirá o IBAMA nagestão das Unidades de Conservação ena defesa da biodiversidade (como oscentros especializados em vida nos ma-res ou nas cavernas).As consultas públicas em cada municí-pio atingido foram iniciadas em marçode 2010. Embora o ICM esperasse ter oassunto resolvido em dois meses, sabe-se que o processo tem levantado oposi-ção por parte das populações afetadas.Este artigo procura descrever a exten-

    são pretendida para o novo Parque, ex-plicar as justificativas para sua criaçãoe apresentar a minha opinião - no caso,negativa.

    A LocalizaçãoO PNAM deverá estender-se entre oHorto Florestal de Campos do Jordão eo Parque Nacional de Itatiaia, que foipor sinal o primeiro criado no País. Nestepercurso de aproximadamente 100 km,deverá englobar três grandes formações- a Serra dos Pilões, o Maciço dosMarins e a Serra Fina - ligando-as aoPlanalto de Itatiaia. Serão 87 mil hecta-res - adicionados aos dois Parques jáexistentes em cada extremidade,totalizará 124 mil hectares.O PNAM atravessará 16 municípios aolongo dos Estados de São Paulo, Mi-nas Gerais e (minimamente) Rio de Ja-

    neiro. Cerca de dois terços de sua áreaestará em São Paulo e o restante, emMinas. Haverá municípios fortementeafetados, como Piquete, Queluz, Pas-sa Quatro e Delfim Moreira, que deve-rão ceder algo como um terço de seusterritórios. Outros quatro perderiam umquarto de suas áreas.Devido à forte declividade da região, ape-nas 10% do total seria representado porafloramentos rochosos e campos de al-titude. Como a proposta procura alcan-çar as encostas nos lados paulista emineiro da serra, as florestas que asrecobrem corresponderiam a 80% doPN, de longe a maior parte de sua área.Devido à importância da Serra daMantiqueira, esta região é sujeita a umarazoável vigilância ecológica, de tal for-ma que 50% da área do PN já é com-posta por APAs. Mas deve também ser

    lembrado que serão afetadas fazendas(de silvicultura e pecuária), casas deveraneio, empreendimentos imobiliáriose pousadas (inclusive a tão antiga e es-pecial Pousada do Barão).

    A JustificativaA principal razão para a criação do Par-que é naturalmente a preservação doecossistema da Mantiqueira. Ainda quesituado próximo a várias zonas urbanas,ele é dotado de grandes maciços rocho-sos, cênicos campos de altitude, exten-sas florestas de encosta e inúmeras nas-centes de rios. Seu relevo variando des-de 600 a 2.200m de altitude favorece umaampla biodiversidade.Além disto, torna-se importante conectaros ecossistemas protegidos, não ape-nas conservá-los. Isto permite o trânsitodas espécies entre os mosaicos interli-

    gados que, de outra forma, poderiam fi-car ilhadas e vir a sofrer redução oumesmo extinção. Exemplos recentesdesta prática são o grande corredor eco-lógico do Jalapão em Tocantins e oimenso Parque da Serra das Confusõesno Piauí.Evidentemente, existem na região doPNAM várias espécies de faunaameaçadas. Os estudos citam desdeas onças pardas e os macacos muriquiaté papagaios de peito roxo e macucos,além de variedades de cobras, sapos eborboletas. Em particular, a Floresta Na-cional de Passa Quatro (contígua aoParque) é considerada prioritária para aconservação de aves, bem como a Fa-zenda do Onça (inserida no Parque) paraa de mamíferos.Mas, muito simplesmente, basta cami-nhar pelos esplêndidos campos dos Pi-lões, pela preciosa crista do Marins oupelas amplidões da Serra Fina para en-tender a necessidade de preservar aemocionante natureza da AltaMantiqueira.

    Os ProblemasInfelizmente, esta situação não é tão cla-ra, pois existe um abismo entre inten-ção e execução. A meu ver, há três im-portantes razões que desaconselham,nas atuais circunstâncias, a criaçãodeste Parque.Primeiro, uma simples questão de jus-tiça. As terras tomadas pelo Governo nãocostumam ser indenizadas. Conside-rem-se dois Parques bem conhecidos,nas proximidades do PNAM: Itatiaia eBocaina. Em ambos, os proprietáriossofrem uma série de constrangimentose interferências, sem que tenham sidoressarcidos pelas áreas perdidas. No-tem que estou me referindo ao primeiroParque brasileiro, criado há mais de 70anos!Esta é a triste realidade em todo o País,de São Joaquim no Sul e do Jalapão noCentro-Oeste à Chapada Diamantina noNordeste e Sete Cidades no Norte. Achoum absurdo criar novos problemas an-tes de resolver os antigos. Se o Gover-no não solucionou por décadas estasquestões fundiárias, que mágica irátorná-lo capaz de fazê-lo agora?Mas, mesmo quando há a intenção deindenizar, a situação é inerentemente in-justa, pois cabe ao comprador definir opreço. E, na formação deste, não en-tram as benfeitorias posteriores à cria-ção do Parque: imagine retroceder 50anos no caso de São Joaquim ou 40anos no da Bocaina. Existem outrasminúcias que escapam à concisão des-

    te artigo, nenhuma delas favorável aosinfelizes ocupantes de áreas tornadaspúblicas.Ao escrever este texto, veio-me à lem-brança uma conversa com um sitianteque explorava a principal atração do PNChapadas das Mesas, criado em 2005no Maranhão. Naturalmente, ninguémhavia até então sido indenizado, mas es-perava-se uma proposta do Governo.“Aceite por qualquer valor, provavelmen-te será sua única chance de ainda re-ceber algo”, disse eu a ele.O segundo motivo é pior ainda. É muitocomum nossos Parques serem sim-plesmente abandonados, com ameaçasà flora e fauna. Quando subi a Pedra doFrade na Bocaina, caminheigrandemente por uma trilha depalmiteiros, como se o Parque fosseuma propriedade particular aberta à de-vastação. O melhor Parque brasileiro ficana Serra da Capivara, área que foi aban-donada após a criação do Parque e de-predada nos dez anos seguintes, atéque fosse assumida por uma fundaçãoprivada.Vale lembrar a existência de incêndios(em geral criminosos), gerados nos Par-ques pelas tensões criadas entre a in-sensibilidade do Governo e as necessi-dades das comunidades. Não é precisoretroceder muito para lembrar as tristesvistas calcinadas dos campos doItatiaia, do Bandeira e da ChapadaDiamantina.Nunca vi nenhum guarda-parque nasgrandes extensões da Serra do Cipó,da Chapada dos Guimarães, da Serrada Canastra ou dos Aparados da Serra– a razão é que simplesmente não exis-tem ou, quando existem, preferem asombra protegida das guaritas. Há Par-ques enormes – do Jaú com 2.300 milha, das Nascentes do Parnaíba com 700mil ha ou da Serra das Confusões com500 mil ha – com escassos um ou doisfuncionários sediados em alguma viladistante, de onde nem de binóculos lhesé possível revelar a presença de lenha-dores, mineradores ou caçadores.Confesso que a terceira razão é de na-tureza egoísta. Lembro-me do tempo emque era possível percorrer as trilhasRebouças-Mauá ou Ruy Braga emItatiaia, antes que fossem proibidas. Osantigos contam como se hospedavamnos bem-conservados abrigos da Serrados Órgãos ou do Pico da Bandeira, hojedemolidos ou depredados.Pergunto quantas estruturas foram cri-adas na última década para acolher osandarilhos na Ilha de Superagüi, no Picoda Neblina, na Chapada dos Veadeiros,

    Conheça a seguir a proposta de criação de um novo Parque Nacional, ao longo do espigão centralda Mantiqueira, unindo o Horto Florestal de Campos do Jordão ao Parque de Itatiaia. E as ra-zões pelas quais sou infelizmente contrário a esta iniciativa.

    ALBERTO ORTENBLAD | SP

    no Monte Roraima, no Araguaia ou noParque das Emas. Vocês sabem que ne-nhuma. E quantos de nossos parquessão minimamente sinalizados? Só co-nheço três com boa sinalização e quasetodos os demais sem sinalização algu-ma.Não seria surpresa descobrir, uma vez oPNAM instalado, que se tornaria proibi-do atravessar a Serra Fina ou percorrer acrista do Marins. Se é que os acessos a

    lugares tão especiais como os Pilões, oOnça, o Itaguaré ou a Mina não estariamfechados por imposições arbitrárias. Aoescrever estas linhas, me vem a recor-dação da narrativa de amigos que tive-ram de contornar a guarita do Parque deItatiaia, a fim de nele entrar despercebi-dos, para passar alguns dias maravilho-sos num espaço que lhes era negado,embora pertencesse a todos nós.

    Elis

    eu F

    rech

    ou

  • 16

    www.m

    ountainvoices.com.br

    17

    www.m

    ountainvoices.com.br

    equipamento

    Os primeiros Friendscomeçaram a ser produ-zidos na Inglaterra noinício dos anos 70.Durante muito tempo,devido à patente, so-mente a Wild Country osproduzia.Hoje, já existe no mer-cado uma gama incrívelde SLCD (spring loadedcaming devices), quetraduzindo pé algo como“dispositivos de casta-nhas retráteis”, masque no Brasil acabaramsendo chamadosgenéricamente defriends.O que nos interessa éque eles funcionam bempara proteger em fendasparalelas.Mas nem todos sãoiguais, e nenhum modeloé melhor do que o ou-tro. Vou tentar de umaforma rápida elucidarquem ainda não tem ex-periência no assunto àcompreender um poucosobre os diferentestipos de equipamentosdisponíveis nas lojas.

    Friend Alien Quadcam TCU

    Falar de equipamentos para proteção, seja fixaou móvel, sempre é complicado, pois existemdiversas variantes, a começar pela rocha. Oassunto friends é mais difícil e complexo ainda,pois envolve características únicas de cadamodelo que na maior parte das vezes diferedemais ou inexiste em outros.Enfim, de uma forma simples, existem caracte-rísticas nos friends que podem torná-los maisúteis que outros, dependendo do tipo de escala-da que você costuma fazer, e o entendimentosobre o seu desenho poderá ajudar na hora decomprar essas peças - que não são nada bara-tas.Haste – existe peças equipadas com hastes rí-gidas, flexíveis (mono cabo) e flexíveis com for-mato U. As hastes rígidas (forged friends) po-dem ser problema nas fendas horizontais, poisse forçar uma alavanca, a haste poderá entor-tar ou até quebrar. Os mono cabos (Flex friend)são os mais flexíveis, podem ser tracionadosem qualquer direção, ainda que dependendo da

    torção, percam um pouco a resistência. Já oscabos em U (quadcams) tem uma flexibilidadelimitada. O cabo em U tem a função de diminuir adistância entre os cames, possibilitando a colo-cação da peça em fendas mais rasas. Explicoesta qualidade no item abaixo.Distância entre cames – Quanto menor for adistância entre os cames, mais versátil sua peçaserá . Para entender, veja a figura ao lado quecompara os friends, aliens, quadcams e TCUs.Mas é lógico que há poréns... Vamos começarpelo friend que é mono cabo, boa flexibilidademas com distância grande entre o primeiro e oúltimo came - se formos medir, é o que precisade “mais fenda” para ser instalado. O Alien quetambém é mono cabo, tem as molas instaladasdentro dos cames (que são serrados) e porisso, é bem mais estreito. E esta diferença, deum came apenas, pode ser o que você precisapara fazer uma boa colocação - ou deixar umcame para fora da fenda e a peça escapulirquando solicitada. Já o Quadcam com seu caboem U, conseguiu tirar o mono cabo do meio dos

    cames, já que o cabo em U é fixo na parte defora dos cames. Excelente! Os cames do meioficaram juntos e a distância entre os camesdiminuiu ainda mais, só que... o cabo em U nãoé tão flexível quanto o mono cabo. O mesmoacontece com os TCUs (Three Cam Units), quesão micro friends de apenas 3 cames. Os TCUssão ótimnos para fendas estreitas, mas limita-dos na flexibilidade e não muito resistentes emcomparação com as peças de 4 cames. A dis-tância entre cames, dependendo da rocha, pode

    não ter diferença alguma. Se coce for escalarna Patagônia ou nos Alpes, as fendas, geral-mente formadas por abalos sísmicos ou lacasdescoladas são bem profundas. Já aqui no Bra-sil, muitas fendas são resultados da erosão, ena maior parte das vezes, rasas, daí que a peçacerta pode fazer diferença.Eixos – Tem gente que chama Camalot de Friend.Tá errado. Friend é Friend, Camalot é Camalot. Adiferença gritante entre esses modelos de FCUs(Four Cam Units) é que os friends tem apenasum eixo apenas, no qual correm os cames. Jáos Camalots, são as únicas peças do mercadoque são equipados com dois eixos, aumentandoem muito sua amplitude (na média 30% em rela-ção às peças de um eixo apenas). Essa quali-dade dos Camalots, fazem com que sejam pe-ças bem mais versáteis, apesar de um poucomais pesadas que os FCUs de um eixo.Nenhum artigo substitui um bom bate-papo comquem já usou exaustivamente esses equipamen-tos, portanto, após ler e pensar no que estáescrito acima, troque informações comescaladores mais experientes e tire suas pró-prias conclusões, de acordo com o uso e tipo derocha na qual você costuma escalar.

    Texto e fotos: Eliseu Frechou, SP

    Friend mono cabo flexível: o mais usado.

    Camalot: dois eixos que fazem diferença.

    TCUs: bons para fendas rasas. Flexíveis mas nem tanto.

  • Mountain Voices é um informativobimestral de circulação dirigida aoexcursionismo brasileiro e patrocinadopelos anunciantes. Seu objetivo é fomentara pratica deste esporte no Brasil, em suasvárias modalidades: montanhismo, escala-da e espeleologia. Reprodução somentecom autorização dos autores, e desde quecitada a fonte. Não temos matérias pagas.Frizamos que o excursionismo expõe o pra-ticante a riscos, inclusive de morte, que esteassume deliberadamente. O uso de equi-pamento de segurança, bem como o acom-panhamento de guia especializado, se faznecessário, porém não elimina totalmenteo risco de acidentes.Editores: Eliseu Frechou, Vitor B. FrechouArtur B. Frechou e Jorge B. Frechou.Contatos: Cx.Postal 28, São Bento doSapucaí, SP, cep 12490-000. E-mail:[email protected]. Web site:www.mountainvoices.com.br. Agradecemosa todos os colaboradores deste número:patrocinadores, assinantes, e todas as pes-soas que nos escreveram enviando artigos,criticas e apoio.

    Assine Mountain Voices e ajude na divulgação de seu esporte

    Nome.....................................................................................................................

    Endereço...............................................................................................................

    Cidade..........................................................................................Estado.............

    CEP..........................-...............Telefone.(............)................................................

    E-mail....................................................................................................................

    Idade ...................................... Profissão............................................................

    Como conheceu Mountain Voices?..................................................................Já participou de: ( ) Campeonato ( ) Encontro ( ) PalestraQue modalidade pratica com mais assiduidade: ( ) Caminhada( ) Escalada tradicional ( ) Escalada esportiva ( ) Boulder

    Para fazer sua assinatura, renovação, envie este formulário junto com cheque cruzadoe nominal à Eliseu Frechou, Cx.Postal 28 - CEP 12490-000 - São Bento do Sapucaí-SP.

    Preços válidos até 30/11/2010.

    ( ) Assinatura Mountain Voices - R$ 25,00( ) Renovação assinatura - R$ 20,00( ) Assinatura 2 anos - R$ 40,00( ) Número atrasado do Mountain Voices - R$ 5,00 / exemplar( ) Livro Com Unhas e Dentes - Sérgio Beck - R$ 30,00( ) Manual de Escaladas da Pedra do Baú e Região - R$ 20,00( ) Manual de Escaladas de Itatiaia e Região - R$ 20,00( ) Manual de Escaladas da Serra do Cipó, Lapinha e Rod - R$ 20,00( ) DVD Terra de Gigantes - R$ 25,00( ) DVD Lobotomia 2 Pedra do Baú e Região - R$ 25,00( ) DVD Lobotomia 3 do PE ao RS - R$ 25,00( ) DVD The Movie 1 - Itatiaia - R$ 25,00( ) DVD Karma - R$ 25,00 Total ........................,00

    114Capa: Caminhada do Pico dos Marinsem Piquete (SP), Serra da MantiqueiraFoto: Eliseu Frechou