Introdução à Macroeconomia

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Aula 04 Introduo MacroeconomiaObjetivosAo final desta aula esperamos que voc seja capaz de desenvolver em voc as seguintes habilidades: Diferenciar contabilidade social e determinao da renda nacional Demonstrar a diferena entre produto interno bruto (PIB) e produto nacional bruto. (PNB)

Pr-requisitos importante que voc pesquise nos livros de macroeconomia, mais especificamente aos temas de contabilidade social e as contas nacionais bem como de determinao da renda. Esta pesquisa melhorar o seu entendimento sobre essa aula.

IntroduoA anlise macroeconmica estuda o comportamento dos agregados macroeconmicos. O que significa agregado? Para tentar explicar, vamos usar a varivel preo. Preo o valor pago por um bem ou servio. O ndice geral de preos se refere a uma mdia de todos os preos ao nvel nacional. Por exemplo, o ndice nacional de preos ao consumidor, o INPC, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, IBGE, um valor agregado. Os principais agregados macroeconmicos so o produto, a renda e a despesa nacional. O que determina o crescimento da renda e do produto nacional? Porque na experincia econmica das naes h perodos de crescimento, outros de estagnao e at depresso econmica? Nesta aula, veremos uma introduo contabilidade social e determinao da renda nacional. O modelo que estudaremos o keynesiano. Esse modelo utilizado para explicar o crescimento do produto e da renda nacional.

4.1 - Contabilidade Social

Contabilidade Social o registro contbil da atividade produtiva de um pas num perodo de tempo, geralmente um ano A contabilidade social define e mede os principais agregados macroeconmicos, considerando valores j realizados ( ex post). O Produto Interno Bruto (PIB) de 2005 foi de R$ 1 trilho, 938 bilhes, divulgado pelo IBGE, um exemplo. 4.1.1 - Sistemas de Contabilidade Social Os principais sistemas de contabilidade social so o sistema de contas nacionais e a matriz de relaes intersetoriais.O sistema de contas nacionais utiliza o mtodo das partidas dobradas, discriminando as transaes entre os agentes macroeconmicos: famlias, empresas, governo e setor externo. A matriz de relaes intersetoriais (insumo-Produto ou Leontief) registra tambm as transaes intersetoriais. O sistema de contas nacionais o mais utilizado. Neste curso, ser estudado o sistema de contas nacionais. ( VASCONCELLOS, 2004, P. 97)

4.1.2 - Princpios Bsicos das Contas Nacionais No levantamento de dados e clculo dos agregados macroeconmicos, devem ser observadas algumas normas: Segundo Vasconcellos, ( 2004, p. 98) So consideradas apenas as transaes com bens e servios finais. No entram no clculo bens e servios intermedirios, como matria-prima e outros componentes da produo S calculada a produo corrente do prprio perodo. As transaes com bens produzidos em perodos anteriores no so consideradas; A moeda a unidade de medida, permitindo a agregar o valor de bens e servios diferentes; Os valores das transaes financeiras no so registrados. A movimentao financeira de depsitos, financiamentos, negcios em Bolsa de Valores etc. so considerados apenas transferncias e no acrscimo no produto. 4.1.3 - Economia Fechada sem Governo: Famlias e Empresas

Conforme Vasconcellos, (2004, p.203), sobre uma economia fechada sem governo:Numa economia fechada, sem governo, supe-se que as famlias e empresas so os agentes econmicos. Quais as relaes econmicas entre famlias e empresas? O conjunto das relaes econmicas entre famlias e empresas denominado fluxo circular da renda, descrito em seguida.

FLUXO CIRCULAR DA RENDA ECONOMIA FECHADA SEM GOVERNOFLUXO REALFATORES DE PRODUO FAMLIAS SALRIOS, ALUGUIS, JUROS E LUCROS EMPRESAS

FLUXO MONETARIOFAMLIAS PAGAMENTOS DE BENS E SERVIOS BENS E SERVIOS EMPRESAS

FLUXO REAL Fonte: Vasconcellos, ( 2002, p.204) As famlias ofertam s empresas os recursos produtivos trabalho e capital - e recebem a remunerao pelos recursos fornecidos na forma de salrios, lucros, juros e aluguel. As empresas demandam os recursos de produo trabalho e capital - e pagam pelos servios na forma de salrios, lucros, juros e aluguel. Na continuao das relaes econmicas, as empresas produzem e ofertam para as famlias bens e servios. As famlias compram os bens e servios e pagam o preo da aquisio. Podemos observar que h dois fluxos econmicos distintos. O primeiro o fluxo real da economia representado pela oferta de fatores de produo trabalho e capital - pelas famlias e a oferta de bens e servios pelas empresas.

O segundo fluxo monetrio, em que as empresas pagam s famlias salrios, lucros, juros e aluguel, e as famlias pagam s empresas pela compra de bens e servios. Analisando esses fluxos econmicos que so os resultados da atividade econmica, podemos perceber que h trs possibilidades para calcular os agregados macroeconmicos: pela tica da produo, pela tica da despesa e pela tica da renda.

4.1.3.1 - tica do Produto Nacional (PN) De acordo com Vasconcellos, (2004, p. 101) Produto nacional o valor de todos os bens e servios finais, medidos a preo de mercado, produzidos em determinado num dado perodo de tempo O valor permite agregar bens e servios diferentes. So considerados apenas os bens e servios finais. Os bens Intermedirios, como matria-prima, no so includos na mensurao. Esse procedimento evita a dupla contagem. Por exemplo, s o po, bem final, somado. No se soma trigo e farinha de trigo que so bens intermedirios. Para calcular o produto, a frmula : PN = pi.qi PN produto nacional Pi preo unitrio de bens e servios finais Qi = quantidade produzida dos bens e servios finais = smbolo de somatrio, soma. Aplicando os elementos da frmula e desenvolvendo-a, temos: PN = pi.qi = P automvel x Q automveis + P televisor x Q televisores + P calados x Q calados 4.1.3.2 - tica da Despesa Nacional (DN) Despesa Nacional o valor dos gastos dos agentes econmicos. Para calcular a despesa nacional, a frmula :

DN = C + I + G + (X-M) DN = Despesa Nacional C = despesas das famlias com bens de consumo I = despesas das empresas com investimentos G = despesas do governo; gastos de custeio e de investimento X-M = despesas lquidas do setor externo (X exportaes; M importaes) Ento a despesa nacional representa os gastos das famlias, das empresas, do governo e setor externo na compra dos bens e servios, que o produto nacional. 4.1.3.3 - tica da Renda Nacional (RN) Segundo Vasconcellos, ( 2004, p. 103) Renda Nacional a soma dos rendimentos pagos s famlias pela utilizao dos servios de fatores produtivos. Quem paga esses rendimentos so as empresas. Os rendimentos so classificados em salrios, lucros, juros e aluguel. A frmula para calcular a renda nacional :

RN = w + j + a + l W = salrios (em ingls wages) J = juros A = aluguel L = lucros Como podemos saber o valor agregado de salrios, juros, aluguel e lucros? Para isso, o IBGE tem um banco de dados, usando informaes do setor privado e do setor pblico. Identidade Bsica das Contas Nacionais PN = DN = RN (Produto Nacional = Despesa Nacional = Renda Nacional) 4.1..3.4 - Valor Adicionado ou Valor Agregado (VA)

Conforme Vasconcellos, ( 2004, p.103) Valor adicionado ou valor agregado o valor que se adiciona ao produto em cada estgio da produo, ou seja, e a renda adicionada por setor produtivo . Estgio da produo so as etapas do processo produtivo. O valor adicionado a diferena entre vendas e o custo dos bens intermedirios. Tabela 01 Valor adicionado Estgio da Vendas no perodo Custo bens Valor adicionado produo (VP) intermedirios (VA) (1) (2) (1-2) Empresa A Trigo 140 0 140 Empresa B Farinha de Trigo 245 140 105 Empresa C Po 390 245 145 775 385 390 Fonte: (VASCONCELLOS, 2004, p. 103) Observando a tabela, cada linha representa um estgio da produo. No caso da tabela 7.1, so trs estgios, trigo, farinha de trigo e o po. Em cada estgio, temos o valor bruto da produo (VBP) e o custo dos bens intermedirios. A diferena o valor adicionado. 4.1.3.5 - Formao de Capital Na economia de dois setores, supomos que as famlias apenas consomem, e as empresas produzem bens de consumo. Entretanto, as famlias fazem poupana, e as empresas investem. Poupana agregada ( S ) Segundo Vasconcellos, (2004, p.104) , Poupana agregada (S) a parcela da renda nacional (RN) que no consumida no mesmo perodo. Portanto, a parte dos salrios, lucros, juros e aluguel no gastos em consumo ( C ) . S = RN C S -saving em ingls; RN = Renda Nacional; C = Consumo

Investimento agregado ( I ) .

Investimento agregado o gasto com bens produzidos e no consumidos no perodo. O investimento agregado, conhecido como taxa de acumulao de capital, formado pelo investimento em bens de capital e pela variao de estoques.( VASCONCELLOS, 2004, p. 105).

Portanto, o investimento total na economia igual a: Investimento total = Investimento em bens de capital + variao de estoques. 4.1.4 - Economia Fechada com Governo: Setor Pblico Agora vamos trabalhar com uma economia fechada com governo. O governo inclui Unio, Estados e Municpios. So consideradas as transaes financeiras dos tesouros federal, estadual e municipal. As operaes do Banco Central, como emprstimos, depsitos, taxa de juros e taxa de cmbio, no so includos. Com a entrada do setor pblico, vamos incluir,em nossos registros, a receita fiscal, os gastos e o supervit ou dficit do governo.

FLUXO CIRCULAR D A REND A ECONOMIA FECH AD A COM GOVERNO ECONOM IA

TRIBUTOS EMPRESAS SUBS DIOS FATORES DE PRODU O TRANSFERNCIAS GOVERNO

REM UNERA O DOS FATORES

FAMLIAS

TRIBUTOS

Fonte: Vasconcellos, (2002, p. 214) A receita fiscal do governo compreende: Impostos indiretos que incidem sobre transaes com bens e servios, como IPI, ICMS, ISS; Impostos diretos que incidem sobre a renda e a propriedade das pessoas fsicas e jurdicas, como Imposto de renda, IPTU, IPVA; Contribuies empregadores; Outras receitas, como taxas, multas, pedgios. previdncia tanto dos empregados como dos

Os gastos do governo so classificados em: Gastos dos ministrios e autarquias que total de despesas correntes ou de custeio e despesas de capital; Gastos das empresas pblicas e sociedades de economia mista. Como a receita dessas organizaes resulta da venda de bens e servios ,como as empresas privadas, nas contas nacionais, so consideradas

no setor privado e no no setor pblico. A Caixa Econmica Federal considerada uma empresa pblica e a Petrobrs, de economia mista; Gastos com transferncias e subsdios. Transferncias e subsdios no so computados como parte da renda nacional. So apenas transferncias do setor pblico para o setor privado. As transferncias so aposentadorias, penses, bolsa de estudo, programas sociais, como bolsa-famlia, seguro desemprego. Subsdios so benefcios s pessoas jurdicas, como reduo ou iseno de impostos indiretos. Tm o objetivo de incentivar a produo de determinados bens e servios. Se o total da arrecadao superior aos gastos do governo, temos uma situao de supervit. Quando a arrecadao inferior aos gastos, ento h dficit. O dficit conhecido como necessidade de financiamento do setor pblico. O Supervit ou Dficit classificado em: Supervit ou dficit primrio quando se calcula a diferena entre arrecadao e gastos no perodo, excluindo os juros das dvidas interna e externa. O perodo considerado de um ano. Nos ltimos anos, o Brasil tem registrado supervit primrio; Supervit ou dficit operacional quando se calcula a diferena entre arrecadao e gastos no perodo incluindo o gasto com juros reais (sem correo monetria ou cambial); Supervit ou dficit nominal quando a diferena entre arrecadao e gastos inclui os juros nominais (com correo monetria ou cambial). No conceito nominal, o Brasil tm dficit, pois os juros da dvida interna e externa so elevados. A dvida total do Brasil superou R$ 1 trilho

Renda Pessoal Disponvel Renda pessoal disponvel a parte da renda nacional que fica em poder das famlias. De forma prtica, subtrado da renda nacional liquida a

custo de fatores (RNLcf), o que fica retido nas empresas, os impostos e contribuies que incidem sobre a renda e adicionado as transferncias do setor pblico para o setor privado. Renda Pessoal Disponvel = RNLcf lucros retidos pelas empresas impostos diretos contribuies previdencirias outras receitas de governo + transferncias de governo

Economia Aberta com Governo: Setor Externo Com a economia a quatro setores, temos uma economia aberta com governo. Novas variveis sero includas, como exportao, importao e renda lquida externa. As exportaes representam os bens e servios produzidos no pas e vendidos a outros pases. As importaes so os bens e servios comprados no exterior. A renda lquida externa a diferena entre rendas recebidas e remetidas para o exterior. As rendas recebidas do exterior e remetidas para o exterior referem-se a lucros das empresas, renda do trabalho, entre outras.

FLUXO CIRCULAR DA RENDA ECONOMIA ABERTARENDA ENVIADA AO RESTO DO MUNDO TRIBUTOS EMPRESAS SUBSDIOS TRANSFERNCIAS TRIBUTOS RENDA RECEBIDA DO RESTO DO MUNDOO A ES ER OR N U FAT EM R OS D

GOVERNO

MUNDO

Fonte: Vasconcellos, (2002, p. 218)

E D ES O R TO DU FA RO P

FAMLIAS

Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB) O que diferencia o PIB do PNB a renda lquida de fatores externos (RLFE). A RLFE a remunerao dos capitais estrangeiros. Compreende: Renda enviada ao exterior (RE). Representa a remunerao do capital e da tecnologia de propriedade de no residentes na forma de remessa de lucros, royalties, juros, assistncia tcnica; Renda recebida do exterior (RR). Significa a remunerao do capital e tecnologia de empresas nacionais que operam em outros pases. Essa remunerao pode ser lucros, royalties, juros, assistncia tcnica. Agora estamos com todos os dados para calcular o PIB e o PNB. Ento: PIB = somatrio de todos os bens e servios produzidos no territrio nacional com capital de residentes e no residentes. PNB = PIB + RR RE RLE = RR - RE PNB = PIB + RLE

4.2 - Determinao da Renda e do Produto Nacional4.2.1 - Modelo Keynesiano Bsico O modelo keynesiano bsico utiliza a demanda agregada, a oferta agregada e o princpio da demanda efetiva. Demanda Agregada (DA) De acordo com Rizzieri ( 2006,p.296)A demanda agregada a demanda total dos agentes econmicos: demanda de consumo das famlias (C), demanda de investimento das empresas (I ), demanda do governo (G) e demanda lquida do setor externo (exportaes X importaes M).

DA = C + I + G + X M

Oferta Agregada (OA) De acordo com Rizzieri , ( 2006, p. 295) A oferta agregada a quantidade de bens e servios disponvel para ser vendida no mercado. Ento, a oferta agregada o mesmo que o produto nacional e a renda nacional . Oferta Agregada = Produto Nacional = Renda Nacional A oferta agregada pode ser potencial ou efetiva. A oferta agregada potencial corresponde ao pleno emprego dos recursos de produo. A oferta agregada efetiva o total de bens e servios colocados no mercado. Pode ocorrer com capacidade ociosa, ou seja, com a utilizao dos recursos de produo abaixo do nvel de pleno emprego. Princpio da Demanda EfetivaA curto prazo, a oferta agregada potencial fixada, pois h pleno emprego dos recursos. Na oferta agregada efetiva, h capacidade ociosa e mo de obra desempregada. Nesse caso, possvel aumentar o crescimento da produo estimulando a demanda. Portanto, o crescimento da demanda agregada explica a variao do produto e da renda nacional. o princpio da demanda efetiva. ( VASCONCELLO, 2004,P.124-125)

Havendo desemprego de recursos, a funo da poltica econmica elevar a demanda agregada, aumentando o nvel de emprego. Essas polticas devem estimular o consumo, os investimentos e as exportaes. Keynes enfatizou o papel do governo, aumentando os gastos pblicos. O Equilbrio Macroeconmico Qual a diferena entre renda de pleno emprego e renda de equilbrio? Qual a importncia dessa diferena no equilbrio macroeconmico? A renda de pleno emprego ocorre quando a economia est utilizando toda sua capacidade de produo. Significa que todos os recursos produtivos, trabalho e capital esto plenamente empregados. A renda de equilbrio ou renda efetiva ocorre quando a oferta agregada iguala a demanda agregada de bens e servios. A renda de equilbrio pode acontecer abaixo do pleno emprego. Quando h renda de equilbrio, significa

que a oferta agregada atende s necessidades da demanda agregada. o equilbrio econmico com desemprego ou abaixo do pleno emprego.O objetivo da poltica econmica encontrar o equilbrio a pleno emprego. Sendo a oferta agregada fixada no curto prazo, a poltica econmica deve atuar sobre a elevao do consumo das famlias, do investimento das empresas, dos gastos do governo e das exportaes lquidas. Havendo crescimento dos elementos da demanda agregada, significa crescimento do nvel do produto e da renda nacional. ( VASCONCELLOS, 2004, p. 125-126) .

4.2.2 - Comportamento dos Agregados MacroeconmicosO crescimento da demanda agregada explica a variao do produto e da renda nacional. Quais so as variveis da demanda agregada e como se comportam? Voc est lembrando que j estudamos o comportamento da oferta e da demanda em funo dos preos, da renda e das preferncias do consumidor? No comportamento da demanda agregada, as variveis so consumo, poupana, investimento, gastos do governo, exportaes e importaes. Consumo Agregado (C) De acordo com Vasconcellos, ( 2004,p. 128)Os fatores que influenciam o nvel de consumo so a renda nacional, o estoque de riqueza, a taxa de juros, disponibilidade de crdito, expectativa sobre as rendas futuras e rentabilidade das aplicaes financeiras. Mas o fator principal a renda nacional disponvel. A relao entre consumo e renda nacional disponvel expressa pela funo:

C = f (RND), sendo: C = consumo agregado RND = renda nacional disponvel Qual a proporo da renda nacional disponvel gasta em consumo? Keynes criou o conceito de propenso marginal a consumir (PMgc) para explicar a parcela da renda disponvel gasta em consumo. A propenso marginal a consumir a variao esperada do consumo quando varia a renda disponvel, logo: PMgC = variao de C / variao de RND

Vamos supor que a PMgC das famlias seja de 90% da renda nacional disponvel. Suponhamos tambm que a RND seja de $ 200 bilhes. Ento: PMgc = $ 200 bilhes X 0,90 = $ 180 bilhes E os $ 20 bilhes da renda no consumida. Qual seu destino? Poupana Agregada (S) Voc percebeu que sobraram $ 20 bilhes no consumidos no exemplo anterior. Esse valor se refere poupana agregada que a parte da RND no gasta em consumo. A funo poupana expressa por: S = f(RND), sendo: S ( de saving) = poupana agregada RND = renda nacional disponvel. Keynes chamou de propenso marginal a poupar (PMgS) a relao entre a variao da poupana e a variao da RND. Logo: PMgS = variao de S / variao de RN Agora vamos supor que a RND a mesma, $ 200 bilhes. Tambm que a PMgS de 10%. Ento: PMgS = $ 200 bilhes X 0,10 = $ 20 bilhes Observe que nos exemplos a RND foi de $ 200 bilhes e PMgC e PMgS de 90% e 10%.

Investimento Agregado (I)Qual a funo do investimento agregado no crescimento da demanda agregada? Sem dvida a varivel principal para explicar o crescimento da demanda agregada. O que investimento agregado?Investimento agregado pode ser definido como o acrscimo ao estoque de capital existente. So as instalaes novas como prdios, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, mquinas e equipamentos incorporados ao parque de produo. ( VASCONCELLOS, 2004,p.129)

No curto prazo, amplia a demanda agregada como gastos necessrios para aumentar a capacidade produtiva. No longo prazo, a oferta agregada de bens e servios aumentada com o aumento da produo. Quais os fatores que determinam o aumento dos investimentos? Na economia capitalista, os fatores que mais influenciam os investimentos so: taxa de rentabilidade esperada e taxa de juros de mercado. A taxa de rentabilidade esperada ou taxa de retorno calculada com base na estimativa do retorno lquido pelas instalaes novas ou mquinas e equipamentos adquiridos. Keynes denominou a taxa de retorno como eficincia marginal do capital. O clculo feito com a utilizao da matemtica financeira. Nesse curso, no vamos trabalhar esse clculo. A taxa de juros de mercado o custo do dinheiro para o investidor. No Brasil, a taxa de juros mais utilizada para investimento a taxa de juros de longo prazo (TJLP). Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) utilizam a TJLP. A relao da taxa de juros e o investimento inversamente proporcional. Significa que quando a taxa de juros elevada, a tendncia a reduo dos investimentos. Mas quando a taxa de juros baixa, a tendncia aumentar os investimentos. Quando o investidor toma deciso sobre investimentos, com base na rentabilidade e na taxa de juros, adota o critrio a seguir: Se a taxa de retorno for maior que a taxa de juros, realiza o investimento; Se a taxa de retorno for menor que a taxa de juros, no realiza o investimento. Gastos do Governo (G) Vasconcellos, ( 2004, p.106) Os gastos do Governo em despesas correntes e despesa de capital influenciam o crescimento da demanda agregada Se o governo expande os gastos pblicos, esses gastos refletem no crescimento da demanda. Mas se o governo reduz seus gastos,principalmente de investimentos, a demanda agregada diminui.

No modelo de Keynes, a expanso dos gastos do governo necessria para aumentar o nvel da renda e do emprego.

Sntese do temaO tema tratou da Contabilidade Social. O desenvolvimento dos conceitos e modelos de clculo seguiu o sistema de contas nacionais. Foram conceituados produto, renda e despesa nacional. Tambm, foi apresentado o mtodo de clculo. Ainda foi demonstrada a diferena entre PIB e PNB. Foram descritos o supervit e o dficit nas contas do governo. Ainda foi apresentada a diferena entre supervit ou dficit primrio, operacional e nominal. O tema abordou a diferena entre o modelo clssico e o modelo keynesiano para determinao da renda e do produto nacional. O modelo clssico se baseava na afirmativa de que a oferta gera sua prpria demanda. O modelo de Keynes inverteu essa proposio e a demanda efetiva que determina a renda e o produto nacional. Os elementos da demanda efetiva so o consumo agregado, o investimento agregado, os gastos do governo e as exportaes lquidas (exportaes importaes). O equilbrio da economia pode ocorrer com desemprego de recursos e no apenas com o pleno emprego. O governo pode estimular a demanda efetiva, utilizando a poltica fiscal. .

Atividades1-Um pas com economia aberta com governo apresenta os dados abaixo na sua Contabilidade Social: Produto interno bruto a custo de fatores (PIBcf) = $ 900 bilhes; Tributos indiretos (Ti) = $ 90 bilhes; Tributos diretos (Td) = $ 70 bilhes; Outras receitas (Or) = $ 20 bilhes; Transferncias = $ 45 bilhes; Subsdios - $ 5 bilhes; Renda recebida do exterior = $ 10 bilhes;

Renda remetida para o exterior = $ 15 bilhes

Calcule: a) Produto interno Bruto ( PIB); b) Produto nacional bruto (PNB); c) Renda pessoal disponvel; d) Carga tributria lquida; e) Qual maior PIB ou PNB? 2 - Leia as afirmaes abaixo Sobre Contabilidade Social, assinale verdadeiro (V) ou Falso (F) e aps marque a alternativa ( ) A contabilidade social o registro contbil da atividade produtiva de um pas num perodo de tempo geralmente um ano. Os principais agregados so definidos e medidos a partir de valores j realizados. ( )O Sistema de contas Nacional utiliza o mtodo das partidas dobradas, as transaes entre agentes macronomicos: famlias, discriminando

empresas, governo e setor externo. ( )Produto Nacional (PN) a soma dos rendimentos pagos s famlias pela utilizao de servios produtivos. ( )Carga tributria bruta a soma de todos os tributos diretos e indiretos, contribuies e outras receitas de governo. a) b) c) d) V, F, V, F F, V, V, V V, V, F, V F, V, F, F

3 -A contabilidade social a parte da macroeconomia que mede os agregados econmicos nacionais. Sobre este conceito incorreto afirmar que:a) O objeto da contabilidade social o registro contbil da atividade produtiva

de um pas ao longo de um dado perodo de tempo.b) Os principais agregados so definidos e medidos a partir de valores j

realizados.c) Os sistemas da contabilidade social, adotados pela maioria dos pases so:

o sistema de contas nacionais e a matriz de relaes intersetoriais.

d) A matriz de relaes intersetoriais utiliza o mtodo das partidas dobradas

para a contabilizao. 4) No caso especfico do Brasil, qual o maior valor. PIB ou PNB?

Referncias VASCONCELLOS, Marco A. S. Fundamentos de Economia , So Paulo, Saraiva. 2004.