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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDEDORISMO Profª. Rísia Kaliane Tipos de Empreendedorismo Intra-Empreendedorismo ou Empreendedorismo Corporativo Texto extraído do site: www.artigonal.com Autoria: Marizete Furbino (Administradora, Consultora e Professora Universitária na UNIPAC - Vale do Aço). No séc. XXI, o que se verifica em demasia, é que o mercado está cada vez mais exigente e tal exigência se faz necessária, para alcançar pelo menos sobrevivência no mesmo. Por isso, podemos considerar como uma das características deste mercado, a crueldade. Apenas permanecem no mercado os ótimos, os mais ou menos e até os bons serão esmagados pelos pés invisíveis do mesmo, portanto, há uma necessidade urgente, dos funcionários de se tornarem colaboradores intra-empreendedores, e das organizações se transformarem em organizações empreendedoras, caso contrário, serão engolidos pelos concorrentes, não permanecendo no mesmo. Com a competitividade cada vez mais acirrada, diplomas e mais diplomas não conta tanto, como no século anterior, o que se avalia muito, é, se o funcionário faz jus de fato ao titulo de colaborador, ou seja, se é realmente um intra- empreendedor, um colaborador pró-ativo, que possui iniciativa, visão do cenário de mercado, sempre preocupado com seus comportamentos e atitudes, enfim, se é um profissional que cuida da organização e executa ações como se o empreendimento fosse seu, enxergando-o com olhos não vendados e sim bem abertos, procurando agir sempre com ousadia, criatividade, inovação, se antecipando aos fatos, buscando mais e mais conhecimentos para alcançar eficiência e eficácia, procurando assim, fazer o diferencial.

Intra- Empreendedorismo

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDODEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

Profª. Rísia Kaliane

Tipos de Empreendedorismo

Intra-Empreendedorismo ou Empreendedorismo Corporativo

Texto extraído do site: www.artigonal.com Autoria: Marizete Furbino (Administradora, Consultora e Professora Universitária na UNIPAC - Vale do Aço).

No séc. XXI, o que se verifica em demasia, é que o mercado está cada vez mais exigente e tal exigência se faz necessária, para alcançar pelo menos sobrevivência no mesmo. Por isso, podemos considerar como uma das características deste mercado, a crueldade. Apenas permanecem no mercado os ótimos, os mais ou menos e até os bons serão esmagados pelos pés invisíveis do mesmo, portanto, há uma necessidade urgente, dos funcionários de se tornarem colaboradores intra-empreendedores, e das organizações se transformarem em organizações empreendedoras, caso contrário, serão engolidos pelos concorrentes, não permanecendo no mesmo.

Com a competitividade cada vez mais acirrada, diplomas e mais diplomas não conta tanto, como no século anterior, o que se avalia muito, é, se o funcionário faz jus de fato ao titulo de colaborador, ou seja, se é realmente um intra-empreendedor, um colaborador pró-ativo, que possui iniciativa, visão do cenário de mercado, sempre preocupado com seus comportamentos e atitudes, enfim, se é um profissional que cuida da organização e executa ações como se o empreendimento fosse seu, enxergando-o com olhos não vendados e sim bem abertos, procurando agir sempre com ousadia, criatividade, inovação, se antecipando aos fatos, buscando mais e mais conhecimentos para alcançar eficiência e eficácia, procurando assim, fazer o diferencial.

Por outro lado, é preciso que as organizações propiciem e incentivem um clima organizacional, onde possam implementar o empreendedorismo e o intra-empreendedorismo.

Para o intra-empreendedor, ele não é um mero funcionário da organização, ele é além de colaborador, um intra-empreendedor, seu sentimento é intenso pela organização no qual faz parte, sentimento este, de “fazer parte” daquela organização no qual executa suas funções e que o impulsiona a agir com eficiência, alcançando a eficácia em tudo que faz.

Assim como os donos do negócio, os intra-empreendedores preocupam-se com o negócio, perseguem metas e buscam soluções em prol da lucratividade. Suas ações são pautadas na ética e na cidadania. Sabem de fato o que fazer para contribuir com a organização, sabem onde querem chegar, que caminho percorrer e quais estratégias utilizar, para alcançar as metas e objetivos traçados. Querem fazer a diferença dentro de uma organização, buscando sempre lugar de destaque.

O intra-empreendedor, além de respeitar e valorizar cada ser humano existente na organização e acreditar que cada pessoa tem o seu talento, e que constituem o maior patrimônio de uma organização, também, tem consciência e sabedoria do valor de um

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trabalho realizado em equipe, procurando atuar sempre como em um time, somando talentos e forças, fazendo a diferença. Sabe que, os ativos intelectuais, tornaram-se elementos de suma importância no mundo dos negócios, constituindo-se assim, vantagens competitivas no mercado, portanto, tem plena consciência de que, investindo nas pessoas, estará investindo na própria organização, pois, as pessoas são fontes geradoras de capital, gerando capital para a organização através de suas competências, atitudes e condutas. Sabem também, que o conhecimento é a base principal no que tange a valorização das organizações de hoje, chegando a ser considerado, como o maior commodity do séc. XXI.

O maior desafio de um intra-empreendedor consiste em apresentar e executar suas idéias dentro das organizações, principalmente no que tange às organizações tradicionais, organizações estas, que possuem toda uma forma de pensar, ver e de encarar o mercado de maneira diferente, procurando então, além de apresentar suas idéias, incutir nestas os novos valores e princípios, procurando mostrar o valor do intra-empreendedorismo, revertendo assim, todo o quadro, e fazendo acontecer. Mesmo assim, para um intra-empreendedor, isto não constitui um fardo, e sim um desafio, pois, por amar muito o que faz, se entrega de corpo e alma, se doa, não sentindo o peso, devido ter muito prazer em suas ações. O trabalho, para um intra-empreendedor, se resume em momentos prazerosos, daí o comprometimento e envolvimento em tudo que faz, resultando no rebento denominado sucesso.

Neste cenário de mercado, onde a competitividade é demasiadamente acirrada, é preciso, que as organizações se tornem organizações empreendedoras e que os funcionários, se tornem colaboradores intra-empreendedores, caso contrário, não permanecerão no mercado.

Exemplo de Intra-empreendedorismo

Caso: Gleice Luciane

Há 9 anos na indústria automotiva francesa que produz automóveis sob as marcas Peugeot e Citroën em Resende –RJ, Gleice Luciane é a atual Coordenadora de Processos.

Admitida em 2000 como estagiária no Setor de Engenharia da chaparia, ela enfrentou grandes desafios, sendo o primeiro deles o fato de não falar francês. Gleice conta que aos poucos, com ajuda de colegas, exercitando a desinibição e a coragem para falar, aprendeu em pouco tempo. Em 2001, recebeu a demanda de realizar um “estágio-operário”, que consistia em passar cerca de duas semanas realizando um trabalho mecânico e repetitivo no chão da fábrica. Desse estágio, Gleice elaborou um relatório que foi considerado excelente em conjunto com outros três operadores pertencentes a este posto de trabalho. Nessa oportunidade, percebeu que grandes idéias podem vir daqueles que executam as tarefas, pois segundo ela, eles sempre têm algo que não está escrito em nenhum livro ou norma da empresa, eles têm o savoir-faire (saber fazer) – o conhecimento tácito que adquiriram no dia-a-dia, um tesouro de oportunidades de melhoria nos processos quepoucos dão importância.

Não demorou um mês para que ela fosse efetivada como Analista de Processos do Setor de Engenharia, ainda no 8º período da graduação de Engenharia de Produção, se tornando responsável pela linha de produção de assoalhos do veículo Peugeot 206.

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Conta que ganhar credibilidade e respeito em um ambiente completamente masculino foi um grande obstáculo. Diz sorrindo que a estratégia adotada foi não se mostrar mulher neste ambiente, ou seja, ela estava sempre vestida de jaleco fechado, cabelos presos, botas de segurança com biqueira de aço, além disso buscou rapidamente dominar as atividades que os operadores executavam e sempre ouvir atentamente suas idéias de melhoria pontuais nos processos. Quando assumiu esse cargo, a linha tinha capacidade de produzir 12 veículos por hora, ela conseguiu aumentar seu potencial produtivo para 13,5 e, posteriormente, para 16 veículos por hora. O segredo foi sempre envolver todos os operadores do chão de fábrica no planejamento das melhorias, a fim de que eles se sentissem responsáveis pelo sucesso de cada modificação.

“Otimizar processos fechada em uma sala com um grupo de engenheiros e tentar implementar no chão da fábrica sem o envolvimento de quem realiza as tarefas, tem tudo para ser um fiasco”.

Gleice recebeu aumentos de salário de mérito todos os anos, devido sua performance e os bons resultados dos projetos, passando de Analista de Processos Pleno para Especialista de Processos, subindo dois níveis dentro da organização antes mesmo de se formar.

Depois disso, recebeu um novo desafio: gerenciar um projeto de modificação da lógica de comando dos dispositivos de solda da linha de assoalho, cujo objetivo era passá-los de pneumáticos para eletro-pneumáticos. Segundo ela, existia um gargalo no processo atual e essa modificação iria trazer grandes benefícios para a equipe de manutenção na detecção de defeitos. Como não detinha esse conhecimento, solicitou férias e durante duas semanas de suas férias entrou em contato com um fornecedor especialista e foi para São Paulo conhecer os princípios e as instalações necessárias a essa modificação. Iniciou o projeto ficando o tempo todo no canteiro de obras observando cada detalhe, e hoje é a única especialista da fábrica em automação.

Após o sucesso no gerenciamento de projetos ligados à gestão e otimização de processos produtivos, em destaque: Peugeot 206 SW, face lifting do Citroen Picasso e Peugeot 207, Gleice obteve reconhecimento nos diversos níveis da organização pelo dinamismo e forte comprometimento com os resultados, chegando a alcançar a coordenação da equipe de engenheiros de concepçãofuncional de produtos no Mercosul.

Gleice ainda deixa a dica que para ser um empreendedor corporativo de sucesso:“Não basta somente conhecer tecnicamente cada processo , é preciso visualizá-

los sob uma ótica macro a fim de promover, de forma contínua, uma gestão integrada entre os diversos processos e a estratégia de negócios da organização”.

Questões de Discussão:

1) O que é intra-empreendedorismo?

2) O intra-empreendedorismo pode ser considerado como mais um modismo do mundo dos negócios?

3) Quais as principais características do intra-empreendedor? De que maneira essas características diferem das de um empreendedor?

4) Qual a relação do intra-empreendedorismo com a Engenharia?

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