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Técnico em Administração Introdução à Administração Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP Tânia Cristina Lemes Soares Pontes 2009 São João da Boa Vista - SP

Introducao adm completa

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MÓDULO I

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Page 1: Introducao adm completa

Técnico em AdministraçãoIntrodução à Administração

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP

Tânia Cristina Lemes Soares Pontes

2009São João da Boa Vista - SP

Page 2: Introducao adm completa

Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação a Distância

Equipe de ElaboraçãoIFSP

Coordenação InstitucionalCampus São João da Boa Vista

Professor-autorTânia Cristina Lemes Soares Pontes

Comissão de Acompanhamento e ValidaçãoGustavo Aurélio Prieto

Yara Maria Guisso de Andrade Facchini

Projeto GráficoEduardo Meneses e Fábio Brumana

DiagramaçãoMatheus Félix de Andrade”!

RevisãoElizabeth Gouveia da Silva Vanni

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus São João da Boa Vista e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.

Page 3: Introducao adm completa

Amigo(a) estudante!

O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas para

expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos caminhos

encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez e eficiên-

cia é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os estudantes

que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de 300 mil os

matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a distância,

oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino.

Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB),

hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de profes-

sores, em nível superior.

Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento do En-

sino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica Aberta

do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos

grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportunidades

para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo do tra-

balho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento produ-

tivo regional.

O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação Pro-

fissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED)

do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e

federais.

O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por parte das

escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, municipais e,

por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas estaduais

e municipais.

Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de ade-

quaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuseram

147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais.

Apresentação e-Tec Brasil

Page 4: Introducao adm completa

O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades federa-

tivas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 vagas, em

250 polos, até 2010.

Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface para

amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos úl-

timos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organização

dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi.

O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva e par-

ticipaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação profis-

sional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, sustentados

pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos tec-

nológicos disponíveis.

A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua

formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que está

matriculado(a).

Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.

Page 5: Introducao adm completa

Sumário

Apresentação e-Tec Brasil 3

Sumário 5

Outros - instituição validadora 8

Introdução à Administração 10

Unidade 1 - Abordagem Científica 20

1.1 Origens 201.2 Principais aspectos da organização Racional do Trabalho 21

Unidade 2 - Teoria Clássica 27

2.1 As funções Básicas da Empresa 28 2.2 Elementos da Administração 29 2.3 Princípios Gerais da Administração 302.4 Críticas a Teoria Clássica 32

Unidade 3 - Abordagem Humanística 36

3.1 Origens da Teoria das Relações Humanas 36 3.2 Organização formal e organização informação 36

Unidade 4 - Abordagem Noclássica 44

4.1 Introdução 44 4.2 Princípios Básicos da Organização 44 4.3 Estilos de Administração 454.4 O processo administrativo é composto por 46

Unidade 5 - Administração por Objetivos - APO 50

5.1 Origem 50 5.2 Objetivo 50 5.3 Características da APO 51

Page 6: Introducao adm completa

5.4 Benefícios da APO 525.5 Problemas com a APO 52

Unidade 6 - Teoria da Burocracia 54

6.1 Origens 54 6.2 Tipos de sociedade apresentado por Weber 54 6.3 Tipos de Autoridade 556.4 Característica da Burocracia 55

Unidade 7 - Teoria de Sistemas 59

7.1 Premissas 59 7.2 Conceitos de Sistemas 60 7.3 Características 60

Unidade 8 - Teoria da Contingência 63

8.1 Origem 63 8.2 Fatores Contingenciais 63 8.3 Pesquisa de Alfred Chandler 658.4 Pesquisa de Tom Burns e G. M. Stalker 658.5 Pesquisa de Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch 668.6 Pesquisa de Joan Woodward 66

Anotações 68

Page 7: Introducao adm completa
Page 8: Introducao adm completa

Outros - instituição validadora

O Decreto presidencial nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, institucionalizou o ensino profis-

sional no Brasil. Em 1910 surgiu a Escola de Aprendizes e Artífices de São Paulo, assemelhando-se a das

criadas em outras capitais de Estado. Ela se destinava inicialmente as camadas mais desfavorecidas, aos

“deserdados da fortuna e menores marginalizados”, ministrando o ensino elementar. Em 1937 passou a

denominar-se Liceu Industrial de São Paulo, oferecendo ensino equivalente ao de primeiro ciclo.

Em 1942 foi promulgada a Lei orgânica do ensino industrial. A nova orientação visava à pre-

paração profissional dos trabalhadores da indústria, dos transportes, das comunicações e da pesca.

Em 1976, procedeu-se à mudança para a nova sede e, em 1978, criaram-se os cursos de ele-

trônica, telecomunicações e processamento de dados. Em 1981, instalam-se os cursos complementares

de mecânica, eletrotécnica e edificações, destinados à clientela, em grande parte integrada ao mercado

de trabalho, mais que necessitava de uma formalização profissional por meio de disciplinas de nível téc-

nico de 2º grau. Estes cursos técnicos tinham a duração de dois anos, prevendo um estágio obrigatório.

No ano de 1987 foi implantada a primeira Unidade de Ensino Descentralizada (UNED) no

Município de Cubatão e, em 1996, ocorreu o início do funcionamento da UNED Sertãozinho. Em 1999,

a Escola Técnica Federal de São Paulo, foi transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica de

São Paulo – CEFET, conforme Decreto de 18 de janeiro de 1999. No ano de 2005, foi autorizado o funcio-

namento da UNED Guarulhos. As UNED de São João da Boa Vista e Caraguatatuba foram autorizadas a

funcionar a partir do 1º semestre do ano de 2007, enquanto que as UNED de Bragança e Salto passaram

a funcionar no 2º semestre do ano de 2007.

Em 2008 foram criadas as unidades de São Carlos, São Roque e Campos do Jordão. No mesmo

ano o CEFET-SP se transformou no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia pela Lei 11.892

de 29 de Dezembro de 2008, que instituiu a rede federal de educação profissional, científica e tecno-

lógica. De acordo com esta lei os institutos federais (IF) tornaram-se instituições de educação superior,

básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e

tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos

e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas.

A expansão do CEFET-SP tem ainda previstas os Campus de Araraquara, Avaré, Barretos, Biri-

gui, Campinas, Catanduva, Itapetininga, Piracicaba, , Presidente Epitácio, Registro, Suzano e Votuporan-

ga.

Técnico em Administração8

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A Unidade de Ensino Descentralizada de São João da Boa Vista é uma unidade educacional su-

bordinada ao Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo, autorizada pela Portaria nº 1715 do

Ministro da Educação, publicada no Diário Oficial da União de 20/10/2006. Tem estrutura administrativa

definida pela resolução nº 136/06 de 16/11/2006 do Conselho Diretor do CEFET-SP.

A história do campus se inicia no ano de 1998 quando é formulado o projeto para a criação do

CEPRO em São João da Boa Vista. No ano seguinte o anteprojeto é aprovado pelo Programa de Expansão

da Educação Profissional (PROEP). No mesmo ano se dá o início das obras para construção do prédio em

terreno doado por Paulo Roberto Merlin e Flávio Augusto Canto. Em 2004, o prédio é entregue com

2529m², sendo constituído de onze laboratórios, seis salas de aulas, um auditório com capacidade para

150 lugares, sala de multimídia e demais dependências. As atividades do Centro de Educação Profissional

são iniciadas em 2005. Em 2006 é firmado o convênio entre o CEPRO e CEFET-SP, com apoio da prefei-

tura municipal para a federalização da unidade. Em Janeiro de 2007 o CEFET-SP / UNED SBV iniciou suas

atividades no município.

O IFSP, no município de São João da Boa Vista, veio para atender a necessidade de educar os

jovens são joanenses e da região, a fim de habilitá-los para o ingresso nos setores de indústria e informá-

tica, os quais demandam trabalhadores capacitados para o progresso no desenvolvimento econômico e

para o fortalecimento do pólo educacional na região leste do estado.

Atuação do IFSP na Educação a Distância

No contexto da política de expansão da educação superior no país, implementada pelo

MEC, a EaD coloca-se como uma modalidade importante no seu desenvolvimento. Nesse sentido,

criou-se uma direção para EaD dentro do IF SP.

No âmbito da política de expansão da educação profissionalizante, o Ministério da Educação,

por meio da articulação da Secretaria de Educação a Distância e Secretaria de Educação Profissional e

Tecnológica, lança o Edital 01/2007/SEED/SETEC/MEC, dispondo sobre o Programa Escola Técnica Aberta

do Brasil (e-Tec Brasil).

Tal iniciativa constitui-se uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação.

Visando oferta de cursos da educação técnica e profissional o IF SP foi selecionado pelo pro-

grama e-Tec Brasil para iniciar suas atividades em 2009.

Tais atividades foram efetivamente implantadas em agosto de 2009 com a criação de dois

cursos técnicos – a saber: técnico em informática para internet e técnico em administração – atingindo 5

municípios do estado de São Paulo (Araraquara, Barretos, Itapevi, Franca e Jaboticabal) e ampliando em

500 a oferta de vagas do Instituto.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 9

Page 10: Introducao adm completa

iNTRODUÇÃO

A sociedade em que vivemos é composta por organizações que produzem

bens e serviços para satisfazer as necessidades das pessoas e para que esta

produção aconteça necessitam de alguns recursos, tais como:

• recursoshumanos(pessoas),

• recursosfísicos(estrutura),

• recursosmateriais(matéria-prima),

• recursosfinanceirose

• recursostecnológicos(equipamentos,softwareeconhecimento).

A administração pode ser aplicada em qualquer organização, independente

das peculiaridades que cada organização apresenta, sendo elas:

• tamanho,

• características,

• objetivosou

• estrutura

Além de todos estes recursos é necessário que haja planejamento das ações

para se atingir os objetivos da organização, organização referente a divisão

do trabalho e a divisão dos níveis hierárquicos que compõem a estruturas

formal da organização, direção quanto a liderança e comunicação adequada

dos objetivos da organização e controle para verificar se os resultados obti-

dos estão de acordo com o que foi planejado.

INTRODUÇÃO À

ADMINISTRAÇÃO

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 10

Page 11: Introducao adm completa

A aplicação dessas ferramentas tem o objetivo de atender as necessidades

das pessoas no menor tempo e utilizando todos os recursos da melhor for-

ma.

Eficácia

É a capacidade de realizar os objetivos estipulados, está relacionado com os

resultados a serem alcançados.

Eficiência

É a capacidade de utilizar os recursos disponíveis com o melhor aproveita-

mento possível, sem desperdícios, com custo reduzido e no menor tempo.

Está ligada aos meios.

ADMINISTRAÇÃO COMO UM PROCESSO HISTÓRICO

A cronologia Administrativa

Apesar do estudo da administração ter início com os estudo de Taylor a partir

de 1903, nota-se seu uso desde os primórdio, conforme tabela abaixo:

CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS EVENTOS DOS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

ANOS AUTORES EVENTOS

4000 a.C. Egípcios Necessidade de planejar, organizar e contro-

lar.

2600 a.C. Egípcios Descentralização na organização.

2000 a.C. Egípcios Necessidade de ordens escritas. Uso de con-

sultoria de staff.

1800 a.C. Hamurabi (Babilônia) Uso de controle escrito e testemu-

nhal; estabelecimento do salário mínimo.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 11

Page 12: Introducao adm completa

1491 a.C. Hebreus Conceito de organização; princípio escolar;

princípio da exceção.

600 a.C. Nabucodonosor (Babilônia) Controle de produção e in-

centivos escolares.

500 a.C. Menicius (China) Necessidade de sistemas e padrões.

400 a.C. Sócrates (Grécia) Ciro (Pérsia) Enunciado da Universidade

da Administração.

Necessidade de relações humanas; estudo de movimento, arranjo físico e

manuseio de materiais.

Princípio da especialização.

175 a.C. Cato (Roma) Descrição de funções.

284 Dioclésio (Roma) Delegação de autoridade.

1436 Arsenal de Veneza Contabilidade de custos; balanços contábeis;

controle de inventários; linha de montagem; administração de pessoal; pa-

dronização.

1525 Niccoló Machiavelli (Itália) Princípio do consenso e de coesão na

organização; enunciado das qualidades de liderança; táticas políticas.

1767 Sir James Stuart (Inglaterra) Teoria da fonte de autoridade; impac-

to da automação; diferenciação entre gerentes e operários; especialização.

1776 Adam Smith (Inglaterra) Princípio de especialização de operá-

rios; conceito de controle.

1799 Eli Whitney (Estados Unidos) Método científico; contabilidade de

custos e controle de qualidade; amplitude administrativa.

1800 James Watt

Mathew Boulton (Inglaterra) Procedimentos padronizados de operação;

especificações; métodos de trabalho; planejamento; incentivo salarial; tem-

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 12

Page 13: Introducao adm completa

pos padrões; gratificações natalinas; auditoria.

1810 Robert Owen (Inglaterra) Práticas de pessoal; treinamento dos

operários; planos de casas para os operários.

1832 Chalés Bobbage (Inglaterra) Ênfase na abordagem científica e na

especialização; divisão do trabalho; estudo de tempos e movimentos; conta-

bilidade de custos; efeito das cores na eficiência do operário.

1856 Daniel C. McCollum (Estados Unidos) Uso do organograma para a

estrutura organizacional; administração sistemática em ferrovias.

1886 Henry Metcelfe (Estados Unidos) Arte da administração; ciên-

cia da administração.

1900 Frederick W. Taylor (Estados Unidos) Administração científica; coo-

peração entre operários e gerência; prêmios de produção; princípio de exce-

ção; estudo de tempos e métodos; ênfase no planejamento e controle.

A influência dos filósofos no pensamento administrativo

• Sócrates(470a.C.-399a.C)expõesseupontodevistasobreaAdmi-

nistração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e

da experiência.

• Platão(429a.C–347a.C.)discípulodeSócrates,preocupou-secom

os problemas de natureza política e social relacionado ao desenvolvimento

do povo grego.

• Aristóteles(384a.C–322aC)discípulodePlatão, impulsionouo

pensamento da Filosofia e no seu livro “Política” estudou a organização do

Estado.

Outros filósofos deixaram importantes contribuições para a formação do

pensamento administrativo:

• NicolauMaquiavel(1469–1527)historiadorefilósofopolíticoitalia-

no, seu livro mais famoso, O Príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532)

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 13

Page 14: Introducao adm completa

refere-se a forma de como um governante deve se comportar. Segundo MA-

XIMIANO (2000, p.146), Maquiavel pode ser entendido “como um analista

do poder e do comportamento dos dirigentes em organizações complexas”.

Certos princípios simplificados que sofreram popularização estão associados

a Maquiavel (observa-se o adjetivo maquiavélico):

“Se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma só vez. O bem deve

fazê-lo aos poucos.”

“O príncipe terá uma só palavra. No entanto, deverá mudá-la sempre que

for necessário.”

“O príncipe deve preferir ser temido do que amado.”

•FrancisBacon(1561–1626)filósofoeestadistainglês,consideradoum

dos pioneiros do pensamento científico moderno, fundador da Lógica Mo-

derna baseada no método experimental e indutivo (do específico para o

geral). Segundo CHIAVENATO (2000, p.26) com Bacon é que se encontra a

preocupação com a separação experimental do que é essencial em relação

ao que é acidental ou acessório. Antecipou-se ao princípio da Administração

“prevalência do principal sobre o acessório”.

•RenéDescartes(1596–1650)filósofo,matemáticoefísicofrancês,con-

siderado fundador da Filosofia Moderna. Celebrizado pela sua obra “O Dis-

curso do Método”, em que descreve os principais preceitos do seu método

filosófico, hoje denominado “método cartesiano”. Princípios do método

cartesiano:

- Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência – não é verdadeiro

até que se saiba com evidência, ou seja, como realmente verdadeiro.

- Princípio da Análise ou da Decomposição - dividir e decompor cada

parte de um problema para analisar as suas partes separadamente.

- Princípio da Síntese ou da Composição – processo racional que con-

siste no ordenamento dos pensamentos, dos mais fáceis e simples para os

mais difíceis e complexos.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 14

Page 15: Introducao adm completa

- Princípio da Enumeração ou da Verificação – em tudo fazer reconta-

gens, verificações e revisões de modo a tornar-se seguro de não ter havido

qualquer omissão durante o processo de raciocínio (checklist).

Exercício: A analista de O&M

Ana Maria Montes trabalha como analista de O&M. Seu trabalho é baseado

no seguinte método:

. Duvidar de tudo o que existe na empresa.

. Analisar e decompor todos os processos existentes.

. Sintetizar e recompor tais processos de maneira nova.

. Verificar que nada tenha sido omitido nesse trabalho.

Faça uma correspondência entre o método de trabalho de Ana Maria e o

método cartesiano.

Fonte: Idalberto Chiavenato

•ThomasHobes(1588–1679)filósofoeteóricopolíticoinglês,segundoo

qual o homem primitivo era um ser anti-social por definição, atirando-se uns

contra os outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades – “o homem

é o lobo do próprio homem”. O Estado surge como a resultante da questão,

que, de forma absoluta, impõe a ordem e organiza a vida social.

•KarlMarx(1818–1883)eFriedrichEngels(1820–1895)Marx,filósofo

alemão, e Engels, propuseram uma teoria da origem econômica do Estado.

CHIAVENATO (2000, p.27) escreve que, de acordo com Marx e Engels a

dominação econômica do homem pelo homem é a geradora do poder po-

lítico do Estado, que vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe

social exploradora. No Manifesto Comunista, segundo CHIAVENATO, Marx

e Engels afirmam que a história da humanidade sempre foi a história da luta

de classes, Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos,

mestres e artesãos, resumidamente, exploradores e explorados.

InfluênciadoArsenaldeVenezaNoséculoXV,Venezaalémdeumsigni-

ficativo e forte local de concentração de homens de negócios também era

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 15

Page 16: Introducao adm completa

uma cidade de guerreiros. Lá, em 1436 foi criado um arsenal, denominado

Arsenal de Veneza, que representava, segundo MAXIMIANO (2000, p.144)

a maior fábrica do mundo, capaz de construir, e colocar em situação de

combate, 100 navios em dois meses. Esse resultado se fazia possível em

decorrência da adoção de métodos de produção e administração compará-

veis aos usados nas fábricas de automóveis do século XX. No Arsenal eram

utilizados sistemas de registro e controle empregando contabilistas para tal

finalidade. Em 1494, Luca Pacioli, frade veneziano, divulgou o método das

partidas dobradas utilizado em Veneza. CHIAVENATO (1983, p.19) relaciona

ao Arsenal de Veneza, referindo-se ao ano de 1436, a controle de custos;

verificações de balanços para controle; controle de inventários; intercâmbio

de partes; utilização da técnica de linha de montagem; uso da administração

de pessoal e estandardização das partes.

Com a Filosofia Moderna, a Administração deixa de receber contribuições e

influências, pois o campo de estudo filosófico passa a se afastar dos proble-

mas organizacionais.

Influência da Organização Igreja Católica - para CHIAVENATO (2000, p.28)

tais instituições são consideradas duas formas organizacionais bem suce-

didas. A estrutura organizacional da Igreja serviu de modelo para muitas

organizações. De estrutura simples e eficiente foi objeto de estudo de James

D. Mooney, que mostrou a sua hierarquia de autoridade, seu estado-maior

(assessoria) e sua coordenação funcional.

Influência da Organização Militar - para CHIAVENATO (2000, p.28) as forças

armadas têm a organização linear, o princípio da unidade de comando (cada

subordinado só pode ter um superior), a escala hierárquica (escala de níveis

de comando de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade), a

centralização de comando e a descentralização da execução e o princípio de

direção (todo o soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e o

que deve fazer).

RevoluçãoIndustrialConformeMAXIMIANO(2000,p.147)aRevolução

Industrial, ocorrida no século XVIII, é resultado de dois eventos importantes

– o surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a vapor por James

Watt em 1776 - que revolucionaram a produção e a aplicação dos conheci-

mentos administrativos. Iniciada na Inglaterra e espalhada pelo mundo civi-

lizado, dividem-se em dois períodos distintos:

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 16

Page 17: Introducao adm completa

1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial, revolução do carvão e do ferro.

A primeira Revolução Industrial passou por quatro fases:

1ª Fase: Mecanização da industria e da agricultura: com a máquina de fiar,

do tear hidráulico e mecânico e do descaroçador de algodão. Eram máqui-

nas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processos

manuais de produção da época.

Ex. O descaroçador de algodão trabalhava mil libras de algodão, enquanto,

no mesmo tempo, um escravo conseguia trabalhar apenas cinco libras.

2ª Fase: A aplicação da força motriz à indústria: Com a aplicação do vapor às

máquinas, iniciam-se grandes transformações nas oficinas (que se converte-

ram em fábricas), nos transportes, nas comunicações e na agricultura.

3ª Fase: O desenvolvimento do sistema fabril: O artesão e sua pequena ofici-

na patronal desaparecem para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas

baseadas na divisão do trabalho. Há a migração de massas humanas das áre-

as agrícolas para as proximidades das fábricas provocando a urbanização.

4ª Fase: Um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações:

Surge a navegação a vapor e logo depois as rodas propulsoras foram substi-

tuídas por hélices. A locomotiva a vapor é aperfeiçoada, surgindo a primeira

estrada de ferro na Inglaterra (1825), logo depois nos Estados Unidos (1829)

e Japão (1832). Outros meios de comunicação aparecem: o telégrafo elétri-

co (1835), o selo postal (1840) na Inglaterra e a invenção do telefone em

1876.

1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial, revolução do aço e da eletricidade -

Foi provocada por três fatos importantes: o aparecimento do processo de

fabricação do aço (1856); o aparecimento do dínamo (1873) e a invenção do

motor de combustão interna (1873).

Características da 2ª Revolução são as seguintes:

1. Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 17

Page 18: Introducao adm completa

2. Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como

fontes de energia.

3. Desenvolvimento de maquinaria automática e da especialização do

trabalhador.

4. Crescente domínio da indústria pela ciência.

5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações.

6. Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista

7. Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.

A calma produção do artesanato – em que os operários se conheciam e eram

organizados em corporações de ofício regidas por estatutos -, foi substituída

pelo regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes fábri-

cas.

Com o aumento dos mercados, decorrente da redução dos preços e popu-

larização dos produtos, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes

humanos. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simpli-

ficação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas semi-

automatizadas e repetitivas, que poderiam ser executadas com facilidade

por pessoas sem qualificação e com facilidade de controle.

O crescimento industrial era improvisado e baseado no empirismo. Ao mes-

mo tempo em que o capitalismo se solidifica, cresce o tamanho de uma nova

classe social: o proletariado.

Com a nova tecnologia dos processos de produção, de construção e funcio-

namento das máquinas, com a crescente legislação destinada a defender e

proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, a administração e a

gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação maior dos

proprietários.

Os produtos passaram a ser fabricados em operações parciais que se su-

cediam, cada uma delas entregue a um grupo de operários especializados

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 18

Page 19: Introducao adm completa

em tarefas específicas, estranhos quase sempre às demais outras operações,

ignorando a finalidade da tarefa que executavam.

O capitalismo passou a distanciar-se dos operários e a considerá-los uma

enorme massa anônima.

A Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação

na estrutura empresarial e econômica da época, não chegou a influenciar

diretamente os princípios de administração das empresas então utilizados.

A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial

graças a vários fatores como:

a) A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média;

b) O avanço tecnológico e a aplicação dos progressos científicos à produção,

a descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de merca-

dos.

c) A substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção.

Material de Apoio

Texto: A Ciência da Administração - site: http://www.crasp.com.br/index.

asp?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 19

Page 20: Introducao adm completa

1.1 Origens

• ConsequênciasdaRevoluçãoIndustrial

• Crescimentoaceleradoedesorganizadodasempresas

• Necessidadedeaumentaraeficiênciaeacompetênciadasorganiza-

ções

• Taylor,FrederickWinslow(EUA)

• AdministraçãoCientífica

• Ênfasenastarefas

• Fayol,Henry(Europa)

• Teoriaclássica

• Ênfasenaestrutura

Objetivos da aula

Compreender a Administração Científica

Conhecer Frederick W. Taylor e suas contribuições

Compreender A Organização Racional do Trabalho

Identificar os Princípios da Administração Científica

Conhecer as Críticas a Abordagem Científica

UNIDADE 1 - ABORDAGEM

CIENTÍFICA

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 20

Page 21: Introducao adm completa

A escola da Administração Científica foi desenvolvida

nos Estados Unidos por Frederick Winslow Taylor, engenheiro norte-americano (1856 – 1915).

Tinha como objetivo assegurar a máxima prosperidade para o em-

pregador junto com a máxima prosperidade para o operário. É considera-

do o pai da administração científica, em seu primeiro livro “Administração

de Oficinas”, 1903 – Taylor preocupou-se, originalmente com a eliminação

do desperdício na indústria americana e com o aumento da produtividade

através da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial, com

as técnicas de racionalização do trabalho através da análise de tempos e

movimentos, concluindo que o operário médio produzia muito menos do

que era capaz e verificou a necessidade de criar um sistema de incentivos (

pagar mais a quem produz mais). Propôs a ênfase na tarefa (divisão do tra-

balho), na racionalização, na redução dos tempos de execução do trabalho

do operário, permitindo a especialização do operário e o reagrupamento de

movimentos, operações, tarefas, etc., que constituem a chamada “Organi-

zação Racional do Trabalho” – ORT.

No seu livro seguinte “Princípio da Administração Científica”, 1911

– constata-se a vadiagem sistemática, ocasionada pela ociosidade dos ope-

rários no trabalho por acreditarem que um maior rendimento levaria ao de-

semprego, constatou-se o uso de práticas que não atendiam as necessida-

des, ocasionando desperdício de esforço e tempo. Outro item se refere ao

desconhecimento por parte dos gerentes das rotinas e padrões utilizados

pelos operários, além da falta de uniformidade das técnicas e métodos utili-

zados na produção.

1.2 PRINCIPAIS ASPECTOS DA ORGANIZA-ÇÃO RACIONAL DO TRABALHO

1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos re-

fere-se a decomposição do trabalho e do tempo utilizado para realização da

tarefa, onde busca-se a eliminação de movimentos desnecessários, substi-

tuindo-os por movimentos mais eficientes no menor tempo.

2. Estudo da fadiga humana é o estudo lógico dos movimentos para

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 21

Page 22: Introducao adm completa

eliminar movimentos desnecessários, incluindo períodos de descanso na

busca da eficiência.

3. Divisão do trabalho especializado e a decomposição da tarefa,

dividida no maior número possível de subtarefas, o trabalhador deixa de exe-

cutar uma tarefa inteira para executar apenas parte dela. Quanto menor e

mais simples a tarefa, maior será a habilidade do operário em desempenhá-

la.

4. Desenho de cargos e tarefas refere-se a processos rotineiros onde

o trabalhador recebe instruções precisas e detalhadas do que deve fazer

utilizando metodologia apropriada, visa diminuir os erros e as desconformi-

dades, facilita a supervisão.

5. Incentivos salariais e prêmios de produção, onde a produção

deve ser incentivada e a remuneração deve ser condizente com o lucro ob-

tido pelo padrão.

6. Conceito de Homo Economicus refere-se à visão de que o homem

é influenciado apenas por recompensas e por incentivos financeiros, pois as

pessoas são naturalmente preguiçosas. Portanto só aumentará a produção

se receber proporcionalmente a ela.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 22

Page 23: Introducao adm completa

7. Conceito de trabalho diz respeito às condições estruturais que propi-

ciem conforto e melhoria da eficiência, tais como: iluminação, ventilação,

ruídos.

8. Padronização refere-se aos métodos utilizados, às pessoas e as condi-

ções “ideais”, onde se estabelece um padrão que oferece a menor variação

na busca da eficiência.

9. Supervisão funcional corresponde à especialização da supervisão,

ou seja, haverá vários supervisores, cada um na sua área (produção, ma-

nutenção e qualidade) que controlariam o trabalho dos funcionários para

garantir a eficácia. Nesse sistema o operário terá mais de um supervisor para

se reportar.

Princípios de Taylor, segundo a classificação de CHIAVENATO:

Refere-se a quatro princípios fundamentais que dão sustentabilidade para a

administração, sendo estes:

- Princípio do Planejamento: refere-se à substituição de regras inade-

quadas e improvisadas pelo conhecimento organizado.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 23

Page 24: Introducao adm completa

- Princípio do Preparo: seleciona e capacita o trabalhador utilizando

métodos científicos, busca produzir mais e melhor utilizando máquinas e

equipamentos numa estrutura física apropriada.

- Princípio do Controle: utiliza formas de verificação do trabalho estabe-

lecido no planejamento, este controle precisa ser quantificado por meio de

indicadores. Para que este controle seja eficiente e eficaz será necessário que

haja a cooperação entre a administração e os trabalhadores.

- Princípio da Execução refere-se à distribuição das atribuições e respon-

sabilidades a administradores e operários.

Críticas a Teoria da Administração Científica

Mecanicismo a organização é vista como um arranjo rígido, ou seja, vê a

organização como uma máquina, onde o homem não é levado em conside-

ração.

Superespecialização se refere à excessiva divisão das tarefas.

Visão microscópica do homem refere-se ao homem como um apêndi-

ce da máquina, ignorando o homem também como ser social e estabelecia

que o homem só se cansava fisicamente, não levando em conta outras va-

riáveis.

Ausência de comprovação científica refere-se somente a métodos

concretos e empíricos que foram obtidos pela constatação e não por meio

de suposições. O mais importante é “como” o operário realiza a tarefa e não

“porque” realiza a tarefa.

Abordagem incompleta da organização está relacionado apenas

aos aspectos formais, ou seja, que constam no organograma e no contrato

social, ignorando os aspectos informais, tais como a interação social e o

compromisso pessoal.

Limitação do campo de aplicação refere-se à aplicação desta meto-

dologia apenas aos problemas existentes na área de produção, não conside-

rando as demais área da organização, tais como a área financeira, mercado-

lógica e humana.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 24

Page 25: Introducao adm completa

Abordagem prescritiva e normativa refere-se à padronização das si-

tuações, dos processos e das ações por parte de todos, incluindo os operá-

rios, sem levar em conta as pessoas, o ambiente ao qual a organização esta

inserida e todas as suas variáveis.

Abordagem de Sistema Fechado está relacionado somente aquilo que

acontece dentro da organização, onde a organização é vista como auto-

suficiente, não sofrendo qualquer influência de fora dela.

Roteiro de Estudo

1 – Quais são os princípios de administração de Taylor? Fale sobre eles.

2 – O que é divisão do trabalho e especialização do operário?

3 – O que é desenho de cargos e tarefas para a administração científica?

4 - Explique o conceito de homo economicus?

5 – O que é padronização?

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 25

Page 26: Introducao adm completa

6 – O que é supervisão funcional?

7 – Quais foram as críticas feitas à Administração Científica? Fale sobre

elas.

Material de Apoio

Filme: Tempos Modernos

Vídeo: Taylor e a Administração Científica

http://www.youtube.com/watch?v=F6sGwgkneuU

Fórum de Discussão

Qual a importância dos estudos de Taylor, que pode ser utilizado desde uma

linha de produção (celular) até o pit stop na fórmula 1?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

Técnico em Administração26

Page 27: Introducao adm completa

Henri Fayol, fundador da Teoria Clássica, nasceu em

Constantinopla em 1841 e faleceu em Paris em

1925, vivendo as consequências da Revolução In-

dustrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial.

Formou-se em engenharia de minas e entrou para

uma empresa metalúrgica e carbonífera onde fez

sua carreira.

Até Fayol, o problema da administração se concen-

trava nas indústrias e usinas, onde a preocupação

era apenas com a área produtiva. Fayol levou a ad-

ministração do nível da oficina para o da direção

geral da empresa, considerada-a na sua totalidade.

“A principal contribuição de FAYOL ao pensamento administrativo

foi mostrar como um processo administrativo complexo pode ser separado

em áreas interdependentes de responsabilidades ou de funções”. (SILVA,

Reinaldo. Teorias da Administração, 2002. p. 153.)

“A administração não é nem um privilégio nem uma carga pessoal

Objetivos da aula

Conhecer Henri Fayol e suas contribuições

Identificar as Funções Básicas da Empresa

Compreender os Elementos Básicos da Administração

Identificar os Princípios Gerais da Administração

Compreender as Críticas referentes a Teoria Clássica

UNIDADE 2 - TEORIA

CLÁSSICA

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 27

Page 28: Introducao adm completa

do chefe ou dos diretores da empresa; é uma função que se reparte, com

as outras funções especiais, entre a cabeça e os membros do corpo social”.

(FAYOL, H. Administração Industrial e Geral, 1968. p.21).

2.1 As funções Básicas da Empresa

Para Fayol, toda empresa, independente do seu tamanho teria seis

funções básica, sendo:

1 - Funções técnicas – relacionada a produção, fabricação e transformação

dos bens ou serviços da empresa.

2 - Funções comerciais – relacionada a compra, venda e permutação.

3 - Funções Financeiras – relacionada a procura e gerência de capitais.

4 - Funções de Segurança – relacionada a proteção e preservação do bens e

das pessoas.

5 - Funções Contábeis – relacionados aos inventários, registros, balanços,

custos e estatísticas.

6 - Funções administrativas – coordenam e sincronizam as demais funções

da empresa.

Técnico em Administração28

Page 29: Introducao adm completa

2.2 Elementos da Administração

Segundo Fayol, as funções administrativas são prever, organizar, co-

ordenar, comandar e controlar. Definindo os termos da seguinte forma:

Prever - envolve avaliar o futuro em função de como a organização se en-

contra. É em função da visão de futuro que a empresa vai planejar e preparar

e as ações para alcançar os objetivos estabelecidos.

Organizar - todas as coisas úteis ao funcionamento da empresa, tais como:

recursos financeiros, recursos humanos, matérias-primas, maquinários, fer-

ramentas e segurança. A organização também pode ser vista de duas for-

mas: organização material (estrutura) e social (pessoas).

Comandar - é levar a organização a funcionar de modo a operar eficien-

temente, comandar requer conhecimento amplo das normas da empresa e

dos subordinados, motivando a produtividade pessoal na busca de resulta-

dos estabelecidos no planejamento.

Coordenar – é conjugar os esforços e manter a unidade, buscando sempre

o equilíbrio, é adaptar os meios aos fins pretendidos.

Controlar – envolve verificar que tudo ocorra de acordo com as regras

estabelecidas e as ordens dadas, deve ser adotado em todas as áreas da

organização. O objetivo é localizar os pontos fracos e os erros no sentido de

minimizá-los e retificá-los, e prevenindo novos erros.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 29

Page 30: Introducao adm completa

Fonte: Idalberto Chiavenato

Fayol, apesar de usar a palavra administração como sinônimo de or-

ganização, faz uma distinção entre ambas as palavras.

O conceito de administração abrange aspectos que a organização

não compreende (estrutura e forma). A partir daí, temos dois significados

para a palavra organização, sendo elas:

1. Organização vista como entidade social na qual pessoas interagem entre

si para alcançar objetivos específicos;

2. Organização como função administrativa, onde ela faz parte do processo

administrativo.

2.3 Princípios Gerais da Administração

Divisão do trabalho

Tem por finalidade produzir mais e melhor com o mesmo esforço.

Fayol, assim como Taylor, diz que quanto maior a divisão e especialização,

maior a eficiência. Fayol propõe duas divisões diferentes: uma vertical e ou-

tra horizontal. A primeira refere-se ao organograma, separando os níveis de

poder na organização, cada um com a responsabilidade e autoridade corres-

pondente. A segunda refere-se às diferentes atividades que cada área vem a

exercer na empresa (marketing, comercial, recursos humanos, etc).

2.4 Autoridade e Responsabilidade

Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obe-diência.

Responsabilidade é o dever de prestar contas e ambas têm que andar

em equilíbrio. É necessário ressaltar que a pessoa pode delegar autoridade,

mas nunca a responsabilidade, por exemplo, uma coordenadora pode dele-

gar autoridade na preparação de um documento a seu colaborador, contu-

do a responsabilidade de passar todas as informações necessárias para sua

execução continua sendo da coordenadora, caso o documento não fique

pronto em tempo hábil.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 30

Page 31: Introducao adm completa

Disciplina

É a necessidade de se estabelecer as normas de conduta e de traba-

lho, válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina inviabiliza o

funcionamento adequado da organização.

Unidade de Comando

O funcionário deve receber ordem apenas de seu chefe imediato,

impedindo que o mesmo empregado receba ordens conflitantes de dois ou

mais superiores.

Unidade de Direção

Significa ter um único chefe que trabalhe com um conjunto de ope-

rações a fim de atingir um único objetivo.

Subordinação dos interesses individuais ao geral

Os interesses particulares das pessoas que compõem a empresa não

podem ser mais importantes que os interesses gerais da empresa.

Remuneração do Pessoal

A remuneração das pessoas deve corresponder ao seu desempenho

e produtividade, proporcionando satisfação tanto para o empregado quanto

para a empresa, ou seja, a remuneração deve ser justa.

Centralização

A concentração de autoridade, bem como a tomada de decisão deve

estar localizada nos níveis hierárquicos mais elevados, é de lá que devem

partir as ordens e a autoridade que movimentará toda a empresa. Contudo,

Fayol ressalta que os demais níveis também devem ter certo grau de autori-

dade para a tomada das decisões para que a diretoria não fique sobrecarre-

gada.

Cadeia Escalar

É a linha de autoridade que vai do mais alto cargo ao mais baixo em

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 31

Page 32: Introducao adm completa

função do princípio de comando. A autoridade flui do escalão mais alto para

o mais baixo.

Ordem

“Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar”, isto inclui os

materiais, bem como as pessoas. Esta frase nos diz que não só os materiais e

recursos devem ser alocados de maneira correta, como também as pessoas

a fim de atingirmos os objetivos estabelecidos.

Equidade

Todos devem ser tratados com amabilidade e justiça para que os

funcionários tenham boa vontade, aplicação e comprometimento com a em-

presa.

Estabilidade do Pessoal

A constante troca de funcionários é prejudicial para a eficiência da

organização, pois as pessoas precisam se sentir seguras quanto a preser-

vação do emprego e todos os benefícios sociais previstos na lei. A rotativa

dificulta o desenvolvimento das aptidões dos funcionários.

Iniciativa

Consiste na capacidade de visualizar, desenvolver e sugerir um plano

e assegurar pessoalmente o seu sucesso.

Espírito de Equipe

Para que a empresa alcance os objetivos estabelecidos é de funda-

mental importância a harmonia e união entre as pessoas que a compõem,

cabe ao administrador obter a colaboração e o comprometimento de cada

um.

2.5 Críticas a Teoria Clássica

1. Abordagem Simplificada da Organização Formal

A organização é vista apenas em termos lógicos e formais, ou seja,

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 32

Page 33: Introducao adm completa

só é levado em consideração o que consta no contrato social e no organo-

grama. Não se considera a alteração provocada pelos fatores psicológicos e

sociais. Parte-se do pressuposto de que a adoção de princípios gerais de Ad-

ministração seria capaz de proporcionar a máxima eficiência, ou seja, todos

os recursos (meios) empregados na organização serão utilizados no menor

tempo, da melhor forma e com a máxima produtividade.

2. Ausência de Trabalhos Experimentais

Apesar de se pretender utilizar técnicas científicas para substituir o

empirismo e a improvisação nos processos organizacionais os autores da

Teoria Clássica fundamentaram seus conceitos na observação e no senso

comum.

3. O Extremo Racionalismo na Concepção da Administração

Os autores vêem a organização de forma lógica e racional, como se

não sofresse influências do ambiente interno e externo.

4. Teoria da Máquina

A organização é vista como uma máquina, consequentemente rígida

e com o funcionamento pré-estabelecido, onde predomina a divisão mecani-

cista do trabalho (tanto Fayol como Taylor).

5. Abordagem Incompleta da Administração

A organização ignora os aspectos informais, preocupando-se com os

aspectos formais, prevalecem as normas e os procedimentos, independente-

mente de outras variáveis.

6. Abordagem de Sistema Fechado

Para Fayol, as organizações sofrem poucas influências externas, sen-

do estas influências previsíveis e controladas.

Exercício: Os princípios orientadores da Imperial Tintas

Ao assumir a diretoria geral da Imperial Tintas, Reinaldo Borba pre-

tende colocar a casa em ordem. Sua primeira providência foi colocar os três

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 33

Page 34: Introducao adm completa

diretores a ele subordinados para definir os princípios orientadores da com-

panhia.

Reinaldo pretende dar novos rumos à companhia e, segundo ele, nada me-

lhor do que estabelecer as regras e princípios.

O que você acha disso? Quais os princípios que você sugeriria?

Fonte: Idalberto Chiavenato.

Roteiro de Estudo - Fayol

1 – Quais as funções básicas da empresa para Fayol? Fale sobre eles.

2 – Comente os princípios gerais de administração para Fayol.

3 – Qual a diferença entre administração e organização?

4 – O que é coordenação?

5 – O que é controle?

6 – O que significa abordagem simplificada da organização formal?

7 – Explique o racionalismo na concepção da Administração.

8 – O que é teoria da máquina?

9 – O que significa abordagem de sistema fechado?

Material de Apoio

Texto: Teoria Clássica da Administração - CHIAVENATO, I. Introdução à teoria

geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

Fórum de Discussão

As empresas independentes do tamanho ou seguimento precisam

das funções administrativas para alcançar seus objetivos? É possível fazê-lo

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 34

Page 35: Introducao adm completa

sem utilizar as funções da empresa?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 35

Page 36: Introducao adm completa

Objetivos da aula

3.1 Origens da Teoria das Relações Hu-manas

Origina-se da necessidade de corrigir a forte tendência à desuma-

nização do trabalho, decorrente dos rígidos métodos científicos da Teoria

Clássica. Enfatiza a importância da satisfação humana para a produtivida-

de e o desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia

e a sociologia. Passa-se a ter a visão da organização informal e ocorre a

transferência da ênfase na tarefa e na estrutura para a ênfase nas pessoas.

Este movimento se dá em decorrência das conclusões da Experiência de Ha-

wthorne.

Principal expoente: ELTON MAYO (1880-1948), nascido

na Austrália, formado em Lógica, Filosofia e Medicina,

professor da Universidade de Harvard, concentrou suas

pesquisas no estudo do relacionamento informal dos tra-

balhadores, com atenção ao impacto da satisfação na

produtividade, considerava que as alterações nos méto-

dos de trabalho não acompanharam os avanços tecnoló-

UNIDADE 3 - ABORDAGEM

HUMANÍSTICA

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 36

Page 37: Introducao adm completa

gicos e industriais.

Experiência de Hawthorne

O objetivo desta experiência era detectar de que modo os fatores

ambientais influenciavam a produtividade dos trabalhadores. Esta experiên-

cia foi realizada na Western Eletric Company e foi composta por quatro fases

que foram realizadas de 1924 a 1932, conforme descrito abaixo:

1ª FASE – No estudo com a iluminação o objetivo é conhecer o efeito desta

sobre o rendimento na produção, fica evidente que o nível de produção é

determinado pela integração social e não pela capacidade física dos operá-

rios.

2ª FASE – Na sala de montagem de relés o objetivo é verificar, sob condi-

ções monitoradas, quais são os efeitos das pausas para descanso e da fadiga

sobre a produtividade e detecta-se que o operário não reage como indivíduo

isolado, mas como membro de um grupo social, ou seja, suas atitudes são

determinadas pelo grupo ao qual ele faz parte.

3ª FASE - O programa de entrevista objetiva entrevistar os empregados

para saber as suas opiniões com respeito do trabalho, as condições de tra-

balho e a supervisão. A partir desta experiência a empresa passa a ser vista

como um conjunto de grupos informais cuja estrutura nem sempre reflete o

que é evidenciado na organização formal.

4ª FASE – Na sala de montagem de terminais o objetivo é estudar com

maior intensidade o mecanismo de processos de pequenos grupos, anali-

sando a organização informal, fica evidente que os elementos emocionais

e mesmo os irracionais passam a merecer uma maior atenção e que as pes-

soas são motivadas principalmente pela necessidade de reconhecimento, de

aprovação social e de participação nas atividades dos grupos sociais.

CONCLUSÕES apresentadas por Elton Mayo (no livro: The human proble-

ms of na industrial civilization, publicado em 1933):

“ Em essência Mayo diz que o desempenho das pessoas depende

muito menos dos métodos de trabalho, segundo a visão da administração

científica, do que dos fatores emocionais ou comportamentais. Destes, os

mais poderosos são aqueles decorrentes da participação do trabalhador em

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 37

Page 38: Introducao adm completa

grupos sociais. A fábrica deveria ser vista como um sistema social, não ape-

nas econômico ou industrial, para a melhor compreensão de seu funciona-

mento e de sua eficácia.” (MAXIMIANO, 2002, p.238).

“Somos tecnicamente competentes como nenhuma outra idade na História

o foi, e combinamos isto com uma total incompetência social” Mayo.

Com o advento da Teoria das Relações Humanas uma nova lingua-

gem passa a dominar o repertório administrativo: fala-se em motivação, li-

derança, comunicação e etc.

A organização passa a ser considerada como um conjunto de seres

humanos que carecem de motivação, incentivos e estímulos para produzi-

rem.

Funções básicas da organização segundo Roethlisberger & Dickson

(Fonte : CHIAVENATO, 1983, p. 109)

A motivação procura explicar por que as pessoas se comportam de deter-

minadas formas. O ser humano é motivado, não por estímulos salariais e

econômicos, mas por recompensas sociais e simbólicas.

Motivação

É a tensão contínua que determina que o indivíduo se comportará de algu-

ma forma, visando a satisfação de uma ou mais necessidades. A compreen-

são da motivação do comportamento humano exige o conhecimento das

necessidades humanas fundamentais.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 38

Page 39: Introducao adm completa

Necessidades ou motivos são forças conscientes ou inconscientes que levam

o indivíduo a um determinado comportamento. A motivação se refere ao

comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que

é dirigido aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades (Fisiológi-

cas; Psicológicas e de Auto-realização).

• Necessidades fisiológicas dizem respeito a sobrevivência do indiví-

duo. Exigem satisfação periódica e contínua. Exemplo: alimentação, sono,

atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e

de segurança física.

• Necessidadespsicológicasdizem respeitoaosdesejosdo indivíduo

e são raramente satisfeitas, tais como: necessidade de segurança íntima,

necessidade de participação, necessidade de autoconfiança, necessidade de

afeição.

• Necessidadesdeauto-realizaçãosãodecorrentesdaeducaçãoeda

cultura da pessoa, raramente são satisfeitas em sua plenitude.

Exercício: A motivação na Mayerlinck

Carlos Siqueira é gerente do Departamento de Vendas da Mayerlin-

ck. Dirige 15 vendedores, 2 assessores de vendas e 2 auxiliares internos de

apoio.

Carlos foi incumbido de aumentar em 12% as vendas no decorrer

do ano. A meta é ambiciosa e seu primeiro desafio é saber como motivar

seu pessoal e canalizar os esforços na direção correta. Ele está imaginando as

necessidades humanas que deveriam ser priorizadas para poder realizar sua

meta por meio dos vendedores.

Fonte: Idalberto Chiavenato

Liderança

Na Teoria das Relações Humanas constatou-se a influência da lide-

rança sobre o comportamento das pessoas. Definir liderança é muito difícil,

embora seja de fundamental importância para a administração. A liderança

é uma ferramenta necessária em todos os tipos de organização humana. A

liderança pode ser vista sob diferentes formas.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 39

Page 40: Introducao adm completa

A liderança pode decorrer da influência interpessoal, do relacionamento, do

respeito e da admiração. A liderança pode vir da segurança que o líder passa,

reduzindo ou minimizando incertezas do grupo a qual lidera, pode advir do

cargo ou da função que ocupa na estrutura organizacional.

O Líder é aquele que mesmo não dispondo de autoridade do cargo é segui-

do, respeitado e obedecido, consegue unir o grupo, representá-lo na defe-

sa dos anseios comuns, possuindo identificação com seus colegas, com os

quais mantém bom relacionamento.

Chefe é aquele que dispõe de autoridade formal, em decorrência do cargo

que ocupa, cujas atribuições lhe dão capacidade para representar a empresa,

deliberar e decidir, dentro das limitações de sua competência.

“Liderança é a influência interpessoal numa situação por intermédio do pro-cesso de comunicação, para que seja atingida uma meta ou metas especifi-cadas”. Tennenbaum

Estilos de Liderança

Existe diversas maneiras do líder orientar o comportamento de seus

subordinados.

• Autocrática – o líder centraliza todas as decisões em si e impõe

suas ordens com pouca ou nenhuma participação do grupo, é ele que deter-

mina o que será feito, quem fará e qual a técnica a ser usada na execução

da atividade.

• Democrática – as decisões são debatidas e decididas pelo grupo,

que é assessorado e estimulado pelo líder, é o grupo que propõe as provi-

dências para atingir os objetivos, a divisão de tarefas e quando necessário

solicita o aconselhamento do líder. A realização da tarefa é de responsabili-

dade dos subordinados.

• Liberal – há uma liberdade total para as decisões grupais ou indivi-

duais, com a mínima participação do líder, é o grupo quem decide como as

tarefas serão divididas e a forma como serão desenvolvidas, o líder se limita

a comentários eventuais sobre as tarefas.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 40

Page 41: Introducao adm completa

Desenvolvimento da Liderança Eficaz

Uso de Autoridade pelo Líder

Área de Liberdade para os Subordinados

O Líder toma decisões e depois apresenta aos seguidores

O Líder “vende” a decisão

O Líder apresenta idéias e pede perguntas

O Líder apresenta decisão

provisória, sujeita a mudança

O Líder apresenta o problema,

recebe sugestões,

toma decisões

O Líder define

limites; pede que o grupo tome uma decisão

O Líder permite que os subordinados funcionem sem limites definidos pelo supervisor

Font

e de A

utor

idade

AutoritárioOrientado pela Tarefa

DemocráticoOrientado por Relação

O COMPORTAMENTO DO LÍDER

Liderança Situacional

É baseado no princípio de que a liderança deve ser exercida conforme se dá

o processo de aprendizagem de cada subordinado e que este desenvolvi-

mento profissional deve ser observado para não gerar conflitos, frustrações

e insatisfação.

Este tipo de liderança nos mostra que o subordinado necessitará de aten-

ção exclusiva e específica em diferentes momentos do seu desenvolvimento

profissional.

Desenvolvimento da Liderança Eficaz

Jjhh

Todo líder tem como uma das principais tarefas saber se comunicar, ou seja,

oferecer a informação e a compreensão necessárias para a que os subordina-

dos possam realizaras tarefas, visando a obtenção da cooperação e motiva-

ção. A comunicação deve ser contínua. Por outro lado, os superiores devem

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 41

Page 42: Introducao adm completa

receber dos subordinados um fluxo de comunicações capaz de lhes oferecer

uma idéia adequada do que está acontecendo.

Comunicação

Para se exercer a liderança é necessário ter uma comunicação adequada, o

líder deve disponibilizar informação e proporcionar a compreensão neces-

sária aos subordinados para a realização das tarefas e alcance dos objetivos

estabelecidos.

A comunicação deve ser constante entre os superiores e os subordinados

para que ambos tenham uma idéia adequada do que está acontecendo.

3.2 Organização formal e organização in-formal

ORGANIZAÇÃO FORMAL é a empresa formalmente constituída com os

seus cargos, tarefas, hierarquia, relações funcionais e departamentais.

ORGANIZAÇÃO INFORMAL é todo o resto, ou seja, origina-se da neces-

sidade dos indivíduos de conviverem com outros indivíduos, o que ocorre

naturalmente, através de identificação de interesses entre os participantes.

Roteiro de Estudo

1 – Quais as origens da Teoria das Relações Humanas?

2 – Comente a 1ª fase da Experiência de Hawthorne.

3 – Comente a 2ª fase da Experiência de Hawthorne.

4 – Quais as conclusões da Experiência de Hawthorne?

5 – Qual o papel da comunicação na organização?

6 - Quais são as necessidade humanas básica? Fale sobre elas.

7 – Comente os estilos de liderança.

Material de Apoio

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 42

Page 43: Introducao adm completa

Filmes: Coach Carter – Treino para a Vida (estilos de liderança)

O Júri (comunicação)

Fórum de Discussão:

As organizações são formadas por pessoas e pelos relacionamentos que se

estabelecem, como gestor quais são os cuidados que devem ser tomados

para minimizar os conflitos e melhorar e eficiência dos funcionários?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

CURY, Antonio. Organização e métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 2000.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 43

Page 44: Introducao adm completa

4.1 Introdução

Os autores neoclássicos reafirmaram todos os princípios definidos

por Taylor e Fayol, contudo redimensionam a Teoria Clássica para aspectos

atuais, dando ênfase aos aspectos humanos e a organização informal exis-

tente dentro da organização formal.

As principais características da Teoria Neoclássica é buscar atingir os

objetivos na prática e alcançar os resultados, utilizando todas as teorias ad-

ministrativas como base, onde há a retomada da Teoria Clássica, reformula-

da, para atender às necessidades organizacionais atuais; utilizar os princípios

com flexibilidade e normas de comportamento administrativo, buscando so-

luções administrativas práticas.

4.2 Princípios Básicos da Organização

• Divisão do trabalho – começou a ser praticado no princípio da

Revolução Industrial revolucionando o conceito de produção, surgindo a ne-

cessidade de se fabricar em grandes quantidades e para atingir este objetivo

é necessário a utilização de máquinas e o uso da especialização do trabalha-

dor.

• Especialização – refere-se aos cargos e órgãos, focando funções

Objetivos da aula

Compreender a Teoria Neoclássica

Conhecer os Princípios Básicos da Organização

Compreender os Estilos da Administração

Identificar as Diferenças no Processo Administrativo

UNIDADE 4 - ABORDAGEM

NOCLÁSSICA

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 44

Page 45: Introducao adm completa

e tarefas específicas, contudo, os neoclássicos preocupam-se com a especia-

lização dos órgãos (departamentos) que compõem a estrutura organizacio-

nal. Esta especialização se dá em todos os níveis da organização estratégico/

institucional, tático/intermediário ou operacional.

• Hierarquia – em decorrência da divisão do trabalho e da especiali-

zação é primordial a ampliação da hierarquia para todos os níveis e funções,

para que haja o cumprimento dos objetivos.

Utilizando os princípios básicos da organização, cabe ao administrador: de-

legar tarefa ao seu subordinado, sem dividi-la com outras pessoas, buscando

a pessoa mais qualificada para fazê-lo; atribuir autoridade que possibilite

desempenhar a tarefa da melhor maneira e com responsabilidade; manter

comunicação adequada para a realização da tarefa, avaliar e recompensar

as tarefas realizadas.

Amplitude Administrativa está diretamente relacionada ao número de

subordinados que um administrador pode supervisionar.

4.3 Estilos de Administração

Centralização

Enfatiza a estrutura linear onde as decisões são tomadas nos níveis

superiores em decorrência do conhecimento global que o administrador

tem, ocorrendo a centralização da autoridade. A organização é constituída

de modo que quem ocupa o cargo mais alto possui a mais alta autorida-

de para tomar as decisões, sendo melhores treinados e capacitados para a

função dos que estão nos níveis mais baixos. A autoridade para a tomada

da decisão está ligada diretamente ao posicionamento do seu cargo no or-

ganograma. Este estilo favorece a padronização nas tomadas de decisões,

eliminado esforços duplicados e reduzindo custos operacionais.

Com a centralização as decisões são tomadas no mais alto escalão

da empresa, distanciando os tomadores de decisão das pessoas e das situ-

ações existentes. Ao se utilizar esta estrutura há um congestionamento nas

linhas de comunicação, provocando demora e distorções no processo de

comunicação por evolver pessoas intermediárias neste processo.

Descentralização

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 45

Page 46: Introducao adm completa

A supervisão funcional evidencia a existência de supervisores espe-

cializados nas diversas áreas determinando a autoridade funcional referente

à especialização (função) de cada superior sobre os subordinados, caracteri-

zando a descentralização. Neste modelo de administração utiliza-se a auto-

ridade de linha onde predomina a unidade única de comando, com o staff

dando suporte, apoio, aconselhamento e assessoria. Este modelo é conheci-

do por linha-staff, podendo ser apresentado de várias formas.

A descentralização proporciona um melhor aproveitamento dos re-

cursos humanos aumentando a eficiência e a motivação, aproveitando me-

lhor o tempo e a capacidade dos funcionários evitando a duplicidade de

funções. As decisões são tomadas mais próximas de onde ocorre a ação pela

proximidade do gerente. Os gerentes ficam mais próximos do ponto onde se

devem tomar as decisões.

Com a descentralização os altos funcionários podem concentrar-se

nas decisões de maior importância, deixando as menores decisões para os ní-

veis mais baixos. Há redução da quantidade de papel e dos gastos, contudo

pode ocorrer a falta de padronização na tomada de decisões e nos procedi-

mentos de um departamento para outro, deve-se ter cuidado para que os

objetivos departamentais não se sobreponham aos objetivos globais. Pode

ocorrer mal aproveitamento dos especialistas e falta de equipe capacitada

para as atividades.

A decisão entre centralizar e descentralizar depende:

- do tamanho da empresa,

- da conjuntura econômica,

- dos objetivos da organização,

- do nível da competência das pessoas e

- da facilidade com que a comunicação flui na empresa.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 46

Page 47: Introducao adm completa

4.4 O processo administrativo é composto por

• Planejamento

O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente

quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para

alcançá-los, mediante a missão.

Com a fixação dos objetivos define-se onde se pretende chegar, o que deve

ser feito, quando, como, onde, por quem e em qual sequência, produzindo

o plano que descreverá um curso de ações.

• Organização

Para alcançar os objetivos será necessário dividir o trabalho, agrupar as ativi-

dades de maneira lógica nos departamentos e cargos, definir a autoridade e

responsabilidade compatíveis com os níveis hierárquicos e alocar recursos de

maneira a evitar conflitos e confusões desnecessários.

• Direção

É a mais difícil das funções administrativas, pois está relacionada com os re-

cursos humanos da empresa, na forma como se comunicam, na orientação

e motivação dos funcionários e na implementação dos planos.

• Controle

Mediante a definição dos padrões e a escolha dos indicadores, realiza-se o

monitoramento e a avaliação dos resultados. Ao se constatar alguma diver-

gência do estipulado no planejamento para os resultados obtidos, realiza-se

a ação corretiva.

Exercício: As opções da J.J. Albano

A diretoria da J.J. Albano está frente a uma opção muito difícil. O crescimen-

to da empresa e a expansão dos mercados estão exigindo uma nova postura

para garantir a sobrevivência e o sucesso da organização. A empresa sempre

foi centralizada e a matriz concentra todas as decisões e controles.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 47

Page 48: Introducao adm completa

Essa centralização tem trazido problemas de congestionamento e satura-

ção de informações na cúpula, demora nas decisões, desconhecimento dos

problemas locais, sobrecarga dos executivos da matriz, impotência dos exe-

cutivos regionais para resolver problemas, falta de comprometimento dos

funcionários que apenas executam e nada decidem e problemas com os

clientes.

Fonte: Idalberto Chiavenato

Roteiro de Estudo

1 – Quais as características principais da Teoria Neoclássica? Fale sobre elas.

2 – Quais os aspectos comuns às diferentes organizações?

3 – O que é amplitude Administrativa?

4 – Fale sobre a centralização?

5 – Fale sobre a descentralização?

Material de Apoio

Filme: Doze homens e um segredo (a aplicação do processo administrativo).

Fórum de Discussão

Tendo em vista os diversos estilos de gestão no que se refere à centralização

e descentralização, sabemos que existem empresas que optam por ou outro

modelo, porém as teorias administrativas atentam para algumas circunstân-

cias que devem variar dentro da empresa, não só de empresa para empresa,

mas também dentro da própria empresa dependendo da situação que se

apresenta.

Quais circunstâncias nos levam a esta tomada de decisão?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 48

Page 49: Introducao adm completa

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

CURY, Antonio. Organização e métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 2000.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 49

Page 50: Introducao adm completa

5.1 Origem

A partir de 1950, a Teoria Neoclássica deslocou sua atenção antes

fixada nas chamadas “atividades meio” para os objetivos ou finalidades da

organização. Passou da preocupação de “como” administrar para a preocu-

pação “por quê” ou “para que” administrar.

Administração por Objetivos, conhecida como APO, ocorreu em

1954. Peter Drucker é considerado seu criador devido à publicação do livro

Administração por Objetivos.

Surge a idéia de descentralizar a organização e de administrar por

resultados, onde cada departamento determina como irá contribuir para

atingir os resultados estipulados pelo nível estratégico.

5.2 Objetivo

É um enunciado escrito sobre resultados a serem alcançados num

período determinado. O objetivo deve ser quantificado, difícil, relevante,

compatível, mensurável e importante.

Os objetivos precisam ser escalonados em uma ordem gradativa de

Objetivos da aula

Compreender a Administração por Objetivos

Conhecer as principais características da APO

Compreender o Planejamento Estratégico decorrente do objetivo

Conhecer a Diferença entre Análise Interna e Externa

UNIDADE 5 - ADMINISTRAÇÃO

POR OBJETIVOS - APO

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 50

Page 51: Introducao adm completa

importância, relevância ou de prioridade, em função de sua contribuição à

organização como um todo.

2.3 Características da APO

A APO tem como características o estabelecimento conjunto dos ob-

jetivos entre todos os envolvidos (gerentes e subordinados), sendo que os

objetivos o os critérios de avaliação são estabelecidos dentro de cada depar-

tamento, contudo devem ser interligados para dar suporte ao objetivo geral

da organização.

A APO prima pela mensuração e controle dos resultados e sua contí-

nua avaliação para verificar se os indicadores escolhidos permitem um acom-

panhamento adequado dos resultados obtidos referente ao planejamento

estabelecido.

Os objetivos são fixados pelo nível mais alto da organização, o nível

estratégico, portanto estes objetivos têm como finalidade toda a organiza-

ção e ao fixá-los deve-se ter atenção em alguns critérios, tais como a posição

que a organização ocupa no mercado, o nível de inovação e criatividade nos

produtos oferecidos pela organização e a satisfação do cliente.

Para que estes objetivos tenham resultados é necessária a elabora-

ção do planejamento estratégico. Para que o planejamento estratégico seja

eficiente e eficaz será preciso realizar uma avaliação do ambiente interno da

organização, onde levantaremos os pontos fortes e fracos (o que a empresa

faz bem, quais os itens que ela poderia melhorar) e procurar minimizá-los ou

extingui-los e quais são os recursos disponíveis para esta mudança.

Será necessário também avaliarmos o ambiente externo da orga-

nização, onde encontraremos possíveis ameaças que englobam desafios e

restrições a serem superados. Vale ressaltar que dentro da organização as

variáveis são controláveis, o mesmo não se aplica ao ambiente externo.

Com este levantamento em mãos elaboram-se alternativas estratégi-

cas que se transformarão em planos que serão passados a todos os departa-

mentos da organização conforme o nível hierárquico e o grau de autoridade

e responsabilidade em que cada um se encontra.

Estes planos deverão ser avaliados constantemente pelos gerentes e

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 51

Page 52: Introducao adm completa

subordinados utilizando os indicadores estabelecidos por cada departamen-

to para avaliar se os resultados alcançados estão de acordo com o planejado

ou se será necessário adequar os objetivos fixados anteriormente por outros

objetivos.

2.4 Benefícios da APO

A APO permite fixar os objetivos com mais clareza, proporcionando direta-

mente um planejamento melhor, com os padrões de controle mais adequa-

dos aos objetivos. Proporciona o aumento da motivação das pessoas desde

que se sintam ativas no processo decisorial, para tanto, estas pessoas preci-

sam ser treinadas e capacitadas para desempenhar as atividades destinadas

as suas funções.

2.5 Problemas com a APO

Alguns líderes podem utilizar a APO para coagir seus subordinados, ocasio-

nalmente pode ocorrer aprovação de objetivos que não atendam as neces-

sidades da organização ou persistência na sua aplicabilidade. Erroneamente

pode gerar produção de papelório em excesso e fixação de objetivos facil-

mente mensuráveis em detrimento de outros mais importantes.

Exercício: Afinal, o que é APO na Metrópolis?

João Augusto sempre trabalhara em empresas tradicionais, nas quais o seu

cargo e as responsabilidades inerentes a ele eram o tema principal. Agora

que acabara de ingressar na Metrópolis, uma empresa inovadora e avança-

da.

João Augusto foi chamado pelo seu diretor para traçarem juntos os objetivos

e metas que deveriam alcançar. Isso soava estranho aos seus ouvidos. Nunca

havia ouvido nada a respeito de objetivos. O diretor foi logo dizendo que a

empresa adota a APO.

Fonte: Idalberto Chiavenato

ROTEIRO DE ESTUDO

1 – Quais as principais características da APO?

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 52

Page 53: Introducao adm completa

2 – O que é um objetivo?

3 – Após fixar os objetivos quais cuidados devemos ter?

4 – Qual a importância da análise do ambiente interno e externo?

Material de Apoio

Texto: Administração por Objetivos - CHIAVENATO, I. Introdução à teoria

geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

Fórum de Discussão

Qual é a condição fundamental para a utilização da APO depois de se fixar

os objetivos e analisar os ambientes interno e externo?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 53

Page 54: Introducao adm completa

6.1 Origens

Surge a partir da década de 40 em decorrência da ne-

cessidade de organizar as empresas que cresceram em

complexidade e tamanho e da necessidade de criar

um modelo organizacional que considera todos os as-

pectos organizacionais (humanos e estruturais) e que

fosse um modelo em que a estrutura é organizada por

normas escritas visando a racionalidade e garantisse

tratamento igual para todos a fim de garantir a máxi-

ma eficiência possível no alcance dos objetivos preten-

didos. Este movimento inicia-se na Europa e inspira-se

em Max Weber (1864-1920) economista e socialista.

Segundo Weber a burocracia é um tipo de poder, por isso, para en-

tendê-la ele estudou os tipos de sociedade e os tipos de autoridade.

6.2 Tipos de sociedade apresentados por Weber

1. Sociedade tradicional - onde predominam características patriarcais

e patrimonialistas como a família.

2. Sociedade Carismática - predominam características místicas, arbi-

Objetivos da aula

Compreender a Teoria da Burocracia

Conhecer os tipos de autoridade e responsabilidade

Identificar as características da Teoria da Burocracia

UNIDADE 6 - TEORIA DA

BUROCRACIA

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 54

Page 55: Introducao adm completa

trárias e personalísticas como grupos revolucionários e partidos políticos.

3. Sociedade legal, racional e burocrática - onde predominam normas

impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como grandes

empresas e nos exércitos.

6.3 TIPOS DE AUTORIDADE

Autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem

específica seja obedecido, representa o poder institucionalizado e oficiali-

zado. Implica potencial para exercer influência sobre as outras pessoas e é

a possibilidade de imposição de arbítrio por parte de uma pessoa sobre a

conduta das outras. A autoridade é legítima quando é aceita.

1. Autoridade Tradicional é o poder tradicional, tem origem na devoção

e no respeito dos comandados e que passam de geração a geração. Sua le-

gitimidade está diretamente ligada à confiança, esse tipo de poder também

não é racional, podendo ser transmitido por herança. Ex. Rainha da Inglater-

ra.

2. Autoridade Carismática, onde os subordinados aceitam as ordens

do superior como justificadas, por causa da influência da personalidade e da

liderança do superior com o qual se identificam. A autoridade está na pessoa

dolídernãoéracionalenãopodesertransferida.Ex.:Gandhi,Kennedy

3. Autoridade Legal, Racional ou Burocrática – neste caso a obediência

não é devida a alguma pessoa em si, seja por qualidades pessoais excepcio-

nais ou pela tradição, mas a um conjunto de regras e regulamentos legais

previamente estabelecidos.

6.4 Características da Burocracia

O leigo passou a dar o nome de burocracia às disfunções e não ao

sistema em si.

A burocracia permite à organização um funcionamento eficiente e

desempenho eficaz. Para conseguir eficiência, a burocracia planeja nos míni-

mos detalhes como as coisas deverão ser feitas:

1. Caráter Legal das Normas e Regulamentos - conferem às pesso-

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 55

Page 56: Introducao adm completa

as investidas da autoridade um poder de coação sobre os subordinados e os

meios coercitivos capazes de impor a disciplina.

2. Caráter Formal das Comunicações - as regras, as decisões e ações

administrativas são formuladas e registradas por escrito para que haja trans-

parência. A burocracia lança mão de rotinas e formulários para facilitar as

comunicações e criar rotinas no preenchimento de sua formalização.

3. Caráter Racional e Divisão do Trabalho - cada participante tem

cargo específico, com funções específicas e uma esfera de competência e

responsabilidade para o qual foi admitido.

4. Impessoalidade nas Relações - a distribuição das atividades é feita

de forma impessoal, ou seja, em termos dos cargos e funções e não das pes-

soas envolvidas. As pessoas vêm e vão, os cargos e funções permanecem ao

longo do tempo. O poder é em função do cargo.

5. Hierarquia da Autoridade - cada cargo inferior deve estar sob o con-

trole e supervisão de um posto superior e não a pessoa que ocupa o cargo.

6. Rotinas e Procedimentos Padronizados - as regras e normas téc-

nicas são escritas e são elas que determinam a conduta do ocupante do

cargo, cujas atividades são executadas de acordo com as rotinas e procedi-

mentos estabelecidos.

7. Competência Técnica e Meritocracia - a escolha das pessoas que

ocupam os cargos é baseada na competência técnica e no mérito e não em

preferências pessoais. Daí a necessidade de exames, concursos, testes e títu-

los para admissão e avaliação para a promoção dos funcionários.

8. Especialização da Administração - a pessoa que ocupa o cargo de

dirigente não é necessariamente o dono do negócio, mas um profissional

especializado para aquele tipo de administração.

9. Profissionalização dos Participantes - a pessoa que foi aprovada

em concurso para ocupar o cargo onde é especializada e ser nomeada pelo

superior hierárquico, onde seguirá carreira dentro da organização.

10. Completa Previsibilidade de Funcionamento - supõe que o

comportamento dos membros da organização é perfeitamente previsível.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 56

Page 57: Introducao adm completa

Exercício: Como imprimir racionalidade à @lert?

Feliciano Alpert fundara a @lert há alguns anos e imprimira nela todo o seu

carisma pessoal. Agora que acabou o impulso inicial e a empresa crescera o

suficiente, Feliciano pretende organizar e burocratizar sua empresa para im-

primir racionalidade no sentido de evitar perdas e desperdícios decorrentes

da improvisação e da falta de planejamento.

Mas, como tornar a sua empresa um verdadeiro modelo burocrático?

Fonte: Idalberto Chiavenato

Roteiro de Estudo

1 – Exponha as origens da Teoria da Burocracia

2 – Explique os tipos de sociedade e os tipos de autoridade para Weber?

3 – Defina as características principais da burocracia, para Weber?

Material de Apoio

Texto: Modelo Burocrático da Organização. - CHIAVENATO, I. Introdução à

teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

Fórum de Discussão

A Burocracia surge para sistematizar normas e procedimentos. Até que pon-

to ela é positiva ou negativa? O que nos leva a discordar dos benefícios

ocasionados por ela?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 57

Page 58: Introducao adm completa

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 58

Page 59: Introducao adm completa

Surgiu a partir dos trabalhos publicados em 1950 e 1968

de Ludwig Von Bertalanffy, biólogo.

Tem por finalidade a identificação das propriedades, princípios e leis

característicos dos sistemas em geral, independentemente do tipo de cada

um, da natureza de seus elementos componentes e das relações entre eles.

Procura entender como os sistemas funcionam.

A Teoria de Sistemas contrapõem-se à microabordagem do sistema

fechado, as organizações são sistemas abertos de comportamento proba-

bilístico e não determinístico, permite a integração de conhecimentos das

Ciências Físicas, Biológicas e Humanas.

7.1 Premissas

1 – Os sistemas existem dentro de sistemas – cada sistema é constituído de

Objetivos da aula

Compreender a Teoria de Sistemas

Conhecer as premissas da teoria

Compreender os conceitos da Teoria de Sistemas

Identificar a diferença de sistema aberto e de sistema fechado

UNIDADE 7 - TEORIA DE

SISTEMAS

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 59

Page 60: Introducao adm completa

sub-sistema e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema maior.

2 – Os sistemas são abertos – interagem com o ambiente que estão inseridos

para troca de energia e informação.

3 – As funções de um sistema dependem de sua estrutura – cada sistema

tem um objetivo ou finalidade que constitui seu papel no intercâmbio com

outros sistemas.

7.2 Conceito de Sistemas

A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependen-

tes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um

todo organizado.

Sistema é um conjunto ou combinações de coisas ou partes, forman-

do um todo complexo ou unitário.

Quanto à natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos:

1- Sistemas fechados não recebem influência do ambiente e também

não influenciam o ambiente.

2- Sistemas abertos são adaptativos, isto é, para sobreviver devem ajus-

tar-se constantemente às condições do meio.

7.3 Características

O todo apresenta propriedades e características próprias que não são

encontradas em nenhum dos elementos isolados.

Cada elemento de um subsistema tem um papel ou função a de-

sempenhar num sistema mais amplo. O sistema só pode ser explicado como

uma globalidade e não é uma simples soma das partes. O holismo opõe-se

ao elementarismo que encara o total como a soma das partes individuais.

Todos os sistemas têm um ou alguns propósitos ou objetivos que

definem um arranjo que visa sempre um objetivo ou finalidade a ser alcan-

çada e uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudança

em uma das unidades do sistema deverá produzir mudanças em todas as

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 60

Page 61: Introducao adm completa

outras unidades. Com a mudança e os ajustamentos contínuos do sistema

decorrem dois fenômenos, sendo estes:

- Entropia que é uma tendência para a perda de energia e o esgotamento

do sistema

- Homeostasia que é a tendência do sistema em manter o equilíbrio inter-

no apesar das perturbações ambientais. As organizações são complexas e

respondem a muitas variáveis que não são totalmente previsíveis, são vistas

como sistemas dentro de sistemas e submetidas a uma mudança dinâmica,

requerendo balanço e equilíbrio. Por não se tratar de um sistema mecânico,

qualquer mudança em uma das partes terá efeito imediato sobre as outras.

A adaptabilidade é um processo oposto a homeostasia onde a mu-

dança é no sentido de ajustar-se aos padrões necessários para sua interação

com o ambiente externo.

Ambos os processos são utilizados pela organização para garantir a

sua viabilidade.

Exercício: A Global Face

Meditando a respeito de sua empresa, a Global Face, Waldomiro Pena co-

meçou a pensar em uma nova forma de gestão dos seus negócios. A Global

Face tinha passado por várias mudanças de produtos e serviços, novas exi-

gências de clientes, alterações na legislação e nas políticas governamentais e

agora, a globalização e o forte desenvolvimento tecnológico que envelhece

rapidamente qualquer produto e o torna obsoleto em questão de momen-

tos.

A Global Face passara por tudo isso e continuara firme. Mas perdera terreno

para empresas concorrentes. Waldomiro acha que a empresa poderia ser

mais sensitiva ao mercado e mais aberta para o ambiente de negócios.

Quais as sugestões que você daria a Waldomiro a respeito da Global Face?

Fonte: Idalberto Chiavenato

Roteiro de Estudo

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 61

Page 62: Introducao adm completa

1- Explique as origens da Teoria de Sistemas?

2- Quais são as premissas de sistema?

3- Fale sobre o conceito de sistema.

4- O que é um sistema fechado?

5- O que é sistema aberto?

Material de Apoio

Texto: Teoria de Sistemas - CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Ad-

ministração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

Filme: Efeito Borboleta (observar as variáveis dentro de um sistema aberto).

Fórum de Discussão

A Teoria de Sistemas nos mostra o quanto as organizações estão expostas às

variáveis do ambiente interno e do ambiente externo e o quanto esta expo-

sição pode alterar os planos da organização. Por que isto ocorre e por que

com mais intensidade para uma organização do que para outra?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva 2006.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 62

Page 63: Introducao adm completa

8.1 Origem

A abordagem contingencial chega a América Latina por volta da dé-

cada de 70, surge como resultado de uma série de pesquisas que estudaram

a relação da empresa com o ambiente.

Não existe uma única forma de administrar as organizações, tam-

bém não há receita para se ter sucesso, tudo depende das circunstâncias.

Para se atingir a eficácia deve-se utilizar as diversas teorias adminis-

trativas que temos a nosso dispor.

“A abordagem contingencial salienta que não se atinge a efi-

cácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional,

ou seja, não existe uma forma única que seja a melhor para organizar no

sentido de se alcançar objetivos altamente variados das organizações dentro

de um ambiente de trabalho também variado”. CHIAVENATO, 1983.

8.2 Fatores Contingenciais

São compostos pelo ambiente e pela tecnologia.

Objetivos da aula

Compreender a Teoria da Contingência

Conhecer os Fatores Contingenciais

Identificar o Ambiente Geral e o Ambiente de Tarefa

Conhecer as várias pesquisas que contribuíram para a Teoria da Con-

tingência

UNIDADE 8 - TEORIA DA

CONTINGÊNCIA

e-Tec BrasilIntrodução à Administração 63

Page 64: Introducao adm completa

O ambiente organizacional é composto por tudo que o cerca exter-

namente, conforme mostra abaixo.

Fonte: Idalberto Chiavenato

As contingências externas influenciam a estrutura e os processos in-

ternos da organização. A estrutura organizacional pode ser homogênea com

uma estrutura simples onde ocorrem reações uniformes com os fornecedo-

res, clientes e concorrentes havendo pouca segmentação de mercado.

Na estrutura heterogênea se verifica uma complexidade no ambiente

onde ocorrem problemas e há reações diferenciadas na organização, encon-

tra-se muita segmentação no mercado.

Toda organização possui alguma forma de tecnologia, seja ela ru-

dimentar ou sofisticada. O conhecimento da tecnologia tem como função

transformar matéria prima em produtos ou serviços e deve ser vista sob dois

pontos administrativos, contribuindo para a execução da tarefa com o co-

nhecimento adquirido ou por manifestações físicas (máquinas, equipamen-

tos e instalações) o uso adequado da tecnologia proporciona mais eficiência

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 64

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e eficácia.

8.3 Pesquisa de Alfred Chandler

Realizou um estudo sobre as mudanças estruturais nas organizações

em relação à estratégia de negócio utilizada. Selecionou essas empresas, por

serem inovadoras na criação de estruturas de sucesso para administrar uma

grande empresa multidimensional.

Conclusão: A estrutura organizacional (desenho organizacional)

das grandes empresas americanas é gradativamente alterada pela estratégia

do mercado, ou melhor, diferentes estratégias e ambientes exigem diferen-

tes estruturas organizacionais.

8.4 Pesquisa de Tom Burns e G. M. Stalker

Esses sociólogos realizaram uma pesquisa em 1961 com 20 indús-

trias da Inglaterra onde se verificou a existência de relações entre as práticas

administrativas e o seu ambiente externo. Sendo assim, classificaram as or-

ganizações em mecanicistas e orgânicas.

Sistema Orgânico é mais apropriado para condições ambientais de

mudança e inovação, com ênfase nos princípios da Teoria das Relações Hu-

manas com estruturas flexíveis que nem sempre podem ser fragmentadas,

relativamente descentralizadas, onde as tarefas executadas com base no co-

nhecimento; há interação lateral e maior confiança nas comunicações.

Sistema Mecanístico é mais apropriado para condições ambientais

estáveis, com ênfase nos princípios da Teoria Clássica onde há divisão do

trabalho. Os cargos são ocupados por especialistas, a administração é cen-

tralizada e a hierarquia rígida, as comunicações são formais e predomina a

interação vertical com sistemas de controle simples.

Conclusão: A organização mecanicista é mais apropriada em con-

dições ambientais relativamente estáveis e a orgânica para condições am-

bientais de mudança e inovação. Logo, observa-se que o ambiente determi-

na a estrutura e o funcionamento das organizações quando consideramos

estes dois sistemas.

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Page 66: Introducao adm completa

8.5 Pesquisa de Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch

Foi realizada por volta de 1972 e considerada com referência para

a Teoria Contingencial. Com esta pesquisa procurou-se responder quais ca-

racterísticas deveriam ter as empresas para enfrentarem com eficiência as

diversas condições externas, tecnológicas e de mercado.

Conclusão: As indústrias com elevado desempenho apresentam

maior ajustamento às necessidades do ambiente através da alta diferencia-

ção e integração interdepartamental, obtido com um trabalho conjunto e

integrado.

8.6 Pesquisa de Joan Woodward

Estudou a relação entre o êxito nos negócios e as práticas adminis-

trativas envolvendo os sistemas de produção, tecnologia e gerenciamento.

Este estudo foi realizado no sul da Inglaterra com a participação de 100

firmas, cujo número de funcionários variava entre 100 a 8000 empregados,

constatando que a tecnologia é uma variável importante, contudo não é a

única.

Conclusão: A tecnologia adotada pela empresa determina a sua

estrutura e o seu comportamento organizacional, ou seja, as empresas de

sucesso adotavam uma estrutura que variava de acordo com a sua tecnolo-

gia de produção.

Roteiro de Estudo

1- Explique as origens da Teoria da Contingência.

2- Comente a pesquisa de Chandler.

3- Compare os sistemas mecânicos e orgânicos.

4- Comente a pesquisa de Woodward.

5- Comente a pesquisa de Lawrence e Lorsch.

Técnico em Administraçãoe-Tec Brasil 66

Page 67: Introducao adm completa

Material de Apoio

Texto: Abordagem Contingêncial da Administração - CHIAVENATO, I. Intro-

dução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

Filme: O Senhor das Armas (observar a flexibilidade em se adaptar as opor-

tunidades mercadológicas)

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BARROS NETO, J.P. Teoria da Administração: Manual Prático para Estudantes & Gerentes

Profissionais. Ed. Qualitymar, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

LODI, J. B. História da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução

digital. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. 1ª ed. Editora Saraiva, 2006.

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Anotações

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