Internet e Participação Política no Brasil (primeiras páginas)

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    INTERNET E PARTICIPAO

    POLTICA NO BRASIL

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    CONSELHO EDITORIALDA COLEO CIBERCULTURA

    Adriana AmaralAndr Lemos

    Alex PrimoClvis Barros Filho

    Denize ArajoErick Felinto

    Francisco Menezes

    Juremir Machado da SilvaLuis GomesPaula Sibilia

    Raquel RecueroSimone Pereira de S

    Vinicius Andrade Pereira

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    INTERNET E PARTICIPAO

    POLTICA NO BRASIL

    Rousiley Celi Moreira MaiaWilson Gomes

    Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Bibliotecria Responsvel: Denise Mari de Andrade Souza CRB 10/960

    Todos os direitos desta edio reservados EDITORA MERIDIONAL LTDA.

    Av. Osvaldo Aranha, 440 conj. 101CEP: 90035-190 Porto Alegre RSTel.: (51) 3311.4082 Fax: (51) [email protected]

    Junho / 2011

    I61

    Internet e participao poltica no Brasil / orgs. Rousiley Celi MoreiraMaia, Wilson Gomes, Francisco Paulo Jamil Almeida Marques. PortoAlegre: Sulina, 2011.

    296 p. (Coleo Cibercultura)

    ISBN: 978-85-205-0613-4

    1. Comunicao Digital Poltica. 2. Internet Comunicao

    Poltica. 3. Redes Sociais Poltica. 4. Tecnologia da Informao. I. Gomes,Wilson. II. Marques, Francisco Paulo Jamil Almeida.

    CDU: 659.3CDD: 301.153.2

    323.5

    @ Editora Meridional/Sulina, 2011

    Capa: Vincius Xavier

    Projeto Grfico: SOLO EDITORAO/Niura FernandaEditorao: Niura FernandaReviso tcnica: Ricardo Bibiano DiasReviso grfica: Miriam GressReviso: Melissa Mello

    Editor: Luis Gomes

    A grafia desta obra est atualizada segundo o Acordo Ortogrfico

    da Lngua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

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    Sumrio

    Introduo ..................................................................................... 11Rousiley Celi Moreira Maia

    Wilson Gomes

    Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

    PARTE 1PARTICIPAO POLTICA E INTERNET:

    Conceitos fundamentais

    CAPTULO 1Participao poltica online: questes e hiptesesde trabalho ..................................................................................... 19

    Wilson Gomes

    1 Introduo................................................................................ 19

    2 Participao para qu? ............................................................. 223 Para que Participao Online? ................................................. 273.1 A democracia digital ........................................................ 273.2 Das razes da participao em iniciativas de

    democracia digital ............................................................ 304 A Participao Poltica Online e a Premissa Concorrencial... 32

    4.1 Lutas concorrenciais pela deciso poltica ...................... 324.2 Participao online e o aumento da capacidade

    concorrencial civil ............................................................ 35

    CAPTULO 2Internet e esfera civil: Limites e alcances daparticipao poltica ...................................................................... 47

    Rousiley Celi Moreira Maia

    1 Da Esfera Civil .......................................................................... 491.1 A complexa demarcao de fronteiras ............................ 49

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    1.2 A boa e a m sociedade civil ..................................... 531.3 A Lgica Tocquevilleana de autenticidade:

    o risco de advogar o antiestatismo emnome do localismo e da comunidade ............................. 56

    1.4 Tenses entre os indivduos e as coletividadespara processar questes de interesse comum .................. 60

    1.5 Participao civil e institucionalizao ............................ 652 Da comunicao digital pelos atores da esfera civil ............... 67

    2.1 Nova infraestrutura e novos recursoscomunicativos: novas prticas democrticas? ................. 67

    2.2 As possibilidades comunicativas oferecidaspela internet e controvrsias em torno dagerao ou da diminuio do capital social .................... 69

    2.3 Participao poltica de atores coletivose ativismo online ................................................................ 73

    3 Consideraes Finais ............................................................... 77

    PARTE 2SISTEMA POLTICO, PARTICIPAO E INTERNET

    CAPTULO 3Participao, instituies polticas e internet: Um examedos canais participativos presentes nos Portais daCmara e da Presidncia do Brasil ................................................ 95

    Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

    1 Introduo................................................................................ 95

    2 O Portal da Presidncia e os Canais deParticipao Poltica................................................................. 982.1 E-mails e formulrios ..................................................... 1012.2 Consultas pblicas ......................................................... 103

    3 O Portal da Cmara e os Canais deParticipao Poltica ............................................................... 1043.1 E-mails e formulrios ..................................................... 104

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    3.2 Comentrios a notcias publicadas nosite da Agncia Cmara .................................................. 106

    3.3 Enquetes .......................................................................... 1063.4 Salas de bate-papo .......................................................... 1073.5 Fruns pblicos ............................................................. 107

    4 Uma Avaliao do Perfil Participativodos Canais Diagnosticados.................................................... 108

    5 Consideraes Finais ............................................................. 115

    CAPTULO 4

    Exigncias democrticas e dimenses analticas paraa interface digital do Estado ........................................................ 123Sivaldo Pereira da Silva

    1 Introduo.............................................................................. 1232 Primeiro requisito democrtico: publicidade...................... 1263 Segundo requisito democrtico: responsividade ................ 1284 Terceiro requisito democrtico: porosidade ........................ 1315 Trs requisitos versus cinco nveis qualitativos .................... 1346 Consideraes Finais ............................................................. 139

    CAPTULO 5Iniciativas institucionais de deliberao online: Umestudo do frum de discusso do portal daCmara dos Deputados ............................................................... 147

    Edna Miola

    1 Introduo.............................................................................. 1471.1 Fruns da Cmara dos Deputados

    e o Frum da CLP .......................................................... 1482 Deliberao Pblica atravs dos Fruns de

    Discusso Online ..................................................................... 1503 Desenho Institucional do Frum da

    Comisso de Legislao Participativa ................................... 1523.1 Quanto ao fornecimento de informaes ..................... 153

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    3.2 Quanto s motivaes para a participao .................... 1543.3 Quanto ao canal de participao ................................... 156

    4 Requisitos Deliberativos Aplicados ao Frum .................... 1574.1 Engajamento dos participantes ...................................... 1584.2 Fluxo de envio de mensagens e durao do frum...... 1594.3 Pertinncia das mensagens ............................................. 1614.4 Tom das mensagens ....................................................... 1614.5 Dilogo ........................................................................... 1634.6 Reciprocidade ................................................................. 1644.7 Argumentao ................................................................ 166

    5 Discutindo as particularidades do frum dediscusso da CLP.................................................................... 1686 Consideraes Finais ............................................................. 170

    CAPTULO 6Internet, Eleies e Participao: Questes-chave acerca da participaoe do ativismo nos estudos em campanhas Online........................ 175

    Camilo de Oliveira Aggio

    1 A delimitao das perspectivas e as questes centraisenvolvendo a participao nas campanhas online ............... 175

    2 Interatividade: a possibilidade de aproximao ediscusso entre eleitores e candidatos ................................... 179

    3 Ativismo: mobilizaes online ou presenciais apartir de websites de campanha ............................................. 186

    4 Consideraes Finais ............................................................. 190

    PARTE 3ESFERA CIVIL, PARTICIPAO E INTERNET

    CAPTULO 7Quo deliberativas so discusses na rede?Um modelo de apreenso da deliberao online....................... 197

    Rafael Cardoso Sampaio

    1 Introduo.............................................................................. 197

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    2 Um modelo de deliberao online ........................................ 2002.1 Anlise estrutural do Frum.......................................... 201

    2.2 Anlise das falas .............................................................. 2053 Oramento Participativo Digital ........................................... 2164 Resultados .............................................................................. 2185 Consideraes Finais ............................................................. 223

    CAPTULO 8Lutas por reconhecimento dos surdos e conversaopoltica no Orkut: Quando temas sensveis definem

    a trajetria das discusses ............................................................ 231Regiane Lucas de Oliveira Garcz

    1 A luta dos surdos por reconhecimento ................................ 2342 As conversaes polticas na internet .................................... 2373 Conversas controversas no Orkut .......................................... 240

    3.1 Intercmbio de narrativas: construode coletividades .............................................................. 241

    3.2 Explicitao das premissas de fundo eaprendizado coletivo...................................................... 244

    3.3 Acirramento dos debates ............................................... 2474 Consideraes Finais ............................................................. 250

    CAPTULO 9Internet e movimento ambientalista: Estratgias do Greenpeacepara a Sustentao de Debates na Esfera Pblica........................ 257

    Digenes Lycario

    1 Introduo.............................................................................. 2572 Internet e atores cvicos no contexto do sistema

    informativo ampliado ........................................................... 2603 A ocupao do barco Galina 3 como estudo de caso .......... 264

    3.1 Procedimentos de seleo do caso edo corpus de pesquisa .................................................... 265

    3.2 Parmetros metodolgicos ............................................ 267

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    4 A espetacularizao e a produo de visibilidadepblica poltica ...................................................................... 270

    5 As condies para um segundo ato de leituraa partir do evento de mdia.................................................... 272

    6 Comparao entre os mbitos ............................................... 2766.1 Fase 1: Ampliao da rede de sentido ........................... 2766.2 Fase 2: O nvel de justificao ........................................ 281

    7 Discusso ................................................................................ 2858 Consideraes Finais ............................................................. 286

    Sobre os autores ........................................................................... 293

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    Este livro tem a inteno de contribuir para o preenchimentode uma lacuna nos estudos em Comunicao e Democracia noBrasil. Nas duas ltimas dcadas, aps a redemocratizao do Pas,realizou-se uma srie de investigaes em torno da influncia dacomunicao de massa sobre as prticas polticas. Dentre os temasmais proeminentes, possvel apontar as funes polticas do

    jornalismo; o papel do marketing poltico-eleitoral; o perfil dodesempenho dos candidatos no Horrio Eleitoral Gratuito; a pressodas sondagens de opinio pblica sobre os representantes; os modosde formao e de difuso de imagens pblicas; e, naturalmente,explorou-se o potencial dos media para fomentar debates em torno

    de questes de interesse coletivo.Contudo, ainda so poucas as produes brasileiras que

    abordam, de modo sistemtico, os impactos que as diferentesinovaes introduzidas pela internet provocam sobre tais fenmenos.O advento da comunicao digital vem suscitando intensos debatesentre pesquisadores do Pas e do exterior, percebendo-se um cuidadoespecial no tratamento do tema e de suas interfaces por parte dosCursos de Graduao e de Ps-Graduao no Pas, particularmente

    os de Comunicao e os de Cincias Polticas.Examinar as atribuies participativas que Estado e sociedade

    conferem Internet a proposta fundamental da obra em questo.O livro apresenta textos conceituais e empricos que levam em contaos princpios, as categorias os fenmenos tpicos da Poltica e daComunicao contemporneas. Os nove captulos tm a preocu-pao de explorar a relao entre Internet e Participao atravs dediferentes dimenses: os textos conceituais aliam-se aos estudos

    Introduo

    Rousiley Celi Moreira Maia

    Wilson Gomes

    Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

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    empricos, que buscam aplicar teorias e modelos e apresentar novaspossibilidades de anlise. Os usos polticos dos new media voltados

    para fortalecer a participao dos cidados so tomados tanto emsuas manifestaes institucionais-estatais quanto naquelas oriundasda sociedade civil.

    O livro congrega, em uma nica publicao, os trabalhos quevm sendo produzidos, nos ltimos anos, pelos integrantes de doisgrupos de pesquisa brasileiros empenhados em investigarfenmenos concernentes democracia, comunicao e participao poltica: (1) o Grupo de Pesquisa em Mdia e Esfera

    Pblica (EME/UFMG), coordenado pela Dra. Rousiley CeliMoreira Maia (Professora Associada da Universidade Federal deMinas Gerais); e (2) o Grupo de Pesquisa em Comunicao, Internete Democracia (UFBA), coordenado pelo Dr. Wilson Gomes(Professor Titular da Faculdade de Comunicao da UniversidadeFederal da Bahia). Estas duas equipes mantm estreita cooperaodesde 2005, oficialmente apoiada pela CAPES atravs de Programade Cooperao Acadmica (PROCAD).

    A obra foi dividida em trs partes. A Parte I, denominadaParticipao Poltica e Internet: Conceitos Fundamentais lida comos limites e as potencialidades do aperfeioamento das prticasdemocrticas atravs da Internet e conta com dois textos. O captuloque abre o livro, intitulado Participao poltica online: Questese hipteses de trabalho,escrito por Wilson Gomes, considera que,embora os modelos de democracia direta tenham se reveladoinsustentveis em face do padro dominante do governorepresentativo, a participao poltica da esfera civil continua

    ocupando um lugar central na arena da teoria da democracia.Quando se inclui no horizonte da discusso, como dimensocomplementar ou at substitutiva, a chamada democracia digital,ainda assim o tema da participao poltica, agora online ou digital,se reapresenta com fora total. O captulo expe e discute o estadoda literatura sobre participao poltica via tecnologias digitais, almde examinar teoricamente os limites e o alcance desta questo nadimenso da democracia digital.

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    O Captulo 2, denominado Internet e esfera civil: Limites ealcances da participao poltica, de autoria de Rousiley Celi

    Moreira Maia, est dividido em duas partes. Na primeira delas, aautora explora, a partir do debate contemporneo sobre aparticipao poltica na esfera civil, os seguintes problemas: aelasticidade do conceito de sociedade civil e as dificuldades paradelimitao das fronteiras desta esfera na condio contempornea;os equvocos em se fazer apologia dos atores da sociedade civil como

    veculos para a promoo da cidadania democrtica; o risco deadvogar o antiestatismo em nome do localismo e da comunidade;

    as tenses entre a afirmao de interesses individuais e a solidariedadecoletiva; e alguns dilemas de institucionalizao, a fim de sustentaruma participao poltica mais ampla e mais eficaz. A partir destequadro mais geral, discutem-se, na segunda parte: a) as possibili-dades comunicativas oferecidas pela internet e suas relaes com ocapital social; b) o modo pelo qual a internet interfere nas dinmicasorganizacionais das associaes e nas redes de ativismo global;c) os mltiplos efeitos do associativismo com potencial demo-crtico.

    A Parte II do livro se chama Sistema Poltico, Participao eInternet e conta com quatro textos. O captulo de Francisco PauloJamil, Participao, Instituies Polticas e Internet: Um Examedos Canais de Participao Presentes nos Portais da Cmara e daPresidncia do Brasil, investiga como duas instituies do Estadobrasileiro a Presidncia da Repblica e a Cmara dos Deputados oferecem, atravs da Internet, canais voltados promoo daparticipao poltica dos cidados. O texto dedica cuidado especial

    ao inventrio e descrio dos mecanismos participativosencontrados nestas duas experincias, bem como reflete acerca deseus possveis efeitos sobre o processo de produo da decisopoltica. Descobriu-se, dentre outros pontos, que a natureza dainterao poltica que a esfera civil mantm com as duas instituiesmencionadas tende a ser diferenciada. Refora-se, ao final, anecessidade de se pensar os media digitais em interface com ocontexto cultural e poltico de cada sociedade democrtica.

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    A discusso acerca das instituies do Estado e das formas deuso dos recursos digitais se mantm no Captulo 4, cujo ttulo

    Exigncias democrticas e dimenses analticas para a interfacedigital do Estado. No texto, Sivaldo Pereira da Silva argumenta emtorno da necessidade de se propor um arranjo terico que considereo horizonte participativo dentro de um sistema integral de exignciasdemocrticas a serem cumpridas pela interface digital dos portaisgovernamentais na internet. A inteno do autor se concentra, assim,em pensar quais requisitos a interface digital do Estado precisacumprir, levando-se em conta demandas participacionistas e

    deliberacionistas. O texto trabalha, basicamente, com trs requisitosdemocrticos fundamentais, a saber: (1) publicidade, que torna oEstado mais visvel ao cidado; (2) a responsividade; e (3) aporosidade, que demanda uma maior abertura do Estado e de suasinstituies opinio pblica.

    No quinto Captulo, Iniciativas institucionais de deliberaoonline: Um estudo do frum de discusso do Portal da Cmara dosDeputados, Edna Miola apresenta os resultados de uma investi-gao que, a partir da ideia de deliberao pblica, avalia se e comoos recursos digitais de comunicao podem fomentar a existnciade situaes discursivas. O ambiente emprico investigado consisteno frum promovido pela Comisso de Legislao Participativa(CLP), hospedado no Portal da Cmara dos Deputados. Dentre asprincipais concluses, est a constatao de que, embora os indi-cadores de dilogo, reciprocidade e argumentao tenham sidorelevantes, os participantes se reportaram prioritariamente ao agentepoltico oficial, em lugar de estabelecer uma conversao com os

    demais usurios. Alm disso, a pesquisa indica que a deliberaoque pode acontecer nos fruns online afetada sobremaneira pelodesenho das ferramentas de discusso oferecidas.

    Camilo Aggio, por sua vez, no Captulo intitulado Internet,Eleies e Participao: Questes-chave acerca da participao e doativismo nos estudos em Campanhas Online, explora as distintasdimenses que caracterizam o estudo da participao poltica naspesquisas dedicadas s campanhas online. O texto ressalta que a

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    literatura corrente indica duas questes centrais acerca da partici-pao eleitoral na Era dos new media: (a) o ativismo em prol de uma

    candidatura e (b) a interatividade como ferramenta para a promooda comunicao entre cidados e desses com candidatos, parafinalidades diversas (esclarecimentos, organizao de atividades ouconstruo colaborativa de aspectos das campanhas). O autorconclui que a noo de participao pode ser fundamental noapenas para atribuir um diferencial s campanhas online, mas,tambm, para orientar os modos de construo de campanhaseleitorais com maior imerso dos cidados eleitores simpticos a

    uma candidatura ou apenas interessados em participar nos processospolticos democrticos.A Parte III, denominada Esfera Civil, Participao e Internet,

    traz os ltimos trs captulos do livro. A interface entre internet edemocracia deliberativa volta a ser discutida no Captulo 7, Quodeliberativas so discusses na rede? Um modelo de apreenso dadeliberao online, escrito por Rafael Cardoso Sampaio. No texto,o autor se prope a avaliar o processo de participao poltica atravsda internet em uma instituio com desenho hbrido o qualgarante oportunidades aos cidados de produzirem decises junto classe poltica. Na primeira parte, explorado o modelo de anliseproposto por Archon Fung, composto por trs mbitos: a) Quemparticipa? b) Como participa? c) Qual influncia a participao exercesobre o sistema poltico? Na segunda seo do captulo, busca-seaplicar o modelo acima proposto ao Oramento ParticipativoDigital (OPD) criado pela prefeitura de Belo Horizonte em 2006.Concluiu-se que a participao civil no caso em tela foi essencial-

    mente plebiscitria, havendo pouco incentivo da Prefeitura a outrasformas de interao com a esfera civil.

    No Captulo 8, intitulado Lutas por reconhecimento dossurdos e conversao poltica no Orkut: Quando temas sensveisdefinem a trajetria das discusses, Regiane Lucas de Oliveira Garczinvestiga o percurso das conversaes polticas na internet, desta-cando o exame daquelas interaes voltadas para reforar as lutaspor reconhecimento de minorias identitrias. A partir da anlise de

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    um frum de discusso do Orkut, a autora aponta que temas sensveiscomo questes de identidade ou definies de bem viver de um

    grupo, quando trazidas a escrutnio pblico, podem propor-cionar benefcios ou prejuzos para quem luta por reconhecimento.Concluiu-se que as conversaes polticas podem: a) revelarpremissas outrora desconhecidas e gerar o aprendizado coletivosobre os distintos modos de vida daqueles que buscam oreconhecimento; b) convocar perspectivas de vida semelhantes,cujos argumentos podem se complementar e c) abrir espao para odissenso e o desrespeito daqueles que no concordam ou no toleram

    diferentes perspectivas.O livro encerrado com o captulo de Digenes Lycario,denominado Internet e movimento ambientalista: Estratgias doGreenpeace para a Sustentao de Debates na Esfera Pblica. Otexto dedica-se a analisar a interface existente entre a internet e esferapblica, tomando como mote a existncia de um vnculo estruturalentre os eventos de mdia protagonizados pelo Greenpeace-Brasil(que alcanaram ampla cobertura pelos principais media de massado pas) e o site desta organizao na web. A inteno do autor

    verificar se o mbito comunicativo digital do Greenpeace apresentaas condies discursivas necessrias para servir como fonte dereflexo e apreciao dos insumos lanados pelos media de massa esfera de visibilidade pblica.

    Conforme poder ser verificado a partir da leitura atenta doscaptulos, a tarefa analtica dos textos ora oferecidos compreende afase mais recente de investigaes sobre Internet e democracia. Apsa literatura especializada no tema ter passado por um primeiro

    momento ou de euforia ou de ceticismo quanto aos potenciaisdemocrticos dos media digitais, uma segunda fase afasta-se docampo especulativo e procura lidar com os fenmenos atravs deexames empricos pormenorizados e com maior grau deprofundidade.