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Livro publicado em 2011 pela Editora Rubio e destinado à área de Gastrenterologia e Nutrição.
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Intestino SaudávelO r i e n t a ç õ e s e R e c e i t a s
Lucia Camara Castro OliveiraFlávia de Alvarenga Netto
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lOliveira | Alvarenga NettoO
intestino, durante muitos anos, foi considerado apenas por sua
função de absorção e eliminação dos alimentos sob a forma de
um bolo fecal. Com o avanço da medicina e a descoberta de vários re-
ceptores localizados nas células intestinais e, ainda, o reconhecimento
da microbiota (bactérias intestinais) como um verdadeiro ecossistema,
este órgão passou a ser visto como nosso “segundo cérebro”.
A saúde deste complexo órgão depende de uma série de fatores, a
maioria deles relacionados com os nossos hábitos de vida, principal-
mente a nossa alimentação.
Intestino Saudável: Orientações e Receitas aborda de maneira simples
e objetiva as informações essenciais sobre o funcionamento do intes-
tino, apresentando, ainda, deliciosas receitas compostas por alimentos
ricos em fibras, vitaminas e minerais indispensáveis a uma alimentação
balanceada. Assim, torna-se uma ferramenta essencial tanto para a
compreensão do organismo, como para a prevenção de doenças e o
aprimoramento da qualidade de vida.
Outros títulos de interesse
Alimentos Funcionais – Componentes Bioativos e Efeitos FisiológicosNeuza Maria Brunoro CostaCarla de Oliveira Barbosa Rosa
Bases da Nutrição Clínica, 3a ed.Lubos Sobotka (ESPEN)
Bizu de Nutrição – 3.000 Questõespara Concursos, 2a ed.Cláudia dos Santos Cople RodriguesMarina da Silva T. NaegeliAlexandra G. da Silva Rodrigues
Coloproctologia – Clínica e CirurgiaVideolaparoscópicaCesar Guerreiro de CarvalhoFábio Guilherme C. M. de CamposUnivaldo Etsuo SagaeAfonso H. da Silva e Sousa Jr.
Contagem de Carboidratos noDiabetes MelitoEliane Lopes RosadoDébora Lopes Solto
Fisiologia AnorretalLucia Camara Castro Oliveira
Nutrição – da Gestação ao EnvelhecimentoMárcia Regina Vitolo
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Nutrição Clínica – Sistema DigestórioNelzir Trindade Reis
Nutrição Contemporânea –Saúde com SaborMarcela KnibelDora Cardoso
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Tabela de Composição Química dos Alimentos e Medidas Caseiras –Guia de BolsoManuela Pacheco
Tabela de Equivalentes, Medidas Caseiras e Composição Químicados AlimentosManuela Pacheco
Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site: www.rubio.com.br
Sobre as autoras
Lucia Camara Castro Oliveira
Doutora em Cirurgia pela Universidade de São Paulo (USP).
Pós-Graduação em Coloproctologia (Fellowship) pela Cleveland Clinic – Flórida, EUA.
Chefe do Setor de Fisiologia Anorretal da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.
Titular da Sociedade Brasileria de Coloproctologia e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
Flávia de Alvarenga Netto
Médica Especialista em Nutrologia.
Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE).
Professora do Instituto de Nutrição da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Residência em Clínica Médica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
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Intestino SaudávelO r i e n t a ç õ e s e R e c e i t a s
Lucia Camara Castro OliveiraDoutora em Cirurgia pela Universidade de São Paulo (USP).
Pós-Graduação em Coloproctologia (Fellowship) pela Cleveland
Clinic – Flórida, EUA.
Chefe do Setor de Fisiologia Anorretal da Policlínica Geral do Rio
de Janeiro.
Titular da Sociedade Brasileria de Coloproctologia e do Colégio
Brasileiro de Cirurgiões.
Flávia de Alvarenga NettoMédica Especialista em Nutrologia.
Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE).
Professora do Instituto de Nutrição da Santa Casa da Misericórdia
do Rio de Janeiro.
Residência em Clínica Médica pela Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ).
Intestino SaudávelO r i e n t a ç õ e s e R e c e i t a s
Intestino Saudável – Orientações e Receitas
Copyright © 2011 Editora Rubio Ltda.
ISBN 978-85-7771-081-2
Todos os direitos reservados.
É expressamente proibida a reprodução
desta obra, no todo ou em partes,
sem a autorização por escrito da Editora.
Produção e Capa
Equipe Rubio
Editoração Eletrônica
Trio Studio
Intestino Saudável – Orientações e Receitas / [editores] Lucia Camara Castro Oliveira,
Flávia de Alvarenga Netto. – Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2011.
Inclui bibliografi a
ISBN 978-85-7771-081-2
1. Intestino – Prevenção e Cuidados. 2. Nutrição – Recomendações Dietéticas. I.
Oliveira, Lucia Camara Castro. II. Alvarenga Netto, Flávia de. III. Título.
CDD 616.35
Editora Rubio Ltda.
Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l 204 – Castelo
20021-120 – Rio de Janeiro – RJ
Telefax: 55 (21) 2262-3779 · 2262-1783
E-mail: [email protected]
www.rubio.com.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
PREFÁCIO
At itudes saudáveis ao longo da vida têm mostrado um grande
benefício na prevenção de doenças e na atenuação de sinto-
mas decorrentes de distúrbios adquiridos. Entre as atitudes
consideradas saudáveis, destacamos uma alimentação balanceada,
rica em fibras, vitaminas, minerais e pobre em gorduras saturadas e
gorduras trans. Atitudes extremas, como a abolição completa da carne
animal, não são necessárias, e acreditamos que o grande segredo para
uma boa saúde seja o equilíbrio desenvolvido em todos os aspectos.
O equilíbrio na alimentação trará para o organismo alimentos saudá-
veis, com alto poder antioxidante, promovendo assim sua “proteção”.
Pode-se, com isso, “compensar” a ingestão ou o contato com outros
fatores mais nocivos com que involuntariamente nos deparamos ao
longo da vida. A ingestão de alimentos saudáveis constitui também
uma atitude preventiva: dietas ricas em vitaminas e nutrientes en-
contrados nas verduras, nos legumes e nas frutas podem prevenir o
câncer do intestino.
Um dos órgãos fundamentais no processo da alimentação é o nosso
intestino. Há quem acredite haver uma estreita relação entre o cérebro e o
intestino humano, sendo este até mesmo chamado de “segundo cérebro”.
Essa relação se faz por meio da liberação de substâncias neuroendócrinas
que atuam em diferentes setores do organismo e que, com muita frequên-
cia, infl uenciam as funções intestinais. Ao considerarmos esta hipótese,
podemos explicar em parte os mecanismos que provocam sintomas in-
testinais característicos da síndrome do intestino irritável, entre eles a
diarreia e a “prisão de ventre”.
Procuramos, com este livro, trazer aos leitores noções básicas do
funcionamento intestinal, mostrando a importância de uma alimentação
balanceada e oferecendo elementos para uma alimentação saudável. E
ainda apresentamos deliciosas receitas, preparadas com produtos ricos
em fi bras, soja e vitaminas, que poderão contribuir para uma atitude ali-
mentar mais saudável! Boa mesa!
As autoras
INTRODUÇÃO
O papel do intestino no processo digestivo foi considerado, durante
muitos anos, como sendo apenas o de absorção e eliminação dos
alimentos sob a forma de um bolo fecal. Com o avanço da medici-
na e a descoberta de vários receptores localizados nas células intestinais
e, ainda, o reconhecimento da microbiota (bactérias intestinais) como um
verdadeiro ecossistema, este órgão passou a ser visto como nosso “se-
gundo cérebro”.
A saúde deste complexo órgão depende de uma série de fatores, a maioria
destes relacionados com os nossos hábitos de vida, principalmente a nossa
alimentação. O desenvolvimento de determinadas doenças pode ter início e,
ainda, se perpetuar no próprio intestino. A obesidade, as doenças infl amató-
rias intestinais, a prisão de ventre, a diarreia, a síndrome do intestino irritável
e o câncer do intestino associam-se diretamente com erros na alimentação.
Hábitos alimentares saudáveis são capazes de prevenir doenças intestinais,
como o câncer de intestino. A ingestão de uma dieta rica em fi bras, cereais
integrais, legumes, verduras e frutas é essencial para a saúde intestinal. Em
contrapartida, dietas com alto teor de embutidos, carne vermelha, enlatados,
corantes e gorduras saturadas são extremamente prejudiciais. Consumindo
uma dieta rica em frutas, legumes e verduras, atingimos, na maioria das
vezes, nossas necessidades diárias de vitaminas, minerais e antioxidantes.
Juntos, esses elementos protegem nossas células intestinais contra danos
maiores e, portanto, auxiliam na prevenção de doenças, principalmente o cân-
cer de intestino.
Pesquisas recentes vêm demonstrando também que o equilíbrio das bac-
térias intestinais – conhecidas como lactobacilos e bifi dobactérias, ou seja,
bactérias “boas” – permite o desenvolvimento de defesas contra infecções,
alergias e, mesmo, infl amação deste órgão e do organismo como um todo.
Essas bactérias podem apresentar desequilíbrio em várias situações, como em
infecções, com o uso de antibióticos e em vigência de uma dieta inadequada.
Hoje, sabe-se que determinados alimentos podem estimular o crescimento e a
manutenção de bactérias benéfi cas para o nosso intestino. Muitos distúrbios
do aparelho digestivo podem ser tratados com mudanças nos hábitos de vida,
mediante alimentação correta, realização de atividade física e medidas de re-
laxamento como meditação ou ioga.
Evidências mais recentes comprovam a existência de uma relação direta
entre o cérebro e o intestino. A produção e liberação de substâncias neuro-
transmissoras pelo cérebro, que agem diretamente nos receptores localizados
nas células intestinais, têm sido capazes de explicar várias alterações funcio-
nais deste órgão. A descoberta do eixo cérebro-intestino permitiu o advento de
novas opções terapêuticas para o tratamento de alguns distúrbios intestinais,
como a síndrome do intestino irritável, muito frequente nos dias atuais.
Ao longo deste livro, tentaremos esclarecer alguns mitos relacionados com
o funcionamento do intestino e as doenças que o acometem. Imaginando que
a doença mais grave e temida seja o câncer do intestino, esperamos, com esta
leitura, contribuir para que as mudanças nos hábitos de vida aqui sugeridos
possam ajudá-los a iniciar a prevenção desta terrível doença.
SUMÁRIO
PARTE 1 – INTESTINO: FUNCIONAMENTO, DISTÚRBIOS E
PREVENÇÃO DE DOENÇAS, 1
Capítulo 1 – Noções Básicas do Funcionamento Intestinal, 3
Capítulo 2 – O Papel das Fibras na Saúde do Intestino, 9
Capítulo 3 – Outras Dicas para um Intestino Saudável, 15
Capítulo 4 – Constipação Intestinal e suas Consequências, 21
Capítulo 5 – Diarreia, 25
Capítulo 6 – Doença Diverticular, 31
Capítulo 7 – Intestino Irritável, 33
Capítulo 8 – Doenças Infl amatórias Intestinais, 37
Capítulo 9 – Alimentação Saudável como Prevenção do Câncer de
Intestino, 43
PARTE 2 – RECEITAS, 49
SALGADOS, 51
Pão de Queijo com Soja, 53
Capponata de Berinjela Edel Wegbrayt, 54
Grissinis de Soja, 56
Creme de Tomate e Manjericão, 57
Sufl ê de Couve-Flor, 58
Estrogonofe Vegetariano, 59
Biju de Tapioca Recheado, 60
Sopa de Lentilhas, 61
Trigo com Cogumelos, 62
Peixe no Sal Grosso, 63
Sopa de Abóbora, 64
Cuscuz Paulista, 65
Berinjela Mediterrânea, 66
Lasanha Light, 67
Sopa de Feijão Frade com Brotos, 68
Berinjela Calabresa, 69
DOCES, 71
Muffi n de Chocolate, 73
Biscoito de Aveia, 74
Pão de Banana, 75
Torta Doce de Ricota, 76
Creme de Papaia, 77
BEBIDAS, 79
Coquetel de Frutas, 81
Coquetel de Abacaxi, 82
Suco de Limão, 83
Suco Bomba, 84
RECEITAS PARA PORTADORES DE DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS, 85
Tomates Recheados, 87
Purê de Abóbora, 88
Sopa de Tomate com Manjericão, 89
Legumes ao Forno, 90
Linguado ao Molho de Cottage, 92
Flã de Goiaba, 93
Creme de Manga, 94
Refresco de Uva com Modulen®, 95
Modulen® com Nescafé®, Gengibre e Canela, 96
Modulen® com Melão e Maçã, 97
1. Noções Básicas do Funcionamento Intestinal, 3
2. O Papel das Fibras na Saúde do Intestino, 9
3. Outras Dicas para um Intestino Saudável, 15
4. Constipação Intestinal e suas Consequências, 21
5. Diarreia, 25
6. Doença Diverticular, 31
7. Intestino Irritável, 33
8. Doenças Infl amatórias Intestinais, 37
9. Alimentação Saudável como Prevenção do Câncer de Intestino, 43
Intestino:Funcionamento, Distúrbios e Prevenção de Doenças
NOÇÕES BÁSICAS DO FUNCIONAMENTO INTESTINAL
O intestino é dividido em duas partes: o intestino delgado, onde
ocorre a absorção da maioria dos nutrientes; e o intestino grosso,
responsável pela absorção de água e alguns eletrólitos, como só-
dio e potássio. O intestino grosso é conhecido como cólon.
Nosso tubo digestivo inicia-se na boca, prolonga-se pela faringe, esô-
fago, estômago e intestino delgado, e sua parte fi nal é constituída pelo
intestino grosso. Por ser a parte fi nal de um sistema responsável pelos
processos de digestão e absorção de alimentos, é a porção destinada a
“tratar” dos resíduos alimentares que restaram desse processo. O intesti-
no delgado tem em média 6 a 9m de comprimento e o intestino grosso, cer-
ca de 1 a 1,5m. O intestino grosso (Figura 1.1) compõe-se de: ceco, cólon
ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto.
Figura 1.1 Representação esquemática do intestino grosso
Intestino Saudável – Orientações e Receitas
4
A parte inicial ou proximal do intestino grosso é conhecida como ceco,
que recebe o conteúdo líquido do intestino, chamado quimo. A partir do
ceco, o quimo vai sendo deslocado para os outros segmentos do intestino
grosso, ocorrendo a absorção da água e a formação das fezes (Figura 1.2).
A propulsão desse conteúdo fecal é possível pela atividade de três feixes
musculares ao longo do intestino, conhecidas como tênias (Figura 1.3).
Em alguns indivíduos, a diminuição da atividade dessa musculatura leva
ao aumento do tempo de trânsito colônico e, em consequência, à constipa-
ção intestinal, a chamada “prisão de ventre”. Medicamentos que aumen-
tam as contrações dessa musculatura, como alguns laxantes irritantes,
aceleram o trânsito intestinal e podem causar diarreia.
O intestino grosso tem, então, como função a absorção fi nal de água,
além de vitaminas (p. ex., a vitamina K) e minerais. Além disso, absorve
alguns eletrólitos como sódio, potássio, magnésio e cloro. E ainda elimina
Figura 1.2 Trajeto e formação das fezes
DOENÇA DIVERTICULAR
Divertículos são formações saculares na parede intestinal que
ocorrem em virtude do enfraquecimento das camadas dessa pa-
rede e estão associadas a esforço peristáltico crônico e aumento
da pressão na luz intestinal. São adquiridos e podem ser encontrados em
todo o intestino grosso, particularmente no cólon sigmoide, e em indivíduos
com mais de 80 anos. Nos últimos anos, o aparecimento de divertículos
em indivíduos jovens tem aumentado; e este fato provavelmente está re-
lacionado com maus hábitos alimentares, principalmente em países oci-
dentais. Fatores genéticos também podem estar envolvidos no surgimento
de divertículos.
A única forma de prevenção dessa doença é o consumo de uma dieta
rica em fi bras – ou seja, consumo elevado de legumes, verduras, frutas e
grãos integrais. A quantidade ideal de fi bra para tal prevenção correspon-
de a 30 a 35g de fi bras solúveis e insolúveis por dia.
Os divertículos podem infl amar a parede intestinal, o que chamamos
de diverticulite. A diverticulite é uma complicação da doença que deve
sempre ser avaliada por um médico e que se caracteriza, na maioria das
vezes, por quadro de dor abdominal, alteração do ritmo intestinal, enjoo e
febre. É possível a ocorrência de infl amação do divertículo sem febre, mas
dor abdominal está sempre presente. O tratamento da diverticulite na fase
inicial da doença pode evitar complicações mais graves como ruptura do
intestino e peritonite, que impõe tratamento cirúrgico de urgência.
A recomendação de que os portadores de divertículos evitem o uso
de alimentos com sementes, como morango, tomate, gergelim, entre ou-
tros, não tem, em princípio, comprovação científi ca. Até hoje não há na
Intestino Saudável – Orientações e Receitas
32
literatura evidência de que a infl amação dos divertículos seja secundária
à impactação desses alimentos no interior desses orifícios. Parece, sim,
que a infl amação do divertículo tem relação com desequilíbrio da micro-
biota intestinal que desencadearia a proliferação de bactérias patogêni-
cas e o aparecimento de processo infl amatório da parede do divertículo.
Na verdade existem teorias, mas não conseguimos determinar qual é o
fator causador da infl amação. Portanto, até o momento não há por que
proibir o consumo dessas sementes, que na verdade são fontes de fi bras
e, por isso, devem ter seu consumo estimulado.
Durante o processo infl amatório de uma crise de diverticulite, deve-se
recomendar modifi cação da dieta; nesse caso, deve-se evitar o uso de fi -
bras, pelo risco aumentado de ruptura da parede do intestino. Após a re-
solução do quadro infl amatório, pode-se estimular novamente o consumo
aumentado de fi bras e sementes integrais.
REFERÊNCIAS
Commane DM, Arasaradnam RP, Mills S, Mathers JC, Bradburn M. Diet, ageing and genetic
factors in the pathogenesis of diverticular disease. World J Gastroenterol 2009;
15(20):2479-88.
Marcason W. What is the latest research regarding the avoidance of nuts, seeds, corn, and
popcorn in diverticular disease? J Am Diet Assoc 2008; 108(11):1956.
Mueller MH, Glatzle J, Kasparek MS, Becker HD, Jehle EC, Zittel TT, Kreis ME. Long-term
outcome of conservative treatment in patients with diverticulitis of the sigmoid colon.
Eur J Gastroenterol Hepatol 2005; 17(6):649–54.
Rocco A, Compare D, Caruso F, Nardone G. Treatment options for uncomplicated diverticular
disease of the colon. J Clin Gastroenterol 2009; 43(9):803-8.
Trivedi CD, Das KM; NDSG. Emerging therapies for diverticular disease of the colon. J Clin
Gastroenterol 2008; 42(10):1145-51.
Weisberger L, Jamieson B. Clinical inquiries: how can you help prevent a recurrence of
diverticulitis? J Fam Pract 2009; 58(7):381-2.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL COMO PREVENÇÃO DO CÂNCER DE INTESTINO
O desenvolvimento da maioria dos tumores malignos mais fre-
quentes tem relação com o meio ambiente, particularmente com
os hábitos de vida. Hábitos alimentares inadequados têm sido
responsáveis por cerca de 35% dos casos de câncer, principalmente de
mama, estômago e intestino. Particularmente, o aparecimento do maior
número de casos de câncer do intestino relaciona-se com uma varieda-
de de fatores externos que infl uenciam o nosso organismo, a maioria dos
quais é de origem alimentar e relacionada com o sedentarismo.
O consumo de alimentos gordurosos por longos períodos e em grande
quantidade parece proporcionar um ambiente ideal para a alteração das célu-
las intestinais e o desenvolvimento de câncer. Além disso, o alto consumo de
alimentos industrializados ricos em substâncias sabidamente cancerígenas,
como os nitritos e nitratos presentes nos embutidos e enlatados, ou alimen-
tos ricos em alcatrão, como os defumados e as carnes assadas de churrasco,
também estão diretamente relacionados com o desenvolvimento de câncer.
Além do tipo de alimento e do método de conservação, o modo de preparo
também parece aumentar o risco de câncer. Deve-se evitar fritar ou prepa-
rar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas. Alimentos fritos e carnes
muito queimadas liberam no organismo, no momento do processo digestivo,
substâncias altamente tóxicas para as nossas células, conhecidas como ra-
dicais livres. Esses radicais livres são tóxicos, pois alteram o funcionamento
normal das células e, dito de maneira simplifi cada, estimulam alterações na
estrutura normal dessas células que podem iniciar em algum momento uma
multiplicação acelerada – processo que origina o câncer propriamente dito.
Intestino Saudável – Orientações e Receitas
44
Há anos, pesquisas apontam a hipótese de correlação entre obesidade e
risco aumentado de câncer. A produção aumentada do hormônio estrogênio
pelo tecido gorduroso parece ser um dos fatores responsáveis por esse risco.
Outros fatores seriam o aumento da insulina e a própria resistência à insulina.
A incidência elevada de câncer do intestino no Ocidente tem sido relacionada
à obesidade por ser esta condição cada vez mais frequente em nosso meio
e nos diferentes países industrializados. Na verdade, todos esses fatores se
inter-relacionam: a obesidade é consequência de erro alimentar e de sedenta-
rismo, que geram o câncer e diversas outras alterações que comprometem a
qualidade de vida desses indivíduos. Estudos mostraram estreita relação en-
tre peso elevado (índice de massa corporal [IMC] acima de 30kg/m2) e câncer
do intestino, principalmente em homens. Mais positiva ainda é a correlação de
circunferência abdominal aumentada com maior risco de câncer.
A relação entre dieta à base de carne e gordura e o risco de câncer do
intestino é a hipótese mais antiga e mais investigada. Foram feitas várias
tentativas de se explicar essa correlação, como o aumento da produção de
bile e o aumento da lesão das células do intestino pela elevada produção
de radicais livres induzida pela ingestão exagerada de gordura saturada.
Portanto, uma dieta com consumo aumentado de carne vermelha e alimen-
tos processados, ricos em gordura saturada, está relacionada com câncer do
intestino. Em contrapartida, o consumo de uma dieta à base de peixe e carne
branca sem pele, além de grande quantidade de fi bras solúveis e insolúveis,
que podem ser encontradas nas frutas, nos vegetais e nos cereais integrais,
está relacionado com a prevenção do câncer do intestino e de outros órgãos.
O consumo de uma dieta rica em fi bras vem sendo, ao longo de muitos
anos, associado a baixo risco de desenvolvimento de câncer do intestino.
O consumo de vegetais tem sido associado de modo mais consistente à
redução desse risco. Os grãos integrais também vêm se mostrando fatores
protetores contra este risco, e os produtos fabricados com grãos refi nados
têm sido relacionados com aumento desse risco.
Alimentação Saudável como Prevenção do Câncer de Intestino
47
O consumo de vinho e de chocolate deve ser estimulado, porém de maneira
moderada, visto que o consumo abusivo de álcool e o risco de obesidade pelo
consumo de chocolate podem inibir os efeitos benéfi cos de seus componentes
e aumentar o risco para algumas doenças, entre elas o câncer.
Hábitos alimentares saudáveis, que cumpram seu papel de prevenção
contra doenças crônicas, particularmente o câncer do intestino, devem ser
iniciados na infância e seguidos ao longo da vida, ou então adotados em
uma determinada etapa da vida e mantidos por longo tempo.
É importante que a população saiba que hábitos de vida saudáveis, que
incluam uma dieta pobre em gordura saturada e rica em fi bras, além da prá-
tica de atividade física regular e redução do estresse, são fundamentais para
a prevenção de determinadas doenças, principalmente o câncer do intestino.
Além dos fatores dietéticos a que nos referimos anteriormente e que estão
resumidos na Tabela 9.1, outros fatores que integram o conceito de qualidade
de vida devem ser adotados para que os riscos de desenvolvimento de câncer
sejam reduzidos – portanto, a interrupção do tabagismo e a prática regular
de atividade física também integram a estratégia para a prevenção.
Tabela 9.1 Elementos protetores e nocivos para o câncer do intestino
Nutrientes protetores
Alimentos protetores
Elementos potencialmentenocivos
Vitaminas A, E, C, D Soja Carne vermelha
Cálcio Couve-fl or Gorduras
Selênio Uvas* Enlatados
Fibras Tomate** Embutidos
Alho*** Álcool
Açafrão **** Corantes
* Contêm substâncias protetoras: resveratrol, catequinas.** Contém licopeno.*** Contém duas substâncias protetoras: dialil sulfeto e dialil dissulfeto.**** Contém curcumina.
Intestino Saudável – Orientações e Receitas
48
REFERÊNCIAS
Dahm CC, Keogh RH, Spencer EA, Greenwood DC, Key TJ, Fentiman IS, Shipley MJ, Brunner
EJ, Cade JE, Burley VJ, Mishra G, Stephen AM, Kuh D, White IR, Luben R, Lentjes MA,
Khaw KT, Rodwell Bingham SA. Dietary fi ber and colorectal cancer risk: a nested case-
control study using food diaries. J Natl Cancer Inst 2010; 102(9):614-26.
Kim YI. Nutritional epigenetics: impact of folate defi ciency on DNA methylation and colon
cancer susceptibility. J Nutr 2005;135(11):2703-9.
Novotny L, Rauko P, Kombian SB, Edafi ogho IO. Selenium as a chemoprotective anti-cancer
agent: reality or wishful thinking? Neoplasma 2010; 57(5):383-91.
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cancer prevention. Infl amm Allergy Drug Targets 2010; 9(3):181-91.
Tsugane S, Inoue M. Insulin resistance and cancer: epidemiological evidence. Cancer Sci
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1. Salgados, 51
2. Doces, 71
3. Bebidas, 79
4. Receitas para Portadores de Doenças Infl amatórias Intestinais, 85
Salgados 1
53
Salgados
PÃO DE QUEIJO COM SOJA
INGREDIENTES
■ 1 xícara (de chá) de leite desnatado frio.
■ 1 xícara (de chá) de óleo de canola.
■ 3 ovos batidos.
■ 2 xícaras (de chá) de polvilho doce.
■ 1 xícara (de chá) de farinha de soja.
■ 100g de queijo minas ralado.
■ 50g de queijo parmesão ralado.
■ Sal a gosto.
PREPARO
1. Bata no liquidifi cador o leite, o óleo, os ovos, o polvilho, a farinha de
soja, o sal, o queijo minas e o parmesão ralado.
2. Coloque a preparação em forminhas de papel no 4.
3. Coloque em assadeira e leve ao forno preaquecido a 170ºC por 40
minutos ou até a massa crescer e dourar ligeiramente.
4. Sirva quente.
54
Intestino Saudável – Orientações e Receitas
CAPPONATA DE BERINJELA EDEL WEGBRAYT
INGREDIENTES
■ 1 berinjela grande.
■ 3 tomates médios sem sementes.
■ 1 pimentão amarelo pequeno.
■ ½ maço pequeno de manjericão.
■ 3 talos médios de salsão sem as folhas.
■ ½ xícara (de chá) de azeite de oliva próprio para fritura.
■ 1 cebola pequena picada.
■ 2 dentes de alho amassados.
■ 250g de uva-passa preta.
■ 1 colher (de chá) de açúcar.
■ ½ xícara (de chá) de vinagre de maçã.
■ 10g (2 envelopes) de FiberMais®.
■ Sal a gosto.
PREPARO
1. Picar a berinjela em cubos de 1cm e colocar em um escorredor.
2. Salpicar sal a gosto e deixar por 20 minutos.
3. Lavar a berinjela e secar com toalha de papel.
4. Picar os tomates em pedaços pequenos.
5. Picar em cubinhos pequenos o pimentão, sem as sementes e os
fi lamentos internos.
6. Separar as folhas do manjericão.
7. Picar os talos de salsão em pedaços pequenos.
8. Refogar a berinjela bem seca no azeite previamente aquecido até
dourar.
Doces 2
73
Doces
MUFFIN DE CHOCOLATE
INGREDIENTES
■ 1 ½ xícara (de chá) de farinha de trigo.
■ 1 xícara (de chá) de farinha de soja.
■ 1 xícara (de chá) de açúcar.
■ ½ xícara (de chá) de chocolate em pó.
■ ½ xícara (de chá) de água quente.
■ ½ xícara (de chá) de óleo.
■ 2 ovos.
■ 2 colheres (de chá) de fermento em pó.
PREPARO
1. Peneirar juntos os ingredientes secos.
2. Acrescentar a água, o óleo e os ovos, misturando todos os ingre-
dientes até formar uma massa homogênea.
3. Por último, incorporar o fermento em pó, mexendo levemente.
4. Colocar a massa em fôrmas individuais para muffi n.
5. Levar ao forno preaquecido à temperatura de 180ºC por 10 minutos.
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Intestino Saudável – Orientações e Receitas
BISCOITO DE AVEIA
INGREDIENTES
■ 1 xícara (de chá) de farinha de trigo integral.
■ ½ xícara (de chá) de aveia de cozimento rápido.
■ 1 colher (de sopa) de fermento em pó.
■ 1 colher (de chá) de açúcar granulado.
■ ½ colher (de chá) de sal.
■ ¹/³ xícara (de chá) de margarina.
■ ¹/³ xícara (de chá) de leite.
PREPARO
1. Em uma tigela, misture os ingredientes secos.
2. Corte a margarina até desintegrar-se.
3. Adicione o leite e misture bem.
4. Distribua a massa em uma camada fi na de 2cm de espessura, corte
em 9 círculos.
5. Asse em forno preaquecido a 220ºC, por 12 a 15 minutos ou até
dourar.
Bebidas 3
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Bebidas
COQUETEL DE FRUTAS
INGREDIENTES
■ 1 xícara (de chá) de suco de laranja.
■ Suco de 1 limão.
■ 1 xícara (de chá) de água.
■ 4 morangos.
■ 1 colher (de sobremesa) rasa de adoçante.
■ 1 colher (de sopa) de FiberMais®.
■ 1 folha de hortelã para decorar.
PREPARO
1. Misture todos os ingredientes no liquidifi cador.
2. Peneire em seguida.
3. Coloque o coquetel em taças.
4. Decore com folha de hortelã.
5. Sirva gelado ou com 1 pedra de gelo.
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Intestino Saudável – Orientações e Receitas
COQUETEL DE ABACAXI
INGREDIENTES
■ 3 xícaras (de chá) de abacaxi picado.
■ 1 colher (de sopa) de hortelã picada.
■ ½ colher (de chá) de gengibre picado.
■ 1 xícara (de chá) de água.
■ 1 colher (de sopa) de açúcar.
■ 5g (1 sachê/colher de sopa) de FiberMais®.
PREPARO
1. Corte todos os ingredientes, elimine as cascas.
2. 1 colher (de sopa) de FiberMais®.
3. Misture tudo no liquidifi cador.
4. Peneire em seguida.
5. Coloque o coquetel em taças.
6. Decore com folha de hortelã.
7. Sirva gelado ou com 1 pedra de gelo.
Receitas 4para Portadores
de Doenças
Infl amatórias
Intestinais
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Receitas para Portadores de Doenças Infl amatórias Intestinais
TOMATES RECHEADOS
INGREDIENTES
■ 2 tomates grandes.
■ 1 colher (de chá) de azeite.
■ 1 colher (de chá) de sal.
■ ½ xícara (de chá) de queijo minas fresco ralado.
■ 1 colher (de sopa) de cebolinha verde picada.
■ 2 medidas de Modulen®* IBD.
PREPARO
1. Corte uma tampa dos tomates e retire as sementes com o auxílio de
uma colher. Reserve.
2. Em uma tigela, misture o azeite com o sal, o queijo, a cebolinha, o
Modulen® e 3 colheres (de sopa) de água.
3. Recheie os tomates e sirva.
* Modulen® – dieta enteral especializada para portadores de doenças infl amatórias
intestinais.
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Intestino Saudável – Orientações e Receitas
PURÊ DE ABÓBORA
INGREDIENTES
■ 300g de abóbora descascada.
■ 1 colher (de chá) de sal.
■ ½ colher (de sopa) de margarina light.
■ 1 colher (de sopa) de salsa picada.
■ 12 medidas de Modulen® IBD.
PREPARO
1. Corte a abóbora em cubos e cozinhe em ½ xícara (de chá) de água
com o sal, por cerca de 15 minutos ou até secar a água.
2. Retire os cubos de abóbora da panela e amasse-os com um garfo.
3. Misture a margarina, a salsa e o Modulen® até fi car homogêneo.
4. Sirva em seguida.